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04 Penal

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Aula 04
Direito Penal p/ TRF 2ª Região (Analista Judiciário - Área Judiciária) - com videoaulas
Professor: Renan Araujo
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1. DAS PENAS 
1.1. Conceito 
Se a conduta incriminada pelo tipo penal incriminador é um preceito 
primário, a pena (sanção penal) a ele cominada (prevista) é o que se pode 
chamar de preceito secundário. 
A pena criminal é, acima de tudo, um castigo1. Trata-se de um mal 
que se aflige a alguém em razão da prática de um delito2. O conceito não 
se confunde, porém, com os fins (ou finalidades) da pena. 
A pena possui como pressuposto de sua aplicação a culpabilidade 
do agente3. Já as medidas de segurança não possuem a culpabilidade 
como pressuposto de sua aplicação (até porque o agente não é plenamente 
imputável, não possuindo, portanto, culpabilidade), mas sim a 
periculosidade. Isto é importante! 
A pena pode ser conceituada como a resposta que a sociedade dá ao 
indivíduo que transgride a ordem jurídico-penal estabelecida, e consiste na 
privação ou restrição de um bem jurídico do condenado (liberdade, 
patrimônio, etc.), de forma a castigá-lo e reeducá-lo. 
 
1.2. Princípios 
Alguns princípios norteiam a Teoria Geral da Pena: 
a) Reserva legal ou legalidade estrita – Somente a Lei (em sentido 
estrito) pode cominar penas: “Nulla poena sine lege”. Está previsto no art. 
5°, XXXIX da Constituição e art. 1° do CP; 
b) Anterioridade – A Lei que prevê a pena para a conduta deve ser 
anterior à prática do crime: “Nulla poena sine praevia lege”. Também 
está previsto no art. 5°, XXXIX da Constituição e art. 1° do CP, sendo, 
juntamente com o princípio da reserva legal, subprincípios do princípio da 
LEGALIDADE; 
c) Intranscendência da pena – A pena deve ser cumprida somente pelo 
condenado, não podendo, em caso de morte deste, ser transferida aos seus 
familiares, salvo a obrigação de reparar o dano e o perdimento de bens, 
que podem ser cobrados dos sucessores até o limite do patrimônio 
transferido pelo condenado falecido. CUIDADO: A pena de multa, embora 
patrimonial, não pode ser cobrada dos sucessores! 
1 BATISTA, Nilo; ZAFFARONI, Eugénio Raúl. Direito Penal brasileiro. 4. ed. Rio de Janeiro: Ed. Revan, 
2011. Tomo I, p. 99. 
2 MIR PUIG, Santiago. Introducción a las bases del Derecho penal. 2. ed. Montevideo, Buenos Aires: 
Ed. B. de F., 2003, p. 49. 
3 DIAS, Jorge de Figueiredo. Direito penal, parte geral. 2. ed. Coimbra: Coimbra Editora, 2007. tomo 
I, p. 46-47 
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d) Inevitabilidade ou inderrogabilidade da pena – Presentes os 
requisitos para a condenação, a pena não pode deixar de ser imposta e 
cumprida. É mitigado, atualmente, por institutos como o sursis, o 
livramento condicional, etc.; 
e) Princípio da humanidade ou humanização das penas – A pena não 
pode desrespeitar os direitos fundamentais do indivíduo, violando sua 
integridade física ou moral, e também não pode ser de índole cruel, 
desumano ou degradante (art. 5°, XLIX e XLVII da Constituição); 
f) Princípio da proporcionalidade – A sanção aplicada pelo Estado deve 
ser proporcional à gravidade da infração cometida e também deve ser 
suficiente para promover a punição ao infrator e sua reeducação social; 
g) Princípio da individualização da pena – A pena deve ser aplicada de 
maneira individualizada para cada infrator em cada caso específico. Essa 
individualização se dá em três fases distintas: a) cominação: O legislador 
deve prever um raio de atuação para o Juiz aplicar a pena no caso concreto, 
estabelecendo penas mínimas e máximas, de forma que o Juiz possa aplicar 
a quantidade de pena que achar conveniente no caso concreto; b) 
aplicação: Saindo da esfera legislativa, passamos à esfera judicial, 
segunda etapa, que consiste na efetiva aplicação individualizada da pena, 
que será imposta conforme as circunstâncias do crime e os antecedentes 
do réu, de acordo com a margem estabelecida pelo legislador; c) Na 
terceira e última fase temos a aplicação deste princípio na execução 
da pena (esfera administrativa), de forma que o cumprimento da pena, 
progressão de regime, concessão de benefícios devem ser analisados no 
caso concreto, e não abstratamente, pois entende-se que “cada caso é um 
caso”, e não cabe ao legislador retirar do Juiz a possibilidade de analisá-lo 
e proceder da forma que melhor atenda aos anseios da sociedade. Está 
previsto no art. 5°, XLVI da Constituição da República. 
 
1.3. Finalidade: teorias 
Quanto à finalidade da pena, três teorias surgiram: 
1.3.1. Teoria absoluta e sua finalidade retributiva 
Para esta teoria, pune-se o agente simplesmente porque ele cometeu 
uma transgressão à ordem estabelecida e deve ser castigado por isso. Não 
há nenhuma finalidade educacional de reinserção do indivíduo à vida social. 
A pena é mero instrumento para a realização da vingança estatal. Trata-se 
de um imperativo categórico de Justiça ou de Moral (se delinquiu, deve ser 
punido, independentemente de qualquer outra finalidade).4 
 
4 BACIGALUPO, Enrique. Manual de Derecho penal. Ed. Temis S.A., tercera reimpressión. Bogotá, 
1996, p. 12 
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1.3.2. Teoria relativa e sua finalidade preventiva 
Pune-se o agente não para castigá-lo, mas para prevenir a prática de 
novos crimes. Essa prevenção pode ser: 
 
Prevenção Geral – Busca controlar a violência social, de forma a 
despertar na sociedade o desejo de se manter conforme o Direito. Pode ser 
negativa5, quando busca criar um sentimento de medo perante a Lei penal, 
ou positiva, quando simplesmente se busca reafirmar a vigência da Lei 
penal. 
Prevenção especial – Não se destina à sociedade, mas ao infrator, 
de forma a prevenir a prática da reincidência. Também pode ser negativa, 
quando busca intimidar o condenado, de forma a que ele não cometa novos 
delitos por medo, ou positiva, quando a preocupação está voltada à 
ressocialização do condenado (Infelizmente, não há uma preocupação com 
isto na prática). 
 
1.3.3. Teoria Mista (unificadora ou eclética ou unitária) e sua dupla 
finalidade 
Aqui, entende-se que a pena deve servir como castigo (punição) ao 
infrator, mas também como medida de prevenção, tanto em relação à 
sociedade quanto ao próprio infrator (prevenção geral e especial). Além de 
consagrada na maioria dos países ocidentais6, foi a adotada pelo art. 59 do 
CP, que diz: 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, 
à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do 
crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja 
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
1.4. Espécies 
 Quanto às espécies, as penas podem ser: 
a) Privativas de liberdade – Retiram do condenado o direito à 
liberdade de locomoção, por determinado período (é vedada pena de 
caráter perpétuo, art. 5°, XLVII, b da Constituição). Máximo de 30 anos 
para crimes (art. 75 do CP) e de 05 anos para contravenções penais (art. 
10 da Lei de Contravenções Penais); 
b) Restritivas de direitos – Em substituição à pena privativa de 
liberdade, limitam (restringem) o exercício de algum direito do condenado. 
Estão previstas no art. 43 do CP e em alguns dispositivos da Legislação 
Especial; 
5 ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general. Madrid: Civitas, 1997. tomo I, p. 91. 
6 DOS SANTOS, Juarez Cirino. Direito Penal, Parte Geral. Curitiba: Ed. Lumen Juris, 2008, p. 470 
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1.5. Penas em espécie 
 
1.5.1. Privativa de liberdade 
Como já vimos, o Direito Penal pátrio admite três espécies de penas 
privativas de liberdade: reclusão, detenção e prisão simples (somente para 
as contravenções penais). 
O regime de cumprimento de cumprimento da pena está previsto no 
art. 33, § 1° do CP, e pode ser fechado, semiaberto ou aberto7. 
O regime inicial de cumprimento da pena (fechado, semiaberto ou 
aberto) tem como regra o seguinte: pena de reclusão – Qualquer 
regime inicial; pena de detenção – Regime inicial somente 
semiaberto ou aberto. 
A fixação, em concreto, do regime inicial de cumprimento da pena irá 
variar conforme três fatores: reincidência, quantidade da pena e 
circunstâncias judiciais. Além disso, a própria Lei estabelece que a pena 
seja executada de forma progressiva (de um regime mais gravoso para 
outro, menos gravoso), ressalvada a hipótese de regressão (passagem de 
um regime menos gravoso para outro, mais gravoso), em qualquer caso, 
atendendo-se ao mérito do condenado, nos termos do art. 33, §§ 2°, 3° e 
4° do CP.8 
CUIDADO! O STJ possui entendimento no sentido de que é possível a 
fixação do regime semiaberto aos condenados que sejam reincidentes, 
desde que as circunstâncias judiciais sejam favoráveis. Vejamos: 
Súmula 269 do STJ: 
7 Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de 
detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; 
b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; 
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. 
8 § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o 
mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência 
a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; 
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), 
poderá, desde o princípio, cumpri-la 
em regime semiaberto; 
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o 
início, cumpri-la em regime aberto. 
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos 
critérios previstos no art. 59 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do 
cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do 
ilícito praticado, com os acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) 
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É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a 
pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais. 
 
