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HEMORRAGIAS NA GESTAÇÃO Anne e Marianna 1 SUMÁRIO PARTE 1 : HEMORRAGIAS DA 1ª METADE DA GESTAÇÃO - ABORTAMENTO - GRAVIDEZ ECTÓPICA - DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL - DOENÇA HEMOLÍTICA PERINATAL PARTE 2: HEMORRAGIAS DA 2ª METADE DA GESTAÇÃO - DESCOLAMENTO DE PLACENTA - PLACENTA PRÉVIA - ROTURA UTERINA - ROTURA DE VASA PRÉVIA 2 HEMORRAGIAS DA 1ª METADE DA GESTAÇÃO 1. 4 ABORTAMENTO DEFINIÇÃO “ EXPULSÃO DO FETO COM PESO MENOR QUE 500G OU 16,5 CM OU ANTES DAS 20 SEMANAS DE IG, PODENDO SER ESPONTÂNEO OU INDUZIDO” OMS 5 Diferenciar de situações de trabalho de parto prematuro ASPECTOS JURÍDICOS NO BRASIL O ABORTO É CRIME, SALVO EM 3 CASOS: ■ Gravidez com risco de vida para a gestante ■ Gravidez resultante de estupro ■ Feto anencéfalo 6 EPIDEMIOLOGIA DADOS EPIDEMIOLOGICOS SUBCLÍNICOS ■ ABORTOS ILEGAIS ■ FALTA DE RECONHECIMENTO DO ABORTO CLINICAMENTE RECONHECIDOS 10% A 15% 80% ANTES DAS 12 SEMANAS 7 CLASSIFICAÇÃO PRECOCE OU TARDIO PRECOCE: ATÉ 12ª SEMANA TARDIO: ENTRE A 13ª E 20ª SEMANA ESPONTÂNEO OU PROVOCADO ESPONTÂNEO: DOENÇAS OU ANORMALIDADES FETAIS PROVOCADO: EXTERNA E INTENCIONAL (ALTOS CUSTOS) ESPORÁDICO OU HABITUAL ESPORÁDICO: ANORMALIDADES CROMOSSÔMICAS HABITUAL: 3X OU MAI NA MESMA GESTANTE 8 SEGURO OU INSEGURO SEGURO: MÉDICO, MATERIAL E ESTRUTURA ADEQUADOS INSEGURO: SEM RECURSOS MÍNINOS ABORTOS ESPORÁDICOS TETRAPLOIDIAS TRIPLOIDIASANEUPLOIDIAS 9 ● TRISSOMIA AUTOSSÔMICA: 52% ● SÍNDROME DE TURNER: 19% ETIOLOGIA 10 FATORES MATERNOS ■ SOP ■ DM1 DESCOMPENSADA ■ INFECÇÃO AGUDA GRAVE ■ CAUSAS IMUNOLÓGICAS FATORES FETAIS ■ ALTERAÇÕES GENÉTICAS ■ ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS ANEUPLOIDIAS 11 I N F C Ç Ã O LESÕES AGENTES INFECCIOSOS ➔ TREPONEMA PALLIDUM ➔ CHLAMYDIA TRACHIMATIS ➔ NEISSERIA GONORRHOEAE ➔ ESTREPTOCOCO GRUPO B ➔ LYSTERIA MONOCYTOGENES ➔ HERPES GENITAL ➔ CMV - DECÍDUA - PLACENTA - MEMBRANAS OVULARES - FETO 12 I M U N O L Ó G I C A S AUTOIMUNE - SÍNDROME ANTIFOSFOLÍPEDE (SAAF) ➔ Trombofilia autoimune ➔ Associada a tromboses e infartos placentários ➔ 20% de prevalência Autoanticorpos ➔ Anticoagulante lúpico ➔ Anticardiolipina ➔ Anti-beta-2- glicoproteína-1 Diagnóstico ➔ Trombose vascular ➔ Morbidade obstétrica ➔ 3ou+ abortamentos consec. s/causa < 10 sem ➔ 1 aborto <10 semanas ➔ Ep. de trombose art ou ven ➔ Anticorpos + ➔ 1 parto <=34 sem. com DHEG grave ou insf.placentária grave ALOIMUNE ➔ Resposta anormal materna aos antígenos do pai ou do trofoblasto ➔ Síndrome de Asherman ➔ Miomatose ➔ Desnutrição ➔ Álcool e tabaco em excesso ➔ Traumas ➔ Cirurgias abdominais ➔ Malformações uterinas QUADRO CLÍNICO A) AMEAÇA DE ABORTAMENTO B) ABORTAMENTO INEVITÁVEL E) ABORTAMENTO RETIDO D) ABORTAMENTO INCOMPLETO C) ABORTAMENTO COMPLETO F) ABORTAMENTO INFECTADO G) GESTAÇÃO ANEMBRIONADA AMEAÇA DE ABORTAMENTO ➔ Há chances de reversão ➔ 15% a 20% das gestações ➔ Chances de evolução = 50% 14 A) ➔ Sangramento vaginal leve ➔ Ausência de cólicas ou cólicas leves ➔ Orificio interno do colo fechado ➔ Saco gestacional irregular ➔ Presença ou ausência de hematoma subcoriônico ● Examinar bem a paciente ● Procurar lesões ou pólipos vaginais ou vaginites ● Investigar