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PROJETO ESTÁGIO JULIO

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Centro Universitário Leonardo Da Vinci
	
	
	
	
	
	
	JULIO CESAR LOPES BORGES
FORMAÇÃO PEDAGÓGICA EM MATEMÁTICA (FLX1569)
 
PROJETO DE ESTÁGIO:
ETNOMATEMÁTICA: TRABALHANDO A MATEMÁTICA 
NA ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA VINTE E CINCO DE MAIO - MST
PALHOÇA
2020
	
SUMÁRIO
31 PARTE I: PESQUISA
31.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA: ÁREA DE CONCENTRAÇÃO E JUSTIFICATIVA
51.2 OBJETIVOS
51.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DA PESQUISA
82 PARTE II: PROCEDIMENTOS DE ESTÁGIO
82.1 METODOLOGIA
92.2 CRONOGRAMA
10REFERÊNCIAS
10APÊNDICES
1 PARTE I: PESQUISA
1.1 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO E JUSTIFICATIVA 
Área de concentração: Práticas pedagógicas na educação básica em tempos de ensino a distância.
Tema: Etnomatemática: Uma proposta para a Escola de Educação Básica Vinte e Cindo de Maio – MST tem sua referência na produção agrícola, na totalidade do contexto da produção agrícola em meio à proposta de emancipação humana do Movimento dos Sem Terra. Neste sentido, a criação desta escola é fruto da mobilização das famílias assentadas em 1986 no município de Fraiburgo. Seus educadores são envolvidos com o estudo e experimentação da proposta pedagógica do MST e na pedagogia da alternância, desenvolvendo práticas onde os Educandos contribuem para a manutenção da horta mandala, do horto medicinal, da trilha ecológica, e exposição dos produtos de seu trabalho junto a comunidade através da escola na cidade. 
Percebe-se, então, que a atividade matemática no ambiente escolar possui grande relevância para o ensino-aprendizado, e pode encontrar em si mesma os conteúdos e mecanismos para a construção de significados. Nesse sentido, torna – se necessário um trabalho didático aplicado à realidade vivenciada, voltada aos problemas encontrados em cada cultura ou região, considerando suas especificidades espaciais. Este trabalho didático pode incluir, por exemplo, a elaboração de atividades onde os educandos experienciem a construção e comunicação de argumentos matemáticos familiares ou em exploração. Porém é importante salientar que seus conceitos de ensino devem ser fundamentados em meio a questões do meio ambiente, trabalho, linguagens e cultura.
A Etnomatemática é uma resposta a rigidez da matemática moderna devido à incorporação de um só currículo para diferentes culturas, regiões e lugares. A matemática tradicional trata-se do congelamento dos métodos matemáticos na educação básica, e sem significados. Desta forma, a etnomatemática vem a partir da década de 1970 propormos uma aprendizagem e desenvolvimento de práticas pedagógicas com intuito de inserir a escola no seu contexto, desenvolvendo-se ao longo das últimas décadas. 
Sabe-se que o problema da alfabetização matemática coloca tal disciplina como um “monstro” frente às demais, que na educação básica é vista como um empecilho na aprendizagem e ao conhecimento. No ensino matemático é preciso saber manejar os conceitos que fazem parte da criação humana e que devem fazer parte da cultura de todos os povos. Normalmente vemos que estes conceitos não são assimilados se tratando de matemática tradicional, inexistindo sua compreensão no seu cotidiano, ou seja, tais conceitos não fazem parte da realidade do aluno.
A educação à distância no campo, ainda que possua certa resistência, produz uma modalidade de construção do conhecimento inovador e cada vez mais adotado, onde os professores e educandos estão separados fisicamente e se faz necessária a utilização da tecnologia na transmissão e recebimento de dados. Uma regulamentação importante para tal atividade é a Lei nº 10.172/2001 que aprova o Plano Nacional de Educação (PNE) descreve, em uma de suas metas, a necessidade de desenvolver a oferta de educação à distância. Temos também o fato da nova pandemia que reforça ainda mais a necessidade de dar continuidade a educação, priorizando as tecnologias da educação à distância, mais conhecida como EAD. 
