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1 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. SUMÁRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ............................ ......................................................... 2 UNIDADE 2 – DEFICIÊNCIA FÍSICA .................... ..................................................... 4 2.1 O SISTEMA NERVOSO, A FUNÇÃO DOS HEMISFÉRIOS E A PLASTICIDADE NEURAL ............. 5 2.2 CONCEITO E DEFINIÇÕES ........................................................................................ 13 2.3 CLASSIFICAÇÃO ..................................................................................................... 16 2.4 CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS .................................................................................... 18 UNIDADE 3 – ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO . ...................... 29 3.1 CONCEITO E DEFINIÇÃO .......................................................................................... 31 3.2 AS SALAS DE RECURSOS ......................................................................................... 34 3.3 A SALA DE RECURSO PARA DEFICIÊNCIA FÍSICA ......................................................... 37 3.4 ATRIBUIÇÕES DO PROFESSOR NO AEE .................................................................... 38 3.5 A IMPORTÂNCIA DA REVISÃO DO PPP E DO CURRÍCULO ESCOLAR ............................... 40 UNIDADE 4 – AVALIAÇÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA MOT ORA .............. 41 UNIDADE 5 – ADAPTAÇÕES NECESSÁRIAS ................ ....................................... 47 UNIDADE 6 – ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE / AUTONOMIA E I NDEPENDÊNCIA .................................................................................................................................. 56 6.1 ORIENTAÇÃO ......................................................................................................... 57 6.2 RECURSOS DE ADEQUAÇÃO POSTURAL E MOBILIDADE ............................................... 58 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 64 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2 UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO Maria Teresa Egler Mantoan ao prefaciar a obra “Manual de Acessibilidade espacial para escolas” (BRASIL/MEC, 2009) nos lembra que a escola como ambiente educativo inclusivo requer condições que garantam o acesso e a participação autônoma de todos os alunos às suas dependências e atividades de formação e assegurar tais condições é um dos motes dos educadores e demais profissionais que atuam nessas escolas. De imediato e permeando a vida profissional, devemos ter em mente o acolhimento às diferenças, sem restrições, limitações e discriminações. Quando pensamos em inclusão, temos que pensar em diversidade e considerar que todos os alunos possuem características próprias e necessidades diversificadas, sejam eles deficientes ou não. No entanto, em se tratando de alunos deficientes, tais características e necessidades tornam-se acentuadas. Os alunos com deficiência física, por exemplo, precisam ser incentivados e estimulados a adquirir a consciência do próprio corpo e, tanto a escola quanto a família, apresentam papel fundamental nesse aspecto. A prática de esportes é uma alternativa para favorecer o desenvolvimento dessa consciência, bem como de outras competências. Contudo, quando o aluno possui deficiência física, é necessária uma série de adaptações para que, tanto a prática de esportes, quanto a realização de outras atividades, sejam viabilizadas. Pois bem, as breves palavras acima mostram a que veio a apostila intitulada “Atendimento Educacional Especializado para deficiência física e mobilidade”, ou seja, trabalharemos esse tipo de deficiência o que passa por conhecermos a definição, entendermos um pouco do papel do sistema nervoso central e a plasticidade neural, as causas e consequências da deficiência física, como acontece o AEE – Atendimento Educacional Especializado – especificamente, a avaliação desses alunos, as adaptações necessárias e orientação, e mobilidade para que conquiste autonomia e independência. Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 3 deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas opiniões pessoais. Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos estudos. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 4 UNIDADE 2 – DEFICIÊNCIA FÍSICA Segundo Almeida e Coffani (2010), a história do corpo deficiente permite compreender que o homem na pré-história dependia quase que exclusivamente do movimento corporal para sua sobrevivência. As pessoas com algum tipo de deficiência, os idosos e os doentes eram incapazes de se sustentar sozinhos e dependiam da ação da tribo. Em alguns casos, eles eram abandonados em lugares longínquos e perigosos. A morte era uma certeza. Sant’anna (2006) comenta em seus estudos que na antiguidade grega, instalou-se o culto aos corpos. A beleza física era sinal de força, inteligência e obra divina. Assim, os gregos viam os deficientes físicos como uma aberração, algo que deveria ser desprezado e que não poderia estar entre eles. Para Silva, Seabra e Araújo (2008), na Idade Média, guiados por crenças dogmáticas de que o homem deveria ser como a “imagem e semelhança de Deus”, os familiares eram responsáveis por esconder seus filhos defeituosos para eles não sofrerem discriminação de outras pessoas ditas “normais”, pois eram vistos como seres possuidores de demônios, e a deficiência, como algo sobrenatural. A partir da Segunda Guerra Mundial e, em especial, com o pleno desenvolvimento das ciências, esse quadro sofreu modificações: viu-se que a deficiência não era causada por algum mau espírito e que estava relacionada à saúde. Percebe-se que a forma como a sociedade vê os deficientes físicos vem mudando ao longo do tempo. Na década de 1960 e início de 1970, surge, na Dinamarca, a filosofia da integração e normalização, que tem como foco levaro indivíduo a ter uma vida “normal” e a integração do aluno no ensino regular (ALMEIDA; COFFANI, 2010). Inúmeros estudos afirmam que a educação física é parte integrante da formação integral do ser humano; no contexto escolar, especificamente, a educação do corpo pelo movimento pode abranger a pessoa como um todo. A partir da inclusão das pessoas com deficiência física (não exclusivamente estas, mas as demais deficiências) no ensino regular, é pertinente também a sua inclusão na disciplina de educação física escolar, pois é importante que o aluno com deficiência física participe e vivencie as práticas corporais que podem trazer mais autoconfiança e independência, além de favorecer ao estabelecimento das inter-relações sociais. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 5 O movimento corporal permite que o ser humano se comunique, estabeleça ações com a sociedade e trocas de experiências. Por meio do corpo em movimento, potencializa-se a expressão da linguagem, principalmente a cultural, que envolve a dança, os esportes, entre outros (ALMEIDA; COFFANI, 2010). Nesse contexto, vale citar que a educação física escolar pode possibilitar a construção de valores éticos, como o respeito mútuo e a valorização das diferenças, e permite ao aluno desenvolver e demonstrar suas capacidades psicomotoras e suas dificuldades, para que possam ser trabalhadas juntamente aos demais alunos, estabelecendo, assim, um convívio social baseado na cooperação (BRASIL, 2000). 