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Área de Treinamento “O lucro do nosso estudo é tornarmo-nos melhores e mais sábios.” (Michel de Montaigne) Você encontrará, nos próximos capítulos, questões dos últimos 5 anos dos concursos de Residência Médica. As questões da década de 1990 serão utilizadas em um momento oportuno. Leia cada questão com muita atenção e aproveite ao máximo os comentários. Se necessário, retorne ao texto de sua apostila. Sugerimos que você utilize esta Área de Treinamento fazendo sua autoavaliação a cada 10 (dez) questões. Dessa forma, você poderá traçar um perfi l de rendimento ao fi nal de cada treinamento e obter um diagnóstico preciso de seu desempenho. Estude! E deixe para responder as questões após 72 horas. Fazê-las imediatamente pode causar falsa impressão. O aprendizado da Medicina exige entusiasmo, persistência e de- dicação. Não há fórmula mágica. Renove suas energias e se mantenha cronicamente entusiasmado. Boa sorte! Você será Residente em 2016! Atenciosamente, Dr. Gama Coordenador Acadêmico EST IMULE AGORA SEUS CONHECIM EN TO S EST IMULE AGORA SEUS CONHECIM EN TO S “Todos nós conhecemos pessoas que, em circunstâncias muito difíceis, como no caso de uma doença terminal ou grave incapacidade física, man- têm uma força emocional admirável. Como sua integridade nos inspira! Nada causa impressão mais forte e duradoura no ser humano do que per- ceber que alguém superou o sofrimento, transcendeu as circunstâncias e abriga e expressa valores que inspiram, enobrecem e dão mais sentido à vida.” Os sete hábitos das pessoas altamente efi cazes Stephen R. Covey 12 Questões para Treinamento Exame Clínico e Laboratório em Reumatologia 13 Questões para Treinamento Cirurgia cardíaca UNICAMP – Clínica Cirúrgica – 2014 1. Sobre cirurgia da valva mitral, considere os seguintes enunciados: I. A estenose mitral, geralmente por apresentar etiologia reumática, não é passível de reparo cirúrgico, necessitando ser realizada a troca da valva. II. O reparo da valva mitral na insufi ciência valvar de origem degenerativa pode ser realizado com emprego de várias técnicas como: neocordoa- lhas, anuloplastia e ressecção quadrangular. III. As próteses mecânicas em posição mitral, dife- rente de quando colocadas em posição aórtica, não necessitam de anticoagulação prolongada com dicumarínicos, desde que utilizada dupla antiagregação plaquetária com acido acetil sali- cílico e clopidogrel. IV. Pacientes submetidos à troca valvar mitral e que apresentem fi brilação atrial paroxística, devem se benefi ciar da exclusão cirúrgica da aurícula esquerda para profi laxia de fenôme- nos tromboembólicos. ESTÃO CORRETOS OS ENUNCIADOS: a) I e II b) II e III c) I e III d) II e IV ACERTEI ERREI DÚVIDA UNICAMP – Clínica Cirúrgica – 2014 2. Sobre cirurgia de revascularização do miocárdio, considere: I. Os pacientes diabéticos, obesos e idosos apresen- tam maior risco de complicações em ferida es- ternal, portanto nestes, não devem ser utilizados enxertos de artéria torácica. II. Os enxertos de safena devem preferencialmente ser aplicados nos ramos coronários das paredes anterior e lateral do ventrículo esquerdo pela sua capacidade de gerar maior fl uxo para esses ramos coronários. III. A artéria torácica interna é o enxerto que apre- senta maior perviedade quando selecionada para anastomose em artéria interventricular anterior desde que dissecada de forma esqueletizada. IV. Os enxertos de artéria radial constituem uma opção para a revascularização do miocárdio com enxertos exclusivamente arteriais. PODE-SE AFIRMAR QUE: a) os enunciados I e II estão corretos b) os enunciados II e IV estão corretos c) apenas um dos quatro enunciados está correto d) os enunciados I e III estão corretos ACERTEI ERREI DÚVIDA UNIFESP – Clínica Cirúrgica – 2014 3. A operação de derivação sistêmico-pulmonar (opera- ção de Blalock-Taussig) tem como objetivo: a) criar uma fístula arterio-venosa para melhorar fluxo do pulmão b) aumentar o fluxo pulmonar para melhorar a satura- ção arterial de 02 c) diminuir o fluxo pulmonar para melhorar a satura- ção arterial de 02 d) reduzir a saturação arterial de 02 e) aumentar o fluxo coronariano ACERTEI ERREI DÚVIDA UNIFESP – Clínica Cirúrgica – 2014 4. A revascularização cirúrgica do miocárdio tem van- tagens em relação a angioplastia coronária percutâ- nea em que situação? a) lesão isolada distal de artéria descendente anterior (interventricular anterior) b) infarto agudo do miocárdio c) lesão de artérias coronária direita e circunflexa, sem le- são em artéria descendente anterior(interventricular anterior) d) lesão de óstio de artéria coronária direita e) lesão de tronco de coronária esquerda e pacientes multiarteriais ACERTEI ERREI DÚVIDA UNIFESP – Clínica Cirúrgica – 2014 5. A terapia celular em Cardiologia apresenta, atual- mente, comprovação experimental e clínica de: a) miogênese e neoangiogênese b) miogênese, neoangiogênese e modulação de respos- ta inflamatória c) miogênese e modulação de resposta inflamatória d) neoangiogênese e modulação de resposta inflamatória e) neoangiogênese apenas ACERTEI ERREI DÚVIDA UNIFESP – Clínica Cirúrgica – 2014 6. A arritmia mais frequentemente associada a valvopa- tia mitral é: a) arritmia ventricular b) taquicardia poroxistica supraventricular c) extra-sistroles atriais d) fibrilação atrial e) flutter atrial ACERTEI ERREI DÚVIDA UNICAMP – Clínica Cirúrgica – 2013 7. O balão intra-aórtico é um dispositivo de suporte he- modinâmico temporário no paciente em choque car- diogênico. SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DO SEU FUNCIONAMENTO, É CORRETO AFIRMAR: a) a insuflação do balão deve ocorrer na diástole, coinci- dindo com o fechamento da valva aórtica (nó dicrótico) b) a insuflação do balão deve ocorrer na sístole, coinci- dindo com a abertura da valva aórtica (nó dicrótico) c) a insuficiência aórtica não é uma contra-indicação ao uso do balão intra-aórtico d) o balão intra-aórtico deve ficar posicionado no final da aorta ascendente ACERTEI ERREI DÚVIDA UNICAMP – Clínica Cirúrgica – 2013 8. Com relação aos critérios de DUKE para endocardite infecciosa aguda, podemos afirmar que: a) fenômenos vasculares como trombos arteriais, in- fartos sépticos pulmonares, aneurismas micóticos, hemorragia intracraniana, hemorragia intraconjun- tival, lesões de Janeway constituem critérios maiores b) fenômenos imunológicos como glomerulonefrites, nódulos de Osler, manchas de Roth, fator reumatói- de constituem critérios maiores c) ecocardiograma positivo para endocardite é um cri- tério menor d) hemoculturas persistentemente positivas colhidas com mais de 12 horas de intervalo ou 3 hemocul- turas separadas, com a primeira e a última colhidas com pelo menos 1 hora de intervalo, positivas para microrganismos típicos, constitui um critério maior ACERTEI ERREI DÚVIDA UNESP – Clínica Cirúrgica – 2013 9. Em relação ao pós-operatório de cirurgia cardiovascu- lar com circulação extracorpórea, pode-se firmar que: a) todos os pacientes devem ser submetidos ao ecocar- diograma por volta do terceiro dia de pós-operató- rio, visando diagnosticar derrames pericárdicos que possam levar ao tamponamento cardíaco b) a avaliação da presença de sangramento no pós-ope- ratório imediato deve ser feita pelo débito do dreno tubular posicionado no mediastino c) após a cirurgia de revascularização do miocárdio, a introdução de ácido acetilsalicílico via oral só deverá ser feita após o sétimo dia de pós-operatório, evitando, assim, sangramentos e/ou gastrite medicamentosa d) a arritmia cardíaca mais frequenteé a fibrilação atrial e) não é aconselhável a retirada da ventilação com pressão positiva em pacientes operados de valva mi- tral ou aórtica antes das 12 horas de pós-operatório, devido ao maior risco de ocorrência de edema agu- do de pulmão ACERTEI ERREI DÚVIDA UNESP – Clínica Cirúrgica – 2013 10. A cirurgia de correção do aneurisma do ventrículo esquerdo: Clínica cirúrgica | Cirurgia cardíaca e anestesiologia | Questões para treinamento SJT Residência Médica - 2015140 a) promove a ressecção das áreas acinéticas, preservan- do-se pequenas porções discinéticas da parede do ventrículo esquerdo b) promove a eliminação do paroxismo, ou seja, a elimina- ção das áreas que se distendem quando ocorre a sístole de musculatura útil residual do ventrículo esquerdo c) só deve ser realizada quando estiver indicada a re- vascularização do miocárdio associada, no mesmo tempo cirúrgico d) atualmente, a sua realização só é justifi cada nos casos em que ocorrer trombose intracavitária no aneurisma e) é de menor risco quando realizada sem auxílio de circulação extracorpórea ACERTEI ERREI DÚVIDA UNESP – Clínica Cirúrgica – 2013 11. Na cerclagem valvar tricúspide (De Vega), realizada nos casos de insufi ciência tricúspide, a) é realizada sutura circunferencial em todo anel val- var tricúspide, utilizando-se fi o inabsorvível, dupla- mente agulhado b) é realizada sutura contínua compreendendo par- cialmente a circunferência em torno do anel valvar tricúspide, empregando-se fi o inabsorvível, dupla- mente agulhado c) é feita colocação de pontos em “x” nas extremidades das comissuras da valva, diminuindo assim a ampli- tude de sua abertura, empregando-se preferencial- mente fi o inabsorvível d) é realizada colocação de anel de sustentação ajustá- vel em toda circunferência do anel valvar tricúspide e) colocam-se vários pontos em “x” separados, pre- gueando parcialmente a circunferência em torno do anel valvar tricúspide, utilizando-se fi o inabsorvível ACERTEI ERREI DÚVIDA UNESP – Clínica Cirúrgica – 2013 12. Paciente apresentando fi