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PROGRAMA DE APRIMORAMENTO PROFISSIONAL SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COORDENADORIA DE RECURSOS HUMANOS JÚLIA GONZALEZ FAYÃO AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO ABDUTORA E DAS VARIÁVEIS RADIOGRÁFICAS DO QUADRIL DE ADOLESCENTES COM ESCORREGAMENTO EPIFISÁRIO PROXIMAL DO FÊMUR RIBEIRÃO PRETO 2018 PROGRAMA DE APRIMORAMENTO PROFISSIONAL SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COORDENADORIA DE RECURSOS HUMANOS JÚLIA GONZALEZ FAYÃO AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO ABDUTORA E DAS VARIÁVEIS RADIOGRÁFICAS DO QUADRIL DE ADOLESCENTES COM ESCORREGAMENTO EPIFISÁRIO PROXIMAL DO FÊMUR Monografia apresentada ao Programa de Aprimoramento Profissional/CRH/SES-SP, elaborada no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo – USP/Departamento de Biomecânica Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor. Área: Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia Orientadora: Ms. Larissa Martins Garcia Supervisora Titular: Profa. Dra. Marisa C. R. Fonseca RIBEIRÃO PRETO 2018 RESUMO Palavras chave: escorregamento epifisário proximal do fêmur, osteotomia basocervical, função abdutora O escorregamento epifisário proximal do fêmur (EEPF) é a afecção do quadril mais comum na adolescência. Está associado à restrição para os movimentos de rotação interna e flexão do quadril, fraqueza do músculo glúteo médio e anormalidades no padrão de marcha. Como tratamento, alguns estudos tem mostrado que o procedimento cirurgico de osteotomia basocervical associada à cervicoplastia melhora a biomecânica e o alinhamento do quadril, restaura a posição trocantérica e melhora a função abdutora oferecendo o risco mínimo de necrose avascular da cabeça do fêmur. Poucos estudos correlacionaram a disfunção do membro inferior com alterações radiográficas após esse procedimento. Portanto, afim de avaliar e correlacionar a função abdutora com variáveis radiográficas, neste estudo foi realizada uma avaliação clínica prospectiva através da análise radiográfica (presença ou ausência de necrose avascular, ângulo cervicodiafisário, presença de coxa brevis e altura do trocânter maior), avaliação da amplitude de movimento (ADM) passiva de abdução do quadril com auxílio do goniômetro, teste de Trendelenburg e força muscular através do dinamômetro isocinético. Quarenta pacientes foram avaliados (25 pacientes submetidos a osteotomia basocervical associada a cervicoplastia e 15 voluntários considerados saudáveis). Os resultados mostraram que quanto menor o valor do ângulo cervicodiafisário, maior a chance de apresentar a queda da pelve, apresentar coxa brevis significa ter menor torque e menor ADM, quanto maior a classificação da altura do trocânter maior, menor foi a ADM. Concluindo que após procedimento cirúrgico de osteotomia basocervical associada a cervicoplastia para correção do EEPF alguns achados radiográficos se correlacionaram de forma significativa à avaliação física e nenhum achado radiográfico teve correlação com o IFA SUMÁRIO 1. Introdução ............................................................................................................................. 5 2. Materiais e métodos .............................................................................................................. 9 2.1. Desenho do estudo ................................................................................................. 9 2.2. Aspectos éticos........................................................................................................ 9 2.3. Critérios de inclusão ............................................................................................... 9 2.4. Critérios de exclusão .............................................................................................. 9 2.5. Procedimentos ...................................................................................................... 10 2.6. Procedimento cirúrgico ........................................................................................ 11 2.7 Fisioterapia ............................................................................................................ 12 2.8 Avaliação clínica ................................................................................................... 13 2.8.1 Avaliação da amplitude de movimento .................................................. 13 2.8.2 Teste clínico ........................................................................................... 14 2.8.3 Avaliação da força muscular .................................................................. 15 2.9 Avaliação Radiográfica ......................................................................................... 17 2.10 Avaliação estatística ............................................................................................ 17 3. Resultados ........................................................................................................................... 18 3.1 Dados demográficos .............................................................................................. 18 3.2. Correlações ........................................................................................................... 19 4. Discussão e conclusão ......................................................................................................... 21 5. Referências .......................................................................................................................... 23 APÊNDICE I – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido dos pacientes maiores de 18 anos ......................................................................................................................................... 29 APÊNDICE II – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido dos representantes legais dos pacientes menores de 18 anos ................................................................................................. 31 APÊNDICE III – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido dos voluntários saudáveis maiores de 18 anos .................................................................................................................. 33 APÊNDICE IV – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido dos representantes legais dos voluntários saudáveis menores de 18 anos ............................................................................. 34 APÊNDICE V – Ficha de Avaliação ...................................................................................... 36 ANEXOS I e II – Parecer Comitê de Ética ............................................................................. 40 5 1 INTRODUÇÃO O escorregamento epifisário proximal do fêmur (EEPF) é a afecção do quadril mais comum na adolescência (LEHMANN et al., 2006). Essa doença pode ser traumática ou atraumática e é o resultado do deslizamento da metáfise proximal do fêmur em relação à cabeça femoral (LEBLANC et al., 2017) (Figura 1). A deformidade pode incluir aumento da altura do trocânter maior, colo femoral curto (coxa brevis), e redução do ângulo cervicodiafisário (coxa vara) (ALBERS et al., 2015; LODER et al., 2001). Figura 1. Reconstrução tridimensional da porção proximal do fêmur com escorregamento epifisário grave. Note a excentricidade da cabeça em relação ao colo, com grave desvio posterior. Na figura 1C está identificada a posição anatômica que a epífise femoral normalmente ocupa (Fonte: Maranho DAC. Escorregamento epifisário Proximal do Fêmur. Em Volpon JB. Fundamentos de Ortopedia e Traumatologia. 