2.1 O sistema nervoso, a função dos hemisférios e a plasticidade neural O papel primário do Sistema Nervoso (SN) é coordenar e controlar a maior parte das funções de nosso corpo. Para fazer isso, o Sistema Nervoso recebe milhares de informações dos diferentes órgãos sensoriais e, a seguir, integra todas elas, para depois determinar a resposta a ser executada pelo corpo. Essa resposta será expressa pelo comportamento motor, atividade mental, fala, sono, busca por alimento, regulação do equilíbrio interno do corpo, entre outros. De acordo com a estrutura do sistema nervoso, temos partes situadas dentro do cérebro, da coluna vertebral e outras distribuídas por todo corpo. As primeiras recebem o nome coletivo de sistema nervoso central (SNC), e as últimas, de sistema nervoso periférico (SNP). É no sistema nervoso central que está a grande maioria das células, seus prolongamentos e os contatos que fazem entre si. No sistema nervoso periférico, estão relativamente poucas células, mas há um grande número de prolongamentos chamados fibras nervosas, agrupadas em filetes alongados chamados nervos. O caminho de evolução do SNC percorrido pelo seres humanos se deu em direção à crescente intercomunicação entre neurônios, levando ao desenvolvimento de novas estruturas neuronais, que nos possibilitam uma mais rica percepção consciente do mundo em que vivemos e uma mais efetiva adaptação a diferentes ambientes. O processo evolutivo levou (até pela complexidade de suas dimensões e potencialidades) à separação de funções entre os nossos hemisférios corticais, Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 6 criando-nos, de um lado, um “cérebro” cognitivo, racional e analítico e, de outro, um “cérebro” intuitivo, afetivo e emocional. Da existência destes dois modos operacionais surge-nos, se soubermos integrá-los harmoniosamente, a potencialidade de um processo de consciência bastante ampliado e de uma vida mais plena, criativa e amorosa. É preciso também notar que o processo de interação entre os neurônios não é fixo, mesmo após o nosso desenvolvimento e maturação iniciais. Ao contrário, dada a plasticidade entre as conexões sinápticas e à ação variável de substâncias transmissoras e moduladoras, o cérebro deve ser entendido como um conjunto de sistemas funcionais altamente dinâmicos com amplas potencialidades de reajuste e até de recuperação. Finalmente é preciso considerar que o homem não é um organismo acabado. Seu cérebro continua em constante evolução biológica adequando-se sempre a novas circunstâncias, e em busca do equilíbrio (SCHMIDEK; CANTOS, 2008). Aos nossos propósitos, é preciso saber as funções essenciais do sistema nervoso: ajustar o organismo ao ambiente; perceber e identificar as condições ambientais externas, bem como as condições reinantes dentro do próprio corpo; elaborar respostas que adaptem a essas condições; função sensorial, integrativa e motora. Experiências sensoriais podem provocar uma reação imediata no corpo ou podem ser armazenadas como memória no encéfalo por minutos, semanas ou anos, até que sejam utilizadas num futuro controle de atividades motoras ou em processos intelectuais. A cada momento somos bombardeados por milhares de informações, no entanto, armazenamos e utilizamos aquelas que, de alguma forma, sejam significativas para nós e descartamos outras não relevantes. Aprendemos aquilo que vivenciamos e a oportunidade de relações e correlações, exercícios, observações, autoavaliação e aperfeiçoamento na execução das tarefas fará diferença na qualidade e quantidade de coisas que poderemos aprender no curso de nossas vidas. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 7 Piaget afirma que a inteligência se constrói mediante a troca entre o organismo e o meio, mecanismo pelo qual se dá a formação das estruturas cognitivas. O organismo com sua bagagem hereditária, em contato com o meio, perturba-se, desequilibra-se e, para superar esse desequilíbrio e se adaptar, constrói novos esquemas (BRASIL, 2003, p. 19). Dessa maneira, as ações da criança sobre o meio: fazer coisas, brincar e resolver problemas podem produzir formas de conhecer e pensar mais complexas, combinando e criando novos esquemas, possibilitando novas formas de fazer, compreender e interpretar o mundo que a cerca. O aprendizado tem início muito precoce! Durante a primeira etapa do desenvolvimento infantil, a criança especializa e aumenta seu repertório de relações e expressões através dos movimentos e das sensações que estes lhe proporcionam; das ações que executa sobre o meio; da reação do meio, novamente percebida por ela. Sensações experimentadas, significadas afetiva e intelectualmente, armazenadas e utilizadas, reutilizadas e percebidas em novas relações e, assim por diante, vão formando um banco de dados que no futuro será retomado em processamentos cada vez mais complexos e abstratos. Camargo (1994, p. 20) citando Piaget diz que é a criança cientista, interessada em relações de causalidade, empírica ainda, mas sempre em busca de novos resultados por tentativa e erro. Desta forma, podemos dizer que à medida que a criança evolui no controle de sua postura e especializa seus movimentos, sendo cada vez mais capaz de deslocar-se e aumentar sua exploração do meio, está lançando as bases de seu aprendizado, seu corpo está sendo marcado por infinitas e novas sensações. Desde o nascimento, o cérebro infantilestá em constante evolução através de sua inter-relação com o meio. A criança percebe o mundo pelos sentidos, age sobre ele, e esta interação se modifica durante a evolução, entendendo melhor, pensando de modo mais complexo, comportando-se de maneira mais adequada, com maior precisão práxica, à medida que domina seu corpo (LEFÈVRE s.d. apud CAMARGO, 1994). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 8 Neste sentido, a criança com deficiência física não pode estar em um mundo à parte para desenvolver habilidades motoras. É preciso que ela receba os benefícios tecnológicos e de reabilitação em constante interação com o ambiente ao qual ela pertence. É muito mais significativo à criança desenvolver habilidades de fala se ela tem com quem se comunicar. Da mesma forma, é mais significativo desenvolver habilidade de andar se para ela está garantido o seu direito de ir e vir. O ambiente escolar é para qualquer criança o espaço por natureza de interação de uns com os outros. É nesse espaço que nos vemos motivados a estabelecer comunicação, a sentir a necessidade de se locomover, entre outras habilidades que nos fazem pertencer ao gênero humano. O aprendizado de habilidades ganha muito mais sentido quando a criança está imersa em um ambiente compartilhado que permite o convívio e a participação. A inclusão escolar é a oportunidade para que de fato a criança com deficiência física não esteja à parte, realizando atividades meramente condicionadas e sem sentido. Mesmo sem entrarmos em detalhes sobre o SN, vale saber, de acordo com o quadro resumo abaixo, as funções dos componentes desse sistema: Córtex Cerebral Pensamento Movimento voluntário Linguagem Julgamento Percepção Cerebelo Movimento Equilíbrio Postura Tônus muscular Tronco encefálico Respiração Ritmo dos batimentos cardíacos Pressão arterial Mesencéfalo Visão Audição Movimento dos olhos Movimento do corpo Tálamo Integração sensorial Integração motora Sistema límbico Comportamento emocional Memória Aprendizado Emoções Vida vegetativa (digestão, circulação, excreção etc.). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 9 Apesar do nosso cérebro ser divido em dois hemisférios, não existe relação de dominância entre eles, pelo contrário, eles trabalham em conjunto, utilizando-se dos milhões de fibras nervosas que constituem as comissuras cerebrais e se encarregam de pô-los em constante interação. O conceito de especialização hemisférica se confunde com o de lateralidade (algumas funções são representadas em apenas um dos lados, outras nos dois) e de assimetria (um hemisfério não é igual ao outro). Segundo Lent (2002), o hemisfério esquerdo controla a fala em mais de 95% dos seres humanos, mais isso não quer dizer que o direito não trabalhe, ao contrário, é a prosódia do hemisfério direito que confere à fala nuances afetivas essenciais para a comunicação interpessoal. O hemisfério esquerdo é também responsável pela realização mental de cálculos matemáticos, pelo comando da escrita e pela compreensão dela através da leitura. Já o hemisfério direito é melhor na percepção de sons musicais e no reconhecimento de faces, especialmente quando se trata de aspectos gerais. O hemisfério esquerdo participa também do reconhecimento de faces, mas sua especialidade é descobrir precisamente quem é o dono de cada face. Da mesma forma, o hemisfério direito é especialmente capaz de identificar categorias gerais de objetos e seres vivos, mas é o esquerdo que detecta as categorias específicas. O hemisfério direito é melhor na detecção de relações espaciais, particularmente as relações métricas, quantificáveis, aquelas que são úteis para o nosso deslocamento no mundo. O hemisfério