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AEE - PARA DEFICIÊNCIA FÍSICA E MOBILIDADE REDUZIDA

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IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro 
Atendimento Educacional Especializado para Deficiência Física e Mobilidade Reduzida 
www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 
 
 
 
PÓS – GRADUAÇÃO 
LATO/SENSU 
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ATENDIMENTO EDUCACIONAL 
ESPECIALIZADO PARA DEFICIÊNCIA 
FÍSICA E MOBILIDADE REDUZIDA 
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SUMÁRIO 
 
 
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................. 03 
 
 
UNIDADE 2 – DEFICIÊNCIA FÍSICA ..................................................................... 05 
2.1 O sistema nervoso, a função dos hemisférios e a plasticidade neural .............. 06 
2.2 Conceito e definições ....................................................................................... . 15 
2.3 Classificação ..................................................................................................... 17 
2.4 Causas e consequências .................................................................................. 19 
 
 
UNIDADE 3 – ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO ..................... 30 
3.1 Conceito e definição .......................................................................................... 32 
3.2 As salas de recursos ......................................................................................... 35 
3.3 A sala de recurso para deficiência física ........................................................... 37 
3.4 Atribuições do professor no AEE....................................................................... 39 
3.5 A importância da revisão do PPP e do currículo escolar................................... 40 
 
 
UNIDADE 4 – AVALIAÇÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA MOTORA............ 42 
 
 
UNIDADE 5 – ADAPTAÇÕES NECESSÁRIAS ..................................................... 48 
 
 
UNIDADE 6 – ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE / AUTONOMIA E 
INDEPENDÊNCIA................................................................................................... 57 
6.1 Orientação......................................................................................................... 58 
6.2 Recursos de adequação postural e mobilidade................................................. 59 
 
 
REFERÊNCIAS....................................................................................................... 65 
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3 
 
 
 
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO 
 
 
Maria Teresa Egler Mantoan ao prefaciar a obra “Manual de Acessibilidade 
espacial para escolas” (BRASIL/MEC, 2009) nos lembra que a escola como ambiente 
educativo inclusivo requer condições que garantam o acesso e a participação 
autônoma de todos os alunos às suas dependências e atividades de formação e 
assegurar tais condições é um dos motes dos educadores e demais profissionais 
que atuam nessas escolas. 
 
De imediato e permeando a vida profissional, devemos ter em mente o 
acolhimento às diferenças, sem restrições, limitações e discriminações. 
 
Quando pensamos em inclusão, temos que pensar em diversidade e 
considerar que todos os alunos possuem características próprias e necessidades 
diversificadas, sejam eles deficientes ou não. No entanto, em se tratando de alunos 
deficientes, tais características e necessidades tornam-se acentuadas. 
 
Os alunos com deficiência física, por exemplo, precisam ser incentivados e 
estimulados a adquirir a consciência do próprio corpo e, tanto a escola quanto a 
família, apresentam papel fundamental nesse aspecto. A prática de esportes é uma 
alternativa para favorecer o desenvolvimento dessa consciência, bem como de outras 
competências. Contudo, quando o aluno possui deficiência física, é necessária uma 
série de adaptações para que, tanto a prática de esportes, quanto a realização de 
outras atividades, sejam viabilizadas. 
 
Pois bem, as breves palavras acima mostram a que veio a apostila intitulada 
“Atendimento Educacional Especializado para deficiência física e mobilidade”, ou 
seja, trabalharemos esse tipo de deficiência o que passa por conhecermos a definição, 
entendermos um pouco do papel do sistema nervoso central e a plasticidade 
neural, as causas e consequências da deficiência física, como acontece o AEE – 
Atendimento Educacional Especializado – especificamente, a avaliação desses 
alunos, as adaptações necessárias e orientação, e mobilidade para que conquiste 
autonomia e independência. 
 
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como 
premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um 
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4 
pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados 
cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, 
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, 
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma 
redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas 
opiniões pessoais. 
 
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se outras 
que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, podem 
servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos estudos.
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5 
 
UNIDADE 2 – DEFICIÊNCIA FÍSICA 
 
 
 
 
Segundo Almeida e Coffani (2010), a história do corpo deficiente permite 
compreender que o homem na pré-história dependia quase que exclusivamente do 
movimento corporal para sua sobrevivência. As pessoas com algum tipo de 
deficiência, os idosos e os doentes eram incapazes de se sustentar sozinhos e 
dependiam da ação da tribo. Em alguns casos, eles eram abandonados em lugares 
longínquos e perigosos. A morte era uma certeza. 
 
Sant’anna (2006) comenta em seus estudos que na antiguidade grega, 
instalou-se o culto aos corpos. A beleza física era sinal de força, inteligência e obra 
divina. Assim, os gregos viam os deficientes físicos como uma aberração, algo que 
deveria ser desprezado e que não poderia estar entre eles. 
 
Para Silva, Seabra e Araújo (2008), na Idade Média, guiados por crenças 
dogmáticas de que o homem deveria ser como a “imagem e semelhança de Deus”, 
os familiares eram responsáveis por esconder seus filhos defeituosos para eles não 
sofrerem discriminação de outras pessoas ditas “normais”, pois eram vistos como 
seres possuidores de demônios, e a deficiência, como algo sobrenatural. A partir da 
Segunda Guerra Mundial e, em especial, com o plenodesenvolvimento das ciências, 
esse quadro sofreu modificações: viu-se que a deficiência não era causada por 
algum mau espírito e que estava relacionada à saúde. 
 
Percebe-se que a forma como a sociedade vê os deficientes físicos vem 
mudando ao longo do tempo. Na década de 1960 e início de 1970, surge, na 
Dinamarca, a filosofia da integração e normalização, que tem como foco levar o 
indivíduo a ter uma vida “normal” e a integração do aluno no ensino regular 
(ALMEIDA; COFFANI, 2010). 
 
Inúmeros estudos afirmam que a educação física é parte integrante da 
formação integral do ser humano; no contexto escolar, especificamente, a educação 
do corpo pelo movimento pode abranger a pessoa como um todo. A partir da 
inclusão das pessoas com deficiência física (não exclusivamente estas, mas as 
demais deficiências) no ensino regular, é pertinente também a sua inclusão na 
disciplina de educação física escolar, pois é importante que o aluno com deficiência 
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6 
física participe e vivencie as práticas corporais que podem trazer mais autoconfiança 
e independência, além de favorecer ao estabelecimento das inter-relações sociais. 
 
O movimento corporal permite que o ser humano se comunique, estabeleça 
ações com a sociedade e trocas de experiências. Por meio do corpo em movimento, 
potencializa-se a expressão da linguagem, principalmente a cultural, que envolve a 
dança, os esportes, entre outros (ALMEIDA; COFFANI, 2010). 
 
Nesse contexto, vale citar que a educação física escolar pode possibilitar a 
construção de valores éticos, como o respeito mútuo e a valorização das diferenças, 
e permite ao aluno desenvolver e demonstrar suas capacidades psicomotoras e 
suas dificuldades, para que possam ser trabalhadas juntamente aos demais alunos, 
estabelecendo, assim, um convívio social baseado na cooperação (BRASIL, 2000). 
 
 
2.1 O sistema nervoso, a função dos hemisférios e a plasticidade neural 
 
 
 
O papel primário do Sistema Nervoso (SN) é coordenar e controlar a maior 
parte das funções de nosso corpo. Para fazer isso, o Sistema Nervoso recebe 
milhares de informações dos diferentes órgãos sensoriais e, a seguir, integra todas 
elas, para depois determinar a resposta a ser executada pelo corpo. Essa resposta 
será expressa pelo comportamento motor, atividade mental, fala, sono, busca por 
alimento, regulação do equilíbrio interno do corpo, entre outros. 
 
De acordo com a estrutura do sistema nervoso, temos partes situadas dentro 
do cérebro, da coluna vertebral e outras distribuídas por todo corpo. As primeiras 
recebem o nome coletivo de sistema nervoso central (SNC), e as últimas, de sistema 
nervoso periférico (SNP). 
 
É no sistema nervoso central que está a grande maioria das células, seus 
prolongamentos e os contatos que fazem entre si. No sistema nervoso periférico, 
estão relativamente poucas células, mas há um grande número de prolongamentos 
chamados fibras nervosas, agrupadas em filetes alongados chamados nervos. 
O caminho de evolução do SNC percorrido pelo seres humanos se deu em 
direção à crescente intercomunicação entre neurônios, levando ao desenvolvimento 
de novas estruturas neuronais, que nos possibilitam uma mais rica percepção 
consciente do mundo em que vivemos e uma mais efetiva adaptação a diferentes 
ambientes. O processo evolutivo levou (até pela complexidade de suas dimensões e 
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potencialidades) à separação de funções entre os nossos hemisférios corticais, 
criando-nos, de um lado, um “cérebro” cognitivo, racional e analítico e, de outro, um 
“cérebro” intuitivo, afetivo e emocional. 
 
