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PERDA AUDITIVA

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PERDA AUDITIVA
SBCMC II - 2021.1
Otorrinolaringologia
Dr. Gabriel Ramalho
INTRODUÇÃO
Definição: a surdez ou hipoacusia é um termo genérico que serve para definir a perda auditiva.
● A surdez é definida com um dos “déficits da audiocomunicação”.
Considerações Históricas:
● Marcada por sofrimentos, danos físicos e morais, lutas e esforços para conviver em uma
sociedade ouvinte.
● Nascidos surdos eram sacrificados, isolados, privados de alfabetização e instrução, viviam
solitários, à margem da lei.
● Na atualidade, o conhecimento, novas formas de comunicação estão quebrando
paradigmas - isso tem início a partir do séc. XIX.
Vias Auditivas - Formação e Integração:
● Pavilhão Auricular: o desenvolvimento tem início na 4ª semana e se completa no 3º mês
● Conduto Auditivo Externo: o desenvolvimento tem início na 4ª/5ª semana e na 21ª semana
assume a forma de canal.
● Orelha Média: desenvolve-se por volta da 3ª semana, época da diferenciação dos
ossículos, músculos e tendões.
● Martelo e Bigorna: atinge tamanho de adulto na 15ª semana
● Estribo: atinge o tamanho adulto na 18ª semana.
● Cóclea: inicia o desenvolvimento no 22º dia e está completo ao redor da 20ª semana.
● Núcleos Cocleares: estão formados por volta da 33ª semana.
● O feto humano percebe, reage e armazena informações auditivas a partir da 26ª semana
de gestação - é o único meio de comunicação entre o feto e o meio externo.
● Neuroplasticidade:
○ É a habilidade de agrupamentos de neurônios ajustarem a sua função de acordo
com a estimulação. No nível cortical baseiam-se na experiência e no aprendizado.
○ Sinaptogênese atinge desenvolvimento máximo por volta dos 3 anos e 6 meses a
partir daí pode haver destruição de sinapses não usadas funcionalmente
■ A criança precisa receber estímulos auditivos para se desenvolver, esse
desenvolvimento ocorre até os 03 anos e 06 meses. Se até essa faixa
etária, a criança não foi estimulada, é provável que haja sério
comprometimento de fala, raciocínio e cognição. Após esse período existe
uma dificuldade maior para o desenvolvimento dessas habilidades.
○ Após os 7 anos de idade há queda significativa da neuroplasticidade.
○ Cross modal: recrutamento das áreas auditivas por outras modalidades sensitivas.
■ Se as sinapses auditivas não são estimuladas adequadamente, vai ocorrer
o cross modal, no qual essas sinapses são direcionadas para outra
modalidade sensitiva, ex: térmica, tátil…
○ A binauralidade é importante para a comunicação e para o aprendizado - então
quando a gente perde a audição de um ouvido, existem alterações importantes na
comunicação e aprendizado.
EPIDEMIOLOGIA DA SURDEZ
● Estima-se que 237 milhões de pessoas são afetadas pela surdez no mundo.
● E quanto melhor o IDH do país, menor o número de indivíduos surdos (pré-natal
adequado, controle de doenças…)
Prevalência quanto a faixa etária:
● Recém nascidos: 2 a 4 mil nascidos vivos em países desenvolvidos.
● Crianças: estima-se de 1,7 a 1,8%.
● Adultos: 5%
● Idosos: 30 a 46%
Prevalência na população acima de 60 anos:
● 73% brancos.
● 54% masculinos.
● 68% cursou até o ensino fundamental.
● 54% portador de HA.
● 77% renda de até 3 salários mínimos.
ETIOLOGIA !!!!!
