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Aula 8 grafismo síntese

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Grafismo infantil: linguagem do desenho
Profª. Msª. Caroline Trevisan Mendes de Almeida
A produção gráfica da criança é um de seus meios de expressão mais significativos, envolvendo o seu mundo real e imaginário.
Rabiscar, desenhar e escrever é uma forma de expressão e comunicação, construída pelo homem.
 Para a criança, entretanto, a intenção de transmitir algo a alguém nem sempre está presente, na maioria das vezes, ela quer apenas deixar sua marca. 
Com o passar do tempo essas marcas passam a ter uma intenção, ou seja, a criança passa a ter a necessidade de ser compreendida no que faz.
Com a aquisição da capacidade simbólica, a criança potencializa sua capacidade de criar. 
A passagem da atividade motora para a simbolização acontece, quando a criança pela primeira vez produz uma forma que ela interpreta como semelhante a algum objeto de seu meio, em geral, a primeira forma simbólica é a figura humana.
De acordo com Piaget, ao final do estádio sensório-motor (por volta dos 2 anos), surge na criança uma capacidade cognitiva de representação – um significado por meio de um significante –, e o meio que utiliza para isso pode ser a linguagem, o jogo simbólico, a imitação, a imagem mental e o desenho.
O desenho, nessa perspectiva, não é apenas um ato criativo e espontâneo da criança, mas sim uma função de pensamento, simbólica e semiótica, que possibilita a representação da realidade. 
Em outras palavras, o desenho é uma das manifestações da função simbólica ou semiótica que surge na criança por volta dos 2 anos (estádio pré-operatório), possibilitando a representação intencional da realidade por meio do grafismo.
Lowenfeld e Luquet acreditam que é importante pais e educadores compreenderem as fases e transformações do grafismo infantil, para que possam contribuir na formação da criança. 
Para eles as fases do grafismo infantil estão associadas as fases do desenvolvimento infantil. 
Os diferentes estágios do desenvolvimento gráfico são difíceis de serem percebidos, onde uma etapa termina e a outra tem início, pois, o desenvolvimento desse processo é contínuo. 
Também as diferenças individuais da criança devem ser levadas em conta, isto é, nem todas passam de uma fase para outra na mesma época e da mesma forma.
Fases do grafismo infantil segundo Lowenfeld
Garatujas (2-4 anos) – são quatro tipos: desordenadas (rabiscos que não respeitam o limite do papel, saem da folha, a criança risca a base onde está a folha); controladas (os riscos não saem mais da folha, a criança respeita os limites do papel); nomeadas (a criança começa a tirar o lápis do papel, dando nome aos riscos que faz na folha); diagramadas (traços e linhas se interligam, formando uma espécie de mosaico ou mandala).
Pré-esquemática (4-7 anos) – é o início da representação da figura humana; há justaposição dos elementos desenhados sem a presença da linha de chão.
Esquemática (7-9 anos) – é o aparecimento da linha de base, possibilitando maior coordenação no desenho: objetos do chão e objetos no céu; há exageros e omissões.
Realismo (9-12 anos) – é a preocupação com a perspectiva, profundidade, sobreposição, detalhes e pormenores; a criança desenha por opção e muitas vezes não desenha mais pela perda da espontaneidade.
Fases do grafismo infantil segundo Lowenfeld
1ª Estágio das garatujas (2 – 4 anos) = rabiscos desordenados ao acaso.
1ª Estágio das garatujas (2 – 4 anos)
A criança por volta dos 18 meses apresenta traços desordenados no papel, que evoluem para desenhos mais reconhecíveis aos adultos.
Classificou as garatujas em três categorias principais: Garatujas desordenadas (2 anos), Garatujas controladas (2 anos e meio) e Garatujas com atribuição de nomes ou nomeada (3 anos e meio).
1ª Estágio das garatujas (2 – 4 anos)
As primeiras garatujas são chamadas por Lowenfeld de desordenadas. A criança utiliza o lápis de vários modos: apoia no papel qualquer uma das extremidades ou lado e segura entre os dedos ou com a mão toda, realizando movimentos amplos sobre o papel, sem um planejamento prévio ou um controle de suas ações, e isso lhe causa muito prazer. 
