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Coordenação de Ensino FAMART MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 2 MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 3 SUMÁRIO Breve histórico do ensino da Matemática .................................................................... 4 Tendências atuais do ensino da matemática .............................................................. 7 Autor desconhecido ..................................................................................................... 8 História da Matemática ................................................................................................ 9 O projeto pedagógico / o currículo em ação na área de matemática ........................ 12 Formação do professor para o ensino de matemática .............................................. 14 O aluno de matemática e o processo ensino-aprendizagem .................................... 15 Desafios para o ensino de matemática ..................................................................... 16 Matemática para todos .............................................................................................. 17 Como formar Professores de Matemática para enfrentar o desafio de levar o conhecimento matemático a todos? .......................................................................... 18 Processo Ensino-Aprendizagem nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental ............. 19 CONTEÚDOS CONCEITUAIS E PROCEDIMENTAIS ............................................. 23 Avaliação em matemática ......................................................................................... 25 ATIVIDADES ............................................................................................................. 27 REFERÊNCIA ........................................................................................................... 38 Todos os direitos reservados ao Grupo Famart de Educação. Reprodução Proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998. Grupo Famart – Comprometimento com o seu ensino. http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 4 Breve histórico do ensino da Matemática A história da matemática nos indica que, no Brasil, a formação do matemático voltada para pesquisa tem seu marco na década de 30, conforme comenta D’Ambrósio (2007, p. 56): (...) Em 1933 foi criada a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo e logo em seguida a Universidade do Distrito Federal, transformada em Universidade do Brasil em 1937. Nessas instituições inicia-se a formação dos primeiros pesquisadores modernos de matemática no Brasil. (...) Reconhece-se também que foram através da criação das Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras que surgiram os primeiros cursos de licenciatura para professores de matemática do antigo ginásio correspondente ao 6° e 9° ano na estrutura do ensino atual. Nesta época as séries iniciais eram de responsabilidade de professores normalistas oriundos do curso normal equivalente ao ensino médio atual, com a disciplina matemática nas três séries. Enquanto o modelo adotado para licenciatura era de três anos dedicados ao estudo da matemática onde o formando recebia o título de bacharel. Com mais um ano de matérias pedagógicas como didática geral, didática especial da matemática e psicologia da criança e do adolescente o mesmo adquiria o grau de licenciado para ensinar matemática. Nesta época, a literatura utilizada para o estudo da matemática era de origem francesa mesclada com algumas produções didáticas brasileiras, dentre elas destaca-se a de Julio Cesar de Melo e Souza que, inspirado na literatura árabe, passou a escrever com o pseudônimo de Malba Tahan. Outros livros de importância para história da matemática no Brasil são as coleções de Jácomo Stávale, Ary Quintella e Algacyr Munhoz Maeder. Com base na organização dos conteúdos destes livros, o ensino da matemática processou-se por três décadas, no Brasil, nos moldes tradicionais sem propostas metodológicas de inovação. Somente na década de 60, surgiu o primeiro http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 5 grupo de educação matemática, sob a liderança de Osvaldo Sangiorgi no Estado de São Paulo. Em seguida surgiram também outros grupos precisamente no estado do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, justamente no momento em que diferentes países do mundo passaram a discutir questões relativas à educação matemática, influenciada pelo movimento da Matemática Moderna. Segundo D’ Ambrosio(2007), o movimento da Matemática Moderna serviu para mudar, sem dúvida para melhor, o estilo das aulas e das avaliações além de introduzir a linguagem moderna de conjuntos para trabalhar os princípios da lógica matemática com alunos em diferentes níveis de ensino. Assim, o movimento da Matemática Moderna marcou o início de mudanças na metodologia do ensino da matemática. Estas eram compatíveis as exigências da política de modernização econômica que exigia nas décadas de 60/70, um avanço das ciências exatas com o fim de disseminar o pensamento científico e tecnológico dos países centrais e periféricos em desenvolvimento. Desse modo, a Matemática a ser ensinada passou a conceber uma lógica de organização das operações realizadas dentro do universo de conjuntos numéricos em consonância com teoremas, fórmulas, axiomas e demonstrações peculiares ao conhecimento matemático. Como consequência, os currículos de matemática dessa época passaram a ser construídos com intenções de responder à necessidade de uma reforma pedagógica, incluindo a pesquisa de materiais e métodos de ensino apropriados. Este fato desencadeou a preocupação com a Didática da Matemática, intensificando estudos e pesquisa nessa área. Neste contexto de preocupação com a educação matemática, em 1980, o National Council of Teachers of Mathematics( Conselho Nacional de Professores de Matemática), NCTM, dos Estados Unidos, apresentou recomendações para o ensino de Matemática no documento ―Agenda para Ação‖. Nesta o maior destaque era colocado na resolução de problemas com situações matemáticas. Ela também enfatizava a relevância dos aspectos sociais, antropológicos e linguísticos no aprendizado da Matemática. As ideias oriundas das discussões em torno da educação matemática influenciaram as reformas que ocorreram no mundo, a partir de então. As propostas http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 6 elaboradas no período 1980/1995, apresentam pontos de convergência, como, por exemplo: • Direcionamento do ensino fundamental para a aquisição de competências básicas necessárias ao cidadão e não apenas voltadas para a preparação de estudos posteriores; • Importância do desempenho de um papel ativo do aluno na construção do seu conhecimento; • Ênfase na resolução de problemas,na exploração da Matemática a partir dos problemas vividos no cotidiano e encontrados nas várias disciplinas; • Importância de se trabalhar com um amplo espectro de conteúdos, incluindo-se, já no ensino fundamental, elementos de estatística, probabilidade e combinatória, para atender à demanda social que indica a necessidade de abordar esses assuntos; • Necessidade de levar os alunos a compreenderem a importância do uso da tecnologia e a acompanharem sua permanente renovação. (Brasil, 1997, p.22 ) Esses pontos passaram a fazer parte da preocupação dos professores de matemática e especialistas de educação que vinham discutindo em nosso