Infância (ao nascimento):
● Genéticas não sindrômicas (a criança tem uma alteração genética sem manifestação
fenotípica nenhuma além da surdez)
● Baixo peso ao nascimento
● Hipóxia
● Prematuridade
● Rubéola
● Meningite
● Uso de medicações ototóxicas (Amicacina, Anfotericina B…)
● Traumatismo cranioencefálico
● Citomegalovirose (é a principal preocupação hoje em dia)
● Idiopática - 40% não tem diagnóstico
População adulta:
● Exposição ao ruído (até 46 aos 60 anos) - a perda auditiva é insidiosa, geralmente
relacionada ao trabalho, então é uma questão bastante complicada
● Presbiacusia (acima de 60 anos)
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS RELACIONADAS A PERDA AUDITIVA !!!
São características que quando a gente observa no paciente já faz suspeitar de surdez, sendo
necessário o encaminhamento para o especialista.
● Anomalias craniofaciais.
● Malformações de orelha, apêndices ou colobomas pré-auriculares.
● Alteração da implantação da orelha.
● Alteração da pigmentação da pele.
● Mecha de cabelo branco ou outras malformações de cabelo.
● Heterocromia, telecanto, miopia grave ou retinopatia.
● Cistos, fístulas branquiais, bócio.
AVALIAÇÃO AUDITIVA
Avaliação Subjetiva: depende da resposta do paciente
● Teste de diapasão.
● Audiometria tonal.
● Audiometria vocal - avalia a qualidade da audição (entende o que ouve?)
● Audiometria de observação comportamental.
● Audiometria de reforço visual.
● Testes para diagnósticos de alteração do processamento auditivo.
Avaliação Objetiva:
● Emissões otoacústicas:
○ Transientes
○ Pontos de distorção.
● Respostas auditivas de tronco encefálico:
○ Potenciais evocados auditivos por cliques: eletroencefalograma
○ Outros: potenciais evocados auditivos por frequência específica, potencial evocado
auditivo por via óssea e respostas auditivas de estado estável.
AUDIOMETRIA TONAL
Avalia: tipo de perda, grau de perda, configuração audiométrica e lateralidade
Tipos de Perda Auditiva:
● Perda Condutiva: a perda está relacionada com orelha externa e orelha média (condução)
● Perda Neurossensorial: a perda está relacionada ao ouvido interno ou ao SNC
● Perda Auditiva Mista: a perda está relacionada tanto com alterações da condução do som
quanto com alterações do ouvido interno ou SNC
Grau de Perda Auditiva:
● Leve: entre 26 e 40 dB
● Moderada: entre 41 e 70 dB
● Severa: entre 71 e 90 dB
● Profunda: entre 91 e 119 dB
● Cofose (perda completa)
Configuração da Perda Auditiva: através da audiometria é traçado um gráfico que nos indica
essa configuração de acordo com o traçado, pode ser, por exemplo, horizontal, apiculado e em
gota, e isso varia de acordo com o problema do paciente.
Lateralidade da Perda Auditiva:
● Direita ou esquerda
● Bilateral
● Simétrica ou assimétrica
TRATAMENTO - REABILITAÇÃO AUDITIVA
Aparelho de Amplificação Sonoro Individual (AASI):
● É composto por: microfone, chip eletrônico,
amplificador, bateria e receptor.
● O modelo do aparelho varia de acordo com o grau
de perda auditiva.
● Quanto menor o grau da perda, menor o tamanho
do aparelho e vice-versa.
Cirurgias de Reabilitação Auditiva:
● Interposição do ossículo na cadeia ossicular
● Próteses sintéticas de reconstrução total (PROT) ou parcial (PROP)
● Prótese de estaédotomia/estapedectomia
INDICAÇÕES DE PRÓTESES (não vai cobrar/nem leu)
Indicação de próteses auditivas ancoradas no osso temporal:
● Todos os pacientes devem fazer teste de limiares em campo livre com vibrador ósseo
adaptado em faixa tipo headband.
● São considerados quando os AAIs convencionais e com CROS são ineficientes.
Indicações de próteses auditivas ancoradas em osso unilateral:
● Má formação congênita de orelha bilateral que impossibilita adaptação de AAIs.