Ela está mais interessada em explorar as propriedades físicas dos materiais (tocar, cheirar, ver, saborear) do que desenhar. Na maioria das vezes ultrapassa o limite da folha, garatujando também a mesa.
1ª Estágio das garatujas (2 – 4 anos)
Por volta dos 2 anos e meio, seis meses após ter começado a garatujar, a criança passa a ter um controle visual e motor de seus traços e, por isso, Lowenfeld chamou essa fase de “garatujas controladas”. 
A criança começa a variar seus movimentos, tornando as garatujas mais elaboradas, embora ainda não haja uma relação entre sua atividade e aquilo que na realidade representa o objeto. Seus traços podem ser horizontais, verticais ou em círculos, e não ultrapassam mais os limites do papel. Demonstra interesse em utilizar diferentes materiais.
1ª Estágio das garatujas (2 – 4 anos)
Por volta dos 3 anos e meio, há uma grande transformação no pensamento da criança, ela começa a atribuir nomes (significados) às suas garatujas, é a fase das garatujas nomeadas. Antes havia um simples prazer em realizar movimentos, agora os movimentos estão ligados ao mundo ao seu redor.
A imagem mental tem um papel importante: a criança tem uma ideia do que irá fazer e é influenciada por aquilo que desenhou.
1ª Estágio das garatujas (2 – 4 anos)
Nesse sentido, a criança agora desenha com uma intenção, ela anuncia o que vai desenhar. Isso não significa que tenha uma noção preconcebida do aspecto final de suas garatujas: o que no início é anunciado como árvore, pode terminar recebendo um nome diferente. 
Segundo Lowenfeld, os traços podem não ter sentido para os adultos, mas possuem um significado real para a criança. Em suma, nessa fase, a criança passa mais tempo desenhando, suas garatujas são mais elaboradas, distribuídas por toda página e acompanhadas de uma descrição verbal do que está representado no papel.
1ª Estágio das garatujas (2 – 4 anos)
No final da fase das garatujas e início do período pré-esquemático algumas crianças apresentam desenhos em forma de diagramas: linhas que se cruzam formando uma espécie de mandala. Essa representação é chamada de Garatuja diagramada e foi pesquisada por Rhoda Kellogg (1969) como uma das formas de representação gráfica infantil.
2ª Estágio pré-esquemático (4 – 7 anos)
É o momento em que a criança, por volta dos 4 anos, cria conscientemente desenhos que têm alguma relação com o mundo à sua volta.
O primeiro símbolo criado é um homem, desenhado com um círculo para a cabeça e duas linhas verticais para as pernas. “Essas representações ‘cabeça-pés’ são comuns nas crianças de cinco anos.”.
 Em outras palavras, a criança pensa a figura humana dessa maneira, uma vez que não há cópia de um objeto visual, e sim a interpretação que faz dele. Nesse momento, está desenhando a si mesma, o que sabe sobre si e não uma representação visual de um modelo.
2ª Estágio pré-esquemático (4 – 7 anos)
Aos poucos, a criança vai acrescentando pormenores a essa representação cabeça-pés: braços saem da cabeça, aparece um umbigo entre as pernas e há a inclusão do corpo. Por volta dos 6 anos, a criança já consegue fazer um desenho da figura humana bem organizado. 
Dessa forma, aos 4/5 anos surgem os desenhos de pessoas, casas e árvores que, aos 6 anos, evoluem para desenhos mais organizados, com temas e claramente identificáveis. É importante lembrar que a criança está em contínua busca de novos conceitos, por isso seus símbolos representativos mudam constantemente e somente na próxima fase irá estabelecer um esquema.
2ª Estágio pré-esquemático (4 – 7 anos)
Outro aspecto importante é a maneira como organiza espacialmente os desenhos no papel. Desenha os objetos e os nomeia separadamente, sem estabelecer uma relação entre todos: uma árvore, uma casa, um homem. 