gestação ectópica ● Exame especular > sangramento ativo ● USG T. > hematoma retroplacentário Repouso relativo Analgésicos Antiespasmádicos vigilância ABORTAMENTO INEVITÁVEL ➔ Processo de perda já se iniciou mas sem conclusão no momento ➔ USG > sinais de descolamento placentário com hematoma retrocoriônico, irregularidade do saco gestacional, BCF + ou não ➔ Colo uterino aberto no toque ➔ Útero compatível com IG ➔ Presença de sangramento vaginal (intenso ou não) ➔ Dor em cólica, suprapúbica e em região lombar 15 B) INTERNAMENTO + CURETAGEM ABORTAMENTO COMPLETO ■ Expulsão espontanea e total do feto e dos anexos ■ História de sangramento ■ Orifício interno do colo fechado / fechará em pouca horas ■ Endométrio linear ■ Endométrio com espessura >= 15mm 16 ★ ÚTERO MENOR QUE O ESPERADO PRA IG ★ BETA- HCG NEGATIVO C) ABORTAMENTO INCOMPLETO ■ Expulsão do feto com permanência da placenta ou restos placentários ■ Forma clínica mais comum ■ Sangramento vaginal importante ou intermitente Associação com cólicas intensas Orifício interno do colo entreaberto Saída de restos ovulares USG: espessura endometrial >= 15 mm, ecos endometriais irregulares 17 D) ABORTAMENTO RETIDO ■ Retenção do produto conceptual sem vitalidade por dias ou semanas sem gestações de até 20 semanas ■ Muitas vezes não é possível saber o momento da morte do feto ■ Sangramento vaginal variável ou não ■ Útero menor que o esperado ■ Orifício interno do colo fechado ■ USG com saco gestacional irregular, vesícula vitelínica alterada e com ausência de batimento cardíaco 18 E) ABORTAMENTO INFECTADO ■ Manipulação da cavidade uterina em tentativas de provocar o abortamento ■ Endometrite > peritonite > choque séptico > morte materna ■ Infecção polimicrobiana : cocos anaeróbios, gram negativos (E.coli) 19 F) hCG negativo + febre + utero menor que esperado 20 Lorem ipsum porta dolor sit amet nec Lorem ipsum dolor sit amet adipiscing. 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GESTAÇÃO ECTÓPICA ■ Óvulo se aloja precocemente numa trompa (98%) ■ A implantação do ovo ocorre em outras estruturas, como ovário, colo do útero ou cavidade abdominal. 26 QUADRO CLÍNICO 27 DOR ABDOMINAL ■ Unilateral ou difusa ■ Mais intensa do lado da trompa afetada ■ Moderada a muito intensa (grau de evolução) ■ Intensa vontade e dor ao evacuar SANGRAMENTO VAGINAL ■ Leve ■ Em alguns casos, intenso ■ Intermitente ou contínuo ■ Vermelho vivo ou bem escuro ■ Diferente da menstruação ROTURA TUBÁRIA ■ Instalação aguda ■ Dor abdominal intensa ■ Sinais de peritonite ■ Massa anexial dolorosa ■ Sangramento volumoso ■ Choque hipovolêmico (pode ocorrer sem sangramento) DIAGNÓSTICO 28 CLÁSSICOS ■ Atraso menstrual ■ Dor abdominal ■ Sangramento vaginal ■ Dor a palpação profunda no QID OUTROS ■ Grito” de Douglas (ou Sinal de Proust) ■ Lipotímia ■ Escapulalgia ou Sinal de Laffon ■ Sinal de Cullen ■ Hipotensão ■ Aumento da FC ■ Sudorese ■ Náuseas, vômitos C L Í N I C O 29 L A B O R A T O R I A L DOSAGEM DE BETA - HCG Valores menores que o habitual para mesma IG Valor de 1500 UI/ml Sem visualização de saco gestacional Exame positivo confirma mais não localiza a gestação A duplicação dos níveis séricos em 48 h indica gravidez