2013). Os pacientes podem apresentar restrição para os movimentos de rotação interna e flexão do quadril (CASKEY et al., 2014), com evolução para dor mal localizada no quadril, virilha, coxa ou joelho, fraquezado músculo glúteo médio e anormalidades no padrão de marcha (MILLIS, 2017; WESTHOFF et al., 2013). Goodwin et al (2007), mostraram redução do comprimento abdutor em pacientes com EEPF (GOODWIN et al, 2007). Essa afecção é mais frequente entre populações de hispânicos, polinésios, negros e americanos, a prevalência global varia de 0,7 a 10,8 adolescentes em cada 100 mil (LEHMANN et al., 2006; HART; GROTTKAU; ALBRIGHT, 2007). O sexo masculino é mais frequentemente acometido (LODER, 1996), numa proporção de 1,5 a 2,5 para 1 (LODER, 1996; HART; GROTTKAU; ALBRIGHT, 2007; NOVAIS; MILLIS, 2012). A manifestação é no início da adolescência, mais especificamente dos 11 aos 12 anos no gênero feminino e dos 12 aos 13 para o masculino (LODER, 1996; LEHMANN et al., 2006; NOVAIS; MILLIS, 2012). A etiologia pode ser multifatorial e determinada por condições 6 vasculares, anatômicas, hereditárias, inflamatórias e endocrinológicas, tão como a obesidade (HART; GROTTKAU, ALBRIGHT, 2007; LEHMANN et al., 2011). Oitenta porcento dos casos de EEPF ocorrem em pacientes com índice de massa corporal (IMC) maior que o percentil noventa e cinco (MANOFF, BANFFY, WINELL, 2005; AVERSANO et al., 2016). As radiografias, além de auxiliarem o diagnóstico, também podem ser utilizadas para classificar a gravidade do EEPF. Southwick, em 1967, descreveu um método de classificação com base no desvio angular da epífise em relação ao eixo anatômico da diáfise femoral, a partir das incidências radiográficas anteroposterior e perfil. Na incidência em perfil, ângulos menores que 30 graus em comparação com o quadril contralateral sadio foram classificados como casos leves, entre 30 e 60 graus, moderados e os maiores que 60, graves (SOUTHWICK, 1967). O EEPF também pode ser classificado como agudo, crônico e crônico agudizado (FAHEY; O’BRIEN, 1965; MORRISSY, 1990). São considerados agudos casos com sintomas intensos, de início súbito e duração inferior a três semanas. Os casos crônicos apresentam sintomas de início gradual e por mais de três semanas, sem picos de exacerbação repentinos, e os casos crônicos agudizados são aqueles em que ocorrem episódios súbitos de dor intensa, aguda, em escorregamentos crônicos (FAHEY; O’BRIEN, 1965; BOYER; MICKELSON; PONSETI, 1981; ARONSON; CARLSON, 1992; LODER; SKOPELJA, 2011) (Figura 2). Figura 2. Visão geral das diferentes condições de escorregamento epifisário proximal do fêmur (EEPF). No deslizamento agudo, pode ocorrer torção do retináculo dos vasos levando isquemia da epífise femoral. No EEPF crônico, pode ocorrer formação de forma reativa de calo, principalmente, na região posterior da metáfise. Na situação crônica agudizada, a torção pode ocorrer novamente (Fonte: TANNAST, M, JOST, L.M.; LERCH, 7 T.D.; SCHMARANZER, F.; ZIEBARTH, K.; SIEBENROCK, K.A. The modified Dunn procedure for slipped capital femoral. Journal of children's orthopaedics, v. 11, p. 138-14, 2017). Outra classificação para o EEPF diz respeito à estabilidade epifisária. Segundo Loder, Aronson e Greenfield (1993), escorregamentos são considerados estáveis quando o paciente é capaz de apoiar no membro acometido com ou sem muletas e são considerados instáveis quando o paciente sente muita dor e não consegue apoiar no lado acometido, mesmo com auxílio de muletas (LODER; ARONSON; GREENFIELD, 1993). Os tratamentos variam de epifisiodese in situ a cirurgias mais complexas, como osteotomias com ou sem luxação do quadril (FAHEY; O’BRIEN, 1965; LODER; DIETZ, 2012), com o objetivo de restaurar a função do quadril, reduzir dor e melhorar amplitude de movimento e força muscular (BITTERSOHL et al., 2015), e que isso se mantenha a longo prazo, usando uma técnica segura, com o menor número de complicações possíveis (LODER, 2017). Evidências consideram a epifisiodese in situ como o tratamento de escolha para escorregamentos estáveis (ESCOTT et al., 2015). A literatura mostrou bons resultados a longo prazo para epifisiodese in situ em deslizamentos leves, porém em casos com desvio maior, em particular naqueles com escorregamentos graves, os resultados são piores (CASKEY et al., 2014; NOVAIS et al., 2015). A epifisiodese in situ é realizada sem a redução do desvio, e a epífise permanece em posição não anatômica. A deformidade residual está associada com cinemática anormal do quadril e impacto femoroacetabular, o que pode levar ao aparecimento precoce da osteoartrite do quadril (ESCOTT et al., 2015). Portanto, somente a epifisiodese in situ pode não ser suficiente para permitir a completa resolução dos sintomas e melhorar a função do quadril em pacientes com EEPF moderado e grave, visto que a deformidade não é corrigida (NOVAIS et al., 2015). Com objetivo de diminuir a presença e o grau das deformidades residuais, reduzir os riscos de impacto femoroacetabular e osteoartrite, e melhorar a amplitude de movimento, a combinação de outra técnica cirúrgica como a osteotomia pode ser indicada (CASKEY et al., 2014; FU et al., 2014; NOVAIS et al., 2015). A osteotomia femoral basocervical é capaz de melhorar significativamente a biomecânica e o alinhamento do quadril, entretanto, tem menos potencial para corrigir a 8 deformidade porque a correção é feita "à distância” com retirada de cunha óssea anterossuperior na base do colo femoral. Em contrapartida, essa osteotomia está associada a menor risco de osteonecrose (KRAMER; CRAIG; NOEL, 1976; BARMADA et al., 1978). A osteotomia femoral basocervical é uma correção compensatória, já que a deformidade em retroversão da epífise permanece, mas é compensada pela anteversão e valgização realizada na base do colo femoral (KRAMER; CRAIG; NOEL, 1976). Esta técnica é recomendada para casos de EEPF moderados e graves, em que o deslizamento é maior que 10 milímetros e o desvio apresenta mais de 30 graus nos exames radiográficos (KRAMER; CRAIG; NOEL, 1976; FISH, 1984). Dos pacientes diagnosticados com EEPF moderado e grave, alguns apresentam a cabeça femoral posicionada principalmente em retroversão em relação ao colo, que pode ser parcialmente visualizado após a exposição cirúrgica e capsulotomia (KRAMER; CRAIG; NOEL, 1976). O acesso cirúrgico utilizado é o lateral direto, com divulsão das fibras musculares do tensor da fáscia lata, e desinserção das fibras rotadoras internas do glúteo médio, e de todo o glúteo mínimo (HARDINGE, 1982). Uma deformidade residual decorrente da osteotomia basocervical é a saliência metafisária do EEPF, que leva ao impacto femoroacetabular com limitação da mobilidade articular do quadril, principalmente para os movimentos de flexão, adução e rotação interna (RAB, 1999; LEUNIG et al., 2000). A cervicoplastia permite atenuar ou eliminar o impacto femoroacetabular, já que possibilita a retirada da proeminência metafisária da junção cervicocapital. A cervicoplastia isolada, portanto, não é capaz de corrigir a retroversão da epífise, apenas remove saliências da junção cervicocefálica femoral, por isso é uma técnica realizada em associação à osteotomia (BALI; HARRISON; BACHE, 2014; ERICKSON; SAMORA; KLINGELE, 2017). Além do risco de impacto femoroacetabular, osteonecrose da cabeça do fêmur e osteoartrite, também pode ser observado, após tratamento do EEPF, a disfunção da função do membro inferior (redução de amplitude de movimento (ADM) e fraqueza do músculo glúteo médio) (WESTHOFF et al, 2013). Poucos estudos mostram a disfunção do membro inferior após osteotomia basocervical (BALI; HARRISON; BACHE, 2014; ERICKSON; SAMORA; KLINGELE, 2017). Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar a função abdutora e correlacioná-las com variáveis radiográficas do quadril de adolescentes com EEPF moderado e grave submetidos à osteotomia basocervical associado à cervicoplastia. 9 2 MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Desenho de estudo Trata-se de uma avaliação clínica prospectiva, em que os pacientesforam recrutados no Ambulatório de Ortopedia Pediátrica do HCFMRP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto) em seus retornos pós-operatórios. Após a consulta médica rotineira, os que preenchiam os critérios de inclusão seguiram para o serviço de fisioterapia do Centro de Reabilitação do HCFMRP, onde receberam orientações e encaminhamentos para tratamento fisioterapêutico. 2.2 Aspectos éticos Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do HCFMRP (processos HCRP 942.952 e 2.357.360 - Anexos I e II). Foram solicitadas assinaturas dos termos de consentimento livre e esclarecido dos pacientes (Apêndice I) ou dos seus respectivos representantes legais (Apêndice II), assim como dos voluntários saudáveis (Apêndice III) ou dos seus respectivos representantes legais (Apêndice IV). Esta atividade de pesquisa não provocou qualquer influência no tratamento médico, fisioterapêutico, ou de qualquer outra modalidade de tratamento. 2.3 Critérios de inclusão Os critérios de inclusão foram os seguintes: Pacientes com idades entre 10 e 20 anos, com diagnóstico de EEPF moderado ou grave e tratados com osteotomia basocervical associada à cervicoplastia em pelo menos um dos quadris. Pacientes cujo procedimento cirúrgico e o seguimento ambulatorial pós-operatório foram realizados no HCFMRP. Seguimento mínimo ambulatorial de um ano e se submeteram a, pelo menos, duas das avaliações clínicas periódicas aos seis, 12 e 24 meses de pós-operatório realizados pela equipe da fisioterapia do HCFMRP. 2.4 Critérios de exclusão Os critérios de exclusão foram os seguintes: 10 Pacientes com traumas prévios nos quadris. Défice cognitivo que pudesse dificultar a compreensão das avaliações. Condições neurológicas e/ou musculoesqueléticas capazes de interferir no desempenho das avaliações, como paralisias, epilepsias, alterações importantes de sensibilidade, rigidez articular grave e dor. Pacientes que não compareceram às avaliações periódicas e não puderam ser reagendados por informações de contato desatualizadas. Pacientes que não aceitaram participar do estudo ou cujos respectivos responsáveis legais não aceitaram (no caso dos voluntários com idade inferior a 18 anos). 2.5 Procedimentos Entre os anos de 2012 e 2015, 30 pacientes com EEPF passaram pelo procedimento de osteotomia basocervical associada à cervicoplastia no HCFMRP. Cinco pacientes perderam o seguimento ambulatorial ou a avaliação de força em dinamômetro isocinético e não foram reagendados por falta de contato ou recusa. Dessa forma, neste estudo foram avaliados 25 pacientes com seguimento mínimo de um ano. Complicações como osteonecrose, condrólise ou rigidez do quadril não ocorreram. Dos 25 pacientes incluídos com EEPF moderado ou grave, quatro pacientes foram submetidos à osteotomia basocervical e cervicoplastia bilateralmente. Dos 21 pacientes submetidos à osteotomia basocervical unilateralmente, sete pacientes apresentaram EEPF contralateral e foram submetidos à epifisiodese in situ. Destes sete pacientes, cinco tinham EEPF leve e dois moderados. Quatorze pacientes apresentaram EEPF unilateral (Figura 3). A avaliação clínica realizada incluiu a mensuração da amplitude de movimento de abdução dos quadris, a realização do teste de Trendelenburg e do teste de força da musculatura abdutora do quadril em dinamômetro isocinético. Um grupo controle também foi avaliado e continha 15 voluntários saudáveis, sem história clínica de traumas ou doença nos quadris e membros inferiores, os quais foram recrutados no município de Ribeirão Preto e passaram por anamnese e exame físico para confirmar ausência de anormalidades nos quadris. Em caso de inclusão, foram encaminhados ao Centro de Reabilitação do HCFMRP e submetidos à mesma avaliação clínica realizada pelos demais pacientes, porém não foram avaliados radiograficamente. 11 Figura 3. Fluxograma de seleção e alocação dos pacientes. 2.6 Procedimento Cirúrgico A osteotomia basocervical (KRAMER; CRAIG; NOEL, 1976; BARMADA et al., 1978) associada à cervicoplastia (BALI; HARRISON; BACHE, 2014; ERICKSON; SAMORA; KLINGELE, 2017) foi indicada para casos de escorregamento moderado ou grave (ângulo de Southwick maior que 30º), crônicos e estáveis, e que tiveram perda completa de rotação interna e diminuição da flexão do quadril (inferior a 90º). A cirurgia foi realizada com o paciente em posição supina, por acesso direto lateral (HARDINGE, 1982). A porção anterior do glúteo médio foi dividida e elevada junto com o glúteo mínimo, permitindo ampla capsulotomia em Z (GANZ et al., 2001). Foi retirada cunha anterossuperior na base do colo (KRAMER; CRAIG; NOEL, 1976), preservando o córtex posterior. Com manobras de rotação interna e abdução, fecharam a osteotomia e estabilizaram com sistema de placa de 120º e parafusos de ângulo fixo. Para prevenir progressão do escorregamento e fratura do colo femoral, a epífise foi estabilizada in situ com um parafuso canulado de 7,0 mm. Após ampla exposição do colo do fêmur e do labrum acetabular, a cervicoplastia foi realizada (BALI; HARRISON; BACHE, 2014; ERICKSON; SAMORA; KLINGELE, 2017). O objetivo foi obter espaço suficiente para permitir flexão mínima de 95º sem rotação externa persistente. O 12 glúteo mínimo e a porção anterior do glúteo médio foram reinseridos com sutura transóssea (Figura 4). Figura 4. Etapas da cirurgia A: acesso cirúrgico e desinserção do vasto lateral, glúteo médio e glúteo mínimo; B: demarcação da cunha óssea anterossuperior; C: osteotomia coaptada e estabilizada com placa e parafusos. D: junção cervicocapital após a cervicoplastia. 2.7 Fisioterapia Foi seguido o protocolo de reabilitação pós-operatória do HCFMRP, e de acordo com ele os pacientes com EEPF unilateral tiveram restrição total de apoio no membro inferior acometido e utilizaram muletas por seis semanas. Após esse período, a carga foi liberada gradualmente e os pacientes utilizaram uma ou duas muletas por um período de mais quatro semanas, dependendo dos achados radiográficos quanto à ossificação da placa de crescimento e consolidação da osteotomia. Para os casos de EEPF bilateral, o uso de cadeira de rodas foi recomendado durante as seis primeiras semanas de pós-operatório. Os pacientes fizeram fisioterapia durante o período em que ficaram internados na enfermaria hospitalar desde o primeiro dia de pós-operatório, quando iniciaram exercícios isométricos para os membros inferiores, mobilização passiva do quadril e treino de marcha 13 respeitando-se a liberação de carga. Após alta hospitalar, os pacientes foram acompanhados em ambiente ambulatorial pela equipe da fisioterapia e no período de três a quatro semanas de pós-operatório a mobilização ativa do quadril foi liberada. O fortalecimento dos principais grupamentos musculares do quadril com exercícios isotônicos ocorreu de forma gradual e teve início a partir da quarta semana com exercícios em cadeia cinética aberta. Exercícios em cadeia cinética fechada foram recomendados respeitando-se a liberação de apoio prescrita pela equipe médica. Os pacientes residentes em Ribeirão Preto foram atendidos pelo serviço de fisioterapia do Centro de Reabilitação do HCFMRP e os demais foram encaminhados para atendimento fisioterapêutico em sua cidade. 2.8 Avaliação clínica Cada voluntário foi submetido à avaliação clínica periódica aos seis, 12 e 24 meses (Apêndice V) realizada por uma das duas pesquisadoras treinadas (fisioterapeutas com quatro e nove anos de experiência). 