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1d-Como as empresas te espiam pela internet para te mandar anúncios e o que fazer para evitar isso-5p

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Como as empresas te espiam 
pela internet para te mandar 
anúncios – e o que fazer 
para evitar isso
Direito de imagem Getty Images 
Image caption Segundo especialistas, pesquisas revelam 
que '70% dos usuários da rede estão dispostos a receber 
publicidade e informação pensadas especificamente para 
eles' 
Há poucos dias, comprei um bilhete de avião pela internet. Pouco 
depois, quando entrei na minha conta no Facebook, fiquei surpresa ao 
www.bbc.com
notar que a rede social me mostrava anúncios sobre o lugar para onde 
viajaria.
E não foi só isso. O YouTube também me sugeriu vários vídeos sobre 
meu destino de férias. 
Quando reservei hospedagem através de uma página na web, recebi 
um anúncio na minha conta do Gmail com promoções exclusivas para 
esta mesma viagem. 
Vivemos em um mundo da publicidade à la carte e das campanhas 
onlinede pagamentos por cliques. E empresas sabem como tirar 
proveito disso. 
"Os consumidores respondem positivamente aos anúncios 
personalizados", afirma o blog especializado Puro Marketing.
Especialistas ainda citam uma pesquisa da consultoria Sociomatic Lab 
mostrando que "70% dos usuários da rede estão dispostos a receber 
publicidade e informação pensadas especificamente para eles". 
"É importante conhecer o cliente e saber qual é seu comportamento 
de compra online", explicam. 
Como fazer isto?
"Muitas organizações usam campanhas de marketing dirigido em 
sites como Google AdWords", afirma à BBC Mundo Stephanie Perry, 
da companhia de segurança informática PGI Cyber, com base no Reino 
Unido. 
"Este tipo de plataforma compara perfis de comportamento (dos 
internautas) que as empresas podem usar para dirigir sua publicidade 
a uma audiência numa área geográfica", explica. 
"Estes dados são coletados de muitas maneiras, entre elas, pelos 
dados de buscas (na internet) e do clickstream (das páginas 
visitadas), recolhidos por cookies que a pessoa precisa aceitar". 
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Image caption Plataformas como GoogleAdWords 
comparam perfis de comportamento (dos internautas) que 
as empresas podem usar para dirigir sua publicidade a uma 
audiência numa área geográfica 
Outros exemplos, acrescenta, são as lojas online e outros sites que 
armazenam um registro do que você compra na internet. 
"A Amazon usa o mecanismo para mostrar outros produtos que 
podem te interessar, e sites como o YouTube te mostram vídeos com 
base nas suas preferências". 
Além disso, redes sociais como o Facebook "têm todas as informações 
que você inclui no seu perfil", diz Perry. "Desde as coisas que você 
gosta até os grupos dos quais é membro, sua localização geográfica e 
os anúncios ou páginas web que clicou". 
O poder do saber
Para alguns usuários, isto não é um problema. 
"Quero que me rastreiem e mostrem a publicidade que me interessa 
nas páginas que visito", diz Carlos Roberto, do blog tecnológico 
Genbeta.
Roberto diz que a publicidade personalizada melhora sua experiência 
de navegação e que o faz descobrir páginas e serviços interessantes. 
Apesar disto, reconhece o jornalista, muita gente "não está consciente 
de que isto ocorra". 
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Image caption Cada vez que alguém compra algo na 
internet, está fornecendo dados a empresas e plataformas 
digitais 
Perry concorda: "Os usuários devem saber quais dados estão 
disponibilizando quando se registram numa rede social e em lojas 
online; verificar os pedidos de configurações de privacidade; e 
modificá-los para garantir que recebam os dados que querem". 
Ela lembra que, para estarem protegidos, é fundamental que se use 
"senhas fortes". 
A especialista recomenda apenas conexões na internet com pessoas 
em quem você confia e que esteja ciente das informações que 
compartilha com elas.
Também aconselha "ter cuidado com os links que você clica", pois 
quanto mais o fizer, mais informação terão as marcas sobre nossos 
hábitos de compra. 
Apesar disto, se queremos estar ativos na internet, diz Perry, temos 
que aceitar que uma das condições é que nossos dados serão usados 
para publicidade. 
Provavelmente, a próxima vez que eu comprar um bilhete de avião, 
será pela internet. 
Ainda que, pelo menos desta vez, estarei consciente de quais dados 
estou compartilhando. E, quando entrar na minha página do Facebook 
ou YouTube, não ficarei supresa ao ver ofertas de voos, promoções 
turísticas e pacotes de férias. 
Talvez até reserve um deles. Afinal, a publicidade à la carte também 
tem seu lado positivo. 
"A chave é estabelecer o equilíbrio entre participar da web e manter 
nossa privacidade e segurança de dados", disse Perry. 
Este último talvez seja mais complicado do que reservar um voo pela 
internet. 
Alguns conselho úteis:
Se quiser ter um pouco mais de privacidade quando navegar pela 
rede, pode seguir os seguintes passos:
1. Limpar seu histórico e ativar a navegação privada. 
Seu histórico de navegação guarda todas as páginas que 
visitou, mas você pode apagá-lo nas opções de configuração 
do seu navegador. Você também pode ativar a navegação 
privada para usar a internet incógnito. 
2. Apagar os cookies e não aceitar cookies de 
terceiros. Outra medida eficiente está na opção "apagar 
dados de navegação" para apagar cookies, que são arquivos 
que reúnem informações sobre você. 
3. Desativar a localização. Para evitar que as páginas web 
saibam onde está, você pode desativar a geolocalização 
dentro das opções avançadas de seu navegador. 
4. Controlar quem te segue ou bloqueá-lo. Existem 
ferramentas como Ghostery, Disconnect ou Do Not Track Me 
para evitar que te sigam na internet. 
Direito de imagem Thinkstock 
Image caption Há coisas que podem ser feitas para manter 
o anonimato. 
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