Da existência destes dois modos operacionais surge-nos, se soubermos 
integrá-los harmoniosamente, a potencialidade de um processo de consciência 
bastante ampliado e de uma vida mais plena, criativa e amorosa. 
 
É preciso também notar que o processo de interação entre os neurônios não 
é fixo, mesmo após o nosso desenvolvimento e maturação iniciais. Ao contrário, 
dada a plasticidade entre as conexões sinápticas e à ação variável de substâncias 
transmissoras e moduladoras, o cérebro deve ser entendido como um conjunto de 
sistemas funcionais altamente dinâmicos com amplas potencialidades de reajuste e 
até de recuperação. 
 
Finalmente é preciso considerar que o homem não é um organismo 
acabado. Seu cérebro continua em constante evolução biológica adequando-se 
sempre a novas circunstâncias, e em busca do equilíbrio (SCHMIDEK; CANTOS, 
2008). 
 
Aos nossos propósitos, é preciso saber as funções essenciais do sistema 
nervoso: ajustar o organismo ao ambiente; perceber e identificar as condições 
ambientais externas, bem como as condições reinantes dentro do próprio corpo; 
elaborar respostas que adaptem a essas condições; função sensorial, integrativa e 
motora. 
 
Experiências sensoriais podem provocar uma reação imediata no corpo ou 
podem ser armazenadas como memória no encéfalo por minutos, semanas ou anos, 
até que sejam utilizadas num futuro controle de atividades motoras ou em processos 
intelectuais. 
A cada momento somos bombardeados por milhares de informações, no 
entanto, armazenamos e utilizamos aquelas que, de alguma forma, sejam 
significativas para nós e descartamos outras não relevantes. 
 
Aprendemos aquilo que vivenciamos e a oportunidade de relações e 
correlações, exercícios, observações, autoavaliação e aperfeiçoamento na execução 
das tarefas fará diferença na qualidade e quantidade de coisas que poderemos 
aprender no curso de nossas vidas. 
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Piaget afirma que a inteligência se constrói mediante a troca entre o 
organismo e o meio, mecanismo pelo qual se dá a formação das estruturas 
cognitivas. O organismo com sua bagagem hereditária, em contato com o meio, 
perturba-se, desequilibra-se e, para superar esse desequilíbrio e se adaptar, constrói 
novos esquemas (BRASIL, 2003, p. 19). 
Dessa maneira, as ações da criança sobre o meio: fazer coisas, brincar e 
resolver problemas podem produzir formas de conhecer e pensar mais complexas, 
combinando e criando novos esquemas, possibilitando novas formas de fazer, 
compreender e interpretar o mundo que a cerca. 
O aprendizado tem início muito precoce! 
 
Durante a primeira etapa do desenvolvimento infantil, a criança especializa e 
aumenta seu repertório de relações e expressões através dos movimentos e das 
sensações que estes lhe proporcionam; das ações que executa sobre o meio; da 
reação do meio, novamente percebida por ela. Sensações experimentadas, 
significadas afetiva e intelectualmente, armazenadas e utilizadas, reutilizadas e 
percebidas em novas relações e, assim por diante, vão formando um banco de 
dados que no futuro será retomado em processamentos cada vez mais complexos e 
abstratos. 
Camargo (1994, p. 20) citando Piaget diz que é a criança cientista, 
interessada em relações de causalidade, empírica ainda, mas sempre em busca de 
novos resultados por tentativa e erro. 
Desta forma, podemos dizer que à medida que a criança evolui no controle 
de sua postura e especializa seus movimentos, sendocada vez mais capaz de 
deslocar-se e aumentar sua exploração do meio, está lançando as bases de seu 
aprendizado, seu corpo está sendo marcado por infinitas e novas sensações. 
 
Desde o nascimento, o cérebro infantil está em constante evolução através 
de sua inter-relação com o meio. A criança percebe o mundo pelos sentidos, age 
sobre ele, e esta interação se modifica durante a evolução, entendendo melhor, 
pensando de modo mais complexo, comportando-se de maneira mais adequada, 
com maior precisão práxica, à medida que domina seu corpo (LEFÈVRE s.d. apud 
CAMARGO, 1994). 
Neste sentido, a criança com deficiência física não pode estar em um mundo 
à parte para desenvolver habilidades motoras. É preciso que ela receba os 
benefícios tecnológicos e de reabilitação em constante interação com o ambiente ao 
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qual ela pertence. É muito mais significativo à criança desenvolver habilidades de 
fala se ela tem com quem se comunicar. Da mesma forma, é mais significativo 
desenvolver habilidade de andar se para ela está garantido o seu direito de ir e vir. 
 
O ambiente escolar é para qualquer criança o espaço por natureza de 
interação de uns com os outros. É nesse espaço que nos vemos motivados a 
estabelecer comunicação, a sentir a necessidade de se locomover, entre outras 
habilidades que nos fazem pertencer ao gênero humano. O aprendizado de 
habilidades ganha muito mais sentido quando a criança está imersa em um 
ambiente compartilhado que permite o convívio e a participação. A inclusão escolar 
é a oportunidade para que de fato a criança com deficiência física não esteja à parte, 
realizando atividades meramente condicionadas e sem sentido. 
 
 
Mesmo sem entrarmos em detalhes sobre o SN, vale saber, de acordo com 
o quadro resumo abaixo, as funções dos componentes desse sistema: 
 
 
 
 
Córtex Cerebral Pensamento Movimento voluntário Linguagem 
 Julgamento Percepção 
 
Cerebelo Movimento Equilíbrio Postura 
 Tônus muscular 
Tronco encefálico 
Respiração 
Ritmo dos batimentos cardíacos 
 
 
 
 
 
 
 
Mesencéfalo 
Pressão arterial 
Visão 
Audição 
Movimento dos olhos 
Movimento do corpo 
Tálamo 
Integração sensorial 
Integração motora 
Comportamento emocional 
Memória 
Sistema límbico Aprendizado 
Emoções 
Vida vegetativa (digestão, circulação, excreção etc.).
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Apesar de o nosso cérebro ser divido em dois hemisférios, não existe relação de 
dominância entre eles, pelo contrário, eles trabalham em conjunto, utilizando-se dos 
milhões de fibras nervosas que constituem as comissuras cerebrais e se encarregam 
de pô-los em constante interação. O conceito de especialização hemisférica se 
confunde com o de lateralidade (algumas funções são representadas em apenas um 
dos lados, outras nos dois) e de assimetria (um hemisfério não é igual ao outro). 
 
Segundo Lent (2002), o hemisfério esquerdo controla a fala em mais de 95% 
dos seres humanos, mais isso não quer dizer que o direito não trabalhe, ao contrário, é 
a prosódia do hemisfério direito que confere à fala nuances afetivas essenciais para 
a comunicação interpessoal. O hemisfério esquerdo é também responsável pela 
realização mental de cálculos matemáticos, pelo comando da escrita e pela 
compreensão dela através da leitura. Já o hemisfério direito é melhor na percepção de 
sons musicais e no reconhecimento de faces, especialmente quando se trata de 
aspectos gerais. O hemisfério esquerdo participa também do reconhecimento de 
faces, mas sua especialidade é descobrir precisamente quem é o dono de cada face. 
 
Da mesma forma, o hemisfério direito é especialmente capaz de identificar 
categorias gerais de objetos e seres vivos, mas é o esquerdo que detecta as categorias 
específicas. O hemisfério direito é melhor na detecção de relações espaciais, 
particularmente as relações métricas, quantificáveis, aquelas que são úteis para o 
nosso deslocamento no mundo. O hemisfério esquerdo não deixa de participar dessa 
função, mas é melhor no reconhecimento de relações espaciais categoriais 
qualitativas. Finalmente, o hemisfério esquerdo produz movimentos mais precisos da 
mão e da perna direitas do que o hemisfério direito é capaz de fazer com a mão e a 
perna esquerda (na maioria das pessoas). 
 
O conceito de dominância hemisférica surgiu para explicar a relação entre a 
atividade dos dois hemisférios, no sentido de que determinadas funções linguísticas 
exercidas predominantemente pelo hemisfério esquerdo exerceriam uma 
dominância sobre as funções do hemisfério direito. Entretanto, estudos mais recentes 
mostraram que os dois hemisférios não interagem através do domínio de um sobre o 
outro, mas sim através da especialização de certas funções, ou seja, um dos 
hemisférios é encarregado por um grupo de funções, enquanto o segundo 
encarrega-se de outras. O que é importante ressaltar é que ambos trabalham em 
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11 
 
 
conjunto. Esse novo conceito é chamado de especialização hemisférica. 
 
