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P á g i n a | 1 Infecção granulomatosa crônica e progressiva causada por bactéria do gênero Mycobacterium. Tem transmissão respiratória, por aerossol, relacionado ao contato íntimo e prolongado com contatos bacilíferos. É uma doença de notificação compulsória. Brasil figura entre os 30 países com maior incidência de tuberculose o 70 mil casos novos anualmente o 10 mil retratamentos – já tratou e teve reinfecção ou recidivou 70% dos casos oriundos de 315 municípios – 6% dos municípios mais ou menos – grande disparidade de incidência Risco de adoecer tem forte relação com vulnerabilidade social o Indígenas 3-4x maior o Presidiários 25-28x maior o HIV 28-30x maior o Moradores de rua 56-60x maior o Houve um aumento nos anos 80, relacionado ao maior diagnóstico, ao HIV e maior uso de imunomediadores e transplantes. o Têm reduzido o número de infecções relacionado as políticas públicas instauradas no Brasil, que visam diagnóstico precoce e tratamento eficaz. Incidência: reduzindo, 2008, 42,9 em 2017 foi pra 39% é quase um platô. Bacílifera – redução tendendo um platô Mortalidade baixa Isabela Terra Raupp P á g i n a | 2 Não mudou muito de 2014 para cá. A TB no Brasil é concentrada em áreas urbanizadas. >50 casos novos por 100.000 habitantes por ano POA é uma das maiores taxas de incidência. Isso se deve por um melhor serviço ou sistema de saúde, em POA. Fizemos mais diagnostico que no norte e nordeste. Fazemos mais diagnostico e aumenta incidência Maior prevalência de HIV em POA do que no restante do Brasil HIV aumenta em quase 30 x a chance de TB doença. Complexo Mycobacterium tuberculosis Mycobacterium tuberculosis – principal causador Mycobacterium bovis – redução com a pasteurização do leite – TB da trato gastrointestinal vinda de vacas leiteiras que excretavam no leite e o leite natural sem pasterurização causava TB bovis. Mycobacterium africanum Mycobacterium canetti Mycobacterium microti Mycobacterium pinnipedi Mycobacterium caprae Mycobacterium tuberculosis o Descoberto em 1882 por Robert Koch o Bacilo álcool-ácido resistente (BAAR) – coloração da lamina para pesquisa do germe o Aeróbio exclusivo – ambientes anaeróbios ele não sobrevive o Tempo de duplicação 18-48 horas – bastante lento o Facilmente destruído por agentes físicos (calor, radiação UV, radiação ionizante) – ferver o leite. o Cultura: meios líquidos ou sólidos o Não produz endotoxinas ou exotoxinas Levado passivamente para o interior do hospedeiro por seus macrófagos – usa nossos mecanismos de defesa para causar infecção o Homem reservatório natural Como coletar o material? Material orgânico – escarro, LCR, líquido pleural – a lamina padrão (baciloscopia) inicialmente é corada com fucsina, que é um corante cor de rosa. Na sequência ela é lavada com uma solução acida e depois uma solução alcoólica para tirar a fucsina. Depois é corada com azul de metileno. Então observamos a presença de bacilos com coloração mais violeta no meio do resto corado em azul. O bacilo se cora com a P á g i n a | 3 fucsina e depois de colocar o ácido e o álcool, ele não perde a fucsina, por isso mantém a cor. Ele é álcool ácido resistente. Interpessoal através de aerossóis – doente exala aerossóis o Partículas pequenas que permanecem em suspensão no ar o Tamanho ideal para contágio 5-10μm – para que alcance via aérea distal. Atingem o epitélio alveolar Carregam consigo 1-2 bacilos viáveis o Depende de alguns fatores o Carga bacilar do indivíduo foco – mais bacilifero, maior chance de transmitir