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CURVAS CARACTERÍSTICA DAS BOMBAS A energia da bomba é transferida ao líquido através das forças centrífugas geradas no Rotor. Essas forças variam com a dimensão, forma e rotação do rotor. Qualquer modificação destes parâmetros altera a curva característica da bomba. Os catálogos podem fornecer outras curvas ou podemos traçar curvas comparativas entre bombas diferentes, porém similares. Antes que um dado modelo de bomba seja destinado ao mercado consumidor, ele é submetido a uma série de ensaios para caracterização do seu desempenho. Os resultados destes ensaios são apresentados em uma série de curvas que apresentam, para diferentes diâmetros de rotor operando na mesma rotação ou, para diferentes rotações de um mesmo diâmetro de rotor, as seguintes características: • vazão versus altura manométrica total ( Q x Hm) • vazão versus rendimento ( Q x ) • vazão versus potência requerida no eixo de acionamento ( Q x Pot) • vazão versus NPSHreq ( Q x NPSHreq) Curva Característica de uma Bomba Vazão versus altura manométrica total Esta curva é fornecida pelo fabricante Curva característica das bombas Megabloc, Meganorm e Megachem do catálogo de bombas da KSB. Exemplo 01 – Q = 120 m3/s e Hm = 28 m NPSHreq o termo em língua inglesa Net Positive Suction Head, cuja tradução literal para o português (aproximadamente "balanço no topo de sucção positiva" ou "altura livre positiva de sucção" NPSHreq = carga que a bomba necessita para succionar o líquido Diâmetro do rotor Exemplo de catálogo de um fabricante Todas as curvas das bombas são fornecidas pelos fabricantes pag.31 (ver catálogos na internet - motobombas/SCHNEIDER). Diâmetro da tubulação de recalque http://biblioteca.univap.br/dados/000014/000014ba.pdf http://biblioteca.univap.br/dados/000014/000014ba.pdf http://www.agrolinkholambra.com.br/pdf/motobombas/SCHNEIDER-Bombas.pdf Exemplos: Curva Característica da Tubulação ou Curva do Sistema Separando a perda total em duas parcelas 𝐻𝑀 = 𝐻𝑔 + 𝑟. 𝑄 2 Ponto de Operação do Sistema Uma das curvas mais importantes é a curva Hm x Q pois comparando-a com a curva característica das tubulações permite escolher a bomba mais adequada ao sistema. O cruzamento das duas curvas é denominado ponto de trabalho. ✓ Nas curvas tipo Rising - Maiores Hm correspondem a vazão nula; ✓ Isto significa que as bombas trabalham com suas rotações normais, mas com os registros das tubulações de recalque totalmente fechados. “SHUT OFF”; ✓ Abrindo-se gradativamente o registro, a água começa a escoar introduzindo as correspondentes perdas de carga na altura manométrica; ✓ A altura manométrica vai diminuindo até o equilíbrio. O ponto onde as curvas da bomba e a da tubulação se cruzam é denominado ponto de trabalho; ✓ A vazão Qt ocorre para o registro totalmente aberto; ✓ Através do gráfico, as bombas são projetadas para serem usadas em faixas de vazões e Hm bem definidas, onde seus rendimentos são máximos; ✓ Fora dessa faixa as bombas trabalham sem inconvenientes, porém com rendimento menor. ✓ A vazão de trabalho deve estar entre 10 a 20% acima da vazão do projeto. Faixa de trabalho Exemplos: O ponto de trabalho (ou operação) de uma bomba é a posição onde a curva da tubulação cruza com a curva da bomba. Qualquer alteração na curva da bomba ou na curva da Tubulação irá alterar o ponto de trabalho do sistema. Bombas KSB – Meganorm N (3500 rpm) (Abastecimento de água, Drenagem, Irrigação, Indústria de açúcar e álcool, ar condicionado, instalações prediais, combate a incêndios) Exemplo 02 - Q = 100 m3/h Hm = 40 m 3.500 rpm - Bomba 50 – 160 Exemplo 02 - Em uma reunião de condomínio, foi debatida e aceita a proposta do síndico para a substituição, no prédio, da bomba centrífuga, a qual, por ser muito velha, apresentava constantes problemas de funcionamento. Como o condomínio não dispunha do projeto hidráulico do prédio, e a bomba existente não apresentava nenhuma identificação, o referido síndico chamou você para sugerir uma nova especificação de bomba a ser instalada, para que ele pudesse providenciar a substituição por uma de modelo padronizado. Você foi informado, ainda, que não é permitida a lavagem de veículos no condomínio. Quando da análise da instalação predial você observou que: • o edifício tinha 15 andares, com 5 apartamentos por andar, havendo em cada apartamento 4 quartos com 2 pessoas por quarto, mais duas dependências para empregados com 1 pessoa por dependência; • a altura estática de aspiração (altura de sucção) era de 2,5 m; • a altura estática de recalque era de 40,0 m; • a bomba deveria funcionar 6 horas por dia. A maneira usual de se proceder à escolha de uma bomba é recorrer aos catálogos dos fabricantes - o fabricante apresenta, em seus catálogos, um gráfico constituído de quadrículas que permite “enquadrar” a bomba num tipo por ele padronizado. Consultando o catálogo disponível no momento, você obteve as informações relevantes conforme figuras 1 e 2 dos Dados/Informações Técnicas. Da bibliografia especializada, você obteve