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Fund Jurídicos - Direito penal-converted

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Direito Penal
Conhecido como Direito criminal, é o ramo
do direito público dedicado às normas emanadas
pelo Poder Legislativo. É formado por um conjunto
de regras e princípios que integram um campo
específico do ordenamento jurídico, dedicado à
tutela dos bens jurídicos mais relevantes de uma
sociedade.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_p%C3%BAblico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Norma_jur%C3%ADdica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Poder_Legislativo
Direito Penal
Objeto:
A norma de repressão dos delitos, lhes
imputando penas, ou seja, define as infrações
de natureza penal e suas conseqüências
jurídicas correspondentes – penas ou medidas
de segurança.
Direito Penal
Finalidade:
Preservar a sociedade e proporcionar o seu
desenvolvimento. É um meio de controle social
formalizado, que representa a espécie mais aguda de
intervenção estatal. O controle, que visa a exclusiva tutela
de bens jurídicos, vedando ao direito penal interferência no
âmbito da moral, da religião, da ética, enfim, de tudo que
diga respeito às convicções íntimas dos cidadãos.
Direito Penal
Contextualização da Finalidade:
Não se constitui em mecanismo para propor
mudanças na ordem social ou constituir uma ética em
qualquer sentido. Tradicionalmente, entende-se que o
direito penal visa a proteger os bens jurídicos fundamentais
(todo valor reconhecido pelo direito). No crime de furto,
por exemplo, o resultado é representado pela ofensa ao
bem jurídico "patrimônio"; no homicídio, há lesão ao bem
jurídico "vida humana"; na coação, uma violação à
liberdade individual. Essa seria a tríade fundamental de
bens jurídicos tutelados coativamente pelo Estado: vida,
liberdade e propriedade.
CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL
1. Preventiva;
2. Normativa;
3. Valorativa;
4. Finalista;
5. Instrumental;
6. Sancionador;
CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL
1. Preventiva:
Antes de punir o infrator da ordem
jurídico-penal, estabelece normas proibitivas e
comina penas, visando evitar a prática do
crime.
Havendo a lesão ao bem protegido a
sanção abstrata, através do processo legal
transforma-se em efetiva atuando sobre o
infrator.
2. Normativa: porque formado por um
conjunto de normas jurídicas (princípios e
regras) que definem as infrações de natureza
penal e suas consequências jurídicas
correspondentes (penas ou medidas de
segurança).
3. Valorativo: porque a proibição legislativa de
uma determinada conduta, através da norma
penal, importa em uma valoração negativa
que conduz à criminalização da mesma.
4. Finalista: Consiste na sua atuação e, defesa
da sociedade, visando proteger bens jurídicos
fundamentais como garantia de sobrevivência da
ordem jurídica.
5. Instrumental: por ter sido estabelecido com
uma finalidade própria e específica: a tutela de
bens jurídicos.
6. Sancionador: Porque protege a ordem jurídica
cominando sanções, penas. Sancionador no sentido
que não cria bens jurídicos, mas acrescenta a tutela
aos já existentes, dão origem ao um direito
subjetivo para o Estado agir de modo
coercitivo, sancionando de forma
especialmente drástica o descumprimento de
um dever jurídico.
Os princípios do Direito
1. Legalidade;
2. Reserva Legal;
3. Anterioridade;
4. Lesividade;
5. Taxatividade;
6. Culpabilidade;
7. Irretroatividade da Lei Penal;
8. Abolitio Criminis;
9. Insignificância.
Os Princípios do Direito
1. Legalidade: O princípio da legalidade é um
princípio jurídico fundamental que estabelece não
existir delito fora da definição da norma escrita na
lei e nem se pode impor uma pena que nessa
mesma lei não esteja já definida.
2. Reserva Legal: Este princípio estabelece que
apenas através da lei formal é que se pode criar
uma obrigação ou um dever ao cidadão.
3. Anterioridade: A lei tem que ser criada para
reger fatos posteriores a ela.Lei penal so volta atras
se for para beneficiar.
4. Lesividade: Somente a conduta que ingressar na
esfera de interesses de outra pessoa deverá ser
criminalizada. Não haverá punição enquanto os
efeitos permanecerem na esfera de interesses da
própria pessoa.
