Buscar

TRAUMA CIRURGICO

Prévia do material em texto

PROF. MARCIA GONÇALVES
Cirurgias plásticas
 Finalidade: 
Combinação de arte e ciência, que atua como 
tal,nas variações dos diferentes mecanismos 
fisiológicos de cada pessoa.
Regiões de intervencão cirúrgica:
- abdomen
- braços
- coxas
- mamas
- costas, flancos, culotes...
27/08/2019
Linhas de Langer ou de fenda
TRAUMA CIRÚRUGICO
 REPERCUSSÕES NO ORGANISMO:
 Lesões teciduais ( perda integridade da pele e tecidos)
 Perdas sanguíneas (ruptura dos vasos )
 Edemas
 Alterações hemodinâmicas
 Aumento do consumo de O2
 Risco de infecções e outros
Fisiopatologia do trauma cirúrgico
•Pesquisas demonstram que características retráteis 
variáveis são observadas na pele após a cirurgia, 
segundo a área e o indivíduo;
•O trauma mecânico da cirurgia é uma lesão celular, e 
a resposta é uma reação inflamatória;
•Regeneração das células especializadas, formação do 
tecido de granulação e a reconstrução do tecido.
 Nos traumas mecânicos, como na cirurgia plástica 
ocorre alteração estrutural ou funcional dos vasos 
linfáticos, causada por laceração ou compressão 
(hematoma, fibrose)
EDEMA
EDEMA LINFEDEMA 
 Líquido no interstício estruturas adjacentes e nos 
capilares linfáticos; pressão sobre os linfáticos 
frequência e intensidade do fluxo coletores se 
dilatam muito e suas válvulas perdem sua função; As 
proteínas não conseguem retornar para os vasos e se 
acumulam no interstício estimulando macrófagos 
e fibroblastos 
LINFOESTASE
 A cirurgia: 
ENCURTA
RECOLOCA
REDIMENSIONA
COLOCA ORGANISMO SOB STRESS 
CIRURGICO. 
então:
Se bem tratado paciente 
resultado superior de cicatrização.
Principais metas
 No tratamento inicial É REDUZIR O VOLUME DO 
EDEMA E REMOVE-LO DO LOCAL DANIFICADO.
 A remoção se dá pelo retorno venoso e fluxo linfático 
ou circulação sanguínea
 Único mecanismo de remoção de proteínas do espaço 
intersticial é através do SL.
Lesões a células e tecidos induzem uma série de 
eventos que visam conter o dano e iniciar o 
processo de cura
 Tais eventos podem ser subdivididos em: 
 Regeneração: proliferação de células e tecidos para 
substituir, morfológica e funcionalmente, estruturas 
perdidas. 
 Cicatrização: consiste na combinação entre 
regeneração e cicatrização com deposição de colágeno. 
Cura por reparação, formação de 
cicatrizes e fibrose
 •Se a lesão for grave, crônica e afetar tanto as células quanto o 
estroma, não pode haver regeneração; 
 •Nessas condições, o principal processo de cura é a deposição de 
colágeno e outros componentes da MEC cicatriz. 
 •Ao contrário da regeneração, a cicatrização “remenda”, ao invés 
de restaurar o tecido lesado; 
 •Cicatriz é a substituição de células parenquimáticas por 
colágeno, em qualquer tecido; 
 •Persistindo a lesão, a inflamação torna-se crônica, levando a um 
excesso na deposição de tecido conectivo. Esse processo chama-
se fibrose 
Cicatrização de feridas cutâneas: 
dividida em 3 processos que se sobrepõem: 
 1- Inflamação; 
 2- Formação de tecido de granulação e 
reepitelização; 
 3- remodelagem / maturação. 
INFLAMAÇÃO
 é a resposta imediata a uma lesão. A fase aguda ou 
inicial da inflamação se prolonga por 24 a 48 horas e é 
seguida por uma fase subaguda ou tardia, que se 
prolonga por mais 10 a 14 horas.
 A presença de mediadores químicos no local é 
transitória (a histamina, a serotonina, a bradicinina e 
as prostaglandinas) Um dos principais objetivos da 
liberação desses mediadores é a estimulação da 
migração de células inflamatórias (como monócitos e 
neutrófilos).