Resumindo, estudos revelaram que o hemisfério direito percebe e comanda 
funções globais, categoriais, enquanto o esquerdo se encarrega das funções mais 
específicas relacionadas com a linguagem. 
 
Hemisfério esquerdo Hemisfério direito 
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A plasticidade neural 
 
A plasticidade neural refere-se à capacidade que o SNC possui em modificar 
algumas das suas propriedades morfológicas e funcionais em resposta às alterações do 
ambiente. Na presença de lesões, o SNC utiliza-se desta capacidade na tentativa de 
recuperar funções perdidas e/ou, principalmente, fortalecer funções similares 
relacionadas às originais (OLIVEIRA, SALINA; ANNUNCIATO, 2000). 
 
A plasticidade do SNC ocorre, classicamente, em três estágios: 
 
desenvolvimento, aprendizagem e após processos lesionais. 
 
Desenvolvimento – na embriogênese, tem-se a diferenciação celular, em que 
células indiferenciadas, por expressão genética, passam a ser neurônios. Após a 
proliferação, migram para os locais adequados e fazem conexões entre si 
(ANNUNCIATO; SILVA, 1995). 
 
Os neurônios dispõem de uma capacidade intrínseca sobre sua posição em 
relação a outros neurônios, e seus axônios alcançam seus destinos graças aos 
marcadores de natureza molecular e à quimiotaxia. A secreção de substâncias 
neurotróficas, neste caso, os fatores de crescimento ajudam o axônio na busca de seu 
alvo (LINDEN, 1993). A maturação do SNC inicia-se no período embrionário e só 
termina na vida extrauterina. 
 
Portanto, sofre influências dos fatores genéticos, do microambiente fetal e, 
também, do ambiente externo, sendo este último de grande relevância para seu 
adequado desenvolvimento. 
 
O processo da aprendizagem pode ocorrer a qualquer momento da vidade um 
indivíduo, seja criança, adulto ou idoso, propiciando o aprendizado de algo novo e
 modificando o comportamento de acordo com o que foi aprendido. A 
aprendizagem requer a aquisição de conhecimentos, a capacidade de guardar e 
integrar esta aquisição (MANSUR; RADONOVIC, 1998) para posteriormente ser 
recrutada quando necessário. 
 
A reabilitação física, entre outros fatores, tem por objetivo favorecer o 
aprendizado ou reaprendizado motor, que é um processo neurobiológico pelo qual os 
organismos modificam temporária ou definitivamente suas respostas motoras, 
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13 
melhorando seu desempenho, como resultado da prática (PIEMONTE; SÁ, 1998). 
 
Durante o processo de aprendizagem, há modificações nas estruturas e 
funcionamento das células neurais e de suas conexões, ou seja, o aprendizado 
promove modificações plásticas, como crescimento de novas terminações e botões 
sinápticos, crescimento de espículas dendríticas, aumento das áreas sinápticas 
funcionais (KLEIM; BALLARD; GRRENOUGH; 1997 apud OLIVEIRA, SALINA; 
ANNUNCIATO, 2000), estreitamento da fenda sináptica, mudanças de conformação de 
proteínas receptoras, incremento de neurotransmissores. 
 
A prática ou a experiência promovem, também, modificações na 
representação do mapa cortical (ARNSTEIN, 1997 apud OLIVEIRA, SALINA; 
ANNUNCIATO, 2000). 
 
Pascual-Leone et al (1995 apud OLIVEIRA; SALINA; ANNUNCIATO, 2000) 
demonstraram que a aquisição de uma nova habilidade motora, por exemplo, tocar 
piano, reorganizava o mapa cortical, aumentando a área relacionada aos músculos 
flexores e extensores dos dedos. Em um estudo com leitores de Braille, verificaram que 
o dedo indicador utilizado para a leitura tem maior representação cortical que o dedo 
contralateral. 
 
Jueptner et al (1997) e Grafton et al (1998 apud OLIVEIRA; SALINA; 
ANNUNCIATO, 2000), por sua vez, encarregaram-se de mapear as áreas do SNC que 
são ativadas durante o processo de aprendizagem motora, em que eram 
realizados movimentos com as mãos, e verificaram que várias regiões agem em 
conjunto, como o córtex motor primário, o córtex pré-motor, a área motora 
suplementar, a área somatossensorial, os núcleos da base, entre outras. 
 
Após processos lesionais – a lesão promove no SNC vários eventos que 
ocorrem, simultaneamente, no local da lesão e distante dele. Em um primeiro momento, 
as células traumatizadas liberam seus aminoácidos e seus neurotransmissores, os quais, 
em alta concentração, tornam os neurônios mais excitados e mais vulneráveis à lesão. 
Neurônios muito excitados podem liberar o neurotransmissor glutamato, o qual alterará 
o equilíbrio do íon cálcio e induzirá seu influxo para o interior das células nervosas, 
ativando várias enzimas que são tóxicas e levam os neurônios à morte. Esse processo é 
chamado de excitotoxicidade (SILVA, 1995). Ocorre, também, a ruptura de vasos 
sanguíneos e/ou isquemia cerebral, diminuindo os níveis de oxigênio e glicose, que 
são essenciais para a sobrevivência de todas as células (OLIVEIRA; SALINA; 
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14 
ANNUNCIATO, 2000) 
 
A falta de glicose gera insuficiência da célula nervosa em manter seu gradiente 
transmembrânico, permitindo a entrada de mais cálcio para dentro da célula, 
ocorrendo um efeito cascata (RAFFINI, 1999). 
 
De acordo com o grau do dano cerebral, o estímulo nocivo pode levar as 
células nervosas à necrose, havendo ruptura da membrana celular, fazendo com que 
as células liberem seu material intracitoplasmático e, então, lesem o tecido vizinho; 
ou pode ativar um processo genético denominado apoptose, em que a célula 
nervosa mantém sua membrana plasmática, portanto, não liberando seu material
 intracelular, não havendo liberação de substâncias com atividade 
próinflamatória e, assim, não agredindo outras células (LINDEN, 1996; VEGA; 
ROMANO SILVA, 1999). 
 
A apoptose é desencadeada na presença de certos estímulos nocivos, 
principalmente pela toxicidade do glutamato, por estresse oxidativo e alteração na 
homeostase do cálcio. 
 
A lesão promove, então, três situações distintas: (a) uma em que o corpo 
celular do neurônio foi atingido e ocorre a morte do neurônio, sendo, neste caso, o 
processo irreversível; (b) o corpo celular está íntegro e seu axônio está lesado; ou, (c) o 
neurônio se encontra em um estágio de excitação diminuído (SILVA, 1995). 
 
São vários os mecanismos de reparação e reorganização do SNC que começam 
a surgir imediatamente após a lesão e podem perdurar por meses e até anos (SILVA, 
2000). São eles: 
 
• recuperação da eficácia sináptica; 
 
• potencialização sináptica; 
 
• supersensibilidade de denervação; 
 
• recrutamento de sinapses silentes; 
 
• brotamentos (ANNUNCIATO, 1994; OLIVEIRA, SALINA; ANNUNCIATO, 
 
2000). 
 
 
 
2.2 Conceito e definições 
 
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15 
Dentre as diversas definições para a deficiência física, podemos entendê-la 
como uma alteração no corpo que provoca dificuldades na movimentação das pessoas e 
as impede de participarem da vida de forma independente. Ou como uma desvantagem, 
resultante de um comprometimento ou de uma incapacidade, que limita ou impede o 
desempenho motor do indivíduo. Ou ainda, refere-se ao comprometimento do aparelho 
locomotor que compreende o sistema ósteo-articular, o sistema muscular e o sistema 
nervoso; as doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas, isoladamente ou 
em conjunto, podem produzir quadros de limitações físicas de grau e gravidade 
variáveis, segundo o(s) segmento(s) corporais afetados e o tipo de lesão ocorrida. 
Assim, a deficiência física ou motora pode ser considerada um distúrbio da estrutura 
anatômica ou da função, que interfere na movimentação e/ou locomoção do indivíduo. 
 
No Decreto Federal nº 5.296/04, considera-se deficiência física 
 
 
 
 
a alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo 
humano, acarretando o comprometimento da função física. São elas: paraplegia, 
paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, 
triparesia, hemiplegia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia 
cerebral, nanismo, e membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto 
as deformidades estéticas e as que produzam dificuldades para o 
desempenho de funções. 
 
