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Questão 1/10 - Análise e Desenvolvimento de Material Didático em Língua Portuguesa Leia o excerto de texto a seguir: “Sob o impacto dessas ideias [positivistas], os estudos no campo da Linguística tenderam a assumir um viés objetivista, no qual predominaram as investigações voltadas para a estrutura de uma língua abstrata, autônoma, homogênea e dessubjetificada. A linguagem, portanto, é tomada como sendo indiferente aos aspectos socioculturais, históricos, pragmáticos e cognitivos. Essa visão trouxe uma série de implicações para a perspectiva de texto e de aprendizagem. O texto passa a ser encarado apenas como a combinação de elementos lexicais, morfológicos e sintáticos; e a aprendizagem, como resultado da transmissão de um conhecimento pronto e cristalizado”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: RODRIGUES, Jariza Augusto. Construindo um novo olhar sobre o texto, o ensino e a aprendizagem sob a ótica sociocognitiva: Uma abordagem didática da língua materna por alunos de letras. 2013. 127f. Dissertação (mestrado). Curso de Letras, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2013. Link: http://www.uece.br/posla/dmdocuments/Jariza%20Augusto.pdf. Acesso em 26 ago. 2016. A concepção de linguagem descrita no excerto, chamada de estruturalista, era a que pautava a produção de materiais didáticos tradicionalmente. Entretanto, conforme os conteúdos do texto-base Produção de material didático de língua portuguesa sob a perspectiva da interlocução e da sociocognição, a abordagem sociocognitivista de base interacionista veio para negar essa concepção e acabou por interferir nesses modelos pedagógicos antigos. A partir disso, um sistema de ensino que considera os aspectos interacionais e sociocognitivos do ensino de língua materna compreende que: Nota: 10.0 A A língua é composta por estruturas fixas e concretas, devendo-se priorizar o ensino de gramática. B O aprendizado se dá a partir da leitura de textos autênticos, pois é no texto que encontramos o conhecimento cristalizado. C O conhecimento é externo ao indivíduo, sendo o material didático a base para a consolidação do aprendizado. D O material didático deve priorizar o ensino de estruturas formais da língua. E O aprendizado não é um conjunto de saberes rígidos externos ao indivíduo, podendo serem impostos ao aluno, mas está ligado às situações vivenciadas por ele. Você acertou! A abordagem sociocognitivista considera não apenas o dinamismo da língua, mas também seu aspecto interacionista. Portanto, considerando o indivíduo enquanto parte da construção de sentido, não se pode considerar, portanto, um texto enquanto fonte rígida de conhecimentos, pois isso excluiria o leitor enquanto produtor de sentidos. “Não demorou muito para os linguistas reconhecerem a necessidade de considerar, além do contexto, os sujeitos em interação. Ganhou força o interacionismo. Segundo essa vertente, ‘o texto passa a ser considerado o próprio lugar da interação’ (KOCH, 2011, p. 17); é nele e por meio dele que as pessoas interagem. O sentido não está, pois, nem no próprio texto nem na percepção do indivíduo, antes, é construído colaborativamente, na interação texto-sujeito. Somente em fins do século XX, a concepção sociocognitivista de base interacionista viria despontar. Nessa perspectiva, amplia-se a noção que até então se tinha de texto: para sua produção/compreensão convergem os elementos verbais e não verbais, incluídos aqui o contexto de enunciação (já investigado desde a chamada ‘virada pragmática’), e o conhecimento socioculturalmente construído e partilhado. Enfim, o texto passa a ser compreendido em sua dinamicidade. Quanto ao sentido, passa a ser concebido como resultado ‘de operações cognitivas ancoradas nas práticas sociais, nas atividades verbais e nas negociações dentro da interação’” (MONDADA & DUBOIS, 2003, p. 17) (texto-base: Produção de material didático de língua portuguesa sob a perspectiva da interlocução e da sociocognição, p.1,2). Questão 2/10 - Análise e Desenvolvimento de Material Didático em Língua Portuguesa Leia o excerto de texto a seguir: “A produção de discursos não acontece no vazio. Ao contrário, todo discurso se relaciona, de alguma forma, com os que já foram produzidos. Nesse sentido, os textos, como resultantes da atividade discursiva, estão em constante e contínua relação uns com os outros. A esta relação entre o texto produzido e os outros textos é que se tem chamado intertextualidade”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. Link: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro02.pdf. Acesso em 26 ago. 2016. Tendo em vista o dado excerto de texto e conforme os conteúdos do texto-base Produção de material didático de língua portuguesa sob a perspectiva da interlocução e da sociocognição, a concepção de linguagem sociocognitivista de base interacionista compreende que o conhecimento não é externo ao sujeito e que a aprendizagem está atrelada às vivências do aluno. Assinale a alternativa que apresenta as bases dessa concepção: Nota: 10.0 A estruturas sintáticas. B princípios da gramática normativa. C interação e cognição situada. Você acertou! A concepção de linguagem que compreende que o conhecimento não é externo ao aluno, não podendo ser imposto como um conjunto de saberes rígidos, mas sim está atrelado às vivências do sujeito é a abordagem sociocognitivista, que tem por base o interacionismo e a cognição situada (texto-base: Produção de material didático de língua portuguesa sob a perspectiva da interlocução e da sociocognição, p. 6). D princípios da fonética. E princípios da gramática tradicional. Questão 3/10 - Análise e Desenvolvimento de Material Didático em Língua Portuguesa Leia o excerto de texto a seguir: “Até a chegada da família real, em 1808, não havia imprensa no Brasil e a disponibilidade e a circulação de livros eram restritas. Embora o ensino no Brasil, assim como em outras colônias, fosse negligenciado por Portugal, não sendo permitida nem mesmo a impressão de livros, existiam, aqui, do início do século XIX, ‘homens de ciência e artistas de escol’ [conforme Guimarães], que carregavam o privilégio de alguma cultura; e muitos, oriundos de famílias abastadas, haviam