normal Aumento inferior a 50% indica anormalidade intraútero (aborto) ou extraútero (G.E) PATOGNOMÔNICO 30 U L T R A S S O N O G R Á F I C O ❖ SACO GESTACIONAL EXTRAUTERINO ❖ EMBRIÃO COM OU SEM BATIMENTO CARDÍACO ❖ CAVIDADE UTERINA VAZIA ❖ ANEL TUBÁRIO ❖ MASSA SÓLIDA OU COMPLEXA ❖ LÍQUIDO LIVRE NA PELVE 31 C I R Ú R G I C O LAPAROSCOPIA ➔ HCG + USG: quando inconclusivo ➔ Diagnóstico Diferencial ➔ Tratamento: retirada do tecido ectópico. CULDOCENTESE ➔ punção de sangue no fundo de saco, através do óstio vaginal ➔ presença de microcoágulos. 32 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ● Apendicite: geralmente o paciente cursa com febre, com dor caracteristicamente de início no epigástrio com migração para a fossa ilíaca direita ● DIP ● Cisto de ovário torcido ● Cisto de ovário hemorrágico ● Abortamento FLUXOGRAMA DE DIAGNÓSTICO GESTAÇÃO ECTÓPICA 33 3. 34 DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL DEFINIÇÃO “ É um conjunto de patologias de proliferação do tecido trofoblástico placentário, sendo elas benignas (mola hidatiforme completa e parcial) ou malignas, quando também são denominadas Neoplasia Trofoblástica Gestacional (NTG), sendo a mola invasora e o coriocarcinoma as mais frequentes.” 35 CONCEITOS 36 1 TR OF OB LA ST O Ca m ad a m ai s e xt er na de cé lu la s fo rm ad as n a f as e d e b lá st ul a Dá or ig em ao có rio n 2 CI TO TR OF OB LA ST O Ca m ad a m ai s i nt er na de cé lu la s q ue de riv am do tr of ob la st o Fo rm a v ilo sid ad es do có rio n qu e or ig in a a p la ce nt a 3 SI NC IC IO TR OF OB LA ST O Ca m ad a m ai s e xt er na de riv ad a d o cit ot ro fo bl as to se cr et a e nz im as re sp on sá ve is po r ab rir um a e xt en sã o n as cé lu la s d o en do m ét rio e nu tr ir o e m br iã o EPIDEMIOLOGIA ■ Menos comum em países desenvolvidos (1/1.000 a 1.500 gravidezes) ■ Alta prevalência em países asiáticos e latino-americanos (1/12 a 1/500 gravidezes) ■ No Brasil, estima-se 1 caso/ 200-400 gestações ■ As formas benignas são mais comuns ■ A prevalência da mola hidatiforme varia de 23 a 1.300/100.000 ■ As formas malignas variam de 2,5 a 7/100.000 gestações 37 FATORES DE RISCO » Extremos reprodutivos: menores de 20 anos e maiores de 35 anos » História prévia de DTG: 1%a 2% de chance de recorrência » Intervalos interpartais curtos » SOP » Abortamentos prévios » Inseminação artificial » Exposição a radiação ionizante » Uso de contraceptivos orais CLASSIFICAÇÃO 39 D O E N Ç A T R O FO B LÁ ST IC A G E ST A C IO N A L BENIGNAS MALIGNAS MOLA HIDATIFORME COMPLETA MOLA HIDATIFORME INCOMPLETA MOLA INVASORA CORIOCARCINOMA TUMOR TROFOBLÁSTICO DO SÍTIO PLACENTÁRIO BENIGNAS 40 41 C O M P L E T A MOLA HIDATIFORME A) ➔ Ausência de embrião e ou âmnio ➔ Presença de vilosidades dilatadas com líquido em cisterna central ➔ Hiperplasia do cito e sinciotrofoblasto ➔ É sempre diplóide ➔ Cromossomos exclusivos de origem parterna (46, XX) ➔ Cromossomos do óvulo estão ausentes ou inativos ➔ Pode evoluir para as formas malignas em 20% Homozigótica: ➔ Espermatozóide (23,X) fecunda óvulo vazio e se duplica = 46, XX ➔ Hiperplasia grosseira do trofoblasto ➔ Menor chance de malignizar ➔ Altos níveis de hCG Heterozigótica ➔ Fertilização de um óvulo por 2 espermatozóides (23, x ou 23, y) ➔ Cariótipo= 46, XX ou 46, XY ➔ Maior risco de malignização (20%) 42 I n C O M P L E T A MOLA HIDATIFORME B) ➔ Cariótipo: triploidia (69 XXY, 69 XXX, 69XYY) ➔ 10 % tetraploides ➔ Tecido fetal sempre presente ➔ Pode ser visto ou não macroscopicamente ➔ Placenta aumentada de tamanho ➔ Hiperplasia vilosa focal que atinge só o sinciotrofoblasto ➔ Gestação inviável na maioria ➔ Feto com malformações congênitas múltiplas e restrição de crescimento Pode evolui r para forma malig na: 5% QUADRO CLÍNICO 43 ■ Sangramento vaginal ■ Dores abdominais ■ Náuseas e vômitos - hiperêmese gravídica ■ Útero maior que o esperado e amolecido ■ Massa anexial palpável (ovários hiperestimulados) ■ Tireotoxicose = taquicardia, sudorese, tremores, pele úmida ( hCG elevado) ■ Doença hipertensiva > eclâmpsia hCG > 100.000 mUI/ml NEOPLASIA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL 44 MOLA INVASORA ● Corioadenoma ● 70 a 90% dos casos de neoplasias ● Sequela da mola hidatiforme ● Invade o miométrio e a parede uterina ● Produz metástases para órgãos distantes ● Manutenção da estrutura vilositária ● Pode regredir espontaneamente ● Pode se transformar em coriocarcinoma 45 C) QUADRO CLÍNICO 46 ■ Metrorragias persistentes ■ Subinvolução uterina ■ Infecções ■ As curetagens não reduzem o sangramento ■ Níveis de hCG permanecem elevados ou até aumentar CORIOCARCINOMA ● Forma mais agressiva (10 a 30%) ● Transformação maligna após mola, gestação ectópica ou até gestação normal ● Invade profundamente o miométrio e os vasos sanguíneos ● População dimórfica ● Causa extensas áreas de necrose e hemorragia 47 D) QUADRO CLÍNICO 48 ■ Útero aumentado ■ Sangramentos permanentes ■ Sangue vermelho escuro ou roxo ■ hCG permanece elevado Em casos de Metástases ■ Pulmão ■ Hematêmese ■ lesões pulmonares no RX, sinais de danos cerebrais ■ Hemorragia intra-abdominal ■ Lesões vaginais TUMOR TROFOBLÁSTICO DO SÍTIO PLACENTÁRIO ● Tipo raro e agressivo ● Não há vilosidades coriônica ● Não produz níveis elevados de hCG ● Aumento do lactogênio placentário ● Células trofoblásticas proliferam no sítio de implantação do zigoto ● Massa sólida circunscritas de miométrio ● Áreas de hemorragia ● Áreas de necrose ● Metastases raras 49 E) RESUMÃO 50 Mola Hidatiforme Completa ● Cariótipo diplóide ● Duplicação do genoma haplóide ● Espermatozóide fecunda óvulo sem cromossomos ● Produz altos níveis de hCG ● Sem tecido embrionário ● crescimento precoce e uniforme dos vilos placentários Mola Hidatiforme Parcial ● Cariótipo triplóide ● Dispermia ou um espermatozóide diplóide (falha na meiose durante a gametogênese). ●Edema focal de vilosidades coriônicas e presença de tecidos fetais. ●Níveis mais baixos de hCG Mola Invasora ● Sequela da mola hidatiforme ● Invasão miometrial pelas vilosidades ● Hemorragias, perfurações uterinas e infecção Coriocarcinoma ● Doença maligna com hiperplasia e anaplasia trofoblástica anormal ● Pode resultar da mola ,de abortamento, gestação ectópica ou de gestação normal ● Invasão direta do miométrio ● Envio de mestástases para pulmão, fígado , cerebro e vagina ● Hemorragia + necrose ● Altos níveis de hCG 4. 