 
 
Essa definição nos leva a entender que a função física pode ficar comprometida 
quando faltar algum membro (quando houver amputação), sua má- formação ou 
deformação (alterações que comprometam o sistema muscular e esquelético). 
Desde que as sociedades foram formadas, as pessoas foram criando conceitos e 
teorias. Às vezes, como o passar dos anos, muitos desses conceitos e dessas teorias 
foram ou são utilizados para discriminar, inferiorizar e distinguir as pessoas umas das 
outras. Por isso, no transcorrer da história da humanidade, as pessoas que não nasciam 
com o corpo perfeito eram tidas como anormais. Isto quer dizer, eram os deficientes. 
Uma pessoa é deficiente quando “tem perda de uma de suas funções, seja ela física,psicológica ou sensorial” (SCHIRMER et al 2007, p. 
21). 
 
 
Então, de acordo com Gil; Santos; Barbato (2010, p. 259), 
 
 
 
deficiência física, em linhas gerais, diz respeito à perda ou redução da 
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16 
capacidade de movimento de qualquer parte do corpo em decorrência de lesões 
neurológicas, neuromusculares, ortopédicas ou malformações congênitas e 
adquiridas. 
 
 
 
Os autores citam alguns exemplos de patologias que costumam remeter a uma 
deficiência física, as quais veremos detalhes mais adiante: lesão cerebral (paralisia 
cerebral, traumatismo crânio-encefálico); lesão medular (tetraplegias, paraplegias); 
miopatias (distrofias musculares); patologias degenerativas do sistema nervoso 
central (esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica, Mal de Parkinson); lesões 
nervosas periféricas; amputações; sequelas de politraumatismos; malformações 
congênitas; distúrbios dolorosos, posturais ou sequelas de patologias da coluna ou 
articulações dos membros (cifoses, hérnias de disco, artropatias, reumatismo); 
sequelas de queimaduras. 
 
Durante muito tempo, as pessoas nascidas com qualquer tipo de 
comprometimento físico eram excluídas da sociedade, às vezes, de forma arbitrária. 
Exemplos claros são os casos que aconteciam na Antiguidade, principalmente, com os 
hebreus e egípcios. Estes viam a deficiência com uma punição de Deus (deuses). Por 
isso, limitavam o acesso e o contado com pessoas que tinham deficiência. Na Grécia 
Antiga, principalmente na cidade de Esparta conforme Purificação; Souza; Melo (s/d), 
“as crianças que nasciam frágeis ou deficientes, eram lançadas ao abismo ou 
abandonados nas montanhas. Na Roma antiga existia lei que autorizava o pai a matar 
os filhos defeituosos, jogando-os nos rios”. Dessa forma, essas crianças eram 
privadas de viver, pois elas eram excluídas da sociedade. 
 
Hoje temos consciência que todas as pessoas fazem parte da sociedade, por 
isso as pessoas com necessidades educacionais especiais (NEE) precisam estar também 
em contato com as outras consideradas “normais”. 
 
Tunes, Tacca e Bartholo (2005) afirmam que é no convívio social e na 
experiência interpessoal que haverá a possibilidade do processo de elaboração e 
reelaboração de sentidos que organizam e integram a atividade psíquica dos 
participantes da relação. Diante disso, fica claro e evidente que a pessoa com 
deficiência física contribui também para o desenvolvimento da sociedade na qual está 
inserida. Mas, para que o atendimento educacional especializado (AEE) seja 
satisfatório, as pessoas ligadas à área educacional, como professores, psicólogos, 
coordenadores pedagógicos, entre outros, precisam conhecer/identificar qual 
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17 
deficiência física o educando possui. 
 
Gil, Santos e Barbato (2010, p. 260) afirmam que é importante conhecer a 
patologia com a qual o aluno convive, suas manifestações e curso de 
desenvolvimento, no entanto, essas alterações podem implicar singularidades nos 
modos de mobilidade, alimentação, coordenação motora, comunicação oral ou 
escrita, por exemplo, o que pode remeter à necessidade de adaptações para a 
realização das atividades escolares. Ressalta-se ainda que tais dificuldades podem se 
modificar ao longo do tempo conforme o curso de desenvolvimento da pessoa e/o da 
patologia. 
 
Dessa forma, nota-se a importância de conhecer bem cada aluno. Fazendo 
isso, os profissionais da educação evitam tirar conclusões equivocadas a respeito do 
processo ensino-aprendizagem do aluno. Os mesmos autores informam ainda que às 
vezes, o que pode parecer uma perda ou piora do quadro em um determinado 
momento de vida da pessoa é o esperado no curso de desenvolvimento da 
patologia. 
 
Pode-se dizer em linhas gerais que “concretizar a inclusão escolar de uma 
criança com qualquer deficiência implica uma mudança paradigmática, um deslocamento 
da ótica da falta para o potencial” (GIL; SANTOS; BARBATO, 2010. p. 261). 
 
 
 
2.3 Classificação 
 
Podemos classificar a deficiência física de várias maneiras. Quanto à natureza, 
podemos dividir as deficiências físicas em: 
 
• distúrbios ortopédicos – referem-se a problemas originados nos músculos, 
ossos e/ou articulações; 
 
• distúrbios neurológicos – que se referem a deterioração ou lesão do sistema 
nervoso. 
 
A deficiência física também pode ser dividida em congênita ou adquirida; 
 
aguda ou crônica; permanente ou temporária; e, progressiva ou não progressiva. 
 
Quanto às lesões motoras decorrentes de lesão do sistema nervoso, estas 
podem ser de diferentes tipos, como alterações de: 
 
• ordem muscular – hipertonias, hipotonias, atividades reflexas, movimentos 
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18 
descoordenados e involuntários; 
 
• ordem nervosa, no que diz respeito à sensibilidade e à força muscular – 
 
hemiparesias, paraparesia, monoparesia e tetraparesia (BRASIL, 1999). 
 
Quando se trata de alterações funcionais motoras decorrentes de lesão do 
Sistema Nervoso, observaremos, principalmente, a alteração do tônus muscular 
(hipertonia, hipotonia, atividades tônicas reflexas, movimentos involuntários e 
incoordenados). As terminologias “para, mono, tetra, tri e hemi”, diz respeito à 
determinação da parte do corpo envolvida, significando respectivamente, “somente os 
membros inferiores, somente um membro, os quatro membros, três membros ou um 
lado do corpo” (BRASIL, 1999). 
 
Como a deficiência física se refere ao comprometimento do aparelho locomotor, 
irá compreender o sistema Osteoarticular, o Sistema Muscular e o Sistema Nervoso. 
As doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas, isoladamente ou 
em conjunto, podem produzir grandes limitações físicas de grau e gravidades 
variáveis, segundo os segmentos corporais afetados e o tipo de lesão ocorrida 
(BRASIL, 2006, p. 28). 
 
A paralisia cerebral é uma das causas mais frequentes que encontramos como 
deficiência física e que chega até a escola, portanto, faz-se necessário dar uma 
atenção especial ao seu estudo. As crianças que sofrem dessa patologia são motivo 
de grande preconceito e discriminação na escola, principalmente porque as pessoas 
pensam que é uma deficiência mental, o que é um grande equívoco. Muitas dessas 
crianças têm dificuldades de se comunicar e expressar devido às suas limitações 
motoras e não cognitivas e demonstram um comportamento alheio à realidade, por 
falta de oportunidades e de mediações que lhes auxiliem na expressão de toda sua 
vontade. 
 
A principal característica da paralisia cerebral é o déficit motor, entretanto, 
quase sempre se pode encontrar um ou outro distúrbio decorrente da lesão neurológica 
como: convulsões que podem levar ao déficit cognitivo, alterações oculares e 
visuais, distúrbios de deglutição, comprometimento auditivo, alterações nas funções 
corticais superiores, distúrbios do comportamento (BRASIL, 2007). 
 
Importante ressaltar que esses distúrbios que acompanham a paralisia cerebral 
podem ser decorrentes também do meio em que a criança vive,suas condições de 
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19 
higiene, nutrição, tratamentos e oportunidades em geral. 
 
Como causas da paralisia cerebral que podem ocorrer isoladas ou associadas, 
Braga (1995 apud BRASIL, 2007) sintetiza assim: 
 
1. pré-natais – infecções intrauterinas (rubéola, toxoplasmose, citomegalia, 
herpes e sífilis), anóxia fetal, exposição à radiação ou a drogas, erros de 
migração neuronal e outras malformações cerebrais; 
 
2. perinatais – complicações durante o parto (traumatismo cerebral ou anóxia em 
trabalho de parto difícil ou demorado), prematuridade, nascimento com baixo 
peso, entre outros; 
 
3. pós-natais – traumatismos crânio-encefálicos, infecções do sistema nervoso 
central (encefálicos e meningites), anóxia cerebral (devido a asfixias, 
afogamentos, convulsões ou paradas cardíacas) e acidente vascular cerebral. 
 