Na verdade, o espaço está relacionado ao seu corpo e consigo mesma,não estabelece relação entre os objetos desenhados, desenha o que está a sua volta de maneira aparentemente desordenada e a figura humana é o centro de toda representação. Por isso acaba fazendo uma justaposição dos modelos ao invés de coordená-los em um todo. “Nenhuma relação espacial foi ainda estabelecida, fora do conceito do eu da própria criança. Portanto, o espaço é concebido como algo que gravita em torno dela” (LOWENFELD, 1947, 1977, p. 155).
2ª Estágio pré-esquemático (4 – 7 anos) = primeiras tentativas de representação do real, consciência de formas, figuras e objetos se apresentam ainda de forma desordenada e com variações de tamanho.
3ª Estágio Esquemático (7 -9 anos)
Lowenfeld denomina esquema a possibilidade que a criança encontra, a partir dos 7 anos, de desenhar utilizando símbolos que representam um objeto real. 
O esquema de um objeto é o conceito que a criança chegou a partir de várias experiências, representa seu conhecimento ativo sobre o objeto. Esse esquema pode sofrer alterações a partir da experiência particular e está revestido de um significado especial para ela.
O esquema humano é o conceito da figura humana que a criança criou após muita experimentação. Possui as diferentes partes corporais, a roupa cobre o corpo e vários detalhes são desenhados, como cabelo, nariz, boca, pescoço, mãos, dedos e pés. A simetria é importante.
3ª Estágio Esquemático (7 -9 anos)
Em relação ao esquema espacial, a criança percebe que é parte de seu meio e indica isso utilizando um símbolo denominado de linha de base. 
Acriança inclui todos os objetos desenhados em uma relação espacial comum, estabelece uma relação mútua entre esses elementos, por meio da colocação de tudo nessa importante linha básica. Dessa forma, não apresenta mais os objetos em relação a si mesma, mas começa a representá-los com certa relação lógica entre si.
Esse esquema é representado por uma linha horizontal na parte inferior do papel, a base em que as coisas estão colocadas, e no alto são representados o céu com nuvens, o sol, a lua e as estrelas. A criança tanto pode fazer um risco no papel para representar essa base como desenhar os objetos emparelhados sob uma linha imaginária, facilmente identificável. 
3ª Estágio Esquemático (7 -9 anos)
A “representação do tipo raios X” é a outra maneira utilizada pela criança em seus desenhos, que consiste em mostrar o interior e exterior dos objetos, misturando em seus desenhos os conceitos de dentro e fora. 
Observa-se o exagero de partes do desenho consideradas importantes para a criança e a negligência ou omissão de partes menos importantes. Podemos observar isso na figura em que o lápis e os braços exagerados revelam sua importância para a temática e a redução de um dos braços, na segunda figura, expressa sua menor importância naquele momento.
3ª Estágio Esquemático (7 -9 anos) = desenvolve o conceito de forma e seus desenhos simbolizam o que pertence ao seu meio. A criança dispõem os objetos que está retratando em uma linha reta, em toda largura da marguem inferior da folha de papel.
4ª Estágio do Realismo (9 – 12 anos)
O jovem, nessa idade, começa a tomar consciência da realidade, do seu mundo real, repleto de emoções, amigos, planos e recordações e, em seus desenhosbpassa a retratar as características com muitos detalhes. 
Não usa mais exageros ou omissões. O desenho do tipo raios-X agora são julgados como não apropriados.
Em relação à representação do espaço, modifica o uso da linha de base para uma representação mais naturalista. Os desenhos passam a incluir várias linhas de base e os espaços entre elas ficam totalmente preenchidos. 
4ª Estágio do Realismo (9 – 12 anos)
Passa a utilizar o plano e os espaços entre as linhas de base e, por isso, essas linhas começam a desaparecer como única base. Adquire, também, a consciência de profundidade e sobreposição, que utiliza largamente em seus desenhos: o céu ganha significado de horizonte e um objeto pode encobrir outro.
4ª Estágio do Realismo (9 – 12 anos) = Ainda existe simbolização, mas a criança passa a ter maior consciência a seu respeito. Antes a criança tinha prazer em explicar e mostrar os seus desenhos, nesse estágio, ela prefere ocultá-los, justamente pela consciência de si e de seu ambiente, autocrítica, o que não tinha antes.
