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RELATÓRIO - ESTÁGIO P - ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

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CENTRO UNIVERSITÁRIO 
Ana Paula Silva
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ENSINO FUNDAMENTAL I
São Paulo/Pompéia
Junho 2020
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ENSINO FUNDAMENTAL I
Relatório de Estágio apresentado ao Curso de Pedagogia do Centro Universitário São Camilo, pólo Pompéia, orientado pela Profa. como requisito parcial para conclusão da Unidade Educacional XI – Ensino Fundamental I.
São Paulo/Pompéia
Junho/2020
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1
1.1 Identificação da Unidade e o Seu Contexto ....................................................... 2
1.2 Aspectos físicos e infraestrutura ......................................................................... 2
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................. 4
3. REFLEXÕES DAS OBSERVAÇÕES E ANÁLISES .................................................. 7
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 9
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 10
1. 
2. INTRODUÇÃO
O presente trabalho é um relatório do estágio do curso de Pedagogia, realizado na ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR SALIM FARAH MALUF. Neste relatório apresento a importância do Estágio para minha formação e as experiências vivenciadas dentro da proposta pedagógica do curso de graduação.
Como sabemos o estágio é de grande a importância para a nossa formação profissional, porque ele nos permite viver na prática a teoria que aprendemos em sala e nos faz conhecer melhor a profissão que queremos seguir. Observando a rotina, o trabalho, o funcionamento da escola, consultando documentos, tais como, o semanário e o plano de metas do ano letivo, conversando com a direção, com os professores e os alunos tenho a possibilidade de verificar até que ponto o que é abordado na teoria é aplicado na prática. Consigo verificar como a realidade de vida de cada aluno interfere de forma positiva e negativa no processo de educação e também como a comunidade em volta da escola interfere no trabalho educacional.
No estágio também tenho a oportunidade de verificar se a LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394/96) está sendo cumprida, quando ela determina em seu artigo 32, a existência do ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, de forma gratuita em escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, bem como, a oportunidade de verificar se o objetivo que é a formação básica do cidadão está sendo alcançada na prática mediante a aplicação do que é tratado nos incisos I à IV da referida lei.
LEI 9.394 de 20/12/1996
Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006)
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
1.1 Identificação da Unidade e o Seu Contexto
ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR SALIM FARAH MALUF
R. Jardim Tamoio, 100 – Conj. Hab. José Bonifácio – São Paulo/SP – CEP 08255-010.
	
Fig. 1 - Localização da E.E. Salim Farah Maluf no GOOGLE MAPAS
	
 Fig. 2 – Imagem frontal da E.E. Salim Farah Maluf
A unidade escolar está situada no Conjunto Habitacional José Bonifácio (COHAB José Bonifácio) no bairro de Itaquera. (Fica próximo da Biblioteca Municipal Vinicius de Moraes). Perto há duas escolas de educação infantil, uma CEI e uma EMEI, há também em suas imediações um Parque Municipal (Parque Raul Seixas) e uma Unidade Básica de Saúde. Em volta também há vários comércios (mercados, padarias entre outros). Possui um bom sistema de transporte coletivo de ônibus e microônibus interligando o bairro ao centro.
O funcionamento da Escola Estadual é das 7h até às 23h. O atendimento é direcionado ao ensino fundamental I e II, ao ensino médio e ao EJA (Ensino de Jovens e Adultos). São atendidos cerca de 1.784 alunos (segundo dados do Censo Escolar de 2019) a partir dos 6 (seis) anos de idade divididos em 03 (três) períodos (matutino, vespertino e noturno).
1.2 Aspectos físicos e infraestrutura
A unidade escolar foi construída logo após a construção do Conjunto Habitacional José Bonifácio, inaugurado pelo presidente João Figueiredo (que governou o país de 1979 a 1985). Através do conjunto habitacional, o distrito passou a receber moradores de baixa renda de outras partes da cidade que se organizaram e através de muito esforço conseguiram diversas melhorias para o bairro, tais como, a Escola Estadual Professor Salim Farah Maluf.