 
 
 
 
2.4 Causas e consequências 
 
 
 
As causas são diversas, podendo estar ligadas a problemas genéticos, 
complicações na gestação ou gravidez, doenças infantis e acidentes. São 
considerados fatores de risco: violência urbana, uso de drogas, acidentes 
desportivos, sedentarismo, acidentes do trabalho, epidemias/endemias, tabagismo, 
agentes tóxicos, maus hábitos alimentares e falta de saneamento básico. 
 
Enfatizando as causas para deficiência física, temos: 
 
• causas pré-natais – problemas durante a gestação (remédios tomados pela mãe. 
Tentativas de aborto malsucedidas, perdas de sangue durante a gestação, crises 
maternas de hipertensão, problemas genéticos e outras); 
 
• causas perinatais – problema respiratório na hora do nascimento, 
prematuridade, bebê que entra em sofrimento na hora do nascimento por ter 
passado da hora, cordão umbilical enrolado no pescoço e outras; 
 
• causas pós-natais – parada cardíaca, infecção hospitalar, meningite ou outra 
doença infecto-contagiosa ou quando o sangue do bebê não combina com o da 
mãe (se esta for Rh negativo), traumatismo craniano ocasionado por uma queda 
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20 
muito forte e outras; 
 
• no caso de jovens e adultos, a deficiência física pode ocorrer após uma lesão 
medular, aneurisma, acidente vascular cerebral ou outros problemas. 
 
Uma das doenças que já foi a maior causa de deficiência física no Brasil é a 
paralisia infantil (poliomielite) que atualmente está erradicada, graças às campanhas de 
vacinação e à tomada de consciência dos pais que compreenderam a 
importância desta vacina. Há, contudo, a ocorrência da síndrome do pós-pólio, que 
deve ser observada com atenção. 
As mutilações e as sequelas motoras (sejam de causas ligadas a moléstias ou 
acidentes) podem ser subdivididas de acordo com os sistemas orgânicos de origem, 
que foram afetados: 
 
• de origem encefálica – neste grupo incluímos a esclerose múltipla, o AVC, 
Paralisia Cerebral; 
 
• de origem espinhal – neste grupo estão incluídas poliomielite, traumatismos com 
ruptura ou compressão medular, má-formação, como espinha bífida, por 
degeneração, como a Síndrome de Werdnig-Hoffmann, etc.; 
 
• de origem muscular – especialmente a distrofia muscular progressiva (ou 
miopatia) de origem ósteo-articular: são aqui incluídas a luxação coxo- 
femoral, artrogripose (contração permanente da articulação) múltipla, 
ausência congênita de membros ou partes; 
 
• de formas distróficas como osteocondriosis (coxa plana), osteogenesis 
imperfecta (doença que fragiliza o tecido ósseo, sendo popularmente 
chamada de “ossos de vidro”), condodistrofia, amputações, entre outras. 
 
Mais uma vez enfocando a paralisia cerebral (encefalopatia crônica da infância), 
é um distúrbio não progressivo da motricidade, que evidencia-se na movimentação e 
postura. Esse distúrbio é causado por uma lesão ou mal funcionamento do 
cérebro, o qual ocorre antes dos 3 (três) anos de idade. Exemplifica o grupo dos 
distúrbios neurológicos de origem encefálica da deficiência motora. Geralmente refere-se 
ao portador de “PC” (paralisia cerebral). 
Estatisticamente, 86% das causas são provenientes de fatores pré e perinatais 
e 14% são provenientes de fatores pós-natais. A incidência diminui conforme 
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21 
melhora o conhecimento e o desenvolvimento dos serviços de saúde. Cada distúrbio 
é classificado de acordo com alguns fatores que são citados no diagnóstico. 
Nesse contexto. podemos dizer que existem três tipos de classificação. 
1) Classificação fisiológica (ou quanto ao tônus muscular): 
a) rigidez – os músculos dos membros são tensos e se contraem fortemente 
quando se tenta movimentá-los ou alongá-los, onde mesmo os reflexos exacerbados são 
inibidos. É uma forma severa de espasticidade; 
b) espasticidade – o termo espástico é usado para descrever o tipo de 
paralisia cerebral onde o tônus muscular é muito alto (tenso). Os portadores de PC 
espástica têm movimentos desajeitados e rígidos porque seus músculos são muito 
tensos. Eles têm dificuldade ao modificar sua posição ou ao tentar pegar algo com 
suas mãos. Este é o tipo mais comum de PC. Os autores referem que cerca de 50% a 
75% dos portadores de paralisia cerebral têm o tipo espástico (Bleck, 1981; Souza, 
1998). Há uma hiper-reflexia dos tendões profundos dos músculos dos membros 
envolvidos. Os indivíduos ficam sujeitos a contraturas e deformidades que se 
desenvolvem durante o crescimento; 
c) atetose – caracterizada por movimentos involuntários e variações do tônus 
muscular resultante de lesões dos núcleos situados no interior dos hemisférios cerebrais 
(sistema extrapiramidal). O tônus muscular flutua gerando movimentos involuntários e 
os movimentos voluntários se deformam, ficando retorcidos; 
d) ataxia – caracterizada por diminuição do tônus muscular, incoordenação dos 
movimentos e equilíbrio deficiente, devido a lesões no cerebelo ou das vias 
cerebelares. Os portadores de PC atáxica parecem muito instáveis e trêmulos; 
e) tremor – aparece apenas na movimentação involuntária. Chamado também 
de tremor intencional; 
f) hipotonia – o tônus muscular é baixo. Também chamada de atonia, 
flacidez ou frouxidão. Geralmente evolui para uma atetose; 
g) mista – em alguns casos observa-se uma variação do tônus de acordo com 
o grupo muscular envolvido (em alguns ele é muito baixo e em outros muito alto). A 
combinação mais comum é a PC espática-atetóide. Estima-se que 25% dos portadores 
de PC apresentem um quadro misto. 
2) Classificação topográfica1: 
Com as informações da nota de rodapé, podemos fazer as seguintes 
relações: 
 um aluno que apresenta uma HEMIPLEGIA tem um comprometimento motor total 
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22 
em meio lado do corpo; 
 um aluno que apresenta uma HEMIPARESIA tem um comprometimento 
motor parcial emmeio lado do corpo; 
 um aluno que apresenta uma PARAPLEGIA tem um comprometimento motor total
 abaixo da cintura, decorrente de uma lesão medular; são os 
“paraplégicos”; 
 um aluno que apresenta uma PARAPARESIA tem um comprometimento 
motor parcial abaixo da cintura. 
 monoplegia – ausência de movimentos em apenas um membro do corpo, como 
um dos braços ou uma das pernas; 
 diplegia – ausência de movimentos em dois membros do corpo, como os dois 
braços ou as duas pernas; 
 tetraplegia – ausência de movimentos nos quatro membros do corpo, braços e 
pernas, decorrente de uma lesão medular; 
 amputações – quando há retirada total ou parcial de um ou mais membros do 
corpo. 
As pessoas que apresentam paraplegia, ou seja, um comprometimento total abaixo 
da cintura muitas vezes, podem frequentar uma sala regular. 
 
1 
Enquanto “Plegia” é a ausência TOTAL de movimentos. “Paresia” é a ausência PARCIAL de 
movimentos. Ou seja, um aluno que apresenta uma “PLEGIA” é muito mais comprometido (em nível de 
movimentação) do que um aluno que apresenta uma “PARESIA”. Ter uma lesão “HEMI” significa ter uma 
lesão em meio lado do corpo. Ter uma lesão “PARA” significa ter uma lesão abaixo da cintura. 
São as pessoas conhecidas como “paraplégicos” e usuários de cadeiras de rodas quem 
chamamos de “cadeirantes”. 
A cada ano, milhões de pessoas em todo o mundo sofrem lesões diretas na 
medula espinal. Frequentemente, nesses casos, a medula espinal é completamente 
lesionada, deixando a vítima sem sensibilidade ou movimento do local da lesão para 
baixo. As formas mais comuns são decorrentes de acidentes de carro, armas de fogo, 
mergulhos, quedas, entre outros. 
Para se lesar uma medula espinal, basta um único trauma que interrompa o 
mecanismo de contato do cérebro com a parte do corpo. Se pelo menos o trauma 
pudesse ser reparado, as funções sensoriais e motaras poderiam ser recuperadas. 
Para deixar mais claro esse conceito, usaremos a metáfora da luz elétrica. 
Quando queremos acender uma luz, um simples toque num interruptor faz com que a 
lâmpada acenda. Por mais que pareça um toque de mágica, não é bem assim. Entre o 
interruptor e a lâmpada, temos um fio que passa por dentro da parede. No caso de 
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23 
ocorrer algum corte entre esse sistema, com certeza essa luz não será acesa. É o 
que acontece com as pessoas que apresentam uma lesão na medula, ou lesão medular. 
Ocorre um trauma entre a ligação do cérebro e a parte do corpo que seria movimentada 
pelo impulso nervoso. 
O problema é que as fibras nervosas não se regeneram após um trauma. 
Esses obstáculos podem ser vencidos de alguma forma? 
Estudos sugerem a possibilidade de induzir o crescimento de fibras neurais 
após um trauma na medula espinal. Por exemplo, se a medula espinal de pintinhos ou 
de outros filhotes de animais for seccionada nas primeiras duas semanas de vida, ela se 
regenera e seu funcionamento normal é recuperado. 
Provavelmente, se a soma de fatores de crescimento que permitem essa 
regeneração da medula espinal fosse identificada e aplicada em lesões na medula 
espinal de seres humanos adultos, talvez essa mesma regeneração pudesse ocorrer. 
 
