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TORRES - Políticas de segurança nacional para o combate ao terrorismo internacional nos Estado Unidos da América

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Políticas de segurança nacional para o combate ao terrorismo 
internacional nos Estados Unidos da América: reformas e reafirmações do 
governo Obama 
Luísa Fernanda Turbino Torres
1
 
 
 
Resumo 
Esse artigo analisa as ações da administração do presidente Barack Obama no que se refere à segurança nacional 
e às liberdades individuais dos cidadãos na luta contra o terrorismo. Para isso, analisamos a impopular política 
externa do governo Bush, bem como a Estratégia de Segurança Nacional que ficou conhecida como Doutrina 
Bush. Depois, analisamos o Ato Patriótico e outras legislações anti-terror aprovadas após os atentados de 11 de 
setembro. Por fim, verificamos em quais aspectos houve rompimentos com a administração anterior e em quais 
aspectos houve continuidade, principalmente no que se refere à Baía de Guantánamo, à Guerra do Iraque e a 
Guerra do Afeganistão, ao uso de drones no combate ao terrorismo e ao Ato Patriótico. 
 
Palavras-chave: Estados Unidos; segurança nacional; terrorismo. 
 
 
 
Introdução 
 
Os acontecimentos de 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque e em Washington D.C. 
marcaram profundamente a história e a política dos Estado Unidos da América. O ataque as 
torres gêmeas, localizadas no coração da mais importante cidade do país, não só afetou as 
políticas internas, mas também interferiu – e continua a interferir – na relação dos EUA com 
os outros países do mundo. Além disso, outros dois aviões também foram sequestrados. Um 
deles atingiu o Pentágono, em Washington D.C., sede do Departamento de Defesa dos 
Estados Unidos. O outro foi derrubado pelos sequestradores próximo a cidade de Shanksville, 
na Pensilvânia, sem atingir o alvo planejado. 
Os ataques demandaram atitudes imediatas do Congresso Nacional dos EUA para prevenir 
novas agressões. O conhecido Ato Patriótico, aprovado poucas semanas após os atentados, foi 
o início da Doutrina Bush: a estratégia de governo baseada no contraterrorismo e na legítima 
defesa com perfil preventivo, que permitiu primeiramente a ação, depois, os questionamentos 
(GOÉS, 2007). A estratégia, elaborada pelo então presidente George W. Bush com o auxílio 
do Conselho Nacional de Segurança dos Estados Unidos, previa a atuação tanto no âmbito 
externo, na forma de concessão de poderes ao presidente para atacar grupos terroristas ou 
Estados hostis em qualquer lugar do mundo, quanto no âmbito interno, na medida em que 
 
1 Bacharel em Ciências do Estado pela UFMG e Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Direito da 
UFMG. luisaturbino@gmail.com. Bolsista CAPES. 
mailto:luisaturbino@gmail.com
2 
 
criou instrumentos legais de controle das atividades individuais, especialmente quanto aos 
imigrantes (ALVES PEREIRA, 2006). 
Desde a Declaração de Independência em 1776, o povo americano carrega consigo a forte 
ideia de liberdade como direito fundamental (STEPHENS; SCHEB, 2008)
2
. Questões como 
direito à privacidade, à propriedade privada e à individualidade são muito presentes e 
amplamente defendidas pela população em geral. Com a aprovação do Ato Patriótico, uma 
legislação rigorosa que oferece instrumentos legais para a luta contra o terrorismo, 
questionou-se como a nova lei e suas definições ferem as liberdades civis (STEPHENS; 
SCHEB, 2008)
3
 dos americanos. 
Esse artigo analisa as ações da administração de Barack Obama no que se refere à segurança 
nacional e às liberdades individuais dos cidadãos, além de verificar em quais aspectos houve 
rompimentos com a administração anterior, de George W. Bush, e em quais aspectos houve 
continuidade. 
Para isso, a pesquisa será dividida em quatro partes, que analisam as mudanças estruturais e 
legais pós 11 de setembro. Em primeiro lugar, examinaremos as ações tomadas durante o 
governo Bush, que colocaram a segurança nacional como prioridade, na luta contra o 
terrorismo internacional. Em segundo, analisaremos a lei que institui o Ato Patriótico e os 
outros componentes da legislação antiterror aprovada nos Estados Unidos. Em seguida, 
traçaremos quais são as novas prioridades de segurança nacional do governo Obama e quais 
foram as mudanças ocorridas durante sua administração. Por fim, traremos uma reflexão a 
respeito da liberdade e da segurança como valores em choque em tempos de terrorismo. 
 
