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Ce nt ro Unive rs itá rio Le ona rdo D a Vi nci 
Edu cacio na l Le ona rdo D a V i nci 
 GR A ZI E L E F OR N ER 
 
FL E X - 0012 - L ED 04 
 
 
 
 
PR OJETO DE EST ÁGI O III 
 
O EN SINO DA LI TER A T UR A N A SA L A D E A U LA 
E A FOR M AÇ ÃO D E L EI TOR ES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CA XIAS D O S U L 
2019 
 
 
 
 
ii 
 
 
 
 
 
 
SU MÁRIO 
 
 
 
1 PAR TE I : PESQ UISA 
 
1 .1 DELIMI TAÇÃO DO TEM A: Á REA DE CONC EN TRAÇÃ O E J U STIFICA TIVA...... ...........03 
 
1.2 OB JETIVOS ................................................................ .................................................. ...........05 
 
1.3 O ENSINO DA LITERA TURA NA SALA DE AULA E A FO RM AÇ ÃO DE LEITO RES.. . .. .0 5 
 
 
2 PAR TE II: PRO C ED IM ENTOS D E ESTÁGIO 
 
2 .1 M ETOD OLO GI A ................................ ................................................................ ......... ...........12 
 
2 .2 CR ONO GRAM A ................................................................ .......................................... ...........16 
 
REFERÊNCI AS ................................ ................................................................ ................. ...........17 
 
APÊNDI CE I - RO TEI RO DE OB SERVAÇÃO - ESTÁGI O III ........................................ ...........20 
 
APÊNDICE II - PLANOS DE AULA ...........................................................................................24 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
1 PAR TE I : PES QUIS A 
 
