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1 FACULDADE ESTÁCIO DE CARAPICUÍBA CURSO DE DIREITO Resenha Crítica de Caso Marcelo Eduardo de á Jacintho Trabalho da disciplina Direito Processual Civil IV Tutor: Prof. Ricardo Feres Ribeiro Carapicuíba – São Paulo 2020 http://portal.estacio.br/ 2 AGRAVO DE INSTRUMENTO: Cumprimento de sentença - decisão indeferindo o reconhecimento da fraude à execução, determinando o levantamento da penhora que recai sobre o automóvel Peugeot. Referência: TJSP. AGRAVO DE INSTRUMENTO. Agravo de Instrumento nº 2168166-97.2019.8.26.0000. Relator: JOSÉ JOAQUIM DOS SANTOS. Publicado em 24/04/2020. Disponível em: https://esaj.tjsp.jus.br/cjsg/getArquivo.do?cdAcordao=13502151&cdForo=0. Acesso em: 11/05/2020. Esta resenha vem com o intuito de fazer uma análise do acordão 0000284184 que demonstra no agravo de instrumento de sentença por conta do reconhecimento de fraude à execução e posterior penhora de veículos no caso de divórcio e partilha de bens. No divórcio consensual houve entre as partes uma partilha de bens onde agravante e agravado dividem os bens com acordo entre ambas as partes como segue. O agravante fica com um Fiat Idea, 50% do Fiat Palio e as dívidas a serem quitadas do Fiat Idea. O agravado fica com as motocicletas, 50% do Fiat Palio, automóveis e a obrigações de quitação do Fiat Palio. O agravado deixou de realizar o pagamento de duas prestações por ele assumidas no acordo do divórcio do fiat Palio e ainda, comprometendo-se o varão a regularizar a documentação do Fiat Idea utilizando-se dos seus 50% do produto da venda do Fiat Palio. A agravante alega que o agravado praticou ato descrito no artigo 792, IV, do Código de Processo Civil, ou seja, fraude à execução ao alienar bens quando, ao tempo da disposição patrimonial, tramitava contra o devedor demanda capaz de reduzi-lo à insolvência. Ocorre que, para que seja configurada a fraude à execução, a existência do cumprimento de sentença, bem como da penhora deveriam ter sido averbadas junto ao DETRAN, nos termos do artigo 799, IX, do CPC, in verbis”: “Artigo 799: Incumbe ainda ao exequente: (...) IX - proceder à averbação em registro público do ato de propositura da execução e dos atos de constrição realizados, para conhecimento de terceiros”. 3 E mais, o juiz negou a hipótese de fraude contra à execução pelo fato de o devedor possuir outro bem que pode ser utilizado como objeto de penhora pra quitação da dívida. Portanto não configurou a má-fé, atentando o juízo que os bens partilhados estavam repletos de dívidas, não se podendo presumir, assim, que a alienação se dera com intuito fraudulento. São assim os requisitos necessários para alegar a fraude a execução, bem como a fraude a credores, a anterioridade de crédito, eventos domni e consilium fraudis. Os institutos mantêm uma origem comum, calçada no objetivo de frustrar a ação de execução. Embora seja possível apontar essa origem comum, os institutos são distintos. A fraude contra credores é disciplinada pelo direito civil material, caminhando para a proteção, defesa e preservação dos direitos do credor. FRAUDE CONTRA CREDORES A fraude contra credores é disciplinada pelo direito civil material, caminhando para a proteção, defesa e preservação dos direitos do credor. É um instrumento do direito material pela sua previsão expressa do art. 158 ao 165, do Código Civil de 2002, cujo caminho é o de proteger, defender e preservar os direitos e interesses creditícios. Para seu reconhecimento, entretanto, é necessário o ingresso de uma Ação Pauliana. Na verdade, a Fraude contra Credores, também chamada de Fraude Pauliana, é o procedimento utilizado pelo devedor - consciente de que sua atitude irá prejudicar seus credores - para diminuir seu patrimônio e não permitir a satisfação almejada tendo em vista que a sua garantia simplesmente foi retirada de sua autonomia. Tendo consciência basta para configuração da Fraude ficando desnecessária a existência da intenção de prejudicar, ou seja, não é preciso que esteja presente o animus nocendi (animosidade nociva) O instituto da fraude à execução é tratado direito processual civil e consiste na alienação de bens pelo devedor na pendência de um processo capaz de reduzi-lo 4 à insolvência, razão pela qual a proteção vai além dos interesses do credor, mas atinge, também, a própria jurisdição. FRAUDE À EXECUÇÃO Fraude à Execução consiste na alienação de bens pelo devedor na pendência de um processo capaz de reduzi-lo à insolvência, sem a reserva em seu patrimônio de bens suficientes a garantir o débito objeto da cobrança. Referida fraude vem frustrar o trabalho da Justiça sendo afastada com energia pela sua evidência em lesar o credor e o estado. Neste dispositivo o devedor está ciente de que seus bens estão sendo executados e ainda assim vende, onera, transfere com malícia para fraudar a execução de seus bens, ou seja, a alienação é promovida durante o processo. É um instituto processual realizado conscientemente pelo devedor e que gera prejuízos aos credores e também para o estado.
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