● Gap maior que 30 dB na média das frequências de 0.5, 1, 2 e 3Khz.
● Limiar médio melhor que 60 dB para via óssea nas frequências de 0.5, 1, 2 e 3 Khz na
orelha a ser implantada.
● Índice de reconhecimento de fala em conjunto maior que 60% em monossílabos sem
AASI.
Indicações de próteses auditivas ancoradas em osso bilateral:
● Má formação congênita de orelha bilateral que impossibilita adaptação de AASI.
● Gap maior que 30 dB na média das frequências de 0.5, 1, 2 e 3Khz.
● Limiar médio melhor que 60 dB para via óssea nas frequências de 0.5, 1, 2 e 3 Khz na
orelha a ser implantada.
● Índice de reconhecimento de fala em conjunto maior que 60% em monossílabos sem
AASI.
● Diferença interaural entre as médias dos limiares por via óssea de 0.5, 1, 2 e 3 Khz não
devem exceder a 10 dB e deve ser menor que 15 dB em todas as frequências isoladas.
Indicação de implante coclear:
● Crianças com até 4 anos de idade incompletos, SNS severo ou profundo bilateral.
○ Crianças de 4 a 7 anos de idade incompletos, que apresentem SNS severo e ou
profundo.
○ Resultado igual ou menor que 60% de reconhecimento de sentenças em conjunto
aberto comAASI na melhor orelha e igual ou menor de 50% na orelha a ser
implantada.
○ Presença de indicadores favoráveis para o desenvolvimento de linguagem oral
mensurado por protocolos padronizados.
● Adolescentes a partir de 12 anos de idade:
○ Resultado igual ou menor que 60% de reconhecimento de sentenças em conjunto
aberto com uso de AASI na melhor orelha e igual ou menor que 50% na orelha a
ser implantada, com percepção de fala diferente de zero em conjunto fechado.
○ Presença de código linguístico oral estabelecido e adequadamente reabilitado pelo
método oral.
● Adolescente a partir de 12 anos pós-lingual
● Em adultos pré-linguais:
○ Presença de código linguístico estabelecido e adequadamente habilitado pelo
método oral.
○ Uso de AASI efetivo desde o diagnóstico da SNS severa e profunda.
● Em adultos pós-linguais.
TIPOS DE PRÓTESES AUDITIVAS (não vai cobrar)
Próteses de Condução Óssea:
● Bone-anchored Hearing Aid (BAHA)
● Soundbite - prótese removível.
● Ponto
● Sophono
● Bonebridge
● Vibrant Soundbridge
● Maxum
● Esteem
● Carina
IMPLANTES COCLEARES
Como ocorre a transmissão do estímulo no implante coclear? O som é recebido pelo
microfone. Em seguida o som é enviado para o processador de fala que seleciona e codifica os
sons úteis. O código é encaminhado ao transmissor. O transmissor encaminha o código por meio
da pele para o receptor e ele converte o código em estímulos elétricos. Os estímulos elétricos são
encaminhados para os eletrodos e vão estimular as fibras nervosas. Os sinais são reconhecidos
como sendo som pelo cérebro, provocando a sensação de audição.
Contraindicações:
● Surdez pré-lingual em adolescentes e adultos não reabilitados por método oral.
● Pacientes com agenesia coclear ou do nervo coclear bilateral.
● Contraindicações clínicas.
Obs: também existe o implante de tronco encefálico.
OUTROS MÉTODOS DE RESTAURAÇÃO AUDITIVA (não vai cobrar)
Método Farmacológico:
● AHLi-11: controle da expressão gênica do gene p53 - fator de transcrição e supressor
tumoral implicado no reparo de DNA e no mecanismo de apoptose das células cardíacas
● SPL128 - inibe a expressão do inibidor de quinase dependente de ciclina.
● Corticóide.
● Dexametasona.
● Antioxidantes.
Biologia Molecular:
● Atoh 1.
● Via Notch, sox2 e eya1.

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