2.8.1 Avaliação da amplitude de movimento A avaliação da amplitude de movimento de abdução passiva do quadril foi bilateral e realizada por goniometria. O instrumento utilizado foi o goniômetro universal de material plástico com 20 cm de comprimento (Carci®, modelo SH5205, São Paulo, Brasil).O voluntário foi posicionado em decúbito dorsal. Antes de solicitar o movimento de abdução, a fisioterapeuta certificou-se do alinhamento pélvico do paciente, mantendo as espinhas ilíacas anterossuperiores (EIAS) no mesmo nível e com os membros inferiores perpendiculares à linha que une as EIAS (MAGEE, 2010). Foi considerada a abdução passiva máxima antes da pelve começar a se mover. O membro inferior não acometido ou menos acometido foi avaliado primeiramente. A avaliação foi feita na região anterior da coxa, sobre a articulação do quadril, enquanto o quadril contralateral foi estabilizado pela terapeuta. O eixo do goniômetro foi posicionado sobre a EIAS do lado avaliado. O braço fixo do goniômetro foi alinhado com a EIAS contralateral. O braço móvel ficou sobre a região intermédia da coxa, alinhado com o eixo patelar (linha que vai da EIAS até o centro patelar) do lado avaliado (MARQUES, 2014) (Figura 5). 14 Figura 5. Posicionamento dos braços fixo e móvel e eixo do goniômetro para avaliação da abdução do quadril. 2.8.2 Teste clínico O teste clínico de Trendelenburg foi executado com o examinador posicionado atrás do paciente para observar o alinhamento pélvico. Então, o paciente foi solicitado a retirar o membro inferior que não foi testado do chão, mantendo-se em apoio unipodal sobre o membro a ser testado (HARDCASTLE; NADE, 1985). Em indivíduos considerados saudáveis, é esperado que não haja inclinação pélvica contralateral, ou seja, se a função abdutora do membro inferior de apoio estiver boa, o paciente conseguirá sustentar o peso sem que haja inclinação pélvica para o lado da perna elevada e isso caracteriza sinal ausente (RANG, 1966; HARDCASTLE; NADE, 1985). A presença do sinal de Trendelenburg, por sua vez, ocorre quando o paciente não consegue estabilizar a pelve por pelo menos 30 segundos e há inclinação pélvica contralateral (HARDCASTLE; NADE, 1985). Neste estudo, o teste de Trendelenburg foi realizado bilateralmente, sendo que o lado não acometido ou menos acometido foi testado primeiro. Foi solicitado que o paciente permanecesse em apoio unipodal por 30 segundos (Figura 6). 15 Figura 6. Execução do teste de Trendelenburg. 2.8.3 Avaliação da força muscular A avaliação da força muscular do quadril foi realizada com base na variável de média de pico de torque (DVIR, 2002) e os dados de torque foram normalizados pela massa corporal dos indivíduos (Nm/Kg) (BALDON et al., 2012). Foi avaliada a força de contração isocinética concêntrica dos abdutores de quadril bilateralmente nas velocidades angulares de 60°/s e 120°/s (SUCATO et al., 2010; YILMAZ et al., 2010; LIU et al., 2014) com auxílio do dinamômetro isocinético Biodex Multi-Joint System 4 Pro (Biodex Medical Systems, Shirley, NY, USA). Todas as avaliações foram realizadas pela fisioterapeuta responsável pelo estudo em parceria com o técnico de laboratório de dinamometria isocinética do Centro de Reabilitação do HCFMRP. Antes de iniciar o teste de força, os voluntários foram submetidos a cinco minutos de aquecimento em cicloergômetro (50 a 100 W). Após o aquecimento, os pacientes foram posicionados em decúbito lateral e a pelve foi estabilizada com auxílio de cinto largo, proximal à crista ilíaca. O quadril do membro inferior avaliado foi alinhado em posição neutra para cada um dos três planos e o joelho foi mantido em extensão completa. O quadril e o joelho contralaterais foram mantidos em flexão (BALDON et al., 2014). Primeiramente foi avaliado o quadril não acometido ou menos acometido de cada paciente e em seguida, o quadril acometido. Os testes a 60°/s foram realizados anteriormente aos de 120°/s. 16 O eixo mecânico do dinamômetro foi alinhado com o trocânter maior do fêmur (FROST et al., 2006; CASARTELLI et al., 2011), e a alavanca foi posicionada a cinco centímetros acima da linha articular do joelho avaliado (NAKAGAWA et al., 2012) (Figura 7). Figura 7. Posicionamento dos voluntários no dinamômetro isocinético. Todos os pacientes realizaram treinamento submáximo antes do teste oficial, visando à familiarização com o aparelho. Só então o teste oficial teve início e os pacientes realizaram cinco repetições máximas para o movimento de abdução. O intervalo entre os testes de 60°/s e 120°/s teve duração de 60 segundos (FROST et al., 2006; CASARTELLI et al., 2011). Comando verbal padronizado foi oferecido pelos examinadores durante toda a realização do teste (CASARTELLI et al., 2011; BALDON et al., 2014) (Figura 8). Figura 8. Comportamento da curva isocinética para teste concêntrico/concêntrico de abdutores/adutores de quadril de um dos pacientes avaliados. 17 2.9 Avaliação radiográfica A avaliação por imagem incluiu radiografias da pelve em incidência anteroposterior, perfil do colo e Lauenstein. Foram avaliados presença ou ausência de necrose avascular, ângulo cervicodiafisário (formado entre o eixo do colo do fêmur e o eixo da diáfise femoral) (FAULKNER, et al.,1993; POLKOWSKI; CLOHISY, 2010), presença de coxa brevis (comprimento do colo femoral do quadril envolvido, distância do centro da cabeça femoral até a base do colo, 85% menor que o de um quadril considerado normal) (CLOHISY, 2008) e altura do trocânter maior (Figura 9). Figura 9. Índices radiográficos para correlacionar com exame físico. Fig. 9-A ângulo cervicodiafisário. Fig. 9-B comprimento do colo femoral (a-b) para coxa brevis. Fig. 9 -C altura do trocânter maior. (Fonte: CLOHISY, J. C.; CARLISLE, J. C.; BEAUL´ E P. E.; KIM, Y. J.; TROUSDALE, R. T.; SIERRA, R. J.; LEUNIG, M.; SCHOENECKER, P. L.; MILLIS, M. B. A systematic approach to the plain radiographic evaluation of the young adult hip. The Journal of Bone and Joint Surgery. American Volume, v. 90, n. 4, p. 47-66, 2008.) 2.10 Análise estatística Para a análise longitudinal, foi utilizado o modelo de regressão linear generalizada de efeitos mistos com ajustes em pares para os quadris submetidos à osteotomia basocervical em seis, 12 e 24 meses após a cirurgia. Para comparações entre pacientes com EEPF e indivíduos controles foi utilizado modelo de regressão linear generalizada de efeitos mistos multinível, com efeitos fixos e aleatórios considerando os agrupamentos de medidas bilaterais para o mesmo indivíduo. Para a análise pós-estimativa, aplicamos o pós-teste de contraste com ajuste para diferenças e comparações múltiplas pelo método de Bonferroni. Dentro do grupo EEPF, os quadris foram alocados de acordo com o tratamento (osteotomia basocervical e cervicoplastia, epifisiodese in situ e quadris sem deslizamento). Os quadris submetidos à fixação profilática foram agrupados com quadris contralaterais sem deslizamento para permitir comparações mais práticas. As médias de pico de torque foram normalizadas pela massa corporal, visto que os grupos avaliados têm distribuição do percentil de IMC diferente 18 e a massa corporal é um dos fatores que pode contribuir para a força muscular (DE STE CROIX; DEIGHAN; ARMSTRONG, 2003). Os coeficientes de correlação de Spearman foram avaliados entre as médias de pico de torque, ângulos de Southwick pré e pós- operatórios e amplitude de movimento de abdução. O teste exato de Fisher foi utilizado para dados categóricos demográficos. O software Stata 14.2 (StataCorp, College Station, TX, EUA) foi utilizado com um nível de significância estabelecido em 5%. 