esquerdo não deixa de participar dessa função, mas é melhor no reconhecimento de relações espaciais categoriais qualitativas. Finalmente, o hemisfério esquerdo produz movimentos mais precisos da mão e da perna direitas do que o hemisfério direito é capaz de fazer com a mão e a perna esquerda (na maioria das pessoas). O conceito de dominância hemisférica surgiu para explicar a relação entre a atividade dos dois hemisférios, no sentido de que determinadas funções linguísticas exercidas predominantemente pelo hemisfério esquerdo exerceriam uma dominância sobre as funções do hemisfério direito. Entretanto, estudos mais recentes mostraram que os dois hemisférios não interagem através do domínio de um sobre o outro, mas sim através da especialização de certas funções, ou seja, um Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 10 dos hemisférios é encarregado por um grupo de funções, enquanto o segundo encarrega-se de outras. O que é importante ressaltar é que ambos trabalham em conjunto. Esse novo conceito é chamado de especialização hemisférica. Resumindo, estudos revelaram que o hemisfério direito percebe e comanda funções globais, categoriais, enquanto o esquerdo se encarrega das funções mais específicas relacionadas com a linguagem. Hemisfério esquerdo Hemisfério direito A plasticidade neural A plasticidade neural refere-se à capacidade que o SNC possui em modificar algumas das suas propriedades morfológicas e funcionais em resposta às alterações do ambiente. Na presença de lesões, o SNC utiliza-se desta capacidade na tentativa de recuperar funções perdidas e/ou, principalmente, fortalecer funções similares relacionadas às originais (OLIVEIRA, SALINA; ANNUNCIATO, 2000). A plasticidade do SNC ocorre, classicamente, em três estágios: desenvolvimento, aprendizagem e após processos lesionais. Desenvolvimento – na embriogênese, tem-se a diferenciação celular, em que células indiferenciadas, por expressão genética, passam a ser neurônios. Após Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 11 a proliferação, migram para os locais adequados e fazem conexões entre si (ANNUNCIATO; SILVA, 1995). Os neurônios dispõem de uma capacidade intrínseca sobre sua posição em relação a outros neurônios, e seus axônios alcançam seus destinos graças aos marcadores de natureza molecular e à quimiotaxia. A secreção de substâncias neurotróficas, neste caso, os fatores de crescimento ajudam o axônio na busca de seu alvo (LINDEN, 1993). A maturação do SNC inicia-se no período embrionário e só termina na vida extrauterina. Portanto, sofre influências dos fatores genéticos, do microambiente fetal e, também, do ambiente externo, sendo este último de grande relevância para seu adequado desenvolvimento. O processo da aprendizagem pode ocorrer a qualquer momento da vida de um indivíduo, seja criança,adulto ou idoso, propiciando o aprendizado de algo novo e modificando o comportamento de acordo com o que foi aprendido. A aprendizagem requer a aquisição de conhecimentos, a capacidade de guardar e integrar esta aquisição (MANSUR; RADONOVIC, 1998) para posteriormente ser recrutada quando necessário. A reabilitação física, entre outros fatores, tem por objetivo favorecer o aprendizado ou reaprendizado motor, que é um processo neurobiológico pelo qual os organismos modificam temporária ou definitivamente suas respostas motoras, melhorando seu desempenho, como resultado da prática (PIEMONTE; SÁ, 1998). Durante o processo de aprendizagem, há modificações nas estruturas e funcionamento das células neurais e de suas conexões, ou seja, o aprendizado promove modificações plásticas, como crescimento de novas terminações e botões sinápticos, crescimento de espículas dendríticas, aumento das áreas sinápticas funcionais (KLEIM; BALLARD; GRRENOUGH; 1997 apud OLIVEIRA, SALINA; ANNUNCIATO, 2000), estreitamento da fenda sináptica, mudanças de conformação de proteínas receptoras, incremento de neurotransmissores. A prática ou a experiência promovem, também, modificações na representação do mapa cortical (ARNSTEIN, 1997 apud OLIVEIRA, SALINA; ANNUNCIATO, 2000). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 12 Pascual-Leone et al (1995 apud OLIVEIRA; SALINA; ANNUNCIATO, 2000) demonstraram que a aquisição de uma nova habilidade motora, por exemplo, tocar piano, reorganizava o mapa cortical, aumentando a área relacionada aos músculos flexores e extensores dos dedos. Em um estudo com leitores de Braille, verificaram que o dedo indicador utilizado para a leitura tem maior representação cortical que o dedo contralateral. Jueptner et al (1997) e Grafton et al (1998 apud OLIVEIRA; SALINA; ANNUNCIATO, 2000), por sua vez, encarregaram-se de mapear as áreas do SNC que são ativadas durante o processo de aprendizagem motora, em que eram realizados movimentos com as mãos, e verificaram que várias regiões agem em conjunto, como o córtex motor primário, o córtex pré-motor, a área motora suplementar, a área somatossensorial, os núcleos da base, entre outras. Após processos lesionais – a lesão promove no SNC vários eventos que ocorrem, simultaneamente, no local da lesão e distante dele. Em um primeiro momento, as células traumatizadas liberam seus aminoácidos e seus neurotransmissores, os quais, em alta concentração, tornam os neurônios mais excitados e mais vulneráveis à lesão. Neurônios muito excitados podem liberar o neurotransmissor glutamato, o qual alterará o equilíbrio do íon cálcio e induzirá seu influxo para o interior das células nervosas, ativando várias enzimas que são tóxicas e levam os neurônios à morte. Esse processo é chamado de excitotoxicidade (SILVA, 1995). Ocorre, também, a ruptura de vasos sanguíneos e/ou isquemia cerebral, diminuindo os níveis de oxigênio e glicose, que são essenciais para a sobrevivência de todas as células (OLIVEIRA; SALINA; ANNUNCIATO, 2000) A falta de glicose gera insuficiência da célula nervosa em manter seu gradiente transmembrânico, permitindo a entrada de mais cálcio para dentro da célula, ocorrendo um efeito cascata (RAFFINI, 1999). De acordo com o grau do dano cerebral, o estímulo nocivo pode levar as células nervosas à necrose, havendo ruptura da membrana celular, fazendo com que as células liberem seu material intracitoplasmático e, então, lesem o tecido vizinho; ou pode ativar um processo genético denominado apoptose, em que a célula nervosa mantém sua membrana plasmática, portanto, não liberando seu material intracelular, não havendo liberação de substâncias com atividade Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 13 próinflamatória e, assim, não agredindo outras células (LINDEN, 1996; VEGA; ROMANO SILVA, 1999). A apoptose é desencadeada na presença de certos estímulos nocivos, principalmente pela toxicidade do glutamato, por estresse oxidativo e alteração na homeostase do cálcio. A lesão promove, então, três situações distintas: (a) uma em que o corpo celular do neurônio foi atingido e ocorre a morte do neurônio, sendo, neste caso, o processo irreversível; (b) o corpo celular está íntegro e seu axônio está lesado; ou, (c) o neurônio se encontra em um estágio de excitação diminuído (SILVA, 1995). São vários os mecanismos de reparação e reorganização do SNC que começam a surgir imediatamente após a lesão e podem perdurar por meses e até anos (SILVA, 2000). São eles: • recuperação da eficácia sináptica; • potencialização sináptica; • supersensibilidade de denervação; • recrutamento de sinapses silentes; • brotamentos (ANNUNCIATO, 1994; OLIVEIRA, SALINA; ANNUNCIATO, 2000). 2.2 Conceito e definições Dentre as diversas definições para a deficiência física, podemos entendê-la como uma alteração no corpo que provoca dificuldades na movimentação das pessoas e as impede de participarem da vida de forma independente. Ou como uma desvantagem, resultante de um comprometimento ou de uma incapacidade, que limita ou impede o desempenho motor do indivíduo. Ou ainda, refere-se ao comprometimento do aparelho locomotor que compreende o sistema ósteo-articular, o sistema muscular e o sistema nervoso; as doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas, isoladamente ou em conjunto, podem produzir quadros de limitações físicas de grau e gravidade variáveis, segundo o(s) segmento(s) corporais afetados e o tipo de lesão ocorrida. Assim, a deficiência física ou motora pode ser considerada um distúrbio da estrutura anatômica ou da função, que interfere na movimentação e/ou locomoção do indivíduo. