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Fundamentos da EJA e Educação Popular

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FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E 
EDUCAÇÃO POPULAR
PEDAGOGIA – TEREZA RENOU
AULA 1
Rio de Janeiro, agosto de 2011 
Fundamentos da EJA e Educação Popular 
FUNDAMENTOS DA EJA E EDUCAÇÃO POPULAR
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 
Ancora-se nas últimas perspectivas
teóricas do campo da EJA, que a toma
como um processo contínuo de
aprendizagem por toda a vida, não a
reduzindo à modalidade escolar, nem a
tomando como suplência, mas sim como
direito subjetivo, que deve ser garantido a
todos os indivíduos não escolarizados ou
com baixa escolarização.
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Inspira-se especialmente 
nas contribuições 
teóricas de Paulo Freire, 
apropriando-se de seus 
fundamentos políticos, 
filosóficos e pedagógicos 
em relação ao caráter 
libertador e de 
compromisso com um 
escolarização de 
qualidade para esse 
segmento social. 
OBJETIVOS DA DISCIPLINA
Compreender o processo 
de ensino-aprendizagem 
dos alunos da EJA, 
identificando as 
especificidades dessa 
modalidade no contexto 
histórico do país nas 
últimas décadas.
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JUSTIFICATIVA/ IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA NO 
CURRÍCULO DO CURSO: 
EMENTA DA DISCIPLINA: 
Os novos paradigmas da Educação de Jovens e Adultos.
Abordagem histórica da EJA no Brasil. Os
condicionantes socioeconômicos que explicam o
analfabetismo. Possibilidades curriculares na EJA. Os
sujeitos da EJA. Material Didático para a Educação de
Jovens e Adultos. Trajetória intelectual de Paulo Freire.
Conceitos freireanos na Educação Popular.
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Fundamentos da EJA e Educação Popular 
Aula 1: Os Novos Paradigmas da
Educação de Jovens e Adultos:
Educar Quem e Para Quê?
Aula 2: Abordagem Histórica da EJA
no Brasil – Anos 40/50/60
Aula 3: Abordagem Histórica da EJA
no Brasil – Anos 70/80/90
Aula 4: Abordagem Histórica da EJA
no Brasil – Anos 2000
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Fundamentos da EJA e Educação Popular 
Aula 5: Os Condicionantes
Socioeconômicos que
explicam o Analfabetismo e
novas possibilidades
Curriculares na EJA.
Aula 6: Sujeitos da EJA:
Identidade Juvenil,
Juventude e Escola.
Aula 7: Sujeitos da EJA:
Mundo do Trabalho e Escola.
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Aula 8: Material Didático para 
a Educação de Jovens e 
Adultos.
Aula 9: Trajetória Intelectual 
de Paulo Freire: Obra e Vida.
Aula 10: Conceitos Freireanos 
na Educação Popular: 
Autonomia, Conscientização e 
Libertação.
Fundamentos da EJA e Educação Popular 7
Fundamentos da EJA e Educação Popular 
Aula 1: Os novos paradigmas de Educação de 
Jovens e Adultos: educar quem e para que?
OBJETIVOS DA AULA
✓ Situar a Educação de Jovens e Adultos e a 
Educação Popular no contexto societário 
brasileiro atual.
✓ Identificar as relações educacionais e os 
sujeitos envolvidos na EJA nos dias atuais. 
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A Educação de Jovens e Adultos – EJA atende, desde 
seu nascedouro, a uma parcela da população que, por 
motivos sócio-históricos, tem ficado fora do sistema 
regular de ensino. Nessa primeira aula, 
identificaremos os determinantes socioeconômicos 
que produzem e produziram um significativo 
contingente de indivíduos não escolarizados no Brasil. 
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Fundamentos da EJA e Educação Popular 
✓ Nas últimas décadas, a Educação
de Jovens e Adultos avançou no
debate teórico e metodológico.
✓ Destacando-se a trajetória dos
movimentos populares nesse
processo, que ao longo do seu
processo de luta e mobilização,
incorporaram temas e questões para
essa modalidade.
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Fundamentos da EJA e Educação Popular 
A contribuição de Paulo 
Freire nesse momento foi 
vital. Alguns dos conceitos 
centrais do seu pensamento 
se tornam referência para a 
educação de adultos:
Libertação
Conscientização
Autonomia
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Fundamentos da EJA e Educação Popular 
A leitura do mundo 
precedendo a leitura 
da palavra
=
Novos pressupostos 
metodológicos
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O Golpe Civil Militar de 1964
✓ Interrompe o trabalho de PAULO FREIRE em nosso 
território e as iniciativas da Educação Popular são 
silenciadas pela repressão do governo.
✓ Porém, seus pressupostos teóricos e metodológicos
continuaram a ser referência em vários países.