A Doutrina Bush e o início da guerra ao terror 
 
Não existem dúvidas sobre a importância histórica e geopolítica dos atendados terroristas de 
11 de setembro. Pela primeira vez desde 1814, quando o Reino Unido incendiou 
 
2 O preâmbulo da Constituição dos Estados Unidos carrega o trecho “We the People of the United States, in 
Order to form a more perfect Union, (...) secure the Blessings of Liberty to ourselves and our Posterity”, ou 
seja, “Nós, os povos dos Estados Unidos, a fim formar uma união mais perfeita (...) asseguramos as benções da 
liberdade para nós mesmos e nossa posteridade”. Tal trecho demonstra o papel central que o direito à 
liberdade teve desde a formação da nação. Os autores da Constituição construíram um sistema de governo em 
que a capacidade de transgredir tais direitos fosse limitada. 
3 Liberdades civis não se confunde com direitos civis. O termo “liberdade civil” é o conjunto de direitos 
fundamentais garantidos a todos os cidadãos constitucionalmente. Por outro lado, o termo “direito civil” está 
ligado à ideia de equidade e é usado para se referir a reivindicações de igualdade dos cidadãos. 
3 
 
Washington
4
, o território nacional dos Estados Unidos da América fora atingido 
(CHOMSKY, 2002). Significou uma mudança paradigmática, mudando as cartas no jogo da 
política internacional e interferindo definitivamente nas relações exteriores estadunidenses. 
Os ataques às Torres Gêmeas e ao Pentágono serviram como fundamento para o 
desenvolvimento do que ficou conhecida como Doutrina Bush. O discurso do presidente 
George W. Bush, em 29 de janeiro de 2002, na ocasião do Discurso sobre o Estado da União, 
antecipou qual seria a principal ideia da nova Estratégia de Defesa Nacional dos Estados 
Unidos (HEISBOURG, 2003): “Temos de impedir que terroristas e regimes que buscam 
armas químicas, biológicas ou nucleares de ameaçar os Estados Unidos e do mundo. Mas 
alguns governos ficarão tímidos frente ao terror. Mas não se enganem: se eles não agirem, a 
América irá” (BUSH, 2002). 
Trata-se de uma estratégia de governo baseada no contraterrorismo e na legítima defesa com 
perfil preventivo, que permite primeiramente o ataque, depois, os questionamentos. (GOÉS, 
2007). A estratégia, elaborada pelo Conselho Nacional de Segurança dos Estados Unidos, 
previa a atuação tanto no âmbito externo, na forma de concessão de poderes ao presidente 
para atacar grupos terroristas ou Estados hostis em qualquer lugar do mundo, quanto no 
âmbito interno, na medida em que cria instrumentos legais de controle das atividades 
individuais, especialmente quando se trata de imigrantes. (ALVES PEREIRA, 2006) 
Os acontecimentos, principalmente da Guerra do Iraque, demonstram que existem quatro 
notáveis características da Doutrina Bush: 
[...] uma forte crença na importância de regime interno de um Estado na determinação da sua 
política externa e o entendimento de que este é um momento oportuno para transformar a 
política internacional; a percepção das grandes ameaças podem ser derrotadas apenas com 
novas e vigorosas políticas, mais notavelmente guerra preventiva; uma vontade de agir 
unilateralmente quando necessário; e, como causa e resumo dessas crenças, um sentido 
primordial de que a paz e a estabilidade exigem dos Estados Unidos fazer valer a sua primazia 
na política mundial.
5
 (JERVIS, 2003, p. 365) 
Obviamente, as justificativas da administração para as ações internacionais dos Estados 
Unidos são outras. Com o apoio dos principais valores que sustentam a nação– liberdade, 
 
4 O autor Noam Chomsky não considera que o ataque japonês ao Pearl Harbor tenha semelhante valor 
geopolítico, uma vez que o bombardeio foi direcionado a bases militares localizadas em colônias, o que 
Chomsky considera ser diferente de um ataque ao território nacional. 
5 Tradução livre do inglês: “a strong belief in the importance of a state’s domestic regime in determining its 
foreign policy and the related judgment that this is an opportune time to transform international politics; the 
perception of great threats that can be defeated only by new and vigorous policies, most notably preventive 
war; a willingness to act unilaterally when necessary; and, as both a cause and a summary of these beliefs, an 
overriding sense that peace and stability require the United States to assert its primacy in world politics”. 
4 
 
democracia e livre mercado
6
 – garantir que o Iraque seja uma nação democrática é também 
incentivar que regimes democráticos se difundam pelo Oriente Médio, bem como demonstrar 
que não há incompatibilidade entre o islamismo e a democracia (JERVIS, 2003). 
Da mesma forma, a importância de um mundo com mais Estados democráticos para os 
Estados Unidos tem relação com a estabilidade oriunda da democracia, consequentemente, 
um melhor relacionamento entre os Estados. 
O combate ao terrorismo tornou-se o primeiro ponto da agenda internacional para os Estados 
Unidos. Em essência, o documento demonstrou ao mundo que os EUA prezam pela 
cooperação internacional e por boas relações com o restante do mundo, mas ao mesmo tempo 
não hesitarão em agir para combater o terrorismo, ainda que preventivamente. 
Além de uma nova postura nas relações exteriores – mais agressiva e menos dialógica – 
também houveram implementações legislativas internas em reação ao 11 de setembro. 
 