ido à metrópole instruir-se nas universidades. Assim, havia uma pequena parcela da população com acesso a alguns livros que circulavam vindos de fora do País, trazidos pelos que iam e vinham da Europa”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: GUIMARÃES, A. C. A. Ação cultural e política no governo de D. João VI. Apud SOARES, Flavia dos Santos. Adoção, avaliação e circulação de livros didáticos de Matemática no século XIX. Zetetiké: Revista de Educação Matemática – FE/Unicamp. v. 21, n. 40, p. 37-58, jul./dez. 2013. p. 39,40. Link: http://ojs.fe.unicamp.br/ged/zetetike/article/view/4359/5247. Acesso em 05092016. Como nos mostra o excerto, a chegada dos livros ao Brasil ocorreu tardiamente, o que refletiu também na adoção do material escolar. Tendo em vista os conteúdos do texto-base Os desafios na produção de materiais didáticos para o ensino de línguas no ensino básico sobre a questão da inserção do material didático nas escolas em tempos passados, é correto afirmar que: Nota: 10.0 A A adoção de livros didáticos foi sempre muitobem aceita pelos professores, pois esse material serviu para substituir o ensino da gramática em todas as séries. B Como geralmente ocorre com todas as inovações tecnológicas que surgem na escola, a inserção do livro didático também não sofreu resistências por parte dos professores. C Tanto a escassez do livro ou sua disponibilidade influenciaram na metodologia de ensino, pois até hoje há professores que privilegiam o ensino baseado em gramática e tradução em detrimento da fala e da compreensão oral. Você acertou! A inserção do livro didático na escola também sofreu resistências, como geralmente sofrem todas as inovações tecnológicas. Acostumados a uma cultura oral, tendo o olhar dos alunos e seus ouvidos sempre voltados para si, os professores se sentiram ameaçados pela presença do livro, pois reinavam sozinhos no palco da sala de aula. O custo, desde a invenção da imprensa, sempre foi fator impeditivo para a adoção do livro didático. Com o passar do tempo, os livros, antes caros, tornaram-se mais acessíveis. A inserção dos materiais didáticos na escola sofreu resistência da mesma forma que as todas as novas tecnologias geralmente sofreram ou sofrem resistências. É interessante observar como a escassez do livro ou sua disponibilidade influenciaram na metodologia de ensino. Sem o apoio do livro, usava-se mais o ditado e quando este se universalizou, a tradução se tornou um método de ensino popular, pois cada aluno podia ter na sua frente um livro para as constantes consultas ao texto. Apesar de terem surgido novas propostas metodológicas, como, por exemplo, a abordagem comunicativa, que incluem o desenvolvimento de habilidades orais, ainda encontramos professores que privilegiam o ensino baseado em gramática e tradução em detrimento da fala e da compreensão oral. O custo, desde a invenção da imprensa, sempre foi fator impeditivo para a adoção do livro didático (texto-base: Os desafios na produção de materiais didáticos para o ensino de línguas no ensino básico , p. 344-346). D A rejeição ainda impera até os dias atuais, pois a adoção de livros didáticos tira a liberdade do professor, obrigando-o a seguir uma ementa rígida, sem dar espaço à sua criatividade. E O custo, desde a invenção da imprensa, nunca foi fator impeditivo para a aceitação ou rejeição da adoção do material didático livro didático. Questão 4/10 - Análise e Desenvolvimento de Material Didático em Língua Portuguesa Leia o seguinte fragmento de texto: “Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: [...] VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: BRASIL. Constituição da República Federativa Do Brasil de 1988. Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em 27 ago.2016. O excerto mostra que o fornecimento de material didático é uma obrigação do Estado. Entretanto segundo os conteúdos do texto-base Os desafios na produção de materiais didáticos para o ensino de línguas no ensino básico, a adoção do livro didático pode gerar alguns problemas. A esse respeito, analise as seguintes afirmativas. I. A chegada dos livros nas escolas públicas não garante seu uso, pois nem sempre os escolhidos pela escola são de agrado de todos os professores. II. Mesmo com o fornecimento do livro-didático pelo Estado às escolas, há professores que se negam a abandonar suas práticas de uso de atividades copiadas de livros diversos. III. Uma questão que interfere na adoção do livro didático é o fato de o professor não ter a opção de fazer uma adoção gradativa, sendo obrigado a usar a mesma coleção em todas as séries de uma só vez. IV. Frequentemente, o número de livros recebidos é maior do que o número real de alunos, o que ocasiona um desperdício de papel. Estão corretas apenas as afirmativas: Nota: 10.0 A I, II e III Você acertou! O professor não pode optar por adotar o material didático apenas nos níveis iniciais e adotar nas séries posteriores conforme as iniciais avançam. Isso significa que as séries finais devem adotar um livro mais avançado sem necessariamente ter trabalhado os anteriores, o que pode prejudicar os alunos A chegada dos livros nas escolas públicas não garante seu uso, pois nem sempre os escolhidos pela escola são de agrado de todos os professores. Além disso, alguns deles ainda se negam a abandonar suas práticas de uso de atividades copiadas de livros diversos. Uma questão que interfere na adoção é o fato de o professor não ter a opção de fazer uma adoção gradativa, sendo obrigado a usar a mesma coleção em todas as séries de uma só vez. Isso pode trazer dificuldades de acompanhamento pelos alunos, especialmente nas séries finais. Outro problema alegado por muitos professores é que o número de livros recebidos, frequentemente, é menor do que o número real de alunos. Além disso, quando outros professores são contratados pela escola, não há livros do professor para todos os professores (texto-base: Os desafios na produção de materiais didáticos para o ensino de línguas no ensino básico, p. 347). B I e IV C III e IV D II e III E II, III e IV Questão 5/10 - Análise e Desenvolvimento de Material Didático em Língua Portuguesa Leia o trecho de texto a seguir: “Em 1454, o processo de fabricação e divulgação