país as propostas curriculares das Secretarias dos Estados e dos Municípios brasileiros. Neste contexto, é possível verificar mudanças que ocorreram e continuam ocorrendo nas propostas curriculares no sentido de introduzir concepções matemáticas, metodologias e forma de avaliação na prática pedagógica dos professores. Essas têm chegado aos envolvidos com o processo ensino- aprendizagem de matemática através de cursos de capacitação, ciclos de estudos, congressos e outros. Atualmente do Professor de Matemática das séries iniciais é formado pelos cursos de Licenciatura Plena em Pedagogia, enquanto os de 6º ao 9º ano do ensino fundamental e médio são oriundos da Licenciatura Plena em Matemática. Os estudos e pesquisas sobre educação matemática continuam apresentando resultados relevantes para concretizar novas alternativas e tendências pedagógicas relacionadas com o ensino e aprendizagem deste campo do saber. Dentre várias se destaca a etnomatemática, modelagem matemática, http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 7 história da matemática, uso de recursos tecnológicos e jogos matemáticos. Estes tópicos serão tratados no próximo item. Tendências atuais do ensino da matemática As tendências pedagógicas que se referem às concepções teóricas dos modelos pedagógicos com base nas concepções teóricas e modelos pedagógicos são estruturadas para qualquer tipo de saber inclusive o matemático. As mesmas foram elaboradas por Dermeval Saviani (1991), que desenvolveu um esquema lógico fundamentado na criticidade. Assim, classificou-as em dois grupos denominados de ―teorias não-críticas‖ e ―teorias críticas‖. Tomando como base as ideias de Dermerval Saviani (1991), vários autores expressaram de forma literal ou sintética conforme o quadro abaixo. Classificação das Teorias Concepções Teóricas Modelos Pedagógicos Não –Críticas (liberais) Pedagogia Tradicional Ensino Tradicional Concepção Humanista Moderna Escola Nova (Pedagogia Renovada) Concepção Humanista Moderna Tecnicismo Crítico Reprodutivistas Violência Simbólica Não apresentam propostas pedagógicas, visto que entendem a escola como instrumento de reprodução das condições sociais impostas pela organização Aparelhos Ideológicos de Estado Escola Dualista http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 8 capitalista. Dialéticas Pedagogia Histórico-Crítica Excluindo experiências esporádicas, (Progressistas) (Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos) Essa corrente encontra pouca ressonância na prática pedagógica dos educadores brasileiros. Pedagogia Libertadora Tem sido empregada com êxito em vários setores dos movimentos sociais (sindicatos, associações de bairro, comunidades religiosas e alfabetização de adultos). Autor desconhecido Diante dos conhecimentos sobre as tendências pedagógicas, os educadores responsáveis pelo ensino da matemática, ao tomar consciência de que o mesmo não poderia mais continuar nos moldes tradicionais, partiram para busca de alternativa que colocasse a prática pedagógica do processo ensino-aprendizagem de matemática em sintonia com as propostas modernas de educação. Assim, existem atualmente cinco tendências para o ensino da Matemática denominadas de Etnomatemática, História da Matemática, Matemática Crítica, Modelagem Matemática e Resolução de Problemas. Neste item será abordada, de forma sintética, cada uma dessas tendências. • Etnomatemática Etnomatemática é uma tendência denominada de: Programa Etinomatemática que, segundo D’Ambrósio (1993, p. 1), ―teve sua origem na busca de entender o fazer e o saber matemático de culturas periféricas e http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 9 marginalizadas, tais como colonizados, indígenas e classe trabalhadora‖(...) e (...) também o conhecimento da cultura dominante‖ (...). Partindo da etimologia da palavra etnomatemática, etno (ambiente natural e cultural) + matema ( explicar, entender, lidar com o ambiente) + tica (artes, técnicas,modos e maneiras de), D’Ambrósio (1993) conceitua o termo como um corpo de artes, técnicas, modo de conhecer, explicar e entender em ambientes com diferentes culturas as competências e habilidades de comparar, classificar, ordenar, medir, contar, inferir e transcender através do saber matemático e outros que fluem do ambiente natural e cultural dos seres humanos. A proposta do Programa Etnomatemática rompe com os parâmetros do ensino tradicional quando propõe adequação sócia cultural através de metodologias que estejam alinhadas com o cotidiano dos mais diferentes espaços naturais de sobrevivência humana. O Programa Etnomatemática tem importantes implicações pedagógicas. Educação é, em geral, um exercício de criatividade. Muito mais de transmitir ao aprendente teorias e conceitos feitos, para que ele as memorize e repita quando solicitado em exames e testes, a educação deve fornecer ao aprendente os instrumentos comunicativos, analíticos e tecnológicos necessários para sua sobrevivência e transcendência. Esses instrumentos só farão sentido se referidos à cultura do aprendente ou explicitados como tendo sido adquiridos de outra cultura ou inserido num discurso crítico. O programa Etnomatemática destaca a dinâmica e a crítica dessa aquisição. (D’Ambrósio, 1993, p.3) O Programa Etnomatemática é um campo de pesquisa com aplicação na prática pedagógica do ensino da matemática que foge dos moldes tradicionais quando abre espaço para metodologias que utilizam tecnologia de informação e comunicação, enquadrando-se nas exigências de aplicação dos saberes matemáticos no contexto sócio cultural dos espaços naturais dos seres humanos. História da Matemática A História da Matemática, é uma tendência da Educação Matemática que visa colocar a construção histórica do conhecimento matemático como instrumento http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 10 de compreensão da evolução dos conceitos, dando ênfase às dificuldades epistemológicas inerentes à sua evolução. A metodologia que utiliza a História da Matemática na sala de aula ou pesquisas, conduz alunos ou pesquisadores a perceber que as teorias apresentadas como acabadas resultaram sempre de desafios da sociedade para os matemáticos enfrentarem com grande esforço e, quase sempre, numa ordem bem diferente da que os resultados são apresentados após o processo de descoberta.Neste contexto, o conhecimento matemático apresenta-se como uma criação humana em diferentes culturas e momentos históricos da evolução humana no planeta terra. Este fato poderá ser usado pelos professores para desenvolver junto aos alunos atitudes e valores propensos ao desenvolvimento do interesse pelos estudos matemáticos. Ao revelar a matemática como uma criação humana, ao mostrar necessidades e preocupações de diferentes culturas, em diferentes momentos históricos, ao estabelecer comparações entre os conceitos e processos matemáticos do passado e do presente, o professor tem a possibilidade de desenvolver atitudes e valores mais favoráveis do aluno diante do conhecimento matemático. BRASIL (1997, p.45) Um dos valores a ser desenvolvimento é o de conceber a Matemática como um conhecimento em construção, com passado, presente, erros. E acertos, sem ser considerada verdade absoluta de forma acabada. Assim, a tendência História da Matemática por um lado permite a contextualização do saber, mostrando que seus conceitos e algoritmos surgiram numa época histórica, dentro de um contexto cultural, social e político, por outro, pode proporcionar um ensino