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P á g i n a | 1 Imagem bem característica de surdez. A pessoa tenta usar a visão para compensar a perda auditiva. O que acontece é que com a idade toda a cadeia auditiva (conduto auditivo, ossículos) vão envelhecendo. Quando a gente faz um exame de audição, o paciente não pode estar vendo a movimentação da boca e nossos gestos, porque eles fazem leitura labial e movimento corporal, que começa instintivamente. Isso faz com que o diagnóstico de perda auditiva seja mais tardio, porque ele vai usando esse mecanismo. A mão atrás da orelha aumenta a captação das ondas sonoras, direciona melhor as ondas para o ouvido. Lá no ouvido, o tímpano vai amplificar o som. Comunicação oral: Obtida por meio de uma corrente de aquisições, cujo elo mais importante é a audição. Linguagem: intimamente ligada a cognição, para seu pleno desenvolvimento, as funções auditiva e fonatória. o É ligada a cognição, porque por exemplo, se falarem outra língua que o indivíduo não sabe, ele não vai entender, mas vai escutar. o Com a idade (desenvolvimento) a gente vai assimilando os sons as palavras e estimulando a função cognitiva. Por isso é tão importante escutar desde pequenos. Mesmo que se tenha a perda auditiva quando mais velho em um acidente, por exemplo, a linguagem fica. o Facilita para colocar um implante coclear em alguém que já teve contato com a linguagem. Por isso se preconiza fazer esse implante bem cedo, para estimular a função cognitiva nas crianças. Audição: função essencialmente sensorioneural, necessária para a aquisição da linguagem e da fala, para reconhecimento dos sons, a interiorização de conceitos e a abstração de ideias. o Espectro auditivo: 125Hz a 8000Hz. o Avalia o espectro auditivo (125Hz-8kHz). o É o espectro normal de uma audiometria, que é o exame da audição. Na audiometria, a gente coloca um paciente em uma cabine, com fones de ouvido e colocamos sons, começando com 125 Hz (bem grave) e vai para o 8kHz (bem agudo). o Audiometria de altas frequências: Podemos medir no geral até 20.000Hz (super fino e agudo), que é a chamada audiometria de altas frequências. Isabela Terra Raupp P á g i n a | 2 Esse exame é feito para ver se o paciente tem sensibilidade ao trauma acústico. A gente expõe ele a essa frequência e vê como ele reage. Por exemplo: paciente está perdendo a audição pela exposição ao contínua ao barulho de maquinas, mas não no espectro da voz humana normal. Em perda auditiva por tiros, motores, normalmente é nas frequências de 4000 a 6000 Hz. É patognomônico de perda auditiva por ruído. Como se avalia: o Na linha vertical, estão os decibéis perdidos (volume). o Na linha vertical, estão os Hz (frequência). o Vai dando estímulos sonoros com aumento progressivo até o paciente relatar que está ouvindo. o Normal é que a partir do 0 a pessoa já comece a escutar. Até o 25dB é aceitável. o Pavilhão auditivo: captar as ondas e direcionar elas. o Conduto auditivo externo: parte mais externa é cartilaginosa e mais interna é óssea. o Tímpano, com ossículos (martelo, bigorna e estribo) aderidos. o Estribo é como um pistão que faz balançar a endolinfa e a perilinfa, fazendo com que na cóclea cada frequência tenha um batimento ciliar diferente. o A inervação da região é dada pelos nervos auditivo e coclear. o Tuba auditiva tem uma parte pequena óssea e o restante é muscular. Tem que ter ar nela para fazer o tímpano vibrar. P á g i n a | 3 A onda mecânica chega no ouvido e é amplificada pelo pavilhão auditivo e conduto auditivo, o som é amplificado também na membrana timpânica, que causa um impacto na cadeia ossicular. Depois que passa para a cóclea, ela é transformada em impulso elétrico e ai vai ser transmitido para o centro da audição. Potencial de ação coclear: primeira transformação no potencial de ação ocorre após a estimulação sonora. Influxo de K+ nas células ciliadas externas é proporcional ao deslocamento da membrana basilar. Cada lugar da cóclea tem uma frequência diferente, então quando o som vem, ele vai vibrar diferentes partes da cóclea conforme a frequência da onda. Exemplo: quando vamos em uma balada com som alto e depois que chegamos em casa parece que o ouvido está doendo, significa