brilação atrial crônica com frequência cardíaca baixa vai ser submetido ao im- plante de marcapasso defi nitivo. O tipo de marcapas- so indicado é: a) VVI (estimula e sente ventrículo) b) AAI (estimula e sente átrio) c) VDD (sente átrio; estimula e sente ventrículo) d) DDD (estimula e sente átrio; estimula e sente ventrículo) e) AAO – assíncrono (estimula e sente átrio, sem sin- cronismo com o coração – sem demanda) ACERTEI ERREI DÚVIDA UNESP – Clínica Cirúrgica – 2013 13. Na comunicação interatrial, deve-se programar o tratamento cirúrgico, para sua correção total (fecha- mento da comunicação): a) em geral por volta dos 12 anos de idade, nos casos em que não houver repercussão clínica, eletrocardiográ- fi ca ou radiológica, pelo fato de que o tamanho (peso) da criança, nessa época, oferece maior segurança para a realização da circulação extracorpórea b) de preferência na idade pré-escolar, desde que não se observe repercussão clínica, eletrocardiográfi ca ou radiológica c) preferencialmente na idade adulta (> 20 anos), por se tratar de patologia que geralmente evolui lenta- mente, nos casos em que não se observa repercussão clínica, eletrocardiográfi ca ou radiológica, devido ao menor risco cirúrgico nessa faixa etária d) logo após o diagnóstico, independentemente de idade ou condições clínicas, pois é uma cirurgia tec- nicamente mais simples e com risco relativamente baixo, quando comparada à correção de outras car- diopatias congênitas e) só poderá ser realizado em neonatos nos casos em que for possível a correção total da comunicação, sem o emprego de circulação extracorpórea ACERTEI ERREI DÚVIDA UNESP – Clínica Cirúrgica – 2013 14. Na cirurgia de revascularização do miocárdio, a anas- tomose da veia safena na aorta (anastomose proxi- mal) pode ser realizada preferencialmente: a) com o pinçamento parcial (tangencial) da aorta, nos casos em que não forem utilizados enxerto de artéria mamária esquerda concomitantemente b) durante o pinçamento completo (total) da aorta, nos pacientes com cirurgia valvar mitral concomitante à revascularização do miocárdio c) com o pinçamento parcial (tangencial) da aorta, somen- te nos casos em que se tratar de enxerto venoso único d) no caso de enxertos venosos múltiplos, em aorta as- cendente com ateromatose intensa, quando se deve fazer a primeira anastomose (venosa) durante o pin- çamento completo (total) e as restantes (venosas) com pinçamento parcial (tangencial) da aorta e) com o pinçamento parcial (tangencial) da aorta, nos casos em que a aorta ascendente estiver livre de ate- romatose intensa ACERTEI ERREI DÚVIDA UNESP – Clínica Cirúrgica – 2013 15. Na cirurgia para correção de persistência do canal arterial: a) a via de acesso preferencial é a toracotomia anterior es- querda no terceiro espaço intercostal, pois oferece ex- posição mais ampla que a toracotomia lateral posterior b) é esperada maior calcifi cação da parede do canal ar- terial em crianças em idade pré-escolar em compa- ração a um canal persistente de um adulto c) observa-se o nervo laríngeo recorrente contornando o canal arterial e estendendo-se de volta para cima para o pescoço d) a ligadura do canal arterial deve ser sempre realizada sem lesão da pleura parietal e) em neonatos, a cirurgia de ligadura do canal arterial deve ser realizada preferencialmente com circulação extracorpórea ACERTEI ERREI DÚVIDA 13 Cirurgia cardíaca 141 UNIFESP – Clínica Cirúrgica – 2012 16. Um paciente do sexo masculino e de 52 anos de ida- de foi atendido na emergência com dor precordial de forte intensidade, irradiada para o dorso, sudorese fria e palidez cutânea. Os pulsos periféricos eram palpáveis exceto os do membro inferior direito. A pressão arterial era de 190 x 110 mmHg. A ausculta revelou um sopro diastólico suave em foco aórtico acessório. A radiografia de tórax foi inconclusiva. A hipótese diagnóstica mais provável é: a) infarto agudo do miocárdio b) pericardite aguda c) embolia arterial aguda d) insuficiência aórtica aguda e) dissecção aguda de aorta ACERTEI ERREI DÚVIDA UNIFESP – Clínica Cirúrgica – 2012 17. Uma paciente de 57 anos de idade sabidamente por- tadora de insuficiencia renal apresenta-se ao pronto socorro com queixa de dois dias de dispneia e cansa- ço. Refere que faltou às duas ultimas sessões de hemo- diálise. Na avaliação complementar foi evidenciado derrame pericárdico moderado ao Ecocardiograma. O efeito fisiopatológico primário do derrame pericár- dico que leva ao tamponamento cardíaco é: a) irritabilidade cardíaca b) mau enchimento do ventrículo esquerdo c) mau enchimento do ventrículo direito d) aparecimento de edema pulmonar e) balanço mediastinal ACERTEI ERREI DÚVIDA UNIFESP – Clínica Cirúrgica – 2012 18. Quanto aos substitutos valvares utilizados em cirur- gia cardíaca é INCORRETO afirmar que: a) as próteses biológicas devem ser utilizadas princi- palmente nos pacientes jovens b) as próteses mecânicas são preferencialmente indica- das em jovens c) as próteses mecânicas necessitam de cuidados pós- -operatórios especiais d) as próteses mecânicas têm durabilidade maior e) as próteses mecânicas necessitam de anticoagulação plena(INR > 2,5) ACERTEI ERREI DÚVIDA UNIFESP – Clínica Cirúrgica – 2012 19. Recém nascido a termo com 3,5 kg peso apresentando quadro de cianose central importante não responssi- va às medidas clinicas. Paciente apresenta diagnósti- co ecocardiográfico pré-natal de Tetralogia de Fallot com estenose pulmonar. No ecocardiograma pós-na- tal evidencia-se Tetralogia de Fallot associada à este- nose infundíbulo-pulmonarsevera, ausência de canal arterial. Qual a conduta mais adequada: a) Realização shunt sistêmico pulmonar(Blallock- -Taussig modificado) paliativo b) Realização de cirurgia de urgência para correção total c) Introduzir Prostin para aumentar fluxo pelo canal arterial d) Realizar Bandagem da Artéria pulmonar de Urgencia e) Manter tratamento clínico ate que a criança atinja idade suficiente para cirurgia definitiva ACERTEI ERREI DÚVIDA UNIFESP – Clínica Cirúrgica – 2012 20. Em relação ao tratamento cirúrgico da Doença Arte- rial Coronariana(Cirurgia de Revascularização Mio- cardica) indique a afirmativa INCORRETA: a) é o tratamento de escolha para os pacientes portadores de doença proximal da artéria descendente anterior b) pode ser realizado com ou sem o auxílio de Circula- ção Extracorpórea c) é o tratamento de escolha para os pacientes que apresentam lesão isolada no leito da artéria coroná- ria direita d) está indicado nos pacientes com disfunção ventricu- lar esquerda e lesões triarteriais e) entre os enxertos usualmente utilizados para sua realização estão: veia safena magna, artéria torácica interna esquerda e artéria radial ACERTEI ERREI DÚVIDA UNIFESP – Clínica Cirúrgica – 2011 21. Quanto às doenças da aorta é INCORRETO afirmar: a) na correção do aneurisma da aorta torácica descen- dente há risco de lesão isquêmica da medula (para- plegiaparaparesia) b) a hipotermia profunda (15 ºC) é importante no tra- tamento dos aneurismas do arco aórtico c) a dissecção do tipo A tem indicação cirúrgica de urgência d) a úlcera penetrante de aorta tem indicação de trata- mento cirúrgico e) o tratamento cirúrgico inicial não está indicado para as dissecções do tipo B complicadas (expansão da luz, insuficiência renal, isquemia visceral e de mem- bros inferiores) ACERTEI ERREI DÚVIDA UNIFESP – Clínica Cirúrgica – 2011 22. Na coartação aórtica em crianças com menos de um ano é INCORRETO afirmar: a) na presença de defeitos associados dá-se preferência à dilatação com cateter balão b) a abordagem cirúrgica é realizada sem necessidade de circulação extracorpórea c) o uso de prostaglandina E é recomendado no manu- seio pré-operatório d) a dilatação com cateter balão não apresenta evolu- ção favorável e) a correção cirúrgica apresenta melhores resultados ACERTEI ERREI DÚVIDA Clínica cirúrgica | Cirurgia cardíaca e anestesiologia | Questões para treinamento SJT Residência Médica - 2015142 UNIFESP – Clínica Cirúrgica – 2011 23. A indicação INADEQUADA para transplantes car- díacos é: a) arritmias ventriculares sintomáticas recorrentes e refratárias ao tratamento clínico b) classe funcional IV da NYHA c) consumo máximo de oxigênio abaixo de 10 mL/kg/ min, tendo alcançado o limite anaeróbio d) fração de ejeção abaixo de 20% isolada e) hospitalizações recorrentes por insufi ciência cardíaca ACERTEI ERREI DÚVIDA UNIFESP – Clínica Cirúrgica – 2011 24. Qual doença tem indicação DUVIDOSA de marca- -passo? a) fl utter ou fi brilação atrial com períodos de resposta ventricular baixa e sintomas de hipofl uxo cerebral b) doença do nó sinusal sintomática irreversível ou indu- zida por medicamentos necessários e insubstituíveis c) síncope neurocardiogênica documentada por tes- te de inclinação (tilt test), claramente refratária ao trata-mento farmacológico d) bloqueio atrioventricular tipo II com QRS largo e) bloqueio atrioventricular total ACERTEI ERREI DÚVIDA UNIFESP – Clínica Cirúrgica – 2011 25. No caso de endocardite bacteriana é INCORRETO afi rmar: a) a troca valvar por prótese biológica está contraindi- cada pelo risco de recidiva b) indica-se cirurgia em lesões valvares agudas deter- minantes de insufi ciência cardíaca refratária c) indica-se cirurgia para erradicação de abscessos in- tracardíacos d) indica-se cirurgia para lesões fúngicas em próteses valvares e) a plastia valvar com pericárdio pode ser feita em perfurações da valva nativa ACERTEI ERREI DÚVIDA Atenção: As questões de números 26 e 27 referem-se ao caso abaixo. Paciente de 72 anos, hipertenso, diabético e coro- nariopata, chega ao P.S. com quadro de dor lombar