dos livros sofreu um salto qualitativo gigantesco com a invenção da prensa. Desenvolvida por Johannes Gutenberg, essa máquina permitia que o processo de fabricação dos livros fosse dinamizado. Apesar da importância do feito, observamos que na Idade Moderna a leitura e a escrita ainda se conservavam atreladas aos privilégios desfrutados pelas elites. Ler e escrever eram prazeres ainda destinados aos nobres e burgueses enriquecidos”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: SOUSA, Rainer. Origem dos Livros. História do Mundo. Link: http://historiadomundo.uol.com.br/curiosidades/origem-dos-livros.htm. Acesso em 26 ago. 2016. Conforme o dado trecho, foi com a invenção da prensa que a produção de livros pôde se desenvolver e disseminar pelo mundo até chegar às escolas. De acordo com os conteúdos do texto-base Os desafios na produção de materiais didáticos para o ensino de línguas no ensino básico, até o século XIX, a adoção de livros didáticos ainda sofria certa resistência. Diante disso, Lambert Sauveur, proponente do método de aprendizagem natural, defendia que: Nota: 10.0 A As aulas deveriam consistir basicamente na leitura integral do livro por parte dos alunos. B Os livros deveriam trazer exercícios para o aluno resolvê-los em sala. C Os livros deveriam ser utilizados somente em sala de aula. D Os livros deveriam ser utilizados apenas em casa, pois, em sala, apenas os ouvidos deveriam ser ocupados. Você acertou! Até o século XIX, a adoção de livros didáticos ainda sofria certa resistência. Lambert Sauveur, proponente do método de aprendizagem natural, afirmava que os livros deveriam ser utilizados apenas em casa, pois,em sala, apenas os ouvidos deveriam ser ocupados. “Lambert Sauveur (1875, p.26) sobre o uso do livro no século 19: “Dê aos seus alunos o livro para lerem em casa, como preparação para sua aula, mas os proíba de abri-los na sala, pois lá apenas os seus ouvidos devem ficar ocupados”. Sauveur foi um dos proponentes do “Método Natural” que previa que a aprendizagem de uma língua adicional era semelhante à aprendizagem de língua materna e se baseava no uso intensivo de interação oral” (texto-base: Os desafios na produção de materiais didáticos para o ensino de línguas no ensino básico, p. 345). E As aulas deveriam privilegiar a leitura do livro, e não a exposição do professor. Questão 6/10 - Análise e Desenvolvimento de Material Didático em Língua Portuguesa Atente para a seguinte afirmação: “Pode-se dizer que o estudo da transposição didática se refere ao fornecimento de explicações sobre o caminho realizado pelo saber desde sua elaboração científica até sua chegada em sala de aula como saber ensinado. Esse processo tem se mostrado transformador da prática docente pelo fato de colocar o professor numa situação privilegiada, que lhe permite ver o processo ensino-aprendizagem segundo um ponto de vista externo ao seu ambiente habitual”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: SCOLARI, Lidinara Castelli; GRANDO, Neiva Ignês. Transposição didática: Uma breve reflexão na docência. Anais do VI Congresso Internacional de Ensino da Matemática, Rio Grande do Sul. Link: http://www.conferencias.ulbra.br/index.php/ciem/vi/paper/viewFile/690/33. Acesso em 28 ago. 2016. Conforme os conteúdos do texto-base A construção de modelos didáticos de gêneros sobre o conceito de transposição didática, é correto afirmar que: Nota: 10.0 A A transposição didática deve ser compreendida como a simples aplicação de uma teoria científica qualquer ao ensino. B A transposição didática diz respeito a transformar algumas aulas de determinadas disciplinas em teorias científicas, de modo a automatizar o conhecimento. C A transposição didática diz respeito a um processo de autonomização de determinado conhecimento científico, que, inevitavelmente, é transformado em teoria científica. D A transposição didática deve ser compreendida como o conjunto das transformações que um determinado arsenal de conhecimentos necessariamente sofre, quando se tem o objetivo de ensiná-lo, trazendo sempre deslocamentos, rupturas e transformações diversas a esses conhecimentos. Você acertou! “O termo transposição didática não deve ser compreendido como a simples aplicação de uma teoria científica qualquer ao ensino, mas como o conjunto das transformações que um determinado conjunto de conhecimentos necessariamente sofre, quando temos o objetivo de ensiná-lo, trazendo sempre deslocamentos, rupturas e transformações diversas a esses conhecimentos” (texto-base: A construção de modelos didáticos de gêneros, p. 552). E A transposição didática não deve ser compreendida como um conjunto de transformações que um determinado arsenal de conhecimentos sofre, quando se tem o objetivo de ensiná-lo, trazendo deslocamentos, rupturas e transformações diversas a esses conhecimentos. Questão 7/10 - Análise e Desenvolvimento de Material Didático em Língua Portuguesa Leia o seguinte extrato de texto: "[O modelo didático pode ser entendido como] um conjunto de conhecimentos científicos e práticos, advindos de uma análise exaustiva de textos do gênero que se pretende estudar. Tal análise funciona como uma espécie de aporte teórico ou aprofundamento dos conhecimentos sobre o gênero, a qual servirá como subsídios para a construção de uma SD [sequência didática] voltada para o ensino-aprendizagem daquele determinado gênero” Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: CAREGNATTO, Marione Fátima Picini; COSTA-HÜBES, Terezinha da Conceição. Uma reflexão sobre o gênero notícia impressa: trabalhando com sequência didática a partir da construção de um modelo didático de gênero. Link: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2002-8.pdf. Acesso em 28 ago. 2016. Conforme os conteúdos do texto-base A construção de modelos didáticos de gêneros, para construir um modelo didático de um gênero textual a ser ensinado, é necessário: Nota: 10.0 A Conhecer o estado da arte dos estudos sobre esse gênero; as capacidades e as dificuldades dos alunos ao trabalharem com textos pertencentes ao gênero selecionado, as experiências de ensino-aprendizagem desse gênero, assim como as prescrições presentes nos documentos oficiais sobre o trabalho docente. Você acertou! “Sintetizando essa