O Ato Patriótico e a legislação antiterror 
 
Imerso nessa lógica de guerra contra o terror que dominou o restante do mandato do ex-
presidente George W. Bush, surge a proposta de uma legislação rigorosa que oferecesse 
instrumentos constitucionais para a luta contra o terrorismo: o Uniting and Strengthening 
America by Providing Appropriate Tools Required to Intercept and Obstruct Terrorism, ou 
Patriot Act, conforme será doravante denominado. 
Como reflexo imediato aos atentados de 11 de setembro, o projeto foi apresentado ao 
Congresso pelo próprio governo. 
O Ato Patriótico dá aos agentes da lei a mais ampla autoridade para conduzir a vigilância 
eletrônica e escutas telefônicas, e dá ao presidente autoridade, quando a nação está sob ataque 
real de uma entidade estrangeira, para confiscar qualquer propriedade dentro da jurisdição dos 
Estados Unidos, de qualquer pessoa que se acredita engajar-se em tais ataques. A medida 
também reforça a supervisão das atividades financeiras para evitar a lavagem de dinheiro e 
para abrandar o sigilo bancário, em um esforço para interromper as finanças terroristas. O ato 
[...] altera dezenas de leis existentes. Ele também se estende a Declaração de Direitos em 
vários aspectos. Especificamente, permite incursões nos direitos protegidos pela Primeira e 
Quarta Emendas. O 11 de setembro forneceu apenas o impulso necessário para mudar as 
regras do processo penal para todos os crimes, e não apenas os crimes de terror (CASSEL, 
2004, p.19)
7
 
 
6 Tais valores estão descritos no documento intitulado “Estratégia de Segurança Nacional dos Estados Unidos 
da América” divulgada pela Casa Branca um ano após os atentados de 11 de setembro. 
7 Tradução livre: “The USA Patriot Act gives law enforcement officials broader authority to conduct electronic 
surveillance and wiretaps and gives the president the authority, when the nation is under actual attack by a 
foreign entity, to confiscate any property within U.S. jurisdiction of anyone believed to be engaging in such 
5 
 
É fundamental realçar que o Patriot Act não foi a única medida tomada na tentativa de pôr fim 
ao terrorismo no país. Nesse contexto, dois mecanismos propostos pelo governo, mas não 
implementados, merecem destaque. O Total Information Awareness (TIA) previa o 
desenvolvimento de um amplo sistema de vigilância, através de informações sobre o setor 
privado e o governo, “incluindo todo tipo de informação pessoal, comercial e governamental, 
tais como reservas de hotel, transações do cartão de crédito e ligações telefônicas” (SEABRA, 
2007). Tudo isso seria utilizado para detecção de padrões de comportamento e possíveis 
suspeitos. 
Já o Terrorism Information and Prevention Systems (TIPS) previa a criação de uma linha 
especial para denúncias e relatos de possíveis atividades terroristas ao governo. As principais 
críticas, que não permitiram a implantação do projeto, defendiam que tal mecanismo geraria 
uma situação de desconfiança entre os próprios americanos e com o levantamento de 
informações falsas, que sobrecarregariam o sistema. 
De forma geral, após enviado ao Congresso, o projeto do Patriot Act sofreu algumas 
alterações com o consentimento do Poder Executivo, e foi aprovado pelas duas casas do 
Congresso no dia 25 de outubro de 2001. Um dia depois, foi sancionado pelo Presidente Bush 
e entrou em vigor no país. Na Câmara, foram 356 votos favoráveis e 66 contrários. Já no 
Senado, foram 98 votos favoráveis e apenas um contrário, o do Senador Russ Feingold 
(PINTO, 2004). A lei foi considerada uma das mais invasivas desde o Espionage Act, de 1917 
e o Sedition Act, de 1918. 
Com a promulgação do Patriot Act, instalou-se uma tensão política entre dois principais 
grupos nos Estados Unidos. De um lado, os defensores das liberdades civis, liberais, que não 
concordam com medidas que elevem a segurança e que violem a privacidade do povo 
americano. De outro, aqueles que acusam os movimentos pela liberdade civis dos norte-
americanos de abalar a moral do país, acabando com a ordem social e facilitando o terrorismo 
(ETIZIONI, 2004). 
A America Civil Liberties Union (ACLU), principal órgão de defesa das liberdades civis dos 
americanos no país, argumenta que há uma perda silenciosa da democracia, quando se inicia a 
supressão de direitos em nome da segurança nacional, “até que toda a estrutura institucional 
que sustenta o sistema democrático se perde” (SEABRA, 2007). 
 
