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CURSO PARA A
PROVA OBJETIVA
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CURSO PARA A
PROVA OBJETIVA
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DIREITO PROCESSUAL PENAL – PROF. ANDRÉ BATISTA MIRANDA
01 – QUESTÃO:
Sobre a Condução Coercitiva para fins de interrogatório no Inquérito Policial, assinale a alternativa 
incorreta:
a) Não foi recepcionada pela Constituição de 1988, pois representa restrição à liberdade de 
locomoção e viola a presunção de não culpabilidade.
b) Quanto a condução coercitiva de investigados, ou de réus, para interrogatório sobre fatos po-
demos afi rmar que pode ensejar a: I - responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da 
autoridade que determinou; II - ilicitude das provas obtidas; III a responsabilidade civil do Esta-
do; e IV Nulidade do ato jurídico.
c) O principal argumento pela não possibilidade da condução coercitiva para fi ns de interrogató-
rio é a violação do direito a não auto incriminação.
d) O principal argumento pela não possibilidade da condução coercitiva para fi ns de interrogató-
rio é a violação da presunção de não culpabilidade.
e) O instituto da condução coercitiva pode ser utilizado para a realização de atos não invasivos 
ou que não exijam um comportamento ativo do indiciado, como por exemplo o reconhecimento 
formal.
- RESPOSTA: Alternativa C.
- PONTO DO EDITAL: 7. Juiz, Ministério Público, Acusado, Defensor, Assistentes e Auxiliares da Justiça.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Correta.
O CPP, ao tratar sobre a condução coercitiva, prevê o seguinte:
Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório, 
reconhecimento ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realizado, 
a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença.
O STF declarou que a expressão “para o interrogatório”, prevista no art. 260 do CPP, não foi 
recepcionada pela Constituição Federal. 
Assim, caso seja determinada a condução coercitiva de investigados ou de réus para 
interrogatório, tal conduta poderá ensejar: 
• A responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade;
• A ilicitude das provas obtidas;
• A responsabilidade civil do Estado.
Modulação Dos Efeitos: o STF afirmou que o entendimento acima não desconstitui (não 
invalida) os interrogatórios que foram realizados até a data do julgamento, ainda que os interrogados 
 
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tenham sido coercitivamente conduzidos para o referido ato processual. STF. Plenário. ADPF 395/DF e 
ADPF 444/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 13 e 14/6/2018 (Info 906).
Alternativa B: Correta.
Vide comentário a assertiva A.
Alternativa C: Incorreta.
Nas palavras do Ministro GILMAR MENDES:
“O direito à não autoincriminação consiste na prerrogativa do investigado 
ou acusado a negar-se a produzir provas contra si mesmo, e a não ter a 
negativa interpretada contra si. No caso, interessa o direito ao silêncio, o 
aspecto mais corrente do direito à não autoincriminação. Por projeção, o 
direito ao silêncio consistente na prerrogativa do implicado a recursar-se a 
depor em investigações ou ações penais contra si movimentadas, sem que 
o silêncio seja interpretado como admissão de responsabilidade”.
Todavia, não se pode aceitar é considerar como violação automática do presente princípio 
o mero fato do indivíduo ser conduzido coercitivamente para interrogatório, isso porque a coerção na 
condução do indivíduo em nada lhe obriga a falar ou a não ter garantido o direito ao silêncio. 
Aliás, de acordo com a atual previsão do artigo 7º, XXI, do Estatuto da OAB, é direito do 
advogado fazer-se presente e, eventualmente, formular quesitos, assistindo por completo seu cliente 
no momento do interrogatório.
Por isso, conclui o Ministro GILMAR MENDES:
Ou seja, só há potencial autoincriminação se o interrogado optar por falar, 
mesmo após advertido do direito ao silêncio. Nessas condições, haverá 
uma opção sufi cientemente informada. Não vejo o uso das declarações do 
interrogado como prova como violação ao direito à não autoincriminação.
Quanto ao ponto, ressalto que o direito ao silêncio é um direito, não um 
dever. A Constituição Federal assegura a livre manifestação, inclusive a 
investigados e presos – art. 5º, IV e XLIX. O direito constitucional ao direito 
ao silêncio só faz sentido porque o investigado pode optar por falar, e 
porque suas declarações têm valor. Não fosse assim, o interrogatório seria 
simplesmente proibido.
A palavra do acusado pode ser essencial à defesa. A versão do imputado pode 
elucidar os fatos e dissipar suspeitas. Não raro, é a partir do interrogatório 
que se descobre que o investigado é, em verdade, a vítima.
Não por acaso, a legislação consagra o direito do réu de manifestar-se 
pessoalmente sobre as suspeitas que contra ele pairam.
Cabe à defesa decidir por falar ou calar.
Submeter o investigado a interrogatório não é, por si só, uma violação ao 
direito à não autoincriminação.
 
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Disso concluo que não há violação, nem ao menos potencial, ao direito à 
não autoincriminação.
Alternativa D: Correta.
Novamente, aqui, destacamos as palavras do Ministro GILMAR MENDES, que foi o relator do 
julgamento e cujo voto foi seguido pela maioria dos demais Ministros: 
Quanto à presunção de não culpabilidade (art. 5º, LVII, da CF), seu aspecto 
relevante ao caso é a vedação de tratar pessoas não condenadas como 
culpadas.
A condução coercitiva consiste em capturar o investigado ou acusado e 
levá-lo sob custódia policial à presença da autoridade, para ser submetido 
a interrogatório.
A restrição temporária da liberdade mediante condução sob custódia por 
forças policiais em vias públicas não são tratamentos que normalmente 
possam ser aplicados a pessoas inocentes. O investigado conduzido é 
claramente tratado como culpado.
E, segundo decidiu a maioria, tais interferências não seriam compatíveis com a Constituição 
Federal de 1988, mesmo diante da consagrada relatividade dos direitos fundamentais.
Inicialmente, concluiu-se que, diferentemente da testemunha que possui o dever legal de 
comparecer para prestar depoimento, o réu ou investigado, diferentemente, pode optar pela ausência, 
sem que isso lhe prejudique.
Veja: 
Por isso, a condução coercitiva para interrogatório representa uma 
restrição da liberdade de locomoção e da presunção de não culpabilidade, 
para obrigar a presença em um ato ao qual o investigado não é obrigado 
a comparecer. Daí sua incompatibilidade com a Constituição Federal. 
(...) Logo, tendo em vista que a legislação consagra o direito de ausência 
ao interrogatório, a condução coercitiva para tal ato viola os preceitos 
fundamentais previstos no art. 5º, caput, LIV e LVII. Em consequência, deve 
ser declarada a incompatibilidade da condução coercitiva de investigado 
ou de réu para ato de interrogatório com a Constituição Federal.
Por tudo isso, restaria ferida, em última instância, a própria dignidade da pessoa humana, 
princípio fundamental da República (art. 1º, III, CF), pois traduzir-se-ia a condução coercitiva em 
verdadeira submissão forçada do indivíduo ao “Estado Acusador”. 
Portanto, percebam, a diferença argumentativa. Cuidado com a confusão envolvendo os 
argumentos pelas violações dos princípios constitucionais.
Alternativa E: Correta.
Vide comentário a assertiva A.
 
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- GABARITO DA QUESTÃO: C.
02 – QUESTÃO:
No que se refere às ações penais, assinale a alternativa correta:
a) Nos termos do Código de Processo Penal a representação será irretratável, depois do recebi-
mento da denúncia.
b) O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu o preso, será de 10 dias, e de 30 dias, se 
o réu estiver solto ou afi ançado.
c) A renúncia tácita é admitida por todos os meios de prova nos termos do CPP, já o perdão so-
menteserá admitido de forma expressa e escrita.
d) O atestado da autoridade policial em cuja circunscrição residir o ofendido será prova sufi cien-
te de pobreza para o juiz, a r requerimento da parte, nos crimes de ação privada, nomear advoga-
do para promover a ação penal.
e) Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas de-
penderá, quando a lei o exigir, de representação do Ministro da Justiça, ou de requisição do ofen-
dido ou de quem tiver a qualidade para representa-lo.
- RESPOSTA: Alternativa D.
- PONTO DO EDITAL: 2. Ação penal.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Incorreta.
Questão diuturnamente cobrada dos candidatos nos exames no que tange a retratação da 
representação é a sutil diferença entre o artigo 25 do CPP e artigo 16 da Lei 11.340/06. Como já dito 
anteriormente, atenção ao texto de lei!
Artigo 25 do CPP: “A representação será irretratável, DEPOIS DE OFERECIDA 
A DENÚNCIA.”
Artigo 16 da Lei 11.340/06: “Nas ações penais públicas condicionadas 
à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a 
renúncia a representação PERANTE O JUIZ, em AUDIÊNCIA ESPECIALMENTE 
DESIGNADA COM TAL FINALIDADE, ANTES DO RECEBIMENTO DA DENÚNCIA e 
OUVIDO O MINISTÉRIO PÚBLICO.” 
Alternativa B: Incorreta.
Um dos principais objetivos da formulação da presente questão é demonstrar a extrema 
importância do candidato da lei seca dos diplomas legais.
Na presente assertiva trocamos os prazos para oferecimento da denúncia previstos no 
 