PROLIFERAÇÃO
 fase responsável pelo fechamento da lesão propriamente 
dita. A migração e ativação de fibroblastos é intensificada 
e inicia-se por volta do terceiro dia a fase proliferativa, que 
persiste por duas a três semanas, e se constitui no início da 
formação do tecido de granulação
 Durante esta fase ocorre fibroplasia, angiogênese e 
contração da ferida
 os fibroblastos passam a sintetizar ácido hialurônico, 
fibronectina e colágenos do tipo I e III, que formam a 
matriz extracelular inicial
REMODELAGEM
 A característica mais importante desta fase é a 
deposição de colágeno de maneira organizada, por isso 
é a mais importante clinicamente
 Com o tempo, o colágeno inicial (colágeno tipo III) é 
reabsorvido e um colágeno mais espesso é produzido e 
organizado ao longo das linhas de tensão. 
 Fibroblastos e leucócitos secretam colagenases que 
promovem a lise da matriz antiga.
 A cicatrização
quando há equilíbrio entre a síntese da nova matriz e a lise da 
matriz antiga, havendo sucesso quando a deposição é maior. 
Mesmo após um ano a ferida apresentará um colágeno 
menos organizado, e a força tênsil jamais retornará a 100%, 
atingindo em torno de 80% após três meses. (Campos, 2007)
A cicatrização é o restabelecimento de integridade de um 
tecido lesado e consiste em uma perfeita e coordenada 
cascata de eventos celulares e moleculares que interagem 
para que ocorra a repavimentação e a reconstituição do 
tecido.
FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO
resumo
 1ª fase da agressão ( 24hs) -
coagulação
 fase inflamatória - (48 até 72hs) 
-proteção; - liberação vasodilatadores (histamina, 
serotonina e bradcinina) ; -permeabilidade capilar 
(edema); -leucócitos ; macrófagos (2º ao 4º dia)
 2ª fase proliferativa-reparação ( em torno 15dias) 
-neovascularização (angiogênese ); fibroplasia, 
reepitelização
 3ª fase reconstrução- remodelamento ( até 1 ano)-
reorganização do colágeno 
Fase inflamatória da cirurgia a 48/72 horas: 
•É uma reação defensiva local, resposta uniforme, pois é regulada 
pelos mesmos mediadores químicos.
•Promove regeneração da arquitetura tecidual e formação do tecido 
cicatricial;
•Há perda de força elástica e tensora, edema, equimoses, 
hematomas, sensibilidade alterada.
Fase de maior nº de eventos
•Fibroblastos e as células endoteliais 
proliferam; 3 a 5 dias tecido de 
granulação.
•Neovascularização (vasos prontos no 
3°- 4° dia); melhora da força contrátil e 
tênsil; alteração de sensibilidade e dor.
•Edema
•Síntese se eleva entre o 6° e 17° PO e 
não ocorre mais depois de 42°
•linfangiogênese
•Miofibroblastos, fibroplasia.
Em torno do 5º ao 20° dia.
FASE PROLIFERATIVA
Em torno do 23º dia inicia
• Cicatriz composta por colágeno de aspecto inativo ;
• Fase de maturação; colágeno se alinham na direção da maior tensão;
•Fibrose densa, colagenizada e distribuida em torno de estruturas vasculares e 
nervosas;
•Pouca elasticidade: gera aderências;
• remodelamento do colágeno depositado.
•Remodelamento dura em torno de 1 ano de acordo com as linhas funcionais de 
estresse.
•Equilíbrio entre déposito e absorção ( cicatriz normotrófica); se déposito for maior
que absorção ( cicatriz hipertrófica ou quelóide)
FASE DE REMODELAGEM
 O equilíbrio entre a síntese e degradação da MEC 
resulta na remodelação da estrutura do tecido 
conjuntivo, e a reparação da ferida. 
 TIPOS DE CICATRIZ 
- normotrófica
- hipertrófica 
- queloideana
- atrófica
Fatores que afetam a cicatrização:
 Idade 
 Nutrição 
 Temperatura 
 Distúrbios hematológicos 
 Infecção do ferimento 
 Diabetes Mellitus 
 Corticosteróides
 Irrigaçãosanguínea 
 Corpos estranhos 
Cicatriz Normotrófica
Cicatriz Atrófica
 Ocorre quando o colágeno é produzido em
quantidade normal, mas a sua organização é
inadequada (desarranjo do paralelismo das fibras
de colágeno, que apresentam-se retorcidas. .
 caracteriza-se por estender-se de forma
saliente acima do nível da pele, permanecendo,
porém, sempre restrita à área do ferimento.