Fases do grafismo infantil segundo Luquet
Luquet foi um dos primeiros estudiosos sobre o desenho da criança do ponto de vista de sua evolução cognitiva, procurando compreender o que e como a criança desenha.
Fases do grafismo infantil segundo Luquet
Luquet inicia seus estudos observando de maneira sistemática os desenhos de seus filhos, Simone e Jean Luquet. 
Percebe o desenhar como um ato de representação da realidade, uma imitação do real através da representação e, nesse sentido, afirma que o desenho é realista na intenção. Portanto, o “realismo” do desenho é uma concepção-chave em sua teoria.
Fases do grafismo infantil segundo Luquet
Realismo fortuito (2 a 3 anos) - analogia entre o traço e o objeto, dando nome/“sem querer”.
Realismo folhado ou incapacidade sintética (3 a 4 anos) - a criança aprende a representar, há fracassos e sucessos.
Realismo intelectual (4 a 8 anos) - a criança desenha o que sabe e não o que vê; Transparência.
Realismo visual (9 a 12 anos) - a criança desenha o que vê/perda da espontaneidade para desenhar.
1º Estágio Realismo Fortuito (início por volta dos 2 anos)
O desenho, para Luquet, é um conjunto de traços feitos intencionalmente para representar um objeto real. No entanto, no início, não existe essa intenção de fazer uma imagem, o desenho é resultado da livre exploração que a criança faz sobre os materiais. 
Munida de vários acessórios e dos movimentos de sua mão, realiza marcas acidentais no papel, uma obra involuntária, que reconhece como sendo sua, resultado de sua atividade, à qual não atribui significado. 
1º Estágio Realismo Fortuito (início por volta dos 2 anos)
Por volta dos 2 e 3 anos, a criança começa a fazer traços intencionais no papel, percebe certa analogia entre seus traçados e objetos da realidade e faz uma interpretação: surge, então, o desenho intencional, o desenho como representação. A criança que antes rabiscava aleatoriamente passa a fazer uma analogia entre um objeto e seu traço, dando-lhe um nome e isso acontece de modo fortuito, uma representação da realidade ao acaso.
Essa representação, por ser fortuita, não se mantém em todos os desenhos que a criança faz: é apenas acidentalmente que ela é capaz de fazer um traçado que se pareça com um objeto, e isso explica o porquê de ora nomear seu desenho de uma maneira, ora de outra.
1º Estágio Realismo Fortuito (início por volta dos 2 anos), subdivide-se em desenho involuntário e voluntário.
Involuntário: a criança desenha linhas e não tem consciência que o conjunto delas pode representar objetos, não atribuí significado ao desenho, faz apenas pelo prazer em repetir os gestos da atividade motora adquirida.
Voluntário: a criança desenha sem intenção, porém percebe semelhança entre seus traços e um objeto real. Em seguida, surge a intenção de desenhar algo.
Realismo Fortuito
2º Estágio Realismo Folhado ou Incapacidade Sintética 
Na segunda fase de evolução do desenho infantil, a criança desenha com a intenção realista de representar, mas encontra dois obstáculos que dificultam a representação da realidade: um de ordem física ou gráfica, que consiste em coordenar seus movimentos motores para dar ao traçado o aspecto do objeto desenhado; e o outro de ordem psíquica, que consiste na falta de atenção da criança para desenhar pormenores. 
Por causa desses obstáculos, o desenho infantil nessa fase é marcado por sucessos e fracassos; por isso, Luquet o chamou de incapacidade sintética, uma fase de imperfeição geral do desenho (não no sentido pejorativo), que se inicia geralmente entre 3 e 4 anos.
2º Estágio Realismo Folhado ou Incapacidade Sintética 
A falta de proporções nos elementosdesenhados é a primeira manifestação da incapacidade sintética, isto é, os traços são feitos de maneira independente, a criança não estabelece as relações entre os traçados. 
Luquet explica que essa desproporção pode ser resultado da imperícia gráfica da criança ou pela maneira como procura ocupar o espaço no papel: se faltar espaço, encurta o traço, se sobrar espaço, procura ocupá-lo e se o objeto ou o tema tratado é importante para ela, exagera em seu tamanho (em um jogo de bola os braços são enormes). 
