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Saúde da Mulher Obstetrícia Sangramentos de 1ª metade (até 20ª semana) → Abortamento → Gravidez ectópica → Doença trofobástica gestacional Abortamento - Interrupção da gestação com feto pesando <500g ou IG<20 semanas - 10-15% das gestações - Clínico (gestante) ou subclínico (pct nem sabia que estava grávida) *(9 semanas = feto) INCIDÊNCIA → 9-17% até os 30 anos → 20% aos 35 anos → 40% aos 40 anos → 80% aos 45 anos ETIOLOGIA - Anormalidades cromossômicas (80%) – aneuploidia - Trombofilias (principal - SAF) - Causas uterinas-anatômicas (incompetência cervical, mioma, malformações uterinas) - Endocrinológicas (ex. insuficiência lútea – corpo lúteo não produz progesterona adequadamente = aborto) ❖ Incompetência cervical - Colo do útero com comprimento MAIS CURTO que o normal e com menos fibra colágena; colo não consegue segurar o peso da gestação e abre bolsa protusa - Abortamento tardio (após 16 semanas) bolsa protusa = não há mais tratamento - Dilatação indolor - Comprimento do colo uterino (<2,5cm / normal 4cm) - TTO - Circlagem (12-16 semanas) *Circlagem ❖ Malformações uterinas - Bicorno: maior taxa de insucesso que o didelfo - Septado: mais prevalente, melhor prognóstico (correção anterior) AMEAÇA DE ABORTAMENTO - “Quase abortamento” – 15-20% das gestações - Exame clínico: colo uterino FECHADO - USG: atividade cardíaca / saco gestacional regular - Hematoma subcoriônico x descolamento (emergência obstétrica) - Repouso relativo (sem comprovações do benefício) + antiespasmódicos ABORTAMENTO INEVITÁVEL - Cólicas mais intensas + sangramento vermelho vivo - Ainda não foi expelido material pelo colo, mas é certo de ocorrer abortamento - Diagnóstico CLÍNICO – colo uterino DILATADO EVOLUÇÃO USG NORMAL DE GESTAÇÃO → 4 semanas = saco gestacional → 5-6 semanas = vesícula vitelínica → 6-7 semanas = embrião + batimentos (BCF) → 12 semanas = placenta - Sinais US: bradicardia embrionária (<100bpm), irregularidade ou implantação baixa do SG - Conduta expectante (?) – 70% dos casos, resolução espontânea ABORTAMENTO COMPLETO - Expulsão TOTAL e espontânea - Cavidade uterina vazia - Colo uterino fechado - US: coágulos (espessura endometrial) ABORTAMENTO INCOMPLETO - Eliminação parcial - Colo aberto (aborto em curso), ou fechado - US: material amorfo ou heterogêneo - Espessura endometrial >15mm ABORTAMENTO RETIDO - Interrupção da gravidez com RETENÇÃO do ovo - Assintomática - Gestações com ou sem embrião (sem BCF) - Gonadotrofina coriônica diminui - Conduta expectante (resolução em até 3 semanas) - Óbito embrionário ou gestação anembrionada ABORTAMENTO INFECTADO - Complicação - Manipulação uterina? Abortamento incompleto + infecção? - Endometrite peritonite choque séptico insuficiência renal coagulopatia morte materna - Polimicrobiana (anaeróbios, e. coli, clostridium sp) - Febre, dor a palpação do hipogástrio, sangramento com odor fétido, leucocitose - TTO – ATB (gentamicina e clindamicina) esvaziamento uterino ABORTAMENTO HABITUAL - 3 ou + perdas CONSECUTIVAS - Causas: anatômicas, genéticas, endócrinas, imunológicas - TTO – esvaziamento uterino → AMIU (aspiração manual intrauterina) – utilizada mais para Mola → Curetagem uterina (procedimento invasivo – riscos) Formação de sinequias (fibrose – atrapalhar próxima gravidez) Perfuração uterina → Preparo do colo (dilatação) → Idade gestacional (tecido ósseo) – abortamento >12 semanas, eliminar o feto para depois realizar a curetagem (devido à presença do tecido ósseo, pode perfurar o útero da paciente) Gestação ectópica - Implantação e desenvolvimento do ovo FORA da cavidade uterina - Principal localização – Tubárea (95%) *Cav abdominal, ovariana (raras) - 2% das gestações - Mecanismo de transporte do ovo para o útero obstruído ou lentificado FATORES DE RISCO → Gravidez ectópica prévia (+15%) → DIP (ex. gonorreia, clamídia – causam fibrose na tuba, deixando-a tortuosa) → Cirurgia tubárea prévia → Tabagismo (lentifica as fímbrias da tuba uterina) QUADRO CLÍNICO GRAVIDEZ TUBÁREA ROTA ÍNTEGRA Atraso menstrual Atraso