Além disso, na fixação do regime inicial de cumprimento da pena, 
não pode o Juiz fixar regime mais gravoso do que aquele 
abstratamente previsto tendo em conta a pena aplicada, tendo como 
base unicamente a gravidade abstrata do delito. 
O STF possui dois verbetes de súmula muito importantes sobre o 
tema: 
SÚMULA 718 
A OPINIÃO DO JULGADOR SOBRE A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO 
CONSTITUI MOTIVAÇÃO IDÔNEA PARA A IMPOSIÇÃO DE REGIME MAIS SEVERO DO 
QUE O PERMITIDO SEGUNDO A PENA APLICADA. 
 
SÚMULA 719 
A IMPOSIÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO MAIS SEVERO DO QUE A PENA APLICADA 
PERMITIR EXIGE MOTIVAÇÃO IDÔNEA. 
 
1.5.1.1. Regras do regime fechado 
As regras do regime fechado são, basicamente, três: 
a) Submissão a exame criminológico9 inicial (O STJ passou a entender 
que ele agora é facultativo – SÚMULA 439 DO STJ); 
b) Submissão a trabalho durante o dia e descanso isolado durante a noite; 
c) Trabalho em comum (junto com outros presos) dentro do 
estabelecimento, SENDO ADMISSÍVEL O TRABALHO EXTERNO em 
obras públicas (Necessário cumprimento de ao menos 1/6 da pena). 
 
O trabalho durante o regime de cumprimento da pena é 
obrigatório, e a recusa caracteriza falta grave, nos termos do art. 
50, IV da LEP (Lei de Execuções Penais), acarretando impossibilidade de 
obtenção da progressão de regime e livramento condicional. Em resumo: 
O preso pode se negar a trabalhar (até porque, não há como obrigá-lo 
fisicamente a isso), mas a recusa injustificada (se tiver problemas de 
saúde, por exemplo, é uma recusa justificada) gera consequências 
gravíssimas para ele. 
O trabalho do preso é remunerado e ele tem direito, ainda, aos 
benefícios da previdência social. Isso é bastante importante, pois o preso 
foi condenado a uma pena “privativa de liberdade”, ou seja, o único 
9 O exame criminológico tem por finalidade permitir a individualização da pena (um dos princípios 
da pena) em sua terceira fase, em homenagem ao disposto no art. 5°, XLVI da Constituição: 
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: 
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direito do qual ele está privado é a liberdade. Assim, o preso não se 
tornou um escravo do Estado, devendo receber pelo seu trabalho, como 
qualquer pessoa. 
 
1.5.1.2. Regras do Regime semiaberto 
O regime semiaberto é bem menos gravoso que o regime fechado, e 
possui como regras: 
a) Exame criminológico inicial (O STJ passou a entender que ele 
agora é facultativo – SÚMULA 439 DO STJ); 
b) Trabalho diurno em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento 
similar, com descanso isolado à noite; 
c) Admissão do trabalho externo, BEM COMO FREQUÊNCIA A CURSOS 
SUPLETIVOS PROFISSIONALIZANTES, DE INSTRUÇÃO DE 
SEGUNDO GRAU OU SUPERIOR. 
 
Vejam que as regras, embora parecidas, não são idênticas. Nesse 
regime o condenado pode trabalhar fora do estabelecimento de 
cumprimento da pena (em qualquer trabalho, e não apenas em obras 
públicas), bem como estudar. 
Além disso, o preso deve ficar recolhido em estabelecimento próprio 
(colônia agrícola, industrial ou similar), e não em presídio comum, 
onde se encontram os presos em regime fechado. 
Mas e se não houver vagas nos estabelecimentos especiais 
(colônias), o que fazer? O STF entende que se não houver vagas no 
regime semiaberto, o preso não pode arcar com essa deficiência do 
Estado, pois é um direito seu. Desta forma, não pode o preso continuar 
no regime fechado. Por consequência, a lógica determina sua transferência 
diretamente para o regime aberto ou prisão domiciliar. 
 O regime aberto é o mais brando dos três regimes de 
cumprimento da pena privativa de liberdade, e baseia-se no senso de 
responsabilidade e autodisciplina do preso. Regras básicas: 
a) Trabalho diurno fora do estabelecimento e sem vigilância, frequência 
à curso ou outra atividade autorizada, bem como recolhimento noturno e 
nos dias de folga; 
b) Transferência para regime mais gravoso no caso de prática de crime 
doloso, frustração dos fins da execução (basicamente, a fuga), ou 
ausência do pagamento da pena de multa. 
 
Onde se dá o recolhimento do preso, e o que ocorre se não 
houver vagas no regime aberto? O recolhimento noturno do preso no 
regime aberto se dá em casa de albergado,que é um prédio urbano, 
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separado dos demais estabelecimentos prisionais e que não deva possuir 
características de prisão, principalmente no que se refere à existência de 
obstáculos físicos para a fuga. Caso não haja vagas no regime semiaberto 
(são raríssimas as casas de albergado), o STF entende que o preso deve 
ser posto em liberdade, até que surja vaga. O STJ, por sua vez, entende 
que deve o preso ficar recolhido à prisão domiciliar10. 
 
1.5.1.3. Disposições gerais acerca dos regimes de cumprimento da 
pena 
Conforme havia dito a vocês, a pena privativa de liberdade atinge 
somente um direito do preso: a liberdade (óbvio, não?). 
Assim, o preso mantém todos os direitos inerentes à pessoa humana, 
como o respeito à sua integridade física e moral. O respeito à integridade 
física e moral, inclusive, possui índole constitucional (art. 5°, XLIX da 
Constituição).11 
Em razão disso, o STF decidiu regulamentar o uso de algemas, 
editando a súmula vinculante n° 11, que diz: 
SÚMULA VINCULANTE Nº 11 
SÓ É LÍCITO O USO DE ALGEMAS EM CASOS DE RESISTÊNCIA E DE FUNDADO 
RECEIO DE FUGA OU DE PERIGO À INTEGRIDADE FÍSICA PRÓPRIA OU 
ALHEIA, POR PARTE DO PRESO OU DE TERCEIROS, JUSTIFICADA A 
EXCEPCIONALIDADE POR ESCRITO, SOB PENA DE RESPONSABILIDADE DISCIPLINAR, 
CIVIL E PENAL DO AGENTE OU DA AUTORIDADE E DE NULIDADE DA PRISÃO OU DO 
ATO PROCESSUAL A QUE SE REFERE, SEM PREJUÍZO DA RESPONSABILIDADE CIVIL 
DO ESTADO. 
 
O direito ao recebimento de salário pelo seu trabalho realizado 
no estabelecimento prisional, bem como o direito à integrar a 
previdência social também são assegurados ao preso, conforme foi 
dito.12 
E se antes do início do cumprimento da pena sobrevier ao 
condenado doença mental? O CP diz que o condenado, neste caso, deve 
10 (...) 4. Admite-se a concessão, em caráter excepcional, da prisão domiciliar na hipótese de falta 
de vagas em estabelecimento adequado para o cumprimento da pena em regime aberto, que não 
justifica a permanência do condenado em condições prisionais mais severas. 
Precedentes. 
(...) 
(REsp 1201880/RS, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, 
julgado em 07/05/2013, DJe 14/05/2013) 
11 XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; 
12 Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a 
todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral. (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da 
Previdência Social. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
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ser recolhido a Hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, ou outro 
estabelecimento adequado.13 
CUIDADO! Se a doença mental sobrevém após o início da execução 
da pena, aplica-se o art. 183 da LEP, que autoriza o Juiz a substituir a 
pena privativa de liberdade por medida de segurança. 
 
