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NORMAS DE PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS PROF. DRA DANIELA PEREIRA ALVES FARMACOTÉCNICA: Ramo das Ciências Farmacêuticas que transforma a matéria prima em medicamentos, por meio de procedimentos técnicos e científicos que levam à forma farmacêutica pretendida FORMA FARMACÊUTICA: É o estado final de apresentação da fórmula farmacêutica, com a finalidade de facilitar sua administração e obter o maior efeito terapêutico possível e o mínimo de efeitos indesejados: comprimidos, cápsulas, drágeas, soluções, suspenções, colutórios, etc. FÓRMULA FARMACÊUTICA: É o conjunto de substâncias, discriminadas item por item, que entram na constituição de um medicamento ESPECIALIDADE FARMACÊUTICA: Produto oriundo da indústria farmacêutica com registro na ANVISA e disponível comercialmente no mercado. "Excipientes farmacêuticos são substâncias incluídas em um sistema de liberação de fármacos para auxiliar durante o processo de manufatura e/ou proteger ou aumentar a estabilidade, biodisponibilidade e/ou aceitabilidade pelo paciente, ou aumentar a segurança e efeito terapêutico da droga durante o estoque e uso." As fórmulas farmacêuticas devem conter a base medicamentosa, o princípio ativo, que é o componente ou componentes responsáveis pela ação terapêutica. Além do princípio ativo, a fórmula geralmente contém os excipientes. Quando a formulação não apresenta nenhum princípio ativo, denomina-se placebo Ex: Solução de Dipirona - Dipirona 500 mg/ml - Metilparabeno 0,10 g - Bissulfito de sódio 0,15g - Água purificada qsp (quantidade suficiente para...) 50ml (para chegar a 50 ml). FORMAS FARMACÊUTICAS Apresentadas à base de pós, que dependendo de sua aglomeração podem assumir diferentes formas, sendo as mais utilizadas na Odontologia: COMPRIMIDO é a forma sólida de um pó medicamentoso, preparado por compressão, adicionado ou não de substâncias aglutinantes. Podem ter ranhuras para permitir uma divisão da dose. Podem ser formulados para ser deglutidos, efervescentes, mastigáveis, revestidos (todos administrados por via oral) ou ainda podem ser usados para se dissolver em água na própria cavidade bucal (via sublingual). ;;; DRÁGEAS – são comprimidos recobertos por uma ou mais camadas gastroresistentes, seguido de polimento, mascarando o sabor e liberando o fármaco no intestino. Não deve ser quebrada e mastigada. Administradas por via oral CÁPSULAS – preparação de caráter sólido, envolto por um invólucro de capacidade variáveis SUPOSITÓRIO – são sólidos a temperatura ambiente e diluem na temperatura corpórea. Administrado via retal e vaginal para efeito local e sistêmico. OVULOS - tem formato adequado para a aplicação vaginal. Deve fundir com a temperatura corpórea, liberando fármaco. CÁPSULAS – preparação de forma e dimensão variada, contendo em seu interior substâncias sólidas, líquidas ou pastosas. Podem ser gelatinosas ou gastroresistentes. Devem ser administradas por via oral Supositórios: forma farmacêutica para administração por via retal FORMAS FARMACEUTICAS LÍQUIDAS MAIS USADAS EM ODONTOLOGIA SOLUÇÕES – são preparações que contém um ou mais fármacos homogêneos, dissolvidos em água ou outros solventes. Podem ser administradas por vias enterais (oral, sublingual e retal) ou parenterais SOLUÇÕES DE USO ORAL – administrados por gotas, colheres ou dosificadores especiais. COLUTÓRIOS – são soluções de aplicação tópica em cavidade bucal e porção superior da laringe, administrada através de bochechos e gargarejos. Não devem ser deglutidos. SUSPENSÕES – são dispersões de partículas sólidas do fármaco em um líquido aquoso no qual ele é insolúvel. São usadas por via oral e parenteral. Por ficar suspenso, sempre deve ser agitado antes do uso. A suspenção já pode ser apresentada pronta para o uso ou pode ser comercializada para preparo, adicionando o solvente ao pó. CREME GEL POMADA FORMAS PASTOSAS 1- Medicamento de marca ou referência: É o produto inovador, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente por ocasião do seu registro no Ministério da saúde. É geralmente o primeiro medicamento que surgiu para curar determinada doença e sua marca é bem conhecida. O laboratório que detém a patente do produto tem exclusividade para produzi-lo durante 20 anos, a partir do pedido de patente. Depois deste prazo, outros laboratórios que estiverem interessados poderão produzi-lo. Com a Lei 9787/1999, instituiu-se no Brasil a comercialização de medicamentos Genéricos, com o objetivo de favorecer o acesso da população a tratamento farmacológico de qualidade por um preço acessível 2- Medicamento genérico: É um