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Fundamentos da EJA e Educação Popular 
✓Com a redemocratização
do país, a ação dos
movimentos sociais
pressiona o poder público e
ao meio acadêmico para a
incorporação das
contribuições da matriz
crítica freireana na
formulação de políticas e
pesquisas no campo da EJA.
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❖Abertura Política (1985)
Anos 2000
✓Novos marcos conceituais e normativos 
da EJA, onde se destaca a aprovação do 
Parecer CEB/CNE 11/2000 que fixa as 
Diretrizes Curriculares Nacionais para a 
Educação de Jovens e Adultos. 
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✓Esse documento é considerado um marco na 
mudança de concepção e função da educação 
de adultos; passa-se de um paradigma de 
educação compensatória (que tinha o papel 
de suprir a escolarização não realizada na 
infância e na adolescência) para uma 
concepção de educação continuada ao longo 
da vida.
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Com esses avanços legais e políticos, já temos 
uma EJA crítica e vinculada as necessidades dos 
alunos jovens e adultos trabalhadores? Não
E porque isso acontece?
A escola ainda encara a EJA numa perspectiva 
COMPENSÁTORIA, tendo como referencial 
pedagógico o modelo de escolarização de 
crianças e adolescentes.
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Podemos considerar 
que se repete em 
muitos casos o 
fenômeno do 
fracasso escolar.
Como podemos 
reverter esse 
quadro? 
Primeiro, precisamos 
entender QUEM são os 
indivíduos da EJA? 
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Fundamentos da EJA e Educação Popular 
Miguel Arroyo afirma que: os sujeitos da EJA
são em sua grande maioria trabalhadores
urbanos e rurais, oprimidos e pobres, tendo 
como destaque nesse grupo a participação da 
população mestiça e negra, expulsa dos bancos 
escolares ou que não tiveram oportunidade de 
ingressar na escola na idade desejada. 
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Fundamentos da EJA e Educação Popular 
✓ Existe um distanciamento entre o conhecimento escolar
e o conhecimento que tais sujeitos trazem da vida.
✓ O educador funciona como elemento detentor do
conhecimento e o educando, passivamente, recebe o
esperado conteúdo.
✓Os conteúdos não fazem parte do universo experimental
do jovem ou adulto e não levam em consideração as
experiências e o universo já vivido pelo educando.
E por que ELES fracassam?
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Fundamentos da EJA e Educação Popular 
✓ O conceito de problematização surge como possibilidade
de questionamento do que é apreendido, do que fazemos e
vivemos na sociedade e na educação formal.
✓ A escola não deve ser concebida somente como um espaço
sócio-cultural de reprodução e verificação de conteúdos e
conhecimentos, mas sim espaço de socialização, de trocas
culturais e de construção significativa do conhecimento escolar
e social.
Como podemos reverter esse modelo 
de escolarização?
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Fundamentos da EJA e Educação Popular 
✓ Na perspectiva crítica freireana, a sala de aula 
de EJA é um espaço de riqueza e desafio, sendo 
ensinar e aprender um ato político e 
transformador. A escola deve garantir a inclusão 
e garantia de acesso ao conhecimento formal, o 
fortalecimento da identidade individual e grupal, 
da auto-estima e do senso crítico e a construção 
de alternativas para uma inserção autônoma e 
participativa no meio social. 
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Fundamentos da EJA e Educação Popular 
✓ A heterogeneidade nos níveis de aprendizagem, 
que marca uma turma de EJA, não deve se constituir 
uma dificuldade para a ação pedagógica, mas sim, 
contribui para a auto-reflexão do próprio aluno
sobre o seu processo de construção do 
conhecimento. 
✓Os alunos devem ser estimulados a conhecer sua
realidade e seus condicionantes histórico-sociais,
construindo alternativas de superação,
enfrentamento e fortalecimento da cidadania
negada.
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“Se olharmos o (a) aluno (a) como incapaz, menor,
nossa açãovai se dirigir a ele de modo a
subestimá-lo (a), de modo à desinvesti-lo (a) das
suas múltiplas possibilidades, e esse olhar/ação
pode junto com outros fatores ajudar para que
ele/ela se acredite assim, incapaz. (...) o que
importa é que qualquer aprendiz precisa ser
estimulado, incentivado e encorajado; afinal
aprender é aproximar-se de novo do
desconhecido.”
Trindade, 2002, p. 12
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Fundamentos da EJA e Educação Popular 
A ESCOLA para a EJA não pode ser construída a
partir de modelos pré-estabelecidos do ensino regular
ou exclusivamente voltada para a formação vinculada
ao mundo do trabalho.
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Estamos falando de um 
processo por meio do qual 
os sujeitos envolvidos, 
educadores e educandos, 
ressignificam suas 
experiências de escola, de 
trabalho e de vida na 
direção da construção de 
uma escola plural, inclusiva 
e comprometida com as 
transformações dos 
indivíduos e da sociedade. 
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