1.1 DELI MI TAÇ ÃO DO T EM A : ÁR EA DE C O N C EN TR AÇ ÃO E JUS TIFIC ATIV A 
 
A soc ied ade at ua l é um espa ço d inâ mico, d iverso e a té me s mo virt ua l, mas ta mb é m um loca l 
de for mação e de co mp le xidade. A soc ieda de e a e sco la estão ins er ida s nes te co nte xto. O e ns ino da 
Le it ura, I nterpre tação e Prod ução de Te xtos não te m s ido sufic ie nte par a o bom dese mpe nho dos 
a lunos, não só na esco la, mas e m q ua lq uer o utro luga r, sej a no merc ado de trab a lho, no e xer c íc io da 
c idada nia o u até mes mo para a s ua a uto no mia. Te ndo obser vado no decor rer do curso de let ras q ue é 
no E ns ino Méd io que a litera t ura ass ume um s tat us pr ivile giado não só da le itura de te xtos lite rário s, 
mas da aq uis ição de me ta lingua ge ns, co nve nções e d ime nsõe s q ue a cara cter iza m. A for mação de 
a lunos le ito res é um dos p r inc ipa is objet ivos do e ns ino méd io, e o co nta to inte nso co m te xto s 
lite rár ios co nt r ib ui para q ue se a lca nce esse ob jetivo. 
 Desta for ma a áre a de co nce ntr ação es co lhid a par a es ta pesq uisa “O Ens ino d e Litera t ura no 
Ens ino Méd io ”, opto u-se por estuda r “O Ens ino da Lite ratura na s a la de A ula e a F o r mação de 
Le itores ”. Q ua nto ma ior a d iver s idade dos te xtos aprese ntados aos a lunos, ma ior se rá a exper iê nc ia 
que e le terá co m o universo da be le za, da ma gia e da e moção q ue os te xtos lite rár io s no s 
proporc io na m. Tr aba lha r a literat ura e m sa la de aula é adent rar num mundo de s ubje t ivid ade, um 
lugar de e nca nta me nto e má gica o nde o a luno e nco ntra a poss ib ilidade de q ua nto ma io r for à 
divers ific ação dos te xtos lit erá r ios apres e ntados aos a lunos, ma ior será a e xpe r iê nc ia q ue e le te rá co m 
este universo de s ingular be le za, ma gia e e moção. E nt re ta nto s co nce ito s d ispo níve is, va mos c itar a 
definiç ão de Lite ratura d ispo níve l no N o vo D ic io nár io Aur é lio : 
Lit e rat u ra (Do la t . Literat u ra.) S .f. 1. A rt e d e co mp o r o u es c re v er trab a lh os a rt ís t icos 
em p ros a o u v ers o . 2. O c o n ju n to d e t rab a lh os lit erár io s d u m p a ís o u d u ma ép o c a. 3. 
Os h o men s d as le t ras : A lit erat u ra b ras i le i ra fa z-s e rep res e n t ar n o c o ló q u io d e Lis b o a . 
4. A v id a literár ia . 5. A ca rre ira d as le tras . 6. Co n jun t o d e c o n h e c imen t o s relat ivo s às 
o b ras o u ao s au to res lit erário s : es tu d an t e d e lit e ra t u ra b ra s ileira; ma n u a l d e l it erat u ra 
p o rtu gue s a. 7. Qu a lq u er d os us os es t ét ic o s d a lin g u a g em: literat u ra o ral [p.v .] 8. Fa m. 
Irrea l id ad e , fic çã o : Son h ad o r, t u d o q u an t o d iz é l it e ra t u ra . 9. Bib lio g ra fia : Já é b e m 
e xt e n s a a lit e ra t u ra d a fís ica n u cle a r. 10. Co n ju n t o d e escrit o res d e p ro p ag an d a d e u m 
p rod u to in d u st rial . ( F ERR EI RA , 1 99 9 , p . 10 4 0). 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
Traba lhar a lite rat ura e m sa la de a ula é, a nte s de t udo, mer gulhar num mundo de s ub jet ividade 
e enca nta me nto, um mundo o nde os le ito res pode m e xpres sar se us se nt ime ntos, descob r ir e 
co mpree nde r me lho r s uas próp r ia s e moções. O e ns ino da L iter at ura e stá inte grado à á rea de le it ura e 
dos est udos do s gê ne ros d is c urs ivos, d ia lo ga ndo co m rese nhas, s inopses, s ínt eses, repo rta ge ns, 
ensa ios e nt re outros q ue fa la m sobre a Lite ratura e que são imp resc ind íve is para o le itor do E ns ino 
Méd io co mp ree nder a lguns asp ectos teór icos e m re lação à fo r ma co mo os a utores e scre ve m. 
Com os ava nços tec no ló gicos, é impo ss íve l fa la r de Lit erat ura, se m assoc iá - la ao co mp utador, 
tab le ts, jo gos e letrô nicos, inter ne t, s ma rtp ho nes, e tc. As te c no lo gias d igita is estão inc orporada s às 
at ua is prá t icas de le it ura, aj uda m a for mar jo ve ns le itore s, po is o livro impre sso de ixo u de ser o único 
objeto de le it ura, pode mos c ita r a e xistê nc ia dos e - books, jo go s e le trô nicos q ue ut iliza m a lite rat ura 
co mo base his tór ic a, co mo po r e xe mp lo a mito lo gia gre ga e ro ma na, guerra s nórd icas e s uas his tór ia s 
e perso na ge ns, a lit era t ura fa ntás t ica co mo Harr y P o tte r , e ntr e o utra s. 
Atra vés da Lit eratura e ntra mos e m co nta to co m os te mas d a soc iedade de q ua lq uer época , q ue 
de certa for ma se to r na m co mp le xos, e que não perte nc e m aos livros gra ma t ica is, co mo por e xe mp lo, 
a pa ixão, o c iúme, o a utoco nhec ime nto, a a ngús t ia, a luta do ve lho co ntra o no vo, a co nfusão e nt re 
rea lid ade e fa ntas ia, a me nt ira, a exis tê nc ia de d ifere nt es pontos de vis ta sobre um mes mo ass unto. A 
le it ura literá r ia co nt r ib ui pa ra o desenvo lvi me nto da ed ucação, da se ns ib ilidade, da co nce ntr ação, dos 
aspectos co gnit ivos e lingu íst icos, da ima ginação, fa vorece o ac esso aos d ife re nte s saber es sobre a 
cult ura d e po vos e luga res des co nhec idos, seja do univer so fic t íc io o u rea l. 
Est e está gio se propõ e a dar uma co ntr ib uição aos es t udos lite rár io s no e ns ino méd io e a 
fo r mação d e le itor es, par t indo dos d esa fios das p rat icas doce ntes q ue este co nte údo ap rese nta ao 
pro fesso r de língua por t uguesa. Confor me os doc ume ntos o fic ia is, co mo as or ie nt ações c urr ic ulare s 
do ens ino méd io, o e ns ino d a lite ratura é imp resc in d íve l par a for mação p le na dos c idad ãos, uma ve z 
que estimu la e xe rc ita os co mpo ne ntes se ns íve is e e moc io na is ine re nte s ao s uje ito,gera lme nte 
ne glige nc iados pe lo e ns ino tec nic is ta. O aluno, atr a vés do estudo literá r io te rá uma for mação q ue 
est imula a s ub jet ividad e, não limit a ndo e re str ingindo s uas capac idades e pot e nc ia lidade s de 
interp retaç ão. 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
1.2 O BJETI VO 
 