seção, afirmamos que, para a construção de um modelo didático do gênero, deve-se conhecer o estado da arte dos estudos sobre esse gênero; as capacidades e as dificuldades dos alunos ao trabalharem com textos pertencentes ao gênero selecionado, as experiências de ensino/aprendizagem desse gênero, assim como as prescrições presentes nos documentos oficiais sobre o trabalho docente (DOLZ; SCHNEUWLY, 1998). Esses pontos nos ajudariam a definir o tipo de intervenção didática a ser desenvolvida e a construir o modelo, com a definição dos objetivos de ensino do gênero adaptados ao nível dos alunos e a organização das categorias que serão exploradas em uma determinada sequência didática” (texto-base: A construção de modelos didáticos de gêneros, p. 558). B Adequar o ensino do gênero dentro do que prescreve a gramática normativa, bem como elaborar exercícios gramaticais que possibilitem ao aluno verificar se aprendeu adequadamente aquele gênero textual. C Elaborar critérios que auxiliem o professor na correção dos textos produzidos pelos alunos, bem como estimular os alunos a produzir o gênero a ser ensinado dentro da norma padrão da língua. D Fazer o aluno memorizar de forma extremamente detalhada as características de determinado gênero de forma a permitir que ele reproduza fidedignamente cada uma delas. E Desenvolver estratégias de memorização para que os alunos aprendam efetivamente as especificidades de determinado gênero, bem como dar subsídios ao professor para que este consiga corrigir o gênero, levando em consideração o que prescreve a gramática normativa. Questão 8/10 - Análise e Desenvolvimento de Material Didático em Língua Portuguesa Observe o esquema a seguir: Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B. et al. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004. p. 98. O esquema ilustra uma sequência didática. Conforme os conteúdos do texto-base A construção de modelos didáticos de gêneros, o conceito de sequência didática tem uso na tentativa de sanar os principais problemas do ensino de gêneros em língua estrangeira. A esse respeito, qual das alternativas a seguir apresenta corretamente sua definição? Nota: 10.0 A Sequência rígida de conteúdos a serem ensinados em sala de aula. B Sequência de exercícios a serem feitos fora do ambiente de aula para maior efetividade do ensino. C Sequência de conteúdos gramaticais a serem ensinados aos alunos em uma escala de dificuldade. D Sequência de sons da língua estrangeira a serem aprendidos pelo aluno, organizados do mais semelhante à língua materna aos mais diferente. E Sequência gradual de atividades, guiadas por um tema, objetivo ou produção de texto final. Você acertou!A sequência didática é considerada um conjunto de sequências de atividades progressivas, planificadas, guiadas por um tema, objetivo geral ou produção de texto final (texto-base: A construção de modelos didáticos de gêneros, p. 554,555). Questão 9/10 - Análise e Desenvolvimento de Material Didático em Língua Portuguesa Leia o seguinte fragmento de texto: “Rompendo com as concepções anteriores, Bakhtin [...] propõe um olhar dialógico sobre a linguagem. O pensador russo não nega a estrutura da língua, mas afirma que ela deve ser estudada e entendida em enunciados concretos. Surge, assim, a partir dos estudos desse autor, a Linguística da Enunciação, a qual se volta para a língua como resultante de um trabalho coletivo e histórico porque reflete as relações sociais dos falantes”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: GEDOZ, Sueli; COSTA-HÜBES, Terezinha da Conceição. Concepção sociointeracionista de linguagem: Percurso histórico e contribuições para um novo olhar sobre o texto. Revista Trama, v. 8, n. 16, 2º semestre de 2012, 125-138. Link: goo.gl/CD98YQ. Acesso em 26 ago. 2016. Considerando os conteúdos do texto-base Produção de material didático de língua portuguesa sob a perspectiva da interlocução e da sociocognição sobre as diferenças na concepção de língua entre as abordagens teóricas que estudam o texto, a concepção dos russos, encabeçados por teóricos como Bakhtin e Volochínov, se diferencia da concepção estruturalista tradicional pelo fato de levar em consideração: Nota: 10.0 A os aspectos fonéticos da língua estudados em enunciados isolados. B a relação sintático-semântica da estrutura de sentenças isoladas de contexto. C os aspectos cognitivos da fala em sentenças isoladas. D os aspectos fonológicos da língua em enunciados isolados. E o fenômeno social da interação verbal. Você acertou! Os formalistas russos, encabeçados por teóricos como Bakhtin, compreendiam que a língua não era um sistema abstrato de formas linguísticas ou enunciações isoladas, como os estruturalistas, mas um fenômeno social de interações verbais, realizadas por meio de enunciações. Assim, a interação verbal constituiria a realidade fundamental da língua. “Refutando, então, uma concepção estruturalista da linguagem, os teóricos russos sustentam que ‘a verdadeira substância da língua não é constituída por um sistema abstrato de formas linguísticas nem pela enunciação monológica isolada, nem pelo ato psicofisiológico de sua produção, mas pelo fenômeno social de interação verbal, realizada através da enunciação ou das enunciações. A interação verbal constitui assim a realidade fundamental d da língua’ (grifos do autor) (BAKHTIN/VOLOCHÍNOV)” (texto-base: Produção de material didático de língua portuguesa sob a perspectiva da interlocução e da sociocognição, p. 5). Questão 10/10 - Análise e Desenvolvimento de Material Didático em Língua Portuguesa Considere a citação a seguir: “O PNLD [Programa Nacional do Livro Didático] é um programa consolidado como política de Estado, reconhecido por sua relevância nas escolas do país devido às repercussões na qualidade dos processos de mediação pedagógica e à observância dos princípios éticos republicanos expressos em todas as fases de sua execução, evidenciando o protagonismo docente e o compromisso com a melhoria da educação pública”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: BRASIL. Ministério da Educação. Guias do Programa Nacional do Livro Didático. Link: http://portal.mec.gov.br/pnaes/195-secretarias-112877938/seb-educacao-basica-2007048997/12637-guias-do-programa-nacional-d