O Código Penal estabelece, ainda, o fenômeno da Detração, que é o 
abatimento do tempo de cumprimento da pena imposta, em razão do 
tempo que o condenado permaneceu preso provisoriamente, 
administrativamente ou internado nos estabelecimentos psiquiátricos 
previstos no art. 41. Vejamos: 
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de 
segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de 
prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos 
referidos no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Por fim, há ainda a previsão de regime de cumprimento de pena 
especial às presidiárias mulheres, que devem ser recolhidas a 
estabelecimento próprio.14 
Trata-se de regra que materializa o direito previsto no art. 5°, XLVIII 
da constituição, que trata do cumprimento da pena em estabelecimentos 
prisionais adequados.15 
Na Lei de Execuções Penais, inclusive, há regramento específico para 
o tratamento das presidiárias gestantes e que estejam em fase de 
amamentação, bem como dispõe sobre a existência de creches para que as 
mães presidiárias não sejam privadas da companhia de seus filhos, e vice-
versa. 
 
1.5.2. Penas restritivas de direitos 
As penas restritivas de direitos são também chamadas de “penas 
alternativas”, pois se apresentam como uma alternativa à aplicação da 
pena privativa de liberdade, muitas vezes desnecessária no caso concreto. 
São divididas em cinco espécies, conforme já adiantado, nos termos 
do art. 43 do CP. 
13 Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de custódia 
e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
14 Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e 
direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
15 XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, 
a idade e o sexo do apenado; 
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cumprirá ambas, simultaneamente; se não for possível, haverá a 
reconversão para a pena privativa de liberdade anteriormente aplicada.20 
EXEMPLO: Imagine que fulano tenha sido condenado a pena de 02 anos 
de detenção, substituída por restritiva de direitos consistente na 
prestação de serviços à comunidade. Enquanto cumpria a pena 
alternativa, fulano foi condenado a uma pena privativa de liberdade que 
não foi suspensa (sursis) nem convertida em restritiva de direitos. Nesse 
caso, o cumprimento de ambas é inviável, pois fulano não pode ao mesmo 
tempo estar preso e cumprir a pena de prestação de serviços à 
comunidade. Assim, deverá haver a reconversão da restritiva de direito 
em privativa de liberdade. 
 
Porém, se no exemplo acima, a pena restritiva de direitos imposta 
fosse de prestação pecuniária, não haveria nenhum impedimento ao 
cumprimento simultâneo desta com a nova pena privativa de liberdade 
imposta, de forma que o Juiz da execução poderia deixar de reconvertê-la. 
 CUIDADO! Não se admite a reconversão se o condenado deixa 
de pagar a pena de multa, pois o CP só admite a reconversão no caso 
de descumprimento das penas restritivas de direitos e não no caso de 
descumprimento da pena multa. 
 CUIDADO II! Não se deve confundir pena de MULTA com pena de 
PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA. A primeira é uma modalidade de pena, a 
outra é uma espécie de pena RESTRITIVA DE DIREITOS. No primeiro 
caso, NÃO É POSSÍVEL A CONVERSÃO EM PRISÃO pelo não 
pagamento. No segundo caso é POSSÍVEL, conforme entendimento do 
STJ.21 
 
1.5.2.2. Penas restritivas de direitos em espécie 
 
(i) Prestação pecuniária 
Consiste no pagamento em dinheiro à vítima da infração penal, a seus 
dependentes, ou ainda, a entidade pública ou privada com finalidade social, 
em montante fixado pelo Juiz entre 01 (um) e 360 (trezentos e sessenta) 
salários mínimos. Este valor pago será deduzido de eventual valor a 
ser pago em razão de condenação na esfera cível, SE OS 
BENEFICIÁRIOS FOREM OS MESMOS. 
20 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 699 
21 HC 133.942/MG, Rel. Ministro ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO 
TJ/RJ), QUINTA TURMA, julgado em 28/02/2012, DJe 20/03/2012 
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Poderá ter, como teto, dois parâmetros: 
• Montante do prejuízo causado 
• Montante do proveito obtido pelo agente ou por terceiro 
com a prática do delito 
 
Perceba, caro aluno, que esta pena só poderá ser aplicada nas 
hipóteses de crimes que gerem algum prejuízo ao sujeito passivo ou tragam 
algum benefício ao sujeito ativo ou a terceira pessoa. 
 Não confundam a pena de perdimento de bens, art. 
45, § 3° do CP (modalidade de pena restritiva de direitos), com o 
confisco, previsto no art. 91, II do CP (perda de bens em razão da 
condenação). A pena de perdimento de bens incide sobre o 
patrimônio lícito do condenado, sendo, portanto, uma pena 
propriamente dita. Já o confisco não é pena, mas efeito da 
condenação, e incide sobre o patrimônio ilícito do agente, constituído 
pelo produto do crime e pelos instrumentos do delito, desde que estes 
consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção 
constitua fato ilícito. 
 
(iii) Prestação de serviços à comunidade 
A pena de prestação de serviços à comunidade consiste, nos termos 
do art. 46, §§ 1° e 2° do CP: 
Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é 
aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. 
(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste 
na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. (Incluído pela Lei nº 9.714, 
de 1998) 
§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, 
hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em 
programas comunitários ou estatais. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
De plano, vocês podem perceber que se trata de pena restritiva de 
direitos somente cabível nas condenações a pena privativa de 
liberdade superior a 06 meses. 
Embora o CP se refira a “entidades públicas”, a Doutrina entende que, 
à semelhança do que ocorre com a pena de prestação pecuniária, esta 
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pode ter como destinatária entidade privada, desde que possua 
destinação social.24 
A Doutrina entende, ainda, que a pena não pode ser prestada em 
Igrejas, por não se tratar de serviço à comunidade, e pelo fato de que seria 
uma ofensa ao princípio do Estado laico (art. 19, I da Constituição). 
O § 1° determina que a pena deva ser cumprida mediante a atribuição 
de tarefas gratuitas ao condenado. Ou seja, diferentemente do que ocorre 
no caso de trabalho realizado pelo preso no estabelecimento prisional, 
quando em cumprimento de pena privativa de liberdade, aqui o 
condenado não recebe nada pelo trabalho, exatamente porque esta 
é a própria pena. Na pena privativa de liberdade a execução das tarefas 
não é a pena (que é a privação da liberdade), mo’tivo pelo qual naqueles 
casos o preso deve receber retribuição salarial. 
O § 3° estabelece que as tarefas sejam atribuídas de acordo com 
as aptidões do condenado. Vejamos: 
§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões 
do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia 
de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de 
trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
Assim, não pode o Juiz determinar a um pintor que preste serviço de 
carpintaria em uma escola, pois não se enquadra dentro das suas aptidões, 
sendo impossível de ser cumprida. 
A pena não pode, ainda, ser vexatória, humilhante ou possuir 
qualquer outra característica contrária à sua finalidade. 
O sistema de cumprimento adotado pelo CP é o da hora-tarefa, ou 
seja, cada hora de tarefa realizada será computada como um dia da 
condenação. 
EXEMPLO: Imagine que fulano foi condenado a 08 meses de detenção, 
tendo sua pena sido convertida em restritiva de direitos, consistente na 
prestação de serviços à comunidade. Assim, cada hora-tarefa cumprida 
por fulano corresponderá a um dia de cumprimento da pena. 
 
Entretanto, o § 4° estabelece que se pena aplicada for superior a um 
ano, para que não se torne muito extensa, poderá ser cumprida em 
menor tempo, mas nunca inferior à metade. 
§ 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado 
cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade 
da pena privativa de liberdade fixada. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
24 Em nenhuma hipótese será possível a prestação de serviços a entidades privadas que visem lucro. 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 682 
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Imagine, no exemplo anterior, que a condenação de fulano tenha sido 
a dois anos de reclusão. Nesse caso, o CP possibilita que fulano realize duas 
horas-tarefa por dia, o que lhe fará abater dois dias de cumprimento da 
pena, que será cumprida na metade do tempo previsto. No entanto, o 
cumprimento não pode se dar em menos da metade do tempo previsto! 
 