motivador e mais agradável aos alunos, proporcionando uma visão crítica e reflexiva do conhecimento Matemático. Em termos metodológicos a tendência história da matemática deve chegar às salas de aulas onde os professores adotem uma conduta de orientador das atividades, permitindo ao educando a construção do próprio conhecimento de forma ativa e crítica, em consonância com as necessidades históricas, sociais e culturais do contexto onde o processo educativo se desenvolve. Em síntese, a tendência História da Matemática possibilita o aluno a perceber que a Matemática é um conjunto de conhecimentos em contínua evolução http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 11 que desempenha um importante papel na sua formação. Neste sentido permite também a interdisciplinaridade com outros conhecimentos, apresentando-se como parte da cultura universal indispensável sobrevivência humana. • Matemática Crítica No século vinte, o mundo foi abalado pela Segunda Guerra Mundial e continuou em conflito diante das ameaças alimentadas pelas armas nucleares, domínio ideológico e econômico. Esse processo teve influência do socialismo marxista, que fundamentou a teoria histórico-crítica. Esta teoria influenciou os mais diferentes setores da sociedade. Uma delas foi a educação nas diferentes áreas do saber. Com relação ao ensino de matemática surge a vertente denominada de ―Educação Matemática Crítica. Esta vertente trouxe novas coordenadas ao currículo de Matemática do então ensino primário e secundário. Ela tinha como principal ideal à reestruturação do ensino de Matemática frente às grandes e rápidas transformações da ciência e da sociedade. Elevar o nível científico da população escolarizada era uma das intenções dessa vertente que foi atropelado por um movimento internacional comandado pelos Estados Unidos da América, denominado de Matemática Moderna que contribuiu com a organização dos conteúdos através da teoria dos conjuntos, mas ao mesmo tempo introduziu uma linguagem lógica em todos níveis de ensino que gerou problemas de aprendizagem principalmente no nível elementar. Este fato desencadeou críticas que fizeram surgir novas ideias para o ensino da matemática dentre eles o que teve maior impacto, inclusive repercussão internacional, foi a Etnomatemática liderado por Ubiratan D’Ambrósio. Neste contexto, ressurge também a Educação Matemática Crítica. Esta vertente tem como base as relações estabelecidas entre progresso e tecnologia, em coerência com as ideias difundidas pela teoria dialética ou histórico-crítica. O professor dinamarquês Ole Skovsmose é um dos principais responsáveis por divulgar o movimento da ―educação matemática crítica‖ ao redor do mundo. Com mestrado em Filosofia e Matemática pela Universidade de Copenhague e doutorado em Educação Matemática pela http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 12 Royal Danish School of Education Studies, Skovsmose defende em seus trabalhos o direito à democracia e o ensino de matemática a partir de trabalho com projetos. Para ele, a Educação Matemática crítica possui um importante papel no mundo Skovsmose questiona as práticas tradicionais, muitas vezes realizadas sem reflexão, como a ênfase excessiva na realização de listas de exercícios, que pode comprometer a qualidade da aula de matemática e acredita que a Educação Matemática Crítica possui um importante papel no mundo atual, sobretudo em função do avanço tecnológico. Skovsmose sempre se preocupou com os países localizados fora dos centros de poder, o que o levou a viajar pelo mundo orientando e desenvolvendo pesquisas. Está sempre em contato com professores e pesquisadores da África do Sul, Colômbia e Brasil. Em nosso país, ele visita anualmente o programa de Pós -Graduação da UNESP, em Rio Claro, São Paulo. Atualmente, Skovsmose é professor do Departamento de Educação, Aprendizagem e Filosofia da Universidade de Aalborg, na Dinamarca. Tem livros publicados em português, como Educação matemática crítica: a questão da democracia (2001) e Desafios da reflexão em educação matemática crítica (2008), ambos publicados pela editora Papirus, Educação Crítica – incerteza, matemática, responsabilidade (2007) pela editora Cortez e Diálogo e aprendizagem em educação matemática (2006) em parceria com Helle Alroe publicado pela editora Autêntica. Recentemente, em uma d e suas visitas ao Brasil, falou para um grupo de professores na Universidade Federal de Minas Gerais, ocasião em que conversou ele visita anualmente o programa de Pós -Graduação da UNESP, em Rio Claro, São Paulo. Em síntese, a Educação Matemática Crítica requer uma prática pedagógica de sala de aula baseada em um cenário para investigação que convida os alunos a formular questões e a procurar explicações. Dessa forma, os alunos se envolvem no processo de exploração expresso através de desafios que buscam explicações. O projeto pedagógico / o currículo em ação na área de matemática http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 13 O projeto político pedagógico mostra a visão macro do que a instituição escola pretende ou idealiza fazer, seus objetivos, metas, estratégias permanentes e processos avaliativos, tanto no que se refere às suas atividades pedagógicas, como às administrativas na âmbito das políticas implementadas. Assim, compete ao projeto político-pedagógico a operacionalização do planejamento escolar, em um movimento constante de avaliação. Neste sentido o projeto político-pedagógico passa a ser uma direção, um rumo para as ações da escola, através de uma ação intencional que deve ser construída coletivamente. Ele é denominado de político porque reflete as opções e escolhas de caminhos e prioridades na formação do cidadão, como membro ativo e transformador da sociedade em que vive. Pedagógico porque direciona as atividades pedagógicas e didáticas da escola. A separação entre o político e pedagógico é apenas formal, na realidade as ações apresentam-se formando uma totalidade. Assim, o projeto político pedagógico é um instrumento de fundamental importânciapara definição do currículo da escola e neste a parte referente à área de matemática da educação infantil e séries iniciais, tendo em vista que trata-se de um ramo do saber caracterizado pela abstração, precisão, rigor lógico nos seus resultados e conclusões. Desta forma, é na parte do currículo referente ao ensino de matemática onde delimita-se as competências e habilidades, conteúdos, metodologias e critérios de avaliação da ação pedagógica, bem como o encaminhamento para discussão de temas voltados para contribuir com a formação de uma cultura que reflita as necessidades e os anseios do cidadão. Competência, segundo Guiomar Namo de Mello (2003), ―é a capacidade de mobilizar conhecimentos, valores e decisões para agir de modo pertinente numa determinada situação‖. http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 14 É também através do currículo que se caracteriza a clientela que vai estudar matemática entendida como ciência que estuda todas possíveis ralações e interdependências quantitativas entre grandezas, comportando um vasto campo de teorias, modelos e procedimentos de análise. Finalmente, é seguindo o rumo dado pelo Projeto Político Pedagógico e as diretrizes curriculares da escola na sua totalidade e do ensino da matemática na sua especificidade destinado a desenvolver competências e habilidades intelectuais necessárias a agilização do raciocínio para resolver problemas do cotidiano dos alunos. Formação do professor