3 RESULTADOS 3.1 Dados demográficos da amostra No estudo, dos 25 pacientes submetidos à osteotomia basocervical associada à cervicoplastia e que compuseram o grupo EEPF, dezessete eram meninos (68%) e oito meninas (32%). Tal grupo apresentou média de seguimento pós-operatório de 1,6 ± 0,6 anos (intervalo: 0,6 a 3,2 anos). A média de idade na cirurgia foi de 13,2 ± 1,4 anos (variação: 10,8 a 16,4 anos). A média de idade na última avaliação foi de 14,8 ± 1,6 anos (variação:12 a 18,5 anos). O percentil médio de IMC por idade foi de 0,85 (intervalo de 0,23 a 0,99), sendo que 72% deles foram classificados como em situação de sobrepeso ou obesos (HIMES; DIETZ, 1994). Vinte e três pacientes (92%) foram submetidos à osteotomia como procedimento cirúrgico primário para correção do EEPF e dois como procedimento de revisão por terem evoluído com deformidade residual sintomática após serem previamente submetidos à epifisiodese in situ. Quatorze pacientes (56%) apresentaram EEPF unilateral, dos quais seis foram submetidos à fixação profilática no quadril contralateral no mesmo tempo operatório da osteotomia basocervical. Os outros 11 pacientes (45,8%) apresentaram doença bilateral, sendo que quatro deles foram submetidos à osteotomia basocervical e cervicoplastia em ambos os quadris e em diferentes tempos operatórios. Os sete quadris restantes contralaterais dos casos bilaterais foram submetidos à epifisiodese in situ. Seis meninos (40%) e nove meninas (60%) compuseram o grupo controle, com idade média de 16,5 ± 2,5 anos (variação: 12,6 a 20,5 anos) e percentil médio de IMC por idade de 0,5% (intervalo de 0,10 a 0,98). Os dados demográficos dos pacientes e dos voluntários do grupo controle podem ser encontrados resumidamente na tabela 1 abaixo. 19 TABELA 1. DADOS DEMOGRÁFICOS DOS GRUPOS EEPF E CONTROLE. OS VALORES SE REFEREM ÀS MÉDIAS ± DESVIO PADRÃO (MÍNIMO - MÁXIMO) VARIÁVEIS Grupo EEPF (n=25) Grupo Controle (n=15) IDADE NA AVALIAÇÃO (ANOS) 14,8 ± 1,6 (12 – 18,5) 16,5 ± 2,5 (12,6 – 20,5) TEMPO DE SEGUIMENTO (ANOS) 1,6 ± 0,6 (0,6 – 3,2) IMC PERCENTIL OBESIDADE (> 95%) 11 pacientes (44%) 1 paciente (6,7%) SOBREPESO (85 A 95%) 7 pacientes (28%) Nenhum (0%) PESO NORMAL (< 85%) 7 pacientes (28%) 14 pacientes (93,3%) GÊNERO 17 meninos (70,8%) / 8 meninas (29,2%) 6 meninos (40%) / 9 meninas (60%) 3.2 Correlação entre as variáveis radiográficas e a função abdutora do quadril A correlação entre variáveis radiográficas e a função abdutora do quadril de pacientes submetidos à osteotomia basocervical mostrou que apenas os ângulos cervicodiafisário pós- operatório teve correlação significativa (p < 0,05) com o teste de Trendelenburg, ou seja, quanto maior o ângulo, menor foi o risco de apresentar a queda da pelve. Porém, a presença de coxa brevis e a altura do trocânter maior não tiveram correlação significativa com o teste (Tabela 2). TABELA 2. CORRELAÇÃO ENTRE AS VARIÁVEIS RADIOGRÁFICAS E TRENDELENBURG VARIÁVEIS Odds ratio IC 95% Valor p ACDPÓS 0,93 0,89 0,98 *<0,01 CBPÓS (SIM VS NÃO) 4,65 0,74 29,10 0,10 TMPÓS (2+3 VS 4) 4,07 0,77 21,48 0,10 TMPÓS (2+3 VS 5) 3,71 0,78 17,73 0,10 ACDPÓS, ÂNGULO CERVICODIAFISÁRIO PÓS OPERATÓRIO; CBPÓS, COXA BREVIS PÓS OPERATÓRIO (SIM = TEVE COXA BREVIS; NÃO= NÃO TEVE COXA BREVIS); TMPÓS, ALTURA DO TROCÂNTER MAIOR PÓS OPERATÓRIO (2, 3, 4 E 5 REPRESENTAM A ALTURA DO TROCÂNTER MAIOR, QUANTO MAIS PRÓXIMO DO 5 MAIS ALTO ESTÁ POSICIONADO O TROCÂNTER MAIOR) Ângulos cervicodiafisário pós-operatórios, presença de coxa brevis e altura do trocânter maior não tiveram correlação significativa com o impacto femora acetabular (IFA) (Tabela 3). 20 TABELA 3. CORRELAÇÃO ENTRE AS VARIÁVEIS RADIOGRÁFICAS E IFA VARIÁVEIS Odds ratio IC 95% Valor p ACDPÓS 0,98 0,88 1,07 0,61 CBPÓS (NÃO VS SIM) 1,82 0,24 13,95 0,56 TMPÓS (2+3 VS 4) 0,65 0,02 17,79 0,80 TMPÓS (2+3 VS 5) 1,41 0,21 9,33 0,72 ACDPÓS, ÂNGULO CERVICODIAFISÁRIO PÓS OPERATÓRIO; CBPÓS, COXA BREVIS PÓS OPERATÓRIO; TMPÓS, ALTURA DO TROCÂNTER MAIOR PÓS OPERATÓRIO (2, 3, 4 E 5 REPRESENTAM A ALTURA DO TROCÂNTER MAIOR, QUANTO MAIS PRÓXIMO DO 5 MAIS ALTO ESTÁ POSICIONADO O TROCÂNTER MAIOR) Apresentar coxa brevis teve correlação significativa com o pico de torque de abdução no quadril, o valor encontrado foi menor em ambas as velocidades 60°/s e a 120º/s. Teve correlação siginificativa com a amplitude de movimento passivo de abdução, o valor também foi menor comparado a não apresentar coxa brevis (Tabela 4). TABELA 4. MÉDIAS DO PICO DE TORQUE E DA AMPLITUDE PASSIVA DE ABDUÇÃO DO QUADRIL EM RELAÇÃO A PRESENÇA OU NÃO DE COXA BREVIS VARIÁVEIS Teve CB Não teve CB Valor p TORQ ABD 60 41,74 54,74 *< 0,01 TORQ ABD 120 42,07 53,70 *< 0,01 ADM P ABD 28,42 31,85 *< 0,04 TORQ ABD 60, PICO DE TORQUE DE ABDUÇÃO NA VELOCIDADE DE 60°/s; TORQ ABD 120°, PICO DE TORQUE DE ABDUÇÃO NA VELOCIDADE 120°/s; ADM P ABD, AMPLITUDE PASSIVA DE ABDUÇÃO DO QUADRIL Em relação, a altura do trocânter maior, classificações mais altas tiveram correlação com menor amplitude de movimento passiva de abdução do quadril. E essa classificação não teve correlação com o torque de abdução (Tabela 5). 21 TABELA 5. MÉDIAS DO PICO DE TORQUE E DA AMPLITUDE PASSIVA DE ABDUÇÃO DO QUADRIL EM RELAÇÃO A ALTURA DO TROCÂNTER MAIOR. VARIÁVEIS 2+3 4 5 Valor p TORQ ABD 60 48,90 49,07 37,79 0,09 TORQ ABD 120 49,70 47,35 36,87 0.07 ADM P ABD 31,61 29,45 24,75 *0.02 TORQ ABD 60, PICO DE TORQUE DE ABDUÇÃO NA VELOCIDADE DE 60°/s; TORQ ABD 120°, PICO DE TORQUE DE ABDUÇÃO NA VELOCIDADE 120°/s; ADM P ABD, AMPLITUDE PASSIVA DE ABDUÇÃO DO QUADRIL. 2, 3, 4 E 5 REPRESENTAM A ALTURA DO TROCÂNTER MAIOR, QUANTO MAIS PRÓXIMO DO 5 MAIS ALTO ESTÁ POSICIONADO O TROCÂNTER MAIOR 4 DISCUSSÃO O EEPF está associado à restrição para os movimentos de rotação interna e flexão do quadril (CASKEY et al., 2014), fraqueza do músculo glúteo médio e anormalidades no padrão de marcha (MILLIS, 2017; WESTHOFF et al., 2013). Essas limitações de amplitude de movimento e força muscular podem permanecer, principalmente, nos primeiros meses após procedimento cirúrgico (ANGÉLICO; GARCIA, 2015). A literatura tem mostrado que a osteotomia basocervical associada à cervicoplastia apresenta como vantagens a melhora biomecânica, alinhamento do quadril, restauração da posição trocantérica e melhora da função abdutora oferecendo o o risco mínimo de necrose avascular da cabeça do fêmur (DUNN, 1964; LEUNIG et al., 2007; KRAMER, 1976). Porém, poucos estudos correlacionaram a disfunção do membro inferior com alterações radiográficas após esse procedimento cirúrgico. Afim de avaliar e correlacionar a função abdutora com variáveis radiográficas do quadril de adolescentes com EEPF moderado e grave, foi realizado a análise radiográfica, avaliação da ADM com auxílio do goniômetro, teste de Trendelenburg e força muscular através do dinamômetro isocinético. Os resultados mostraram que quanto maior o ângulo cervicodiafisário menor foi o risco de apresentar a queda da pelve no teste de Trendelenburg. Além disso, presença de coxa brevis teve correlação com menor torque e menor ADM passiva de abdução do quadril, quanto maior a classificação da altura do trocânter maior menor foi a ADM passiva de abdução. Nenhum achado radiográfico teve correlação com IFA. Na literatura são encontrados resultados pronvindos da avaliação de pacientes submetidos a osteotomia basocervical. Song et al (2004), mostrou redução da amplitude de movimento passiva de flexão, abdução e rotação interna, redução dos momentos abdutor e extensor de quadril e persistência da obliquidade pélvica durante a marcha após procedimento 22 cirúrgico (SONG et al, 2004). Goodwin et al (2007), encontrou redução do comprimento abdutor antes e após procedimentos cirúrgicos de correção, sendo a osteotomia na base do colo femoral a que melhorou mais a redução e isso se deve