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 14 No Decreto Federal nº 5.296/04, considera-se deficiência física a alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física. São elas: paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, e membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que produzam dificuldades para o desempenho de funções. Essa definição nos leva a entender que a função física pode ficar comprometida quando faltar algum membro (quando houver amputação), sua má- formação ou deformação (alterações que comprometam o sistema muscular e esquelético). Desde que as sociedades foram formadas, as pessoas foram criando conceitos e teorias. Às vezes, como o passar dos anos, muitos desses conceitos e dessas teorias foram ou são utilizados para discriminar, inferiorizar e distinguir as pessoas umas das outras. Por isso, no transcorrer da história da humanidade, as pessoas que não nasciam com o corpo perfeito eram tidas como anormais. Isto quer dizer, eram os deficientes. Uma pessoa é deficiente quando“tem perda de uma de suas funções, seja ela física, psicológica ou sensorial” (SCHIRMER et al 2007, p. 21). Então, de acordo com Gil; Santos; Barbato (2010, p. 259), deficiência física, em linhas gerais, diz respeito à perda ou redução da capacidade de movimento de qualquer parte do corpo em decorrência de lesões neurológicas, neuromusculares, ortopédicas ou malformações congênitas e adquiridas. Os autores citam alguns exemplos de patologias que costumam remeter a uma deficiência física, as quais veremos detalhes mais adiante: lesão cerebral (paralisia cerebral, traumatismo crânio-encefálico); lesão medular (tetraplegias, paraplegias); miopatias (distrofias musculares); patologias degenerativas do sistema nervoso central (esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica, Mal de Parkinson); lesões nervosas periféricas; amputações; sequelas de politraumatismos; malformações congênitas; distúrbios dolorosos, posturais ou sequelas de patologias Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 15 da coluna ou articulações dos membros (cifoses, hérnias de disco, artropatias, reumatismo); sequelas de queimaduras. Durante muito tempo, as pessoas nascidas com qualquer tipo de comprometimento físico eram excluídas da sociedade, às vezes, de forma arbitrária. Exemplos claros são os casos que aconteciam na Antiguidade, principalmente, com os hebreus e egípcios. Estes viam a deficiência com uma punição de Deus (deuses). Por isso, limitavam o acesso e o contado com pessoas que tinham deficiência. Na Grécia Antiga, principalmente na cidade de Esparta conforme Purificação; Souza; Melo (s/d), “as crianças que nasciam frágeis ou deficientes, eram lançadas ao abismo ou abandonados nas montanhas. Na Roma antiga existia lei que autorizava o pai a matar os filhos defeituosos, jogando-os nos rios”. Dessa forma, essas crianças eram privadas de viver, pois elas eram excluídas da sociedade. Hoje temos consciência que todas as pessoas fazem parte da sociedade, por isso as pessoas com necessidades educacionais especiais (NEE) precisam estar também em contato com as outras consideradas “normais”. Tunes, Tacca e Bartholo (2005) afirmam que é no convívio social e na experiência interpessoal que haverá a possibilidade do processo de elaboração e reelaboração de sentidos que organizam e integram a atividade psíquica dos participantes da relação. Diante disso, fica claro e evidente que a pessoa com deficiência física contribui também para o desenvolvimento da sociedade na qual está inserida. Mas, para que o atendimento educacional especializado (AEE) seja satisfatório, as pessoas ligadas à área educacional, como professores, psicólogos, coordenadores pedagógicos, entre outros, precisam conhecer/identificar qual deficiência física o educando possui. Gil, Santos e Barbato (2010, p. 260) afirmam que é importante conhecer a patologia com a qual o aluno convive, suas manifestações e curso de desenvolvimento, no entanto, essas alterações podem implicar singularidades nos modos de mobilidade, alimentação, coordenação motora, comunicação oral ou escrita, por exemplo, o que pode remeter à necessidade de adaptações para a realização das atividades escolares. Ressalta-se ainda que tais dificuldades podem se modificar ao longo do tempo conforme o curso de desenvolvimento da pessoa e/o da patologia. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 16 Dessa forma, nota-se a importância de conhecer bem cada aluno. Fazendo isso, os profissionais da educação evitam tirar conclusões equivocadas a respeito do processo ensino-aprendizagem do aluno. Os mesmos autores informam ainda que às vezes, o que pode parecer uma perda ou piora do quadro em um determinado momento de vida da pessoa é o esperado no curso de desenvolvimento da patologia. Pode-se dizer em linhas gerais que “concretizar a inclusão escolar de uma criança com qualquer deficiência implica uma mudança paradigmática, um deslocamento da ótica da falta para o potencial” (GIL; SANTOS; BARBATO, 2010. p. 261). 2.3 Classificação Podemos classificar a deficiência física de várias maneiras. Quanto à natureza, podemos dividir as deficiências físicas em: • distúrbios ortopédicos – referem-se a problemas originados nos músculos, ossos e/ou articulações; • distúrbios neurológicos – que se referem a deterioração ou lesão do sistema nervoso. A deficiência física também pode ser dividida em congênita ou adquirida; aguda ou crônica; permanente ou temporária; e, progressiva ou não progressiva. Quanto às lesões motoras decorrentes de lesão do sistema nervoso, estas podem ser de diferentes tipos, como alterações de: • ordem muscular – hipertonias, hipotonias, atividades reflexas, movimentos descoordenados e involuntários; • ordem nervosa, no que diz respeito à sensibilidade e à força muscular – hemiparesias, paraparesia, monoparesia e tetraparesia (BRASIL, 1999). Quando se trata de alterações funcionais motoras decorrentes de lesão do Sistema Nervoso, observaremos, principalmente, a alteração do tônus muscular (hipertonia, hipotonia, atividades tônicas reflexas, movimentos involuntários e incoordenados). As terminologias “para, mono, tetra, tri e hemi”, diz respeito à determinação da parte do corpo envolvida, significando respectivamente, “somente Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 17 os membros inferiores, somente um membro, os quatro membros, três membros ou um lado do corpo” (BRASIL, 1999). Como a deficiência física se refere ao comprometimento do aparelho locomotor, irá compreender o sistema Osteoarticular, o Sistema Muscular e o Sistema Nervoso. As doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas, isoladamente ou em conjunto, podem produzir grandes limitações físicas de grau e gravidades variáveis, segundo os segmentos corporais afetados e o tipo de lesão ocorrida (BRASIL, 2006, p. 28). A paralisia cerebral é uma das causas mais frequentes que encontramos como deficiência física e que chega até a escola, portanto, faz-se necessário dar uma atenção especial ao seu estudo. As crianças que sofrem dessa patologia são motivo de grande preconceito e discriminação na escola, principalmente porque as pessoas pensam que é uma deficiência mental, o que é um grande equívoco. Muitas dessas crianças têm dificuldades de se comunicar e expressar devido às suas limitações motoras e não cognitivas e demonstram um comportamento alheio à realidade, por falta de oportunidades e de mediações que lhes auxiliem na expressão de toda sua vontade. A principal característica da paralisia cerebral é o déficit motor, entretanto, quase sempre se pode encontrar um ou outro distúrbio decorrente da lesão neurológica como: convulsões que podem levar ao déficit cognitivo, alterações oculares e visuais, distúrbios de deglutição, comprometimento auditivo, alterações nas funções corticais superiores, distúrbios do comportamento (BRASIL, 2007). Importanteressaltar que esses distúrbios que acompanham a paralisia cerebral podem ser decorrentes também do meio em que a criança vive, suas condições de higiene, nutrição, tratamentos e oportunidades em geral. Como causas da paralisia cerebral que podem ocorrer isoladas ou associadas, Braga (1995 apud BRASIL, 2007) sintetiza assim: 1. pré-natais – infecções intrauterinas (rubéola, toxoplasmose, citomegalia, herpes e sífilis), anóxia fetal, exposição à radiação ou a drogas, erros de migração neuronal e outras malformações cerebrais; Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 18 2. perinatais – complicações durante o parto (traumatismo cerebral ou anóxia em trabalho de parto difícil ou demorado), prematuridade, nascimento com baixo peso, entre outros; 3. pós-natais – traumatismos crânio-encefálicos, infecções do sistema nervoso central (encefálicos e meningites), anóxia cerebral (devido a asfixias, afogamentos, convulsões ou paradas cardíacas) e acidente vascular cerebral. 