para o ensino de matemática A formação do docente para o ensino de matemática na educação infantil e as séries iniciais do ensino fundamental tem sido discutida em função das propostas de formação inicial trabalhadas pelas agências formadores de profissionais para este ramo do saber. Para D’Ambrósio (2007), as qualidades de um Professor de Matemática estão sintetizadas em três categorias: 1. Emocional/afetiva; 2. Política; 3. Conhecimento. Neste sentido, várias questões são evidenciadas no processo de formação do educador para trabalhar o ensino de matemática. Dentre vários, o de indagar sobre o domínio do saber matemático que possui caráter abstrato, onde seus conceitos e resultados tem origem no mundo real, destinado a muitas aplicações em outras ciências e inúmeras aplicações práticas do cotidiano. Ainda com relação à formação do professor de matemática, a racionalidade formativa aponta para competências e habilidades capaz de responder as exigências e à multiplicidade de situações que permeiam o exercício da docência na sociedade do conhecimento, da informação, ciência e tecnologia. Essas competências e habilidades devem ainda responder também as exigências para formação do professor reflexivo de matemática relativa à http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 15 necessidade do enfoque interdisciplinar, investigação do cotidiano da prática pedagógica pela pesquisa e o domínio dos saberes intrínsecos à profissão docente. Pensar a formação de professores implica, portanto, pensar que o exercício da docência, conforme Tardif (1991), requer a mobilização de vários tipos de saberes: saberes pedagógicos (reflexão sobre a prática educativa mais ampla), saberes das disciplinas (envolvem vários campos do conhecimento e concretizam- se pela operacionalização dos programas), saberes curriculares (selecionados no contexto da cultura erudita) e os saberes da experiência (constituem-se saberes específicos no exercício da atividade profissional).(BRITO, 2006, p.45) Em síntese, fica claro que, em uma sociedade complexa, onde a velocidade das informações e as mudanças proporcionadas pelo avanço das ciências e tecnologias são constantes, a formação do Professor de Matemática requer reflexões e ações dinâmicas destinadas a construir e reconstruir saberes necessários à gerência de uma prática pedagógica reflexiva. O aluno de matemática e o processo ensino-aprendizagem Geralmente os Professores concentram parte de suas energias com questões relacionadas ao planejamento da aula, procurando elaborar bem as competências e habilidade, selecionar conteúdos, escolher métodos e técnicas de ensino, montar estratégias para desenvolver as aulas e avaliar a aprendizagem, mas nem sempre procuram saber quem são seus alunos. No desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem é importante que os Professores vejam o aluno como sujeito da aprendizagem, é ele quem realiza a ação de aprender. Não existem meios de ensinar alguém que não tenha tomado a decisão de aprender, tendo em vista que a aprendizagem é um processo interno que depende da vontade de cada pessoa. Ainda nesta linha de pensamento faz-se necessário entender que a aprendizagem é resultado de ações interativas do sujeito com seu meio social e natural circundante. http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 16 Este referencial requer o reconhecimento do aluno como centro do processo ensino-aprendizagem onde o Professor tem a função de auxiliar o desenvolvimento do aluno percebendo em que zona proximal se encontra para oferecer subsidio necessário ao alcance de outra mais avançada. Para tanto, o aluno de matemática deve ser reconhecido pelas características internas e externas que apresentam com maiores evidências. Assim, são classificados como crianças, adolescentes e jovens, das mais diferentes origens sociais, que vivem, do ponto de vista da prática simbolizadora, construindo explicações sobre o mundo natural e social no qual está inserido. São geralmente possuidores de uma inteligência essencialmente prática, que permite reconhecer problemas, buscar e selecionar informações e tomar decisões diante de situações que exigem raciocínio matemático. Assim, é de fundamental importância para o Professor manter-se informado sobre a cultura primeira dos alunos, tradição cultural étnica e religiosa, grupos sociais que pertence e rede de comunicação social da qual faz parte, para facilitar o seu trabalho e consequentemente a aprendizagem do conhecimento matemático. Desta forma, saber as características do aluno de matemática e confrontar com quem realmente ele é constitui-se no primeiro passo para o Professor tornar- se um facilitador da aprendizagem do saber matemático. O segundo é entender que este aluno está inserido em um universo simbólico, mediado por interações que podem ser aproveitadas no aprimoramento dos conceitos, procedimentos e atitudes que contribuem para aprendizagem do aluno. Desafios para o ensino de matemática Os desafios do mundo contemporâneo, principalmente os gerados pelas transformações advindas do avanço das ciências e tecnologias, são transferidos para escola em formas de saberes a serem discutidos, avaliados e aperfeiçoado pela reflexão sobre suas origens, causas e consequências. http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 17 Nesse contexto situamos o ensino de matemática, com uma boa parte da parcela de contribuição referente à formação humana no sentido orientar para o enfrentamento dos desafios relativos às transformações requisitadas para sobrevivência no planeta terra. Na dimensão do ensinode matemática, necessitamos superar os desafios de fazer chegar os conhecimentos matemáticos a todos, através da superação do estigma de ciência lógica comunicativa complexa, de difícil acesso e restrita apenas a uma pequena parcela privilegiada da humanidade. Assim, os desafios do ensino de matemática serão desenvolvidos com base nos questionamentos a seguir: • Como fazer chegar à o saber matemático a todos os indivíduos do planeta terra? • Como formar os Professores de Matemática para enfrentar o desafio de levar o conhecimento matemático a todos? • Como aplicar os resultados das pesquisas em educação matemática na prática pedagógica dos Professores? Matemática para todos Enquanto os habitantes do Brasil eram ―pacificados‖ e ―alfabetizados‖ segundo os princípios e costumes europeus, a matemática era apropriada por uma pequena elite que compreendia o valor do seu aprendizado para o desenvolvimento e progresso da humanidade. Este fato gerou um distanciamento entre a elite, principalmente os militares e o ―povo brasileiro‖ e os ―portugueses‖ menos esclarecidos que acompanhavam a corte para realização de serviços domésticos ou braçais. Assim, foi instalado o ensino de matemática no Brasil destinado para poucos que despertavam interesse por esta área do saber. Com base nos informes históricos do ensino de matemática no Brasil, este teve início com os cursinhos preparatórios para o ingresso nas academias militares e cursos superiores. Este teve novo impulso na década de com a criação da primeira faculdade de filosofia destinada a formação de Professores. Neste sentido destaca-se o esforço de Euclides Roxo que fundiu as disciplinas aritmética, álgebra http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 18 e geometria em uma denominada de matemática, mas mesmo assim continuou com acesso a uma pequena fatia da população. Diante deste quadro o desafio para educação é