(iv) Interdição temporária de direitos 
A pena de interdição temporária de direitos está prevista no art. 47 
do CP, e pode consistir em: 
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de 
mandato eletivo; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de 
habilitação especial, de licença ou autorização do poder público;(Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)> 
IV - proibição de freqüentar determinados lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714, 
de 1998) 
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. 
(Incluído pela Lei nº 11.250, de 2011) 
 
As duas primeiras hipóteses são modalidades de penas restritivas de 
direitos específicas, pois só podem ser aplicadas quando o crime for 
cometido no exercício do cargo ou função pública, ou, na segunda 
hipótese, no exercício de atividade que dependa de habilitação 
especial, licença ou autorização do poder público. Esta é a previsão 
do art. 56 do CP: 
Art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 deste 
Código, aplicam-se para todo o crime cometido no exercício de profissão, 
atividade, ofício, cargo ou função, sempre que houver violação dos deveres que 
lhes são inerentes. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
EXEMPLO: Se um funcionário público comete um crime de lesão 
corporal, sem qualquer relação com o exercício das funções, não pode lhe 
ser imposta a pena suspensão de exercício de cargo ou função pública. 
Da mesma forma, se um médico é condenado pelo crime de furto, não 
poderá ser privado do exercício de sua atividade, pois o crime praticado 
não guarda qualquer relação com o exercício da atividade. 
Não devemos confundir esta pena com o efeito da condenação 
previsto no art. 92, I do CP. 
A pena de suspensão de autorização ou habilitação para dirigir veículo 
(inciso III) somente se aplica nos casos de crimes culposos cometidos no 
trânsito. Nos termos do art. 57 do CP: 
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Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Código, 
aplica-se aos crimes culposos de trânsito. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 
Entretanto, com a edição do Código de Trânsito Brasileiro(Lei 
9.503/97), este dispositivo perdeu muito de sua utilidade, pois o CTB cuida 
com certa minúcia da matéria, inclusive no que tange à aplicação desta 
pena de interdição. Entretanto, isto não é tema para a nossa aula. 
CUIDADO! Esta pena não pode ser confundida com o efeito da 
condenação previsto no art. 92, III do CP: 
Art. 92 - São também efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
(...) III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para 
a prática de crime doloso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
A pena restritiva de direitos consistente na suspensão do direito de dirigir 
é uma pena que se aplica aos crimes culposos cometidos no trânsito. Já 
o efeito da condenação, consistente na inabilitação para dirigir, ocorre 
quando o veículo é utilizado como meio para a prática de crime doloso 
(atropelamento doloso, por exemplo).25 
 
Por sua vez, a proibição de frequentar determinados lugares é 
uma pena de difícil fiscalização, pois, primeiramente, a Lei não estabeleceu 
quais são os lugares, ficando a critério do Juiz26. Em segundo lugar, a 
ausência de mecanismos hábeis para a realização da fiscalização dificulta 
demais a aplicação desta pena. 
Entretanto, a Doutrina entende que se trata de uma pena 
constitucional, e que mesmo a expressão vaga “determinados lugares” não 
ofende o princípio da legalidade, na medida em que esta é uma pena 
alternativa, sendo originariamente prevista a pena privativa de liberdade, 
perfeitamente bem delimitada. 
Finalizando com chave-de-ouro, o inciso V (incluído pela Lei 
11.250/11) prevê uma quinta modalidade de interdição de direitos, 
consistente na impossibilidade de o condenado se inscrever em concurso, 
avaliação ou exame público. 
A Lei não disse por quanto tempo, mas por lógica, em se tratando de 
uma pena substitutiva, esta pena terá como duração o mesmo período 
da pena privativa de liberdade aplicada. 
 
(v) Limitação de fim de semana 
25 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 688/689 
26 Entende-se que o lugar deva ter alguma relação com o delito cometido, e que seja um lugar que 
exerça influência criminógena sobre o condenado (um lugar que propicie a ele a prática do delito). 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 690/691 
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Está regulamentada pelo art. 48 do CP: 
Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, 
aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou 
outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao 
condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas.(Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Trata-se de uma pena raramente aplicada, em razão da praticamente 
inexistência, no Brasil, de casas de albergado e congêneres. O STJ entende 
que se essa pena for aplicada, não havendo casa de albergado em que 
possa ser cumprida, não pode o condenado ser submetido a 
estabelecimento prisional, por ser medida mais gravosa que a pena 
imposta. 
 
1.6. Pena de multa 
A pena de multa pode ser conceituada como a penalidade (sanção 
penal) consistente no pagamento de determinada quantia em dinheiro e 
destinada ao Fundo Penitenciário Nacional. Nos termos do art. 49, e seus 
§§, do CP: 
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da 
quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 
(dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um 
trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem 
superior a 5 (cinco) vezes esse salário. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de 
correção monetária. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
O critério utilizado para a fixação da pena de multa é o do dia-multa. 
O valor do “dia-multa” será arbitrado pelo Juiz, em montante que varie 
entre 1/30 (um trigésimo) e 5 vezes o valor do maior salário 
mínimo vigente À ÉPOCA DO FATO! 
Perceba, caro aluno, que a aplicação da pena de multa obedece a um 
sistema BIFÁSICO, no qual o Juiz: 
a) Primeiro fixa a quantidade de dias-multa. 
b) Depois, fixa o valor de cada dia multa. 
 
O produto da multiplicação do número de dias multa pelo valor 
de cada dia multa será o montante total da condenação. 
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EXEMPLO: Imagine que um réu é condenado ao pagamento de 10 dias-
multa, considerando-se cada dia multa como 1/30 do maior salário 
mínimo vigente (exemplificativamente, R$ 600,00). Assim, 1/30 de R$ 
600,00 igual a R$ 20,00. Desta forma, o valor total da condenação será 
de 10 (quantidade de dias-multa) x R$ 20,00 (valor do dia-multa). Logo, 
a pena de multa será fixada em R$ 200,00 (Duzentos reais). 
 
Este critério possibilita o exercício do princípio da individualização 
da pena, pois confere ao Juiz uma amplitude enorme na fixação do valor 
da pena de multa. 
A Doutrina entende que27: 
A quantidade de dias-multa é calculada com base no fato 
criminoso e na personalidade do agente (circunstâncias do 
art. 59 do CP). 
O valor de cada dia-multa é fixado com base na situação 
econômica do infrator. 
 
A pena de multa deve ser fixada levando-se em conta a situação 
econômica do réu, entretanto, essa fixação com base na situação 
econômica do réu se refere à fixação do valor do dia-multa. Além disso, a 
pena de multa pode ser aumentada até o triplo, caso, mesmo sendo 
aplicada ao máximo, o Juiz considere que ela ainda é insuficiente. 
Ressalto a vocês que esse sistema de aplicação da pena de multa é 
genérico, ou subsidiário. Assim, nada impede que a Legislação 
Especial, e até mesmo o CP, prevejam situações especiais nas quais 
o critério para a aplicação da pena de multa seja outro. 
O pagamento da pena de multa deve se dar em até 10 dias a contar 
do trânsito em julgado da sentença, podendo o Juiz, considerando as 
circunstâncias e a requerimento do condenado, permitir o parcelamento do 
seu pagamento (art. 50 do CP). 
O CP permite, ainda, que a pena de multa seja descontada 
diretamente na remuneração do condenado, salvo na hipótese de ter sido 
aplicada cumulativamente com a pena privativa de liberdade (§ 1° do art. 
50 do CP), E NÃO PODE INCIDIR SOBRE RECURSOS QUE SEJAM 
INDISPENSÁVEIS AO SUSTENTO DO INFRATOR E DE SUA FAMÍLIA 
(§ 2° do art. 50 do CP). 
Conforme já havia adiantado a vocês, não cumprida 
espontaneamente a pena de multa, não pode haver conversão em pena 
privativa de liberdade28, muito menos reconversão (porque nunca houve 
27 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p. 
529/530 
28 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 530/531 
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conversão). Nesse caso, a multa será considerada como dívida de valor e 
executada pelo procedimento de cobrança da dívida ativa da Fazenda 
Pública (Execução Fiscal).29 
A Doutrina e a Jurisprudência entendem, em razão disso, que 
embora o não cumprimento da pena de multa não possa gerar a conversão 
em pena privativa de liberdade, isto não lhe retira seu caráter de pena. 
Assim, aplicada pena de multa e sobrevindo a morte do infrator, estará 
extinta a punibilidade30, nos termos do art. 107,I do CP, já que não se 
pode estender os efeitos da pena aos sucessores do infrator, por força do 
art. 5°, XLV da Constituição, que ressalvou apenas a obrigação de 
reparar o dano e o perdimento de bens. 
Por fim, o art. 52 do CP prevê que, sobrevindo doença mental ao 
condenado, ficará suspensa a pena de multa. 
 