o-livro-didatico. Acesso em 27 ago.2016. De acordo com os conteúdos do texto-base Os desafios na produção de materiais didáticos para o ensino de línguas no ensino básico, para a seleção dos livros didáticos a serem utilizados nas escolas públicas, no que diz respeito aos princípios éticos, o Programa Nacional do Livro Didático explicita, em seu detalhamento, que serão eliminadas todas as obras que... Nota: 10.0 A fizerem menção a finanças. B trabalharem com temas da atualidade. C fizerem doutrinação religiosa, política e/ou ideológica, desrespeitando o caráter laico e autônomo do ensino público. Você acertou! São excluídas pelo PNLD obras que fizerem doutrinação religiosa, política e/ou ideológica, desrespeitando o caráter laico e autônomo do ensino público (texto-base: Os desafios na produção de materiais didáticos para o ensino de línguas no ensino básico, p. 348). D abordarem as diferenças regionais do país. E apresentarem temas sobre distúrbios psicológicos. ____________________________________________________________________ Questão 1/10 - Análise e Desenvolvimento de Material Didático em Língua Portuguesa Observe o esquema a seguir: Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B. et al. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004. p. 98. O esquema ilustra uma sequência didática. Conforme os conteúdos do texto-base A construção de modelos didáticos de gêneros, o conceito de sequência didática tem uso na tentativa de sanar os principais problemas do ensino de gêneros em língua estrangeira. A esse respeito, qual das alternativas a seguir apresenta corretamente sua definição? Nota: 10.0 A Sequência rígida de conteúdos a serem ensinados em sala de aula. B Sequência de exercícios a serem feitos fora do ambiente de aula para maior efetividade do ensino. C Sequência de conteúdos gramaticais a serem ensinados aos alunos em uma escala de dificuldade. D Sequência de sons da língua estrangeira a serem aprendidos pelo aluno, organizados do mais semelhante à língua materna aos mais diferente. E Sequência gradual de atividades, guiadas por um tema, objetivo ou produção de texto final. Você acertou! A sequência didática é considerada um conjunto de sequências de atividades progressivas, planificadas, guiadas por um tema, objetivo geral ou produção de texto final (texto-base: A construção de modelos didáticos de gêneros, p. 554,555). Questão 2/10 - Análise e Desenvolvimento de Material Didático em Língua Portuguesa Considere a seguinte afirmativa: “O modelo didático de gênero (MDG) deve ser tomado como ferramenta de trabalho do professor, no que tange ao trabalho com os gêneros textuais. Concebido a partir dos estudos de Dolz, Schneuwly, De Pietro e Zahna (2004), a construção do MDG permite ao professor que especifique os conteúdos ensináveis do gênero, selecione o que vai ser ensinado e formule os objetivos para o ensino daquele determinado gênero”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: BARTHOLOMEU, Isabela Catarina Soares. Projeto Didático de Gênero: Um estudo a partir do modelo didático de gênero e das capacidades de linguagem mobilizadas em trabalho com cartas de reclamação. 2016. 222 f. Dissertação (Mestrado). Curso de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2016. Link: www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/MGSS-AAQNHN/disserta__o_isabela_catarina_soares_bartholomeu__ __vers_o_final.pdf. Acesso em 28 ago. 2016. De acordo com os conteúdos do texto-base A construção demodelos didáticos de gêneros, podemos pensar em “modelos de gênero” somente no âmbito da teoria. Assinale a alternativa que apresenta a razão disso. Nota: 10.0 A Na verdade, não existem gêneros textuais, mas tipos diferentes de textos. B É o autor quem escolhe o gênero de um texto, e não as características específicas presentes no texto. C Os inúmeros gêneros textuais existentes estão em processo de constante modificação. Você acertou! Todos os indivíduos, ao fazerem uso da linguagem, são confrontados com diversos textos pré-existentes, que se encontram em permanente processo de modificação e sendo em número teoricamente ilimitado (texto-base: A construção de modelos didáticos de gêneros, p. 550). D A definição de gênero é arbitrária, sendo praticamente impossível afirmar que um conjunto de textos tem características semelhantes, pois são diferentes entre si. E Há modelos de gêneros que excluem a criatividade do autor, limitando-o a escrever exclusivamente modelos pré-existentes. Questão 3/10 - Análise e Desenvolvimento de Material Didático em Língua Portuguesa Considere a citação a seguir: “O PNLD [Programa Nacional do Livro Didático] é um programa consolidado como política de Estado, reconhecido por sua relevância nas escolas do país devido às repercussões na qualidade dos processos de mediação pedagógica e à observância dos princípios éticos republicanos expressos em todas as fases de sua execução, evidenciando o protagonismo docente e o compromisso com a melhoria da educação pública”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: BRASIL. Ministério da Educação. Guias do Programa Nacional do Livro Didático. Link: http://portal.mec.gov.br/pnaes/195-secretarias-112877938/seb-educacao-basica-2007048997/12637-guias-do-programa-nacional-d o-livro-didatico. Acesso em 27 ago.2016. De acordo com os conteúdos do texto-base Os desafios na produção de materiais didáticos para o ensino de línguas no ensino básico, para a seleção dos livros didáticos a serem utilizados nas escolas públicas, no que diz respeito aos princípios éticos, o Programa Nacional do Livro Didático explicita, em seu detalhamento, que serão eliminadas todas as obras que... Nota: 10.0 A fizerem menção a finanças. B trabalharem com temas da atualidade. C fizerem doutrinação religiosa, política e/ou ideológica, desrespeitando o caráter laico e autônomo do ensino público. Você acertou! São excluídas pelo PNLD obras que fizerem doutrinação religiosa, política e/ou ideológica, desrespeitando o caráter laico e autônomo do ensino público (texto-base: Os desafios na produção de materiais didáticos para o ensino de línguas no ensino básico, p. 348). D abordarem as diferenças regionais do país. E apresentarem temas sobre distúrbios