medicamento idêntico ao produto de marca. Isto é, pode ser trocado por este pois tem rigorosamente as mesmas características e efeitos sobre o organismo do paciente. A garantia é dada pelo Ministério da Saúde que exige testes de bioequivalência farmacêutica que comprovam se os dois produtos possuem a mesma forma farmacêutica, contendo idêntica composição, qualitativa e quantitativa, de princípio ativo, são absorvidos em igual quantidade e na mesma velocidade pelo organismo de quem os toma. No ano de 2003, a Anvisa publicou uma norma estabelecendo critérios para a adequação dos medicamentos já registrados e comercializados no Brasil. A normativa estabeleceu que os detentores de registro desses medicamentos apresentassem estudos comparativos com o medicamento de referência tais como, equivalência farmacêutica, perfil de dissolução e bioequivalência/biodisponibilidade relativa. A RDC 134/03 previa que até 2014 todos os medicamentos deveriam se enquadrar na resolução 3- Medicamento similar: Contém o mesmo princípio ativo, apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica do medicamento de referência. Antes da RDC 134/03 não passavam por testes de bioequivalência, portanto não eram intercambiáveis. Desde 2007 os medicamentos similares que passam pelos mesmos testes de bioequivalência e biodisponibilidade pelos quais passam os medicamentos genéricos, ganham o status de “similares equivalentes”. A Lei 9.787/1999 e a RDC 16/2007 preveem a intercambialidade entre o medicamento genérico e o seu medicamento de referência. A RDC 58/2014 prevê também a intercambialidade entre medicamento similar equivalente e o seu respectivo medicamento de referência, desde que esteja descrito na lista de medicamentos similares intercambiáveis, disponível no Portal da Anvisa e atualizados rotineiramente. PRESCREVER UTILIZANDO DE PREFERÊNCIA , O NOME GENÉRICO DO MEDICAMENTO. NO SUS ISSO É OBRIGATÓRIO. Medicamento de referência pode ser intercambiável com medicamento genérico e com medicamentos similares equivalentes, pois foram comparados entre si, demonstrando bioequivalência. Medicamento genérico não é intercambiável com medicamento similares e similares não são intercambiáveis entre si, pois não foram feitos testes de bioequivalência comparando-os, já que os testes sempre comparam um determinado produto ao seu de referência PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS: BASE LEGAL A prescrição de medicamentos pelo Cirurgião-Dentista é regulamentada pela Lei 5.081, de 24 de agosto de 1966, que determina, no artigo 6 - item I: “que o profissional deve praticar todos os atos pertinentes à Odontologia, decorrentes de conhecimentos adquiridos em curso regular ou em cursos de pós-graduação” - Item II: “que compete aos Cirurgiões-Dentistas prescrever e aplicar especialidades farmacêuticas de uso interno e externo, indicadas em Odontologia”. - item VIII ainda afirma que é direito do Cirurgião-Dentista “prescrever e aplicar medicação de urgência no caso de acidentes graves que comprometam a vida e a saúde do paciente”. PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS: COMO FAZER A receita é o documento próprio para a prescrição medicamentosa. Nela inclui-se informações sobre posologia, dosagem domedicamento, precauções e orientações adicionais. Além disso, é um instrumento legal e limita a automedicação RECEITA COMUM RECEITA ESPECIAL A RECEITA COMUM é empregada na prescrição de medicamentos de referência ou genéricos, como antiinflamatórios e analgésicos ou quando se deseja selecionar fármacos para manipulação em farmácias A RECEITA DE CONTROLE ESPECIAL é utilizada na prescrição de medicamentos à base de substâncias sujeitas a controle especial, de acordo com a Portaria 344/98, da ANVISA, como antibióticos, antiinflamatórios inibidores seletivos de COX2, antidepressivos tricíclicos, anestésicos gerais, antiparkinsonianos, etc), desde que para uso odontológico. Conforme disposto na Portaria SVS/MS nº. 344/98, o cirurgião-dentista somente pode prescrever substâncias e medicamentos sujeitos ao controle especial para uso odontológico (artigo 38 e 55, § 1º), ou seja, a portaria permite aos dentistas que prescrevam na Notificação de Receita A (amarelo) e B (azul). Não existe uma lista do que deve ou não ser prescrito, e não é o medicamento em si que é permitido ou não, mas o uso a que ele se destina. A lei que assegura aos dentistas esse direito é a Portaria SVS/MS nº. 344/98 (artigos 38 e 55, § 1º). A prescrição desses fármacos deve ser feita em receita de controle especial, contendo todos os itens da receita comum, a qual obrigatoriamente deve ser feita em no mínimo 2 vias, sendo