A na lisar a impo rtâ nc ia dos e st udos Lite rár io s no e ns ino méd io p ara a for mação de le itores. 
Mostra r a impo rtâ nc ia da Lit eratura no q ue d iz re spe ito à le itura e a int erpre tação de te xtos, a na lisar a 
co mpetê nc ia d isc ur s iva do le ito r/es cr itor, se e le é capa z de ut il izar a língua de modo var iado, 
adequa ndo a lingua ge m ao s d ifere nt es gê nero s te xt ua is e a na lisa r as co mpetê nc ias e stilís t icas, se a 
esco lha dos rec ur sos e xpres s ivos da língua é adeq uada, co nfor me a dest inação, fina lidade e obj et ivo s 
do te xto, soc ia liza ndo- os e po lit iza ndo - os de d iver sas ma ne ira s. 
 
1.3 O EN SIN O DA L IT ERA TURA N A SA L A D E AU L A E A FORM AÇ ÃO D E L EI TO R ES 
 
A p ed ra t riu n fa n a es c u lt u ra, h u mi lh a -s e n a es c ad a . A co r res p la n d e ce no 
q u a d ro: o mo v i men t o , n o co rpo , n a d an ç a. A mat é ria , v en cid a o u de fo rma d a n o 
u t ens ílio , rec u p era s e u es p le n do r n a ob ra d e arte . A op eraçã o p o ét ic a é d e s ig no 
co n trário à ma n ip u la çã o t é cn ica. [...] Po r o u t ro lad o , a pe d ra d a es t á tu a, o 
v erme lh o d o q u a d ro, a p ala v ra do p o ema , n ão s ã o p u ra e s imp le s me n t e p e d ra, 
co r, p a la v ra : en carn a m a lg o q u e o s t rans c en d e e u lt rap as s a. Sem p erd er s eus 
v alores p rimá rio s , s e u p es o o rig in al , s ão t amb é m c o mo p o n t es q u e n os lev a m à 
o u t ra ma rg e m, p o rta s q u e s e a b rem p a ra o o u t ro mu n d o de s ig n ific ad o s 
i mp o s s ív e is d e s erem dit o s p e la me ra l in g u ag e m. Ser a mb iv a le n t e, a pa la v ra 
p o é tica é p len amen t e o q u e é rit mo , c o r, s ig n if ic ad o - e , a in d a ass im, é ou tra 
co is a : i ma g e m. (PA Z, 1 98 2, p.2 6 -27) . 
 
O rigina lme nte a L itera t ura d e todo s os te mpo s fo i ora l. L itera t ura et imo lo gica me nte o r igina - se 
da pala vra le tra (do la t im, litte ra, le tra). Co m o s ur gime nto da escr ita, as par edes das ca ver na s 
co meçara m a re gist rar a t rad ição ora l e ma is tarde s ur gira m as tab ue tas, ós traco s, pap iros e 
perga minho s, q ue pas sara m a re gis trar as pr ime iras ob ras literár ias. É d ifíc il de lim itar uma da ta par a o 
sur gime nto da pr ime ira obra literá r ia, po is o s te xtos a nt igos fora m s umindo co m o pa ssar do te mpo. 
Pode- se a fir mar q ue a lingua ge m e a escr ita c he gara m a ntes, uma ve z q ue os p r ime iro s re gis tros de 
pa la vras não esta va m re lac io nados a s ignif icados lit erár ios, pos s uía m um s igni ficado de no tativo . 
H is tór ias de milhare s de a nos, tra ns mit idas ora lme nte, pode m se r co ns iderad as co mo as 
pr ime iras obras lit erár ias. O r igina- se no pr imó rd io dos te mpo s, q ua ndo não ha via a esc r ita e/o u o s 
mater ia is q ue p udesse m ma nter e c irc ular o s re gistro s his tór icos. 
 