tb o Suscetibilidade do indivíduo contato – imunodeprimidos são mais susceptíveis o Ambiente de contato Grau de ventilação do ambiente – menor probabilidade de contagio efetivo Proximidade e tempo do contato Íntimos e domiciliares mais suscetíveis Infecção bem sucedida >100 horas (+- 4 dias) de contato seguidas é próximo de 100% o Estágio de tratamento do indivíduo foco - importante Carga de bacilos viáveis reduz 95% após 2º dia de tratamento e 99,5% após 12º dia de tratamento Paciente pode ter TB doença tendo contato com 1 bacilo viável. Isolamento por 14 dias após o tratamento. Depois do 12 dia, a chance se reduz de transmissão a < 1% Inalação do bacilo leva a 4 caminhos possíveis o Erradicação imediata o Infecção primária o Infecção latente o Reativação P á g i n a | 4 Erradicação: cai na via aérea, gruda no catarro e a secreção vai até via aérea proximal, a gente deglute com pigarros e ele é erradicado. Pode cair na via aérea inferior e os macrófagos podem liquidar o bacilo. Infecção dentro do corpo – pode ser primária e esse contato vira infecção no parênquima Pode ser contida pelo sistema imunológico e virar latente – quiescencia da TB e esse foco depois de um tempo pode evoluir com reativação. Forma pulmonar tem potencial de ser bacílifera e causar novas infecções em outros indivíduos. Resposta do hospedeiro: 1) Macrófagos apresentam antígenos para linfócitos T com liberação de citocinas e ativação dos macrófago. Isso limita a multiplicação dos bacilos ou os mata. 2) Resposta imune protetora impede a progressão ou leva à involução da lesão pulmonar primária. PPD+ (3-8 semanas) 3) Imunidade protetora, mas não esterilizadora → permanência de bacilos viáveis nas lesões: infecção latente. A micobactéria não é eliminada, podendo gerar infecções latentes. Fatores relacionados a reativação: Desnutrição Primo Infecção Complexo primário PPD + Maioria resolve Infecção Latente Reativação Endógena TB pós primária Reinfecção TB primária progressiva Começa grave Geralmente em crianças P á g i n a | 5 Alcoolismo Terapia com corticoide ou outras drogas imunossupressoras Neoplasias Hemodiálise AIDS Depende da forma clínica da doença – doença sistêmica. Sintomas clássicos o Tosse persistente o Febre vespertina o Sudorese noturna o Perda ponderal Sintomas menos comuns o Dispneia o Dor torácica o Hemoptise o Inapetência o Astenia / Fadiga o Com no mínimo RX torácico e no mínimo baciloscopia. Várias formas de apresentação 1- Criança com TB primária, apresentada com opacidade peri-hilar a direita, com foco de infecção primária. Pode desenvolver e virar doença TB na forma primo-infecção ou pode entrar em latência e no futuro reativar ou não reativar. Foco de primo- infecção + adenomegalia mediastinal – complexo de hungtin 2- TB primária provavelmente. Consolidação em lobo superior direito, com início de formação de cavidade. DD: PNM A - Reativação de TB: podemos ver cavidade no meio das opacidades mal definidas. Paciente muito bacílifero. Sintomático respiratório: pessoa que, durante a estratégia pragmática de busca ativa, apresenta tosse por 3 semanas ou mais. Essa pessoa deve ser investigada para tuberculose através de exames bacteriológicos. P á g i n a | 6 C – consolidação com cavidade B – TC muito melhor – cavidades no parênquima – pós primaria de reativação D- Miliar (parece grãos de milho) – TB disseminada muito relacionada com imunodepressão. HIV com frequência. Na TC tem múltiplos micro-nódulos de distribuição randômica. Característica radiológica! Microbiológico o Baciloscopia direta Qualquer