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artigo 46 do CPP e prazos para conclusão do inquérito policial previstos no artigo 10 do CPP.
Artigo 10 do CPP: “O inquérito policial deverá terminar no prazo de 
10 dias, se o indiciado tiver sido preso em fl agrante, ou estiver preso 
preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que 
se executar a ordem da prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, 
mediante fi ança ou sem ela.”
Artigo 46 do CPP: “O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu 
preso, será de 5 dias, contando da data em que o órgão do Ministério Público 
receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou 
afi ançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade 
policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério 
Público receber novamente os autos.” 
Alternativa C: Incorreta.
Cuidado! Tanto a renúncia como o perdão são admitidos na forma tácita nos termos do 
artigo 57 do CPP: “A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios de prova”.
Alternativa D: Correta.
Alternativa correta nos termos do artigo 32 do CPP: 
Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento da parte que 
comprovar a sua pobreza, nomeará advogado para promover a ação penal.
§ 1° Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover às despesas do 
processo, sem privar-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento ou 
da família.
§ 2° Será prova sufi ciente de pobreza o atestado da autoridade policial em 
cuja circunscrição residir o ofendido. 
Alternativa E: Incorreta.
Formato de questão que infelizmente não mede conhecimento do candidato, mas ainda 
é explorada pelas bancas organizadoras de concurso público é a sutil troca de palavras para induzir 
o aluno em erro. Mesmo não entendo o melhor formato de cobrança temos que exigir a mesma de 
nossos alunos, pois a meta do nosso curso é a sua aprovação!
Atenção para a literalidade do artigo 24 do CPP: “Nos crimes de ação pública, esta será 
promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de REQUISIÇÃO do 
Ministro da Justiça, ou de REPRESENTAÇÃO do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.” 
Portanto, alternativa equivocada.
- GABARITO DA QUESTÃO: D.
 
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03 – QUESTÃO:
No que tange ao arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos de informativos 
tratado pelo CPP, assinale a alternativa correta:
a) Requerido o arquivamento do inquérito policial pelo parquet, o juiz, no caso de considerar 
improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito policial ou peças de informação 
ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público 
para oferece-lo, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado 
a atentar.
b) Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da 
mesma natureza pelo órgão do Ministério Público, este será homologado tão somente pela ins-
tância de revisão ministerial.
c) Não concordando com o arquivamento do inquérito policial a vítima ou seu representante legal 
poderão, no prazo de 15 (quinze) dias do recebimento da comunicação do arquivamento, subme-
ter à revisão da instância competente do órgão ministerial.
d) Não concordando com o arquivamento do inquérito policial a autoridade judiciaria também 
poderá suscitar a revisão do arquivamento perante a instância revisora do órgão ministerial, des-
de que se trata de infração penal praticada em detrimento da União, Estados e municípios.
e) Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento do patrimônio da União, a re-
visão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefi a do órgão a quem 
couber a sua representação judicial.
- RESPOSTA: Alternativa B.
- PONTO DO EDITAL: 2. Ação penal.
 COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Incorreta.
Atenção para as novidades legislativas! 
Nos tempos atuais nossos diplomas legais são alterados em uma velocidade absurda, daí 
exigindo do candidato um cuidado redobrado com as referidas mudanças. Na assertiva em questão foi 
colacionado o texto do artigo 28 do CPP antes da mudança promovida pela Lei 13.964/19, logo estando 
este incorreto tendo em vista sua revogação.
Alternativa B: Correta.
Assertiva correta, nos exatos termos do caput do artigo 28 após a mudança promovida pela 
Lei 13.964/19.
Alternativa C: Incorreta.
 
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Questão reiteradamente cobrada nas provas de concurso concerne aos prazos previstos na 
legislação processual penal, logo, sempre que possível memorize tais prazos.
No caso em questão, nos termos do artigo 28, § 1º, do CPP o prazo para submeter a matéria 
à revisão é de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação de arquivamento e não de 15 (quinze) 
dias como previsto no enunciado.
Alternativa D: Incorreta.
Na nova sistemática do arquivamento do inquérito policial promovida pela Lei 13.964/19 
a autoridade judiciaria não possui nenhum recurso para combater a promoção de arquivamento do 
inquérito policial promovido pelo representante do Ministério Público.
Alternativa E: Incorreta.
Na nova sistemática prevista pela Lei 13.964/19 a previsão de suscitar a revisão do 
arquivamento do inquérito policial prevista no parágrafo segundo do artigo 28 do CPP não restringe o 
objeto da revisão aos crimes exclusivamente patrimoniais, nem tão somente a União, contemplando 
também Estados e Municípios.
Para fins de fixação das alterações promovidas pela Lei 13.964/19 abaixo iremos colacionar 
quadro comparativo entre o texto legal antes e depois da referida mudança.
ANTERIOR ATUAL (LEI 13.964/19)
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao 
invés de apresentar a denúncia, requerer o 
arquivamento do inquérito policial ou de 
quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de 
considerar improcedentes as razões invocadas, 
fará remessa do inquérito ou peças de informação 
ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, 
designará outro órgão do Ministério Público para 
oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, 
ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito 
policial oude quaisquer elementos informativos 
da mesma natureza, o órgão do Ministério Público 
comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade 
policial e encaminhará os autos para a instância de 
revisão ministerial para fins de homologação, na 
forma da lei. § 1º Se a vítima, ou seu representante 
legal, não concordar com o arquivamento do 
inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) 
dias do recebimento da comunicação, submeter 
a matéria à revisão da instância competente do 
órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva 
lei orgânica. § 2º Nas ações penais relativas a crimes 
praticados em detrimento da União, Estados e 
Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito 
policial poderá ser provocada pela chefia do órgão 
a quem couber a sua representação judicial.
- GABARITO DA QUESTÃO: B.
 
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04 – QUESTÃO:
No que concerne ao ajuizamento da ação penal privada assinale a opção incorreta: 
a) No caso de morte do ofendido poderá ser intentada pelo cônjuge, ascendente, descendente ou 
irmão da vítima.
b) Nos crimes de ação privada, a autoridade judicial, a requerimento da parte que comprovar a 
sua pobreza, e esta ser certifi cada pela autoridade policial em todas as hipóteses, nomeará advo-
gado para promover a ação penal.
c) As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas poderão exercer a ação pe-
nal, devendo ser representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos designarem ou, 
no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes.
d) Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não 
tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa 
poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério 
Público, pelo juiz competente para o processo penal.
e) Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de 
queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em 
que vier a saber quem é o autor do crime.
- RESPOSTA: Alternativa B.
- PONTO DO EDITAL: 2. Ação penal.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Correta.
Assertiva correta nos termos do artigo 31 do CPP: “No caso de morte do ofendido ou quando 
declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao 
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.”
Alternativa B: Incorreta.
Alternativa incorreta, vez que a comprovação da pobreza pela parte poderá ser comprovada 
por meios autônomos, não carecendo sempre do atestado de pobreza emitido pela autoridade policial, 
nos termos do artigo 32 do CPP:
Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento da parte que 
comprovar a sua pobreza, nomeará advogado para promover a ação penal.
§ 1° Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover às despesas do 
processo, sem privar-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento ou 
da família.
§ 2° Será prova sufi ciente de pobreza o atestado da autoridade policial em 
cuja circunscrição residir o ofendido. 
 
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Alternativa C: Correta.
Assertiva correta, nos exatos termos do previsto no artigo 37 do CPP: “As fundações, 
associações ou sociedades legalmente constituídas poderão exercer a ação penal, devendo ser 
representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio destes, pelos 
seus diretores ou sócios-gerentes.”
Alternativa D: Correta.
Alternativa correta, de acordo com o artigo 33 do CPP: “Se o ofendido for menor de 18 anos, 
ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses 
deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou 
a requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente para o processo penal.”
Alternativa E: Correta.
Mais uma assertiva tratando de prazos previstos no Código de Processo Penal, atenção 
redobrada!
Artigo 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante 
legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer 
dentro do prazo de SEIS MESES, contado do dia em que vier a saber quem 
é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo 
para o oferecimento da denúncia.
- GABARITO DA QUESTÃO: B.
05 – QUESTÃO:
Acerca da Ação Civil pode-se afirmar:
I - A sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui crime obsta a propositura 
da ação civil.
II - Caso a sentença absolutória no juízo criminal tenha, categoricamente, reconhecida a inexis-
tência material do fato obstará a propositura da ação civil.
III - A sentença que concede o perdão judicial depois de reconhecida a culpa do réu enseja repa-
ração civil ex delicto.
IV - A vítima tem legitimidade ativa para propor ação civil ex delicto. Também são legitimados: o 
representante legal do ofendido, no caso do menor de 18 anos ou doente mental, e em caso de 
óbito ou de ausência, a legitimidade migra para os herdeiros.
V - O despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação não impedirá a propo-
situra da ação civil.
F, V, F, V e V.
V, V, F, F e V.
F, V, F, F e V.
F, F, F, V e V.
 