esquerda irradiada para o flanco esquerdo, acom- panhada de náuseas, vômitos e inquietação. Ao exame físico, a PA em MSD é 104 × 67 mmHg e em MSE é 108 × 74 mmHg. A frequência cardíaca é de 120 bpm e apresenta-se orientado no tempo e no espaço, porém com sudorese fria e palidez cutâneo- mucosa. Há dor à palpação em flanco e fossa ilíaca esquerda, onde palpa-se massa pulsátil e expansiva de 5 cm de diâmetro. A dor torna-se mais intensa na palpação da massa. UNIFESP – Clínica Cirúrgica – 2011 26. A hipótese mais provável é aneurisma: a) roto da aorta abdominal b) roto da artéria ilíaca interna esquerda c) não roto da artéria ilíaca comum esquerda d) sintomático da aorta abdominal, mas não roto e) roto da artéria esplênica ACERTEI ERREI DÚVIDA UNIFESP – Clínica Cirúrgica – 2011 27. Conduta a ser adotada na sala de emergência: a) tipagem sanguínea, cateterização de veia central, sondagem vesical, tricotomia do tórax e abdome e indicar operação de emergência b) solicitar angiografi a digital de emergência pois po- derá ser indicada a colocação de endoprótese c) solicitar angioressonância com contraste magnético, pois não sabemos se a função renal está adequada d) laparotomia na sala de emergência e pinçamento do colo do aneurisma e) solicitar tomografi a computadorizada de emergên- cia, com contraste para confi rmar o diagnóstico e visualizar o aneurisma e seus limites anatômicos ACERTEI ERREI DÚVIDA UNIFESP – Clínica Cirúrgica – 2010 28. A cirurgia de revascularização miocárdica: a) não pode ser realizada sem auxílio da circulação ex- tracorpórea, e a utilização de um enxerto venoso e um enxerto arterial é a melhor opção, pois melhora a qualidade de vida b) não pode ser realizada sem auxílio da circulação ex- tracorpórea, e a utilização de dois enxertos arteriais é melhor porque melhora a qualidade e quantidade da vida por mais tempo que o enxerto venoso c) pode ser realizada sem auxílio da circulação extra- corpórea, e a utilização de dois enxertos venosos é melhor porque melhora a qualidade e quantidade da vida por mais tempo que o enxerto arterial d) não pode ser realizada sem auxílio da circulação ex- tracorpórea, e a utilização de dois enxertos venosos é melhor porque melhora a qualidade e quantidade da vida por mais tempo que o enxerto arterial e) pode ser realizada sem auxílio da circulação extra- corpórea, e a utilização de dois enxertos arteriais é melhor porque melhora a qualidade e quantidade da vida por mais tempo que o enxerto venoso ACERTEI ERREI DÚVIDA UNIFESP – Clínica Cirúrgica – 2010 29. Qual a alternativa que não se relaciona ao tratamento cirúrgico da insufi ciência cardíaca refratária à tera- pêutica medicamentosa adequada? a) redução do volume ventricular esquerdo e correção de insufi ciência valvar mitral b) assistência circulatória mecânica 13 Cirurgia cardíaca 143 c) cirurgia videoassistida d) transplante cardíaco e) implante de marcapasso ressincronizador e cardio- desfibrilador automático ACERTEI ERREI DÚVIDA UNIFESP – Clínica Cirúrgica – 2010 30. Qual alternativa é falsa no tratamento cirúrgico da endocardite infecciosa? a) indica-se cirurgia para erradicação de foco séptico dentro do coração e em abscesso de anel valvar b) os resultados cirúrgicos são melhores nas lesões do lado direito do coração que as do lado esquerdo por serem menos graves e pelo regime de menor pressão c) indica-se cirurgia em lesões valvares agudas deter- minantes de insuficiência cardíaca refratáriad) a plastia na valva nativa infectada não deve ser re- alizada devido à recidiva local no pós-operatório e complicações sépticas e) indica-se cirurgia em lesões fúngicas de próteses valvares ACERTEI ERREI DÚVIDA UNIFESP – Clínica Cirúrgica – 2010 31. Paciente de 54 anos, com dor precordial importante há 5 dias deu entrada no pronto-socorro com instabi- lidade hemodinâmica, hipotensão arterial, dispnéia aos mínimos esforços, sopro holossistólico rude, em faixa, no 4º espaço intercostal, com irradiação para todo o precórdio. Qual o diagnóstico mais provável? a) comunicação interventricular pós-infarto b) insuficiência mitral isquêmica c) ruptura da parede livre do ventrículo esquerdo d) tamponamento cardíaco e) ruptura de aneurisma verdadeiro da aorta ACERTEI ERREI DÚVIDA UNIFESP – Clínica Cirúrgica – 2010 32. Paciente neonato, com três dias de vida, apresenta cianose e hipóxia. Ecocardiograma evidencia concor- dância atrioventricular e discordância ventrículo-ar- terial com pequena comunicação interatrial e septo interventricular íntegro. A melhor conduta é: a) prostaglandina + cirurgia de Blalock-Hanlon b) atriosseptostomia com cateter-balão de Rashkind c) prostaglandina + cirurgia de Mustard d) prostaglandina + cirurgia de Senning e) prostaglandina + cirurgia de Jatene ACERTEI ERREI DÚVIDA UFPR – Clínica Cirúrgica – 2007 33. Assinale a alternativa que apresenta uma indicação de tratamento cirúrgico da insuficiência aórtica. a) pacientes sintomáticos com regurgitação grave crô- nica e função sistólica preservada b) pacientes com insuficiência aórtica aguda c) pacientes sintomáticos ou assintomáticos com dis- função leve a moderada do ventrículo esquerdo d) pacientes sintomáticos ou assintomáticos que serão sub- metidos a cirurgia de revascularização do miocárdio e) pacientes com insuficiência aórtica grave assintomáticos ACERTEI ERREI DÚVIDA UFPR – Clínica Cirúrgica – 2007 34. Se um paciente com uma semana de vida é diagnos- ticado como sendo portador de coarctação da aorta, assintomático, quando deverá ser operado? a) após o primeiro e até o sexto mês de vida b) imediatamente; a presença da cardiopatia é indica- ção de correção e a cirurgia precoce diminui o risco de recoarctação c) aguardar o aparecimento de sintomas d) fazer imediatamente uma dilatação com balão e operar depois do primeiro mês de vida e) fazer imediatamente a dilatação com balão e aguar- dar o aparecimento de sintomas ACERTEI ERREI DÚVIDA UFPR – Clínica Cirúrgica – 2007 35. Assinale a alternativa que NÃO apresenta uma con- traindicação ao transplante cardíaco. a) hipertensão pulmonar com resistência pulmonar maior que 3-4 Wood b) insuficiência renal irreversível c) disfunção hepática severa irreversível d) doença maligna ativa e) idade maior que 65 anos ACERTEI ERREI DÚVIDA UFPR – Clínica Cirúrgica – 2007 36. Assinale a alternativa que apresenta a indicação de implante de marca-passo definitivo em pacientes com bloqueio atrioventricular adquirido. a) bloqueio atrioventricular de primeiro grau assinto- mático b) bloqueio atrioventricular do segundo grau tipo I de localização supra-hissiana ou que não se saiba se é intra ou infra hissiana c) bloqueio atrioventricular total durante hipóxia se- cundária à síndrome de apneia do sono d) bloqueio atrioventricular total secundário à toxici- dade da droga e) bloqueio atrioventricular do segundo grau assinto- mático tipo II com QRS largo ACERTEI ERREI DÚVIDA Clínica cirúrgica | Cirurgia cardíaca e anestesiologia | Questões para treinamento SJT Residência Médica - 2015144 12 Questões para Treinamento Exame Clínico e Laboratório em Reumatologia 14 Gabarito comentado Cirurgia cardíaca 1. A etiologia mais comum de estenose mitral é a febre reu- mática. Um terço dos pacientes com doença reumática crô- nica tem estenose mitral. Nos pacientes assintomáticos com EM de grau leve ou mo- derado, em ritmo sinusal, sem HAP signifi cativa em repou- so ou sob esforço (< 60 mmHg), e sem episódio prévio de tromboembolismo, o tratamento é clínico. Ao paciente clas- se funcional II pode-se prescrever betabloqueadores para baixar FC, especialmente naqueles em FA. Nessa condição, o uso de anticoagulantes orais deve ser prescrito para pre- venção de tromboembolismo. Nos pacientes com EM moderada ou grave, classe funcional III/IV da NYHA, o tratamento deve ser realizado pelo catete- rismo intervencionista (CI) com cateter balão ou pela cirur- gia. A escolha do procedimento depende primordialmente da condição morfológica da valva. Melhores resultados para o tratamento pelo CI são obtidos quando o escore ecocar- diográfi co atinge valores de até oito pontos, principalmente quando o comprometimento do aparato subvalvar mitral e a calcifi cação valvular não são expressivos. A presença de re- gurgitação mitral signifi cativa ou tombo no AE contraindica o tratamento por CI, sendo recomendada a cirurgia. Atenção especial deve ser dada a pacientes com HAP e in- sufi ciência tricúspide (IT) grave pela possibilidade de má evolução no pós-operatório precoce e tardio. Nesse caso, a anuloplastia da VT deve ser considerada. Resposta d. 2. A ponte de veia safena, como proposto por Favarolo, em 1968, é o enxerto mais utilizado na cirurgia de revasculari- zação do miocárdio. Entretanto, limitações da revasculari- zação do miocárdio com pontes de veia safena tornaram-se aparentes com o aumento do número de pacientes opera- dos e que voltavam a apresentar angina ou infarto agudo do miocárdio. O estudo desses pacientes demonstrou, além da progressão da aterosclerose coronária, o desenvolvimento de aterosclerose nos enxertos de veia safena como as principais causas do retorno da angina. Por outro lado, os enxertos ar- teriais, particularmente os de artérias torácicas internas, têm demonstrado elevadas taxas de perviabilidade a médio e a longo prazo. A utilização de ambas as artérias torácicas internas para re- vascularizar os ramos da coronária esquerda tem demonstra- do maior benefício, comparativamente ao enxerto da artéria torácica interna esquerda associado à ponte de veia safena. A partir desses resultados, outros enxertos arteriais passaram a ser mais bem estudados, com o objetivo