attacks. The measure also tightens oversight of financial activities to prevent money laundering and to diminish 
bank secrecy, all in an effort to disrupt terrorist finances. The act [...] amends dozens of existing laws. It also 
stretches the Bill of Rights in several respects. It particularly allows incursions into rights protected by the First 
and Fourth Amendments. September 11 provided just the impetus needed to change the rules of criminal 
procedure for all crimes—not just crimes of terror”. 
6 
 
Segundo Etizioni (2004), logo após os incidentes de 11 de Setembro, a população norte 
americana, através de pesquisas de opinião pública realizadas à época, se demonstrou disposta 
a aceitar um governo mais forte e, em certa medida, abrir mão de direitos individuais. 
Contudo, o quadro foi se alterando com o passar do tempo, principalmente em função das 
medidas de segurança adotadas pelo Patriot Act e pela ausência de novos ataques terroristas. 
Durante a tramitação do projeto no Congresso, os esforços de organizações de defesa de 
liberdades civis, como a ACLU, American Library Association, Human Rights Watch e a 
Anistia Internacional, entre outras, foram praticamente invalidadas pelo governo, que lançou 
uma campanha agressiva que os considerava condescendentes com os terroristas (SEABRA, 
2007). 
Em 2005, ocorreu uma revisão parcial doPatriot Act no Senado, já que 16 cláusulas, entre 
elas algumas das definições mais polêmicas, se expirariam naquele ano. O próprio presidente 
Bush pressionou para que a lei fosse prorrogada, mas houve discordâncias entre democratas e 
republicanos sobre o que deveria permanecer. 
A ACLU teve papel ativo nesse processo. Quando o Patriot Act foi renovado, a ACLU 
declarou-se decepcionada pois a renovação não corrigiu as principais falhas da lei, apesar de 
algumas mudanças positivas. Entre elas, conforma destaca Rafael Seabra (2007), a lei: “torna 
explícito que qualquer estabelecimento ou empresa que receber uma ordem de fornecimento 
de dados de empregados ou clientes [...] tem direito de consultar um advogado, sem que para 
isso seja necessário a permissão do governo”. 
Assim, a ACLU manteve sua ativa mobilização contra a lei, por considerar bastante tímidas as 
mudanças ocorridas em 2005. A ACLU ainda acredita que o Patriot Act faz parte de um 
contexto mais complexo de desrespeito às liberdades civis no país durante o governo de Bush. 
 
A política de segurança nacional na administração Obama 
 
Em 2007, quando ainda era Senador pelo estado de Illinois e candidato democrata para a 
nomeação presidencial, Barack Obama escreveu: 
A administração Bush respondeu aos não convencionais ataques de 11/09 com o pensamento 
convencional do passado, em grande parte enxergando os problemas como estatais e, 
principalmente, ao alcance de soluções militares. Foi essa visão tragicamente equivocada que 
nos levou a uma guerra no Iraque que nunca deveria ter sido autorizada e nunca deveria ter 
7 
 
sido travada. Após Iraque e Abu Ghraib, o mundo perdeu a confiança em nossos objetivos e 
nossos princípios. (OBAMA, 2007)
8
 
Obama teve a oportunidade de colocar na prática o discurso de uma nova segurança nacional 
– da mesma forma forte, mas melhor, mais eficiente e mais limpa. Havia muitas expectativas 
de a administração de Obama seria substancialmente diferente da de Bush, principalmente na 
política externa. 
 
 
A Baía de Guantánamo 
Obama foi eleito sob a promessa de reiniciar a guerra contra o terror e ser “o antídoto aos 
excessos da administração de Bush” (McCRISKEN, 2011). Existia, portanto, um discurso 
claro de rompimento com a administração anterior quando Obama assumiu a presidência em 
2009. Comprometido em restaurar os valores e princípios fundamentais dos EUA, ordenou o 
fechamento do centro de detenção de Guantánamo e proibiu práticas de tortura durante 
interrogatórios no país. (McCRISKEN, 2011).
9
 