2. RESUMO 
CONCEITO - A pena pode ser conceituada como a resposta que a 
sociedade dá ao indivíduo que transgride a ordem jurídico-penal 
estabelecida, e consiste na privação ou restrição de um bem jurídico do 
condenado (liberdade, patrimônio, etc.), de forma a castigá-lo e reeducá-
lo (adoção da teoria mista, unificadora, eclética ou unitária - dupla 
finalidade: punição e prevenção). 
 
PRINCÍPIOS 
a) Reserva legal ou legalidade estrita – A pena deve estar prevista em 
Lei Formal. 
b) Anterioridade – A pena deve estar prevista em Lei anterior ao fato. 
c) Intranscendência da pena – A pena não pode passar da pessoa do 
condenado. 
d) Inevitabilidade ou inderrogabilidade da pena – Uma vez aplicada, 
não pode deixar de ser executada. Há exceções (Ex.: Sursis). 
e) Princípio da humanidade ou humanização das penas – A pena não 
pode desrespeitar os direitos fundamentais do indivíduo, violando sua 
integridade física ou moral, e também não pode ser de índole cruel, 
desumano ou degradante (art. 5°, XLIX e XLVII da Constituição); 
f) Princípio da proporcionalidade – A sanção aplicada pelo Estado deve 
ser proporcional à gravidade da infração cometida e também deve ser 
suficiente para promover a punição ao infrator e sua reeducação social. 
29 Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de 
valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive 
no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. (Redação dada pela Lei nº 
9.268, de 1º.4.1996) 
30 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 531 
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Regras da substituição 
Pena igual ou inferior a um ano = Substituição por multa ou uma pena 
restritiva de direitos. 
Pena superior a um ano = Substituição por pena de multa e uma pena 
restritiva de direitos, ou por duas restritivas de direitos. No caso de serem 
aplicadas duas restritivas de direitos, o condenado poderá cumpri-las 
simultaneamente, se forem compatíveis, ou sucessivamente, se 
incompatíveis (art. 69, § 2° do CP). 
 
Reconversão 
! Obrigatória - Descumprimento injustificado da restrição imposta. 
! Facultativa – Superveniência de nova condenação à pena privativa 
de liberdade, por outro crime. Pode deixar de reconverter se for 
possível cumprir ambas simultaneamente. 
 
Observações importantes: 
 Não se admite a reconversão se o condenado deixa de pagar a pena 
de multa. 
 Não se deve confundir pena de MULTA com pena de PRESTAÇÃO 
PECUNIÁRIA. A primeira é uma modalidade de pena, a outra é uma 
espécie de pena RESTRITIVA DE DIREITOS. No primeiro caso, NÃO É 
POSSÍVEL A CONVERSÃO EM PRISÃO pelo não pagamento. No segundo 
caso é POSSÍVEL, conforme entendimento do STJ. 
 
Espécies de penas restritivas de direitos 
Prestação pecuniária – Consiste no pagamento em dinheiro à vítima da 
infração penal, a seus dependentes, ou ainda, a entidade pública ou privada 
com finalidade social, em montante fixado pelo Juiz entre 01 (um) e 360 
(trezentos e sessenta) salários mínimos. Este valor pago será deduzido 
de eventual valor a ser pago em razão de condenação na esfera 
cível, SE OS BENEFICIÁRIOS FOREM OS MESMOS. 
Perda de bens e valores – Em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e 
seu valor tem como teto - o que for maior - o montante do prejuízo causado 
ou o proveito do crime. OBS.: Não confundir com o confisco, que é mero 
efeito secundário da condenação, e recai sobre o patrimônio ilícito, bem 
como sobre os instrumentos do crime (apenas se se tratar de coisas cujo 
fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito.). 
Limitação de fim de semana - Consiste na obrigação de permanecer, aos 
finais de semana (sábados e domingos), por 05 horas diárias, em casa de 
albergado ou outro estabelecimento adequado. Neste período, poderão ser 
ministrados ao condenado cursos e palestras, bem como ser atribuídas 
atividades educativas. 
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Prestação de serviços à comunidade - Atribuição de tarefas gratuitas, 
e de acordo com as aptidões do condenado, em favor da comunidade ou 
de entidades públicas (em entidades assistenciais, hospitais, escolas, 
orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas 
comunitários ou estatais), ou privadas com destinação social 
(entendimento doutrinário). Cabível para as condenações superiores a seis 
meses de privação da liberdade. O sistema de cumprimento adotado pelo 
CP é o da hora-tarefa, ou seja, cada hora de tarefa realizada será 
computada como um dia da condenação. Se superior a 01 ano, pode ser 
cumprida em menor tempo, mas nunca inferior à metade. 
Interdição temporária de direitos – Consiste na limitação temporária 
de alguns direitos do condenado, e pode ser de diversas ordens: 
(a) proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, 
bem como de mandato eletivo - só pode ser aplicada quando o crime 
for cometido no exercício do cargo ou função pública 
(b) proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que 
dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do 
poder público – só pode ser aplicada quando o crime for cometido no 
exercício de atividade que dependa de habilitação especial, licença ou 
autorização do poder público. 
(c) suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir 
veículo – somente se aplica nos casos de crimes culposos cometidos no 
trânsito (CTB também trata deste tema). 
(d) proibição de frequentar determinados lugares – Impossibilita o 
condenado de frequentar certos lugares, e deve ter relação com o fato 
praticado (Ex.: proibir um valentão, membro de torcida organizada, de 
frequentar estádios de futebol). 
(e) proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame 
públicos - em se tratando de uma pena substitutiva, esta pena terá 
como duração o mesmo período da pena privativa de liberdade aplicada. 
 
PENA DE MULTA 
Conceito - Modalidade de pena que consiste no pagamento de 
determinada quantia em dinheiro e destinada ao Fundo Penitenciário 
Nacional. 
Fixação – Bifásico. O critério utilizado para a fixação da pena de multa é o 
do dia-multa. 
Primeiro fixa a quantidade de dias-multa – Entre 10 e 360 dias-multa 
(com base nas circunstâncias judiciais do art. 59) 
Depois fixa o valor do dia-multa – Deve variar entre 1/30 (um 
trigésimo) e 5 vezes o valor do maior salário mínimo vigente à época do 
fato (com base na situação econômica do condenado). 
OBS.: A pena de multa pode ser aumentada até o triplo, caso se mostre 
insuficiente (de acordo com a situação financeira do condenado). 
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Tópicos importantes 
! O pagamento da pena de multa deve se dar em até 10 dias a contar 
do trânsito em julgado da sentença. 
! Juiz pode, considerando as circunstâncias e a requerimento do 
condenado, permitir o parcelamento. 
! Pode ser descontada diretamente na remuneração do condenado, 
salvo na hipótese de ter sido aplicada cumulativamente com a pena 
privativa de liberdade. 
! Não pode incidir sobre recursos indispensáveis ao sustento do infrator 
e de sua família. 
! Não sendo paga, será consideradadívida de valor, devendo ser 
executada pelo procedimento de cobrança da dívida ativa da Fazenda 
Pública 
! Em caso de sobrevir doença mental ao condenado é suspensa a 
execução da pena de multa 
! Em caso de morte do condenado, NÃO passa aos herdeiros. 
Neste caso, fica extinta a punibilidade 
 
___________ 
 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 
3. EXERCÍCIOS DA AULA 
 
01. (VUNESP – 2013 – ITESP – ADVOGADO) 
Com relação às penas privativas de liberdade, é correto afirmar que: 
a) a pena de reclusão deverá ser cumprida sempre em regime fechado. 
b) considera-se regime fechado a execução da pena em colônia agrícola. 
c) a pena de detenção deverá ser cumprida sempre em regime aberto. 
d) considera-se regime semiaberto a execução da pena em casa de 
albergado. 
e) a pena de reclusão poderá ser cumprida em regime aberto. 
 