3) Classificação quanto ao grau de acometimento: 
 
a) leve; 
 
b) moderada; 
 
c) grave (TEIXEIRA, 2010). 
 
 
 
 
Algumas causas que levam à deficiência física 
 
Hidrocefalia – caracterizada por retenção do líquido céfalo raquidiano (LCR) nos 
ventrículos ou no espaço aracnoideano. Pode ser congênita (devido à uma anomalia 
ou adquirida devido à tumores, por exemplo). Resulta numa macrocefalia. Os principais 
cuidados são relativos aos drenos, colocados cirurgicamente, para derivar o excesso 
de líquor (LCR). Mesmo assim, o excesso de líquor pode levar à compressões no 
encéfalo levando à lesões, causando deficiências motoras, sensoriais ou 
cognitivas e distúrbios comportamentais. As principais implicações são: dificuldade de 
alinhamento corporal, alteração na sensibilidade cinestésica, alterações no equilíbrio e 
postura e dificuldades no movimento e alinhamento da cabeça. Esta também relaciona-
se a um distúrbio neurológico de origem encefálica. 
 
Acidente vascular cerebral (AVC) – definido como uma interrupção na circulação 
cerebral, levando à lesão de células de áreas sensoriais e/ou motoras deixando 
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24 
sequelas correspondentes à área lesada. Sua classificação topográfica e 
neuroanatômica é igual ao da paralisia cerebral, sendo também um distúrbio neurológico 
de origem encefálica. 
Poliomielite – é uma doença infecciosa causada por um vírus que ataca o 
tecido nervoso (medula e/ou cérebro), geralmente as células motoras do corno2 
anterior da medula. Acomete principalmente crianças e adolescentes. Causa paralisia 
flácida. O vírus entra pelo trato intestinal se difundindo pela corrente sanguínea, 
instalando-se nas células motoras. Pode deixar fraqueza muscular, paralisia, chegando a 
deformidades esqueléticas (atrofias). Exemplifica um distúrbio neurológico de origem 
espinhal. 
A lesão é no sistema nervoso levando a sequelas também no sistema 
osteomuscular. Há permanência da sensibilidade e ausência ou diminuição os 
movimentos e da força muscular. Este sinal é considerado como diferencial da lesão 
medular congênita ou por trauma. 
 
Lesão medular – um trauma direto com rompimento da medula, pode ocorrer por 
acidentes. Os mais comuns são: lesão por arma de fogo (tiro), acidente automobilístico, 
mergulho em águas rasas, lesão por erro médico e por acidentes domésticos. O 
comprometimento vai depender de muitos fatores, entre eles, o lugar da lesão e 
tratamentos necessários. 
Nessa situação a deficiência física é uma condição adquirida resultante de um 
trauma, lesão ou problemas de crescimento e desenvolvimento, também constitui-se de 
um distúrbio neurológico de origem espinhal. 
A maior incidência está entre indivíduos entre 15 e 28 
anos de idade (40% em consequência de acidentes automobilísticos, 20% por quedas, 
40% por disparos, acidentes esportivos, industriais e agrícolas). As lesões das 
vértebras cervicais é a mais comum (C5 e C6) e a das vértebras torácicas vem em 
segundo lugar (T12 a L1). 
Há perda de movimentos e sensibilidade abaixo do nível da lesão. São 
divididas em lesões completas (totais) onde há perda das funções (motoras e de 
sensibilidade) abaixo do nível da lesão; e incompletas (parciais) onde há 
permanência de alguma função muscular residual além do local da lesão. A 
sensibilidade fica alterada. 
Microcefalia – é representada pela defasagem no crescimento do cérebro, devido 
ao fechamento precoce dos ossos do crânio chamado craniossinosteose. A calota óssea 
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25 
do crânio acaba impedindo que o cérebro cresça, trazendo consequências para a saúde e 
o desenvolvimento da criança. 
Essa é a principal causa da microcefalia. Ela não é uma deficiência em si, mas 
normalmente acarreta o surgimento de uma deficiência física, intelectual, entre outras. 
Mielomeningocele – é uma anormalidade congênita do sistema nervoso,que se 
desenvolve nos primeiros dois meses de gestação e provoca problemas na 
formação do tubo neural. Na maioria dos casos, ela é ocasionada por falta de ácido 
fólico na gestação. A espinha bífida, problema no fechamento da coluna vertebral, é um 
dos mais graves problemas do tubo neural, podendo apresentar diversos graus de 
comprometimento, mas grande parte dos casos de mielomeningocele acarreta 
deficiência física. A mielomeningocele acomete pele, ossos, dura-máter, medula 
espinal e raízes nervosas, que podem se encontrar externas ao canal vertebral. 
É a segunda causa mais comum de acometimento de deficiência física, 
sendo a primeira a paralisia cerebral. A incidência varia, em média, de um indivíduo 
afetado para cada mil nascimentos. A maioria dos autores considera que a 
mielomeningocele tem etiologia desconhecida (HONORA; FRIZANCO, 2008). 
Epilepsia – o estado de mal epiléptico é definido como duas ou mais convulsões 
sem um intervalo de retorno à consciência. Representa verdadeira emergência por 
causa de possíveis consequências de convulsões incontroladas, incluindo 
desidratação, aspiração, coma, anóxia e lesão cerebral. O tratamento, além da 
manutenção das vias aéreas, prevenção de outras lesões e reposição de líquido, deve 
incluir reposição eletrolítica, quando conveniente, antibióticos para a infecção e drogas 
anticonvulsivantes por via parenteral. Também não caracteriza uma deficiência motora, 
mas muitas vezes pode estar associada às patologias que lesam o cérebro. 
2 
Formação de aspecto pontudo existente em diversos locais do corpo. 
 
 
 Convulsões – são manifestações de disfunção cerebral transitória caracterizadas 
por descargas neuronais hipersíncromas paroxísticas. Uma convulsão, porém, é apenas 
um sinal ou sintoma de uma doença, não caracterizando, portanto, uma deficiência. 
Elas são os distúrbios mais comuns do sistema nervoso e podem ser indicativas de 
uma condição relativamente benigna ou de uma doença fatal. As convulsões se 
classificam em generalizadas ou focais (nas quais o mecanismo básico é a irritação da 
córtex cerebral e, geralmente, indicam patologia estrutural). 
 
Esclerose múltipla – é uma doença neurológica de origem encefálica crônica e 
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degenerativa que atinge adolescentes e adultos (20-40 anos). Há uma desintegração 
(lenta) da camada de mielina que resulta no endurecimento ou cicatrização do tecido 
que substitui a bainha de mielina. Resulta numa incapacidade motora e eventualmente 
leva à morte. Apresentam sintomas como tremores, problemas sensoriais variados; 
fraqueza muscular: tonturas; distúrbios emocionais leves: paralisias e outras dificuldades 
motoras. 
Doença de Werdnig-Hoffmann3 – forma de amiotrofia espinhal transmitida de 
modo autossômico recessivo de aparecimento muito precoce (muitas vezes in útero), 
caracterizada por grande hipotonia muscular e paralisias flácidas. Começa por atacar 
a musculatura proximal dos membros inferiores e em seguida todo o corpo. Existem 
perturbações da deglutição por afecção do bulbo raquidiano e uma afecção dos 
músculos respiratórios intercostais. A evolução é rapidamente fatal. 
 