Ela é de propriedade do Estado de São Paulo. Foi construída toda em alvenaria em dois pavimentos. Está bem conservada. As paredes internas e externas estão pintadas, o piso interno é de cimento queimado e o externo é de cimento rústico. As portas e janelas estão funcionando perfeitamente e não há vidros quebrados, possui muros nas laterais e no fundo e a frente é toda cercada com grades de ferro. Existem dois portões de entrada, sendo um para entrada e saída dos alunos e o outro de acesso à secretária, há um bom número de funcionários terceirizados para limpeza do prédio, contudo a escola não conta com serviços de segurança interna, ficando a segurança externa a cargo da polícia militar do estado.
Resumindo, a escola oferece um ambiente agradável e limpo o que acaba ajudando no processo educacional, contudo, a falta de segurança dentro da escola tem facilitado à ação de traficantes, o comércio e o consumo de drogas licitas e ilícitas o que acaba prejudicando e muito o ensino principalmente o dos alunos do período noturno.
A escola, segundo dados do censo/2019, possui as seguintes instalações de ensino: 21 salas de aulas, sala de diretoria, sala de coordenação pedagógica, sala de secretaria, sala de professores, sala para atividades lúdicas, sala de fanfarra, sala para atividades culturais, sala de leitura, anfiteatro, laboratório de informática, quadra de esportes coberta, cozinha, refeitório, dispensa, almoxarifado, pátio coberto, 10 banheiros para os alunos, 2 banheiros para funcionários, vestuário, sala de zeladoria, sala para arquivo morto, conta com uma infraestrutura com: alimentação escolar para os alunos, água filtrada, água da rede pública, energia da rede pública, esgoto da rede pública, lixo destinado à coleta periódica, acesso à internet, banda larga e possui equipamentos, tais como: TV, DVD, antena parabólica, copiadora, impressora, aparelho de som, projetor multimídia (data show).
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O estágio foi realizado no primeiro semestre do ano de 2018 com alunos do primeiro ano, todos com idade entre 6 e 7 anos. Era o primeiro contato daqueles alunos com o ensino fundamental e com aquela escola. Antes do início do estágio na Escola Estadual Professor Salim Farah Maluf a diretora informou que tudo o que seria desenvolvido com os alunos era fruto de um plano de metas previamente estipulado entre a coordenação pedagógica e os professores ainda antes do início daquele ano letivo. Fui informada também que acompanharia os trabalhos do Professor Cleiton junto aos alunos do 1º B do período vespertino.
Antes de iniciar o estágio fiz uma leitura/estudo em todo o material indicado como suporte teórico para o desenvolvimento da fundamentaçãoteórica a fim de aprimorar o conteúdo teórico para a partir daí vivenciar na prática o trabalho de um professor no processo de alfabetização e letramento de alunos do primeiro ano. Fiquei encantada com a definição do que é o ato de escrever o que aumentou mais ainda meu entusiasmo para o início do estágio que se aproximava.
Escrever, segundo a definição do dicionário Michaelis
1 vtd Representar por meio de caracteres ou sinais gráficos: Aos quatro anos, a criança já sabia escrever o seu nome. 2 vtd, vti e vint Expressar-se por escrito: Além de falar, também escreve um inglês muito bom. Ela queria escrever em inglês. “Como ele gosta de dizer o que pensa sem repensar o que diz, repete a fórmula ao escrever” (Z1). 3 vtd e vint Compor ou redigir um trabalho literário ou científico, artigo jornalístico etc.: Escreveu um artigo muito bom recentemente. Um pesquisador procura sempre escrever e publicar. 4 vtd Contar algo (narrar, descrever) com palavras escritas; descrever, narrar: Escreveu o acidente com detalhes. 5 vtdi Dirigir carta, bilhete etc. a alguém: “[…] escreveu à mãe uma carta carregada de recriminações, declarando que nunca lhe perdoaria semelhante loucura” (AA2). 6 vti Produzir textos ou reportagens para a imprensa; trabalhar como redator: Muitos colaboradores importantes escrevem para aquele jornal. 7 vpr Trocar correspondência com alguém; corresponder-se: Escrevem-se há anos. 8 vtd Aplicar multa de trânsito preenchendo num talão o número da placa do veículo e o tipo de infração cometida. 9 vtdi Fixar em; gravar, inscrever: Pediu ao tatuador para escrever o nome da amada no seu braço, do lado do coração. 10 vint Produzir textos, de qualquer natureza, como escritor: “Escrever é muito difícil” (Z1). 11 vint Fazer rabiscos ou desenhos, garatujas: A criança, muito feliz, escrevia por toda a parede. 12 vint Andar em curvas ou zigue-zagues na condução. 13 vint Andar sem equilíbrio; cambalear: Bebeu muito na festa e saiu escrevendo. 14 vtd Mús V compor. 