5. Taxatividade:
Não basta existir uma lei que defina uma
conduta como crime. A norma incriminadora legal
deve ser clara, compreensível, permitindo ao
cidadão a real consciência acerca da conduta
punível pelo Estado. Não está expresso em
nenhuma norma legal, trata-se de uma construção
doutrinária, fundamentada no princípio da
legalidade e nas bases do Estado Democrático de
Direito.
6. Culpabilidade: Em sua configuração mais
elementar, não há crime sem culpabilidade
(nullum crimen sine culpa). Constitui um óbice à
punição por mera responsabilidade objetiva.
Significa que ninguém responderá por um
resultado se não houver causado o resultado
com dolo (intenção de cometer o crime) ou
culpa (violação de um dever de cuidado).
7. Irretroatividade da Lei Penal (CF/88, art. 5°,
XL):
A regra, exposta na Constituição Federal, é que
a lei penal não retroagirá. Dessa forma, a lei deverá
produzir seus efeitos para o futuro, não se
aplicando aos fatos anteriores à sua edição.Todavia,
tanto a CF/88 quanto o Código Penal (art. 2°)
estabelecem exceções a essa regra. A principal
exceção é a retroatividade da lei penal mais
benéfica ao réu. A lei penal mais severa nunca
retroagirá para prejudicar o cidadão, ao passo que
uma lei mais favorável atingirá os fatos ocorridos
no passado.
8. Abolitio Criminis: Esse fenômeno ocorre quando
lei posterior revoga um tipo penal previsto em lei
anterior.
9. Insignificância: Trata-se de um princípio que
considera a relevância da ofensa ao bem jurídico
tutelado. Constitui uma manifestação contrária ao uso
abusivo e desnecessário do direito penal, nos casos em
que o bem jurídico é violado de forma irrisória. De
acordo com o princípio da insignificância, o legislador,
ao tipificar uma conduta, pretende defender o bem
jurídico de ofensas significantes. Condutas sem
nenhuma relevância material não chegam a ofender o
bem jurídico tutelado, sendo, portanto, atípicas. Logo,
não merecem ser punidas pelo direito penal.
ESPÉCIES DE INFRAÇÃO PENAL
CONTEXTUALIZAÇÃO
No Brasil, crime não é sinônimo de infração
penal. Infração penal é gênero, do qual decorrem
duas espécies:
a) crime ou delito;
b) contravenção penal.
Por conta dessas duas espécies do gênero
infração penal, diz-se que o Brasil adotou o sistema
dicotômico, concepção também utilizada na Itália e
Alemanha.
Portanto, em nosso País, crime e delito
designam o mesmo fenômeno, porém distinto de
contravenção penal, Nelson Hungria denominou
“crime anão“, nomenclatura bastante difundida, mas
rechaçada por alguns autores nacionais. Também se
utiliza “crime liliputiano“ ou “crime vagabundo“
para aludir às contravenções penais.
No nosso ordenamento jurídico é possível fazer
a seguinte “escala de gravidade” do mal causado ao
bem jurídico, para distinguir as espécies de infração
penal: em primeiro lugar, o crime ou delito (mais
grave); em seguida a contravenção penal (menos
grave).
Crime:
É no aspecto material todo fato humano
que, propositada ou descuidadamente, causa
lesão ou expõe a perigo bens jurídico
importantes para a coletividade e para a paz
social, no aspecto formal é aquilo que o
legislador descreve como tal, e no aspecto
analítico, crime é todo fato típico e ilícito.
Contravenção Penal:
De acordo com o art. 1º, da Lei de Introdução ao
Código Penal e da Lei das Contravenções Penais,
contravenção é “a infração penal a que a lei comina,
isoladamente, pena de prisão simples ou de multa,
ou ambas. alternativa ou cumulativamente.”. Assim,
conforme acima delineado, não existe uma diferença
ontológica entre crime e contravenção penal,
ocorrendo a sua diferenciação apenas nas penas
cominadas, que no caso da contravenção consiste em
prisão simples ou multa; e, quando se tratar de crime,
as penas serão de reclusão ou de detenção, quer
isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente
com a pena de multa.