de se realizar a revascularização miocárdica completa com maior número de enxertos arteriais. A artéria radial começou a ser utilizada na década de 70 e logo foi abandonada pelo alto índice de espasmos e de oclusão precoce. Com o refi namento da técnica operatória, além do uso da solução de papaverina e, mais recentemente, dos bloqueadores do canal de cálcio, a artéria radial voltou a ser utilizada na década de 90. Atualmente, é o segundo enxerto arterial mais utilizado, quando não se pode utilizar ambas as artérias torácicas internas. A artéria gastroepiploi- ca direita vem sendo utilizada desde 1984 e vem ganhan- do aceitação após estudos clínicos demonstrando 95% de perviabilidade em cinco anos. A artéria epigástrica inferior, que começou a ser utilizada em 1990, também tem demons- trado bons resultados, porém seu uso é limitado pelo seu pequeno comprimento. Com o objetivo de diminuir o número de reoperações e de novos eventos cardíacos, recentemente temos realizado a re- vascularização miocárdica com maior número de enxertos arteriais. Damos preferência à utilização da artéria torácica interna esquerda juntamente com um ou mais enxertos ar- teriais em pacientes com menos de 70 anos, não diabéticos insulinodependentes e com função do ventrículo esquerdo normal ou moderadamente comprometida. Reservamos os enxertos de veia safena para revascularização do miocárdio de pacientes muito idosos ou em coronárias com lesões me- nos acentuadas (para evitar a competição de fluxo), nos casos em que realizamos endarterectomia da artéria coronária ou quando há contraindicação à retirada do enxerto arterial. Temos preferido utilizar ambas as artérias torácicas internas para revascularizar os ramos da artéria coronária esquerda. Habitualmente, utilizamos a artéria torácica interna esquer- da, “in situ”, para revascularizar a artéria coronária inter- ventricular anterior ou em anastomoses sequenciais para as artérias coronárias diagonal e interventricular anterior, e a artéria torácica interna direita, “in situ” e retroaórtica, para as artérias marginais esquerdas. Nos casos em que a artéria torácica interna direita, “in situ”, não é suficientemente longa para atingir os ramos da artéria coronária circunflexa, nós a utilizamos como enxerto livre, anastomosada em “Y”, a partir da artéria torácica interna esquerda. Esse “Y”, que também pode ser formado com a artéria radial, é utilizado, principal- mente, nos casos em que mais de um ramo da artéria coro- nária esquerda (diagonal, marginal esquerda ou ventricular posterior) necessita ser revascularizado. Nas lesões críticas ou oclusão da artéria coronária direita, temos utilizado a ar- téria gastroepiploica direita “ ”, para revascularizar as artérias coronárias descendente posterior ou ventricular pos- terior. Afirmação III correta. Resposta c. 3. A anastomose de Blalock-Taussig original consiste em anastomose terminolateral da artéria subclávia no ramo di- reito ou esquerdo da artéria pulmonar. A técnica modificada utilizada em tubo de 5 mm de PTFE entre a subclávia e ramo da artéria pulmonar. É procedimento utilizado na tetralogia de Fallot. As considerações hemodinâmicas gerais são: asso- ciação de CIV; obstrução da via de saída pulmonar; hiper- trofia do VD e da dextroposição da aorta. Ocorre um shunt D-E pela CIV devido a obstrução pulmonar, cuja intensidade depende do grau de obstrução pulmonar, Resistência vascu- lar sistêmica e Resist~encia vascular pulmonar. As cirurgias paliativas promovem: melhor oxigenação pulmonar e desen- volvimento da circulação pulmonar. Resposta c. 4. A escolha do tratamento depende de fatores clínicos e anatômicos, pois a seleção adequada dos pacientes implica diretamente na evolução tardia. Quando há anatomia coro- nariana muito complexa ou associada à doença multiarterial difusa, a CRM é preferida por permitir uma revascularização mais completa e com menor risco de trombose. No entan- to, com uma anatomia relativamente simples, especialmente nas lesões localizadas no óstio ou no corpo do TCE não pro- tegido, a angioplastia torna-se uma alternativa terapêutica. Resposta e. 5. Há pelo menos 50 anos, as células tronco hematopoéticas são as que estão melhor caracterizadas entre as células tronco estudadas, o que levou a sua utilização terapêutica, associada às células progenitoras, no transplante de medula óssea. A plasticidade dessas células em adquirir características de outras linhagens celulares diferentes das células hematopo- éticas foi descrita recentemente e sua potencial utilização terapêutica para a reconstrução tecidual está sendo ampla- mente investigada. As principais características que distin- guem essas células de outros tipos celulares são a capacidade de autorregeneração e diferenciação em várias células espe- cializadas, a possibilidade de mobilização a partir da medula óssea para a circulação e a capacidade de evoluir para a morte celular programada em circunstâncias específicas. Orlic e colaboradores, em modelo de infarto agudo do mio- cárdio experimental, injetaram na área perilesional 2 x 105 células tronco hematopoéticas. A análise imuno-histoquí- mica da região infartada identificou 53% de cardiomiócitos, 44% de células endoteliais e 49% de células musculares lisas como provenientes das células-tronco injetadas. A avaliação da função ventricular revelou um ganho médio de 30% em relação aos animais controle. Autores como Isner, Asahara e Kocher igualmente mostra- ram que células endoteliais progenitoras (CEP) humanas mobilizadas com GSCF (granulocyte stimulating colony fac- tor) ou cultivadas, quando injetadas na veia caudal de ratos atímicos (1 x 106 a 2 x 106 células) após a ligadura da artéria coronária esquerda acarretavam em diminuição da área de necrose em cerca de 30%, além de aumento da vasculariza- ção e conseqüente preservação da função ventricular. Modelos animais de isquemia miocárdica já demonstraram que células de origem medular têm a capacidade de implan- tação local na área lesada e se diferenciam em células mus- culares cardíacas e em células endoteliais formando novos vasos sangüíneos (neoangiogênese). Evidência adicional da potencial aplicabilidade da terapia ce- lular em doenças do coração vem da observação por Kocher e colaboradores de que, em modelo experimental de infarto por ligadura da artéria coronária, células-tronco hematopoé- ticas de adulto (humanas) retiradas da medula óssea são ca- pazes de dar origem a células endoteliais vasculares quando transplantadas em ratos. A angiogênese resultante do trans- plante celular levou à prevenção da apoptose de cardiomió- citos, redução de remodelamento ventricular e melhoria da função cardíaca. A melhor compreensão da importância fisiológica das cé- lulas-tronco do adulto nos processos de reparação tecidual permitiu que se estudasse eventuais relações entre fatores de risco cardiovascular e/ou terapias mediamentosas e célu- las-tronco. Neste sentido, Vasa e colaboradores mostraram que, em 15 pacientes com doença arterial coronária (DAC) documentada, o tratamento com 40 mg/dia de atorvastati- na por 4 semanas levou a um aumento de cerca de 3 vezes no número de células progenitoras endoteliais ao final do período de observação. A importância clínica deste achado ainda está para ser determinada. A relevância das células progenitoras endoteliais para o aparecimento de doença cardiovascular (DCV) começou a ser questionada recente- mente, quando Hill e colaboradores estudando 45 homens sem história de DCV, mas com diferentes fatores de risco, demonstraram uma forte correlação negativa entre o núme- ro de células progenitoras endoteliais circulantes e o escore de risco combinado de Framingham. Especulam os autores que a lesão endotelial (secundária à presença dos fatores de risco) na ausência de número suficiente e adequado de cé- lulas progenitoras endoteliais circulantes possa favorecer a progressão da doença cardiovascular. Clínica cirúrgica | Cirurgia cardíaca e anestesiologia | Gabarito comentado SJT Residência Médica - 2015146 Apenas muito recentemente, os primeiros relatos de tera- pia celular em pacientes portadores de DAC começaram a ser publicados. Assmus e colaboradores transplanta- ram, por infusão intracoronária, células progenitoras de- rivadas de medula óssea (n = 9) ou de sangue periférico (n = 11) a pacientes vítimas de infarto agudo pós-reper- fusão, dentro de 4,3+/-1,5 dias após o IAM. Durante o seguimento de 4 meses, os pacientes tratados apresenta- ram aumento da fração de ejeção de VE, melhor motili- dade regional na zona do infarto, diminuição do volume sistólico final e aumento da reserva de fluxo coronário na artéria relacionada ao IAM. Não foram observados eventos adversos. O uso de células derivadas da medula óssea do adulto para o tratamento de doença isquêmica grave do coração as- sociada à insuficiência cardíaca foi proposto por Perin e colaboradores em trabalho conduzido em 14 pacientes. Os pacientes foram submetidos à injeção transendocárdica guiada por mapeamento eletromecânico em áreas viáveis, porém isquêmicas. Os autores mostraram que, em segui- mento de 4 meses, houve melhora da classe funcional, re- dução significativa nos defeitos perfusionais avaliados por medicina nuclear e aumento da fração de ejeção de 20% para 29%. Stamm e colaboradorespropuseram a utilização combinada de injeções intramiocárdicas de células-tronco derivadas da medula óssea com potencial de indução de angiogênese à ci- rurgia de revascularização miocárdica em 6 pacientes pós- -IAM. Cerca de 1,5 x 106 células foram injetadas em cada paciente na borda da zona de infarto durante a