A possibilidade de ver os alunos se apropriando do sistema de escrita alfabética e das técnicas para seu uso, num processo denominado alfabetização, aprendendo converter os sons da língua em letras, para escrever, decifrar as letras em sons e saber quais são as regras para a formação de sílabas, escrever de cima para baixo, da esquerda para a direita, saber que as letras são separadas por espaços em branco, usando equipamentos e instrumentos: tais como lápis, borracha, cadernos e livros, adquirindo competências para ler ou escrever textos me enchia de ansiedade mesmo sabendo que não é uma tarefa fácil. Ciente de que algumas crianças enfrentariam algum tipo de dificuldade na aquisição dessas novas habilidades e que o conhecimento do sistema de escrita alfabética demanda tempo, trabalho sistemático direcionado para esse fim, esforço e paciência, minhas expectativas sobre a condução do professor nesse processo só aumentava.
Fiquei imaginando como seria a abordagem do professor na construção do processo de aprendizagem construtivista, uma vez que aprendi na apostila do módulo 3 que:
Em primeiro lugar deve ser possível ao professor conhecer cada criança e como evolui seu aprendizado, para fazer intervenções especificas de acordo com a necessidade de cada um. E possível, por exemplo, organizar a turma em grupos ou em duplas. O professor organiza seu planejamento de modo há ter um tempo com cada aluno.
Enquanto o grupo trabalha, o professor vai chamando os alunos em sua mesa, para observar as hipóteses de escrita que estão desenvolvendo e quais as explicações que o aluno da para cada tipo de construção. O aprendizado evolui no dialogo com o professor, como resultado das tentativas de construir hipóteses coerentes para explicar cada produção.
Em termos de método, o professor assume o papel de mediador entre a criança e o conhecimento, criando situações em que ela possa confrontar sua produção pessoal e a escrita, tal como aparece na realidade. Diferentemente dos demais métodos, o professor não organiza uma sequencia para apresentação das letras/silabas ou palavras, ao contrario, disponibiliza situações em que se faz necessário o uso da escrita, como na produção de cartazes, bilhetes, receitas.
A interação com a escrita e o eixo central do trabalho pedagógico. Por essa razão, o construtivismo descarta o uso de materiais didáticos que dependem da apresentação do conteúdo em sequencia rígida e predeterminada, como as cartilhas (AMARAL, 2017).
Imaginei ainda como seria desenvolvido o trabalho com os alunos tendo como base o que estudei na apostila do módulo 3 quando dizia que “ao dirigir um processo de ensino, o professor tem como propósito atingir objetivos com relação à aprendizagem – garantir o conhecimento em diferentes campos do saber, desenvolver habilidades – e para isso utiliza intencionalmente um conjunto de ações, procedimentos e recursos tendo em vista o conteúdo que será ensinado, para chegar aos objetivos. Esse conjunto de ações denomina-se método ou metodologia de ensino, ou ainda estratégia metodológica (AMARAL, 2017)”.