02. (VUNESP – 2012 – DPE-MS – DEFENSOR PÚBLICO) 
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As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma 
progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes 
critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais 
rigoroso: 
a) o condenado reincidente, cuja pena seja igual a 4 (quatro) anos, deverá, 
desde o início, cumpri-la em regime aberto. 
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 6 (seis) anos e 
não exceda a 12 (doze), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime 
semiaberto. 
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) 
anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. 
d) o condenado reincidente, cuja pena seja inferior a 4 (quatro) anos, 
deverá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. 
 
03. (VUNESP – 2011 – TJ-SP – JUIZ) 
Antônio foi condenado definitivamente pela prática de crime de estelionato 
e, depois de decorridos mais de cinco anos des- de o cumprimento da pena 
então imposta, comete novo crime, desta feita furto qualificado pelo 
rompimento de obstáculo, pelo qual vem a ser condenado à pena de dois 
anos e quatro meses de reclusão. Assinale a alternativa correta, em face 
do art. 44, do Código Penal, que dispõe sobre a substituição da pena 
privativa de liberdade, por restritivas de direito. 
a) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por ser a pena imposta 
de reclusão. 
b) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por ser ele reincidente 
em crime doloso. 
c) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por serem ambas as 
condenações por crimes contra o patrimônio. 
d) A substituição pode ser aplicada a Antônio, pois a rein- cidência não é 
pela prática do mesmo crime. 
e) A substituição pode ser aplicada a Antônio, pois ele não é reincidente. 
 
04. (VUNESP – 2009 – TJ-MS – TITULAR NOTARIAL) 
A, primário, foi condenado por tentativa de roubo qualificado à pena de 2 
anos e 8 meses de reclusão e multa. O juiz, ao aplicar a pena, 
a) deverá fixar o regime fechado para o cumprimento inicial por tratar-se 
de crime praticado com violência contra a pessoa. 
b) poderá substituir a pena privativa de liberdade por uma pena restritiva 
de direitos. 
c) poderá substituir a pena privativa de liberdade por duas penas restritivas 
de direitos. 
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d) poderá conceder a suspensão condicional da pena privativa de liberdade 
por até 4 anos. 
e) poderá fixar o regime aberto para o cumprimento inicial da pena 
privativa de liberdade. 
 
05. (FCC – 2011 – TJ/PE – JUIZ) 
A pena de prestação pecuniária 
A) é sempre incabível para o condenado reincidente. 
B) deve ser fixada em dias-multa. 
C) só pode ser estabelecida em favor da vítima ou de seus dependentes. 
D) é autônoma e, nos crimes culposos, substitui a privativa de liberdade 
não superior a quatro anos. 
E) pode consistir em prestação de outra natureza, se houver aceitação do 
beneficiário. 
 
06. (FCC – 2010 – TRT 8°RG – ANALISTA JUDICIÁRIO – 
EXECUÇÃO DE MANDADOS) 
O instituto que permite ser computado na execução da pena privativa de 
liberdade ou na medida de segurança o tempo de prisão provisória, ou seja, 
da prisão anterior ao trânsito em julgado da sentença condenatória, 
denomina-se 
A) progressão. 
B) remissão. 
C) detração. 
D) regressão. 
E) conversão. 
 
07. (FCC – 2010 – TRE/RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
ADMINISTRATIVA) 
A pena de interdição temporária de direitos NÃO inclui: 
A) proibição do exercício de mandato eletivo. 
B) suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. 
C) proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de 
habilitação especial, de licença ou autorização do poder público. 
D) proibição de frequentar determinados lugares. 
E) proibição de se ausentar da casa de albergado aos sábados e domingos. 
 
08. (FCC – 2010 – TRE/RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
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Sobre a pena de MULTA prevista no Código Penal, é INCORRETO afirmar 
que 
A) deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois do trânsito em julgado da 
sentença. 
B) se converte em pena de detenção, quando o condenado solvente deixa 
de pagá-la ou frustra a sua execução. 
C) sua cobrança pode ser efetuada mediante desconto no salário do 
condenado, quando aplicada isoladamente. 
D) sua execução será suspensa se sobrevém ao condenado doença mental. 
E) se cobrada mediante desconto no salário, não deve incidir sobre os 
recursos indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família. 
 
09. (FCC – 2009 – DPE/MT – DEFENSOR PÚBLICO) 
NÃO se inclui dentre as penas restritivas de direito a 
A) limitação de fim de semana. 
B) multa. 
C) perda de bens e valores. 
D) prestação de serviços à comunidade. 
E) interdição temporária de direitos. 
 
10. (FCC – 2008 – METRÔ/SP – ADVOGADO) 
Considere as seguintes penas: 
I. reclusão. 
II. limitação de fim de semana. 
III. multa. 
IV. perda de bens e valores. 
V. prestação pecuniária. 
São penas restritivas de direito SOMENTE 
A) I e II. 
B) III e V. 
C) I, II e IV. 
D) I, II e III. 
E) II, IV e V. 
 
11. (FCC – 2009 – MPE/SE – ANALISTA DO MP – ESPECIALIDADE 
DIREITO) 
A pena de multa pode ser imposta em substituição exclusiva da pena 
privativa de liberdade se esta for de até 
A) um ano, não cabendo, porém, para o condenado reincidente. 
B) seis meses, ainda que reincidente o condenado. 
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C) seis meses, não sendo reincidente o condenado. 
D) um ano, não decorrendo eventual reincidência da prática do mesmo 
crime e a medida for socialmente recomendável. 
E) dois anos, independentemente de reincidência. 
 
12. (FCC – 2010 – TRF 4 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
A pena de multa pode ser imposta em substituição exclusiva da pena 
privativa de liberdade se esta for de até 
A) um ano, não cabendo, porém, para o condenado reincidente. 
B) seis meses, ainda que reincidente o condenado. 
C) seis meses, não sendo reincidente o condenado. 
D) um ano, não decorrendo eventual reincidência da prática do mesmo 
crime e a medida for socialmente recomendável. 
E) dois anos, independentemente de reincidência. 
 
13. (FCC – 2002 – SEAD/AP – AGENTE PENITENCIÁRIO) 
São espécies de regimes prisionais: 
A) fechado, semiaberto e aberto. 
B) reclusão, detenção e liberdade assistida. 
C)liberdade assistida, liberdade vigiada e semiliberdade. 
D) privação de liberdade e restrição de direitos. 
E) reclusão, detenção e prisão simples. 
 
14. (FCC – 2012 – TRE-SP – ANALISTA JUDICIÁRIO) 
Considere as seguintes situações hipotéticas de cidadãos processados pela 
Justiça Pública: 
I. José, não reincidente, é condenado a cumprir pena de 04 anos de 
reclusão por crime de denunciação caluniosa e poderá iniciar o 
cumprimento da pena em regime aberto. 
II. Paulo é condenado a cumprir pena de 02 anos de reclusão por crime de 
coação no curso do processo, e tem sua pena privativa de liberdade 
substituída por uma pena restritiva de direitos e por multa. 
III. Murilo registra condenação anterior por crime de falso testemunho e 
está sendo processado por crime de peculato. Nesse caso, não poderá ter 
a sua pena privativa de liberdade substituída pela restritiva de direitos, por 
expressa vedação legal. 
De acordo com o Código Penal, está correto o que consta APENAS em 
a) I. 
b) II. 
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c) III. 
d) I e II. 
e) II e III. 
 
15. (FGV – IX EXAME UNIFICADO DA OAB) 
O sistema punitivo brasileiro é progressivo. Por meio dele o condenado 
passa do regime inicial de cumprimento de pena mais severo para regime 
mais brando, até alcançar o livramento condicional ou a liberdade 
definitiva. 
A respeito da progressão de regime, assinale a afirmativa correta. 
A) O sistema progressivo brasileiro é compatível com a progressão “por 
saltos”, consistente na possibilidade da passagem direta do regime fechado 
para o aberto. 
B) O cumprimento da pena privativa de liberdade nos crimes hediondos é 
uma exceção ao sistema progressivo. O condenado nesta modalidade 
criminosa deve iniciar e encerrar o cumprimento da pena no regime 
fechado, sem possibilidade de passagem para regime mais brando. 
C) A progressão está condicionada, nos crimes contra a Administração 
Pública, à reparação do dano causado ou à devolução do produto do ilícito 
praticado com os acréscimos legais, além do cumprimento de 1/6 da pena 
no regime anterior e do mérito do condenado. 
D) O pedido de progressão deve ser endereçado ao juízo sentenciante, que 
decidirá independente de manifestação do Ministério Público. 
 