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F, V, F, V e F.
- RESPOSTA: Alternativa A.
- PONTO DO EDITAL: 3. Ação civil.
COMENTÁRIOS: 
Inicialmente convém informar que para definir como a reponsabilidade civil conexa a 
criminal será julgada possuímos três sistemas:
a) SISTEMA DE IDENTIDADE (ou da dependência absoluta) - no qual o juiz penal decide 
sobre o crime e, ainda, sobre a pretensão reparatória;
b) SISTEMA DE INDEPENDÊNCIA ABSOLUTA – o qual entende que para cada tipo de 
responsabilidade haverá um processo totalmente autônomo, que não sofrerá influência daquilo que 
vier a ser decidido na outra esfera;
c) SISTEMA DA INTERDEPENDÊNCIA (ou da independência relativa) – que estabelece a 
separação entre as jurisdições penal e civil, mas prevê mecanismos de influência da ação penal, que 
é predominante, sobre a civil;
No nosso ordenamento pátrio foi adotado o sistema de interdependência com prevalência 
da jurisdição penal: “A responsabilidade penal civil é independente da criminal, não se podendo 
questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se 
acharem decididas no juízo criminal”.
Assertiva I: Falsa.
Assertiva incorreta, tendo em vista que nos termos do artigo 67, inciso III do CPP a sentença 
absolutória que decidir que o fato imputado não constitui crime não impedira a propositura da ação 
civil. Atenção ao referido dispositivo: 
Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação civil:
I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação;
II - a decisão que julgar extinta a punibilidade;
III - a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui 
crime.
Assertiva II: Verdadeira.
Assertiva correta, vez que retrata com outras palavras o conteúdo do artigo 66 do CPP: “Não 
obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver 
sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato.”
Assertiva III: Falsa.
 
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Assertiva incorreta de acordo com a Súmula 18 do STJ “A sentença concessiva do perdão 
judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.”
Convém ressaltar que os efeitos do perdão judicial eliminam todos os efeitos penais de 
eventual sentença condenatória, não gerando reincidência, nem podendo ser usada como título 
executivo judicial na área cível.Neste sentido prevê o artigo 120 do Código Penal “A sentença que conceder perdão judicial 
não será considerada para efeitos de reincidência.”
Assertiva IV: Verdadeira.
Assertiva correta. 
Tanto a execução da sentença penal condenatória passada em julgado quanto o 
ajuizamento da ação de conhecimento no juízo cível poderão ser propostos pelo ofendido ou seu 
representante legal. Quando houver a falta do ofendido, ou do seu representante legal (art. 63, caput, 
CPP), a legitimidade é atribuída aos herdeiros.
Assertiva V: Verdadeira.
Assertiva correta, nos termos do inciso I do artigo 67 do CPP: Não impedirão igualmente a 
propositura da ação civil: o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação.
- GABARITO DA QUESTÃO: A.
06 – QUESTÃO:
No que concerne ao instituto do inquérito policial, assinale a alternativa correta:
a) Possui como característica ser inquisitivo, ofi cioso e disponível. 
b) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito policial pela autoridade judiciária, por falta 
de base para o oferecimento da acusação, a autoridade policial não mais poderá proceder a no-
vas diligências de investigação.
c) Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento de qualquer infração penal poderá comuni-
cá-la à autoridade policial, que, então, deverá reduzi-la a termo e, caso verifi que a procedência 
das informações, instaurar inquérito.
d) Mesmo em caso de sigilo decretado no IP, a autoridade policial terá de encaminhar ao instituto 
de identifi cação os dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado.
e) O rol de diligências constantes do Art. 6º do Código de Processo Penal é taxativo, tendo a auto-
ridade policial que proceder as investigações constantes do citado artigo na ordem em que elas 
se apresentam.
- RESPOSTA: Alternativa D.
- PONTO DO EDITAL: 1. Inquérito policial.
 
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 COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Incorreta.
O inquérito policial apresenta as seguintes características:
PROCEDIMENTO ESCRITO: todos os atos realizados no curso das investigações policiais serão 
formalizados de forma escrita e rubricados pela autoridade, incluindo-se nesta regra os depoimentos, 
testemunhos, reconhecimentos, acareações e todo gênero de diligências que sejam realizadas (art. 9.º 
do CPP).
OFICIOSIDADE: ressalvadas as hipóteses de crimes de ação penal pública condicionada à 
representação e dos delitos de ação penal privada, o inquérito policial deve ser instaurado ex officio
(independente de provocação) pela autoridade policial sempre que tiver conhecimento da prática de 
um delito (art. 5.º, I, do CPP). Observe-se que a instauração do inquérito policial justifica-se diante da 
notícia quanto à ocorrência de uma infração penal, como tal considerada o fato típico. Desimportam, 
assim, aspectos outros como, por exemplo, eventuais evidências de ter sido o fato praticado ao abrigo 
de causas excludentes de ilicitude ou de culpabilidade. 
OFICIALIDADE: trata-se de investigação que deve ser realizada por autoridades e agentes 
integrantes dos quadros públicos, sendo vedada a delegação da atividade investigatória a particulares, 
inclusive por força da própria Constituição Federal. 
DISCRICIONARIEDADE: a persecução, no inquérito policial, concentra-se na figura do 
delegado de polícia que, por isso mesmo, pode determinar ou postular, com discricionariedade, 
todas as diligências que julgar necessárias ao esclarecimento dos fatos. Enfim, uma vez instaurado o 
inquérito, possui a autoridade policial liberdade para decidir acerca das providências pertinentes ao 
êxito da investigação. Isto quer dizer que, no início da investigação e no seu curso, cabe ao delegado 
proceder ao que tem sido chamado pela doutrina de juízo de prognose, a partir do qual decidirá quais 
as providências necessárias para elucidar a infração penal investigada. A este juízo, mais tarde, quando 
finalizada a investigação, sucederá o juízo de diagnose, momento em que o delegado, examinando o 
conjunto probatório angariado, informará, no relatório do procedimento policial, as conclusões da 
apuração realizada. 
INQUISITORIAL: Trata-se o inquérito, assim, de um procedimento inquisitivo, voltado, 
precipuamente, à obtenção de elementos que sirvam de suporte ao oferecimento de denúncia ou 
de queixa-crime (FUNÇÃO PREPARATÓRIA do inquérito). Diz-se “precipuamente” porque, como já 
dissemos, parcela considerável da doutrina, abandonando o apego à chamada função unidirecional do 
inquérito, tem nele vislumbrado, também, FUNÇÃO PRESERVADORA, relacionada a impedir acusações 
penais desprovidas de suporte fático ou jurídico.
INDISPONIBILIDADE: uma vez instaurado o inquérito, não pode a autoridade policial, por 
sua própria iniciativa, promover o seu arquivamento (art. 17 do CPP), ainda que venha a constatar a 
atipicidade do fato apurado ou que não tenha detectado indícios que apontem o seu autor. 
SIGILOSO: ao contrário do que ocorre em relação ao processo criminal, que se rege pelo 
princípio da publicidade (salvo exceções legais), no inquérito policial é possível resguardar sigilo durante 
 