psicológicos. Questão 4/10 - Análise e Desenvolvimento de Material Didático em Língua Portuguesa Leia o trecho de texto a seguir: “Em 1454, o processo de fabricação e divulgação dos livros sofreu um salto qualitativo gigantesco com a invenção da prensa. Desenvolvida por Johannes Gutenberg, essa máquina permitia que o processo de fabricação dos livros fosse dinamizado. Apesar da importância do feito, observamos que na Idade Moderna a leitura e a escrita ainda se conservavam atreladas aos privilégios desfrutados pelas elites. Ler e escrever eram prazeres ainda destinados aos nobres e burgueses enriquecidos”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: SOUSA, Rainer. Origem dos Livros. História do Mundo. Link: http://historiadomundo.uol.com.br/curiosidades/origem-dos-livros.htm. Acesso em 26 ago. 2016. Conforme o dado trecho, foi com a invenção da prensa que a produção de livros pôde se desenvolver e disseminar pelo mundo até chegar às escolas. De acordo com os conteúdos do texto-base Os desafios na produção de materiais didáticos para o ensino de línguas no ensino básico, até o século XIX, a adoção de livros didáticos ainda sofria certa resistência. Diante disso, Lambert Sauveur, proponente do método de aprendizagem natural, defendia que: Nota: 10.0 A As aulas deveriam consistir basicamente na leitura integral do livro por parte dos alunos. B Os livros deveriam trazer exercícios para o aluno resolvê-los em sala. C Os livros deveriam ser utilizados somente em sala de aula. D Os livros deveriam ser utilizados apenas em casa, pois, em sala, apenas os ouvidos deveriam ser ocupados. Você acertou! Até o século XIX, a adoção de livros didáticos ainda sofria certa resistência. Lambert Sauveur, proponente do método de aprendizagem natural, afirmava que os livros deveriam ser utilizados apenas em casa, pois, em sala, apenas os ouvidos deveriam ser ocupados. “Lambert Sauveur (1875, p.26) sobre o uso do livro no século 19: 'Dê aos seus alunos o livro para lerem em casa, como preparação para sua aula, mas os proíba de abri-los na sala, pois lá apenas os seus ouvidos devem ficar ocupados”. Sauveur foi um dos proponentes do “Método Natural” que previa que a aprendizagem de uma língua adicional era semelhante à aprendizagem de língua materna e se baseava no uso intensivo de interação oral'” (texto-base: Os desafios na produção de materiais didáticos para o ensino de línguas no ensino básico, p. 345). E As aulas deveriam privilegiar a leitura do livro, e não a exposição do professor. Questão 5/10 - Análise e Desenvolvimento de Material Didático em Língua Portuguesa Leia o seguinte fragmento de texto: “Rompendo com as concepções anteriores, Bakhtin [...] propõe um olhar dialógico sobre a linguagem. O pensador russo não nega a estrutura da língua, mas afirma que ela deve ser estudada e entendida em enunciados concretos. Surge, assim, a partir dos estudos desse autor, a Linguística da Enunciação, a qual se volta para a língua como resultante de um trabalho coletivo e histórico porque reflete as relações sociais dos falantes”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: GEDOZ, Sueli; COSTA-HÜBES, Terezinha da Conceição. Concepção sociointeracionista de linguagem: Percurso histórico e contribuições para um novo olhar sobre o texto. Revista Trama, v. 8, n. 16, 2º semestre de 2012, 125-138. Link: goo.gl/CD98YQ. Acesso em 26 ago. 2016. Considerando os conteúdos do texto-base Produção de material didático de língua portuguesa sob a perspectiva da interlocução e da sociocognição sobre as diferenças na concepção de língua entre as abordagens teóricas que estudam o texto, a concepção dos russos, encabeçados por teóricos como Bakhtin e Volochínov, se diferencia da concepção estruturalista tradicional pelo fato de levar em consideração: Nota: 10.0 A os aspectos fonéticos da língua estudados em enunciados isolados. B a relação sintático-semântica da estrutura de sentenças isoladas de contexto. C os aspectos cognitivos da fala em sentenças isoladas. D os aspectos fonológicos da língua em enunciados isolados. E o fenômeno social da interação verbal. Você acertou! Os formalistas russos, encabeçados por teóricos como Bakhtin, compreendiam que a língua não era um sistema abstrato de formas linguísticas ou enunciações isoladas, comoos estruturalistas, mas um fenômeno social de interações verbais, realizadas por meio de enunciações. Assim, a interação verbal constituiria a realidade fundamental da língua. “Refutando, então, uma concepção estruturalista da linguagem, os teóricos russos sustentam que ‘a verdadeira substância da língua não é constituída por um sistema abstrato de formas linguísticas nem pela enunciação monológica isolada, nem pelo ato psicofisiológico de sua produção, mas pelo fenômeno social de interação verbal, realizada através da enunciação ou das enunciações. A interação verbal constitui assim a realidade fundamental da língua’ (grifos do autor) (BAKHTIN/VOLOCHÍNOV, 2010)” (texto-base: Produção de material didático de língua portuguesa sob a perspectiva da interlocução e da sociocognição, p. 5). Questão 6/10 - Análise e Desenvolvimento de Material Didático em Língua Portuguesa Considere a seguinte citação: “Há somente dois lugares para a diferença no PNLD: os livros em braile, distribuídos desde 2001, e os livros para portadores de necessidades especiais. De resto, não são livros pensados para contemplar as diferenças culturais dos brasileiros, apesar de o país ser signatário da Declaração Universal dos Direitos Culturais: são livros em português apenas”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: OLIVEIRA, Gilvan Müller. Os “materiais didáticos” e a escola indígena. Link: http://www.cedefes.org.br/index.php?p=educacao_detalhe&id_afro=3133. Acesso em 27 ago.2016. Tendo em vista os conteúdos do texto-base Os desafios na produção de materiais didáticos para o ensino de línguas no ensino básico no que diz respeito às temáticas escolhidas para contemplarem os materiais didáticos de língua estrangeira, é correto afirmar que: Nota: 10.0 A Um dos grandes desafios na produção de livro didático é fazer com que as temáticas se encaixem na realidade de um público-alvo diversificado que fará uso dos livros, como por exemplo, na