a melhora do posicionamento anatômico do trocânter maior. Em outros estudos são encontrados resultados pronvindos da avaliação de paciente submetidos a procedimento cirurgicos diferentes do nosso estudo. Standard (2011) relaciona coxa brevis com dor, fadiga, discrepância entre os membros e alterações na marcha (STANDARD, 2011). Pauwels (1976), mostrou que na presença de coxa brevis os músculosabdutores do quadril habitualmente se tornam insuficientes devido à redução do braço de alavanca (PAUWELS, 1976). A coxa brevis presente após osteotomia basocervical associada à cervicoplastia estaria relacionada à retirada da cunha óssea na base do colo femoral portanto, potencial diminuição do torque abdutor e alterações na musculatura abdutora (KRAMER; CRAIG; NOEL, 1976). Algumas limitações são encontradas em nosso estudo. Primeiro, não foi possível parear os grupos controle e EEPF, sendo que os indivíduos saudáveis apresentaram idade e percentil de IMC significativamente diferentes em relação aos pacientes. Isso aconteceu pela dificuldade em encontrar voluntários para o grupo controle que estivessem em situação de sobrepeso ou obesos tanto quanto os adolescentes do grupo EEPF. Segundo, a análise longitudinal das variáveis de força e função do quadril envolveu um número restrito de pacientes. Não raramente os pacientes faltavam ou mudavam a data de seus retornos periódicos. Apesar da análise estatística ter sido realizada com os ajustes necessários e adequados para esta situação, uma amostra maior traria resultados mais consistentes. Terceiro, a mensuração da amplitude de movimento passiva do quadril também pode ser considerada como limitação devido à dificuldade e imprecisão de se avaliar o movimento de indivíduos obesos com o goniômetro. Em virtude dos dados apresentados, o presente estudo conclui que após procedimento cirúrgico de osteotomia basocervical associada a cervicoplastia para correção do EEPF alguns achados radiográficos se correlacionaram de forma significativa à avaliação física. Quanto menor o valor do ângulo, maior a chance de apresentar a queda da pelve, apresentar coxa brevis significa ter menor torque e menor ADM, quanto maior a classificação da altura do trocânter maior, menor foi a ADM. E nenhum achado radiográfico teve correlação com o IFA. 23 5 REFERÊNCIAS 1. LEHMANN, C. L.; ARONS, R. R.; LODER, R. T.; VITALE, M. G. The epidemiology of slipped capital femoral epiphysis: an update. Journal of pediatric orthopedics, v. 26, n. 3, p. 286–290, 2006. 2. LEBLANC E; BELLEMORE J.M; CHENG T.; LITTLE D.G.; BIRKE O. Biomechanical considerations in slipped capital femoral epiphysis and insights into prophylactic fixation. Journal of children's orthopaedics, v. 11, p. 120-127, 2017. 3. 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Transplantation of the greater trochanter. In: Weil UH ed. Acetabular Dysplasia: Skeletal Dysplasias in Childhood. Berlin, Germany: Springer, p. 99–102, 1978. 29 Apêndice I – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido dos pacientes maiores de 18 anos Você está sendo convidado(a) a participar como voluntário(a) do projeto de pesquisa “Avaliação clínica, funcional e radiográfica em crianças e adolescentes com afecções no quadril”, que tem por objetivo avaliar a força muscular e os movimentos do quadril, encurtamento muscular, capacidade de andar e qualidade de vida após a cirurgia do quadril realizada no HC. Alguns estudos mostraram que crianças e adolescentes com problemas no quadril têm fraqueza muscular e diminuição dos movimentos do quadril, dificuldade para atividades do dia a dia como por exemplo andar, mesmo após a cirurgia. Nós queremos saber se a cirurgia ajudou você e outros pacientes a recuperarem a força muscular, a qualidade de vida e capacidade de andar, pois assim poderemos recomendar um tratamento de reabilitação melhor e mais padronizado para outras pessoas que venham a fazer a mesma cirurgia no futuro. Além do mais, queremos saber se essas perdas e dificuldades causadas pela doença são mantidas a longo prazo, por isso as avaliações serão também realizadas com 1 e 2 anos após a cirurgia. Caso aceite participar do estudo, no mesmo dia do retorno ambulatorial será realizada uma avaliação que inclui exame físico, aplicação de questionários, realização de força muscular com a perna e análise da marcha no Laboratório de Análise do Movimento do Centro de Reabilitação. Essas avaliações acontecerão 6 meses, 1 ano e 2 anos após a cirurgia. As formas de acompanhamento e assistência são as habitualmente realizadas pela equipe de Ortopedia Pediátrica e do CER. Para o teste de força, você realizará movimento para cima e para baixo o mais forte que conseguir, e abertura e fechamento de uma perna de cada vez na posição deitada. Para a análise da marcha, você irá caminhar aproximadamente 10 voltas sobre uma passarela. Alguns marcadores serão fixados com fita adesiva sobre o seu corpo (da cintura para baixo). Os arquivos de imagens que contêm radiografias e outros exames serão consultados. Você será informado sobre todos os resultados dos exames que irá realizar, além de colaborar com a produção de novos conhecimentos que podem melhorar o seu tratamento e das crianças que precisarão de fisioterapia no futuro. Ao término das avaliações, você será informado sobre a força e comprimento de seus músculos do quadril. Se houver a necessidade, receberá orientações da fisioterapeuta sobre como melhorar a condição muscular. Seguem abaixo algumas informações gerais: Você não será submetido(a) a desconfortos que prejudicarão a recuperação ou a cirurgia em si. Os riscos possíveis são mínimos e envolvem o desconforto do cansaço de realizar alguns movimentos fazendo força muscular, colar uma fita crepe na pele e andar durante um ou dois minutos. Se houver dor ou desconforto durante as avaliações, será oferecida e fornecida medicação analgésica, ou outros medicamentos, de acordo com a necessidade; Você tem garantia que receberá respostas a qualquer pergunta ou esclarecimento quanto aos procedimentos, riscos ou benefícios da pesquisa; Em qualquer fase do estudo, você poderá retirar o termo de consentimento e com isso deixar de fazer parte do estudo, sem que isto leve a qualquer penalidade; Os procedimentos desta pesquisa estão de acordo com as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos atendendo à Resolução nº 466/2012 Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde – Brasília/DF; Os pesquisadores asseguram a sua privacidade quanto a sua identidade e aos dados envolvidos com o estudo, os quais serão utilizados exclusivamente para fins de estudo; Na eventualidade de qualquer dano, os pesquisadores asseguram o seu tratamento integral sem nenhum custo financeiro; Uma cópia do projeto de pesquisa “Avaliação clínica, funcional e radiográfica em crianças e adolescentes com afecções no quadril” estará a sua disposição para consulta e/ou esclarecimentos de dúvidas no Centro de Reabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto / USP; Não haverá ressarcimento do ponto de vista financeiro por parte dos pesquisadores ou da Instituição, inclusive em relação ao transporte ou alimentação durante o tratamento e seguimento; O participante tem direito à indenização se houver dano decorrente exclusivamente pela participação na pesquisa, sem considerar os riscos próprios da doença e tratamento; Após as assinaturas, você receberá uma cópia desse termo de consentimento, assinado e rubricado pelos pesquisadores. 