Cicatriz Hipertrófica
•É uma cicatrização cutânea hipertrófica, onde ocorre uma 
deposição excessiva de colágeno; 
•As lesões são fibroelásticas, salientes, rosadas, 
avermelhadas ou escuras e às vezes brilhantes; 
•Os mecanismos deflagradores são desconhecidos; 
•Há um componente genético envolvido e pessoas de pele 
escura são mais afetadas que as de pele clara; 
•Mesmo pequenos traumas, como arranhões, acne, furos 
para colocação de brincos e piercing, injeções; podem 
resultar em quelóides; 
QUELÓIDES
 Estende-se para além dos limites do ferimento original e
infiltra-se no tecido sadio adjacente.
 Os quelóides geralmente se formam entre 6 meses e 1 ano
após o evento indutor.
 Há vários fatores predisponentes conhecidos para a
formação de quelóides, como:
Fatores de risco de formação de 
quelóide
- Pele de cor escura
- Idade jovem
- Tensão elevada na pele
- Determinadas regiões do corpo (esterno, 
costas, orelha)
- Predisposição familiar
- Hormônios (estrogênio, tiroxina)
- Sexo feminino 
QUELÓIDE x CICATRIZ HIPERTRÓFICA
Características Quelóide C. Hipertrófica
Regressão
Limites da lesão
Intervenção 
cirúrgica
Não ocorre 
regressão
Ultrapassa os limites
Ocorre recidiva 
Regressão espontânea 
em torno de 1 ano
Fica nos limites da 
lesão
Não ocorre recidiva 
 Espessura da pele
 Direção das linhas de fenda
 Qualidade da sutura
“Zonas Perigosas”:
- Tronco: região médio-esternal até a base da
cervical anterior (cirurgias da tireóide e
traqueostomias) e região deltoidiana.
- Mama: incisão submamária (melhor
periareolar).
CICATRIZ DE BOA QUALIDADE
- Abdome: incisões medianas supra ou infra-
umbilicais.
- Face: região privilegiada, deve-se seguir as 
linhas de fenda.
Blefaroplastia
Rinoplastia
Lifiting facial Mamoplastia
Abdominoplastia 
Lipoaspiração
 Tratamento cirúrgico:
- Laser cirúrgico de Argon: destruição do
colágeno.
- Deve estar associado a Betaterapia, com
probabilidade de recidiva.
 Radioterapia:
- Betaterapia: placas que emitem radiação beta
(baixa penetração  4mm).
ABORDAGEM TERAPÊUTICA
 Medicamentosa:
- Hidrocortisona e cortisona: ação inibitória sobre
os fibroblastos, aplicação por dermojet ou
infiltração.
- Hialuronidases (150cc): infiltração para destruir
o excesso de colágeno.
- Ácido retinóico (0,05 %): aplicação tópica.
- Compressão: malha elástica poderá ser composta
de uma camada interna de silicone, que
potencializará o efeito da compressão
 Massoterapia: efeito mobilizador e liberação
das traves fibróticas.
- Massagem sueca: fricção e rolamento, com
duração de 5 a 10 min.
- Liberação miofascial: deslizamentos
profundos por 3 a 5 min.
- Massagem Transversal de Cyriax
 Ultra-som: neovascularização, ativação da
circulação, rearranjo das fibras e aumento da
extensibilidade.
- Dosimetria: 0,5 a 1,5 W/cm2, durante 5 a 10
min
- Freqüências: de 1, 3 ou 5 MHZ
 Laser:
- Estimular a microcirculação local;
 Estímulo trófico, que é proveniente da união do
efeito circulatório e incremento da divisão celular;
 Ação analgésica.
 Endermologia - Vacuoterapia
- Produz uma mobilização profunda da tela
subcutânea, permitindo um incremento na
circulação sangüínea superficial.
- Quebra de traves fibróticas
Ação antiinflamatória 1 a 3 J/cm2
Ação circulatória 1 a 3 J/cm2
Ação antálgica 2 a 4 J/cm2
Ação regenerativa 3 a 6 J/cm2
PAPEL DA ESTÉTICA NO PRÉ E PÓS
 N0 PRÉ OPERATORIO visa: 
-facilitar o ato cirúrgico -
prevenir e/ou as respostas advindas da cirurgia 
-recuperação cirúrgica mais rápida, eficiente e 
funcional; 
-diminuir ansiedade no pós 
-melhorar oxigenação, nutrição e hidratação da pele.