menstrual Dor sincopal e lancinante Dor abdominal discreta Dor escapular Sangramento genital discreto Sinais de choque hipovolêmico Estabilidade hemodinâmica Irritação peritoneal Abdome inocente Toque vaginal: abaulamento do fundo de saco + dor Toque vaginal: dor discreta à palpação do anexo COMPRIMENTO CABEÇA NÁDEGA → CCN (mm) → >5mm DEVE ter atividade cardíada (BCF) DIAGNÓSTICO (ROTA) - Atraso menstrual + sangramento genital e/ou dor abdominal - Sinais: Laffon – dor no ombro (irritação do n. frênico) Blumberg – descompressão dolorosa do abdome Cullen – equimose periumbilical (raro) Proust – dor à mobilização do colo com abaulamento do fundo de saco - USG - Beta hCG quantitativo (1.500 mUI = mandatoriamente há saco gestacional intrauterino – se não houver, é ectópica) - Culdocentese (diagnóstico de sangue intracavitário) TRATAMENTO Gravidez ectópica ÍNTEGRA - Tratamento clínico (medicamentoso) - Metotrexate (atua na multiplicação celular) - Indicações: SG <3,5cm Embrião sem BCF Beta hCG <5.000 UI/ml Gravidez ectópica ROTA - Tratamento cirúrgico (laparotomia) Doença trofoblástica gestacional (Mola) - Grupo de afecções derivadas da placenta humana com aspecto tumoral - Proliferação ANORMAL do trofoblasto (e degeneração das vilosidades coriônicas) - 1/10.000 gestações FATORES DE RISCO → Idade >40 anos → Mola hidatiforme anterior CLASSIFICAÇÃO - Má formação das vilosidades coriônicas Mola hidatiforme (completa/parcial) - Neoplasias trofoblásticas gestacionais (NTG) Mola invasora Coriocarcinoma gestacional MOLA HIDATIFORME COMPLETA - Mais frequente - Genética (origem paterna) - Homozigótica (46XX) – óvulo com núcleo ausente ou inativado + 1 espermatozoide 23X, que duplica o genoma e dá origem a um embrião com cromossomos totalmente de origem paterna (androgênese) = 90% das molas completas - Heterozigótica (46XY ou 46XX) – mola dispérmica; surge a partir da fertilização de um 1 óvulo + 2 espermatozoides 23X e 23Y. O risco de evolução para tumores mais agressivos é de 20% - Eliminação de grandes vesículas e ausência de feto e/ou âmnio - Macroscópico: cachos de uva, flocos de neve, tempestade de neve, material vesicular MOLA HIDATIFORME PARCIAL/INCOMPLETA - Triploidia (69XXY, 69XXX, 69XYY), com 2 genomas paternos e 1 materno (origem biparental) - Nesse tipo de mola, há duas populações distintas de vilosidades coriais, uma normal e outra com degeneração hidrópica - A mola parcial geralmente não apresenta a aparência típica em cachos de uva - Alguns vilos apresentam invaginações profundas denominadas “fjord-like” - O tecido fetal está sempre presente, mesmo que não seja visto macroscopicamente - Grande maioria das vezes a gestação é inviável, com feto apresentando estigmas de triploidia, como malformações congênitas múltiplas e restrição de crescimento - 5% malignizam Parâmetros Mola completa Mola parcial Cariótipo mais frequente 46 XX 69 XXX ou 69 XXY Origem dos cromossomos Paterna (exclusiva) Paterna ou materna Embrião, feto ou SG Ausentes Podem ser presentes Sangramento vaginal 95% (precoce, 8- 12 semanas) Presente ou não (mais tardio, 15- 18 semanas) Cistos tecaluteínicos 40% 0% NTG pós molar 15-40% 5% Associação com CorioCA 50% Muito rara QUADRO CLÍNICO - Atraso menstrual + sangramento vaginal - Dor abdominal - Eliminação de vesículas (patognomônico) - Útero maior do que o esperado para a IG (!) - Náuseas e vômitos exacerbados - Cistos ovarianos teca-luteínicos (geralmente bilateral) – há presençade massa anexial palpável; ocorre devido a hiperestimulação dos ovários pelo hCG - Útero em sanfona EXAMES - Nível de hCG (>200.000 mUI/ml) – muito alto! - US: múltiplas áreas aneicóicas entremeadas por ecos amorfos – imagem em “flocos de neve” (mola completa) TRATAMENTO - Esvaziamento uterino Curetagem AMIU (preferencial – útero amolecido) - Seguimento Dosagem semanal de beta hCG (negativa em 8- 10 semanas / se não negativar ou diminuir, atenção ao risco de malignização!) - Malignização? Elevação do beta hCG Metástases (vaginais, pulmonares) Sangramento vaginal
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