30 Após ler todas as informações contidas neste documento e ter todas as minhas dúvidas esclarecidas pelos pesquisadores, concordo em participar deste estudo. Dou pleno direito da utilização desses dados e informações para uso no ensino, pesquisa e divulgação científica. Nome do Voluntário:________________________ Assinatura __________________________ Data __________ Nome do Pesquisador:________________________ Assinatura e carimbo _________________ Data _________ Contato do Comitê de Ética em Pesquisa do HC e da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (16) 3602-2228 E-mail: larissam@hcrp.usp.br; Telefones: (16) 3602-2354 / 3602-5170 Pesquisadores responsáveis pelos exames: Larissa Martins Garcia e Daniel Augusto Carvalho Maranho mailto:larissam@hcrp.usp.br 31 Apêndice II – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido dos representantes legais dos pacientes menores de 18 anos Você está sendo convidado(a) a permitir a participação do seu(a) filho(a) como voluntário(a) do projeto de pesquisa “Avaliação clínica, funcional e radiográfica em crianças e adolescentes com afecções no quadril”, que tem por objetivo avaliar a força muscular e os movimentos do quadril, encurtamento muscular, capacidade de andar e qualidade de vida após a cirurgia do quadril realizada no HC, pela equipe da Ortopedia Pediátrica. Alguns estudos mostraram que crianças e adolescentes com problemas no quadril têm fraqueza muscular e diminuição dos movimentos do quadril, dificuldade para atividades do dia a dia como por exemplo andar, mesmo após a cirurgia. Nós queremos saber se a cirurgia ajudou você e outros pacientes a recuperarem a força muscular, a qualidade de vida e capacidade de andar, pois assim poderemos recomendar um tratamento de reabilitação melhor e mais padronizado para outras pessoas que venham a fazer a mesma cirurgia no futuro. Além do mais,queremos saber se essas perdas e dificuldades causadas pela doença são mantidas a longo prazo, por isso as avaliações serão também realizadas com 1 e 2 anos após a cirurgia. Caso você aceite que seu(a) filho(a) participe do estudo, no mesmo dia da consulta com os médicos da Ortopedia, será realizada uma avaliação que inclui exame físico, aplicação de questionários, realização de força muscular com a perna e análise da marcha no Laboratório de Análise do Movimento do Centro de Reabilitação. Essas avaliações acontecerão 6 meses, 1 ano e 2 anos após a cirurgia. As formas de acompanhamento e assistência são as habitualmente realizadas pela equipe de Ortopedia Pediátrica e do CER. Para o teste de força, seu(a) filho(a) realizará movimento para cima e para baixo o mais forte que conseguir, e abertura e fechamento de uma perna de cada vez na posição deitada. Para a análise da marcha, seu(a) filho(a) irá caminhar aproximadamente 10 voltas sobre uma passarela. Alguns marcadores serão fixados com fita adesiva sobre a pele (da cintura para baixo). Os arquivos de imagens que contêm radiografias e outros exames serão consultados. Você e seu(a) filho(a) serão informados sobre todos os resultados dos exames que irá realizar, além de colaborar com a produção de novos conhecimentos que podem melhorar o seu tratamento e das crianças que precisarão de fisioterapia no futuro. Ao término das avaliações, vocês serão informados sobre a força e comprimento de seus músculos do quadril. Se houver a necessidade, receberá orientações da fisioterapeuta sobre como melhorar a condição muscular. Seguem abaixo algumas informações gerais: Seu(a) filho(a) não será submetido a desconfortos que prejudicarão a recuperação ou a cirurgia em si. Os riscos possíveis são mínimos e envolvem o desconforto do cansaço de realizar alguns movimentos fazendo força muscular, colar uma fita crepe na pele e andar durante um ou dois minutos. Se houver dor ou desconforto durante as avaliações, será oferecida e fornecida medicação analgésica, ou outros medicamentos, de acordo com a necessidade; Vocês têm garantia que receberão respostas a qualquer pergunta ou esclarecimento quanto aos procedimentos, riscos ou benefícios da pesquisa; Em qualquer fase do estudo, vocês poderão retirar o consentimento e com isso deixar de fazer parte do estudo, sem que isto leve a qualquer penalidade ou prejuízo de tratamento; Os procedimentos desta pesquisa estão de acordo com as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos atendendo à Resolução nº 466/2012 Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde – Brasília/DF; Os pesquisadores asseguram a sua privacidade quanto a sua identidade e aos dados envolvidos com o estudo, os quais serão utilizados exclusivamente para fins de estudo; Na eventualidade de qualquer dano, os pesquisadores asseguram o tratamento integral sem nenhum custo financeiro; Uma cópia do projeto de pesquisa “Avaliação clínica, funcional e radiográfica em crianças e adolescentes com afecções no quadril” estará a sua disposição para consulta e/ou esclarecimentos de dúvidas no Centro de Reabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto / USP; Não haverá ressarcimento do ponto de vista financeiro por parte dos pesquisadores ou da Instituição, inclusive em relação ao transporte ou alimentação durante o tratamento e seguimento; O participante tem direito à indenização se houver dano decorrente exclusivamente pela participação na pesquisa, sem considerar os riscos próprios da doença e tratamento; Após as assinaturas, você receberá uma cópia desse termo de consentimento, assinado e rubricado pelos pesquisadores. Após ler todas as informações contidas neste documento e ter todas as minhas dúvidas esclarecidas pelos pesquisadores, concordo em participar deste estudo. Dou pleno direito da utilização desses dados e informações para uso no ensino, pesquisa e divulgação científica. Nome do responsável legal: _________________________ Assinatura ____________________ Data _________ 32 TERMO DE ASSENTIMENTO: Declaro ter compreendido as explicações e objetivos da pesquisa que foram feitas para mim e para meus pai ou minha mãe (ou outro responsável) e concordo em participar do estudo. Nome do menor Voluntário:________________________ Assinatura ____________________ Data __________ Nome do Pesquisador:_________________________ Assinatura e carimbo _______________ Data __________ Contato do Comitê de Ética em Pesquisa do HC e da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - (16) 3602-2228 E-mail: larissam@hcrp.usp.br; Telefones: (16) 3602-2354 / 3602-5170 Pesquisadores responsáveis pelos exames: Larissa Martins Garcia e Daniel Augusto Carvalho Maranho mailto:larissam@hcrp.usp.br 33 Apêndice III – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido dos voluntários saudáveis maiores de 18 anos Convidamos para participar de estudo sobre a força muscular, amplitude de movimento do quadril e qualidade de vida. Estudos mostraram que crianças e adolescentes com deformidade no quadril por causa das doenças de Perthes, displasia do quadril e epifisiólise tem fraqueza e rigidez do quadril, com dificuldade para atividades do dia-a-dia como andar. Este estudo compara pacientes com problemas no quadril e indivíduos saudáveis como você, com objetivo de recomendar melhor tratamento e reabilitação de pessoas que venham a ter problemas de quadril no futuro. Se você concordar em participar deste estudo, pediremos que você nos autorize a usar os resultados das avaliações do Centro de Reabilitação (CER). Você não sofrerá dano físico ou dor, e não precisará vir ao CER novamente. Só usaremos as informações da avaliação. Os possíveis riscos deste estudo são mínimos, e envolvem desconforto muscular ou articular, mas são eventos que passam rapidamente e se houver necessidade, uma medicação será fornecida. Todavia, precisamos que você nos autorize a usar os seus dados, se você não achar problema nisso. A qualquer momento, você pode pedir para ver as suas informações e questionar novamente os pesquisadores sobre a pesquisa, os riscos ou outras dúvidas que tiver. Se você não quiser mais participar deste estudo, pode pedir para sair. Não haverá ressarcimento do ponto de vista financeiro por parte dos pesquisadores ou da Instituição, inclusive em relação ao transporte ou alimentação. O participante tem direito à indenização se houver dano decorrente exclusivamente pela participação na pesquisa. As suas informações serão guardadas em sigilo, ou seja, somente os pesquisadores poderão ver os seus dados e ninguém mais. Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado, consinto em participar da presente Pesquisa. Após as assinaturas, você receberá cópia desse termo de consentimento, assinado e rubricado pelos pesquisadores. Nome do Voluntário: _________________________Assinatura __________ Data ______ Nome do Pesquisador: _______________ Assinatura e carimbo _________ Data______ Contato do Comitê de Ética em Pesquisa do HC e da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - (16) 3602-2228 E-mail: larissam@hcrp.usp.br; Telefones: (16) 3602-2354 / 3602-5170 Pesquisadores responsáveis pelos exames: Larissa Martins Garcia e Daniel Augusto Carvalho Maranho 34 Apêndice IV – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido dos representantes legais dos voluntários saudáveis menores de 18 anos Pedimos a sua permissão que seu(a) filho(a) possa participar de um estudo sobre a força muscular, amplitude de movimento do quadril, encurtamento muscular, capacidade de andar e qualidade de vida. Estudos mostraram que crianças e adolescentes com deformidade no quadril por causa das doenças de Perthes, displasia do quadril e epifisiólise tem fraqueza e rigidez no quadril, com dificuldadepara atividades do dia-a-dia como andar. Este estudo compara pacientes com problemas no quadril e indivíduos saudáveis como seu(a) filho(a), com objetivo de recomendar melhor tratamento e reabilitação de pessoas que venham a ter problemas de quadril no futuro. Se você concordar que seu (a) filho (a) participe deste estudo, pediremos que você nos autorize a usar resultados das avaliações do seu(a) filho(a) realizadas no Centro de Reabilitação. Você e seu(a) filho(a) não sofrerão dano físico ou dor e não precisarão vir ao CER novamente. Só usaremos as informações da avaliação. Os possíveis riscos deste estudo são mínimos, e envolvem o desconforto muscular ou articular, mas são eventos que passam rapidamente e se houver necessidade, uma medicação será fornecida. Todavia, precisamos que você nos autorize a usar os dados de seu(a) filho(a), se você não achar problema nisso. A qualquer momento, você pode pedir para ver as informações e questionar novamente os pesquisadores sobre a pesquisa, os riscos ou outras dúvidas que tiver. Se você não quiser que seu(a) filho(a) participe mais deste estudo, pode pedir para sair. Não haverá ressarcimento do ponto de vista financeiro por parte dos pesquisadores ou da Instituição, inclusive em relação ao transporte ou alimentação. O participante tem direito à indenização se houver dano decorrente exclusivamente pela participação na pesquisa. As informações serão guardadas em sigilo, ou seja, somente os pesquisadores poderão ver os dados de seu(a) filho(a) e ninguém mais. Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado, concordo que meu filho (minha filha) participe do presente estudo. Após as assinaturas, você receberá cópia desse termo de consentimento, assinado e rubricado pelos pesquisadores. Nome do responsável legal: __________________________ Assinatura ________ Data _______ TERMO DE ASSENTIMENTO Nós pedimos a permissão de seu pai/mãe ou adulto responsável para que você possa participar de um estudo sobre a força e o movimento do quadril e qualidade de vida. Muitas crianças e adolescentes com deformidades no quadril tem fraqueza, rigidez e dificuldade para andar. Nesse estudo nós vamos comparar pacientes com problemas no quadril e indivíduos saudáveis como você, para entender qual a melhor forma de tratar pessoas que têm problemas no quadril. Se você concordar em participar deste estudo, pediremos a você e seu pai/mãe que nos autorize a usar os resultados da avaliação que faremos aqui do Centro de Reabilitação (CER). Você não sofrerá dor, e não precisará vir ao CER novamente. Só usaremos as informações da avaliação de hoje. Nessa avaliação nós mediremos quanto o seu quadril consegue se mover e o quanto de força ele consegue fazer. Nós também pediremos para você responder dois questionários simples para sabermos o que você acha da sua saúde e se você tem dores no seu dia a dia ou se tem dificuldade para movimentar o quadril. Este estudo tem riscos pequenos, como o desconforto muscular, mas que passa 35 rapidamente e se houver necessidade, lhe daremos um remédio. A qualquer momento, você pode pedir para ver as suas informações e tirar dúvidas que tiver. Se você não quiser mais participar deste estudo, pode pedir para sair. Não haverá pagamento por parte dos pesquisadores ou da Instituição, nem em relação ao transporte ou alimentação. As suas informações serão guardadas e somente os pesquisadores poderão ver os seus dados, ninguém mais. Declaro ter compreendido as explicações e objetivos da pesquisa que foram feitas para mim e para meu pai ou minha mãe (ou outro responsável) e concordo em participar do estudo. Nome do Voluntário: _________________________________ Assinatura ________ Data _______ Nome do Pesquisador: _____________________ Assinatura e carimbo _________ Data _______ Contato do Comitê de Ética em Pesquisa do HC e da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - (16) 3602-2228 E-mail: larissam@hcrp.usp.br; Telefones: (16) 3602-2354 / 3602-5170 Pesquisadores responsáveis pelos exames: Larissa Martins Garcia e Daniel Augusto Carvalho Maranho 36 Apêndice V – Ficha de Avaliação Ficha de Avaliação Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia Ortopedia Pediátrica / Cirurgia do Quadril 6 meses pós-op 1 ano pós-op Outro AVALIADOR: Larissa Martins Garcia Crefito3/124794-F DATA: Nome: Registro HC: HD: ANTECENDENTES PESSOAIS: ATIVIDADE FÍSICA/FREQUÊNCIA: IDADE: Peso: Altura: IMC: QP: INSPEÇÃO E PALPAÇÃO (marque a localização da queixa) EVA: OBS.: 37 GONIOMETRIA: PERIMETRIA: QUADRIL ADM (A/P) D E EXTENSÃO FLEXÃO ABDUÇÃO ADUÇÃO ROT. EXTERNA ROT. INTERNA (90° flexão) JOELHO E COXA D E Centro da patela 15 CM ACIMA MARCHA E ATIVIDADES FUNCIONAIS (Insuficiência do glúteo médio, Dor, Rigidez, Posição viciosa, Encurtamento membro): AVALIAÇÃO POSTURAL (Coluna Lombar – hiperlordose, retificação; Obliquidade pélvica) COMPRIMENTO DO MEMBRO (EIAS – maléolo lateral/aparente) D: E: 38 TESTES ESPECIAIS Thomas: Ober: Trendelenburg: Drehman: Galeazzi: Trendelenburg: Galeazzi: Impacto: QUESTIONÁRIO HARRIS HIP SCORE: SF12 (50±10 é a média da população geral) - PCS (Physical Component Summary): - MCS (Mental Component Summary): AVALIAÇÃO DA FORÇA – DINAMOMETRIA ISOCINÉTICA (valores em Nm): membro não lesado 60º/s membro lesado 60º/s membro não lesado 120º/s membro lesado 120º/s #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! média de pico torque flex déficit em % média de pico torque ext déficit em % #DIV/0! *valor de referência: déficit < 15% *valor em positivo indica que o membro lesado obteve melhor desempenho ao membro não lesado 39 DIAGNÓSTICO CINÉTICO-FUNCIONAL AVALIAÇÃO DA FORÇA – DINAMOMETRIA ISOCINÉTICA (valores em Nm): membro não lesado 60º/s membro lesado 60º/s membro não lesado 120º/s membro lesado 120º/s #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! média de pico torque abd déficit em % média de pico torque add déficit em % #DIV/0! 40 Anexo I – Parecer do comitê de ética 41 42 43 Anexo II – Parecer do comitê de ética