Trata-se então, da tentativa de uso das tecnologias de educação à distância, com base nas experiências brasileiras, acerca da etnomatemática aplicada ao contexto da educação do campo, mais precisamente no 6º ano do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Vinte e Cinco de Maio, pertencente ao Assentamento Vitória da Conquista, localizada no município de Fraiburgo, no estado de Santa Catarina. Tal escola é uma conquista do Movimento dos Sem Terra oferecendo o ensino fundamental e médio, curso técnico em agroecologia, e licenciatura em educação do campo, este último coordenado pela Universidade Federal de Santa Catarina. 
1.2 OBJETIVOS
· Pensar a importância da educação do campo no cenário atual;
· Compreender a inserção da etnomatemática na educação popular;
· Desenvolver compreensão das ferramentas de educação à distância, suas possibilidades na educação popular;
· Trabalhar a matemática no contexto da produção e venda de hortaliças 
1.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DA PESQUISA
Refere-se à educação do campo uma educação formal onde é oferecida ao sujeito do campo a pedagogia alternância. Advêm da compreensão de fenômenos sociais e econômicos, também levando em consideração aspectos políticos e culturais. Pode ser entendida como uma garantia da educação básica de um modelo de desenvolvimento social e justo, economicamente viável, ecologicamente sustentável e culturalmente aceito. Educação do Campo surge a partir da preocupação dos sujeitos e dos movimentos sociais em promover processos educacionais para a consolidação dos valores, princípios e dos modos de ser e viver daqueles que integram o campo. Conforme a LDB – Leis de Diretrizes e Bases da Educação, nº 9.394/96 que determina em seu art. 1º: “A educação deve abranger os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais” (SANTOS; KNABEN, 2018).
Considera-se impossível para a sociedade lidar como as questões do dias a dia, seus grandes problemas, sem o uso da Matemática, assim como seus instrumentos e aplicabilidade. Podemos dizer que a Matemática é ainda mais importante na sociedade tecnológica dos nossos dias. Sabemos também que existem questões que são deixadas de lado neste processo e contexto, como as relações humanas e sociais, ofuscadas na busca do conhecimento matemático de alta qualidade e abstrato. São questões relevantes, dado a importância deste tema para um conhecimento científico sofisticado. Esse aspecto do ensino da matemática, o da aceitação de fatores sociais e econômicos, é aprimorado na sociedade contemporânea, e tem a sua importância (D’AMBROSIO, 2004).
Podemos dizer, neste sentido, que a matemática indígena, por exemplo, possui tanto valor quanto a matemática acadêmica, vivenciada no mais alto grau, pois ela é usada para resolver um problema do cotidiano que está relacionada com aquele ambiente social e cultural. Neste processo temos a utilização de tecnologias diversas, considerando as ferramentas e das possibilidades concretas. A cada avanço social e econômico propicia novas técnicas, ou incorpora novas ferramentas ao exercício da matemática. Podemos explanar a utilização das tecnologias nesse contexto nos seus diferentes níveis:
Quando os futuros professores resolvem um exercício, geralmente, estão utilizando uma tecnologia menos sofisticada que é composta por lápis e papel. Quando esses professores estão estudando em livros, estão utilizando a tecnologia da imprensa. Quando esses professores estão realizando uma atividade sobre a alteração do preço dos produtos alimentícios ou realizando pesquisas por meio da Internet, estão utilizando uma tecnologia mais avançada, que inclui as calculadoras e os computadores. Nesse sentido, esses professores devem estar conscientes de que todas essas abordagens têm um aspecto cultural que está relacionado com o ambiente sociocultural no qual estão inseridos (D’AMBROSIO, 1993; ROSA, 2000, p.11).
Considera-se que no ambiente sociocultural, devemos considerar estes aspectos importantes para o ensino-aprendizagemde qualquer conteúdo, inclusive da matemática. Estas tecnologias e a matemática são complementares para a Etnomatemática. Esta última é resultado das críticas sociais acerca do ensino tradicional da matemática, conceitos de práticas matemáticas em diferentes contextos culturais. Não obstante traduz a necessidade de trazer a matemática para o cotidiano, que também levam em consideração aspectos ambientais, culturais, e do trabalho.