51 DOENÇA HEMOLÍTICA PERINATAL DEFINIÇÃO “Ocorre por uma incompatibilidade sanguínea materno-fetal, em que são produzidos anticorpos maternos específicos contra antígenos das hemácias fetais.” 52 98% sistema ABO e RH 2% anticorpos irregulares RH maior gravidade, 80% dos casos ABO mais comum, menor gravidade FISIOPATOLOGIA 1. Incompatibilidade sanguínea materno-fetal; 2. Aloimunização materna; 3. Passagem de anticorpos da gestante para o feto; 4. Ação dos anticorpos maternos no feto. 53 54 INCOMPATIBILIDADE SANGUÍNEA MATERNO-FETAL In co m pa tí ve is PAI RH + FILHO RH + MÃE RH- 1. ALOIMUNIZAÇÃO MATERNA2. TRANSFUSÃO DE SANGUE SENSIBILIZAÇÃO - IgM DROGAS INTRAVENOSAS TRANSPLANTE HEMORRAGIA FETO MATERNA RESPOSTA IMUNOLÓGICA SECUNDÁRIA - IgG Quanto maior a carga antigênica e mais frequente é a exposição, maior é a produção de anticorpos pela mãe. Gestações sucessivas “ Na incompatibilidade ABO não existe a necessidade da exposição prévia da mãe a sangue A, B ou AB. Exposição prévia a bactérias com anti-A ou anti-B DHPN na 1ª gestação 56 57 PASSAGEM DE ANTICORPOS DA MÃE PARA O FETO3. Hemácia fetal + Anticorpo IgG B ar re ir a p la ce n tá ri a Anticorpo IgG HEMÓLISE 58 AÇÃO DOS ANTICORPOS MATERNOS NO FETO4. B ar re ir a p la ce n tá ri a FÍGADO BAÇO PAREDE INTESTINAL ANEMIA FET ANEMIA FETAL Eritropoese medular e extramedular 59 QUADRO CLÍNICO 60 Eritropoiese extramedular ● disfunção celular ● diminuição do transporte de substâncias ● interrupção dos sistemas enzimáticos ● insuficiência hepática. Hipóxia celular ● aumento do débito cardíaco ● pode evoluir para insuficiência cardíaca Hemólise continuada ● Hipoalbuminemia, ● Hepatoesplenomegalia ● Hipertensão portal ● Ascite ● Derrame pericárdico e pleural ● Hidropsia fetal ● Óbito fetal HIDROPSIA FETAL Caracterizada pelo acúmulo anormal de líquido no espaço extravascular e em cavidades corporais fetais como o peritônio, pleura e pericárdio, podendo ocasionar anasarca. 61 ➔ Anemia ➔ Kernicterus (bilirrubina - neuro) ➔ Acidose metabólica ➔ Edema tissular ➔ Alterações ventilatórias ➔ Alterações da função cardíaca Aumento da morbi/mortali dade perinatal DIAGNÓSTICO 62 ACOMPANHAMENTO E CONDUTA 63 HEMORRAGIAS DA 2ª METADE DA GESTAÇÃO 1. 65 DESCOLAMENTO DE PLACENTA DEFINIÇÃO É definido como a separação prematura da placenta do local de implantação uterino, antes da saída do feto, durante a segunda metade da gestação. 66 EPIDEMIOLOGIA ■ O DPP ocorre em aproximadamente 1 a 2% das gestações. ■ A hipertensão é responsável por até 50% dos casos de DPP não traumáticos. ■ O acidente automobilístico é a maior causa de DPP relacionada ao trauma ■ A incidência é de aproximadamente 1 para 80 nascimentos. Nos casos graves, em que ocorre a morte fetal, a incidência passa a ser 1 para 500 a 750 casos. É responsável por 15 a 20% de todas as mortes perinatais e 1 a 2% da mortalidade materna. ■ Recorrência do DPP (10 a 17% dos casos); 67 FATORES DE RISCO 68 ETIOPATOGENIA 69 ■ Uma lesão vascular que provoca alterações de permeabilidade dos vasos uterinos e processos ateromatosos nas arteríolas espiraladas. ■ Esta hemorragia na decídua basal, com a consequente formação de um hematoma retroplacentário, faz a separação e perda de função placentária. ■ O sangramento decidual pode ser eliminado pelo colo uterino ou ficar retido como hematoma ■ Aumento da pressão venosa transmitida para o espaço interviloso. Distúrbios de coagulação e traumatismos também podem ser outras causas. 