No que diz respeito àcompetência das contravenções
penais, é importante ressaltar que a mesma pertence aos
Juizados Especiais Criminais, nos termos dos artigos 60 e
61, da Lei 9.099/95, conforme a seguir:
“Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes
togados ou togados e leigos, tem competência para a
conciliação, o julgamento e a execução das infrações
penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras
de conexão e continência.
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor
potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena
máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não
com multa.
Fato Típico: É o comportamento humano (ação ou
omissão) que se amolda perfeitamente aos elementos
constantes do modelo previsto na lei penal que provoca,
em regra, um resultado, sendo previsto pela lei como
infração penal.
São elementos do fato típico a conduta, o resultado, o
nexo causal entre a conduta e o resultado é a tipicidade. Na
falta de qualquer destes elementos, o fato passa a ser
atípico e, por conseguinte, não há crime.
Antijuridicidade: É a conduta humana que contrarie a
norma jurídica. Qualquer conduta que, desde que
não esteja amparada por nenhuma excludente, irá
lesar ou colocar em perigo a norma jurídica.
FATO TÍPICO:
Elementos do fato típico:
a)Conduta - é toda ação humana ou omissão consciente e
dirigida a uma finalidade;
dolosa ou culposa - inobservância do objeto.
A princípio, pune-se apenas quando há vontade (dolo),
porém, como exceção, pune-se quando não há vontade mas há
negligência, imprudência e/ou imperícia (culpa).
b)Nexo Causal - é a relação de causa e efeito entre a conduta
e o resultado;
c)Resultado- é a modificação do mundo exterior causada pela
conduta.
d)Tipicidade é a correspondência exata, a adequação perfeita
entre o fato natural, concreto e a descrição contida na norma
penal incriminadora.
Causas excludentes da ilicitude
O Código Penal prevê expressamente três
causas:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa; 
III - em estrito cumprimento de dever 
legal ou no exercício regular de direito 
Causas excludentes da ilicitude
I - Estado de necessidade: Quando o autor pratica a conduta
para salvar de perigo atual direito próprio ou alheio.
II - Legítima defesa: Consiste em repelir moderadamente
injusta agressão a si próprio ou a outra pessoa.
III - Estrito cumprimento de dever legal ou Exercício
regular de direito: Quando o autor tem o dever de agir - por
ser agente público - e o faz de acordo com determinação legal
ou consiste na atuação do agente dentro dos limites
conferidos pelo ordenamento legal.
O agente, em qualquer das hipóteses, responderá pelo
excesso doloso ou culposo.
CULPABILIDADE
É a possibilidade de se considerar alguém culpado
pela prática de uma infração penal. Por essa razão, costuma
ser definida como juízo de censurabilidade e reprovação
exercido sobre alguém que praticou um fato típico e ilícito.
O conceito de culpabilidade abrange culpa e dolo. A
culpa ocorre quando o agente age com negligência,
imprudência e imperícia; o dolo quando o agente tem a
intenção/vontade livre de praticar o crime. Para que se
possa concluir pela infração penal é preciso que o agente
tenha cometido um fato típico, antijurídico e culpável.
Esses elementos, que integram o conceito analítico de
crime, devem ser analisados nessa ordem.
Portanto, se presentes todos esses elementos, fato
típico, antijuridicidade e culpabilidade, haverá crime.
REQUISITOS DA CULPABILIDADE DE ACORDO 
COM A TEORIA ADOTADA PELO CÓDIGO PENAL.
O CP adotou a teoria limitada da culpabilidade,
segundo a qual são seus requisitos:
a) IMPUTABILIDADE;
b) POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE;
c) EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA.
O QUE É IMPUTABILIDADE?
É a capacidade de entender o caráter ilícito do fato
e de determinar-se de acordo com esse entendimento.
O QUE É POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE?
É quando se pratica um fato típico sendo sabedor
de sua ilicitude.
O QUE É EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA?
É quando o agente, ao praticar a ação, se
encontrava em circunstâncias que lhe permitissem
conduzir-se de modo diferente, ou seja, respeitar o
imperativo da norma penal.