E, por já saber que o estágio seria realizado numa sala com alunos de idades entre 6 e 7 anos do primeiro ano busquei identificar em nosso material de estudo qual seria a postura do professor ao trabalhar a alfabetização e o letramento no nível pré-silábico e encontrei o que segue abaixo:
Assim, o professor deve ser capaz de diagnosticar os níveis de escrita dos alunos, tendo em vista que:
No nível pré-silábico, a criança não consegue relacionar letras e sons; não reconhece o fonema, ou os sons da fala em relação com o objeto escrita. Nessa fase, a criança pode misturar letras e desenhos, letras e números, ou escrever uma palavra com um numero grande de letras.
O período denominado “Pré-silábico” e considerado pelos professores como o mais problemático, porque, como afirma Telma Weiz no texto Existe vida inteligente no período pré-silábico (2001), o olhar dos docentes recai sobre o que a criança “não tem” e não sobre o que ela e capaz de fazer.
Para um maior aproveitamento do estágio, procurei conhecer os métodos que podem ser desenvolvidos no processo de aprendizagem, assim, só de observar já seria capaz de identificar como também entender o objetivo a ser alçado com sua aplicação e dentro desta perspectiva vi na nossa apostila algumas atividades que poderiam ser exploradas, tais como, trabalhos intensos com textos diversos, destacando letras iniciais e finais; contato com diferentes tipos de materiais escritos: revistas, jornais, cartazes, livros, rótulos, embalagens, parlendas, poemas, canções; exploração de livros para leitura com e sem imagens; trabalho intenso com escrita, envolvendo o alfabeto móvel; jogos diversos (bingo de letras, jogos de memória, dominó com letras e figuras, quebra-cabeça, jogos com cartões relacionando palavras e imagens, jogos com crachás com nomes dos alunos da turma, jogos com brincadeiras orais, jogos com rimas, jogos com adivinhas); leitura em diferentes espaços: na sala de aula, na biblioteca, no pátio, entre outros.
Tomei conhecimento que dois tipos de atividades são particularmente relevantes no processo de alfabetização e letramentos das crianças, são elas: a escrita do nome próprio e a leitura de rótulos e embalagens. A escrita do próprio nome é uma conquista importante para quem adentra no universo do ler e do escrever é um marco no desenvolvimento da criança, orgulho para ela e para a família. O trabalho com rótulos e embalagens permite ao aluno entrar em contato com textos reais, de circulação no seu cotidiano, de fácil identificação. O nome do produto tem uma escrita estável, que permite uma reflexão sobre as letras isoladas e as letras na palavra, além de ter uma relação com o som.
Já bem familiarizada com a teoria que norteia o trabalho de um pedagogo, graças ao excelente conteúdo da apostila do módulo 3 do nosso material de apoio, fui para o primeiro dia do nosso estágio na certeza de que teria uma experiência enriquecedora da rotina de um professor no exercício do seu ofício aodesenvolver aquela atividade que é o ápice do seu ministério.
4. REFLEXÕES DAS OBSERVAÇÕES E ANÁLISES
Ao chegar à escola para o primeiro dia do estágio fui apresentada para o Professor Cleiton e para aos alunos do 1º B do período vespertino. Logo de inicio percebi que todo o encantamento e perspectiva que imaginei vivenciar quando estudei o conteúdo da apostila do módulo 3 não passaria de uma mera perspectiva. Infelizmente a fisionomia no rosto do professor já sinalizava que eu estava diante de um profissional totalmente desinteressado pela profissão. O rosto dele demonstrava nitidamente o seu descontentamento.
Durante o estágio constatei que mesmo estando no ano de 2018 a precariedade da escolarização e do processo de letramento e alfabetização está fortemente presente no dia a dia dos alunos. Não posso afirmar e nem generalizar ao ponto de dizer que todas as escolas e que todos os alunos do primeiro ano de ensino do fundamental estão vivendo essa precariedade, contudo, essa situação é uma rotina para os alunos do 1º B do período vespertino da Escola Estadual Professor Salim Farah Maluf.