2.4 Causas e consequências As causas são diversas, podendo estar ligadas a problemas genéticos, complicações na gestação ou gravidez, doenças infantis e acidentes. São considerados fatores de risco: violência urbana, uso de drogas, acidentes desportivos, sedentarismo, acidentes do trabalho, epidemias/endemias, tabagismo, agentes tóxicos, maus hábitos alimentares e falta de saneamento básico. Enfatizando as causas para deficiência física, temos: • causas pré-natais – problemas durante a gestação (remédios tomados pela mãe. Tentativas de aborto malsucedidas, perdas de sangue durante a gestação, crises maternas de hipertensão, problemas genéticos e outras); • causas perinatais – problema respiratório na hora do nascimento, prematuridade, bebê que entra em sofrimento na hora do nascimento por ter passado da hora, cordão umbilical enrolado no pescoço e outras; • causas pós-natais – parada cardíaca, infecção hospitalar, meningite ou outra doença infecto-contagiosa ou quando o sangue do bebê não combina com o da mãe (se esta for Rh negativo), traumatismo craniano ocasionado por uma queda muito forte e outras; • no caso de jovens e adultos, a deficiência física pode ocorrer após uma lesão medular, aneurisma, acidente vascular cerebral ou outros problemas. Uma das doenças que já foi a maior causa de deficiência física no Brasil é a paralisia infantil (poliomielite) que atualmente está erradicada, graças às campanhas de vacinação e à tomada de consciência dos pais que compreenderam a importância desta vacina. Há, contudo, a ocorrência da síndrome do pós-pólio, que deve ser observada com atenção. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 19 As mutilações e as sequelas motoras (sejam de causas ligadas a moléstias ou acidentes) podem ser subdivididas de acordo com os sistemas orgânicos de origem, que foram afetados: • de origem encefálica – neste grupo incluímos a esclerose múltipla, o AVC, Paralisia Cerebral; • de origem espinhal – neste grupo estão incluídas poliomielite, traumatismos com ruptura ou compressão medular, má-formação, como espinha bífida, por degeneração, como a Síndrome de Werdnig-Hoffmann, etc.; • de origem muscular – especialmente a distrofia muscular progressiva (ou miopatia) de origem ósteo-articular: são aqui incluídas a luxação coxo- femoral, artrogripose (contração permanente da articulação) múltipla, ausência congênita de membros ou partes; • de formas distróficas como osteocondriosis (coxa plana), osteogenesis imperfecta (doença que fragiliza o tecido ósseo, sendo popularmente chamada de “ossos de vidro”), condodistrofia, amputações, entre outras. Mais uma vez enfocando a paralisia cerebral (encefalopatia crônica da infância), é um distúrbio não progressivo da motricidade, que evidencia-se na movimentação e postura. Esse distúrbio é causado por uma lesão ou mal funcionamento do cérebro, o qual ocorre antes dos 3 (três) anos de idade. Exemplifica o grupo dos distúrbios neurológicos de origem encefálica da deficiência motora. Geralmente refere-se ao portador de “PC” (paralisia cerebral). Estatisticamente, 86% das causas são provenientes de fatores pré e perinatais e 14% são provenientes de fatores pós-natais. A incidência diminui conforme melhora o conhecimento e o desenvolvimento dos serviços de saúde. Cada distúrbio é classificado de acordo com alguns fatores que são citados no diagnóstico. Nesse contexto. podemos dizer que existem três tipos de classificação. 1) Classificação fisiológica (ou quanto ao tônus muscular): a) rigidez – os músculos dos membros são tensos e se contraem fortemente quando se tenta movimentá-los ou alongá-los, onde mesmo os reflexos exacerbados são inibidos. É uma forma severa de espasticidade; Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 20 b) espasticidade – o termo espástico é usado para descrever o tipo de paralisia cerebral onde o tônus muscular é muito alto (tenso). Os portadores de PC espástica têm movimentos desajeitados e rígidos porque seus músculos são muito tensos. Eles têm dificuldade ao modificar sua posição ou ao tentar pegar algo com suas mãos. Este é o tipo mais comum de PC. Os autores referem que cerca de 50% a 75% dos portadores de paralisia cerebral têm o tipo espástico (Bleck, 1981; Souza, 1998). Há uma hiper-reflexia dos tendões profundos dos músculos dos membros envolvidos. Os indivíduos ficam sujeitos a contraturas e deformidades que se desenvolvem durante o crescimento; c) atetose – caracterizada por movimentos involuntários e variações do tônus muscular resultante de lesões dos núcleos situados no interior dos hemisférios cerebrais (sistema extrapiramidal). O tônus muscular flutua gerando movimentos involuntários e os movimentos voluntários se deformam, ficando retorcidos; d) ataxia – caracterizada por diminuição do tônus muscular, incoordenação dos movimentos e equilíbrio deficiente, devido a lesões no cerebelo ou das vias cerebelares. Os portadores de PC atáxica parecem muito instáveis e trêmulos; e) tremor – aparece apenas na movimentação involuntária. Chamado também de tremor intencional; f) hipotonia – o tônus muscular é baixo. Também chamada de atonia, flacidez ou frouxidão. Geralmente evolui para uma atetose; g) mista – em alguns casos observa-se uma variação do tônus de acordo com o grupo muscular envolvido (em alguns ele é muito baixo e em outros muito alto). A combinação mais comum é a PC espática-atetóide. Estima-se que 25% dos portadores de PC apresentem um quadro misto. 2) Classificação topográfica1: 1 Enquanto “Plegia” é a ausência TOTAL de movimentos. “Paresia” é a ausência PARCIAL de movimentos. Ou seja, um aluno que apresenta uma “PLEGIA” é muito mais comprometido (em nível de movimentação) do que um aluno que apresenta uma “PARESIA”. Ter uma lesão “HEMI” significa ter uma lesão em meio lado do corpo. Ter uma lesão “PARA” significa teruma lesão abaixo da cintura. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 21 Com as informações da nota de rodapé, podemos fazer as seguintes relações: � um aluno que apresenta uma HEMIPLEGIA tem um comprometimento motor total em meio lado do corpo; � um aluno que apresenta uma HEMIPARESIA tem um comprometimento motor parcial em meio lado do corpo; � um aluno que apresenta uma PARAPLEGIA tem um comprometimento motor total abaixo da cintura, decorrente de uma lesão medular; são os “paraplégicos”; � um aluno que apresenta uma PARAPARESIA tem um comprometimento motor parcial abaixo da cintura. � monoplegia – ausência de movimentos em apenas um membro do corpo, como um dos braços ou uma das pernas; � diplegia – ausência de movimentos em dois membros do corpo, como os dois braços ou as duas pernas; � tetraplegia – ausência de movimentos nos quatro membros do corpo, braços e pernas, decorrente de uma lesão medular; � amputações – quando há retirada total ou parcial de um ou mais membros do corpo. As pessoas que apresentam paraplegia, ou seja, um comprometimento total abaixo da cintura muitas vezes, podem frequentar uma sala regular. São as pessoas conhecidas como “paraplégicos” e usuários de cadeiras de rodas quem chamamos de “cadeirantes”. A cada ano, milhões de pessoas em todo o mundo sofrem lesões diretas na medula espinal. Frequentemente, nesses casos, a medula espinal é completamente lesionada, deixando a vítima sem sensibilidade ou movimento do local da lesão para baixo. As formas mais comuns são decorrentes de acidentes de carro, armas de fogo, mergulhos, quedas, entre outros. Para se lesar uma medula espinal, basta um único trauma que interrompa o mecanismo de contato do cérebro com a parte do corpo. Se pelo menos o trauma pudesse ser reparado, as funções sensoriais e motaras poderiam ser recuperadas. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 22 Para deixar mais claro esse conceito, usaremos a metáfora da luz elétrica. Quando queremos acender uma luz, um simples toque num interruptor faz com que a lâmpada acenda. Por mais que pareça um toque de mágica, não é bem assim. Entre o interruptor e a lâmpada, temos um fio que passa por dentro da parede. No caso de ocorrer algum corte entre esse sistema, com certeza essa luz não será acesa. É o que acontece com as pessoas que apresentam uma lesão na medula, ou lesão medular. Ocorre um trauma entre a ligação do cérebro e a parte do corpo que seria movimentada pelo impulso nervoso. O problema é que as fibras nervosas não se regeneram após um trauma. Esses obstáculos podem ser vencidos de alguma forma? Estudos sugerem a possibilidade de induzir o crescimento de fibras neurais após um trauma na medula espinal. Por exemplo, se a medula espinal de pintinhos ou de outros filhotes de animais for seccionada nas primeiras duas semanas de vida, ela se regenera e seu funcionamento normal é recuperado. Provavelmente, se a soma de fatores de crescimento que permitem essa regeneração da medula espinal fosse identificada e aplicada em lesões na medula espinal de seres humanos adultos, talvez essa mesma regeneração pudesse ocorrer. 3) Classificação quanto ao grau de acometimento: a) leve; b) moderada; c) grave (TEIXEIRA, 2010). Algumas causas que levam à deficiência física Hidrocefalia – caracterizada por retenção do líquido céfalo raquidiano (LCR) nos ventrículos ou no espaço aracnoideano. Pode ser congênita (devido à uma anomalia ou adquirida devido à tumores, por exemplo). Resulta numa macrocefalia. Os principais cuidados são relativos aos drenos, colocados cirurgicamente, para derivar o excesso de líquor (LCR). Mesmo assim, o excesso de líquor pode levar à compressões no encéfalo levando à lesões, causando deficiências motoras, sensoriais ou cognitivas e distúrbios comportamentais. As principais implicações são: dificuldade de alinhamento corporal, alteração na sensibilidade cinestésica, Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 23 alterações no equilíbrio e postura e dificuldades no movimento e alinhamento da cabeça. Esta também relaciona-se a um distúrbio neurológico de origem encefálica. Acidente vascular cerebral (AVC) – definido como uma interrupção na circulação cerebral, levando à lesão de células de áreas sensoriais e/ou motoras deixando sequelas correspondentes à área lesada. Sua classificação topográfica e neuroanatômica é igual ao da paralisia cerebral, sendo também um distúrbio neurológico de origem encefálica. Poliomielite – é uma doença infecciosa causada por um vírus que ataca o tecido nervoso (medula e/ou cérebro), geralmente as células motoras do corno2 anterior da medula. Acomete principalmente crianças e adolescentes. Causa paralisia flácida. O vírus entra pelo trato intestinal se difundindo pela corrente sanguínea, instalando-se nas células motoras. Pode deixar fraqueza muscular, paralisia, chegando a deformidades esqueléticas (atrofias). Exemplifica um distúrbio neurológico de origem espinhal. A lesão é no sistema nervoso levando a sequelas também no sistema osteomuscular. Há permanência da sensibilidade e ausência ou diminuição dos movimentos e da força muscular. Este sinal é considerado como diferencial da lesão medular congênita ou por trauma. Lesão medular – um trauma direto com rompimento da medula, pode ocorrer por acidentes. Os mais comuns são: lesão por arma de fogo (tiro), acidente automobilístico, mergulho em águas rasas, lesão por erro médico e por acidentes domésticos. O comprometimento vai depender de muitos fatores, entre eles, o lugar da lesão e tratamentos necessários. Nessa situação a deficiência física é uma condição adquirida resultante de um trauma, lesão ou problemas de crescimento e desenvolvimento, também constitui-se de um distúrbio neurológico de origem espinhal. A maior incidência está entre indivíduos entre 15 e 28 anos de idade (40% em consequência de acidentes automobilísticos, 20% por quedas, 40% por disparos, acidentes esportivos, industriais e agrícolas). As lesões das vértebras cervicais é a mais comum (C5 e C6) e a das vértebras torácicas vem em segundo lugar (T12 a L1). 2 Formação de aspecto pontudo existente em diversos locais do corpo. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 24 Há perda de movimentos e sensibilidade abaixo do nível da lesão. São divididas em lesões completas (totais) onde há perda das funções (motoras e de sensibilidade) abaixo do nível da lesão; e incompletas (parciais) onde há permanência de alguma função muscular residualalém do local da lesão. A sensibilidade fica alterada. Microcefalia – é representada pela defasagem no crescimento do cérebro, devido ao fechamento precoce dos ossos do crânio chamado craniossinosteose. A calota óssea do crânio acaba impedindo que o cérebro cresça, trazendo consequências para a saúde e o desenvolvimento da criança. Essa é a principal causa da microcefalia. Ela não é uma deficiência em si, mas normalmente acarreta o surgimento de uma deficiência física, intelectual, entre outras. Mielomeningocele – é uma anormalidade congênita do sistema nervoso, que se desenvolve nos primeiros dois meses de gestação e provoca problemas na formação do tubo neural. Na maioria dos casos, ela é ocasionada por falta de ácido fólico na gestação. A espinha bífida, problema no fechamento da coluna vertebral, é um dos mais graves problemas do tubo neural, podendo apresentar diversos graus de comprometimento, mas grande parte dos casos de mielomeningocele acarreta deficiência física. A mielomeningocele acomete pele, ossos, dura-máter, medula espinal e raízes nervosas, que podem se encontrar externas ao canal vertebral. É a segunda causa mais comum de acometimento de deficiência física, sendo a primeira a paralisia cerebral. A incidência varia, em média, de um indivíduo afetado para cada mil nascimentos. A maioria dos autores considera que a mielomeningocele tem etiologia desconhecida (HONORA; FRIZANCO, 2008). Epilepsia – o estado de mal epiléptico é definido como duas ou mais convulsões sem um intervalo de retorno à consciência. Representa verdadeira emergência por causa de possíveis consequências de convulsões incontroladas, incluindo desidratação, aspiração, coma, anóxia e lesão cerebral. O tratamento, além da manutenção das vias aéreas, prevenção de outras lesões e reposição de líquido, deve incluir reposição eletrolítica, quando conveniente, antibióticos para a infecção e drogas anticonvulsivantes por via parenteral. Também não caracteriza Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 25 uma deficiência motora, mas muitas vezes pode estar associada às patologias que lesam o cérebro. Convulsões – são manifestações de disfunção cerebral transitória caracterizadas por descargas neuronais hipersíncromas paroxísticas. Uma convulsão, porém, é apenas um sinal ou sintoma de uma doença, não caracterizando, portanto, uma deficiência. Elas são os distúrbios mais comuns do sistema nervoso e podem ser indicativas de uma condição relativamente benigna ou de uma doença fatal. As convulsões se classificam em generalizadas ou focais (nas quais o mecanismo básico é a irritação da córtex cerebral e, geralmente, indicam patologia estrutural). Esclerose múltipla – é uma doença neurológica de origem encefálica crônica e degenerativa que atinge adolescentes e adultos (20-40 anos). Há uma desintegração (lenta) da camada de mielina que resulta no endurecimento ou cicatrização do tecido que substitui a bainha de mielina. Resulta numa incapacidade motora e eventualmente leva à morte. Apresentam sintomas como tremores, problemas sensoriais variados; fraqueza muscular: tonturas; distúrbios emocionais leves: paralisias e outras dificuldades motoras. Doença de Werdnig-Hoffmann3 – forma de amiotrofia espinhal transmitida de modo autossômico recessivo de aparecimento muito precoce (muitas vezes in útero), caracterizada por grande hipotonia muscular e paralisias flácidas. Começa por atacar a musculatura proximal dos membros inferiores e em seguida todo o corpo. Existem perturbações da deglutição por afecção do bulbo raquidiano e uma afecção dos músculos respiratórios intercostais. A evolução é rapidamente fatal. Espinha bífida – é um defeito congênito da coluna vertebral onde um ou mais arcos vertebrais não se fecham completamente durante o desenvolvimento fetal, constituindo-se num distúrbio neurológico de origem espinhal. A natureza e a magnitude da lesão e da paralisia dependem da severidade e da localização do defeito. A causa é desconhecida. Sabe-se que quando o tubo neural não se desenvolve completamente, acaba fechando-se nos primeiros 30 dias de gravidez. 