 
 
6 
 
 
 
 A trad ição ora l te m s ido muito va lor izada pe los er ud ito s que se ded ica m ao se u es t udo e 
co mp ilação (os co nto s dos Ir mãos G r imm, por e xe mp lo), ao co ns idera re m q ue é na trad ição ora l q ue 
se funda me nta a ide nt idade c ult ura l ma is pro funda de um po vo. S upõe - se, po r e xe mp lo, q ue a I líada e 
a O disse ia de Ho me ro for a m, inic ia lme nte, lo ngos poe ma s rec itado s de me mó r ia. N o ro ma nt is mo, 
vo lto u- se a va lor izar es tes te mas, co mo é vis íve l, por e xe mp lo, nas Le ndas e N arra t iva s, de A le xa nd re 
Herc ula no, e m Por t uga l. 
A impo rtâ nc ia soc ia l da nar rat iv a ora l ge ro u muitas ma ne ir as de co nta r uma his tór ia. Isso 
cr io u vár ios gê ne ros de na rra t ivas co mo o co nto (pop ular, mara vilhoso, de fadas ), as fáb ulas, o s 
apó lo gos, as pa rábo las, as le nda s e os mito s... 
 N ão existe um co nse nso e ntre o s est ud iosos d e te xtos lite rár ios, ma s a ma ior ia me nc io na os 
Poemas de G ilgá mes h, c uja da ta de o r ige m é de 2.000 a. C . co mo se ndo a pr ime ira obr a liter ár ia de 
que se te m co nfir mação, po is os pap iros e per ga minho s dos gre gos e ro ma nos não p rese r var a m nada 
anter io r ao séc ulo IV a. C . As tab uinhas de ar gila da Mesopot â mia se p ro vara m be m ma is d urá ve is : 
guard ara m te xto s escr ito s no iníc io do terce iro milê nio a nt es de Cr isto. 
 
A h is t ó ria d e Gi lg á mes h é o mais a n t ig o p o ema ép ico d e q u e s e te m n o t íc ia, o 
p rime iro g ran d e c lá s s ic o d o mu n d o , c o m in ú me ra s v ers õ es em s u mér io e 
ac ad ian o , v á rias t rad u çõ es p ara alé m d e s u a o rig e m mes o p o t âmic a. A p rimei ra 
v ers ão d o q ue s e po d eria c on s ide ra r a Ep o p e ia de Gi lg á mes h d a t a do s éc u lo XX 
a. C. A v e rs ã o ma is co mp let a e c lá s s ica do p o ema, e m q u e s e b as e ia a ed iç ão 
b ras ileira, é do s é cu lo XII a . C. ( PRELO R ENTZ O U, 2 018) . 
 
 A Lite rat ura G re ga fo i influe nc iada pe los mitos re lig iosos da Mesopot â mia, da A nató lia e do 
Egito, mas não aprese nta a nte cede nte s d ire tos. Acred ita - se q ue se or igino u e m s i mes ma, ma s ser viu 
de insp iração para a Lite ratura Ro ma na. 
A c h amad a literat u ra clá s s ic a , q u e e n g lo ba t oda a p ro d u ção g rec o -ro man a en t re 
o s s é cu los V a. C. e V d .C. , v ai in f lu e n c ia r t o d a a lit erat u ra d o Oc id en t e . 
Pres e rva d as , t ran s formad a s , abs o rv id as pe la trad içã o lat in a e d ifu n d id as pe lo 
cris t ia n is mo , a s o b ras da Gréc ia an t ig a e d e Ro ma fora m t ra n s mit ida s p ara as 
líng u a s v ern ác u las d a Eu ro p a e d a s reg iõ e s co lon iza d a s p elo s eu ro p eu s . To dos 
o s g ê n eros imp o rta n t es d e literat u ra - ép ica , lír ic a, t ra g éd ia , co méd ia , s á t ira, 
h is t ó ria, bio g ra f ia e pro s a n arra t iv a - fo ra m cr ia d o s p elo s g reg os e ro man o s , e as 
ev o lu ç õ es p os t e rio res s ão , n a maio r ia , e xt en s õ es s e cund ária s . ( GA R GA NTA 
DA S ERP ENT E, 2 01 7) . 
 