2º Estágio Realismo Folhado ou Incapacidade Sintética 
No entanto, tais desproporções ocasionam justaposições. Segundo Piaget e Inhelder (1966,1968), essa justaposição não retrata inabilidade técnica, mas revela modos de pensar da criança, ou seja, fatores operatórios.
2º Estágio Realismo Folhado ou Incapacidade Sintética 
A justaposição é a falta de coordenação entre os elementos de um mesmo desenho em um todo. A criança desenha os elementos lado a lado (as 4 patas de um cavalo desenhado em paralelo), separados (disjuntos) e não tangentes (guarda-chuva ao lado da menina e não em sua mão; chapéu no ar e não na cabeça do boneco) ou desenha sem relação de inclusão (os botões da roupa desenhados fora do corpo). A síntese falsa é o desenho que apresenta detalhes incompatíveis com a realidade: nariz sob a boca, pernas que saem da cabeça.
2º Estágio Realismo Folhado ou Incapacidade Sintética, nesse estágio a criança se preocupa em representar cada objeto de forma diferenciada, exagera ou omite partes, pois considera apenas o seu ponto de vista. Nessa etapa a criança não tem simultaneidade das ações em pensamento, não há um todo que as reúna, o que impossibilita agrupar as partes do desenho.
3º Estágio Realismo Intelectual
Por volta dos 4 anos, inicia-se o principal estágio, que irá estender-se até por volta dos 8/9 anos. Essa fase se caracteriza pela superação da incapacidade sintética e, por isso, a criança passa a desenhar de maneira realista, isto é, desenha os pormenores do objeto, levando em consideração as suas relações recíprocas, o conjunto. 
O que caracteriza essa fase do realismo chamado por Luquet de intelectual “é a concepção infantil de que para que o desenho seja parecido deve conter todos os elementos visíveis e invisíveis do objeto do ponto de vista do sujeito, buscando a sua exemplaridade”.
3º Estágio Realismo Intelectual, de forma deliberada e consciente a criança procura reproduzir o objeto que vê e também o que não vê, torna transparente parte de objetos que a principio estariam encobertos, tal como órgãos sob a pele e móveis através da parede. Nessa etapa a criança coordena os objetos no espaço, considerando sua posição, distância e proporção. 
4º Estágio Realismo visual
Na última fase de evolução do desenho infantil, que se inicia por volta dos 8/9 anos, uma série de fatores levam a criança a abandonar o realismo intelectual e a adotar o realismo visual como forma de representação gráfica.
O desenho infantil, para ser plenamente realista na fase do realismo visual, deve representar o objeto da forma como é visualmente percebido.
Para Luquet, há uma submissão da criança às leis da realidade, com perda da espontaneidade ao desenhar, diminuindo a produção artística.
4º Estágio Realismo visual
O realismo visual é marcado pela descoberta da perspectiva e pela submissão às suas leis. Isso leva a um empobrecimento do desenho infantil, pois a criança, pela preocupação em desenhar aquilo que vê e não o que sabe sobre os objetos, passa a limitar os detalhes de seu grafismo, tornando-o pobre e pouco frequente, assemelhando-se às produções adultas.
A criança e, posteriormente, o adulto, a partir desse momento, perdem a espontaneidade ao desenhar e, com isso, sua produção artística diminui, em função da preocupação que existe em fazer certo, de acordo com a realidade.
4º Estágio Realismo visual, representação visual que a criança tem do objeto, abandonando a transparência. A perspectiva e os detalhes aparecem para particularizar o objeto desenhado que antes era representado de forma genérica. 
Há muita semelhança nos indicadores apresentados por Luquet e Lowenfeld, por isso esses dois autores são úteis na avaliação do desenho infantil.
Luquet
- Realismo fortuito
- Realismo folhado ou incapacidade sintética
- Realismo intelectual
- Realismo visual
Lowenfeld
- Garatujas desordenadas, controladas, nomeadas e diagramadas
- Pré-esquemática
- Esquemática
- Realismo

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