que as células ciliadas ainda estão batendo. Se essa movimentação for exagerada, isso causará um trauma acústico. Observe que na cóclea temos duas rampas: uma que vai o estimulo e uma que vem. No meio tem receptores neuronais, que recebem esses estímulos. P á g i n a | 4 Potencial de ação do nervo auditivo: resultado do disparo sincrônico de muitas fibras do nervo aditivo após a estimulação sonora processada em energia bioelétrica através das células ciliadas internas. As CCI, não se recuperam nem se for feito repouso auditivo após a lesão. Já as internas tem potencial para se recuperar. Perda ou diminuição considerável do sentido da audição. o Perda parcial: hipoacusia → mais comum. o Perda total: cofose → genético, doença neonatal, trauma com fratura de nervo coclear, tumor, doença neurodegenerativa. Perda súbita: surdez que se instala rapidamente (no máximo 72 horas). Paciente não tem sinais de infecção, dor e outros fatores que possam explicar. Geralmente tem caráter autoimune, viral associado. Pode estar associado a um tumor no conduto auditivo (neurinoma). Progressiva e constante: doenças sistêmicas crônicas (HAS, DM, alterações no metabolismo, como hipotireoidismo e hipoparatireoidismo). Hidrolinfática: Evolui com crises de piora ou melhora com progressão lenta ou súbita. o Doença de Meniere: aumento da pressão do labirinto, que da sintomas de perda auditiva flutuante, piora durante a crise, zumbido, sensação de ouvido entupido. É oscilante até que com o tempo o paciente perde a audição. Perdas auditivas definidas em termos absolutos a partir de um limiar preestabelecido (25dB) – faixa aceitável de perda auditiva. Limares acima desse patamar são expressos em termos numéricos simples: 35, 45, 60dB. Subclassificação de acordo com as faixas de audibilidade: perdas leves, moderadas, graves e profundas. De acordo com a origem: Condutivas: causa situada no canal auditivo ou na orelha média. Ex.: cera, tímpano furado, cadeia ossicular não articulada, liquido dentro do ouvido (otite). Sensorioneurais: problemas na orelha interna (coclear) ou ao longo da via auditiva (retrococlear – cerebral/ponte/centro da audição) – ex.: degeneração da idade (desacusia), relacionada ao DM, HAS, colesterol. Retrotroclear: aneurisma, doença desmielinizante Mistas. Como diferenciar uma de outra: Perda condutiva ou de transmissão: apresenta curva óssea normal e curva óssea rebaixada, com aparecimento chamado gap aéreo-ósseo. Perda neurossensorial: apresenta curvas ósseas e áreas rebaixadas. Perdas mistas: apresenta curvas aéreas e ósseas rebaixadas com a existência de GAP entre eles (diferença). Tem perda da audição aérea e pelo parte óssea também. P á g i n a | 5 Otoscopia: Apresenta-se dentro dos padrões de normalidade – ver se o conduto está limpo, não tem infecção/inflamação. História clínica: fator mais importante na suspeição diagnóstica. o Trauma, acidente, tiro, o idade da pessoa, trabalho, o exposição a sons. o Agudo ou crônico. Exame físico: não fornece maiores esclarecimentos – salvo quando se trata de um quadro sindrômico ou que cursam com doenças sistêmicas. o PA o Ausculta de carótida – doença de carótida pode cursar com problema no ouvido por má irrigação (pode até ser necessário um ecodoppler de carótidas). Diapasão: fornece indícios seguros de comprometimento neurossensorial na audição: Curva aérea Dependente da vibração do tímpano. É mais fácilde acontecer porque o tímpano é mais leve e vibra mais facilmente que o osso. Curva óssea Condução direto na cóclea pela mastoide. O som vem, vai até o tímpano, vibra ele, vai para a cadeia vestibular, chega na cóclea e nós temos a audição. Mas se colocarmos o diapasão na mastoide nós vamos ter a condução direto no osso, não precisa passar por outros estímulos. Então se eu tiver problemas de condução, como MT perfurada, haverá funcionamento coclear pela curva óssea. P á g i n a | 6 26 anos – jovem. Não se esperada perda auditiva tão grande. As duas curvas estão juntas, representando uma perda neurossensorial. Observe que a curva auditiva óssea está acima da curva auditiva aérea mais para baixo. Sempre que tem 2 gráficos isso representa perda condutiva. Teste de Weber: Diapasão colocado na linha média do