Ao fazê-lo, Obama alegou „restaurar as normas do devido processo legal e os valores 
constitucionais fundamentais que tornaram esse país grande‟ - padrão que, segundo ele, pode 
ser mantida „mesmo no meio de uma guerra, mesmo lidando com o terrorismo‟. A mensagem 
para o resto do mundo foi clara, Obama argumentou: os EUA podem prosseguir com a guerra 
contra o terrorismo de „uma maneira consistente com nossos valores e nossos ideais‟. 
(McCRISKEN, 2011).
10
 
O centro de detenção de Guantánamo foi aberto em 2002 para deter e realizar interrogatórios 
de indivíduos extremamente perigosas envolvidos em crimes de guerra. A maioria dos 
detentos de Guantánamo eram afegãos e iraquianos. 
Na ordem executiva, Obama deixou claro que a disposição dos indivíduos detidos e o 
fechamento das instalações é consoante com os interesses de segurança nacional, política 
externa e de justiça dos Estados Unidos e estabeleceu o prazo de, no máximo, um ano para a 
conclusão do fechamento da prisão. 
 
8 Tradução livre do inglês: “The Bush administration responded to the unconventional attacks of 9/11 with 
conventional thinking of the past, largely viewing problems as state-based and principally amenable to military 
solutions. It was this tragically misguided view that led us into a war in Iraq that never should have been 
authorized and never should have been waged. In the wake of Iraq and Abu Ghraib, the world has lost trust in 
our purposes and our principles”. 
9 Executive Order 13492, United States of America. 
10 Tradução livre do inglês:” In doing so, Obama claimed to ‘restore the standards of due process and the core 
constitutional values that have made this country great’—standards that, he argued, could be maintained ‘even 
in the midst of war, even in dealing with terrorism’. The message to the rest of the world was clear, Obama 
argued: that the US can prosecute the war against terrorism in ‘a manner consistent with our values and our 
ideals’.” 
8 
 
Contudo, a realização da ordem se mostrou mais difícil do que imaginava Obama. Em 7 de 
janeiro de 2011, o presidente assinou o Ike Skelton National Defense Authorization Act for 
Fiscal Year 2011, que havia sido aprovado pelo Congresso no final de 2010: a seção 1032 
proíbe o uso de fundos para transferir detentos de Guantánamo para os Estados Unidos, e a 
seção 1033 barra o uso de fundos para transferir os detidos para a custódia ou controle efetivo 
de países estrangeiros
11
. Essas definições deixaram o presidente de mãos atadas, 
impossibilitando o encerramento das atividades de Guantánamo. Após a assinatura, Obama 
prometeu que revogaria as disposições, contudo, “em março de 2011, implicitamente admitiu 
a derrota e emitiu uma nova ordem executiva que efetivamente institucionaliza a detenção 
indefinida em Guantánamo” (McCRISKEN, 2011). 
Para o ano seguinte, o presidente também assinou o National Defense Authorization Act for 
Fiscal Year 2012
12
, o qual renovou a proibição de transferir detentos de Guantánamo para os 
Estados Unidos parra qualquer finalidade. Ainda assim, expressou sua preocupação de que a 
as definições do legislativo estivessem impedindo que o executivo decidisse onde e quando os 
prisioneiros seriam julgados, comprometendo a divisão de poderes prevista na Constituição 
do país. 
De acordo com a Humam Rights First
13
, ainda restam 116 prisioneiros em Guantánamo, dos 
quais 99 estão presos há mais de 10 anos. Desde o início da administração de Obama, 122 
detentos foram transferidos, repatriados ou reassentados. 
 
 
 
A Guerra do Iraque e do Afeganistão 
Sobre a presença militar estadunidense no Iraque, Obama acreditava que os atentados 
poderiam ter trazido inúmeras mudanças positivas, estabelecendo uma verdadeira política de 
combate ao terrorismo
14
. A Guerra do Iraque custou – além de trilhões aos cofres dos EUA – 
 
11 Ike Skelton National Defense Authorization Act for Fiscal Year 2011, United States of America. Disponível 
em:< http://www.gpo.gov/fdsys/pkg/BILLS-111hr6523enr/pdf/BILLS-111hr6523enr.pdf>. 
12 National Defense Authorization Act for Fiscal Year 2012, United States of America. Disponível em:< 
http://www.gpo.gov/fdsys/pkg/PLAW-112publ81/pdf/PLAW-112publ81.pdf>. 
13 A Humam Rights First é uma organização não governamental que defende a os direitos humanos e o Estado 
de Direito nos Estados Unidos. A organização matem um relatório online, atualizado constantemente, sobre os 
números do centro de detenção. Última atualização: 26 de junho de 2015. Disponível em: 
<http://www.humanrightsfirst.org/sites/default/files/gtmo-by-the-numbers.pdf> 
14 Para Obama (2008), os EUA poderiam, após 11/09, ter feito mais e de forma mais eficaz, ao invés de declarar 
guerra ao Iraque: usar todo o potencial militar para lutar contra as organizações terroristas responsáveis pelo 
11/9; garantir a segurança do todo o material nuclear espalhado pelo mundo; acabar com a dependência que 
os EUA tem do petróleo do Oriente Médio e investir em novas fontes de energia; entre outros. 
9 
 