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a sua realização. Esta possibilidade inerente ao inquérito decorre, principalmente, do fato de que o 
êxito das investigações policiais prende-se, em muito, ao elemento surpresa nas diligências realizadas 
e ao fato de que as provas colhidas no inquérito são produzidas no estrépito dos acontecimentos, vale 
dizer, quando ainda não houve a possibilidade de o investigado maquiar os fatos, como muitas vezes 
ocorre na fase judicial. Por esta razão, visando assegurar a confidencialidade do inquérito policial, 
dispõe o art. 20 do Código de Processo Penal que a autoridade policial assegurará o sigilo necessário à 
elucidação do fato ou o exigido pelo interesse da sociedade. 
DISPENSÁVEL: Nem sempre será necessária a realização de inquérito para que seja oferecida 
a denúncia ou queixa, nos termos do artigo 39, §5º do CPP “O órgão do Ministério Público dispensará o 
inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, 
e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias.”. Porém, se o procedimento investigativo 
existir ele deve acompanhar a exordial amparando-a, sempre que necessário de acordo com o art. 12 
do CPP: “O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou 
outra”.
ATENÇÃO: Está previsto no edital do nosso concurso no item 1.2 do conteúdo programático 
da Disciplina Direito Processual Penal “1.2. Discussões doutrinárias acerca do inquérito policial: 
indispensabilidade;”. Porém, acreditamos que tal ponto será objeto de questionamento somente 
na segunda fase, momento apropriado para o candidato esmiuçar a discussão, na primeira fase 
aconselhamos, caso questionado, a se basear no texto legal que prevê a referida característica do 
inquérito policial.
Alternativa B: Incorreta.
Enunciado não retrata o previsto no artigo 18 do Código de Processo Penal: “Depois de 
ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a 
autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. ”
Alternativa C: Incorreta.
Não há essa obrigatoriedade de reduzir a termo a comunicação de eventual infração penal, 
o Delegado poderá partir da comunicação realizar diligências preliminares, para apurar a veracidade 
das informações obtidas anonimamente e, então, instaurar o procedimento investigatório, por meio 
de portaria.
Alternativa D: Correta.
A comunicação ao Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição congênere é rito 
obrigatório para todo inquérito policial, independentemente se for sigiloso ou não.
Art. 23 do CPP. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, 
a autoridade policial ofi ciará aoInstituto de Identifi cação e Estatística, ou 
repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, 
e os dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado.
 
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Alternativa E: Incorreta.
Conforme já explicado no comentário a alternativa A como desdobramento da característica 
discricionária conferido ao inquérito policial o rol do artigo 6º do CPP não é taxativo. Cabendo ao 
Delegado de Polícia eleger a ordens e quais diligências irá ordenar no bojo da investigação policial.
- GABARITO DA QUESTÃO: D.
07 – QUESTÃO:
Acerca dos prazos para conclusão do inquérito policial previstos no Código de Processo penal e 
leis especiais assinale a opção correta:
a) O inquérito policial de acordo com a regra prevista no CPP deverá terminar em 15 dias, se o in-
diciado tiver sido preso em fl agrante, ou se tiver preso preventivamente, ou, no prazo de 30 dias, 
quando estiver solto. 
b) O inquérito policial que tramitar perante a Justiça Militar deverá ser concluído em trinta dias 
quando o indiciado estiver preso, ou no prazo de noventa dias quando o indiciado estiver solto.
c) A previsão na Lei 11.343/06 (Drogas) é que o inquérito policial seja concluído em vinte dias, se 
o indiciado estiver preso, e em quarenta dias quando estiver solto.
d) O inquérito policial que tiver como objeto os crimes contra a economia popular deverá ser con-
cluído em 30 dias, não importando se o indiciado esteja preso ou solto.
e) O inquérito policial que tramitar perante a Justiça Federal deverá ser concluído em quinze dias 
quando o indiciado estiver preso, podendo ser prorrogado por mais quinze dias. Não há previsão 
na hipótese do indiciado solto, logo aplica-se a regra de conclusão prevista no CPP.
- RESPOSTA: Alternativa E.
- PONTO DO EDITAL: 1. Inquérito policial.
COMENTÁRIOS
PRAZO PARA A CONCLUSÃO DO IP:
O prazo para a conclusão do inquérito policial está previsto no CPP e em leis especiais.
CPP, Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado 
tiver sido preso em fl agrante, ou estiver preso preventivamente, contado o 
prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, 
ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fi ança ou sem ela.
Lei 5.010/66 (Justiça Federal)
Art. 66. O prazo para conclusão do inquérito policial será de quinze dias, 
quando o indiciado estiver preso, podendo ser prorrogado por mais quinze 
dias, a pedido, devidamente fundamentado, da autoridade policial e 
deferido pelo Juiz a que competir o conhecimento do processo.
 
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Parágrafo único. Ao requerer a prorrogação do prazo para conclusão do 
inquérito, a autoridade policial deverá apresentar o preso ao Juiz.
Lei 11.343/06 (Drogas)
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o 
indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados 
pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justifi cado da 
autoridade de polícia judiciária.
CPPM
Art. 20. O inquérito deverá terminar dentro em vinte dias, se o indiciado 
estiver preso, contado esse prazo a partir do dia em que se executar a ordem 
de prisão; ou no prazo de quarenta dias, quando o indiciado estiver solto, 
contados a partir da data em que se instaurar o inquérito.
§ 1º Este último prazo poderá ser prorrogado por mais vinte dias pela 
autoridade militar superior, desde que não estejam concluídos exames ou 
perícias já iniciados, ou haja necessidade de diligência, indispensáveis à 
elucidação do fato.
Lei n. 1.521/51 (crimes contra a economia popular)
Art. 10. (...)
§1º Os atos policiais (inquérito ou processo iniciado por portaria) deverão 
terminar no prazo de 10 (dez) dias.
- GABARITO DA QUESTÃO: E.
 
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DIREITO ADMINISTRATIVO – PROF. IGOR HENRIQUE VIALLI
08 – QUESTÃO:
Sobre o Estado, governo, administração pública e conceitos, elementos, poderes e organização, 
responda a alternativa correta:
a) Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, o Poder Executivo possui como função típica apenas 
a administrativa.
b) O Governo é composto de três elementos: povo, território e Estado.
c) O Brasil adota o sistema francês ou do contencioso administrativo no controle da atuação ad-
ministrativa.
d) A noção de legalidade possui os exatos termos tanto para o administrador quanto para o par-
ticular.
e) O Direito Administrativo é o conjunto das normas jurídicas de direito público que disciplinam 
as atividades administrativas necessárias à realização dos direitos fundamentais e a organização 
e o funcionamento das estruturas estatais e não estatais encarregadas de seu desempenho.
- RESPOSTA: Alternativa E.
- PONTO DO EDITAL: 1. Estado, governo e administração pública: conceitos, elementos, poderes e 
organização; natureza, fins e princípios. 
 COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Errado!
Nos termos do art. 2º da Constituição Federal, “são Poderes da União, independentes e 
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.
O Poder Executivo, com efeito, possui evidente função típica administrativa, que, nas 
palavras de MATHEUS CARVALHO (MANUAL DE DIREITO ADMINISTRATIVO, 7. ed, Salvador: Juspodvim, 
2020), significa:
“a atividade administrativa do Estado, a dizer, a implementação do 
que determina a lei para atender às necessidades da população, como 
infraestrutura, saúde, educação, cultura, abarcando a prestação de serviços 
públicos, a execução de obras e até mesmo a exploração de atividade 
econômica feita no interesse da coletividade”.
Essa função administrativa é bem clara na doutrina, mas vale destacar que para Celso 
Antônio Bandeira de Mello, o Poder Executivo possui também como função típica a função política ou 
de governo, traduzida, por exemplo, na ação do Executivo sobre a sanção ou veto de lei, declaração de 
guerra, entre outras.
 
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Alternativa B: Errado!
A questão visa confundir os conceitos de Estado e Governo.
Nesse sentido, segundo MATHEUS CARVALHO (MANUAL DE DIREITO ADMINISTRATIVO, 7. ed, 
Salvador: Juspodvim, 2020), Estado é uma:
(...) instituição organizada política, social e juridicamente, dotada de personalidade jurídica 
própria de Direito Público, submetida às normas estipuladas pela Constituição Federal e dirigida por 
um governo que possui soberania reconhecida tanto interna quanto externamente.
O Estado é constituído, classicamente, de três elementos: povo, território e governo.
Por sua vez, governo é elemento basilar do Estado que representa tanto a cúpula diretiva 
do Estado (seus agentes) como também a própria atividade material desempenhada pelo Estado no 
atendimento do fim público.
Alternativa C: Errado!
O sistema francês ou sistema do contencioso administrativo, também chamado de sistema 
dual, traz a ideia de que apenas o próprio Poder Executivo pode analisar a legalidade de seus atos, isto 
é, os atos administrativos só são revisados por outros entes administrativos.
Todavia, existe nesse sistema um órgão de cúpula específico para essa análise, que pode 
ser entendido como um tribunal administrativo, que exerce nitidamente uma função de jurisdição 
administrativa.
Por isso que se fala em sistema dual: a jurisdição é exercida tanto pelo Poder Judiciário, 
que possui competência para analisar conflitos que não envolvam a Administração Pública ou a 
revisão de seus atos, quanto pelo Poder Executivo, através de seus próprios “tribunais de natureza 
administrativa”.
Claramente não é o sistema adotado no Brasil, pois aqui adotamos o sistema inglês ou de 
jurisdição única, atravésdo qual todos os litígios, administrativos ou privados, estão sujeitos à análise 
do Poder Judiciário.
É claro que isso não afasta o Poder de Autotutela da administração pública, mas, sem 
sombra de dúvidas, nada afasta a atuação jurisdicional caso provocada.
Alternativa D: Errado!
O Princípio da Legalidade é considerado por Celso Antônio Bandeira de Mello justamente 
como o princípio “específico” do Estado, diferenciador e que lhe confere identidade própria.
Por conta disso, adquire um sentido diferente do expressado para o particular.
Enquanto o particular pode realizar tudo aquilo que a lei não proíbe, o administrador só 
pode fazer aquilo que a lei determina ou permite.
 