crânio e pedir se o paciente escutou o som na orelha direita, esquerda ou na linha média. Perda de audição neurossensorial unilateral: som será escutado no lado da melhor cóclea. Distúrbio condutivo: escuta no lado da queixa. Teste de Rinne: Diapasão é colocado na mastóide e, em seguida, em frente ao pavilhão auricular. Objetivo é comparar a audição por via aérea e por via óssea. Pacientes com audição normal: referem som mais intenso quando o diapasão estiver em frente ao pavilhão auricular. Isso também ocorren nas perdas auditivas neurossensoriais (Rinne positivo). Paciente refere som mais intenso na mastóide: distúrbio condutivo (Rinne negativo). P á g i n a | 7 As curvas ficam separadas mas estão bem abaixo do nível normal de condução. Normal: 10-25 dB. Leve: 26 a 40dB. Moderada: 41 a 55 dB. Moderada severa: 56 a 70dB. Severa: 71 a 90 dB. Profunda: > 90dB. Imitânciometria: pesquisa dos reflexos do estapédio (vibração do ouvidp), investiga a cóclea, o nervo auditivo e o tronco encefálico. Útil no diagnóstico diferencial das perdas auditivas por comprometimento das estruturas da orelha média (perda condutiva). Diminuído se tem líquido ou calcificação dos ossículos. Eletrococleograma: avalia os potenciais elétricos gerados a cóclea ao transformar a informação sonora em energia bioelétrica. Mede a pressão dentro da cóclea. Audiometria tonal Avalia os limites tonais em diversas frequências por via aérea e por via óssea. É útil para definir a intensidade (leve, moderada, severa ou profunda) e o tipo de perda de audição (neurossensorial, condutiva e mista). Avaliação vocal Avalia o índice percentual de reconhecimento da fala, o limiar de detecção da fala ou limiar de detecção da voz. Depende da parte cognitiva de entender. P á g i n a | 8 Alterado na doença de Meniére, degenerações cocleares... Otoemissões acústicas: avaliam a função das células auditivas externas (teste da orelhinha). Congênita: surdez genética ou hereditária. Adquirida: precoce (pré-lingual). Tardia (pós-lingual) – se já adquiriu ou não a linguagem. Deficiência auditiva: Classificação da OMS: 1. Doença/desordem 2. Deficiência 3. Incapacitação Impacto nos seus afazeres pessoais e relação interpessoal Surdez hereditária Otospongiose – calcificação do estribo (rigidez de cadeia ossicular.) Ototoxicidade - aminoglicosídeos, cisplatina, eritromicina, ACO, anti-inflamatórios, diuréticos de alça, petróleo, borracha, gases, agrotóxicos Presbiacusia – perda com a idade Surdez súbita Perda auditiva induzida por ruído (PAIR) Anquilose do estribo na janela oval Otoesclerose: alterações escleróticas da mucosa timpânica; Atualmente: displasia óssea encontrada somente no temporal humano. Consiste em áreas de reabsorção seguidas por cicatrização com neoformação óssea. Perda condutiva podendo causar degeneração. Epidemiologia: Mais frequente em caucasianos Mais em mulheres (2/1) História familiar: 39-58% Início dos sintomas: 20-30 anos de idade. Teorias quanto a origem: Genética autossômica dominante Infecção por vírus do sarampo: o Paramixovírus nos focos otoespongióticos o Baixo nível de IgG anti-sarampo Hormonal: o Envolvendo progesterona e estrogênio atuando na remodelação óssea. o Hipotireoidismo o Durante a gestação muda a remodelação óssea – opera o paciente mais tarde. Imunomediada: P á g i n a | 9 o Aumento de anticorpos contra o colágeno. Quadro clinico: Foco otoespongiótico: o Causa hipoacusia condutiva. o Quando agressiva lesa a orelha interna, perda neurossensorial ou mista Diagnóstico: História clínica Otoscopia: sem particularidades ou presença de mancha de Schwartze (hiperemia no promontório por hipervascularização do mucoperiósteo). Melhor visto com microscópio Audiometria: GAP até 50dB iniciando nas frequências graves com a curva ascendente. o Entalhe de Carhart: queda óssea em 2000 Hz. o Curva timpanométrica A e ausência de reflexo estapédico TC o Focos de hipodensidade na cápsula ótica o Não é necessária. Tratamento: Tirar ossinho calcificado e colocar prótese de téflon. Hipóteses fisiopatológicas: Genes do silêncio: investigação dos efeitos das mutações de DNA na formaão e no funcionamento do sistema auditivo Formas: Congênitas Adquirida: pré ou pós lingual Não sindrômicas