A realidade daqueles alunos me vez lembrar do conteúdo estudado no módulo 1 da apostila da Unidade Educacional IX onde foi trabalhado a profissionalização do docente no processo de alfabetização e letramento. A partir daí comecei comparar a educação vivida pelos alunos da Escola Estadual Professor Salim Farah Maluf com a educação que era oferecida para as crianças pobres no Brasil, no período de 1824-1889, segundo a pesquisa realizada por Veiga em 2008, quando ele investigou e destacou alguns aspectos para a não efetivação da escolarização junto à população de famílias livre, porém, pobres.
O pesquisador destacou que naquele período a não efetivação da escolarização acontecia por causa da centralização política das decisões do presidente da província e a rotatividade na ocupação dos cargos resultante das relações de clientelismo, o que nos dias de hoje não acontece, tanto que, cada escola precisa ter um Projeto Político Pedagógico elaborado com a participação da comunidade escolar. Ele destacou também a precariedade das escolas, com falta de prédios próprios, com aulas acontecendo na casa do professor e falta de material escolar, situação esta que também não verificamos uma vez que existe um prédio próprio, projetado e construído para ser uma escola e que houve a distribuição gratuita de material escolar.
Destacou ainda que naquele tempo existia uma baixa frequência às aulas por vários motivos, tais como, distancia da casa do professor, insegurança nos caminhos, famílias que não mandavam as crianças por falta de roupa adequada, pobreza, indiferença quanto aos resultados da escola. Alguns desses motivos estão presentes nos dias de hoje mais iniciativas como o Programa Bolsa Família coloca a frequência escolar das crianças como critério para receber o benefício, há também escolas perto das casas dos alunos, um bom contingente policial e todos os alunos recebem dos governos, de forma gratuita, uniformes escolar.
Outro aspecto destacado é a insuficiência no ensino os quais estão relacionados com os baixos salários dos professores e o desinteresse deles pela profissão. Os salários estão sendo ajustados graças a Lei nº 11.738, de abrangência nacional, que regulamenta o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica, já o desinteresse do professor pela profissão vem aumentado a cada dia por causa de diferentes fatores.
O desinteresse do professor Cleiton me vez vivenciar por oito dias cenas lamentáveis. Não tive a liberdade de conversar com ele pra poder entender os motivos daquela postura e, por causa disso, presenciei calada um professor tratar com total negligência a proposta de alfabetização dos seus alunos, os quais passavam duas horas “desenhando” em seus cadernos o cabeçalho que estava na lousa e depois do intervalo passavam outras duas horas e meia desenvolvendo atividades sem o auxílio do professor que se mantinha sentado o tempo todo e ao ser procurado não esboçava qualquer esforço para ensinar o seu aluno.
Não houve ali nenhuma abordagem construtivista no processo de alfabetização e letramento, atividades que poderiam ser exploradas como a escrita do nome próprio e a leitura de rótulos e embalagens não foram desenvolvidas em nenhum momento. Não vi alunos sendo alfabetizados ou aprendendo a converter os sons da língua em letras, aprendendo a escrever, decifrar as letras em sons, em enfim, alfabetizá-las não era uma meta a ser alcançada. Alertada pelo material de apoio que algumas crianças enfrentariam algum tipo de dificuldade na aquisição dessas novas habilidades e que o conhecimento do sistema de escrita alfabética demanda tempo, trabalho sistemático, esforço e paciência, fiquei temerosa com o futuro daquelas crianças caso a situação não mude no aprendizado dos mesmos.
No material de estudo aprendi também que nos dias atuais não basta saber ler e escrever, hoje é preciso ter habilidades e competências para participar de forma efetiva na produção e na compreensão das mensagens escritas que circulam no cotidiano e ensinar isso a uma criança aumentou ainda mais minha responsabilidade como futura docente. Agora sei que minha conduta no processo de alfabetização, pode até alfabetizar uma criança, porém, essa conduta pode ser também uma ponte para o surgimento de um analfabeto funcional, o qual até sabe ler e escrever o próprio nome, um bilhete simples, compreende uma frase curta da vida cotidiana, contudo, vai permanecer restrito a textos curtos de vocabulário simples e baixa complexidade que não são mais tão suficientes para as demandas dos dias atuais.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como de costume tive nesse primeiro semestre de 2018 contato com um material de estudo de grande excelência, o qual foi elaborado pela professora autora Suely Amaral.