16. (FGV - 2008 - PC-RJ - OFICIAL DE CARTÓRIO) 
Com relação às penas, analise as afirmativas a seguir: 
I. São penas privativas de liberdade: detenção, reclusão e limitação de fim 
de semana. 
II. O Código Penal prevê somente as seguintes hipóteses de penas 
restritivas de direitos: prestação de serviços à comunidade ou a entidades 
públicas; interdição temporária de direitos e prestação pecuniária. 
III. A pena de interdição temporária de direitos compreende as seguintes 
situações: proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem 
como mandato eletivo; proibição do exercício de profissão, atividade ou 
ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do 
poder público; suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir 
veículo; proibição de frequentar determinados lugares; e, obrigação de 
permanecer, aos sábados e domingos, por cinco horas diárias, em casa de 
albergado ou outro estabelecimento adequado, ocasião em que serão 
ministrados cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas. 
Assinale: 
a) se nenhuma afirmativa estiver correta. 
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b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
e) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
 
17. (FCC – 2014 – DPE-CE – DEFENSOR PÚBLICO) 
No caso de condenação igual ou inferior a quatro anos, admissível a adoção 
do regime 
a) semiaberto, se reincidente o agente e favoráveis as circunstâncias 
judiciais. 
b) semiaberto, se reincidente o agente e desfavoráveis as circunstâncias 
judiciais. 
c) fechado, ainda que fixada a pena-base no mínimo legal. 
d) aberto, se favoráveis as circunstâncias judiciais, ainda que reincidente o 
agente. 
e) aberto, se reincidente o agente e desfavoráveis as circunstâncias 
judiciais. 
 
18. (IBFC – 2014 – SEDS-MG – AGENTE PENITENCIÁRIO) 
Indique o estabelecimento prisional destinado à execução da pena privativa 
de liberdade em regime aberto: 
a) Penitenciária. 
b) Casa do albergado. 
c) Colônia agrícola e a colônia industrial. 
d) Cadeia Pública. 
 
19. (CESPE – 2015 – DPU – DEFENSOR PÚBLICO) 
No que tange ao entendimento sumulado do STJ a respeito das espécies, 
da cominação e da aplicação de penas e do regime de execução de penas 
em espécie, julgue os itens subsecutivos. 
Se as circunstâncias judiciais forem favoráveis, o reincidente condenado à 
pena de quatro anos poderá ser submetido ao regime prisional semiaberto. 
 
20. (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Julgue os itens seguintes, a respeito de concurso de pessoas, tipicidade, 
ilicitude, culpabilidade e fixação da pena. 
É possível que réu primário portador de circunstâncias judiciais 
desfavoráveis condenado à pena de quatro anos de reclusão inicie o 
cumprimento da reprimenda em regime semiaberto. 
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21. (CESPE – 2015 – TJ-PB – JUIZ - ADAPTADA) 
O condenado a pena superior a oito anos pode começar a cumpri-la em 
regime fechado, desde que o juiz fundamente as razões que ensejam 
regime inicial diferenciado. 
 
22. (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLÍCIA) 
Um cidadão condenado a pena de reclusão de 15 anos pela prática de um 
homicídio deve, obrigatoriamente, iniciar o cumprimento da pena em 
regime fechado, podendo, no entanto, trabalhar fora do estabelecimento 
prisional, em serviços de natureza privada, durante o período diurno, 
desde que mediante prévia autorização judicial. 
 
23. (CESPE - 2008 - DPE-CE - DEFENSOR PÚBLICO) 
A progressão de regime do cumprimento da pena de condenado por crime 
contra a administração pública condiciona-se à reparação do dano que ele 
causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos 
legais. 
 
24. (CESPE – 2006 – DPE-AC – DEFENSOR PÚBLICO) 
No tocante às penas autorizadas pelo ordenamento jurídico brasileiro, 
assinale a opção incorreta. 
a) A cominação de pena em seu aspecto abstrato corresponde à pena 
aplicada em concreto. 
b) A pena alternativa é uma opção de escolha que pode substituir a pena 
privativa de liberdade. 
c) Ao aplicar a pena, o juiz deve observar, necessariamente, o contido na 
parte geral do CP. 
d) A pena pode ser atenuada, durante sua aplicação, em razão de 
circunstância não prevista em lei. 
 
25. (CESPE – 2009 – DPE-AL – DEFENSOR PÚBLICO) 
Julgue o item subsequente, acerca do instituto da pena. 
Quanto às suas finalidades, segundo a teoria eclética ou conciliatória, a 
pena tem dupla função: punir o criminoso e prevenir a prática do crime. 
 
26. (CESPE – 2011 – TJ-ES – ANALISTA JUDICIÁRIO) 
A pena de prestação pecuniária consiste no pagamento — em dinheiro, à 
vista ou em parcelas, à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública 
ou privada com destinação social — de importância fixada pelo juiz, não 
!∀#∃∀%& (∃)∗+ , %#− ./ #∃0∀1& 2.3456
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A pena privativa de liberdade de réu reincidente em crime culposo poderá 
ser substituída por uma penarestritiva de direitos. 
 
37. (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ – ADAPTADA) 
A respeito dos crimes contra o patrimônio, dos crimes contra a fé pública, 
da Lei de Crimes Hediondos, da Lei Maria da Penha e da Lei Antidrogas, 
assinale a opção correta. 
Um réu reincidente, condenado à pena de dez anos de reclusão em regime 
fechado pelo crime de estupro simples, somente poderá progredir de 
regime depois de cumpridos seis anos de pena. 
 
 
4. EXERCÍCIOS COMENTADOS 
 
01. (VUNESP – 2013 – ITESP – ADVOGADO) 
Com relação às penas privativas de liberdade, é correto afirmar 
que: 
a) a pena de reclusão deverá ser cumprida sempre em regime 
fechado. 
b) considera-se regime fechado a execução da pena em colônia 
agrícola. 
c) a pena de detenção deverá ser cumprida sempre em regime 
aberto. 
d) considera-se regime semiaberto a execução da pena em casa de 
albergado. 
e) a pena de reclusão poderá ser cumprida em regime aberto. 
COMENTÁRIOS: Em relação aos regimes de cumprimento da pena 
privativa de liberdade, é correto afirmar que a pena de reclusão poderá ser 
cumprida inicialmente em qualquer dos regimes. A de detenção, porém, 
não poderá ser inicialmente cumprida em regime fechado. O regime 
fechado é aquele cujo cumprimento se dá em estabelecimento de 
segurança máxima ou média. Já o semiaberto se dá em colônia agrícola ou 
industrial (ou similar) e o regime aberto em casa de albergado ou similar. 
Vejamos: 
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-
aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo 
necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança 
máxima ou média; 
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou 
estabelecimento similar; 
!∀#∃∀%& (∃)∗+ , %#− ./ #∃0∀1& 2.3456
∗)∗+∀7%∗ 89!∀:∀;#∀& , ;#∃∗ 89!∀:∀;#∀∗
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c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento 
adequado. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
 
02. (VUNESP – 2012 – DPE-MS – DEFENSOR PÚBLICO) 
As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma 
progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os 
seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a 
regime mais rigoroso: 
a) o condenado reincidente, cuja pena seja igual a 4 (quatro) anos, 
deverá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. 
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 6 (seis) 
anos e não exceda a 12 (doze), poderá, desde o princípio, cumpri-
la em regime semiaberto. 
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 
(quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. 
d) o condenado reincidente, cuja pena seja inferior a 4 (quatro) 
anos, deverá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. 
COMENTÁRIOS: Os critérios para a progressão de regime de cumprimento 
de pena estão previstos no art. 33, §2º do CP: 
Art. 33 (...) 
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma 
progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios 
e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la 
em regime fechado; 
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e 
não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-
aberto; 
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) 
anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. 
Vemos, assim, que a alternativa correta é a letra C, eis que de acordo com 
o previsto no art. 33, §2º, c do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
 