70 71 QUADRO CLÍNICO 72 DIAGNÓSTICO 73 ■ O diagnóstico de DPP é clínico. ■ A ultrassonografia, limitado. Achados - presença de coágulo retroplacentário, espessamento anormal da placenta e bordo placentário sem continuidade (borda “rasgada”). ■ Exames laboratoriais • Hemograma com contagem de plaquetas; • Tipagem sanguínea ABO Rh; • Coagulograma; • Exames de rotina para doença hipertensiva se apropriado 2. 74 PLACENTA PRÉVIA DEFINIÇÃO ■ Está implantada no segmento inferior do útero, dificultando, em maior ou menor grau, a passagem do feto pelo canal de parto. 75 EPIDEMIOLOGIA ■ O descolamento da placenta ocorre praticamente em quase todos os casos ■ A placenta prévia ocorre em 1 a cada 200 gestações que chegam ao terceiro trimestre ■ Até 90% desses achados normalizarão. 76 ● É encontrada em aproximadamente 1 para 200 nascimentos ● 70 a 80% das hemorragias na segunda metade da gestação são decorrentes de placenta prévia FISIOPATOLOGIA ■ O segmento inferior uterino, durante a gestação e nas primeiras e leves contrações, se torna fino e alargado, ao contrário da parte superior que se retrai com as contrações. Quando a superfície de adesão placentária está no segmento inferior uterino, com o início das contrações, a placenta não se dilata, separando-se do tecido subjacente que forma sua base. ■ temos como consequência o desprendimento dessa parte da placenta, com hemorragia na zona do lóbulo desprendido pela abertura do espaço interviloso, fluindo sangue materno. 77 FATORES DE RISCO 78 79 CLASSIFICAÇÃO ■ Placenta prévia total: ocorre em aproximadamente 20% dos casos, obstruindo totalmente o orifício cervical interno. ■ Placenta prévia parcial: obstrui parte do orifício cervical interno. Classicamente seu diagnóstico só poderá ser realizado com a dilatação cervical de 3 a 4 cm. ■ Placenta prévia marginal: a borda placentária está em contato com o orifício cervical interno. 80 81 82 QUADRO CLÍNICO 83 DIAGNÓSTICO 84 ■ É clínico, sendo confirmado pela ultrassonografia. ■ Clinicamente, por meio da anamnese, sangramento que surge sem causa aparente, contrações ou dor, mesmo em completo repouso durante o sono, ou durante o dia ao andar. ■ O sangramento materno pode apresentar-se de várias maneiras, podendo o intervalo ser de dias ou semanas. ■ A ultrassonografia transvaginal confirma o diagnóstico e a localização placentária ■ Outro achado frequente são as apresentações fetais anormais, como a pélvica e a córmica. ■ Ecodoppler obstétrico ■ Ressonância magnética ■ Exames laboratoriais 85 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL A anamnese, o exame ginecológico especular e a ultrassonografia podem diferenciar o diagnóstico das seguintes patologias: • descolamento prematuro da placenta normalmente inserida; • sangramentos do seio marginal; • ectopias cervicais; • pólipos cervicais; • carcinoma cervical; 86 3. 