material orgânico – escarro, LCR, liquido pleural, pele, linfonodos, osso, líquido de ascite, sangue Métodos: Ziehl-Neelsen ou Kinyoun Sensibilidade 60-80% em pacientes bacilíferos o Pesquisa de BAAR – o Escarro espontâneo – leitura em cruzes – muito bacilo - +++ o ++ menos e + menos o Menos de + e BAAR +, relatado. o Outros materiais – positivo e negativo, não quantifica em cruzes. o Cultura Qualquermaterial orgânico Meios sólidos (Lowenstein-Jensen e Ogawa-Kudoh) – bacilo demora muito tempo para crescer nesses meios. Crescimento 2-4 semanas; 8 semanas para negativa (2 meses pra confirmar que está negativo) P á g i n a | 7 Meios líquidos (Middlebrook 7H12, MGIT 960, MODS, ...) Crescimento 5-12 dias; 6 semanas para negativa Verde – lowebstein – Jensen- bacilos crescem como algodões amarelados. Meio liquido – pode ter fluoresceína – positivos brilham. Anatomopatológico o Apenas para tecido o Granuloma com necrose caseosa Granuloma – circunferencial com um monte de linfócitos (mais escuros) e alguns macrófagos. No interior é tudo necrose. Molecular o GeneXpert MTB/RIF o Amplificação de ácidos nucleicos (NAA) por reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT-PCR) o Detecta DNA de M. tuberculosis e gene de resistência a rifampicina o Amostras de escarro, lavado broncoalveolar, líquor, linfonodos o Resultado em 2 horas o Sensibilidade 90% em amostra de escarro Catarro, acrescenta substancia tampão, mexe espera, mexe espera, pega 2 ml e coloca dentro de copinho que vai para máquina que te dá a reposta em 2 hora – detecta DNA e gene de resistência a rifampcina. Pode ser ++, +-, + indeterminado, --, indeterminado indeterminado Se indeterminado – repetir método molecular. Métodos auxiliares o Para Tuberculose doença → Adenosina deaminase (ADA) P á g i n a | 8 Enzima relacionada à proliferação de linfócitos – aumenta com qualquer doença que aumenta linfócitos. Útil no diagnóstico de TB doença Amostras líquidas o Consagrada para líquido pleural – diagnostico tb pleural (2ª mais comum) Ponto de corte 40U/L: sensibilidade 92% / especificidade 88% o Bastante usada para líquor e líquido pericárdico o Tuberculose latente (ILTB) → Teste tuberculínico Reação intradérmica a tuberculina (PPD- derivado proteico purificado – derivado do mycobacterium) pela técnica de Mantoux É um marcador de infecção e não de doença. Ele testa a hipersensibilidade tardia. Leitura em 48-72 horas Positivo quando > 5mm Sensibilidade 77% / especificidade 97% Falso-positivo possível com vacinação (BCG) prévia e infecção por MNT Tem que fazer leitura em 2-3 dias e tem que voltar Ensaios de liberação do interferon-gama (IGRA) QuantiFERON-TB Gold e T-SPOT TB Dosagem de nível sérico Células sensibilizadas por antígenos do M.tb liberam altos níveis de interferon gama Sensibilidade 80-90%/ especificidade ~100% o Falso-positivo muito raro o Não afetado por BCG e infecção por MNT o Falso-negativo em imunossuprimidos – não libera interferon gama P á g i n a | 9 . No Brasil: sempre que suspeitar de TB (tosse por mais de 2 semanas) → notificação compulsória! Investigação inicial: sinais sistêmicos nem sempre presentes. Perguntas sobre história epidemiológica (contato). Exames iniciais dependem de sítio de suspeita Na confirmação de TB, sempre deve ser solicitado anti-HIV. P á g i n a | 10 Apresentação clínica depende do CD4: formas cavitária até padrão miliar Mesmo tempo de tratamento: 6 meses, com esquemas preferencialmente sem Inibidores de Protease. Diagnóstico de HIV junto com TB: Tratar sempre TB primeiro. Se CD4 baixo (<50), iniciar TARV de 2-8 semanas. Esquemas de TARV preferenciais baseados em EFV e Raltegravir. •Radiografia de tórax PA/perfil •3 amostras de pBAAR escarro •Culturas para micobactérias Pulmão: Febre, tosse crônica, perda ponderal, sudorese noturna e hemoptise •Biópsia com necrose caseosa •pBAAR negativo Ganglionar: Adenomegalia cervical, com ou sem sinais sistêmicos, supuração • Derrame com análise linfomonocitário • ADA aumentada • Biópsia pleural - reação com nerose caseosa granulomatosa na pleura Pleural: Tosse seca, dor pleurítica, exsudato •Raio X/ CT/RMN: lessão óssea lítica, causando destruição do disco vertebral •Biopsia: granuloma com necrose •BAAR + raro e PCR + Mal de Pott: Lesão toraco-lombar pela TB, com dor, compressão vertebral, espondilodiscite •LCR < 500 célilas, predomínio lnfocítico, com proteina elevada e glicose diminuida. BAAR + é raro. •ADA elevada •cultura + padrão-ouro para o diagnóstico Neurotuberculose: Subaguda e insidiosa, com cefaleia, vomitos, snais meningeos e neurológicos focais P á g i n a | 11 Atividade de cada medicamento antiTB: Esquema para TB pulmonar em adultos e adolescentes: Etambutol – previne resistência Pulmonar 6 meses de tratamento Osso, SNC, ocular 9-12 meses de tratamento Dose fixa e combinada (em um só comprimido) Correção da dose de acordo com o peso P á g i n a | 12 Neurotuberculose e TB osteoarticular: Pode ser associado corticoides no tratamento. Local do manejo: Clínica/RX •Febre: até 6 meses •Ganho de peso: semanas •Radiologia pode levar mais tempo para melhorar (meses) Microbiologia •Baciloscopias mensais se forma pulmonar •Até 2 meses a baciloscopia pode permanecer positiva apesar do tratamento adequado P á g i n a | 13 P á g i n a | 14 Reações mais comuns: intolerância digestiva é o mais comum em todas as medicações= tomar os medicamentos junto em jejum pela manhã. NÃO PODE FRACIONAR EM VÁRIAS TOMADAS. Apenas se já tiver intolerância pode associar medicação e administrar depois do café. Neuropatia periférica – mais comum para isoniazida – associar piridoxina •Urina alaranjada • Reações imunomediadas Rifampicina •hepatotoxicicidade •alteração de comportamento •Neuropatia periférica - depleção de B6 Isoniazida •HiperuricemiaPirazinamida Gestantes, etilista, DM, História de neuropatia periférica, desnutridos podem repor profilaticamente B6. Apresentação moderada/grave da toxicidade Suspender esquema Reintrodução uma a uma R+E/I/P P á g i n a | 15 A vacina BCG, realizada logo após o bebê nascer, protege contra as formas graves de tuberculose, como a tuberculose miliar e meningoencefálica. Não protege da tuberculose pulmonar. Tem que fazer uma cicatriz após a vacina. RN: com contato com mãe bacilífera, não se faz BCG e se inicia o tratamento com isonizaida por 3 meses. Depois de 3 meses se faz a prova tuberculínica. Se positivo, manter a isoniazida por 3 meses ou 1 mês e vacinar com BCG. Se PT<5mm, suspender tratamento e vacinar BCG. Crianças (<10 anos) com contato: PPD>5 mm → descarta TB ativa → quimioprofilaxia com isoniazida. Adultos: o Sintomáticos → investigação de TB ativa. o Assintomaticos → raio x de tórax e PPD o Assintomáticos HIV+ → sempre tratar ILTB PPD> ou = 5mm ou IGRA positivo: o Regime com isoniazida na dose de 5/10 mg/kg/dia para adultos e adolescentes até no máximo 300 mg/dia por 6 ou 9 meses. 270 doses são mais eficazes que 180. o Regime com rifampicina 10 mg/kg/dia em adultos e adolescentes até dose máxima de 600 mg/dia por 4 meses. Recomendação de 12 doses.
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