milhares de vidas de cidadãos americanos que serviram ao seu país, escolhendo um inimigo 
que não tinha nada a ver com os ataques (OBAMA, 2008). 
Como presidente, vou prosseguir uma estratégia de segurança nacional forte, inteligente ecom princípios - que reconhece que temos interesses não apenas em Bagdá, mas em Kandahar 
e Karachi, em Tóquio e Londres, em Pequim e Berlim. Vou concentrar esta estratégia em 
cinco metas essenciais para tornar a América mais segura: o fim da guerra no Iraque de forma 
responsável; terminar a luta contra a Al Qaeda e os talibãs; garantir a segurança de todas as 
armas nucleares e materiais de terroristas e Estados párias; alcançar uma verdadeira segurança 
energética; e reconstruir de nossas alianças para enfrentar os desafios do século 21. (OBAMA, 
2008) 
Na visão do presidente, a guerra do Iraque era a guerra ruim, não proveitosa, ao passo que a 
guerra do Afeganistão era a guerra inteligente, necessária e urgente para acabar com o Talibã 
e a Al Qaeda. Assim, Bush teria desperdiçado no Iraque recursos que deveriam ter sido usado 
no Afeganistão (SCANDLYN, 2012). 
Obama foi duramente criticado por suas ações: para a direita, Obama estaria rompendo com 
as políticas de segurança de Bush, para a esquerda, Obama estaria dando continuidade à elas. 
E então, em algum momento, a retórica do período eleitoral e do início do primeiro mandato 
já não era compatível com o que realmente foi feito pelo presidente (McCRISKEN, 2011). 
Bush, ao final de seu mandado, já havia alterado muitas de suas políticas de segurança que 
vieram com o 11 de setembro, tanto por disputas internas quanto por pressão dos aliados 
europeus. Então, em alguma medida, Obama teve uma postura similar aos últimos anos da 
administração Bush, mas definitivamente diferente do início. 
Exemplo disso foi a intensificação da guerra no Afeganistão. Em 2009, Obama enviou mais 
30.000 mil tropas aos Afeganistão, ao mesmo tempo em que se comprometeu em iniciar a 
retirada de toda a presença militar estadunidense do país em julho de 2011. Tal postura é 
parecida com a utilizada por Bush ao final de seu mandato, na tentativa de estabilizar o 
conflito no Iraque. 
 
Ataques com Drones no combate ao terrorismo 
Uma das questões mais problemáticas na luta contra o terrorismo é o que fazer uma vez que 
um indivíduo é capturado cometendo ações terroristas: o que fazer com os suspeitos, onde 
apreende-los, como interroga-los respeitando os direitos humanos, entre outras. Assim, a 
administração de Obama aderiu a uma solução mais definitiva e imediata e utilizou, só no 
primeiro ano de mandato, 51 ataques com o drone Predator contra casas de supostos 
terroristas apenas no Paquistão. A administração de Bush utilizou, durante os oito anos, 
apenas 45 ataques utilizando drones (McCRISKEN, 2011). 
10 
 
No ano seguinte, o número chegou a 118 e, mais tarde, também foram usados no Iêmen, 
Somália e Afeganistão. 
Os avanços tecnológicos explicam parcialmente o crescimento do uso de Bush para Obama, 
mas há mais acontecendo aqui. Enquanto a CIA sob comando de Obama caiu supostamente 
fora do negócio de „detenção e interrogatório‟, tem consideravelmente reforçado o negócio de 
matar suspeitos de terrorismo nesses ataques com drones direcionados, sinalizando que 
Obama prefere uma política de matar e não capturar (McCRISKEN, 2011, p. 793-794).
15
 
O uso dos drones levanta uma série de questionamentos. Em primeiro lugar, a legitimidade do 
ataque. As circunstâncias em que as ordens de lançar fogo e de onde vem essas ordens são 
obscuras. Depois, a moralidade, uma vez que submeter a vida de civis sem relação alguma 
com organizações terroristas à tamanho sofrimento parece não ser compatível com um Estado 
constitucional e democrático como os Estados Unidos. Em seguida, a responsabilidade pelos 
ataques, tanto no sentido de compreender qual a responsabilidade de quem emitiu a ordem e 
daqueles eu desenvolvem e programam as armas. Por fim, verificar a real eficácia de eliminar 
indivíduos, ainda que líderes de organizações terroristas (McCRISKEN, 2011). 
A Organização das Nações Unidas, contudo, disse que o número de civis mortos em ataques 
com drones pode ser maior que o que divulgado pelos EUA e faz campanha para que o país 
seja transparente com os dados dos ataques. 
 