as seguintes informações: • a perda de carga na aspiração (sucção) mais a altura representativa da velocidade podem, no caso, ser consideradas equivalentes a 60% da altura de sucção; • a perda de carga no recalque pode, no caso, ser considerada como 40% da altura de recalque. Quando você retornou ao síndico, ele lhe fez as perguntas abaixo, as quais você deverá responder. a) Qual o modelo de bomba padronizado pelo fabricante que você especificou? (indicá-lo através do par “diâmetro nominal da boca de recalque” e “família de diâmetros do rotor”). b) Utilizando o gráfico das Curvas Características, apresentado adiante, qual o diâmetro do rotor, qual a potência do motor, e entre que valores será o rendimento da bomba especificado para a vazão e altura manométrica calculadas? Dados/Informações: Técnicas: Tabela 1 - Estimativa de consumo diário de água OBS: n representa o número de rotações por minuto da bomba, e o par de números internos às quadrículas representam respectivamente o diâmetro nominal da boca de recalque (mm) e a família de diâmetros do rotor (mm). a) Cálculo do consumo diário (C) C = N° de habitantes x consumo per capita C = 15 x 5 x (4 x 2 + 2 x 1) x 200 = 150.000L = 150 m3 Cálculo da vazão de recalque (Q) Q = consumo diário / n° de horas de funcionamento da bomba Q = 150 / 6 = 25 m3/h Cálculo da altura manométrica (H) H = Altura de sucção + (Perdas na sucção e altura representativa da velocidade) + Altura de recalque + Perdas no recalque H = 2,5 + 2,5 x 0,6 + 40,0 + 40,0 x 0,4 = 60,0 m Especificação da bomba com: Q = 25 m3 / h e H = 60,0 m, no gráfico de quadrículas (figura 1) tem-se: Bomba (32 – 200) onde: 32 mm diâmetro nominal da boca de recalque, e 200 mm família de diâmetros do rotor. b) Determinação do diâmetro do rotor, da potência do motor que acionará a bomba, e rendimento: Examinando-se as curvas características da bomba (32 – 200) da figura 2, tem-se: ROTOR: D = 186 mm MOTOR: P = 10 CV RENDIMENTO: Entre 50,5% e 53,0% Exemplo 03 - Calcule a vazão e altura manométrica e escolha uma bomba para abastecer uma comunidade rural com 350 pessoas sendo dado: • O consumo diário de 250 L/pessoa, • A diferença de nível entre o centro da bomba e o ponto de descarga é de 30 metros e entre o rio e o centro da bomba é de 3 metros, • Tubulação de ferro fundido (f = 0,0125), • Jornada de trabalho/dia de 5 horas, • Comprimento da linha de recalque de 450 m, • Comprimento da linha de sucção de 6 m. Sucção 1 válvula de pé com crivo (K= 2,5) 1 curva de 90⁰ (K = 0,4) Recalque 1 registro de gaveta (K = 0,2) 1 válvula de retenção (K = 2,50) 1 ampliação gradual (K = 0,30) 2 curvas de 45⁰ (2 x K = 0,20) 1 saída de tubulação (K = 1,0) Associação de Bombas Razões de naturezas diferentes diversas levam à necessidade de associar bombas. Dentre elas, podem-se citar: a) Inexistência no mercado de bombas que possam, isoladamente, atender à vazão de demanda. b) Inexistência no mercado de bombas que possam, isoladamente, atender à altura manométrica de projeto. c) Aumento da demanda com o decorrer do tempo. As associações podem ser em paralelo, em série e mistas (série-paralelo). As razões (a) e (c) requerem a associação em paralelo e a razão (b), sem série. As razões (a), (b) e (c), em conjunto, requerem a associação mista. A - Associação em Paralelo Principais características: 1) A vazão é alterada; (QA = Q1 + Q2) 2) A carga manométrica de bombeamento é mantida praticamente constante; (HMA = HM1 = HM2) 3) A potência da associação é igual a soma das potências das bombas; (PA = P1 + P2) Na associação em paralelo, a altura manométrica (Hm) é a mesma para as bombas e a vazão total (Q) é a soma das vazões (QA + QB). Qassoc. = Q1 + Q2 Adota-se esse tipo de associação quando deseja- se obter maiores variações de vazão sem alterar muito a altura manométrica (pressão). Na associação em paralelo de duas bombas, a altura manométrica das bombas é igual à da associação. O rendimento da associação em paralelo pode ser explicitado conforme a equação: 𝜂𝐴 = 𝑄𝐴 𝑄1 𝜂1 + 𝑄2 𝜂2 E a potência da associação em paralelo pode ser calculada da seguinte forma: 𝑃𝐴 = 𝛾.𝐻𝑀𝐴 . 𝑄𝐴 η𝐴 A - Associação em Série Principais características: 1) A vazão não é alterada; (QA = Q1 = Q2) 2) A carga manométrica de bombeamento é aumentada a medida que passa pelo equipamento; (HMA = HM1 + HM2) 3) A potência da associação é igual a soma das potências das bombas; (PA = P1 + P2) A construção da curva da associação de duas ou mais bombas em série é feita somando para cada valor de vazão as alturas manométricas correspondentes. Hmassoc. = Hm1 + Hm2 Normalmente emprega-se essa associação quando deseja-se obter maiores variações de altura manométrica (pressão) sem aumentar a vazão. Na associação em série de duas bombas, a vazão das bombas é igual à da associação. O rendimento da associação em série pode ser explicitado conforme a equação: 𝜂𝐴 = 𝐻𝑀𝐴 𝐻𝑀1 𝜂1 + 𝐻𝑀2 𝜂2 E a potência da associação em série pode ser calculada da seguinte forma: 𝑃𝐴 = 𝛾.𝐻𝑀𝐴 . 𝑄𝐴 η𝐴
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