Espinha bífida – é um defeito congênito da coluna vertebral onde um ou mais 
arcos vertebrais não se fecham completamente durante o desenvolvimento fetal, 
constituindo-se num distúrbio neurológico de origem espinhal. A natureza e a 
magnitude da lesão e da paralisia dependem da severidade e da localização do 
defeito. A causa é desconhecida. Sabe-se que quando o tubo neural não se 
desenvolve completamente, acaba fechando-se nos primeiros 30 dias de gravidez. 
 
Pode ser: a) oculta – marcada por uma “covinha”, sinal ou tufo de pelos. Pode 
passar desapercebida, sem o aparecimento de problemas neurológicos. b) 
meningocele ou c) mielomeningocele. 
 
 
 
Dentro dos distúrbios ortopédicos ou de origem muscular que podem levar à 
deficiência motora podemos destacar: 
 
Amputação - definida como ausência congênita ou retirada, de um ou mais 
membros. Podemos ter congênita (amielia, dismielia ou focomielia), ou adquirida 
(cirurgia, traumas, etc.). Pode ser ocasionada por: problemas vasculares (traumas); má 
formações congênitas; causas metabólicas e outras; 
Distrofia muscular – caracterizada pela deterioração progressiva da 
musculatura esquelética voluntária, levando à incapacitação pela dificuldade ou 
ausência de contração muscular. Existem diversos tipos: 
 
a) Duchenne – o tipo mais conhecido, mais incapacitante, severo e precoce. 
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27 
Os primeiros sintomas aparecem em torno dos 5 anos de idade e sua estimativa de vida 
não é de alcançar a vida adulta, devido a atrofia da musculatura respiratória; 
b) Becker – mais lenta que o tipo Duchenne, deixando maior estimativa de vida; 
c) distal – rara, porém menos deletéria; 
 
 d) cintura-membros – inicia na região da cintura escapular e pélvica, depois 
envolve a musculatura paraespinal. O indivíduo não apresenta problemas 
respiratórios, porém pode adquirir deformidades ortopédicas; 
 
 e) ocular – inicia pelos olhos e se espalha pela face, diminuindo a mímica facial; 
 
f) escápulo-peroneal – inicia na musculatura proximal dos membros superiores 
(MMSS) e na musculatura distal pelos membros inferiores (MMI). Causa diversas 
deformidades ortopédicas. 
 
Artrite – significa inflamação de uma articulação. É uma inflamação articular que 
causa dor intensa na articulação e suas adjacências. Aparece em qualquer idade. A 
forma mais comum é a artrite reumatoide, definida como uma doença sistêmica, onde 
o principal sintoma é o envolvimento dos músculos e articulações. A forma mais grave 
da doença é a artrite reumatoide juvenil que aparece antes dos 7 anos de idade, 
acometendo mais os indivíduos do sexo feminino. Sua causa é desconhecida. Varia 
na severidade. Apresenta uma inflamação leve, inchaço, rigidez articular e do tecido 
conjuntivo, chegando até a atrofia e deformidade articular. 
 
 
 
 
 
 
3 
Guido Werdnig, neurologista austríaco. 1844-1919. Johann Hoffmann. neurologista alemão, 1857- 
 
1919. 
 
 O envolvimento geralmente é simétrico. Inicia-se nas pequenas articulações (mãos e 
pés) com uma sensibilidade extrema chegando à dor. Geralmente ocorrem degenerações 
articulares sendo necessário substituição cirúrgica de algumas articulações. 
 
 
Artrogripose – é uma condição congênita onde algumas articulações estão 
rígidas e deformadas. Pode ser por fraqueza ou ausência de um músculo ou mesmo 
parte dele. Várias articulações podem se tornar fixas ao nascimento. Não causa dor, mas 
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28 
limita os movimentos. A correção cirúrgica não é possível. 
Nanismo – é o crescimento. A condroplasia é uma doença cromossômica 
autossômica, causada por um gene dominante que tem como principal característica a 
ausência da cartilagem de crescimento dos membros. Nestes casos há uma 
desproporção de tronco, membros e cabeça. 
 
Osteomielite – é uma infecção óssea, prevalente no ocidente, chamada de 
doença da infância. Pode ser causada por“stafilococcus”, “streptococcus” ou 
“pneumococcus”. Acomete mais frequentemente a tíbia, fêmur ou úmero de um só 
membro. Ela pode ser aguda ou crônica. Seus sintomas e severidade variam com o 
local de acometimento e o tempo de acometimento. 
 
Osteogeneisi imperfecta – é causada por um gene mutante (herança). O osso 
se torna leve e quebradiço resultando em diminuição da densidade. Ao 
nascimento podem ocorrer fraturas que depois se tornam recorrentes. As 
deformidades ocorrem como consequência das fraturas. Ocorrem muitas contusões que 
diminuem com a adolescência. Geralmente estes indivíduos têm baixa estatura. 
Utilização da Talidomida – talidomida é a denominação comum da imida do 
acido n-ftaliglutamico, substância utilizada por suas propriedades tranquilizantes e 
imunossupressoras. Foi empregada por mulheres grávidas, principalmente entre os 
anos 1957 e 1962, no mundo todo, e provocou o surgimento de malformações em 
crianças que chegaram a 15.000 nascidos sem braços e pernas, tendo seu uso 
proibido em 1961, por ser teratogênica para mulheres no início da gravidez. A 
utilização da Talidomida para tratamento de portadores de Hanseníase e AIDS, que 
podem ter muitos benefícios com esta medicação deve ser feita sob rigorosa 
vigilância e orientação médica (HONORA; FRIZANCO, 2008; TEIXEIRA, 2010). 
 
 
 
Vale guardar... 
 
Características do portador de DF: 
 
 movimentação não coordenada ou atitudes desajeitadas de todo o corpo ou 
parte dele; 
 
 marcha não coordenada, pisa na ponta dos pés ou manca; 
 
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29 
 pés tortos ou qualquer deformidade corporal; 
 
 pernas em tesoura (uma estendida sobre a outra); 
 
 segura o lápis com muita ou pouca força; 
 
 dificuldade para realizar atividades que exijam coordenação motora fina; 
 
 desequilíbrios e queda constantes; 
 
 dor óssea, articular ou muscular. 
 
 
Como Identificar uma pessoa portadora de DF: 
 
 observação quanto ao atraso no desenvolvimento neuropsicomotor do bebê 
 
(não firmar a cabeça, não sentar, não falar no tempo esperado); 
 
 atenção para perda ou alterações dos movimentos, da força muscular ou da 
sensibilidade para membros superiores ou membros inferiores; 
 
 identificação de erros inatos do metabolismo; 
 
 identificação de doenças infectocontagiosas e crônico-degenerativas; 
 
 controle de gestação de alto-risco. 
 
A Identificação precoce pela família seguida de exame clínico especializado 
favorecem a prevenção primária e secundária e o agravamento do quadro de 
incapacidade (TEIXEIRA, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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30 
UNIDADE 3 – ATENDIMENTO EDUCACIONAL 
ESPECIALIZADO 
 
 
 
O atendimento educacional especializado é uma modalidade de ensino que 
perpassa todos os níveis, graus e etapas do percurso escolar e tem como objetivos, 
entre outros, identificar as necessidades e possibilidades do aluno com deficiência, 
elaborar planos de atendimento, visando ao acesso e à participação no processo de 
escolarização em escolas comuns, atender o aluno com deficiências no turno oposto 
àquele em que ele frequenta a sala comum, produzir e/ou indicar materiais e 
recursos didáticos que garantam a acessibilidade do aluno com deficiência aos 
conteúdos curriculares, acompanhar o uso desses recursos em sala de aula, 
verificando sua funcionalidade, sua aplicabilidade e a necessidade de eventuais 
ajustes, e orientar as famílias e professores quanto aos recursos utilizados pelo aluno 
(SARTORETTO; SARTORETTO, 2008). 
O atendimento educacional especializado disponibiliza programas de 
enriquecimento curricular no caso de altas habilidades, o ensino de linguagens e 
códigos específicos de comunicação e sinalização, ajudas técnicas e recursos de 
tecnologia assistiva, dentre outros. Ao longo de todo processo de escolarização, esse 
atendimento deve estar articulado com a proposta pedagógica do ensino comum. 
A inclusão escolar tem início na educação infantil, onde se desenvolvem as 
bases necessárias para a construção do conhecimento e seu desenvolvimento global. 
Nessa etapa, o lúdico, o acesso às formas diferenciadas de comunicação, a riqueza de 
estímulos nos aspectos físico, cognitivo, emocional, psicomotor e social e a convivência 
com as diferenças favorecem as relações interpessoais, o respeito e a valorização da 
criança. Nesse sentido, o atendimento educacional especializado deve estar presente 
em todas as etapas e modalidades da educação básica, e se destina a apoiar o 
desenvolvimento dos alunos com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e 
altas habilidades/superdotação. De oferta obrigatória dos sistemas de ensino, deve ser 
realizado no turno inverso ao da classe comum, na própria escola ou em centro 
especializado que realize esse serviço educacional. 
 