3 Guido Werdnig, neurologista austríaco. 1844-1919. Johann Hoffmann. neurologista alemão, 1857- 1919. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 26 Pode ser: a) oculta – marcada por uma “covinha”, sinal ou tufo de pelos. Pode passar desapercebida, sem o aparecimento de problemas neurológicos. b) meningocele ou c) mielomeningocele. Dentro dos distúrbios ortopédicos ou de origem muscular que podem levar à deficiência motora podemos destacar: Amputação - definida como ausência congênita ou retirada, de um ou mais membros. Podemos ter congênita (amielia, dismielia ou focomielia), ou adquirida (cirurgia, traumas, etc.). Pode ser ocasionada por: problemas vasculares (traumas); má formações congênitas; causas metabólicas e outras; Distrofia muscular – caracterizada pela deterioração progressiva da musculatura esquelética voluntária, levando à incapacitação pela dificuldade ou ausência de contração muscular. Existem diversos tipos: a) Duchenne – o tipo mais conhecido, mais incapacitante, severo e precoce. Os primeiros sintomas aparecem em torno dos 5 anos de idade e sua estimativa de vida não é de alcançar a vida adulta, devido a atrofia da musculatura respiratória; b) Becker – mais lenta que o tipo Duchenne, deixando maior estimativa de vida; c) distal – rara, porém menos deletéria; d) cintura-membros – inicia na região da cintura escapular e pélvica, depois envolve a musculatura paraespinal. O indivíduo não apresenta problemas respiratórios, porém pode adquirir deformidades ortopédicas; e) ocular – inicia pelos olhos e se espalha pela face, diminuindo a mímica facial; f) escápulo-peroneal – inicia na musculatura proximal dos membros superiores (MMSS) e na musculatura distal pelos membros inferiores (MMI). Causa diversas deformidades ortopédicas. Artrite – significa inflamação de uma articulação. É uma inflamação articular que causa dor intensa na articulação e suas adjacências. Aparece em qualquer idade. A forma mais comum é a artrite reumatoide, definida como uma doença sistêmica, onde o principal sintoma é o envolvimento dos músculos e articulações. A forma mais grave da doença é a artrite reumatoide juvenil que aparece antes dos 7 anos de idade, acometendo mais os indivíduos do sexo feminino. Sua causa é Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 27 desconhecida. Varia na severidade. Apresenta uma inflamação leve, inchaço, rigidez articular e do tecido conjuntivo, chegando até a atrofia e deformidade articular. O envolvimento geralmente é simétrico. Inicia-se nas pequenas articulações (mãos e pés) com uma sensibilidade extrema chegando à dor. Geralmente ocorrem degenerações articulares sendo necessário substituição cirúrgica de algumas articulações. Artrogripose– é uma condição congênita onde algumas articulações estão rígidas e deformadas. Pode ser por fraqueza ou ausência de um músculo ou mesmo parte dele. Várias articulações podem se tornar fixas ao nascimento. Não causa dor, mas limita os movimentos. A correção cirúrgica não é possível. Nanismo – é o crescimento. A condroplasia é uma doença cromossômica autossômica, causada por um gene dominante que tem como principal característica a ausência da cartilagem de crescimento dos membros. Nestes casos há uma desproporção de tronco, membros e cabeça. Osteomielite – é uma infecção óssea, prevalente no ocidente, chamada de doença da infância. Pode ser causada por “stafilococcus”, “streptococcus” ou “pneumococcus”. Acomete mais frequentemente a tíbia, fêmur ou úmero de um só membro. Ela pode ser aguda ou crônica. Seus sintomas e severidade variam com o local de acometimento e o tempo de acometimento. Osteogeneisi imperfecta – é causada por um gene mutante (herança). O osso se torna leve e quebradiço resultando em diminuição da densidade. Ao nascimento podem ocorrer fraturas que depois se tornam recorrentes. As deformidades ocorrem como consequência das fraturas. Ocorrem muitas contusões que diminuem com a adolescência. Geralmente estes indivíduos têm baixa estatura. Utilização da Talidomida – talidomida é a denominação comum da imida do acido n-ftaliglutamico, substância utilizada por suas propriedades tranquilizantes e imunossupressoras. Foi empregada por mulheres grávidas, principalmente entre os anos 1957 e 1962, no mundo todo, e provocou o surgimento de malformações em crianças que chegaram a 15.000 nascidos sem braços e pernas, tendo seu uso proibido em 1961, por ser teratogênica para mulheres no início da gravidez. A utilização da Talidomida para tratamento de portadores de Hanseníase e AIDS, que Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 28 podem ter muitos benefícios com esta medicação deve ser feita sob rigorosa vigilância e orientação médica (HONORA; FRIZANCO, 2008; TEIXEIRA, 2010). Vale guardar... Características do portador de DF: � movimentação não coordenada ou atitudes desajeitadas de todo o corpo ou parte dele; � marcha não coordenada, pisa na ponta dos pés ou manca; � pés tortos ou qualquer deformidade corporal; � pernas em tesoura (uma estendida sobre a outra); � segura o lápis com muita ou pouca força; � dificuldade para realizar atividades que exijam coordenação motora fina; � desequilíbrios e queda constantes; � dor óssea, articular ou muscular. Como Identificar uma pessoa portadora de DF: � observação quanto ao atraso no desenvolvimento neuropsicomotor do bebê (não firmar a cabeça, não sentar, não falar no tempo esperado); � atenção para perda ou alterações dos movimentos, da força muscular ou da sensibilidade para membros superiores ou membros inferiores; � identificação de erros inatos do metabolismo; � identificação de doenças infectocontagiosas e crônico-degenerativas; � controle de gestação de alto-risco. A Identificação precoce pela família seguida de exame clínico especializado favorecem a prevenção primária e secundária e o agravamento do quadro de incapacidade (TEIXEIRA, 2010). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 29 UNIDADE 3 – ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO O atendimento educacional especializado é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, graus e etapas do percurso escolar e tem como objetivos, entre outros, identificar as necessidades e possibilidades do aluno com deficiência, elaborar planos de atendimento, visando ao acesso e à participação no processo de escolarização em escolas comuns, atender o aluno com deficiências no turno oposto àquele em que ele frequenta a sala comum, produzir e/ou indicar materiais e recursos didáticos que garantam a acessibilidade do aluno com deficiência aos conteúdos curriculares, acompanhar o uso desses recursos em sala de aula, verificando sua funcionalidade, sua aplicabilidade e a necessidade de eventuais ajustes, e orientar as famílias e professores quanto aos recursos utilizados pelo aluno (SARTORETTO; SARTORETTO, 2008). O atendimento educacional especializado disponibiliza programas de enriquecimento curricular no caso de altas habilidades, o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização, ajudas técnicas e recursos de tecnologia assistiva, dentre outros. Ao longo de todo processo de escolarização, esse atendimento deve estar articulado com a proposta pedagógica do ensino comum. A inclusão escolar tem início na educação infantil, onde se desenvolvem as bases necessárias para a construção do conhecimento e seu desenvolvimento global. Nessa etapa, o lúdico, o acesso às formas diferenciadas de comunicação, a riqueza de estímulos nos aspectos físico, cognitivo, emocional, psicomotor e social e a convivência com as diferenças favorecem as relações interpessoais, o respeito e a valorização da criança. Nesse sentido, o atendimento educacional especializado deve estar presente em todas as etapas e modalidades da educação básica, e se destina a apoiar