Graças ao conteúdo abordado nas apostilas estou cada vez mais preparada para o exercício da pedagogia numa sala de aula, contudo, como esse dia ainda não chegou iniciativas como o estágio me coloca em contato direto com a prática docente e estagiar munida deste conhecimento me dá uma maior clareza do que está sendo desenvolvido no trabalho do profissional que estou acompanhando.
Fui para o estágio convencida de que veria na prática como são desenvolvidas as teorias que aprendemos, fui na expectativa de sair enriquecida com os conselhos e os exemplos de um professor que desbrava com maestria os desafios e as glórias do processo de alfabetização de crianças no mundo da escrita e da leitura.
Ao iniciar o estágio vi de imediato que aquela teoria, abordada com grande excelência em nossas apostilas, a qual certamente fez parte do currículo escolar que graduou aquele professor, em nada era aplicada por ele. A partir daí comecei traçar o que não devemos fazer no processo de alfabetização de alunos e tudo isso graças ao péssimo exemplo que tive com aquele que se intitula professor sem se importar com a missão que norteia nossa profissão.
Sei que na prática a teoria é outra, contudo, não posso deixar que as adversidades do dia a dia me impeçam de colocar em prática a teoria que nos orienta e nos capacita. Segundo os ensinamentos de Paulo Freire, pedagogo, educador e filósofo “a teoria sem a prática vira verbalismo, assim como a prática sem teoria vira ativismo, no entanto, quando se une a prática com a teoria tem-se a práxis, ação criadora e modificadora da realidade” e certamente foi essa ação criadora e modificadora da realidade que faltou ao professor Cleiton.
Eu estava encantada com o que aprendi em aula e fui para o estágio entusiasmada pela teoria que me cercava, entretanto, eu tinha a consciência que os desafios de lecionar em uma escola de periferia poderiam atrapalhar o processo de alfabetização e letramento, porém, como futura educadora esperava ver um educador engajado em sua missão de educar, porque como bem disse o mestre Paulo Freire “me movo como educador, porque, primeiro, me movo como gente”. Não esperava vero que vi, não esperava viver o que vivi, contudo, não posso negar que tive uma grande aula prática do que não se deve fazer.
“Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre”. Paulo Freire
REFERÊNCIAS
- Lei 9.394/96 - LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm - acessado em 18/01/2020;
https://www.google.com.br/maps/place/E.E.+Professor+Salim+Farah+Maluf/@-23.554691,-46.437208,17z/data=!3m1!4b1!4m5!3m4!1s0x94ce6686cca1f491:0x9af7d068f4900492!8m2!3d-23.554691!4d-46.4350193?hl=pt-BR&authuser=0 – acessado em 18/01/2020;
https://www.escol.as/193051-salim-farah-maluf-professor - acessado em 18/01/2020;
https://www.melhorescola.com.br/escola/publica/salim-farah-maluf-prof - acessado em 18/01/2020;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11738.htm - acessado em 20/01/2020;
https://www.pensador.com/melhores_frases_paulo_freire_patrono_educacao_brasileira/ - acessado em 22/01/2020;
AMARAL, Suely - Unidade Educacional IX – Profissionalização docente: alfabetização e letramento – Centro Universitário São Camilo – São Paulo: 2017 - Apostila - Módulo 1;
AMARAL, Suely - Unidade Educacional IX – Profissionalização docente: alfabetização e letramento – Centro Universitário São Camilo – São Paulo: 2017 - Apostila - Módulo 2;
AMARAL, Suely - Unidade Educacional IX – Profissionalização docente: alfabetização e letramento – Centro Universitário São Camilo – São Paulo: 2017 - Apostila - Módulo 3;
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