Causas de exclusão da culpabilidade
A própria norma exclui a Culpabilidade do fato
considerado típico quando o agente agir conforme aquelas
excludentes. Dentre os elementos que compõe o crime, é
imprescindível a análise da culpabilidade como fator de
integração entre o fato típico e antijurídico e o agente do ato
ilícito. Ainda que o fato esteja tipificado em lei e seja
antijurídico, se ausente a culpa em sentido lato, na conduta do
agente, não haverá punibilidade. Cristalino se mostra que não
basta a tipificação e antijuridicidade de uma conduta, para
caracterização do crime. Sem a culpabilidade, não há infração
penal, posto que apenas com a real capacidade do agente de
poder entender a gravidade de seu ato perante o meio social e
sua conseqüente reprovabilidade, é que o autor poderá sofrer a
sanção do Estado.
Causas de exclusão da culpabilidade
1. Inimputabilidade
2. Coação irresistível
3. Obediência hierárquica
4. Erro de Proibição
Inimputabilidade
A inimputabilidade está prevista no art. 26 do Código Penal, e
a redução da pena em razão de semi-inimputabilidade no parágrafo
único do mesmo artigo, a ver:
“Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental
ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo
da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
Coação irresistível
A coação irresistível ocorre quando uma pessoa emprega
força física ou ameaça a outra pessoa para que ela cometa um
crime. A primeira parte do art. 22 do Código Penal faz previsão da
coação irresistível:
“Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em
estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior
hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.(Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)”
Obediência hierárquica
A obediência hierárquica, como causa de exclusão de
culpabilidade, ocorre quando um servidor público pratica um crime sob
ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico.
A segunda parte do art. 22 do Código Penal estabelece que:
“Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em
estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior
hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.(Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)”
De acordo com Júlio Fabbrini Mirabete, “trata-se, segundo a
doutrina, de um caso especial de erro de proibição. Supondo obedecer
a uma ordem legítima do superior, o agente pratica o fato incriminado.”
Ocorrendo a justificante, no processo disciplinar, o servidor
público que obedeceu a ordem não manifestamente ilegal deverá ser
absolvido, e o chefe que deu a ordem deve ser responsabilizado, pois
incumbia a ele conhecer da legalidade de seus atos.
Erro de proibição
O erro de proibição ocorre quando o sujeito ativo não sabe que sua
conduta é contrária ao Direito Penal, ou seja, não tem consciência da
ilicitude de sua conduta.
Julio Fabbrini Mirabete diz que:
O sujeito ativo, nesse caso, equivoca-se ao pensar que sua ação é
lícita. É certo que a ninguém é permitido alegar o desconhecimento da
lei, nos termos do art. 21 do Código Penal. No entanto, o sujeito pode
não compreender bem a lei. Assim, deve ser lida a segunda parte do
artigo 21, que se colaciona abaixo:
“Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a
ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-
la de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou
se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quandolhe era possível,
nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)”
No Direito Administrativo, pode ocorrer que o servidor público
desconheça as várias leis (portarias, resoluções, etc.) que existem
acerca do funcionamento da Administração, bem ainda pode fazer uma
leitura errônea delas.
Causas supralegais de exclusão da culpabilidade 
Parte dos penalistas entende que por mais previdente que possa ser o
legislador, não pode elencar todos os casos em que a inexigibilidade de outra
conduta deve excluir a culpabilidade. Assim, é admissível a existência de um
fato, não previsto pelo legislador como causa de exclusão de culpabilidade,que
apresente todos os requisitos do princípio da não-exigibilidade de
comportamento lícito.
Em relação às causas supralegais de exclusão da culpabilidade, Rogério
Sanches enumera duas:
a) cláusula de consciência - isenta de pena aquele que, por motivo de
consciência ou de crença, praticar fato criminoso, desde que não viole direitos
fundamentais individuais. Ex: não permissão de transfusão de sangue pelos
testemunhas de Jeová;
b) desobediência civil - representa ato de insubordinação. Requisitos:
desobediência fundada na proteção dos direitos fundamentais e que o dano
causado não seja relevante. Ex: invasões do MST
CONTEXTUALIZAÇÃO
O Direito Penal antevê que certas condutas podem não
conter um dos elementos do crime, a saber: antijuridicidade ou
culpabilidade. Ausente um desses elementos, o agente não
sofrerá a reprimenda do Estado.