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Alternativa E: Certo!
Reproduzimos na alternativa o conceito de Direito Administrativo trazido pelo ilustre 
Professor MARÇAL JUSTEN FILHO (CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO. BH: Forum, 8. ed, ano 2012).
- GABARITO DA QUESTÃO: E.
09 – QUESTÃO:
Sobre as empresas estatais, marque a alternativa incorreta:
a) A exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária 
aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo.
b) Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com cria-
ção autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela 
União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. Desde que a maioria do capital 
votante permaneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, 
será admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direi-
to público interno, bem como de entidades da administração indireta da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios. 
c) A criação de subsidiárias depende de lei específi ca, não sendo sufi ciente a permissão já cons-
tante da lei autorizadora da instituição da própria empresa estatal.
d) Ainda que submetidos a regime celetista, os funcionários das empresas estatais são conside-
rados funcionários públicos.
e) As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fi s-
cais não extensivos às do setor privado. 
- RESPOSTA: Alternativa C.
- PONTO DO EDITAL: Organização administrativa da União: administração direta e indireta.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Certo!
Dentro da organização administrativa do Estado, as empresas estatais (empresas públicas 
e sociedades de economia mista) ganham bastante relevância e, por isso, são extremamente cobradas 
em provas de concurso.
A Lei n. 13.303/2016 dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade 
de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, atendendo justamente ao comando constitucional acerca da matéria:
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração 
direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando 
 
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necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse 
coletivo, conforme defi nidos em lei.
 § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade 
de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica 
de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, 
dispondo sobre: (...)
Alternativa B: Certo, nos termos do Estatuto acima mencionado:
Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de 
direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, 
cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo 
Distrito Federal ou pelos Municípios. 
 Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em 
propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, 
será admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras 
pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da 
administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios.
Por sua vez:
Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade 
jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma 
de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua 
maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a 
entidade da administração indireta.
 § 1º A pessoa jurídica que controla a sociedade de economia mista tem os 
deveres e as responsabilidades do acionista controlador, estabelecidos 
na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 , e deverá exercer o poder de 
controle no interesse da companhia, respeitado o interesse público que 
justifi cou sua criação.
 § 2º Além das normas previstas nesta Lei, a sociedade de economia mista 
com registro na Comissão de Valores Mobiliários sujeita-se às disposições 
da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976 .
Alternativa C: Incorreto!
Nos termos do art. 37, XIX, da Constituição Federal, as empresas públicas e as sociedades 
de economia mista são criadas a partir de autorização constante em lei específica, diferentemente das 
autarquias, cuja existência já ocorre com aprovação da lei (em suma, lei específica cria autarquia e 
autoriza a criação de empresa estatal).
Se há autorização para criação, deve haver, também, o registro dos atos constitutivos do 
Cartório da Pessoa Jurídica ou na Junta Comercial.
Sobre a criação das subsidiárias, se já houver previsão na lei que autorizou a criação da 
empresa estatal acerca da possibilidade do estabelecimento de subsidiárias, não se exige a edição de 
lei específica.
 
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Alternativa D: Certo!
A propósito:
RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. SERVIDOR 
PÚBLICO DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA. DIREITO À TRANSFERÊNCIA 
EX OFFICIO DE INSTITUIÇÃO DE ENSINO CONGÊNERE. ART. 1º DA LEI 
9.536/97. DEFICIÊNCIA DA FUNDAMENTAÇÃO RECURSAL. AUSÊNCIA DE 
PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS Nº 282/STF E 211/STJ. 1. O conceito 
de funcionário público abarca todos os servidores que prestam serviços 
às entidades públicas, sejam elas da administração direita ou indireta, 
integrantes da Administração pública, sendo irrelevante o regime jurídico 
a que estão submetidos. (Precedentes: REsp 441.891 - PB, Relator Ministra 
ELIANA CALMON, Segunda Turma, DJ de 02 de junho de 2.003 e REsp 177.821 
- PB - Relator Ministro MILTON LUIZ PEREIRA, Primeira Turma, DJ 11 de 
março de 2.002). (…) (REsp 801.122/DF, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA 
TURMA, julgado em 12/02/2008, DJe 27/03/2008)
Alternativa E: Correto, traduzindo-se a previsão constitucional do art. 173, §2º.
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
10 – QUESTÃO:
Sobre os poderes administrativos, responda a incorreta:
a) Os Poderes Administrativos são instrumentos através dos quais o Poder Público exerce sua 
função administrativa no interesse do coletivo.
b) O desvio de poder ocorre toda vez que o administrador ultrapassa os limites de sua competên-
cia.
c) O Poder Normativo ou Regulamentar pode ser defi nido como no poder conferido à Administra-
ção Pública de expedir normas gerais, ou seja, atos administrativos gerais e abstratos com efeitos 
erga omnes.
d) Regulamento é o ato normativo privativo do chefe do Poder Executivo e o decreto é sua forma.
e) Compete privativamente ao Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre extinção 
de funções ou cargos públicos, quando vagos. 
- RESPOSTA: Alternativa B.
- PONTO DO EDITAL: Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder 
regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Certo!
Trata-se da definição de MATHEUS CARVALHO (op. cit.) sobre os poderes administrativos:22#OUSEDELTA
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(…) os poderes administrativos são chamados de Poderes-deveres e 
estes poderes são instrumentais, ou seja, não são poderes em si mesmos, 
mas sim mecanismos ou instrumentos de trabalho por meio dos quais os 
órgãos e entidades administrativas executam suas tarefas e cumprem suas 
funções. Daí, a característica da instrumentalidade. De fato, esses poderes 
são indispensáveis à persecução do interesse coletivo e são mecanismos 
concedidos ao ente estatal pra que ele consiga alcançar o fi m público que 
almeja.
Alternativa B: Errado!
Segundo MATHEUS CARLVALHO (op. cit), o abuso de poder, que pode resumido no agir 
administrativo fora dos limites legais, pode ser dividido em EXCESSO DE PODER (aparece toda vez que 
o administrador ultrapassa os limites de sua competência), sendo, pois um vício de competência e 
DESVIO DE PODER (quando o agente atua dentro dos limites de sua competência legalmente definida, 
mas visando uma finalidade diversa daquela que estava prevista inicialmente).
Portanto, a alternativa confunde os institutos.
Alternativa C: Certo!
Trata-se da definição por MATHEUS CARVALHO (op cit), complementando o autor, ainda, 
que “não se trata de poder para edição de leis, mas apenas um mecanismo para edição de normas 
complementares à lei”.
Alternativa D: Correto!
O regulamento, assim, é expedido através de um decreto, como também ensina o Professor 
MATHEUS CARVALHO.
Alternativa E: Certo!
Relembrando-se, aqui, o importante conteúdo do art. 84, VI, da Constituição Federal, 
sempre muito exigido nessa temática:
 Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
(…) 
VI - dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 32, de 2001)
 a) organização e funcionamento da administração federal, quando não 
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; 
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
 b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
Como explica a doutrina, os decretos, em tese, são editáveis para regulamentar o 
devido exercício da lei. Todavia, nos casos do art. 84, temos verdadeiras hipóteses de regulamentos 
“autônomos”, assim definidos por MATHEUS CARVALHO (op cit) como “os que atuam substituindo a lei e 
 