cirurgia de RM. Após 3 a 9 meses de seguimento, todos os pacientes se encontravam vivos; aumento na motilidade global (em 4 dos 6 pacientes) e da perfusão da área de infarto (em 5 dos 6 pa- cientes) pôde ser documentada. No Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas, em São Paulo, Gowdak e colaboradores adotaram estraté- gia semelhante para o tratamento de pacientes com DAC grave e difusa, refratários ao tratamento clínico e não pas- síveis de revascularização cirúrgica completa pela exten- são da doença. Em 10 pacientes, 13 x 107 células-tronco e progenitoras hematopoéticas autólogas foram injetadas, durante a cirurgia de revascularização, naquelas áreas de miocárdio previamente identificadas como viáveis e is- quêmicas. Não houve eventos adversos relacionados ao procedimento. A análise da perfusão miocárdica nos segmentos injetados e não revascularizados apontou para a reversão da isquemia nesses segmentos e melhora contrátil. Ainda que não se pos- sa excluir a contribuição dos enxertos realizados à distância para a melhora observada nos segmentos injetados, pode-se especular que o implante de células tenha contribuído via in- dução de angiogênese para a melhora perfusional e contrátil nessas áreas. Resposta b. 6. A fi brilação atrial é a arritmia mais frequentemente as- sociada à valvopatia mitral. A dilatação mais acentuada do AE predispõe a instalação de FA, a formação de coágulos e o tromboembolismo. Resposta d. 7. O BIA eleva o débito cardíaco, diminui a pós-carga, di- minui a freqüência cardíaca, melhora o fl uxo coronário e aumenta a pressão de perfusão diastólica. O balão ainda me- lhora a perfusão de órgãos alvos, aumenta o débito urinário, diminui a acido-se láctica e o estado mental dos pacientes. A resposta hemodinâmica é mais proeminente em pacientes com defeito mecânico, nos quais o débito cardíaco aumenta e a pressão capilar pulmonar diminui. Infelizmente, a morta- lidade continua elevada quando se usa o BIA isoladamente. A melhor estratégia de utilização do BIA consiste em sua associação a uma técnica de reperfusão com terapia fi bri- nolítica, intervenção coronária percutânea primária (ICPP) ou cirurgia de revascularização. Deve ser inserido em todo paciente com choque que não responde rapidamente à infu- são de volume e ao uso de medicação vasoconstrictora como recomendam as diretrizes de tratamento do infarto agudo do miocárdio da Sociedade Brasileira de Cardiologia e do Ame- rican College of Cardiology. Quando o manejo agressivo do choque cardiogênico, in- cluindo revascularização mecânica, tratamento clínico e BIA, não surte efeito, o uso de uma bomba de suporte para o ventrículo esquerdo pode estar indicada. Sua indicação prin- cipal seria como ponte para realização de transplante cardía- co, embora muitos destes pacientes não sejam candidatos ao transplante. Em nosso meio, esta opção terapêutica é limita- da e restringe-se a grandes centros. O ponto de referência primária do traçado do eletrocardiogra- ma é a onda R, a qual é preferida pela sua grande amplitude no ECG, especialmente nos pacientes em ritmo sinusal. Embora o ECG seja usado para determinar os eventos do balão, o seu resultado é mais bem apreciado na curva de pressão arterial. A observação desta curva demonstra se a infl ação do balão se inicia exatamente no ponto da incisura dicrótica. Resposta a. 8. De acordo com os critérios de Duke: Critérios para o diagnóstico de endocardite Maiores Microbiológico: hemoculturas positivas Ecocardiograma: presença de massa intracardíaca móvel Abscesso anular e deiscência de sutura de prótese Clínico: aparecimento de novo sopro de regurgitação Menores Condição cardíaca predisponente e/ou uso de droga intravenosa Fenômenos vasculares: embolia sistêmica ou pulmonar, aneurisma micótico, hemorragia cerebral, manchas de Janeway Fenômenos imunológicos: artrite, glomerulonefrite, nódulos de Osler, petéquias Ecocardiograma com sinais compatíveis diferentes dos sinais maiores Diagnósticos da endocardite infecciosa Diagnóstico defi nitivo Critério patológico: achado de necropsia ou cirurgia Critérios clínicos: 2 critérios maiores ou 1 critério maior e 3 me- nores ou 5 critérios menores Diagnóstico possível Clínica compatível sem preencher os critérios acima quando en- docardite não pode ser excluída 14 Cirurgia cardíaca 147 Critérios para o diagnóstico de endocardite (cont.) Diagnóstico rejeitado Presença de diagnóstico alternativo Resolução dos sintomas em quatro ou menos dias de tratamen- to Ausência de sinais de endocardite em peças anatômicas Portanto afirmação correta contida na opção D: hemocultu- ras persistentemente positivas colhidas com mais de 12 horas de intervalo ou 3 hemoculturas separadas, com a primeira e a última colhidas com pelo menos 1 hora de intervalo, positi- vas para microrganismos típicos, constitui um critério maior. Resposta d. 9. O ecocardiograma é uma ferramenta útil para o diagnós- tico de complicações no pós-operatório, tais como disfunção ventricular, alterações segmentares sugestivas de isquemia, tamponamento cardíaco e disfunções valvares. Não deve, en- tretanto, ser indicado de rotina, mas apenas de acordo com suspeita clínica. O ECG sim, deve ser realizado diariamente. A melhor forma de monitorar o sangramento é a rigorosa observação do débito e do aspecto dos drenos mediastinais e pleurais nas primeiras horas após o ato cirúrgico, bem como o controle de hemoglobina, plaquetas e coagulograma seriados. Na chegada do paciente à UTI, devem ser obtidas informa- ções sobre a hemostasia na sala de cirurgia, dose de heparina, protamina, antifibrinoiliticos e hemoderivados. O intensivista. O intensivista deve ficar atento para o diagnóstico precoce, o manejo adequado dos hemoterápicos e a definição do melhor momento para indicar abordagem cirúrgica. Não há consenso em relação à definição de débito excessivo dos drenos. Nor- malmente não excede 500 mL nas primeiras 24 horas. A fibrilação atrial pós-operatória é a complicação mais co- mum em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, ocorren- do em cerca de 30 a 50% dos casos. Costuma ocorrer no 2º e 4º dias pós-operatório, com pico de incidência no º dia. O principal fator de risco é a idade avançada. A maioria dos pacientes é extubada entre 4 e 6 horas após o ato cirúrgico. Para a programação de extubação, alguns crité- rios devem ser preenchidos. estabilidade hemodinâmica ausência de sangramento ausência de complicações neurológicas e adequado nível de consciência adequada troca gasosa. O uso de AAS para prevenção secundária, deve ser mantido du- rante o perioperatório na dose de 75 a 100 mg, exceto em ressec- ções transuretrais de próstata e neurocirurgias.Resposta d. 10. Após o infarto do miocárdio, especialmente na parede anterior do ventrículo esquerdo, mesmo que ocorra recanali- zação da artéria culpada, 80 a 100% dos pacientes apresentam alguma área de fibrose e, por conseguinte, área assinérgica. Existem dois tipos de áreas assinérgicas: acinesia (perda total de contratilidade nesta região) e discinesia (expansão da pa- rede ventricular durante a sístole, movimentação paradoxal). Essas áreas, acinéticas e discinéticas, constituem anormalida- des na movimentação da parede ventricular e formam o con- ceito moderno de aneurisma ventricular esquerdo (ANEU- -VE). O típico ANEU-VE é caracterizado por um infarto transmural que evolui com áreas discinéticas. Com o uso de trombolíticos e recanalização mecânicapor angiolplastia no episódio agudo do infarto do miocárdio, pode-se prevenir a necrose transmural; entretanto, ocorre necrose subendocár- dica, resultando em áreas acinéticas. A prevalência do ANEU-VE varia de 10 a 35% na literatura, sendo a maioria de localização antero septo apical por causa da oclusão da artéria descendente anterior. A evolução clíni- ca desses pacientes está relacionada à extensão da área assi- nérgica, ao tamanho da cavidade ventricular esquerda e ao impacto que o remodelamento trará na função miocárdica da área remota (não infartada). Progressiva dilatação ventri- cular ocasiona substituição da forma elíptica para a esférica do ventrículo esquerdo, com dissincronias elétrica e mecâni- ca. Clinicamente, esse processo de remodelamento gera per- da progressiva de força contrátil, com piora dos sintomas de insuficiência cardíaca e morte. A avaliação funcional da parede ventricular esquerda é im- portante por determinar tanto a indicação quanto o prognós- tico da intervenção cirúrgica, e pode ser feita por diferentes técnicas de imagem. Em um passado recente, a angioventriculografia era a mais utilizada, seguida pela ventriculografia radioisotópica. Entre- tanto, métodos com análise tridimensional, como ressonân- cia cardíaca e ecocardiografia 3D, passaram a ser os métodos de escolha. Tem-se empregado técnicas cirúrgicas que revertem as altera- ções na morfologia do ventrículo esquerdo e, por conseguin- te, amenizam a progressão do processo de remodelamento ventricular. Essas técnicas são referidas comumente como cirurgias de remodelamento ventricular (CRV). O objetivo desse procedimento é reduzir e restaurar a forma elíptica do ventrículo esquerdo. Indicação cirúrgica para reconstrução ventricular Infarto do miocárdio anterosseptal Sintomas de ICC – classe funcional III-IV (NYHA) Clínica cirúrgica | Cirurgia cardíaca e anestesiologia | Gabarito comentado SJT Residência Médica - 2015148 Tromboembolismo Rebaixamento da fração de ejeção Área acinética e/ou discinética > 30% do ventrículo esquerdo Volume sistólico fi nal > 60 ml/m² Volume diastólico fi nal > 120 ml/m² Candidato à cirurgia valvar Candidato à