O Patriot Act 
Os principais críticos do Patriot Act alegaram, quando aprovado, que o Congresso nacional 
agiu extremamente rápido, já que estava sob forte pressão da administração de Bush para que 
fosse aprovada uma resposta imediata aos ataques de 11 de setembro. Não houve debates 
significativos e aos detalhes importantes da lei não foram levados em consideração 
(ULMSCNEIDER; LUTZ, 2014). 
Em 2011, algumas provisões da lei que não eram permanente expirariam, após prorrogação 
em 2005 pelo presidente Bush. Apesar de ainda serem feitas muitas críticas, Obama assinou a 
renovação dessas provisões após a aprovação no Senado (ULMSCNEIDER; LUTZ, 2014). 
Em 2013, surgiram denúncias de que o governo americano, já na administração de Obama, 
violava a privacidade dos cidadãos com registros telefônicos inconstitucionais. 
Em 07 de junho [2013] Obama concedeu uma entrevista coletiva sobre a controvérsia da 
NSA. Sua entrevista reproduz um padrão histórico de presidentes norte-americanos que 
transformam medidas notadamente violadoras dos direitos fundamentais dos cidadãos em 
 
15 Tradução livre do inglês: “Technological advances can partially explain the growth in usage from Bush to 
Obama, but there is more going on here. While the CIA under Obama has reportedly dropped out of the 
‘detention and interrogation business’, it has considerably stepped up the business of killing suspected 
terrorists in these targeted drone attacks, signalling that Obama prefers a kill not capture policy”. 
11 
 
ferramentas para garantir a segurança da nação pretensamente ameaçada, desta feita pelo 
terrorismo doméstico e internacional. (DAMIN, 2013) 
Em junho de 2015, as provisões do Patriot Act venceriam mais uma vez. Obama conseguiu 
que o Senado aprovasse o USA Freedom Act. A nova lei renovou algumas provisões do 
Patriot Act mas também pôs fim ao programa de metadados em massa como existe 
atualmente e fez com que os registros telefônicos não fossem mais propriedade do governo. 
Em um de seus discursos apoiando, Obama disse que a lei “coloca nossa segurança nacional 
em primeiro lugar” e “protege a segurança e as liberdades civis de todos os americanos” (CBS 
NEWS, 2015). 
 
Portanto, percebemos que terrorismo e o extremismo religioso continuavam a ser maior 
ameaça a segurança nacional dos EUA para a administração Obama. No entanto, havia-se a 
promessa de que a maneira de se enfrentar essas ameaças seria diferente, compatíveis com os 
valores morais do povo americano. (JACKSON, 2014). Também foram adicionados novos 
temas à agenda de segurança nacional e de política externa, como a não proliferação de armas 
de destruição em massa. Isso serviu para demonstrar uma mudança ideológica da 
administração de Obama, que não tinha o interesse de reduzir seu mandato à guerra contra o 
terror (McCRISKEN, 2011). 
Mas esse rompimento é muito mais delicado do que se imagina. Durante a Guerra Fria, o 
presidente dos EUA tinha a função primordial de defender o país da ameaça comunista. Após 
11 de setembro, o presidente tem a função primordial de defender o povo americano do 
terrorismo. 
Nos Estados Unidos pós 11/09, é esperado do presidente ser o chefe protetor. Nenhum 
presidente pode se dar ao luxo de decepcionar o povo americano. A perspectiva de mais 
ataques terroristas, e a possibilidade do uso de armas de destruição em massa por terroristas 
em solo americano, aumenta os riscos para cada presidente e seu governo. (PIOUS, 2011, p. 
284) 
A morte de Osama Bin Laden, em setembro de 2011, mostrou ao mundo que a política de 
segurança nacional de Obama era bem sucedida, ao matar o chefe da organização terrorista 
responsável pelos ataques de 11 de setembro. (McCRISKEN, 2011). Obama demonstrou-se 
forte sobre o assunto e disposto a lutar, de fato, contrao terrorismo. 
 