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têm o condão de inovar o ordenamento jurídico, determinando normas sobre matérias não disciplinadas 
em lei. São substitutos da lei e não facilitadores da lei, uma vez que são expedidos sem contemplar 
qualquer lei anterior”.
- GABARITO DA QUESTÃO: B.
11 – QUESTÃO:
Sobre o Poder de Polícia, responda a correta:
a) Trata-se do Poder Administrativo de aplicação de sanções àqueles que estejam sujeitos à dis-
ciplina do ente estatal.
b) A administração pública não possui interesse de agir para tutelar em juízo atos em que ela 
poderia atuar com base em seu poder de polícia, em razão da inafastabilidade do controle juris-
dicional. 
c) A prerrogativa de fi scalizar as atividades nocivas ao meio ambiente concede ao Instituto Brasi-
leiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA interesse jurídico sufi ciente 
para exercer seu poder de polícia administrativa, desde que o bem não esteja situado dentro de 
área cuja competência para o licenciamento seja do município ou do estado. 
d) É legítima a cobrança da taxa de localização, fi scalização e funcionamento quando notório o 
exercício do poder de polícia pelo aparato administrativo do ente municipal, sendo dispensável a 
comprovação do exercício efetivo de fi scalização
e) A autoexecutoriedade está presente em todos os atos praticados no exercício regular do poder 
de polícia.
- RESPOSTA: Alternativa D.
- PONTO DO EDITAL: Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder 
regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Errado!
Cuidado com a confusão entre os conceitos de poder de polícia e poder disciplinar!
Como ensina MATHEUS CARVALHO (op cit), o poder disciplinar “trata da atribuição pública 
de aplicação de sanções àqueles que estejam sujeitos à disciplina do ente estatal”. 
Para tanto, necessária configuração de uma relação especial entre a administração 
pública e o indivíduo, tal como ocorre com os servidores públicos, os que celebram contratos com 
a administração, etc. Em suma, não é para com todo e qualquer indivíduo, como ocorre no Poder de 
Polícia!
Como ensina FERNANDA MARINELA, o Poder de Polícia é 
“um instrumento conferido ao administrador que lhe permite condicionar, restringir, frenar o exercício 
da atividade, o uso e gozo de bens e direitos pelos particulares, em nome do interesse da coletividade”
(DIREITO ADMINISTRATIVO, 9.ed, São Paulo: Saraiva, 2015).
 
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Sua definição legal encontra-se no art. 78, do CTN:
Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, 
limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática 
de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à 
segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do 
mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão 
ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à 
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
Alternativa B: Errado!
Conforme entendimento do e. STJ:
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. HONORÁRIOS. AUSÊNCIA DE 
PREQUESTIONAMENTO. ATO ADMINISTRATIVO. INTERESSE DE AGIR. NÃO 
AFASTADO PELO PODER DE POLÍCIA. PRECEDENTE DESTA CORTE. 1. O 
Tribunal a quo não analisou a matéria recursal à luz dos arts. 20 do Código de 
Processo Civil e 22 da Lei n. 8.906/94, mas tão somente pautou suas razões de 
decidir na falta de interesse de agir do Município e limitou-se a fi xar a verba 
honorária em 10% sobre o valor da causa. Incidência das Súmulas ns. 282 e 
356 do Supremo Tribunal Federal. 2. “A simples possibilidade do exercício 
do poder de polícia estatal e da executoriedade dos atos administrativos, 
caso se prestasse a impedir o acesso ao Poder Judiciário, excluiria per se 
toda e qualquer demanda ajuizada por ente público, porque a propedêutica 
do direito administrativo atribui o predicado da autoexecutoriedade, em 
tese, a todo ato administrativo, assim como o poder de polícia constitui-se 
como prerrogativa inerente e estrutural da Administração Pública” (AgRg 
no REsp 1.396.306/PE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA 
TURMA, julgado em 14/10/2014, DJe 20/10/2014). 3. No caso concreto, 
conclui-se que está presente o interesse de agir do Município, que pretende 
a regularização da edifi cação em apreço, nos termos da legislação local, 
sob pena de multa diária. Recurso especial conhecido em parte e provido. 
(REsp 1366338/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, 
julgado em 14/04/2015, DJe 20/04/2015)
Alternativa C: Errado!
Também conforme entendimento do e. STJ, “a prerrogativa de fiscalizar as atividades 
nocivas ao meio ambiente concede ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis - IBAMA interesse jurídico suficiente para exercer seu poder de polícia administrativa, ainda 
que o bem esteja situado dentro de área cuja competência para o licenciamento seja do município ou 
do estado” (AgInt no REsp 1484933/CE,Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA TURMA,Julgado 
em 21/03/2017,DJE 29/03/2017).
 
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Alternativa D: Errado!
Também conforme entendimento do e. STJ, “é legítima a cobrança da taxa de localização, 
fiscalização e funcionamento quando notório o exercício do poder de polícia pelo aparato administrativo 
do ente municipal,sendo dispensável a comprovação do exercício efetivo de fiscalização” AgRg no 
AREsp 308841/SC,Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA,Julgado em 22/10/2013,DJE 
05/12/2013 .
Alternativa E: Correto! Atenção, colegas.
Sobre os atributos do ato administrativos, valendo-nos das lições de FERNANDA MARINELA 
(op cit), que adota a posição de MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO e HELY LOPES MEIRELLES, os atributos 
do poder de polícia são: (i) discricionariedade, (ii) autoexecutoriedade e (iii) coercibilidade.
A discricionariedade e, síntese, capacidade de quase sempre poder escolher o melhor 
momento para atuação para a consecução do fim público, conforme critérios de oportunidade e 
conveniência.
A coercibilidade, por sua vez, é a “característica que torna o ato obrigatório independentemente 
da vontade do administrativo”.
Por fim, a autoexecutoriedade é a característica, intrinsicamente relacionada à 
coercibilidade, de a administração fazer valer por si mesmo seus atos, independentemente de suporte 
de outros poderes.
Ela se divide, segundo ela, em exigibilidade e executoriedade.
A exigibilidade traz consigo “meios indiretos de coerção” que são conferidos para exigir o 
cumprimento do ato, tal como a imposição de uma multa.
Por sua vez, a executoriedade é a possibilidade de “realização diretamente de suas decisões”, 
com meios diretos de coerção, tal como uma demolição realizada pelo poder público.
A exigibilidade, finaliza, é a regra do ato de poder de polícia, mas a executoriedade só está 
presente quando autorizada expressamente por lei ou quando revelado caráter urgente e imprescindível 
de atuação imediata! Portanto, não está presente em todo e qualquer ato!
- GABARITO DA QUESTÃO: D.
12 – QUESTÃO:
Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, 
sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Nesse norte, não encontra amparo 
na lei de serviços públicos: 
a) A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a 
sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço.
 
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b) Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emer-
gência ou após prévio aviso, quando motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das 
instalações.
c) Toda concessão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que obser-
vará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quan-
to à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente.
d) É obrigação do usuário contribuir para a permanência das boas condições dos bens públicos 
através dos quais lhes são prestados os serviços.
e) As concessões e permissões sujeitar-se-ão à fi scalização pelo poder concedente responsável 
pela delegação, com a cooperação dos usuários. 
- RESPOSTA: Alternativa C.
- PONTO DO EDITAL: Serviços públicos: conceito, classificação, regulamentação e controle; forma, 
meios e requisitos; delegação: concessão, permissão, autorização 
 COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Certo!
A leitura da lei seca é também imprescindível na matéria de direito administrativo, sendo 
certo que pela própria extensão do conteúdo programático, é possível fazer o estudo de todas as leis 
que fundamentam os temas cobrados!
Nesse sentido, abordamos aqui a Lei de Serviços Públicos (n. 8.987/95).
Nos termos do art. 2º, §6º, “a atualidade compreende a modernidade das técnicas, do 
equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço”.
Trata-se de um dos princípios que norteiam a prestação do serviço público, também 
chamado de princípio da “adaptabilidade”, diretamente ligado ao princípio da eficiência!
Alternativa B: Certo!
O Princípio da Continuidade diz que o serviço deve ser prestado sem interrupções indevidas 
e/ou injustificadas!
Nos termos da lei, todavia, são disciplinadas suas hipóteses que, pelos termos da redação 
utilizada, sequer caracterizam “descontinuidade” do serviço público! Vejam:
§ 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção 
em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; 
e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
 
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Alternativa C: Errado! 
A alternativa confunde os institutos de concessão e permissão de serviço público! Vejam:
Art. 14. Toda concessão de serviço público, precedida ou não da execução 
de obra pública, será objeto de prévia licitação, nos termos da legislação 
própria e com observância dos princípios da legalidade, moralidade, 
publicidade, igualdade, do julgamento por critérios objetivos e da 
vinculação ao instrumento convocatório. 
(...)
Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato 
de adesão, que observará os termos desta Lei, das demais normas 
pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à 
revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente.
Parágrafo único. Aplica-se às permissões o disposto nesta Lei.
Pela importância, assim como a autorização, tudo será objeto de estudo em questão 
própria.
Alternativa D: Correto!
Art. 7º. Sem prejuízo do disposto na Lei no 8.078, de 11 de setembro de 
1990, são direitos e obrigações dos usuários:
I - receber serviço adequado;
II - receber do poder concedente e da concessionária informações para a 
defesa de interesses individuais ou coletivos;
III - obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre vários 
prestadores de serviços, quando for o caso, observadas as normas do poder 
concedente. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998;
IV - levar ao conhecimento do poder público e da concessionária as 
irregularidades de que tenham conhecimento, referentes ao serviço 
prestado;
V - comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos praticados pela 
concessionária na prestação do serviço;
VI - contribuir para a permanência das boas condições dos bens públicos 
através dos quais lhes são prestados os serviços.
Alternativa E: Certo!
Art. 3º As concessões e permissões sujeitar-se-ão à fi scalização pelo poder 
concedente responsável pela delegação, com a cooperação dos usuários. 
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
 