Alguns aspectos devem ser considerados em relação a sua metodologia no ambiente de aprendizagem à distância é a incorporação da historicidade dos conceitos matemáticos na prática pedagógica, ou melhor, os conceitos importantes na elaboração, desenvolvimento, repercussão na abordagem histórico-cultural da disciplina. Assim, é possível mostrarmos a presença da Matemática no cotidiano e no processo de desenvolvimento humano. Nesse aspecto, essas situações de ensino-aprendizagem podem ser contextualizadas, adquirindo sentido e significado, colaborando para o surgimento da motivação necessária para aprendê-las (ROSA; OREY, 2006). 
É de importante destacar, em relação ao ambiente de aprendizagem, que o papel do professor no processo é mediar o conhecimento dos educandos no ambiente virtual de aprendizagem à distância. Também importante, por parte do professor, trazer o conhecimento sociocultural dos educandos, trabalhando conteúdos da vida prática. A Etnomatemática como uma Perspectiva Metodológica para o Ambiente Virtual de Aprendizagem a Distância de matemática, baseia-se na vivência dos educandos na própria comunidade. Tais conceitos matemáticos a serem ensinados devem possuir significado, pois são utilizados em atividades contextualizadas, considerando diversos aspectos do qual o professor deve considerar. 
O trabalho de etnomatemática nas escolas de educação básico no campo deve utilizar às ferramentas do ensino à distância desenvolvendo o conhecimento dos educandos. Parte do diálogo acontece com a utilização das novas tecnologias de informação e comunicação, que os auxiliem a terem consciência da realidade para que contribuam para o entendimento e a compreensão dos problemas enfrentados pela comunidade na qual estão inseridos. Contribuindo para sua emancipação, como sujeito que transforma e é transformado pelo espaço (FREIRE, 2000).
2 PARTE II: PROCEDIMENTOS DE ESTÁGIO
2.1 METODOLOGIA
Desenvolve-se através do estudo de etnomatemática uma proposta de incorporação dos conceitos matemáticos na vida cotidiana do sexto ano do ensino fundamental, da Escola de Educação Básica Vinte e Cinco de Maio, do município de Friburgo, assentamento do Movimento dos Sem Terra em Santa Catarina obedecendo a metodologia de estágio à distância, na forma de organização de plano de aula específico, também de template cartilha, uma ferramenta que desenvolve atividades não presenciais devido à pandemia. Realizada nesta primeira etapa pesquisa de caráter exploratório a cerca dos autores que tratam de tal tema e experiências, buscando conhecer o contexto na forma presencial e através da literatura pertinente relacionando três periódicos, estão eles: CAPES, SCIELO, e Biblioteca digital de teses e dissertações (Governo), levando em consideração três palavras-chave: Etnomatemática, Educação à distância, e Movimento dos Sem Terra.
 Após analisar os dez primeiros artigos ou dissertações (CAPES, SCIELO, Biblioteca digital de teses e dissertações) da pesquisa exploratória, obteve-se o método mais utilizado. Desta forma, nesta segunda etapa optou-se pelo método de Paulo Freire e a sua aplicabilidade de ensino que tem por base a instrução enquanto um processo de dupla via. Concebendo, também, nesta mesma linha os estudos dialéticos de Ubiratan D`Ambrosio no campo da Matemática, mais especificamente da etnomatemática. Sendo assim, tornando-se como resultado a possibilidade de realizar reflexões, discussões e atividades que possibilitem a articulação teoria e prática, privilegiando o diálogo e as interações entre os sujeitos do processo de ensino e aprendizagem que transformam e são transformados. 
Na terceira etapa, desenvolve o projeto didático baseado nas possibilidades do ensino a distância, sua aplicabilidade, elaborando um template cartilha, das possibilidades do uso da matemática no contexto da produção e venda de hortaliças. O ensino a distância possui importantes ferramentas de interação e aprendizagem, de estratégias do ensino de matemática que utilizem procedimentos diferenciados de cálculos diversos, respeitando o conteúdo de 6º ano do ensino fundamental, especificamente de práticas que tem como estratégia de ensino aprendizagem por meio da cultura e da identidade no contexto de uma escola do campo tendo a horta escolar como uma das fontes do saber matemático.
2.2 CRONOGRAMA
	ETAPA
	AÇÃO A SER REALIZADA
	DATA PARA POSTAGEM (Flex) ou ENTREGA (Semipresencial)
	Etapa 1
	Escrita do Projeto de Estágio.
Postar/Entregar o Projeto de Estágio.
	07/06/2020
	Etapa 2
	Observação virtual e preenchimento do Roteiro de Observação.
Postar/Entregar o Roteiro de Observação Virtual.
	23/06/2020
	Etapa 3
	Escrita do Paper de Estágio e elaboração do projeto de extensão. 