87 ROTURA UTERINA DEFINIÇÃO Quando sintomática, consiste na separação completa de todas as camadas uterinas com saída de parte ou de todo o feto da cavidade uterina. Por outro lado, pode ser uma separação oculta, afinamento ou deiscência relacionada a cicatrizes prévias. 88 EPIDEMIOLOGIA ■ É considerada uma complicação obstétrica grave devido à alta morbimortalidade materno-fetal. ■ Sua prevalência é 0,03 a 0,08% de todos os partos, porém de 0,3 a 1,7% entre pacientes com cicatriz uterina ■ 89 FATOR DESENCADEANTE ■ Traumática: problemas no TP ■ Espontânea: cesárea prévia ■ Cicatriz uterina ■ Curetagem uterina com perfuração, ■ Miomectomia, ■ Trauma abdominal, perinatal. ■ Anomalias uterinas ■ Hiperdistensão uterina ■ Tipo de incisão da cesárea prévia 90 91 QUADRO CLÍNICO 92 DIAGNÓSTICO ■ Interrupção das contrações com sangramento vaginal, ausência de batimentos cardíacos fetais; ■ Mudança de posição fetal (não identificação da apresentação no canal de parto), sendo as partes fetais palpáveis no abdome materno ■ Dor súbita, hipotensão e taquicardia materna. ■ Há relato de dor suprapúbicaentre as contrações uterinas com um primeiro sinal 93 4. 94 VASA PRÉVIA DEFINIÇÃO ■ A vasa prévia é definida como sangramento dos vasos sanguíneos fetais que atravessam as membranas amnióticas passando pelo orifício interno do colo. ■ Está associada à inserção anormal dos vasos fetais dentro das membranas. ■ A perda sanguínea é de origem fetal, fato este que mostra a urgência do seu diagnóstico. 95 EPIDEMIOLOGIA ■ Altas taxas de mortalidade (ao redor de 50%), uma vez que o sangue é de origem fetal. ■ A sua incidência é em torno de 1 para cada 3.000 nascimentos 96 97 98 DIAGNÓSTICO ■ O diagnóstico pré-parto é difícil, podendo ser percebido por intermédio do toque vaginal e pela amnioscopia (com a visualização dos vasos sanguíneos atravessando as membranas pelo orifício interno do colo). ■ A USG com Doppler colorido pode detectar a vasa prévia no anteparto e deve ser considerada em gestantes de alto risco (placenta prévia, inserção velamentosa de cordão). Muitas vezes o diagnóstico intraparto também é muito difícil. ■ São descritos testes em que é feita a detecção de hemácias fetais no sangue exteriorizado (Apt-Test e 64 coloração de Wright) mas, na maioria das vezes, não há tempo para a realização desses testes. 99 REFERÊNCIAS 100 Manual de Gestação de Alto Risco 2011 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/gestacao_alto_risco.pdf PRO.OBS.010 - REV1 DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL (DTG) https://www.google.com/url?q=https://www.febrasgo.org.br/images/arquivos/manuais/Manuais_Novos/gestacao_alto-risco_30-08.pdf&sa=D&ust=1591284817094000&usg=AFQjCNFak0lFRpiEKMgAgWHzS29ooIa_zQ https://www.google.com/url?q=https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/gestacao_alto_risco.pdf&sa=D&ust=1591284817095000&usg=AFQjCNE7-P-v2OtxrYQHUugkP5oP6ODE1A https://www.google.com/url?q=http://www2.ebserh.gov.br/documents/214336/1109086/PRO.OBS.010%2B-%2BREV1%2BDOEN%25C3%2587A%2BTROFOBL%25C3%2581STICA%2BGESTACIONAL%2B%2528DTG%2529.pdf/c93f6fb4-37ac-4083-94f5-eea5c5b1157a&sa=D&ust=1591284817095000&usg=AFQjCNGijdkUueURDf9YDZBPxyKCxZlZdw 101 OBRIGADA!
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