03. (VUNESP – 2011 – TJ-SP – JUIZ) 
Antônio foi condenado definitivamente pela prática de crime de 
estelionato e, depois de decorridos mais de cinco anos desde o 
cumprimento da pena então imposta, comete novo crime, desta 
feita furto qualificado pelo rompimento de obstáculo, pelo qual vem 
a ser condenado à pena de dois anos e quatro meses de reclusão. 
Assinale a alternativa correta, em face do art. 44, do Código Penal, 
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que dispõe sobre a substituição da pena privativa de liberdade, por 
restritivas de direito. 
a) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por ser a pena 
imposta de reclusão. 
b) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por ser ele 
reincidente em crime doloso. 
c) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por serem ambas 
as condenações por crimes contra o patrimônio. 
d) A substituição pode ser aplicada a Antônio, pois a reincidência 
não é pela prática do mesmo crime. 
e) A substituição pode ser aplicada a Antônio, pois ele não é 
reincidente. 
COMENTÁRIOS: No caso em tela o agente é considerado primário, eis que 
decorridos mais de cinco anos desde a extinção da punibilidade pela 
condenação anterior (art. 64, I do CP). 
Neste caso, temos um agente primário, que praticou delito sem violência 
ou grave ameaça e cuja pena aplicada é de 02 anos e 04 meses de reclusão. 
Vejamos o que diz o art. 44 do CP: 
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as 
privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime 
não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que 
seja a pena aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, 
de 1998) 
II - o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 
9.714, de 1998) 
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do 
condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa 
substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
Assim, vemos que é possível a substituição da pena, pois o agente não é 
reincidente. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
 
04. (VUNESP – 2009 – TJ-MS – TITULAR NOTARIAL) 
A, primário, foi condenado por tentativa de roubo qualificado à pena 
de 2 anos e 8 meses de reclusão e multa. O juiz, ao aplicar a pena, 
a) deverá fixar o regime fechado para o cumprimento inicial por 
tratar-se de crime praticado com violência contra a pessoa. 
b) poderá substituir a pena privativa de liberdade por uma pena 
restritiva de direitos. 
c) poderá substituir a pena privativa de liberdade por duas penas 
restritivas de direitos. 
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d) poderá conceder a suspensão condicional da pena privativa de 
liberdade por até 4 anos. 
e) poderá fixar o regime aberto para o cumprimento inicial da pena 
privativa de liberdade. 
COMENTÁRIOS: No caso em tela a substituição não é possível, 
considerando-se que se trata de crime praticado com violência ou grave 
ameaça à pessoa (art. 44, I do CP), também não sendo possível a 
concessão de sursis, eis que a pena é superior a 02 anos (art. 77 do CP). 
Com relação ao regime de cumprimento, por se tratar de pena inferior a 04 
anos, o Juiz poderá fixar o regime aberto como o regime inicial de 
cumprimento da pena: 
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-
aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo 
necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pelaLei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
(...) 
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma 
progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios 
e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
(...) 
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) 
anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
 
05. (FCC – 2011 – TJ/PE – JUIZ) 
A pena de prestação pecuniária 
A) é sempre incabível para o condenado reincidente. 
B) deve ser fixada em dias-multa. 
C) só pode ser estabelecida em favor da vítima ou de seus 
dependentes. 
D) é autônoma e, nos crimes culposos, substitui a privativa de 
liberdade não superior a quatro anos. 
E) pode consistir em prestação de outra natureza, se houver 
aceitação do beneficiário. 
COMENTÁRIOS: Primeiramente devemos analisar a natureza da pena de 
prestação pecuniária. A pena de prestação pecuniária é uma modalidade 
de pena restritiva de direitos, nos termos do art. 43, I do CP. Desta forma, 
se submetem ao regramento aplicável às penas restritivas de direitos. 
Uma destas características é a substitutividade, pois a pena restritiva de 
direitos sempre será aplicada como medida alternativa à pena privativa de 
liberdade, logo, ela nunca será autônoma (diferentemente da pena de 
multa, que pode ser autônoma ou substitutiva). 
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Pode ser aplicada aos reincidentes, desde que não se trate de reincidência 
específica e a medida seja socialmente aconselhável (art. 44, § 3° do CP). 
Diz, ainda, o art. 45, em seus §§ 1° e 2°, que a prestação pecuniária pode 
ter como beneficiários, além dos familiares, entidades públicas ou privadas 
com destinação social, e que a prestação pode ser de outra natureza, que 
não a pecuniária, desde que haja aceitação do beneficiário. 
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
 
06. (FCC – 2010 – TRT 8°RG – ANALISTA JUDICIÁRIO – 
EXECUÇÃO DE MANDADOS) 
O instituto que permite ser computado na execução da pena 
privativa de liberdade ou na medida de segurança o tempo de prisão 
provisória, ou seja, da prisão anterior ao trânsito em julgado da 
sentença condenatória, denomina-se 
A) progressão. 
B) remissão. 
C) detração. 
D) regressão. 
E) conversão. 
COMENTÁRIOS: O Código Penal estabelece o fenômeno da Detração, que 
é o abatimento do tempo de cumprimento da pena imposta, em razão 
do tempo que o condenado permaneceu preso provisoriamente, 
administrativamente ou internado nos estabelecimentos psiquiátricos 
previstos no art. 41. Vejamos: 
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de 
segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de 
prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos 
referidos no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
 
07. (FCC – 2010 – TRE/RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
ADMINISTRATIVA) 
A pena de interdição temporária de direitos NÃO inclui: 
A) proibição do exercício de mandato eletivo. 
B) suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. 
C) proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que 
dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do 
poder público. 
D) proibição de frequentar determinados lugares. 
E) proibição de se ausentar da casa de albergado aos sábados e 
domingos. 
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COMENTÁRIOS: A pena restritiva de direitos na modalidade de interdição 
temporária de direitos está prevista no art. 47 do CP, que prevê as suas 
modalidades: 
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984), 
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de 
mandato eletivo; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de 
habilitação especial, de licença ou autorização do poder público;(Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984), III - suspensão de autorização ou de 
habilitação para dirigir veículo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
IV - proibição de freqüentar determinados lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714, 
de 1998), 
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. 
(Incluído pela Lei nº 11.250, de 2011). 
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
 
08. (FCC – 2010 – TRE/RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Sobre a pena de MULTA prevista no Código Penal, é INCORRETO 
afirmar que 
A) deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois do trânsito em 
julgado da sentença. 
B) se converte em pena de detenção, quando o condenado solvente 
deixa de pagá-la ou frustra a sua execução. 
C) sua cobrança pode ser efetuada mediante desconto no salário do 
condenado, quando aplicada isoladamente. 
D) sua execução será suspensa se sobrevém ao condenado doença 
mental. 
E) se cobrada mediante desconto no salário, não deve incidir sobre 
os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e de sua 
família. 
COMENTÁRIOS: 
A) CORRETA: Esta é a previsão do art. 50 do CP; 
B) ERRADA: A pena de multa, quando não paga, não se converte em pena 
privativa de liberdade, passando a ser considerada mera dívida de valor a 
ser cobrada mediante execução fiscal. Nos termos do art. 51 do CP: 
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será 
considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa 
à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas 
interruptivas e suspensivas da prescrição. (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 
1º.4.1996). 
A Doutrina e a Jurisprudência entendem, em razão disso, que embora 
o não cumprimento da pena de multa não possa gerar a conversão em pena 
privativa de liberdade, isto não lhe retira seu caráter de pena. Assim, 
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aplicada pena de multa e sobrevindo a morte do infrator, estará 
extinta a punibilidade, nos termos do art. 107, I do CP, já que não se 
pode estender os efeitos da pena aos sucessores do infrator, por força do 
art. 5°, XLV da Constituição, que ressalvou apenas a obrigação de 
reparar o dano e o perdimento de bens. Esta é a posição majoritária 
(esmagadora), embora existam alguns julgados no STJ entendendo que a 
multa, nesse caso, passou a ter caráter extrapenal (ultraminoritário esse 
entendimento). 
C) CORRETA: Esta é a previsão do art. 50, § 1°, a do CP. 
D) CORRETA: Sobrevindo ao condenado doença mental, ficará suspensa a 
execução da pena de multa, nos termos do art. 52 do CP; 
E) CORRETA: Os descontos efetuados no salário do condenado, de forma a 
garantir o pagamento da pena de multa, não podem prejudicar o seu 
sustento e o de sua família, nos termos do art. 50, § 2° do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
 
09. (FCC – 2009 – DPE/MT – DEFENSOR PÚBLICO) 
NÃO se inclui dentre as penas restritivas de direito a 
A) limitação de fim de semana. 
B) multa. 
C) perda de bens e valores. 
D) prestação de serviços à comunidade. 
E) interdição temporária de direitos. 
COMENTÁRIOS: As modalidades de penas restritivas de direitos estão 
previstas no art. 43 do CP: 
Art. 43. As penas restritivas de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 9.714, 
de 1998), 
I - prestação

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