A doutrina chama essa ausência de excludentes de ilicitude
ou antijuridicidade e excludente de culpabilidade.
Assim, embora o agente tenha praticado o crime, ele não
será punido em razão de haver uma excludente ilicitude, ou seja,
o fato praticado pelo agente será considerado lícito, bem como,
em alguns casos, o agente também não responderá pelo crime
em razão de tê-lo cometido acobertado por uma excludente de
culpabilidade.
Note-se que não citamos o elemento “fato típico”, tipicidade,
pois ausente esse elemento, não haverá crime, o crime nunca
existiu. Naqueles outros casos, antijuridicidade e culpabilidade, o
crime existe, mas não é punível em razão de a própria lei indicar
em quais circunstâncias o agente não responde pelo crime.
CAUSAS QUE EXCLUEM A 
IMPUTABILIDADE (INIMPUTABILIDADE)
a) Doença mental;
b) Desenvolvimento mental incompleto;
c) Desenvolvimento mental retardado;
d) Embriaguez completa proveniente de
caso fortuito ou força maior.
CAUSAS QUE EXCLUEM A 
IMPUTABILIDADE
a) Doença mental;
Transtornos mentais são alterações do
funcionamento da mente que prejudicam o
desempenho da pessoa na vida familiar, na
vida social, na vida pessoal, no trabalho,
nos estudos, na compreensão de si e dos
outros, na possibilidade de autocrítica, na
tolerância aos problemas e na
possibilidade de ter prazer na vida em
geral.
b) Desenvolvimento mental incompleto
É o desenvolvimento mental que ainda
não se concluiu seja em razão da idade seja
em razão da falta de convivência social.
Os menores de 18 anos. Trata-se de presunção
legal a ausência do desenvolvimento mental
completo aos menores de 18 anos. Portanto, não
apresentam culpabilidade nem é permitida aplicação
de penal. Ressalve-se que a Lei 8069/90 estabelece
que os menores de 18 anos praticam ato infracional
e, em razão disso, aplica-se as medidas sócio
educativas, previstas expressamente.
c) Desenvolvimento mental retardado;
É aquele incompatível com o estágio de vida que se encontra a
pessoa, estando, assim, abaixo do desenvolvimento normal para
aquela idade cronológica. No desenvolvimento mental incompleto
não há maturidade psíquica em razão da idade. No
desenvolvimento mental retardado a capacidade não corresponde
às expectativas para aquele momento de vida, É o caso dos
oligofrênicos, que são aqueles que apresentam um coeficiente
mental reduzido, classificam-se em uma escala decrescente de
inteligência: débeis mentais, imbecis e idiotas. Possuem
insignificante capacidade mental e ficam impossibilitados de
efetuar uma correta avaliação da situação de fato que lhes
apresenta não tendo condições de entender o crime que cometem.
Oligofrênico é um adjetivo que se refere àquele que sofre
de oligofrenia. Do grego “oligos”, que significa pouco, mais
“phren”, que significa mente.
Obs. “Surdos-mudos” – O Professor Fernando Capez
e o Professor Damásio de Jesus os classifica como
portadores de desenvolvimento mental retardado, já o
Professor Mirabete os classifica como portadores de
desenvolvimento mental incompleto. De qualquer modo é
importante frisar que o “surdo-mudo” só será considerado
inimputável na medida em que esse déficit impedir de
entender o caráter ilícito do fato ou de se determinar de
acordo com sua vontade. Observe o fragmento
jurisprudencial abaixo: “O surdo-mudo, máxime se tratar
de defeito congênito ou adquirido nos primeiros anos de
vida, apresenta um déficit intelectual considerável
podendo acarretar a inimputabilidade do individuo ou
determinar a redução de sua responsabilidade criminal.
Necessidade de realizar exame de sanidade
d) Embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior.