uma da farmácia e outra do paciente. É recomendado que o CD mantenha uma via no prontuário, assinada pelo paciente ou responsável. • Escrita à tinta (pode ser digitada) • Letra legível, sem rasuras, observando nomenclatura oficial • Deve ter nome completo e endereço do paciente • Via de administração, nome do medicamento, dose, posologia, orientações. • Deve conter Identificação do profissional, endereço, número de inscrição no Conselho profissional, data, assinatura do profissional Art 35 da Lei 5991/73, estabelece regras para que a receita seja aviada RECEITA COMUM Exemplos NOME DO PROFISSIONAL ENDEREÇO PROFISSIONAL E/OU RESIDENCIAL/ TELEFONE NÚMERO INSCRIÇÃO NO CRO ESPECIALIDADES (OPCIONAL) PARA __________________________________ ENDEREÇO USO INTERNO – VIA ORAL DIPIRONA SÓDICA _____________ SOLUÇÃO ORAL _____________ 1 FRASCO TOMAR 30 GOTAS, DILUÍDAS EM ½ COPO COM ÁGUA, A CADA 6 H, DURANTE 24 HORAS. DATA E ASSINATURA (COM CARIMBO) NOME DO PROFISSIONAL ENDEREÇO PROFISSIONAL E/OU RESIDENCIAL/ TELEFONE NÚMERO INSCRIÇÃO NO CRO ESPECIALIDADES (OPCIONAL) PARA O MENOR ___________________________________ PESO: 20 KG ENDEREÇO _______________________________________ VIA ORAL AMOXIL ______________ SUSPENSÃO ORAL ____________ 250 MG/5ML _________ 1 FRASCO TOMAR 5 ML ÀS 7:OO, 15:00 E 23:00 HORAS DURANTE 7 DIAS OBS: NÃO AUTORIZO A SUBSTITUIÇÃO (se a receita tiver essa observação feita peo profissional prescritor, em que ele prescreve o medicamento de referência, e não autoriza a substituição por genérico, o medicamento de referência não será substituído por medicamento genérico na farmácia). Deve-se sempre preferir prescrever pelo nome genérico. DATA E ASSINATURA Com carimbo NOME DO PROFISSIONAL ENDEREÇO PROFISSIONAL E/OU RESIDENCIAL NÚMERO INSCRIÇÃO NO CRO PREPARAR: DIGLUCONATO DE CLOREXIDINA 0,12 % ÁGUA MENTOLADA QSP ______________ 250 ML DATA E ASSINATURA NOME DO PROFISSIONAL ENDEREÇO PROFISSIONAL E/OU RESIDENCIAL NÚMERO INSCRIÇÃO NO CRO USO EXTERNO – APLICAÇÃO TÓPICA: DIGLUCONATO DE CLOREXIDINA 0,12 % _____ FRASCO COM 250 ML BOCHECHAR COM 15 ML DA SOLUÇÃO NÃO DILUÍDA, POR 1 MINUTO, PELA MANHÃ E À NOITE, APÓS HIGIENE BUCAL, DURANTE 7 DIAS. NÃO DEGLUTIR. DATA E ASSINATURA Para a farmácia de manipulação Orientações para o paciente RECEITA DE CONTROLE ESPECIAL • Utilizada na prescrição de substâncias sujeitas a controle especial, que em sua maioria, modificam as funções nervosas superiores (Listas da Portaria 344/98). • Para a Odontologia: Os mais usadas: antiinflamatórios seletivos para COX 2 e antimicrobianos (retenção de uma via da receita na farmácia), ansiolíticos benzodiazepínicos (sujeitos a notificação de receita B azul), preparações à base de codeína e tramadol (caso dose não exceda 100 mg/unidade, emitir duas vias. Caso exceda, sujeita à notificação de receita A, amarela). Para prescrever fármaco que necessita retenção de receita: Pode ser prescrita nesse receituário específico (seria o ideal!!) ou também, mais frequentemente, no receituário comum, em 2 vias NOTIFICAÇÃO DE RECEITA “A” (AMARELA): AUTORIZA A DISPENSAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS ENTORPECENTES DAS LISTAS A1 E A2 (EX: MORFINA) E PSICOTRÓPICOS A3 (ANFETAMINAS). NOTIFICAÇÃO DE RECEITA: É o documento que autoriza a dispensação de medicamentos a base de outras substâncias que também estão sujeitas a controle especial (Portaria 344/98) FORMAS FARMACEUTICAS SÓLIDAS • NOTIFICAÇÃO DE RECEITA “B” (AZUL): Exigida na dispensação de substâncias psicotrópicas que constam da lista B1 (benzodiazepínicos, para o tratamento por, no máximo 60 dias e 5 ampols, no caso de injetáveis) e B2 (anfetaminas). Válida por 30 dias, em todo território nacional (norma recente da ANVISA). O profissional deve procurar a Vigilância sanitária municipal, fazer um cadastro e receber a numeração controlada para ser impressa no talonário, que é feito na gráfica pelo interessado. • NOTIFICAÇÃO DE RECEITA ESPECIAL: (Cor branca): Para dispensação de substâncias retinóicas, imunossupressoras ou anabolizantes, das listas C2, C3 e C5. Uso exclusivo médico. NOTIFICAÇÃO DE RECEITA: É o documento que autoriza a dispensação de medicamentos a base de outras substâncias que também estão sujeitas a controle especial (Portaria 344/98). A notificação de receita não substitui a prescrição, que deve estar afixada. A notificação fica retida na farmácia e a receita é devolvida ao paciente, com carimbo confirmando que foi aviada. O talonário de Notificação de receita e/ou numeração devem ser requisitado à Autoridade Sanitária municipal/ estadual competente OU DO DENTISTA!!
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