revascularização do miocárdio Boa função ventricular direita e basilar do VE 11. O tratamento clínico de pacientes com regurgitação tri- cúspide é difícil, principalmente daqueles que desenvolvem a insufi ciência após correção valvar mitral. Uma terapia agressiva com diuréticos de alça e espirolactona é recomen- dável e pode até diminuir a progressão do refl uxo, entretanto, devem-se pesar os riscos e benefi cios. Em uma fase tardia, quando a cirurgia pode ser justifi cável em razão das sinto- mas, a disfunção do ventrículo direito já pode ser irreversível. O tempo de indicação cirúrgica e a técnica apropriada ain- da permanecem controverso em virtude, principalmente, da falta de dados e da heterogeneidade de sua etiologia. A anuloplastia é a principal abordagem cirúrgica conservadora para a insufi ciência tricúspide secundária. Normalmente, é realizada por meio de anéis maleáveis que são usados para reduzir o tamanho do anel tricuspídeo do paciente e permitir a coaptação dos folhetos. Essa técnica tem melhores resulta- dos que a de De Vega, que usa apenas pontos. A insufi ciência tricúspide signifi cativa residual, como já des- crito, pode contribuir para um pior resultado hemodinâmico no pós-operatório, mesmo após reparo valvar do lado es- querdo com sucesso. Entretanto, observa-se que um refl uxo residual mínimo após anuloplastia pode ser bem tolerado, em contraste com o reparo mitrai, no qual resultados iniciais subótimos não são geralmente aceitos. Dreyfus et a1. demonstraram que o tratamento da lesão pri- mária proposta (p. ex., doença valvar mitral) pode não corri- gir diretamente a dilatação do anel tricúspide ou melhorar a função ventricular direita, que são os maiores determinantes da insufi ciência tricúspide secundária. Esse estudo demons- tra que a anuloplastia tricúspide no momento do reparo mi- tral resulta em melhora nos resultados dos pacientes. A troca valvar é necessária na presença de folhetos valvares anormais ou destruídos. Essa cirurgia, dependendo do nú- mero de reoperações e da presença de fi brilação atrial, dis- função ventricular e comorbidades associadas, apresenta um risco operatório maior, variando entre 7 e 40%. A médio prazo, a troca valvar sempre apresenta resultados piores que a anuloplastia e é possível que isso ocorra em virtude da pre- sença de um objeto rígido (prótese tricúspide) em uma cavi- dade de baixa pressão (ventrículo direito), com disfunção e estado de baixo débito cardíaco. Apesar dos conhecimentos atuais da doença valvar tricúspi- de, ela permanece uma lesão valvar subtratada. Os pacientes raramente são encaminhados para cirurgia tricúsde isolada e, na maioria das vezes, ela faz parte de um planejamento de outras cirurgias cardíacas. Em virtude do fato de ser um marcador de estágio fi nal, tanto miocárdico como de doença valvar cardíaca, as reoperações para refl uxos residuais tricus- pídeos são procedimentos de alto risco cirúrgico e, portanto, não são indicadas rotineiramente para muitos pacientes. A cirurgia valvar tricúspide segue, de forma geral, os mesmos princípios técnicos que as cirurgias para as valvas mitral e aór- tica. Nos casos de estenose tricúspide, a correção do distúr- bio deve ser feita identifi cando-se precisamente as cordoalhas que se encontram fundidas e suportam os folhetos na área das comissuras. É muito importante uma perfeita localização das comissuras para individualização das cordas sem seccioná-Ias. Uma papilarotomia pode ser necessária para alívio completo da obstrução. Se for realizada uma generosa comissurotomia, chegando até o anel valvar, cria-se uma insufi ciência, que vai merecer uma plástica para restauração da competência valvar. Nos casos de insufi ciência tricúspide, deve-se considerar que: 1) geralmente ocorre, como consequência de lesões valvares que acometem o lado esquerdo do coração; 2) habitualmente faz-se por dilatação do anel; 3) a dilatação do anel não é simétrica e envolve, preferen- cialmente, a porção relacionada com as cúspides anterior e posterior, poupando a região septal . Um bom guia para a necessidade de abordagem da valva tricúspide, após cirurgia das valvas do lado esquerdo, é o ecocardiograma intraoperatório, preferencialmente transe- sofágico. Contudo, informações clínicas do pré-operatório como insufi ciência cardíaca direita grave podem ser de gran- de orientação na realização da plástica valvar. Existem muitas técnicas que visam à correção dessas valvo- patias, tais como: plicatura do anel do folheto posterior; anu- loplastia com anel de Carpentier; anuloplastia pela técnica de De Vega (suturas contínuas em torno do anel) e anuloplastia pela técnica de Meyer e Bricks (técnica de De Vega utilizando como medidor o anel de Carpentier. Em nosso Serviço, adota-se a plástica tricúspide com anel male- ável de pericárdio bovino, que é ajustado ao anel tricúspide an- terior e posterior. Os medidores são análogos aos utilizados para plástica mitral. Seu posicionamento é feito com cada uma das duas extremidades em uma das comissuras que se relacionam ao folheto septal. Esta medida vai determinar um tamanho de prótese maleável sufi ciente para remodelar o anel tricuspídeo, restabelecendo, assim, a competência valvar. Em caso de dupla lesão, associam-se as técnicas descritas anteriormente. Quando a plástica não é possível, adota-se a troca valvar, com pontos separados de Poliéster trançado 2.0 em fi gura de “U” passados do ventrículo para o átrio, ao longo do anel tricúspide. Posteriormente, esses pontos são passados no anel de sutura da prótese, que deve ser acomodada ao anel tricúspide nativo. O tamanho da prótese é conhecidocom o auxílio de medidores. Terminado o procedimento, realiza-se o fechamento do átrio di- reito com fi o de Polipropileno 3.0 em sutura contínua. Resposta b. 12. Para este paciente a indicação precisa é marca passo do tipo VVI (estimula e sente o ventrículo). Veja o fl uxograma abaixo para melhor fi xação. 14 Cirurgia cardíaca 149 Sequência AV necessária? Sem indicação de marca-passo Condução AV > 140 bpm SIM NÃO Sintomático ou risco de bradicardia signicativa? Resposta à frequência necessária? Resposta à frequência necessária? Resposta à frequência necessária? Cronotropicamente competente SIM NÃO NÃO VVIR SIM VVI NÃO (AAIR) SIM (AAI) NÃO DDDR SIM DDD NÃOSIM NÃO DDD SIM Fibrilação atrial crônica? NÃO VVIR SIM DDDR NÃOSIM Sem indicação de marca-passo Sintomático ou risco de bradicardia signicativa? Algoritmos para a seleção do modo de estimulação. A: escolha de VVI, VVIR, AAI, AAIR, DDD ou DDDR é permitida. B: apenas VVIR ou DDDR são selecionados. AV = atrioventricular; bpm: batimentos por minuto. Resposta a. 13. O não fechamento do ducto arterioso acarreta um shunt bidirecional entre o tronco da artéria pulmonar (TP) e a aorta descendente, enquanto a resistência vascular periférica (RVP) é alta. Quando a RVP diminui, este shunt passa a ser predo- minantemente esquerda-direita. O hiperfluxo pulmonar resulta em hipertensão pulmonar, edema pulmonar e sobrecarga de volume de câmaras esquerdas e elevado trabalho respiratório. O tratamento cirúrgico está indicado sempre que o diagnóstico for confirmado, sendo a idade ideal de 1 a 3 anos. Entretanto, no chamado canal arterial silente (canal pequeno, descoberto em exame de rotina), alguns serviços têm adotado conduta expectante. Em prematuros usam-se inibidores de prostaglandinas (indometacina ou ibuprofeno) para se tentar o fechamento da PCA. Caso não ocorra, a criança deverá ser operada. A PCA pode ser ligada, ligada e seccionada com poste- rior sutura entre pinças ou “clipada” com clipes especiais. Uma PCA calcificada pode complicar a cirurgia e requerer CEC. Na atualidade a cirurgia da PCA tem sido realizada, com êxito, utilizando a videotoracoscopia. Clínica cirúrgica | Cirurgia cardíaca e anestesiologia | Gabarito comentado SJT Residência Médica - 2015150 Os problemas e complicações que podem ocorrer são: (1) disfunção ventricular esquerda decorrente da elevação da pós-carga causada pela remoção do circuito pulmonar de baixa resistência; (2) porque o tamanho dos vasos é seme- lhante, tanto a artéria pulmonar (AP) como a aorta podem ser ligadas, causando hipoxemia e hipoperfusão sistêmica; (3) a lesão do nervo recorrente do vago e a recanalização do ducto têm sido descritas. Nos últimos anos, cada vez mais o cateterismo intervencionis- ta tem sido indicada para o fechamento dessas comunicações, de maneira que tal procedimento vem se tornando o procedi- mento de escolha para a maioria dos casos. Resposta b. 14. A anastomose proximal, quando o enxerto é arterial (ar- terial radial, artéria torácica interna direita ou gastromental direita, como enxerto livre), é feita artéria torácica interna es- querda em Y terminolateral, com fi o polipropilene 8 “0”, ou re- alizada a anastomose dessas artérias na veia safena em Y (veia com artéria). Quando fi zemos a anastomose da artéria radial na aorta, com fi o polipropilene 6 “0”, realizamos o pinçamneto lateral da aorta. Nos casos de aortas calcifi cadas, anastomo- sou-se no tronco braquiocefálico. Terminadas as anastomoses, realizaram-se drenagens pleural e mediastinal seguida do fe- chamento por planos da parede torácica. Resposta e. 15. Veja a descrição do procedimento cirúrgico na correção de PCA: A via de acesso à cavidade torácica defi nida como rotina pela equipe cirúrgica foi através de toracotomia lateral esquerda, com extensão aproximada de 6 cm, no 4º espaço intercostal. Os músculos grande dorsal e redondo maior fo- ram seccionados parcialmente. A abertura da cavidade torácica foi auxiliada por um afas- tador delicado do tipo “Finochetto” posto entre as costelas. O pulmão foi afastado delicadamente com um afastador maleável envolvido em compressa úmida, para exposição do hilo pulmonar e o canal arterial. A pleura mediastinal foi aberta anteriormente sobre a aorta, numa extensão de 2,5 cm, junto à inserção do canal arterial, lendo a sua borda medial afastada através de fi os de seda 2-D, como reparo. O canal arterial era dissecado, evitando-se lesão de estru- turas vasculares e do nervo laríngeo recorrente (observa-se o nervo laríngeo recorrente contornando o canal arterial e estendendo-se de volta para cima,para o pescoço) isolado e reparado com fi ta cardíaca previamente umedecida. A téc- nica utilizada de rotina para o fechamento do canal arte- rial foi a tripla-ligadura. Esta técnica consiste na ligadura da extremidade aórtica e pulmonar do canal arterial com fi os de Ethibond 2-0 e, associado a isto, confecção e fecha- mento em bolsa na extremidade aórtica com fi o de Prolene 5-0. O controle cirúrgico imediato do fechamento efi caz do canal arterial foi realizado por meio da ausculta cardíaca, evidenciando-se o desaparecimento do sopro e do frêmi- to. Após a revisão da hemostasia, foi realizada a síntese por planos com fi o de Vicryl 3-0, e a pele fechada com sutura intradérmica com Nylon 6-0. Todos os pacientes foram encaminhados a U.T.I neonatal, em berço aquecido, e permaneceram com a monitorização cardíaca e a oximetria de pulso no período de pós-ope- ratório. Toda a rotina de exames laboratoriais era nova- mente solicitada no período de pós-operatório imediato, incluindo gasometria arterial e radiografia de tórax. Todo este cuidado foi fundamental para o rápido desmame des- tes pacientes das próteses ventilatórias. Após o ato cirúr- gico, os pacientes foram mantidos com um dreno de tórax, localizado na cavidade pleural esquerda, com um sistema de drenagem em selo d’água. Este dreno foi retirado no máximo após 24 horas, desde que não existisse drenagem importante. Os pacientes receberam alta em média com 10 dias de pós-operatório, salvo os prematuros, que per- maneciam no setor de pediatria para ganho ponderal. O período de intubação no pós-operatório oscilou entre um a dois dias. Resposta c. 16. Questões simples. O quadro é compatível com dissecção agu- da de aorta que evolui com sinais de insufi ciência aórtica aguda. Abaixo os sintomas e sinais. Sintomas Dor torácica intensa de início súbito, caracterizada como pon- tada ou rasgamento. Na dissecção tipo A, a dor tem, de forma característica, localização no tórax anterior. Dor torácica poste- rior ou dor lombar sugerem dissecção distal. Em até 10% das dissecções não há relato de dor. Sintomas compatíveis com insufi ciência cardíaca podem acom- panhar a dor torácica e devem levantar a suspeita de insufi ciên- cia valvar aórtica. Formas menos comuns de apresentação de dissecção da aorta incluem: acidente vascular cerebral, síncope, paraplegia e mor- te súbita. Exame físico Os pulsos carotídeo, braquial e femural devem ser palpados, já que a assimetria de pulsos está presente em 30% das vezes. Hipertensão é encontrada em 70% das dissecções tipo B, mas em apenas 36% das dissecções tipo A. Hipotensão ou choque podem ser vistos em até 25% dos pacien- tes com dissecção proximal. Tamponamento cardíaca, regurgi- tação aórtica acentuada e ruptura da aorta são os principais cau- sadores de instabilidade nesses casos. Sopro diastólico aspirativo, mais audível na borda esternal di- reita, denuncia insufi ciência aórtica, presente em até dois terços das dissecções proximais. Turgência jugular, pulso paradoxal e instabilidade hemodinâmi- ca são sugestivos de tamponamento, o que deve antecipar a in- tervençãocirúrgica. Outros achados de exame físico, como défi cits neurológicos, si- nais de insufi ciência cardíaca e evidências de isquemia periféri- ca, podem ocorrer. Resposta e. 17. A base fi sispatológica do derrame pericárdico evoluin- do para tamponamento cardíaco está calcada no aumento da pressão intrapericárdica causada pelo excesso de líquido, limitando desse forma o enchimento diastólico ventricular, reduzindo o débito cardíaco. Resposta b. 14 Cirurgia cardíaca 151 18. A escolha da prótese valvar precisa ser específi ca para o paciente. As próteses mecânicas apresentam excelente durabi- lidade e terão desempenho indefi nidamente sem desintegra- ção estrutural, mas, em razão de serem trombogênicas, as válvulas mecânicas obrigam o paciente a uma anticoagulação durante toda a sua vida (warfarina sódica, manter INR > 2,5). Logo, os pacientes com uma válvula mecânica incorrem nos riscos da anticoagulação crônica. As biopróteses não preci- sam de anticoagulação, mas sofrerão uma desintegração es- trutural. A durabilidade de uma bioprótese é inversamente relacionada à idade do paciente no momento do seu im- plante. Se uma bioprótese desintegrar-se estrutural mente, o paciente precisará de reoperação com troca da prótese. É im- portante reconhecer que aproximadamente 80% de todas as substituições valvares aórticas e mitrais nos Estados Unidos são realizadas em pacientes com idade superior a 60 anos. A idade do paciente deve ser considerada, levando em conta o risco da anticoagulação crônica em idosos. A taxa de sobrevida em 10 anos para os pacientes após a substituição valvar aórtica varia de 40% a 70%, com média na literatura de 50%. O tipo de prótese não causa impacto na sobrevida, mas outros fatores específi cos do paciente, como a idade no momento da cirurgia e a presença ou ausência de doença arterial coronariana, fazem um impacto na sobrevi- da após a substituição valvar. Independentemente do tipo de prótese valvar implantada, cerca de um terço dos pacientes morre de causas relacionadas à prótese. Logo, uma considera- ção importante na escolha da prótese para qualquer pacien- te é como o paciente individualmente pode ser afetado pela mor bidade ou pela mortalidade relacionada à prótese. A escolha da prótese valvar deve considerar os riscos da an- ticoagulação (prótese mecânica) e a probabilidade e riscos de uma reoperação para a desintegração estrutural da biopró tese. O risco de complicações hemorrágicas pela anticoagulação crônica encontra-se entre 1% e 2% por ano. De fato, 4% das mortes relacionadas às próteses valvares resultam de san- gramento. As biopróteses estão indicadas em pacientes com contraindicações à anticoagulação pela sua ocupação pro- fi ssional ou pelas doenças clínicas coexistentes. Da mesma maneira, pacientes clinicamente não aderentes ou cujo nível de anticoagulação não pode ser estritamente monitorado não devem receber próteses mecânicas. Dez por cento das mortes relacionadas às próteses resultam da reoperação, o que afasta alguns pacientes e médicos das biopróteses. No entanto, dados recentes demonstram que se for empregada a metodologia es- tatística atual, em vez da atuarial, para avaliar a probabilidade de reoperação para a desintegração estrutural valvar de uma bioprótese, a incidência de reoperação é de menos de 15% para pacientes com idade superior a 60 anos. Uma força-tarefa combinada da American Heart Association e do American College of Cardiology forneceu algumas recomenda ções para ajudar a equilibrar estes riscos. A força-tarefa reco mendou que as biopróteses fossem colocadas em posição aórtica em pa- cientes com idade superior a 65 anos e na posição mitral em pacientes com mais de 70 anos. Resposta a. 19. Tetrologia de Follot (T4F) é uma forma comum de doença cardíaca congênita cianótica. A estenose infundibular grave faz com que esses pacientes tornem-se profundamente dessa- turados, o que pode levá-los ao dano cerebral ou à morte. Figura: A anatomia da Tetralogia de Fallot. Comunicação inter- ventricular (CIV), cavalgamento da aorta, obstrução da via de saída do ventrículo direito (RVOTO) e hipertrofi a subsequente do ventrí culo di- reito. Ao, aorta; CIA, comunicação interatriai; PA, artéria pul monar; PCA, persistência do canal arterial. O desvio de Blalock-Taussig (shunt sistêmico pulmonar) é o procedimento a ser adotado para esta criança. Artéria pulmonar esquerda Esôfago Vago Canal dividido Artéria subclávia esquerda Figura: Desvio de Blalock-Taussig. A operação de Blalock-Taussig (BT) constitui uma boa op- ção tática para este grupo de pacientes. O uso de próteses de Polytetrafl uoroethylene (PTFE) tem permitido a realização da operação em artérias pulmonares de fi no calibre, com re- sultados satisfatórios (BT modifi cado). As principais vantagens da operação de BT modifi cada são: Facilidade técnica na sua realização. Fluxo pulmonar regulado pela artéria subclávia. Preservação da integridade da artéria subclávia. Perviabilidade a longo prazo. Facilidade técnica da interrupção do fl uxo durante a corre- ção defi nitiva da anomalia. Possibilidade de escolha da via e lado de acesso (direto ou esquerdo), para a realização da operação. Uso do tronco braquicefálico nos casos de artéria subclávia de pequeno calibre. O uso de prótese para realizar a derivação sistêmico-pulmonar tem permitido um adequado fl uxo pulmonar, melhorando o quadro clínico do paciente e favorecendo o desenvolvimento da árvore arterial pulmonar. Por restes motivos esta técnica foi muito difundida e empregada pela maioria dos grupos que trabalham Clínica cirúrgica | Cirurgia cardíaca e anestesiologia | Gabarito comentado SJT Residência Médica - 2015152 nesta área, com bons resultados tardios; no entanto, a operação de Blalock-Taussig usando a artéria subclávia (BT clássico) continua sendo a operação preferida por alguns autores. Sem lugar a dúvidas, a prótese de PTFE é a mais correntemen- te usada pelos