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13 – QUESTÃO:
Pedro foi condenado pela prática de crime grave e cumpre pena privativa de liberdade em 
presídio estadual. Pedro enfrenta problemas depressivos e, por isso, recebe atendimento médico 
e remédios no estabelecimento penal. Pedro tentou se suicidar por mais de 08 (oito) vezes, todas 
sem sucesso. O diretor do estabelecimento, no entanto, insiste em mantê-lo sozinho em sua cela, 
para a qual não existem câmeras ou outra forma de vigilância direta, pois tem receio de que ele 
possa ferir outros detentos. Considere, nessa hipótese, que na nona tentativa, Pedro conseguiu 
se suicidar. Nesse caso:
a) A responsabilidade civil do Estado se justifi ca com base na teoria subjetiva, em razão da omis-
são estatal.
b) A responsabilidade civil do Estado se justifi ca com base na teoria subjetiva, em razão da “culpa 
anônima”.
c) A omissão do Estado reclama nexo de causalidade em relação ao dano sofrido pela vítima nos 
casos em que o Poder Público ostenta o dever legal e a efetiva possibilidade de agir para impedir 
o resultado danoso. 
d) A responsabilidade civil do Estado se justifi ca com base na teoria do risco integral.
e) Não há responsabilidade civil do Estado nessa hipótese específi ca.
- RESPOSTA: Alternativa C.
- PONTO DO EDITAL: Controle e responsabilização da administração: controle administrativo; controle 
judicial; controlelegislativo; responsabilidade civil do Estado.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Errado! 
A questão versa sobre a responsabilidade civil ou extracontratual estatal, tema de suma 
importância para concursos públicos. 
A responsabilidade civil do Estado está prevista no art. 37, §6º da Constituição Federal, que 
assim preconiza:
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras 
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa 
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o 
responsável nos casos de dolo ou culpa. 
Há, também, a previsão do artigo 43 do Código Civil:
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente 
responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos 
a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se 
houver, por parte destes, culpa ou dolo. 
 
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Quanto à evolução no ordenamento jurídico, nos Estados Absolutistas, vigorava a ideia de 
irresponsabilidade estatal, sob o prisma da inexistência de erros por parte do Rei: “the king can do no 
wrong”. 
Isso porque os monarcas absolutistas, representantes de Deus na Terra, jamais poderiam 
“errar” e causar “danos” aos particulares, sendo que qualquer prejuízo causado era tido como a própria 
vontade de Deus a ser aturada e aceita pelo particular. É o que se chama de era de personificação 
divina do chefe do Estado.
Na sequência, iniciou-se a era da responsabilidade subjetiva do Estado com previsão 
legal, para hipóteses muito raras e casos extremamente pontuais. Cita-se, no ponto, o exemplo trazido 
pelo Professor Matheus Carvalho sobre o “caso Blanco”, na França, onde o Estado foi responsabilizado 
por um atropelamento de uma garota por um vagão de ferroviária.
Após, evoluiu-se para a responsabilidade subjetiva do Estado, também chamada de 
teoria civilista, que preconizava a responsabilidade estatal, ainda que sem previsão legal, desde que 
caracterizado o requisito subjetivo do DOLO ou CULPA do agente público. Eram necessários, pois, a 
comprovação pelo particular dos seguintes requisitos: (i) conduta do Estado, (ii) dano ocasionado a 
partir dessa conduta, (iii) nexo de causalidade e (iv) o elemento subjetivo (dolo ou culpa).
Como a prova do elemento subjetivo da conduta do agente público era de difícil constatação, 
o que colocava o particular lesado em extrema desvantagem em se comparando com o aparato Estatal, 
foi prevista, na sequência, a teoria da culpa do serviço.
Em casos tais, não era necessário provar o dolo ou culpa do agente público, mas sim 
demonstrar uma falha na atuação do Estado ou má prestação da atividade. Em outras palavras, bastava 
o particular comprovar que o serviço foi mal prestado ou foi fornecido de forma ineficiente, causando 
um dano anormal em decorrência disso.
Finalmente, sobreveio a fase de responsabilidade objetiva do Estado, que, nas palavras de 
CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO, pode ser definida como “a obrigação de indenizar que incumbe 
a alguém em razão de um procedimento lícito ou ilícito que produziu uma lesão na esfera juridicamente 
protegida de outrem”. 
São requisitos, apenas, a existência de conduta estatal, relação causal entre o 
comportamento estatal e o dano causado ao particular.
Vale destacar, no ponto, que esse dano causado deve ser caracterizado como ANORMAL ou 
ESPECÍFICO, uma vez que meros aborrecimentos decorrentes da vida moderna devem ser suportados 
pelos cidadãos, sob pena de caracterização do Estado como um “segurador universal”.
Conforme a previsão constitucional, no Brasil vigora a responsabilidade objetiva do Estado, 
tendo como base a Teoria do Risco Administrativo: como sua atuação é pautada na supremacia do 
interesse público sobre o privado e na indisponibilidade do interesse público, ou seja, como atua com 
uma série de prerrogativas sobre os particulares, deve o Estado indenizar o particular caso sua atuação 
acarrete nele um dano anormal e específico. Em suma, se existe o bônus para a atuação, deve o Estado 
arcar com o ônus, que é estar submetido e ser responsável à uma série de riscos que surgem desse agir.
 
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Admitem-se, claro, hipóteses de exclusão da responsabilidade extracontratual como 
Estado, pois, como dito, pode o ente ser visto como um segurador universal. Excluindo-se, então, 
um dos elementos da responsabilidade (conduta estatal, dano ou nexo de causalidade), desaparece 
o dever de indenizar, como ocorre nos casos de culpa exclusiva da vítima, casos fortuitos e de força 
maior.
De modo excepcional, segundo a doutrina (a jurisprudência diverge sobre o tema, existindo 
julgados, inclusive do STF – como abaixo consignado – que insistem em desprezar a aplicação da 
teoria), o ordenamento jurídico brasileiro também adota a teoria do risco integral, segundo a qual 
não são aceitas, em nenhuma hipótese, exclusões do dever de indenizar, ainda que evidente a culpa 
exclusiva da vítima, por exemplo. Seria a tese adotada para alguns casos específicos, sendo previstas 
pelo menos três hipóteses de incidência: (i) danos nucleares, (ii) danos ao meio ambiente e (iii) danos 
decorrentes de ataques terroristas). 
Nos casos de suicídio de detentos em presídios ou locais de custódia, verifica-se, em um 
primeiro momento, que não há necessária conduta estatal, mas sim uma omissão em não zelar pela 
incolumidade física do preso.
De se destacar primeiramente que, em casos gerais de omissão estatal, a doutrina e 
jurisprudência dominantes dizem que a Teoria adotada é a da Responsabilidade Subjetiva, onde o 
elemento subjetivo deve necessariamente ser comprovado para a responsabilização.
Esse elemento subjetivo pode ser o dolo ou culpa do agente público, mas também pode ser 
aquela da culpa anônima, onde basta a comprovação da falha ou má prestação do serviço.
É que, como mencionado, o Estado não pode ser visto como um segurador universal, certo 
que a complexidade de demandas da sociedade nem sempre é atendida do modo que deveria ser. 
Todavia, se o Estado fosse responsabilizado por todo dano causado a partir de uma omissão, não 
haveria nenhum tostão nos cofres públicos para a consecução das demais ações. 
Por isso, são requisitos da responsabilidade subjetiva do Estado a partir de omissões de 
seus agentes: comportamento omissivo do Estado, dano anormal causado a um particular, nexo de 
causalidade e culpa ou má prestação do serviço público.
Em hipóteses específicas, porém, a responsabilidade do Estado por condutas omissivas 
passa a ser regulada de modo OBJETIVO, ou seja, não é necessária a demonstração de qualquer 
elemento subjetivo (dolo, culpa ou falha na prestação do serviço).
São as hipóteses, por exemplo, de pessoas ou coisas sob a custódia do Estado, casos em 
que a responsabilidade passa a ser OBJETIVA com base na Teoria do Risco Criado ou Suscitado.
Alternativa B: Errado! 
Como visto, em casos específicos como esse, portanto, não se fala em responsabilidade 
subjetiva, mas sim objetiva: seja na teoria do risco criado ou até mesmo no risco administrativo.
 