Considerar-se-á involuntária a embriaguez quando resultar de caso
fortuito (v. g., desconhece que determinada substância produz
embriaguez) ou força maior (v. g., é constrangido à embriaguez). Se se
tratar de embriaguez involuntária completa, excluir-se-á a culpabilidade do
agente que praticar um fato típico e ilícito. E se for o caso de embriaguez
involuntária incompleta, hipótese em que, não obstante isso, preserva-se
uma certa capacidade de autodeterminação, o agente responderá por
crime, mas com pena reduzida de 1/3 a 2/3 (CP, art. 28, II, §2°).
Conforme vimos, somente a embriaguez involuntária completa, isto é,
que resulta de caso fortuito ou força maior, acarreta a exclusão da
culpabilidade. Nesse exato sentido dispõe o art. 28, § 1º, do CP: “é isento
de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso
fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo
com esse entendimento”. Assim, somente é excluída a culpabilidade
quando se provar que o agente estava ao tempo da ação inteiramente
privado de discernimento em razão de embriaguez acidental, isto é, que
não resultou de decisão própria.
O caminho do crime ou iter criminis é uma construção didático jurídica
para que se identifique o percurso que o agente faz para realizar o crime. Por
meio desse caminho, identifica-se quando a conduta do agente pode
ser efetivamente punida.
A seguir, uma linha do tempo para melhor compreensão do iter criminis:
Art. 14 - Diz-se o crime:
Crime consumado
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição
legal;
Tentativa
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias
alheias à vontade do agente.
Pena de tentativa
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
A cogitação
Refere-se ao pensamento do agente em praticar um delito.
Os atos preparatórios
São aqueles que o agente planeja a execução do crime (Exemplo: Um
revolver será o meio pelo qual o agente matará a vítima. Portanto, a aquisição
dessa arma trata-se de ato preparatório para o crime de homicídio).
A execução
É o ato pelo qual o agente inicia a prática dos elementos descritos no tipo
penal. É dizer que "o agente começa a realizar o fato que a lei define como crime".
Por exemplo: Fulano saca a arma e dispara contra a vítima. Nesse caso, a
intenção de sacar a arma e apertar o gatilho é o início da execução, independente
da consumação desse crime.
A consumação
É o ato pelo qual o agente chega ao resultado pretendido. No crime de
homicídio a consumação ocorre com a morte da pessoa; no crime de furto,a
consumação ocorre com a posse pacífica do bem subtraído; etc.
CONTEXTUALIZAÇÃO
Em suma, a cogitação e os atos preparatórios não são punidos
pelo Direito Penal brasileiro conforme o critério adotado pelo art. 14, II
do Código Penal, a menos que os atos preparatórios estejam
tipificados como crime autônomo. Desse modo, para que o agente
seja punido eventualmente por crime tentado ou crime consumado,
ele precisa necessariamente iniciar a execução do crime e, no caso da
primeira, não consumá-lo por motivos alheios a sua vontade.
Exemplo:
O agente que adquire uma arma de fogo sem registro para matar
seu desafeto. Nesse exemplo, embora a aquisição da arma de fogo
seja um ato preparatório para o crime de homicídio, ela também
configura o crime de posse ou porte de arma de fogo (art. 16 do
Estatuto do Desarmamento), ou seja, o ato preparatório, neste caso,
também é um crime autônomo.
A desistência voluntária e o Arrependimento eficaz
Estão previstos no artigo 15 do Código Penal. Senão vejamos:
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na
execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já
praticados.
A primeira consiste no abandono voluntário da prática delitiva pelo agente.
Cessa a fase executória da conduta e o resultado inicialmente desejado não ocorre
em razão da desistência voluntária do agente. Ressalte-se que a desistência tem
que ser voluntária, ou seja, por razões próprias o sujeito abandona a prática
delitiva. Nada impede que um amigo ou terceiro o convença a abandonar seu
intento inicial.
O arrependimento eficaz ocorre quando o agente pratica alguma conduta
para salvaguardar o bem jurídico que já foi colocado em risco. Em tal situação, a
fase de execução foi realizada, entretanto, o agente agrega nova conduta a fim de
evitar o sacrifício do bem tutelado, salvando-o. Note que a execução do crime
aconteceu, mas não o seu exaurimento.