 
Considerações Finais 
Conforme observamos anteriormente, os atentados de 11 de setembro marcaram 
significativamente o cenário geopolítico internacional, apresentando ao mundo um terror mais 
12 
 
audacioso e letal, ao mesmo tempo que revela uma vulnerabilidade, até então imperceptível, 
de sua maior potência (COLE, 2006). É importante perceber que existem dois valores 
fundamentais em contraposição: segurança e liberdade. 
Por um lado, existe uma sociedade fundada sob o valor fundamental da liberdade – a 
necessidade de se libertar da metrópole, a liberdade individual e privacidade, a propriedade e 
a liberdade de expressão, por exemplo. Por outro, um desejo de que novos ataques como os de 
2001 jamais aconteçam novamente e um urgência para que o país esteja cada vez mais seguro. 
Falamos, na verdade, de dois valores difíceis de serem conciliados sem que exista nenhum 
atrito entre eles. Paradoxalmente, são dois valores complementares e incompatíveis 
(BAUMAN, 2003). 
A promoção da segurança sempre requer o sacrifício da liberdade, enquanto esta só pode ser 
ampliada à custa da segurança. Mas segurança sem liberdade equivale a escravidão [...] e a 
liberdade sem segurança equivale a estar perdido e abandonado [...]. Essa circunstância [...] 
torna a vida em comum um conflito sem fim, pois a segurança sacrificada em nome da 
liberdade tende a ser a segurança dos outros; e a liberdade sacrificada em nome da segurança 
tende a ser a liberdade dos outros (BAUMAN, 2003, p. 24). 
As políticas de segurança nacional são elaboradas e aprovadas com o objetivo primeiro de 
criar um alto grau de segurança, levando em consideração os perigos e oportunidades 
disponíveis – atualmente, a tendência é que essas políticas sejam elaboradas para combater o 
crime organizado e o terrorismo internacional (GÜNTHER, 2009) 
Embora a lei de segurança transnacional nascente, promulgada ainda em grande parte por 
meio de legislação nacional, atinja profundamente os direitos básicos e humanos, e que as 
proteções legais contra as infrações dos direitos cometidas pelo Estado estejam encolhendo e 
fiquem expostas ao poder invasor cumulativo de uma rede de segurança transnacional com 
base nos Estados, os cidadãos não percebem isso como uma restrição de seus direitos, ou 
então aceitam tal restrição sem resistência (GÜNTHER, 2009, p. 18-19). 
Uma pesquisa, realizada pelo Thomson Wadsworth Institute em 2004, consultou os principais 
especialistas em justiça criminal dos Estados Unidos e teve um resultado preocupante: 74% 
dos entrevistados acreditam que o Ato Patriótico viola as liberdades individuais dos 
cidadãos
16
. 
Uma outra pesquisa, realizada pelo Pew Research Center em 2011, enquanto a renovação do 
ato era discutida pelo Congresso, revelou que 42% dos cidadãos acreditam que Patriot Act é 
 
16 Department of Government and Justice Studies of Appalachian State University. Disponível em: 
http://gjs.appstate.edu/media-coverage-crime-and-criminal-justice/usa-PATRIOT-act 
13 
 
uma ferramenta necessária que ajuda o governo encontrar terroristas. Por outro lado, 34% 
afirmaram que o Patriot Act vai longe demais e representa uma ameaça às liberdades civis
17
. 
O contraterrorismo estadunidense no modelo atual foi construído com base na ideia de 
infinitas possibilidades, o que torna impossível saber ao certo onde, quando, por que e até 
mesmo como se darão esses ataques. Na prática, isso significa que quando a Agencia de 
Segurança Nacional ou a CIA agem, é impossível saber precisamente se aquilo era uma 
ameaça terrorista que foi eliminada, ou até mesmo se as possíveis ameaças foram 
neutralizadas ou diminuídas. Dessa forma, não há como avaliar empiricamente que tais ações 
podem ser justificadas. (JACKSON, 2014). 
Sendo assim, em sua política de segurança nacional do presidente Obama foi de continuidade 
daquela adotada pelo presidente Bush, com poucos momentos de divergência, mas nenhuma 
ruptura significativa. Isso por que o medo de que um novo 11 de setembro ocorra novamente 
ainda é muito forte e não permite que o presidente seja imprudente quanto as questões de 
segurança. 
Dessa maneira, ameaça terrorista é justificativa para muitas definições constitucionalmente 
questionáveis, mas que ainda assim são aprovadas, inclusive popularmente, para garantir a 
segurança do país. Enquanto isso, as liberdades civis dos cidadãos e o direito internacional 
continuam a ser violados. 
 
 
17 A pesquisa foi realizada pelo Pew Research Center para o People & the Press e os entrevistados foram 
ouvidos entre 10 e 13 de fevereiro de 2011. Foram ouvidos mil adultos. Disponível em: 
http://www.pewresearch.org/2011/02/15/public-remains-divided-over-the-patriot-act/ 
14 
 
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