autossômicas recessivas: presente no nascimento Autossômicas dominantes: manifestam-se na fase adulta (tardia/pós-lingual). Teste da orelhinha: Ruídos estimulam com sensor que capta a resposta de célula ciliada P á g i n a | 10 BERA: exame do nervo auditivo. o As ondas são denominadas através de algarismos romanos que representam a atividade neuronal do sistema auditivo. o Registro da atividade eletrofisiológica do sistema auditivo desde a orelha interna ató o tronco encefálico alto. São sete ondas. o As respostas surgem dos primeiros 12ms após a estimulação sonora, sendo então denominados potenciais evocados auditivos precoces. P á g i n a | 11 Ambiental: 25% - HIV, rubéola, toxoplasmose, tromboembolismo, trauma, hipóxia de cordão Genética: 50% o Sindrômica: 15% o Não sindrômica: autossômica dominante (28%), autossômica recessiva (7%), ligada ao x e mitocondrial (1%) Origem desconhecida: 25% Síndromes mais comuns associadas a surdez neurossensorial: 1. Waadenburg: distopia de canto de olho, heterocroia de íris, topete branco. 2. Pendred: Bócio. 3. Alport: nefropatia 4. Uscher: retinite e vestibulopatias 5. Brânquio-oto-renal: cistos branquiais, nefropatia 6. Jeverll e Lange-Nielsen: intervalo QT longo. 7. Tracher Collins: hipoplasia de mandíbula, malformação de orelha externa, média e fenda palatina. Perda auditiva relacinada com o envelhecimento Perda de 2000 neurônios cocleares/10 anos após os 40 anos de idade. Aos 80 anos há diminuição de 50% do total Perda mais acentuada nos sons agudos (8000Hz) Sensorial Mais comum Bilateral e simétrica Queda em agudos com zumbido Início na meia idade Atrofia do órgão de Corti (células ciliares externas) e nervo auditivo P á g i n a | 12 Neural Perda rápida e discreta da fala Audiometria com perda moderada com curva plana Órgão de corti inalterado Comprometimento de gânglio espiral, núcleo, vias e córtex temporal. Metabólica: Curva plana Ótima discriminação Atrofia da estria vascular Produtor de endolinfa Mecânica: Bilateral Discriminação ótima Audiometria descendente Enrijecimento de membrana basilar Perda auditiva induzida por ruído Também pode ocorrer ototoxicidade por produtos químicos. Constitui a 2ª causa de surdez neurossensorial após a presbiacusia. Intensidade sonora > 85dB é potencialmente lesiva. Indivíduos brancos de olhos azuistem maior sucetibilidade. Atividades e programa de conservação auditiva. Avaliaçãoo do ambienet com audiosimetria Audiometrias de rotina Uso de EPI Agentes: aminoglicosídeos, solventes, mercúrio. Características: perda auditiva neurossensorial o >25dB em uma ou mais frequências de 250-8000Hz ou manifestações vestibulares. Mecanismos: P á g i n a | 13 o Medicamentos: se combinam com receptores das células ciliares internas do órgão de corti, cóclea, máculas ou cristas do sistema vestibular. Predisposiçao genética: gene autossômico dominante ou mitocondrial Intoxicação por mercúrio Doença de Minamata: peixe contaminado (Japão) e garimpo (Br) Outros medicamentos: hidrocarbonetos, produtos de destilação de petróleo – são voláteis. Poluentes industriais (toluentes, xileno, tricloroetileno) – são neurotóxicos Ototoxicidade fetal: de mãe para filho Prematuros: mais sucetiveis que a termos e adultos, mas RN é menos que adulto. Ponencialização com exposição de ruídos: RN com uso de aminoglicosídeos com incubadora. Administração de aminoglicosídeo com uso subsequente de diurético causa potencialização da ototoxicidade Alterações da membrana das CCI com maior penetração do diurético de alça nessas células 5-20 casos/100.000 habitantes/ano 75% em maiores de 45 anos Fisiopatologia: 3 causas Hemorragias – HAS, AAS Trombose – dislipidemia, hipercoaguabilidade Espasmos A isquemia resultante causa alterações intracelulares Causas: infecciosa (virais), traumática, neoplásica, imunológica, tóxica, circulatória, neurológica, metabólica (DM). Tratamento: 25-65% têm recuperação espontânea parcial ou total Antivirais Vasodinâmicos Expansores plasmáticos (dextrano) Corticoides Carbogênio (95% O2 e 5%CO2) subcutâneo ou transcutâneo Cirúrgico: fístula perilinfática Reabilitação auditiva: aparelho de amplificação sonora, implane coclar, fonoterapia
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