O atendimento educacional especializado é realizado mediante a atuação de 
profissionais com conhecimentos específicos no ensino da Língua Brasileira de Sinais, 
da Língua Portuguesa na modalidade escrita como segunda língua, do sistema 
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31 
Braille, do Soroban, da orientação e mobilidade, das atividades de vida autônoma, da 
comunicação alternativa, do desenvolvimento dos processos mentais superiores, dos 
programas de enriquecimento curricular, da adequação e produção de materiais 
didáticos e pedagógicos, da utilização de recursos ópticos e não ópticos, da 
tecnologia assistiva e outros. 
 
Para atuar na educação especial, o professor deve ter como base da sua 
formação, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e 
conhecimentos específicos da área. Essa formação possibilita a sua atuação no 
atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caráter interativo e 
interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas de recursos, 
nos centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos de acessibilidade 
das instituições de educação superior, nas classes hospitalares e nos ambientes 
domiciliares, para a oferta dos serviços e recursos de educação especial. 
 
O atendimento educacional especializado destina-se normalmente aos alunos da 
escola que apresentam algum tipo de deficiência, mas pode estender-se também aos 
alunos de escolas próximas, nas quais esse tipo de serviço ainda não esteja 
organizado. Pode ser realizado individualmente ou em pequenos grupos, em horário 
diferente daquele em que frequentam a classe comum. 
 
O Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008, além da sua disposição sobre 
o apoio técnico e financeiro aos sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios, ele tem como finalidade a ampliação da oferta do Atendimento 
Educacional Especializado aos alunos com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública de 
ensino regular. 
De acordo com o disposto neste documento, considera-se Atendimento 
Educacional Especializado– AEE – o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade 
e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou 
suplementar à formação do ensino regular. 
Neste sentido, são objetivos do atendimento educacional especializado: 
 
I – prover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino 
regular aos alunos referidos no artigo 1°; 
 
II – garantir a transversalidade das ações da educação especial no ensino 
regular; 
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32 
 
III – fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que 
eliminem as barreiras no processo de ensino e aprendizagem; e, 
 
IV – assegurar condições para a continuidade de estudos e nos demais 
níveis de ensino. 
 
3.1 Conceito e definição 
 
O Atendimento Educacional Especializado (AEE), segundo Mantoan (2004), 
refere-se ao serviço de apoio para melhor atender às especificidades dos alunos com 
deficiência, complementando a educação escolar e devendo estar disponível em todos 
os níveis de ensino. 
 
A autora diz que a Constituição admite ainda que o atendimento educacional 
especializado deve ser, preferencialmente, oferecido na rede regular de ensino, no 
entanto, também pode ser oferecido fora da rede regular, já que é um complemento e 
não um substitutivo do ensino ministrado na escola comum para todos os alunos. 
 
Ele deve ser oferecido em horários distintos das aulas das escolas comuns, com 
outros objetivos, metas e procedimentos educacionais. Suas ações são definidas 
conforme o tipo de deficiência que se propõe a atender. O AEE, é de acordo com o 
MEC e a Secretaria de Educação Especial, um serviço da Educação Especial que 
identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que eliminem 
as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando as suas necessidades 
específicas. 
 
 
 
Fávero (2007, p.15 - 16) afirma que: 
 
 
 
 
[...] o simples fato de referir a pessoas com deficiência e seu direito à 
educação faz com que surja, de imediato, a noção de que é uma diferenciação 
mais que válida, necessária de tão acostumados que todos estão a identificar tais 
pessoas como titulares de um ensino especial. [...] este verdadeiro desafio, que 
coloca em xeque o costume de associar pessoas com deficiência a um ensino 
diferente apartado, porque as soluções que podem surgir disso, além de 
garantir as pessoas com deficiência o seu direito de igualdade, talvez seja uma 
contribuição para melhoria da qualidade de ensino em geral. 
 
 
 
 
 
 
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33 
Pode-se então compreender que de fato o AEE está garantido na legislação, 
contudo não há práticas de ensino específicas para inclusão, a não ser recursos que 
podem auxiliar os processos de ensino e de aprendizagem. O professor, de um modo 
geral, deve considerar as possibilidades de desenvolvimento de cada aluno e explorar 
sua capacidade de aprender. Os alunos com deficiências e condutas típicas, devido às 
suas particularidades, podem necessitar de estratégias, ações e recursos diferenciados 
para que o seu direito à educação seja assegurado. O conjunto desses serviços 
também é oferecido pelo Atendimento Educacional Especializado, que devem ser 
organizados institucionalmente em escolas públicas, mas podendo também atender 
alunos de escolas particulares, atendendo alunos da educação infantil, ensino 
fundamental e ensino médio, para apoiar e complementar os serviços educacionais 
comuns de forma a favorecer o desenvolvimento desses alunos (BRASIL, 2007). 
 
Assim, o AEE complementa ou suplementa a formação do aluno com vistas à 
sua autonomia e independência na escola e fora dela. E sob o ponto de vista da 
legalidade, um dos pontos de discussão é garantir a aplicação da igualdade de 
acesso à educação formal, assim entramos num dilema que é saber [...] em qual 
hipótese “tratar igualmente o igual e desigualmente o desigual”, fórmula proposta ainda 
na Antiguidade, por Aristóteles. A utilização da fórmula aristotélica, pura e 
simplesmente, já demonstrou que, em certos casos, pode até configurar uma conduta 
discriminatória. Esta fórmula, em razão de sua sabedoria, jamais foi alterada, mas vem 
sendo constantemente aprimorada. A doutrina e jurisprudência existentes oferecem 
como solução o imperativo de tratamento igual para todos, admitindo-se os 
tratamentos diferenciados apenas como exceção e desde que eles tenham um 
fundamento razoável para sua adoção (FÁVERO, 2007, p.13). 
 
Portanto, o AEE é um recurso educacional que propõe estratégias de apoio e 
complementação colocados à disposição dos alunos com deficiências e condutas 
típicas, proporcionando diferentes alternativas de atendimento, de acordo com as 
necessidades educacionais especiais de cada aluno, podendo assim de fato garantir o 
direito à educação plena e de qualidade (OLIVEIRA; ARAÚJO, 2010). 
 
O Atendimento Educacional Especializado na forma de apoio representa os 
atendimentos que favorecem o acesso ao currículo, podendo ser oferecidos dentro, 
como apoio ao professor relacionado a estratégias em sala de aula, ou fora da sala de 
aula no contraturno da escolarização, no caso para atendimento do aluno. 
 
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34 
Segundo Silva e Maciel (2005), o AEE na forma de complementação representa 
um trabalho pedagógico complementar necessário ao desenvolvimento de 
competências e habilidades próprias nos diferentes níveis de ensino, deve ser 
realizado no contraturno da escolarização do aluno e se efetiva por meio dos 
seguintes serviços: salas de recursos; oficinas pedagógicas de formação e 
capacitação profissional. 
 
Em linhas gerais, o objetivo do AEE, é o de oferecer o que não é próprio dos 
currículos da base nacional comum, possuindo outros objetivos, metas e 
procedimentos educacionais. Segundo Silva; Maciel (2005, p. 5), 
 
 
suas ações são definidas conforme o tipo de deficiência ou condutas típicas que 
se propõe a atender, bem como deve contemplar as necessidades educacionais 
especiais de cada aluno, as quais devem estar fundamentadas na avaliação 
pedagógica. 
 
De todo modo, o Atendimento Educacional Especializado não deve ser 
confundido com o reforço escolar nem como atendimento clínico, ou como substituto dos 
serviços educacionais comuns. 
 
Ressalta-se que a escolarização dos alunos com deficiências e condutas 
típicas deve ser um compromisso da escola e compete à classe comum, que deve 
responder às necessidades dos educandos com práticas que respeitem as diferenças 
(SILVA; MACIEL, 2005). 
 
No que se refere à formação do profissional para atuar na sala de recursos, o 
professor da sala de recursos deverá ter curso de graduação, pós-graduação e/ou 
formação continuada que o habilite para atuar em áreas da educação especial para o 
atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos. Essa formação é 
específica para cada deficiência ou condutas típicas (OLIVEIRA; ARAÚJO, 2010). 
 
Portanto, o AEE se valida, de acordo com Fávero (2007), por ser um tratamento 
diferenciado, que tem sede constitucional, e que não exclui as pessoas

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