O arrependimento posterior
Previsto no artigo 16 do Código Penal, só pode acontecer em crimes
praticados sem violência ou grave ameaça, desde que o agente repare o
dano ou restitua a coisa até o recebimento da denúncia ou da queixa. Trata-
se de situação na qual o crime já foi consumado, mas se for possível a
reparação o agente terá em seu benefício a causa obrigatória de diminuição
da pena de um a dois terços.
Crime impossível
Consiste naquele em que o meio usado na intenção de cometê-lo, ou
o objeto-alvo contra o qual se dirige, tornem impossível sua realização.
Segundo o código penal brasileiro, em seu artigo 17, senão vejamos:
"Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou
por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.“
Exemplo de impossibilidade do meio:
Matar alguém, batendo-lhe com uma flor, fazendo rituais de magia, etc.
Exemplo de impossibilidade do objeto:
Matar um cadáver, estuprar uma boneca, etc.
Da extinção da punibilidade no CP
A punibilidade vem como resultado da responsabilidade penal
do réu pelo crime que cometeu, dela decorre o direito de o Estado
fazer cumprir a pena. “A punição é a consequência natural da
realização da ação típica, antijurídica e culpável. Porém, após a
prática do fato delituoso podem ocorrer as chamadas causas
extintivas, que impedem a aplicação ou execução da sanção
respectiva.” (BITENCOURT, Cezar Roberto. Código Penal
Anotado, 2.ª Ed., Editora Revista dos Tribunais, pág. 394, 1999).
Em corolário a isso, a extinção da punibilidade resulta na
supressão do direito do Estado de impor a pena, não havendo como
ele querer vê-la cumprida. As circunstâncias mais relevantes para
tanto estão condensadas no artigo 107 do Código Penal, mas a
legislação pode criar outras.
Da extinção da punibilidade no CP
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
I - pela morte do agente;
II - pela anistia, graça ou indulto;
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato
como criminoso;
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos
crimes de ação privada;
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
VII – (Revogado pela Lei n.º 11.106, de 2005).
VIII – (Revogado pela Lei n.º 11.106, de 2005).
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
Inciso I – Morte do agente – a morte é causa extintiva da
punibilidade porque a pena é personalíssima, não se transmitindo
aos herdeiros do condenado. Falecendo o autor do fato, não há
espaço à aplicação da pena.
É importante destacar que os efeitos civis da sentença condenatória
(notadamente o dever de indenizar) não se extinguem com a morte
do agente, alcançando limite das forças de seu espólio;
A prova da morte se dá mediante certidão de óbito.
Inciso II –Anistia, Graça ou indulto:
A anistia é identificada pela doutrina como um esquecimento
jurídico da infração penal, que se dá através de lei e extingue a
punibilidade em face de determinados fatos. Contudo, ela não
alcança o dever da indenização civil, por só abranger os efeitos
penais. Compete ao Congresso Nacional concedê-la (artigo 48,
inciso VIII, da Constituição Federal);
A graça é ato do Presidente da República, que tem o objetivo de
favorecer pessoa determinada;
O indulto também é atribuição do Presidente da República, mas
se volta a um número indeterminado de pessoas, ele se difere da
graça por sua impessoalidade. A graça e o indulto servem para
extinguir ou comutar penas.
A graça e o indulto são prerrogativas do Presidente da República
(artigo 84, inciso XII, da Constituição Federal).
Inciso III – Abolítio Criminis – Ao deixar de considerar
criminosa uma conduta prevista em lei como tal, o delito já
não existe mais no mundo jurídico. Assim também não
haverá razão à punição do autor do fato.
Inciso IV – Prescrição, Decadência ou Perempção:
A prescrição trata-se uma garantia do autor do fato, que não
pode ser obrigado a aguardar indefinidamente uma resposta estatal
ao delito que praticou. O dever de punir do estado (jus puniendi)
tem um limite temporal, chamado de prescrição.