colocar o saber matemático ao alcance de todos através da escola e outros meios de comunicação de massa que possam levar a maior parcela da sociedade. No que diz respeito à educação escolar, cabe aos Professores e Professoras de matemática desencadear uma campanha de popularização dos conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais através de incentivos como: olimpíadas, clubes de matemática, exposições e outros. Como formar Professores de Matemática para enfrentar o desafio de levar o conhecimento matemático a todos? É unânime nos discursos sobre a formação de professores matemática a ideia de que eles precisam ter o domínio dos saberes matemático, mas tem ficado também muito claro a necessidade de serem desenvolvidas competências e habilidades do fazer pedagógico, comprometido com a proposta que conduza os alunos ao desenvolvimento do raciocínio lógico matemático associado à crítica e criatividade desta área do saber, bem como sua aplicação no cotidiano da sociedade. Dentre as competências e habilidades do fazer pedagógico destaca-se como um dos principais desafios na formação dos professores de matemática, a utilização das novas tecnologias de comunicação e informação que circulam no cotidiano da sociedade atual. Esta lacuna pode ser gerada tanto pela falta de equipamentos e materiais didáticos nas instituições formadoras, como pela influência da prática pedagógica de Professores que rejeitam a aplicação de novas técnicas para discussão dos conceitos e resoluções de problemas que envolvam a realidade social e continuam trabalhando de forma tradicional, utilizando métodos obsoletos que tornam difícil despertar interesse dos alunos pela procura de novas alternativas para o ensino da matemática. Outro desafio encontra-se na relação professor e aluno no processo de formação. Assim, os alunos, futuros Professores de matemática, devem ser formados com a orientação de que o saber matemático é algo para ser assimilado, http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 19 discutido, compreendido, reconstruído e construído junto com os alunos visando a aplicação no contexto social do qual faz parte. Na superação deste desafio centra-se os mecanismos melhoria do processo ensino-aprendizagem e o compromisso de levar a todos o conhecimento matemático. Processo Ensino-Aprendizagem nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental De imediato observa-se no processo ensino-aprendizagem a atividade do estudante para instruir-se denominada de aprendizagem, isto é, atividade que executa o estudante para sua formação. Pode-se apreciar também a atividade do professor que guia esta aprendizagem, entendida como ensino. Ambos, aluno e professor, atuam sobre o conhecimento matemático. Desta dinâmica resulta o processo ensino-aprendizagem. Uma análise mais profunda coloca o processo ensino-aprendizagem como objeto de estudo da Didática, expresso pelo conjunto de características fundamentado em pressupostos que determina o comportamento e movimento do processo ensino-aprendizagem. Nesta é possível perceber os ―componentes‖ do processo ensino-aprendizagem, através dos aspectos que originam seu caráter singular ou na inter-relação com os demais. O termo ―componente‖ está associado ao enfoque sistêmico dado a este processo, tendo em vista a exigência de ser caracterizado pelas propriedades individuais e sua inter-relação com os demais. Nesta visão ele é considerado um sistema com seus componentes pessoais – professor e aluno e não pessoais – objetivo, conteúdo, metodologia, recursos e avaliação, representados no esquema baixo e expressos a seguir: http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 20 Aluno-aluno Conteúdos Metodologia Grupo-professor Recursos Professor- professor Avaliação Esquema de representação do processo ensino-aprendizagem. Componentes pessoais a) Professor – Aluno; professor-grupo; professor-professor. b) Aluno-Professor; aluno-grupo; aluno-aluno. No processo ensino aprendizagem o professor é o representante das aspirações sociais necessárias para a transformação da sociedade, através da formação do aluno. Componentes não pessoais a) Objetivo – são aspirações ou propósitos que se deseja alcançar através do processo ensino-aprendizagem de matemática. Para os alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, são os seguintes: Construir o significado do número natural a partir de seus diferentes usos no contexto social, explorando situações- problema que envolva contagens, medidas e códigos numéricos. Resolver situações-problema e construir, a partir delas, os significados das operações fundamentais, buscando reconhecer que uma mesma operação está relacionada a problemas diferentes podem ser resolvidos pelo uso de diferentes operações. Componentes do processo de ensino aprendizagem Pessoais Professor aluno Não pessoais http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 21 Desenvolver procedimentos de cálculo — mental, escrito, exato, aproximado — pela observaçãode regularidades e de propriedades das operações e pela antecipação e verificação de resultados. Estabelecer pontos de referência para situar-se, posicionar-se e deslocar-se no espaço, bem como para identificar relações de posição entre objetos no espaço; interpretar e fornecer instruções, usando terminologia adequada. Perceber semelhanças e diferenças entre objetos no espaço, identificando formas tridimensionais ou bidimensionais, em situações que envolvam descrições orais, construções e representações. Reconhecer grandezas mensuráveis, como comprimento, massa, capacidade e elaborar estratégias pessoais de medida. Utilizar informações sobre tempo e temperatura. Utilizar instrumentos de medida, usuais ou não, estimar resultados e expressá-los por meio de representações não necessariamente convencionais. Identificar o uso de tabelas e gráficos para facilitar a leitura e interpretação de informações e construir formas pessoais de registro para comunicar informações coletadas. Ampliar o significado do número natural pelo seu uso em situações problema e pelo reconhecimento de relações e regularidades. Construir o significado do número racional e de suas representações (fracionária e decimal), a partir de seus diferentes usos no contexto social. Resolver problemas, consolidando alguns significados das operações fundamentais e construindo novos, em situações que envolvam números naturais e, em alguns casos, racionais. Ampliar os procedimentos de cálculo — mental, escrito, exato, aproximado — pelo conhecimento de regularidades dos fatos fundamentais, de propriedades das operações e pela antecipação e verificação de resultados. Identificar características das figuras geométricas, percebendo semelhanças e diferenças entre elas, por meio de composição e decomposição, simetrias, ampliações e reduções. http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 22 Recolher dados e informações, elaborar formas para organizá-los e expressá-los, interpretar dados apresentados sob forma de tabelas e gráficos e valorizar essa linguagem como forma de comunicação. Utilizar diferentes registros gráficos — desenhos, esquemas, escritas numéricas — como recurso para expressar ideias, ajudar a descobrir formas de resolução e comunicar estratégias e resultados. Identificar características de acontecimentos previsíveis ou aleatórios a partir de situações-problema, utilizando recursos estatísticos e probabilísticos. Construir o significado das medidas, a partir de situações problema que expressem seu uso no contexto social e em outras áreas do conhecimento possibilite a comparação de grandezas de mesma natureza. Utilizar procedimentos e instrumentos de medida usuais ou não, selecionando o mais adequado em função da situação-problema e do grau de precisão do resultado. Representar resultados de medições, utilizando a terminologia convencional para as unidades mais usuais dos sistemas de medida, comparar com estimativas prévias e estabelecer relações entre diferentes unidades de medida. Demonstrar interesse para investigar, explorar e interpretar, em diferentes contextos do cotidiano e de outras áreas do conhecimento, os conceitos e procedimentos matemáticos abordados neste ciclo. Vivenciar processos de resolução de problemas, percebendo que para resolvê-los é preciso compreender, propor e executar um plano de solução, verificar e comunicar a resposta. (BRASIL. 