Postagem do produto virtual.
	21/07/2020
	Etapa 4
	Realização da Socialização de Estágio.
	31/07/2020
REFERÊNCIAS
BERTONI, N. E. Por que mudar o ensino de Matemática. In: Temas e Debates - Sociedade Brasileira de Educação Matemática. Educação Matemática: Fundamentos filosóficos e desafios sociais. 1994. 
D’AMBROSIO, U. Etnomatemática. São Paulo: SP: Editora Ática, 1990. 
_______________. Etnomatemática: Um Programa. Educação Matemática em Revista, v. 1, n. 1, p. 5-11, 1993. 
_______________. Educação para uma sociedade em transição. Campinas, SP: Papirus, 1999. 
_______________. Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade. Belo Horizonte, MG: Autêntica, 2002. 
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro, RJ: Editora Paz e Terra, 1983. 
_______________. A importância do ato de ler. São Paulo, SP: Editora Cortez, 2000
_______________. Etnomatemática e educação. In: KNIJNIK, G.; WANDERER, F.; OLIVEIRA, C. J. Etnomatemática: currículo e formação de professores. Santa Cruz do Sul, RS: EDUNISC, 2004. p. 39-52.
GAIÓSKI, J; FRANCISCO, A.C; MIQUELIN, A.F. EAD e Etnomatemática: Uma combinação eficaz para alunos em situação de privação de liberdade. Ponta Grossa. 2017.
IENO, D. Etnomatemática: a matemática em outros contextos culturais. Trabalho de conclusão de curso em matemática – Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis. 1999.
ROSA, M.; OREY, D.C. Vinho e queijo: etnomatemática e modelagem. BOLEMA, v. 16, n. 20, p. 1-16, 2003.
SANTOS, J.F.S; KNABEN; A. A importância da educação no cenário da educação do campo. Trabalho de conclusão de curso. UFPR. 2018 
APÊNDICES
	PLANO DE AULA
	TEMA: A matemática e suas operações no contexto de produção de hortaliças
	OBJETIVOS 
	GERAL: Desenvolver estratégia de ensino aprendizagem por meio da cultura e da identidade no contexto de uma escola do campo tendo a horta escolar como uma das fontes do saber matemático.
	ESPECÍFICOS:
- Comparar as dimensões dos canteiros, suas dimensões lineares, observando a profundidade e a distancia entre as covas, comparar quantidade na colocação das mudas e/ou sementes. 
-Desenvolver conceitos matemáticos e relacionando ao espaço da horta como área e perímetro. 
-Avaliar através da contagem de sementes e medidas dos sulcos ou covas. Apresentar o reconhecimento de formas geométricas e o uso dos sistemas de medida.
	CONTEÚDO
	Números naturais e suas operações. Números decimais e suas operações. Divisores e Múltiplos de Números Naturais. Potenciação e Radiciação. Frações e suas operações. Unidades de medida de comprimento e de superfícies. Perímetro e área de Figuras Planas. Ponto, reta e plano. Ângulos. Figuras Planas. Sólidos Geométricos; Circunferência e Círculo. Tabelas e gráficos. 
	METODOLOGIA
	A metodologia de ensino parte da idéia que o aluno precisa ter contato desafiador com os conceitos matemáticos em meio a situaçõesconcretas, por meio de problemas, em assuntos de outras áreas. Usando tecnologias como o computador, aulas de cálculo mental, também usando papel e lápis, solucionando exercícios. 
	AVALIAÇÃO
	A função da avaliação tem duas dimensões: social (capacidade matemática para a vida sociocultural) e pedagógica (capacidade de reelaborar conceitos e procedimentos matemáticos). Ela deve ser entendida como processo de acompanhamento da construção de conceitos, da utilização de procedimentos e da observação de atitudes dos alunos para o professor desenvolver o seu trabalho pedagógico.
	REFERÊNCIAS
	MONTEIRO, Alexandrina. A etnomatemática em cenários de escolarização: alguns elementos de reflexão. In: KNIJNIK, Gelsa; WANDERER, Fernanda; OLIVEIRA, Cláudio José.
VERGANI, Teresa. Educação etnomatemática o que é? Lisboa: Pandora, 2000.
ZUNINO, Delia Lerner. A matemática na escola: aqui e agora. Porto Alegre: Artmed, 1995
NUNES, Terezinha. É hora de ensinar proporção. Revista Nova Escola, São Paulo, p. 25-28, 
TABELA DE CONVERSÃO:
Tabela mm, cm, m, km
TABELA DE TRANSFORMAÇÂO:
Tabela de transformação
UNIDADE DE MASSA:
As unidades mais utilizadas para o trabalho com a massa de uma matéria são:
· Tonelada (t);
· Quilograma (kg): é a unidade de massa padrão segundo o Sistema Internacional
· Grama (g);
· Miligrama (mg).
FORMULAS: 
1. Paralelogramo ou Retângulo
2. Quadrado
3. Triângulo
4. Trapézio
5. Losango
6. Circunferência
_1384186843.bin
_1384186842.doc
_1156253328.bin

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