A decadência é a extinção do direito de promover a ação penal
privada, a representação nos crimes de ação penal condicionada a
ela ou a denúncia substitutiva da ação penal pública, como regra seu
prazo é de 06 (seis) meses.
A perempção ocorre dentro da ação penal privada, quando a
parte autora deixa de praticar determinado ato processual, em que
sua desídia faz presumir o desinteresse na responsabilização do
autor do fato
HOMICÍDIO - Artigo 121 do CPB 
O homicídio, de forma geral, é o ato de destruição da
vida de um homem por outro homem. De forma objetiva,
é o ato cometido ou omitido que resulta na eliminação da
vida do ser humano.
Artigo 121 - Homicídio simples - É a conduta típica
limitada a “matar alguém”. Esta espécie de homicídio não
possui características de qualificação, privilégio ou
atenuação. É o simples ato da prática descrita na
interpretação da lei, ou seja, o ato de trazer a morte a uma
pessoa.
Homicídio privilegiado
Artigo 121
§1º – É a conduta típica do homicídio que recebe o benefício do
privilégio, sempre que o agente comete o crime impelido por motivo
de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta
emoção, logo após a injusta provocação da vítima, podendo o juiz
reduzir a pena de um sexto a um terço.
Homicídio qualificado
§2º - É a conduta típica do homicídio onde se aumenta a pena
pela prática do crime, pela sua ocorrência nas seguintes condições:
mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo
torpe; por motivo fútil, com emprego de veneno, fogo, explosivo,
asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou do qual possa
resultar perigo comum; por traição, emboscada, ou mediante
dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a
defesa do ofendido; e para assegurar a execução, a ocultação, a
impunidade ou a vantagem de outro crime.
Homicídio Culposo
§3º – É a condutatípica do homicídio que se dá pela
imprudência, negligência ou imperícia do agente, o qual produz um
resultado não pretendido, mas previsível, estando claro que o
resultado poderia ter sido evitado.
No homicídio culposo a pena é aumentada de um terço, se o
crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou
ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima. O
mesmo ocorre se não procura diminuir as conseqüências do seu ato,
ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo o homicídio doloso, a
pena é aumentada de um terço se o crime é praticado contra pessoa
menor de quatorze ou maior de sessenta anos.
Perdão Judicial - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz
poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração
atingirem o próprio agente de forma tão grave que torne desnecessária
a sanção penal.
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-
lhe auxílio para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma;
ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão
corporal de natureza grave.
Parágrafo único - A pena é duplicada:
Aumento de pena
I - se o crime é praticado por motivo egoístico;
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a
capacidade de resistência.
O induzimento assume o significado de sugestão de vontade, de fazer surgir
na mente da vítima a idéia do suicídio.
A instigação pode ser compreendida como o estímulo a uma vontade suicida
preexistente na psique da vítima.
O auxilio é a ajuda material no fornecimento do instrumento, podendo ser
também a indicação do modo como proceder para obter o óbito, situação em que o
auxílio será moral.
Infanticídio - Artigo 123
Homicídio praticado pela mãe contra o filho, sob condições
especiais (em estado puerperal, isto é, logo pós o parto).
Aborto - Artigo 124
Ato pelo qual a mulher interrompe a gravidez de forma a trazer
destruição do produto da concepção. No auto-aborto ou no aborto
com consentimento da gestante, esta sempre será o sujeito ativo do
ato, e o feto, o sujeito passivo. No aborto sem o consentimento da
gestante, os sujeitos passivos serão o feto e a gestante.
Aborto provocado por terceiro – É o aborto provocado sem o
consentimento da gestante. Pena: reclusão, de três a dez anos.
Aborto provocado com o consentimento da gestante –
Reclusão, de um a quatro anos. A pena pode ser aumentada para
reclusão de três a dez anos, se a gestante for menor de quatorze anos,
se for alienada ou débil mental, ou ainda se o consentimento for
obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.
Forma qualificada - As penas são aumentadas de um terço se,
em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-
lo, a gestante sofrer lesão corporal de natureza grave. São duplicadas
se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Aborto necessário - Não se pune o aborto praticado por
médico: se não há outro meio de salvar a vida da gestante; e se a
gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento
da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.

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