1997, p.47 e 67) b) Conteúdo – é a parte da cultura e experiência social que deve ser adquirida ou construída pelo aluno. Do primeiro ao terceiro ano, a característica principal do processo ensino aprendizagem de matemática é aproximar o aluno das operações, dos números, das medidas, das formas e espaço. Nessa dinâmica, o aluno deve adquirir confiança em sua própria capacidade para aprender resolver problemas matemáticos que lhe permitam avançar no processo de formação de conceitos, desempenho nos procedimentos e formação de atitudes. http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 23 Os conteúdos de matemática no ensino fundamental são organizados de forma a contemplar o estudo dos números e das operações (no campo da Aritmética e da Álgebra), o estudo do espaço e das formas (no campo da Geometria) e o estudo das grandezas e das medidas (que permite interligações entre os campos da Aritmética, da Álgebra e da Geometria). Outra forma de organização dos conteúdos a serem trabalhados do 1º ao 5º ano obedece à lógica interna de construção do saber matemático expressa através de conceitos, procedimentos e atitudes. Esses indicadores fizeram com que os PCN de matemática para séries iniciais do ensino fundamental apresentassem sugestões de conteúdos como exemplo citado abaixo. CONTEÚDOS CONCEITUAIS E PROCEDIMENTAIS Números Naturais e Sistema de Numeração Decimal • Reconhecimento de números no contexto diário. • Utilização de diferentes estratégias para quantificar elementos de uma coleção: contagem, pareamento, estimativa e correspondência de agrupamentos. • Utilização de diferentes estratégias para identificar números em situações que envolvem contagens e medidas. • Comparação e ordenação de coleções pela quantidade de elementos e ordenação de grandezas pelo aspecto da medida. • Formulação de hipóteses sobre a grandeza numérica, pela identificação da quantidade de algarismos e da posição ocupada por eles na escrita numérica. (...) CONTEÚDOS ATITUDINAIS • Desenvolvimento de atitudes favoráveis para a aprendizagem de Matemática. • Confiança na própria capacidade para elaborar estratégias pessoais diante de situações-problema. http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 24 • Valorização da troca de experiências com seus pares como forma de aprendizagem. • Curiosidade por questionar, explorar e interpretar os diferentes usos dos números, reconhecendo sua utilidade na vida cotidiana. • Interesse e curiosidade por conhecer diferentes estratégias de cálculo. (...) (BRASIL, 1999, p. 50 a 53) Os conteúdos são selecionados visando o alcance dos objetivos que necessitam de uma metodologia apropriada para o ensino e consequentemente a aprendizagem. c) Metodologia – é o caminho ou via que devem percorrer o professor e o aluno para alcançar o objetivo, de modo mais eficiente, com o emprego do mínimo de recursos humanos e materiais. O alcance dos objetivos exige a utilização de elementos facilitadores denominados de meios ou atividades que deverão ser compatíveis com os fundamentos da tendência pedagógica seguida. No caso específico deste trabalho a tendência a ser seguida é a Etnomatemática e Educação Matemática Crítica, que requer uma prática pedagógica de sala de aula baseada em um cenário para investigação, através de atividades que direcione os alunos para formular questões e procurar explicações. Dessa forma, os alunos se envolvem no processo de exploração expresso através de desafios que buscam respostas. Nesta linha de pensamento, o professor (a) necessariamente deve abolir o método tradicional e partir para aulas onde alunos, individualmente ou grupo, procuram discutir, explicar e investigar questões permeadas pelo saber matemático. Nesta linha de ação metodológica osrecursos didáticos como livros, vídeos, televisão, rádio, calculadoras, computadores, jogos e outros materiais têm um papel importante no processo de ensino e aprendizagem. Contudo, eles precisam estar integrados a situações que levem ao exercício da análise e da reflexão. Com uma metodologia bem definida desenvolve-se um processo de ensino e aprendizagem que faz sentir a necessidade de determinar o alcance dos objetivos. O componente que caracteriza esta situação e a avaliação. http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 25 d) Avaliação – a avaliação é o componente que, após ser processada oferece informações sobre o alcance dos objetivos, expressos através da eficiência dos demais componentes. Estas informações devem ser trabalhadas através da interação contínua dos componentes pessoais, de forma que atenda as orientações, necessidades ajustes ou modificações no processo, se constituindo em elemento de ajuda no desempenho dos alunos. Neste sentido a avaliação apresenta um caráter integrador, através da sua relação com os demais componentes. Estas relações se constituem nas condições imprescindíveis para o plano avaliativo. No próximo item será tratada com especificidade a avaliação em matemática Avaliação em matemática Diante dos estudos e discussões realizadas recentemente sobre orientações metodológicas, observamos questionamentos e novos desafios relativos ao processo ensino-aprendizagem da matemática. Um destes que mais gerou preocupação foi a avaliação, tendo em vista que sua orientação perpassa níveis diferenciados de aprendizagem e habilidades de interpretar, aplicar, refletir e tomar decisões. Os requisitos acima estão associados a uma avaliação caracterizada como um componente dinâmico do processo ensino-aprendizagem, realizado através da interação contínua entre professor e aluno. Seus fins se concretizam através da coleta de dados sobre o desenvolvimento do aluno e ação do professor, para identificar as áreas de progresso e dificuldades. Seus resultados são destinados a subsidiar as tomadas de decisões, bem como fornecer informações para avaliação de disciplinas, currículo e instituição. Para compreender melhor o conceito de avaliação, faz-se necessário explicitar, em linhas gerais, o conceito de educação e as exigências do processo avaliativo para torná-la dinâmica. Educação é um processo que conduz a humanidade para aprender a viver unida, conhecendo melhor o próximo através de sua história, suas tradições e espiritualidade, bem como criando um espírito novo que impulsione a realização de http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 26 projetos comuns ou a soluções inteligentes e pacíficas dos inevitáveis conflitos, fortificando assim as relações de interdependência, no sentido de garantir um mundo mais humano e melhor. ( Pires, 2000, p. 55) Para uma educação com estas