grupos que realizam esta operação de rotina. Resposta a. 20. Todas as afi rmações estas corretas, EXCETO a opção C, já que de acordo com o exposto abaixo as indicações de cirurgia de revascularização miocárdica são bem claras. Indicações da Cirurgia de Pontes nas artérias coronárias Ensaios Randomizados Disponí- veis: RM Inicial versus tratamento clínico inicial Nível de Evidência Angina estável crônica (angina branda a moderada) Para prolongar sobrevida Estenose de coronária principal es- querda (≥ 50% do diâmetro) Doença trivascular (FE ≥ 50%) A Doença bivascular com estenose da DAE e ou FE ≥ 50% ou isquemia A Estenose proximal isolada da DAE com isquemia A Para aliviar sintomas A Angina importante (com estenoses coronarianas importantes e evidência objetiva de isquemia) apesar da terapia altern ativa A Angina instável Para prolongar a vida e aliviar sintomas Doença multivascular (FE ≥ 50%) A Ensaios Randomizados Não Dis- poníveis: RM versus tratamento Clínico Nível de Evidência Para prolongar sobrevida B Angina grave, doença multivascular, função normal do VE B RM prévia com estenoses tardias em múltiplos EVS ou EVS-DAE C Infarto agudo do miocárdio com eleva- ção de ST não responsivo à outra terapia C Arritmias ventriculares ameaçando a vida C Falha de ACTP com isquemia continuada C RM em conjunção com cirurgia por outras condições cardíacas para aliviar sintomas RM prévia com angina incapacitante apesar do tratamento clínico B Tabela A: dados derivados de múltiplos ensaios randomizados; ACTP: angio- plastia coronariana transluminal percutânea; B: dados derivados de um único ensaio randomizado ou de estudos não randomizados; C: opinião de consenso de peritos, estudos de casos ou padrão de tratamento; DAE: artéria coronária descendenteanterior esquerda; RM: revascularização cirúrgica do miocárdio; EVS: enxerto de veia safena; FE: fração de ejeção; VE: ventrículo esquerdo. Os tipos mais comuns de RM são realizados com pontes com segmentos revertidos das veias safenas e com as artérias torá- cicas internas. As pontes com veias safenas são anastomosadas à aorta (anastomose proximal) e à artéria coronária distalmen- te à obstrução principal. As pontes com veias safenas têm a vantagem da maior disponibilidade, tamanho maior do que a da maioria das artérias coronárias e características favoráveis a seu manuseio. No entanto, com o passar do tempo, as pon- tes com veias safenas podem desenvolver alterações patológi- cas intrínsecas, fi broplasia intimai e aterosclerose do enxerto venoso, cada uma delas podendo promover obstruções ou oclusões. Dez anos após a cirurgia, aproximadamente 30% a 50% das pontes de safenas tornam-se ocluídas e 30% a 50% das pontes com veias safenas restantes exibem evidências an- giográfi cas de aterosclerose. O tratamento com inibidores pla- quetários e inibidores HMG da coenzima A diminui o risco de falência da ponte de safena, mas não o elimina. As pontes com artérias torácicas internas (mamárias), por ou- tro lado, são resistentes ao desenvolvimento de aterosclerose tardia. Quando usado como um enxerto (ponte) in situ (ori- gem subclávia intacta) para a artéria coronária descendente anterior esquerda (DAE), a ponte com artéria torácica interna tem uma taxa de funcionamento de mais de 90% até 20 anos após a cirurgia. Como a artéria coronária DAE tem uma for- te infl uência prognóstica, a ponte da artéria torácica esquer- da (mamária esquerda) para a DAE é uma parte clinicamen- te importante da revascularização miocárdica. Pãcientes que receberam uma artéria torácica interna esquerda como ponte para DAE com ou sem pontes de safenas têm melhor taxa de sobrevida a longo prazo, menos reoperações e menos eventos cardíacos quando comparados com pacientes que receberam apenas pontes de safenas. A artéria torácica interna direita (mamária direita) também pode ser usada para a revascula- rização como uma ponte (enxerto) in situ, como uma ponte (enxerto) aortacoronariana ou como um enxerto arterial composto da artéria torácica interna esquerda para uma ar- téria coronária. Recentemente, acumularam-se evidências que corroboram o emprego de ambas as artérias torácicas internas como pontes, o que fornece benefícios incrementais com rela- ção a uma estratégia com uma única ponte de artéria torácica interna e produz melhor taxa de sobrevida e menor risco de reoperação. Em comparação, as taxas de desobstrução em 1 ano são um pouco melhores com enxertos de artéria radial que com enxertos de veia safena. Resposta c. 21. A isquemia da medula espinhal com paraplegia causa- da pela interrupção inadvertida do suprimento sanguíneo proveniente das artérias espinhais anteriores ou artérias in- tercostais é uma consequência incomum, porém temível do reparo da aorta torácica descendente. (Resposta A correta). Algumas doenças do coração e dos vasos da base podem não ser adequadamente corrigidas, mesmo com o pacien- te colocado em CEC. Este é o caso das dissecções da aorta ascendente, dos aneurismas do arco aórtico, de determina- das cardiopatias congênitas e das tromboembolectomias pulmonares (opção B correta). Uma alternativa técnica é a utilização de hipotermia profunda e a parada circulatória total, para abordar regiões que necessitam estar completa- mente exsangues. 14 Cirurgia cardíaca 153 A técnica consiste em resfriar o sangue drenado que passa pela máquina de CEC e, com isso, resfriar todo o organismo. É necessário manter um gradiente térmico entre o sangue da bomba e a temperatura corporal sempre inferior a 10°C, tan- to para o resfriamento como para o aquecimento, para evitar formação de embolia gasosa e permitir um resfriamento ou aquecimento uniforme e homogêneo de todo o corpo. Sabe-se que, em temperaturas normais de 36 °C, paradas circu- latórias de 5 a 10 min causam danos neurológicos irreversíveis. Porém, à medida que a temperatura corporal diminui, o meta- bolismo celular e, conseqüentemente, a necessidade de oxigênio também se reduzem, permitindo tempos maiores de parada car- diocirculatória sem causar danos neurológicos. É seguro resfriar o corpo humano a temperaturas em torno de 18 °C a 20 °C e realizar de 30 a 45 min de parada circulatória total. O risco de lesão neurológica aumenta com tempos de parada maiores. Indicações para a terapia definitiva Cirúrgica ou Clínica na dissecção Aórtica Cirúrgica Tratamento de escolha para a dissecção proximal aguda (tipo A) Tratamento de escolha para a dissecção distal (tipo B) aguda complicada pelo seguinte: Progressão com comprometimento de órgãos vitais Ruptura ou ruptura iminente (p. ex.:, formação de aneurisma sacular) Extensão retrógrada para dentro da aorta ascendente Dissecção na síndrome de Marfan Clínica Tratamento de escolha para a dissecção aórtica não complicada Tratamento da dissecção isolada do arco aórtico estável Tratamento de escolha para a dissecção crônica estável (dissec- ção não complicada que se apresenta duas semanas ou mais tar- de após seu início) Vê-se na tabela acima que as opções C e D estão corretas. Resposta e. 22. A obstrução do arco aórtico pode ser dividida em (1) co- arctação localizada adjacente ao canal arterial ou ligamentum arterioso, (2) hipoplasia tubular de alguma parte do sistema do arco aórtico e (3) interrupção do arco aórtico. A coarctação é duas a cinco vezes mais frequente no sexo masculino e exibe um alto grau de associação com disge- nesia gonadal (síndrome de Turner) e com valva aórtica bi- cúspide. Outras anomalias comumente asso ciadas são CIV e estenose ou regurgitação mitral. As lesões adicionais exer- cem impacto sobre a evolução. Uma obstrução rápida e grave no lactente é causa proemi- nente de falência ventricu lar esquerda e de hipoperfusão sis- têmica. Nesta situação, a insuficiência cardíaca é devida ao súbito aumento do estresse da parede ventricular esquerda depois do fechamento do canal arterial. O shunt substancial da esquerda para direita através do forame oval patente e a hipertensão venosa pulmonar secundária à insuficiência car- díaca causam hipertensão na artéria pulmonar. Uma vez que pouca ou nenhuma obstrução aórtica ocorre durante a vida fetal, a circulação colateral no período de recém-nascido fre- quentemente é pouco desenvolvida. Nesses lactentes, os pul- sos periféricos de todo o corpo são caracteristica mente dimi- nuídos até que a função ventricular esquerda melhore com o tratamento clínico. Mani festa-se então uma significativa diferença de pressão entre os braços e as pernas, permitindo a detecção de uma assimetria de pulsos. Os sopros cardíacos ouvidos na infância são inespecíficos e comumente deriva- dos das lesões associadas. O tratamento em geral consiste na terapia pela prostaglandi- na na tentativa de reabrir ou de manter a patência do canal arterial. Depois da infusão da prostaglan dina e, para dilatar o canal arterial, a diferença de pressão poderá ser obliterada através do sítio da coarctação, porque, neste caso, fica resta- belecido o padrão de fluxo sanguíneo fetal. Este mecanismo tem o benefício adicional de melhorar a perfusão renal, que por sua vez ajuda a reverter a acidose metabólica frequente- mente associada. A intervenção neste grupo etário geral mente consiste em alí- vio cirúrgico da obstrução com excisão da área de coarcta- ção e realização de anastomose terminoterminal extendida ou términolateral com suturas absorví veis para permitir a remodelagem da aorta no decorrer do tempo. A aortoplastia com retalho da subclávia, que era amplamente empregada no passado, é atualmente menos popular do que os procedimen- tos antes mencionados. A dila
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