o desenvolvimento dos alunos com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. De oferta obrigatória dos sistemas de ensino, deve ser realizado no turno inverso ao da classe comum, na própria escola ou em centro especializado que realize esse serviço educacional. O atendimento educacional especializado é realizado mediante a atuação de profissionais com conhecimentos específicos no ensino da Língua Brasileira de Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 30 Sinais, da Língua Portuguesa na modalidade escrita como segunda língua, do sistema Braille, do Soroban, da orientação e mobilidade, das atividades de vida autônoma, da comunicação alternativa, do desenvolvimento dos processos mentais superiores, dos programas de enriquecimento curricular, da adequação e produção de materiais didáticos e pedagógicos, da utilização de recursos ópticos e não ópticos, da tecnologia assistiva e outros. Para atuar na educação especial, o professor deve ter como base da sua formação, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos da área. Essa formação possibilita a sua atuação no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caráter interativo e interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas de recursos, nos centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos de acessibilidade das instituições de educação superior, nas classes hospitalares e nos ambientes domiciliares, para a oferta dos serviços e recursos de educação especial. O atendimento educacional especializado destina-se normalmente aos alunos da escola que apresentam algum tipo de deficiência, mas pode estender-se também aos alunos de escolas próximas, nas quais esse tipo de serviço aindanão esteja organizado. Pode ser realizado individualmente ou em pequenos grupos, em horário diferente daquele em que frequentam a classe comum. O Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008, além da sua disposição sobre o apoio técnico e financeiro aos sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, ele tem como finalidade a ampliação da oferta do Atendimento Educacional Especializado aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública de ensino regular. De acordo com o disposto neste documento, considera-se Atendimento Educacional Especializado – AEE – o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar à formação do ensino regular. Neste sentido, são objetivos do atendimento educacional especializado: I – prover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular aos alunos referidos no artigo 1°; Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 31 II – garantir a transversalidade das ações da educação especial no ensino regular; III – fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que eliminem as barreiras no processo de ensino e aprendizagem; e, IV – assegurar condições para a continuidade de estudos e nos demais níveis de ensino. 3.1 Conceito e definição O Atendimento Educacional Especializado (AEE), segundo Mantoan (2004), refere-se ao serviço de apoio para melhor atender às especificidades dos alunos com deficiência, complementando a educação escolar e devendo estar disponível em todos os níveis de ensino. A autora diz que a Constituição admite ainda que o atendimento educacional especializado deve ser, preferencialmente, oferecido na rede regular de ensino, no entanto, também pode ser oferecido fora da rede regular, já que é um complemento e não um substitutivo do ensino ministrado na escola comum para todos os alunos. Ele deve ser oferecido em horários distintos das aulas das escolas comuns, com outros objetivos, metas e procedimentos educacionais. Suas ações são definidas conforme o tipo de deficiência que se propõe a atender. O AEE, é de acordo com o MEC e a Secretaria de Educação Especial, um serviço da Educação Especial que identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando as suas necessidades específicas. Fávero (2007, p.15 - 16) afirma que: [...] o simples fato de referir a pessoas com deficiência e seu direito à educação faz com que surja, de imediato, a noção de que é uma diferenciação mais que válida, necessária de tão acostumados que todos estão a identificar tais pessoas como titulares de um ensino especial. [...] este verdadeiro desafio, que coloca em xeque o costume de associar pessoas com deficiência a um ensino diferente apartado, porque as soluções que podem surgir disso, além de garantir as pessoas com deficiência o seu direito de igualdade, talvez seja uma contribuição para melhoria da qualidade de ensino em geral. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 32 Pode-se então compreender que de fato o AEE está garantido na legislação, contudo não há práticas de ensino específicas para inclusão, a não ser recursos que podem auxiliar os processos de ensino e de aprendizagem. O professor, de um modo geral, deve considerar as possibilidades de desenvolvimento de cada aluno e explorar sua capacidade de aprender. Os alunos com deficiências e condutas típicas, devido às suas particularidades, podem necessitar de estratégias, ações e recursos diferenciados para que o seu direito à educação seja assegurado. O conjunto desses serviços também é oferecido pelo Atendimento Educacional Especializado, que devem ser organizados institucionalmente em escolas públicas, mas podendo também atender alunos de escolas particulares, atendendo alunos da educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, para apoiar e complementar os serviços educacionais comuns de forma a favorecer o desenvolvimento desses alunos (BRASIL, 2007). Assim, o AEE complementa ou suplementa a formação do aluno com vistas à sua autonomia e independência na escola e fora dela. E sob o ponto de vista da legalidade, um dos pontos de discussão é garantir a aplicação da igualdade de acesso à educação formal, assim entramos num dilema que é saber [...] em qual hipótese “tratar igualmente o igual e desigualmente o desigual”, fórmula proposta ainda na Antiguidade, por Aristóteles. A utilização da fórmula aristotélica, pura e simplesmente, já demonstrou que, em certos casos, pode até configurar uma conduta discriminatória. Esta fórmula, em razão de sua sabedoria, jamais foi alterada, mas vem sendo constantemente aprimorada. A doutrina e jurisprudência existentes oferecem como solução o imperativo de tratamento igual para todos, admitindo-se os tratamentos diferenciados apenas como exceção e desde que eles tenham um fundamento razoável para sua adoção (FÁVERO, 2007, p.13). Portanto, o AEE é um recurso educacional que propõe estratégias de apoio e complementação colocados à disposição dos alunos com deficiências e condutas típicas, proporcionando diferentes alternativas de atendimento, de acordo com as necessidades educacionais especiais de cada aluno, podendo assim de fato garantir o direito à educação plena e de qualidade (OLIVEIRA; ARAÚJO, 2010). O Atendimento Educacional Especializado na forma de apoio representa os atendimentos que favorecem o acesso ao currículo, podendo ser oferecidos dentro, Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 33 como apoio ao professor relacionado a estratégias em sala de aula, ou fora da sala de aula no contraturno da escolarização, no caso para atendimento do aluno. Segundo Silva e Maciel (2005), o AEE na forma de complementação representa um trabalho pedagógico complementar necessário ao desenvolvimento de competências e habilidades próprias nos diferentes níveis de ensino, deve ser realizado no contraturno da escolarização do aluno e se efetiva por meio dos seguintes serviços: salas de recursos; oficinas pedagógicas de formação e capacitação profissional. Em linhas gerais, o objetivo do AEE, é o de oferecer o que não é próprio dos currículos da base nacional comum, possuindo outros objetivos, metas e procedimentos educacionais. Segundo Silva; Maciel (2005, p. 5), suas ações são definidas conforme o tipo de deficiência ou condutas típicas que se propõe a atender, bem como deve contemplar as necessidades educacionais especiais de cada aluno, as quais devem estar fundamentadas na avaliação pedagógica. De todo modo, o Atendimento Educacional Especializado não deve ser confundido com o reforço escolar nem como atendimento clínico, ou como substituto dos serviços educacionais comuns. Ressalta-se que a