Objetivos pré operatório 
 Hidratar a pele 
 Aumentar a circulação na região peri umbilical 
 DLM 
 Educação e higiene respiratória (exercícios 
respiratórios) 
 Massagem para relaxar e aumentar a circulação 
 Orientações gerais: posicionamento no leito, 
respiração, uso da cinta, banho, emocional e postura 
 OBJETIVOS: RESUMO 
- preparar o cliente
- pele
- emocional
- postura
-orientações gerais 
- orientações pac. fumantes
Cuidados no pré-cirúrgico
 Neste período, além dos exames laboratoriais obrigatórios e de 
outros cuidados médicos. Será realizada avaliação, e documentadas 
as características prévias deste paciente. 
 Geralmente há indicação de: drenagem linfática, a fim de prevenir 
complexos edemas pós-operatórios, principalmente em fumantes.
 orientação quanto ao uso de cremes hidratantes ou nutritivos, para 
um adequado metabolismo cutâneo
 Orientar sobre as fases emocionais: fase da fadiga ou
arrependimento (na primeira e segunda semana), desapontamento
(15 a 25 dias), fase do alívio 25 dia em diante.
AVALIAÇÃO NO PRÉ OPERATÓRIO
 1º contato
 Avaliação: -anamnese
- -exame físico 
Condições circulatórias ( edema FEG... ) 
Avaliar cirurgias plásticas anterior (fibrose, 
aderencias...) 
Disfunções estéticas (retrações, deformidades, desvios 
posturais (que levem alterações estéticas e funcionais)
 Documentação das características prévias 
-fotografia -
perimetria -
plicometria -
peso, IMC
 CONDUTAS: 
- esfoliação 
-peelings ( diminuir espessura retalho)
- hidratação 
- desintoxicação ( talassoterapia) 
-tonificação muscular, alongamento 
-dermotonia, massagem manual e DLM ...
condutas Pré- Operatório 
 Microcorrentes
 Drenagem Linfática Manual 
 Massagem 
 Vacuoterapia
 Ultrassom (fonoforese) 
 Tratamento cosmético 
 outros
O PAPEL DOS RECURSOS 
TERAPÊUTICOS
 O emprego deles representa proporcionar o ambiente 
ideal para que a reparação da lesão aconteça.
O QUE SE CONSIDERA UMA MODALIDADE 
TERAPÊUTICA ? ? ?
PRE OPERATORIO
 PROCEDIMENTOS
 DICAS 
 Pré-operatório
 Esfoliar / Renovar / Drenar / Clarear 
 Pós-operatório
 Drenar / Acalmar / Higienizar / Restaurar / Proteger 
 PROCEDIMENTOS NA FASE PRÉ OPERATÓRIA 
 • PEELING MECÂNICO Remoção de células mortas 
Afinamento da capa córnea Ativação da circulação 
sangüínea Melhora de oxigenação dos tecidos 
 • MASSAGEM CLÁSSICA Emoliência da capa 
córnea, hidratação Ativação vascular, porque a 
nutrição torna-se dificultada devido a incisão 
cirúrgica e o descolamento tecidual. 
 HIDRATAÇÃO COSMÉTICA 
 Retenção hídrica 
 Associar a termoterapia para melhorar a 
permeabilidade celular e facilitar a absorção do 
princípio ativo hidratante. 
 • DESLOCAMENTODERMO-VASCULAR 
Dermotonificação e aumento da vascularização; 
Desfibrosar a pele (facilitar o ato cirúrgico). 
 DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL, ELETRÔNICA 
OU PRESSOTERÁPICA Desinfiltrar o líquido 
intersticial; Eliminação de toxinas; Melhora da 
circulação venosa e arterial. 
 • HIGIENIZAÇÃO PROFUNDA Afinamento de capa 
córnea; Equilíbrio do pH da pele; Remoção de 
células mortas e possíveis lesões. 
 IONTOFORESE Potencialização da absorção dos 
princípios ativos hidratantes, dermotonificantes, etc
 • MICROCORRENTE 
 Melhora na síntese de ATP ; 
 Aumenta a mobilização de proteínas plasmáticas para 
o sistema linfático; 
 Aumenta o transporte de aminoácidos e assim a síntese 
protéica; 
 Acelera a síntese de fibroblastos, etc. 
 ULTRASSOM Descompactação da gordura túrgida, 
facilitando o momento cirúrgico e diminuindo o 
traumatismo, principalmente em lipoaspiração 
 ELETROESTIMULAÇÃO MUSCULAR Fortalecer a 
musculatura que será operada

Continue navegando