realidade dos indígenas. Você acertou! Por mais diversificadas que sejam, as temáticas abordadas nos livros não necessariamente terão relação com a realidade desses alunos. Portanto, caracterizam uma grande dificuldade na seleção dos temas quando da criação dos materiais. “Um grande desafio é atender a diversidade de alunos que usarão a coleção didática. Pensem, por exemplo, nos alunos indígenas. Será que as temáticas escolhidas, por mais diversificadas que elas sejam, se encaixam na realidade desses alunos? Quanto aos outros alunos, será que os temas de todas as unidades agradarão tanto aos que vivem em áreas urbanas quanto aos que estão em zonas rurais? Finalmente, um grande desafio é a dificuldade no tratamento de temas sensíveis e sem consenso na sociedade, como, por exemplo, as relações homoafetivas e as novas configurações familiares. Mesmo tendo sido cautelosos no tratamento desse tema na Coleção Alive!, recebemos crítica de um jornalista evangélico. O mesmo aconteceu com autores de outras coleções. No nosso caso, o incômodo foi gerado pela referência ao seriado Modern Family, onde aparece uma família composta por dois pais e um filho adotado” (texto-base: Os desafios na produção de materiais didáticos para o ensino de línguas no ensino básico, p. 354-355). B O grande intuito na produção de livro didático é fazer com que as temáticas se encaixem na realidade de um público-alvo restrito, qual seja: alunos estrangeiros residentes no Brasil. C Temas sensíveis e sem consenso na sociedade, como, por exemplo, as relações homoafetivas e as novas configurações familiares são proibidos de fazerem parte dos livros didáticos. D Uma vez que todos os temas podem ser abordados nos livros didáticos, os produtores desse tipo de material não encontram desafios quanto à escolha e à forma de abordar e de conduzir as temáticas. E Os temas de todas as unidades dos mais diversos livros didáticos de língua estrangeira são escolhidos com o intuito de privilegiar os alunos indígenas. Questão 7/10 - Análise e Desenvolvimento de Material Didático em Língua Portuguesa Leia o seguinte fragmento de texto: “Rompendo com as concepções anteriores, Bakhtin [...] propõe um olhar dialógico sobre a linguagem. O pensador russo não nega a estrutura da língua, mas afirma que ela deve ser estudada e entendida em enunciados concretos. Surge, assim, a partir dos estudos desse autor, a Linguística da Enunciação, a qual se volta para a língua como resultante de um trabalho coletivo e histórico porque reflete as relações sociais dos falantes”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: GEDOZ, Sueli; COSTA-HÜBES, Terezinha da Conceição. Concepção sociointeracionista de linguagem: Percurso histórico e contribuições para um novo olhar sobre o texto. Revista Trama, v. 8, n. 16, 2º semestre de 2012, 125-138. Link: goo.gl/CD98YQ. Acesso em 26 ago. 2016. Considerando os conteúdos do texto-base Produção de material didático de língua portuguesa sob a perspectiva da interlocução e da sociocognição sobre as diferenças na concepção de língua entre as abordagens teóricas que estudam o texto, a concepção dos russos, encabeçados por teóricos como Bakhtin e Volochínov, se diferencia da concepção estruturalista tradicional pelo fato de levar em consideração: Nota: 10.0 A os aspectos fonéticos da língua estudados em enunciados isolados. B a relação sintático-semântica da estrutura de sentenças isoladas de contexto. C os aspectos cognitivos da fala em sentenças isoladas. D os aspectos fonológicos da língua em enunciados isolados. E o fenômeno social da interação verbal. Você acertou! Os formalistas russos, encabeçados por teóricos como Bakhtin, compreendiam que a língua não era um sistema abstrato de formas linguísticas ou enunciações isoladas, como os estruturalistas, mas um fenômeno social de interações verbais, realizadas por meio de enunciações. Assim, a interação verbal constituiria a realidade fundamental da língua. “Refutando, então, uma concepção estruturalista da linguagem, os teóricos russos sustentam que ‘a verdadeira substância da língua não é constituída por um sistema abstrato de formas linguísticas nem pela enunciação monológica isolada, nem pelo ato psicofisiológico de sua produção, mas pelo fenômeno social de interação verbal, realizada através da enunciação ou das enunciações. A interação verbal constitui assim a realidade fundamental d da língua’ (grifos do autor) (BAKHTIN/VOLOCHÍNOV)” (texto-base: Produção de material didático de língua portuguesa sob a perspectiva da interlocução e da sociocognição, p. 5). Questão 8/10 - Análise e Desenvolvimento de Material Didático em Língua Portuguesa Leia o seguinte fragmento de texto: “Finalmente, uma [...] concepção que se apresenta é a que toma a linguagem como forma de interação. Tal concepção, baseada numa abordagem dialética de produção do conhecimento, procura mostrar a linguagem como social, resultado de uma construção coletiva e de processos de interação”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponívelem: GEDOZ, Sueli; COSTA-HÜBES, Terezinha da Conceição. Concepção sociointeracionista de linguagem: Percurso histórico e contribuições para um novo olhar sobre o texto. Revista Trama, v. 8, n. 16, 2º semestre de 2012, 125-138. Link: goo.gl/CD98YQ. Acesso em 26 ago. 2016. A partir da compreensão do caráter interacional da linguagem, houve uma mudança na concepção de texto. Segundo os conteúdos do texto-base Produção de material didático de língua portuguesa sob a perspectiva da interlocução e da sociocognição, as concepções sociocognitiva e interacionista auxiliaram no trabalho com o material didático em sala de aula, tornando-o mais produtivo. Nesse sentido, considerando ambas as abordagens mencionadas, é correto afirmar que o material didático deve: Nota: 10.0 A fornecer as teorias a serem memorizadas pelos alunos, para, assim, efetivar a aprendizagem. B dialogar com o aluno, funcionando como uma continuidade do trabalho do professor, que não deve considerá-lo como uma cartilha fechada. Você acertou! O trabalho com o livro não deve ser um fator limitador da liberdade e da criatividade do professor, sendo que este deve ter a autonomia para avaliar, criticar e complementar o material, aliando teoria e