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Alternativa C: Certo! 
Nos casos de risco criado, o Estado é ainda mais responsável porque foi ele próprio quem 
colocou aquela pessoa ou coisa sob sua guarda, geralmente a partir da atuação com base em suas 
prerrogativas de regime jurídico-administrativo. Assim, surge mesmo um maior dever de zelo, sendo 
que, em havendo um dano, há o necessário dever de indenizar, pois, nos termos do art. 5º, XLIX, da 
Constituição Federal, é “assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral”.
Em repercussão geral, assim decidiu o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL:
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃOGERAL. 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR MORTE DE DETENTO. ARTIGOS 
5º, XLIX, E 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. A responsabilidade civil 
estatal, segundo a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 37, § 6º, 
subsume-se à teoria do risco administrativo, tanto para as condutas estatais 
comissivas quanto paras as omissivas, posto rejeitada a teoria do risco 
integral. 2. A omissão do Estado reclama nexo de causalidade em relação ao 
dano sofrido pela vítima nos casos em que o Poder Público ostenta o dever
legal e a efetiva possibilidade de agir para impedir o resultado danoso. 3. É 
dever do Estado e direito subjetivo do preso que a execução da pena se dê 
de forma humanizada, garantindo-se os direitos fundamentais do detento, 
e o de ter preservada a sua incolumidade física e moral (artigo 5º, inciso 
XLIX, da Constituição Federal). 4. O dever constitucional de proteção ao 
detento somente se considera violado quando possível a atuação estatal no 
sentido de garantir os seus direitos fundamentais, pressuposto inafastável 
para a confi guração da responsabilidade civil objetiva estatal, na forma do 
artigo 37, § 6º, da Constituição Federal. 5. Ad impossibilia nemo tenetur, por 
isso que nos casos em que não é possível ao Estado agir para evitar a morte 
do detento (que ocorreria mesmo que o preso estivesse em liberdade), 
rompe-se o nexo de causalidade, afastando-se a responsabilidade do Poder 
Público, sob pena de adotar-se contra legem e a opinio doctorum a teoria 
do risco integral, ao arrepio do texto constitucional. 6. A morte do detento 
pode ocorrer por várias causas, como, v. g., homicídio, suicídio, acidente 
ou morte natural, sendo que nem sempre será possível ao Estado evitá-
la, por mais que adote as precauções exigíveis. 7. A responsabilidade civil 
estatal resta conjurada nas hipóteses em que o Poder Público comprova 
causa impeditiva da sua atuação protetiva do detento, rompendo o nexo 
de causalidade da sua omissão com o resultado danoso. 8. Repercussão 
geral constitucional que assenta a tese de que: em caso de inobservância 
do seu dever específi co de proteção previsto no artigo 5º, inciso XLIX, da 
Constituição Federal, o Estado é responsável pela morte do detento. 9. In 
casu, o tribunal a quo assentou que inocorreu a comprovação do suicídio 
do detento, nem outra causa capaz de romper o nexo de causalidade da sua 
omissão com o óbito ocorrido, restando escorreita a decisão impositiva de 
responsabilidade civil estatal. 10. Recurso extraordinário DESPROVIDO. (RE 
841526, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 30/03/2016, 
ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-159 DIVULG 29-
07-2016 PUBLIC 01-08-2016) 
 
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Importante verificar, como consta da Ementa, que o relator justificou a adoção da 
responsabilidade estatal, porém com base na Teoria do Risco Administrativo, pois, para ele, em 
hipóteses excepcionais, pode-se afastar o dever de indenizar, especialmente naquelas situações nas 
quais há a demonstração de que o Estado não poderia ter agido para evitar a ocorrência do suicídio: 
“(...) sendo inviável a atuação estatal para evitar a morte do preso, é 
imperioso reconhecer que se rompe o nexo de causalidade entre essa 
omissão e o dano. Entendimento em sentido contrário implicaria a adoção 
da teoria do risco integral, não acolhida pelo texto constitucional (...)”. 
Cabe à Administração Pública fazer a prova de tais hipóteses excepcionais.
Para outros Ministros, como o Ministro Marco Aurélio, a responsabilidade do Estado seria 
justificada como base na Teoria do Risco Integral, pois caracterizada nítida violação aos direitos e 
garantias fundamentais do detento, inexistindo justificativa estatal que afastasse sua responsabilidade.
Seja como for, importante verificar que o Estado responde de modo OBJETIVO pelas pessoas 
e coisas sob sua custódia. Se o examinador questionar qual a teoria que a justifica, considerando a 
tese firmada em repercussão geral, sugere-se apontar pela adoção da Teoria do Risco Administrativo, 
sendo permitidas hipóteses excepcionais de afastamento do dever de indenizar. 
O e. STJ, antes da tese de repercussão geral, constava com precedentes pela desnecessidade 
de se inquirir sobre a existência de meios, pela Administração Pública, de se evitar o ocorrido (Resp n. 
1671569/SP e AgInt no Resp n. 1305249/SC), porém, após a tese de repercussão geral, também assim 
já se manifestou:
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR MORTE DE DETENTO. RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO 841.526/RS. REPERCUSSÃO GERAL. TEMA N.º 592. JUÍZO 
DE RETRATAÇÃO. RESPONSABILIZAÇÃO CONDICIONADA À INOBSERVÂNCIA 
DO DEVER ESPECÍFICO DE PROTEÇÃO PREVISTO NO ART. 5º, XLIX, DA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. RECONHECIMENTO PELO TRIBUNAL DE ORIGEM 
DE CAUSA IMPEDITIVA DA ATUAÇÃO ESTATAL PROTETIVA DO DETENTO. 
SUICÍDIO. ROMPIMENTO DO NEXO DE CAUSALIDADE. RETRATAÇÃO.
1. Retornam estes autos para novo julgamento, por força do inciso II do art. 
1.030 do Código de Processo Civil de 2015.
2. A decisão monocrática deu provimento ao apelo nobre para reconhecer 
a responsabilidade civil do ente estatal pelo suicídio de detento em 
estabelecimento prisional, sob o argumento de que esta Corte Superior 
possui jurisprudência consolidada no sentido de que seria aplicável a teoria 
da responsabilização objetiva ao caso.
3. O acórdão da repercussão geral é claro ao afi rmar que a responsabilização 
objetiva do Estado em caso de morte de detento somente ocorre quando 
houver inobservância do dever específi co de proteção previsto no art. 5º, 
inciso XLIX, da Constituição Federal.
4. O Tribunal de origem decidiu de forma fundamentada pela improcedência 
da pretensão recursal, uma vez que não se conseguiu comprovar que a 
 
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morte do detento foi decorrente da omissão do Estado que não poderia 
montar vigilância a fi m de impedir que ceifasse sua própria vida, atitude 
que só a ele competia.
5. Tendo o acórdão recorrido consignado expressamente que fi cou 
comprovada causa impeditiva da atuação estatal protetiva do detento, 
rompeu-se o nexo de causalidade entre a suposta omissão do Poder Público 
e o resultado danoso. Com efeito, o Tribunal de origem assentou que 
ocorreu a comprovação de suicídio do detento, fi cando escorreita a decisão 
que afastou a responsabilidade civil do Estado de Santa Catarina.
6. Em juízo de retratação, nos termos do art. 1.030, inciso II, do CPC/2015, 
nego provimento ao recurso especial. (REsp 1305259/SC, Rel. Ministro 
MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 08/02/2018, 
DJe 21/02/2018)
Alternativa D: Errado! 
A teoria do risco integral já foi acima mencionada.
Sobre a teoria do risco integral, confira-se a lição de DIÓGENES GASPARINI: 
Por teoria do risco integral entende-se a que obriga o Estado a indenizar todo 
e qualquer dano, desde que envolvido no respectivo evento. Não se indaga, 
portanto, a respeito da culpa da vítima na produção do evento danoso, nem 
se permite qualquer prova visando elidir essa responsabilidade. Basta, para 
caracterizar a obrigação de indenizar, o simples envolvimento do Estado 
no evento. Assim, ter-se-ia de indenizar a família da vítima de alguém que, 
desejando suicidar-se, viesse a se atirar sob as rodas de um veículo, coletor 
de lixo, de propriedade da Administração Pública, ou se atirasse de um 
prédio sobre a via pública. Nos dois exemplos, por essa teoria, o Estado, que 
foi simplesmente envolvido no evento por ser o proprietário do caminhão 
coletor de lixo e da via pública, teria de indenizar. Em ambos os casos os 
danos não foram causados por agentes do Estado. A vítima os procurou, e o 
Estado, mesmo assim, teria de indenizar. 
Como visto, não se trata de regra no nosso sistema e sua adoção também não é pacífica na

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