exigências, a avaliação tem necessariamente, que ser trabalhada à luz do caráter formativo que requer atitudes dinâmicas, concretizadas através da interação contínua entre examinador e examinado, onde o primeiro, o professor, presta ajuda com base no nível de desempenho do aluno, em determinadas tarefas. O caráter formativo da avaliação é um procedimento que direciona o processo avaliativo para formação da personalidade dos sujeitos avaliadores e avaliados. Este requer um grau de consciência dos professores, alunos e outros envolvidos, no sentido de adquirir uma visão ampla do papel da avaliação no processo ensino-aprendizagem, que vai além da simples atribuição de notas para efeito de promoção ou reprovação dos educandos. Para estabelecer conexão entre a avaliação formativa e o processo de ensino-aprendizagem específico da matemática, necessitamos caracterizar pontos significativos de apropriação do saber desta área de conhecimento bem como suas peculiaridades em termos de competências, habilidades, conteúdos e metodologia. Assim, o processo avaliativo em matemática tem necessariamente que atentar para suas peculiaridades a fim de que se possa perceber o grau de apropriação dos alunos relativos à abstração, precisão, rigor, lógica e aplicação no cotidiano, levando em consideração os procedimentos utilizados de acordo com o nível e idade dos alunos. Deve-se ainda atentar para as habilidades que desejamos avaliar tais como: formação de conceitos, percepção do concreto, estabelecimento de relações, passagem do concreto para o abstrato, compreensão lógica das situações que expressam as relações do conhecimento matemático com o cotidiano. Na prática, o Professor de matemática necessita dos conhecimentos expressos neste texto, no momento de elaboração do instrumento de avaliação, aplicação e tomada de decisão. A elaboração dos instrumentos de avaliação deve levar em considerações as características do conhecimento matemática, as competências e habilidades necessárias para sua aprendizagem. Os itens poderão ser objetivo ou subjetivo http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 27 abrangendo os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais em forma de problemas. ATIVIDADES 1. JOGOS LIVRES Objetivo : tomar contato com o material, de maneira livre, sem regras. Durante algum tempo, os alunos brincam com o material, fazendo construções livres. O material dourado é construído de maneira a representar um sistema de agrupamento. Sendo assim, muitas vezes as crianças descobrem sozinhas relações entre as peças. Por exemplo, podemos encontrar alunos que concluem: - Ah! A barra é formada por 10 cubinhos! - E a placa é formada por 10 barras! - Veja, o cubo é formado por 10 placas! 2. MONTAGEM Objetivo: perceber as relações que há entre as peças. O professor sugere as seguintes montagens: - uma barra; - uma placa feita de barras; - uma placa feita de cubinhos; - um bloco feito de barras; - um bloco feito de placas; O professor estimula os alunos a obterem conclusões com perguntas como estas: - Quantos cubinhos vão formar uma barra? - E quantos formarão uma placa? - Quantas barras preciso para formar uma placa? Nesta atividade também é possível explorar conceitos geométricos, propondo desafios como estes: - Vamos ver quem consegue montar um cubo com 8 cubinhos? É possível? - E com 27? É possível? http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 28 3. DITADO Objetivo: relacionar cada grupo de peças ao seu valor numérico. O professor mostra, um de cada vez, cartões com números. As crianças devem mostrar as peças correspondentes, utilizando a menor quantidade delas. Variação: O professor mostra peças, uma de cada vez, e os alunos escrevem a quantidade correspondente. 4. FAZENDO TROCAS Objetivo: compreender as características do sistema decimal. - fazer agrupamentos de 10 em 10; - fazer reagrupamentos; - fazer trocas; - estimular o cálculo mental. Para esta atividade, cada grupo deve ter um dado marcado de 4 a 9. Cada criança do grupo, na sua vez de jogar, lança o dado e retira para si a quantidadede cubinhos correspondente ao número que sair no dado. Veja bem: o número que sai no dado dá direito a retirar somente cubinhos. Toda vez que uma criança juntar 10 cubinhos, ela deve trocar os 10 cubinhos por uma barra. E aí ela tem direito de jogar novamente. Da mesma maneira, quando tiver 10 barrinhas, pode trocar as 10 barrinhas por uma placa e então jogar novamente. http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 29 O jogo termina, por exemplo, quando algum aluno consegue formar duas placas. O professor então pergunta: - Quem ganhou o jogo? - Por quê? Se houver dúvida, fazer as "destrocas". O objetivo do jogo das trocas é a compreensão dos agrupamentos de dez em dez (dez unidades formam uma dezena, dez dezenas formam uma centena, etc.), característicos do sistema decimal. A compreensão dos agrupamentos na base 10 é muito importante para o real entendimento das técnicas operatórias das operações fundamentais. O fato de a troca ser premiada com o direito de jogar novamente aumenta a atenção da criança no jogo. Ao mesmo tempo, estimula seu cálculo mental. Ela começa a calcular mentalmente quanto falta para juntar 10, ou seja, quanto falta para que ela consiga fazer uma nova troca. * cada placa será destrocada por 10 barras; * cada barra será destrocada por 10 cubinhos. Variações: Pode-se jogar com dois dados e o aluno pega tantos cubinhos quanto for a soma dos números que tirar dos dados. Pode-se utilizar também uma roleta indicando de 1 a 9. 5. PREENCHENDO TABELAS Objetivo: os mesmos das atividades 3 e 4. - preencher tabelas respeitando o valor posicional; - fazer comparações de números; - fazer ordenação de números. As regras são as mesmas da atividade 4. Na apuração, cada criança escreve em uma tabela a quantidade conseguida. http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 30 Olhando a tabela, devem responder perguntas como estas: - Quem conseguiu a peça de maior valor? - E de menor valor? - Quantas barras Lucilia tem a mais que Gláucia? Olhando a tabela à procura do vencedor, a criança compara os números e percebe o valor posicional de cada algarismo. Por exemplo: na posição das dezenas, o 2 vale 20; na posição das centenas vale 200. Ao tentar determinar os demais colocados (segundo, terceiro e quarto lugares) a criança começa a ordenar os números. 6. PARTINDO DE CUBINHOS Objetivo: os mesmos da atividade 3, 4 e 5. Cada criança recebe um certo número de cubinhos para trocar por barras e depois por placas. A seguir deve escrever na tabela os números correspondentes às quantidades de placas, barras e cubinhos obtidos após as trocas. Esta atividade torna-se interessante na medida em que se aumenta o número de cubinhos. 7. VAMOS FAZER UM TREM? http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 31 Objetivo: compreender que o sucessor é o que tem " 1 a mais" na sequência numérica. O professor combina com os alunos: - Vamos fazer um trem. O primeiro vagão é um cubinho. O vagão seguinte terá um cubinho a mais que o anterior e assim por diante. O último vagão será formado por duas barras. Quando as crianças terminarem de montar o trem, recebem papeletas nas quais devem escrever o código de cada vagão. Esta atividade leva à formação da ideia de sucessor. Fica claro para a criança o "mais um", na sequência dos números. Ela contribui também para a melhor compreensão do valor posicional dos algarismos na escrita dos números. 