prática. “Os livros didáticos de Língua Portuguesa, apesar das inegáveis melhorias que vêm apresentado ao longo dos anos, de um modo geral, não incorporam às suas atividades os pressupostos teóricos que dizem tomar como base. O que acontece é que muitos deles afirmam se pautar numa concepção dialógica de língua, mas, quando se analisa a abordagem textual que trazem, observa-se que continua arraigada às suas atividades a perspectiva fragmentada, descritiva, disfuncional e monologal de texto. Portanto, se o docente direciona suas decisões pedagógicas a partir de tais compêndios, muito provavelmente oferecerá poucas contribuições para um ensino de língua materna que desenvolva a competência linguística necessária à interação nas diversas situações comunicativas. [...] Acreditamos que, embora o manual didático seja um instrumento de trabalho importante e necessário ao professor, não deve ser usado como uma “cartilha fechada” (p. 2,3). “Em meados da década de 1990, ganham força os estudos na área da cognição, principalmente aqueles que incorporam “aspectos sociais, culturais e interacionais à compreensão do processamento cognitivo” (KOCH, 2004, p. 30). Ascende o sociocognitivismo, [...] o texto, por sua vez, é encarado como algo constituído não apenas pelo material linguístico ou cognitivo, mas pela imbricação de uma gama de fatores, dentre eles, sociais, histórico-culturais e discursivos. Nas palavras de Costa (2007, p. 11), [...] o texto, antes visto como um conjunto de informações codificadas por um emissor para serem apreendidas por um receptor, extrapola os limites da materialidade física e envolve também os processos sóciocognitivos que se estabelecem entre os interlocutores (falantes/escritores e ouvintes/leitores), durante a construção de sentido” (p. 6) (texto-base: Produção de material didático de língua portuguesa sob a perspectiva da interlocução e da sociocognição, p. 2,3 e 6). C servir como a linha que norteia o trabalho do professor, que não deve dela se desviar, garantindo, assim, o ensino igualitário por todo o país. D funcionar como um apoio paralelo ao trabalho escolar, preferencialmente, sendo utilizado para tarefas de casa. E ser de uso exclusivo em aula, sendo que atividades paralelas devem ser feitas em casa. Questão 9/10 - Análise e Desenvolvimento de Material Didático em Língua Portuguesa Atente para o seguinte fragmento de texto: “A partir de 1997, a responsabilidade pela execução do programa passou a ser do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O componente curricular Língua Estrangeira Moderna (PNLD-LEM) foi incluído no programa em 2011, com livros de inglês e espanhol. Essa inclusão foi um marco para o ensino de línguas no país, pois alunos e professores passaram a ter, desde então, acesso a LDs [livros didáticos] gratuitamente”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: SARMENTO, Simone. ReVEL na Escola: Programa Nacional do Livro Didático de Língua Estrangeira. ReVEL, v. 14, n. 26, 2016. p. 2. Conforme os conteúdos do texto-base Os desafios na produção de materiais didáticos para o ensino de línguas no ensino básico, a produção de materiais de língua estrangeira enfrenta alguns desafios para atender aos parâmetros de qualidade impostos. Dentre eles, é correto citar: Nota: 10.0 A Trabalhar com imagens para encarecer o material. B Trabalhar com as diferentes mídias digitais, considerando o professor que resiste à inserção dessas mídias em aula. Você acertou! O contexto digital tem forte apelo dentre os jovens, porém alguns professores ainda resistem à adoção de recursos midiáticos em aula. Portanto, o material deve buscar atender a ambas as demandas (texto-base: Os desafios na produção de materiais didáticos para o ensino de línguas no ensino básico, p. 352) C Realizar a gravação de vídeos para simular situações cotidianas. D Encontrar editoras dispostas a publicar os materiais, além de produzir os recursos midiáticos extras, como vídeos e áudios. E Encontrar autores e revisores capacitados para a função. Questão 10/10 - Análise e Desenvolvimento de Material Didático em Língua Portuguesa Considere a seguinte afirmação: “Tratar da gênese dos gêneros implica falar da relação com o homem com a linguagem ao longo de toda a história. Como defende o célebre filósofo da linguagem Mikhail Bakhtin (1895-1975), só nos comunicamos por meio de gêneros”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: JOVER-FALEIROS, Rita. O conceito de gênero textual e seu uso em sala de aula. Revista Nova Escola. Link: http://novaescola.org.br/fundamental-2/conceito-genero-textual-seu-uso-aula-735561.shtml?page=1. Acesso em 28 ago. 2016. O excerto nos ilustra como os gêneros textuais estão presentes em nosso cotidiano. Tendo em vista os conteúdos do texto-base A construção de modelos didáticos de gêneros sobre a questão do aprendizado de gêneros textuais, dentre as alternativas a seguir, qual delas apresenta uma situação que pode dificultar a apropriação de um gênero por parte de um sujeito? Nota: 10.0 A A quantidade de gêneros existente é muito grande, sendo, portanto, impossível para um sujeito se apropriar de todos eles. B No ensino de gêneros, se os aprendizes não sentirem necessidade de um determinado gênero para seu agir verbal, haverá maior dificuldade para sua apropriação. Você acertou! Gêneros textuais podem ser considerados como ferramentas ou instrumentos para que um indivíduo realize ações com a linguagem. Portanto, será mais difícil para um indivíduo compreender o funcionamento de um gênero se sua experiência não mostrar a ele sua necessidade. “Portanto, podemos pensar que, no ensino de gêneros, se os aprendizes não sentirem necessidade de um determinado gênero para seu agir verbal, haverá muitomaior dificuldade para sua apropriação” (texto-base: A construção de modelos didáticos de gêneros, p. 551). C As diferenças entre os gêneros não são marcadas e nem sempre são claras, dificultando sua identificação por parte do aprendiz. D Diferentes gêneros textuais requerem diferentes regras, impossibilitando sua memorização por parte do aprendiz. E A caracterização de um gênero textual é arbitrária e não segue sequências lógicas, sendo assim, é impossível o aluno se aprender sobre os gêneros textuais.