8. UM TREM ESPECIAL Objetivo: compreender que o antecessor é o que tem " 1 a menos" na sequência numérica. O professor combina com os alunos: - Vamos fazer um trem especial. O primeiro vagão é formado por duas barras (desenha as barras na lousa). O vagão seguinte tem um cubo a menos e assim por diante. O último vagão será um cubinho. http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 32 Quando as crianças terminam de montar o trem, recebem papeletas nas quais devem escrever o código de cada vagão. Esta atividade trabalha a ideia de antecessor. Fica claro para a criança o "menos um" na sequência dos números. Ela contribui também para uma melhor compreensão do valor posicional dos algarismos na escrita dos números. 9. JOGO DOS CARTÕES Objetivos: compreender o mecanismo do "vai um" nas adições; estimular o cálculo mental. O professor coloca no centro do grupo alguns cartões virados para baixo. Nestes cartões estão escritos números entre 50 e 70. 1º sorteio: Um aluno do grupo sorteia um cartão. Os demais devem pegar as peças correspondentes ao número sorteado. Em seguida, um representante do grupo vai à lousa e registra em uma tabela os números correspondentes às quantidades de peças. 2º sorteio: Um outro aluno sorteia um segundo cartão. Os demais devem pegar as peças correspondentes a esse segundo número sorteado. Em seguida, o representante do grupo vai à tabela registrar a nova quantidade. Nesse ponto, juntam-se as duas quantidades de peças, fazem-se as trocas e novamente completa-se a tabela. Ela pode ficar assim: http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 33 Isto encerra uma rodada e vence o grupo que tiver conseguido maior total. Depois são feitas mais algumas rodadas e o vencedor do dia é o grupo que mais rodadas venceu. Os números dos cartões podem ser outros. Por exemplo, números entre 10 e 30, na primeira série; entre 145 e 165, na segunda série. Depois que os alunos estiverem realizando as trocas e os registros com desenvoltura, o professor pode apresentar a técnica do "vai um" a partir de uma adição como, por exemplo, 15 + 16. Observe que somar 15 com 16 corresponde a juntar estes conjuntos de peças. Fazendo as trocas necessárias, Compare, agora, a operação: * com o material: http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 34 *com os números: Ao aplicar o "vai um", o professor pode concretizar cada passagem do cálculo usando o material ou desenhos do material, como os que mostramos. O "vai um" também pode indicar a troca de 10 dezenas por uma centena, ou 10 centenas por 1 milhar, etc. Veja um exemplo: No exemplo que acabamos de ver, o "vai um" indicou a troca de 10 dezenas por uma centena. http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 35 É importante que a criança perceba a relação entre sua ação com o material e os passos efetuados na operação. 10. O JOGO DE RETIRAR Objetivos: compreender o mecanismodo "empresta um" nas subtrações com recurso; estimular o cálculo mental. Esta atividade pode ser realizada como um jogo de várias rodadas. Em cada rodada, os grupos sorteiam um cartão e uma papeleta. No cartão há um número e eles devem pegar as peças correspondentes a essa quantia. Na papeleta há uma ordem que indica quanto devem tirar da quantidade que têm. Por exemplo: cartão com número 41 e papeleta com a ordem: TIRE 28. Vence a rodada o grupo que ficar com as peças que representam o menor número. Vence o jogo o grupo que ganhar mais rodadas. É importante que, primeiro, a criança faça várias atividades do tipo: "retire um tanto", só com o material. Depois que ela dominar o processo de "destroca", pode- se propor que registre o que acontece no jogo em uma tabela na lousa. Isto irá proporcionar melhor entendimento do "empresta um" na subtração com recurso. Quando o professor apresentar essa técnica, poderá concretizar os passos do cálculo com auxílio do material ou desenhos do material. http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 36 O "empresta um" também pode indicar a "destroca" de uma centena por 10 dezenas ou um milhar por 10 centenas, etc. Veja o jogo seguinte: 11. "DESTROCA" Objetivos: os mesmos da atividade 10. Cada grupo de alunos recebe um dado marcado de 4 a 9 e uma placa. Quando o jogador começa, todos os participantes têm à sua frente uma placa. Cada criança, na sua vez de jogar, lança o dado e faz as "destrocas" para retirar a quantidade de cubinhos correspondente ao número que sair no dado. Veja bem: esse número dá direito a retirar somente cubinhos. Na quarta rodada, vence quem ficar com as peças que representam o menor número. Exemplo: Suponha que um aluno tenha tirado 7 no dado. Primeiro ele troca uma placa por 10 barras e uma barra por 10 cubinhos: Depois, retira 7 cubinhos: Salientamos novamente a importância de se proporem várias atividades como essa, utilizando, de início, só o material. Quando o processo de "destroca" estiver dominado, pode-se propor que as crianças façam as subtrações envolvidas também com número http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 37 http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 38 REFERÊNCIA BRASIL, Ministério de Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental, Parâmetros Curriculares Nacionais; MATEMÁTICA.Brasilia: MEC, 1997. BRASIL, Ministério de Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil.Brasilia: MEC,1998. D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Educação Matemática: da teoria à prática. Campinas: Papirus, 2007. KAMII, Constance. A criança e o número.Campinas: Papirus, 2004 KAMII, Constance. A Criança e o Número: implicações educacionais da teoria de Piaget para a atuação junto a escolares de 4 a 6 anos. 23ªed. Campinas: Papirus,1997 KOCH, Maria Celeste Machado. Descoberta do Número: conquista da criança. O papel da pré-escola neste processo. Revista do Professor. Porto Alegre, 2430; out/dez, 1988 SARA, Pain. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. 4ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992 SEBER, Maria da Glória. Construção da Inteligência pela Criança: atividades do período pré-operatório. 4ª ed. São Paulo: Scipione, 1995 SMOLE, Kátia Cristina Stocco. A Matemática na Educação Infantil: a teoria das inteligências múltiplas na prática escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996 BRASIL, Ministério de Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental, Parâmetros Curriculares Nacionais; MATEMÁTICA.Brasilia: MEC, 1997. BRASIL, Ministério de Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil.Brasilia: MEC,1998. BRITO, Antonia Edna. Formar Professores: rediscutindo o trabalho e os saberes docentes IN MEDES SOBRINHO, José Augusto de Carvalho e CARVALHO, http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 39 Marlene Araújo. FORMAÇÃO DE PROFESSORESE PRÁTICAS DOCENTES: olhares contemporâneos. Belo Horizonte, Autêntica. 2006. D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Educação Matemática: da teoria à prática. Campinas: Papirus, 2007. KAMII, Constance. A criança e o número.Campinas: Papirus, 2004 MELO, Guiomar Namo de. Afinal, o que é competência ?.Brasilia: Nova Escola, v.18, n. 160, p. 14, março de 2003 SAVIANI, D. Escola e Democracia. 2ª edição. São Paulo: Cortez editora e Editora Autores Associados, 1984. SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 2ª edição. São Paulo: Cortez editora e Editora Autores Associados, 1991. http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br
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