 
 
 
7 
 
 
 
Litera t ura é uma área de co nhec ime nto de s uma impor tâ nc ia para a for ma ção e 
desenvo lvi me nto huma no . A lite ratur a é um fato r ind ispe nsá ve l d e huma nização per mit indo q ue os 
sent ime ntos huma nos pas se m de s imp les e mo ções para uma for ma ma is co ncr eta, a t ua ndo na 
me mór ia da soc iedade. A L itera t ura atra vés do e ntre te nime nto q ue a ficção p roporc io na aos le itore s 
vivê nc ias de s it uaçõ es q ue são da ficção, mas q ue se insp ira m na co nd ição huma na, na vida rea l, na s 
expe r iê nc ias do co t id ia no, re flete no mundo a nos sa vo lta. 
N o século XVIII, o ter mo lit eratura fo i cr iado par a d iferenc iar os te xto s de escr ita ima gina t iva 
das de ma is prod uções escr itas. 
M ad a me d e Sta ël (1 7 66 -18 17 ), es c rit o ra fran c es a , pro cu ro u d e mo n st rar qu e , 
en q u anto os t ext o s cie n t ífic o s d es c rev em racio n a l men t e a re alid a d e , os te xt os 
literá r io s s e o cupa m d e in v e n çã o d e u ma real id ad e, o s t ext o s lit e rá r io s se 
o cu p am d a in v en ç ão de u ma realid ad e p arale la p e lo v ié s d a ima g in a çã o . A ss im, 
a lit e ratu ra - e m s e u s en tid o amp lo - jur íd ica o u mé d ica for mad a d e te xt o s 
cie n t íf ico s , ao p as so q u e a literat u ra lit e rár ia t ra z marcas d e inv e n ç ão , 
i ma g in aç ão e arte da p a lav ra. (Q UA D ROS , 201 9, p. 1 8- 19). 
 Est a d ist inção e ntre te xtos c ie nt íficos e te xto s lit erár ios p ropost a por Mada me S taë l, 
atra ves so u os séculos e a inda se ma nté m. O s texto s téc nico s e cie nt íficos se ut ili za m de pa la vra s co m 
sent idos de no tat ivos, t er mo s téc nicos e prec isos. Por o ut ro lado, os te xtos lite rár ios usa m pa la vra s 
co m se nt idos co nota t ivo s, figuras de lingua ge m, te xtos ma rcados pe la ima ginação, his tór ias lúd ica s. 
Mas apesar d e sere m fict íc ios, na rra t ivos e poe mas, o r iundos da trad ição ora l o u da cr iação ar t íst ica, 
estabe lece m co rrespo ndê nc ia co m a rea lidade, po is repre se nta m a nat ure za huma na a tra vé s de 
e le me ntos s imbó licos. 
 O filóso fo gre go A r is tóte les ( ap ud P O RT A L SÃO F RANC ISCO , 2019) , que vive u no séc ulo 
IV a.C. , ass im se ma nifes to u: “A rte literá r ia é mi mese ( imit ação) ; é a a rte q ue imit a pe la p a la vr a. ” 
Lo uis Bo na ld (ap ud PO RT A L S ÃO FR AN C ISCO , 2019), pe nsador e cr ítico do Ro ma nt is mo fra ncê s, 
do iníc io do s éc ulo XI X, a fir mo u q ue “A Liter at ura é a e xpress ão da so c iedade, co mo a p a la vra é a 
expr essão do ho me m”. Se gundo o cr ít ico e histor iador lit erá r io Jo sé Ve r ís s imo, vár ias são as acepçõe s 
do ter mo lit era t ura : 
“co n ju n t o d a p rod u ção in t e le ct u a l h u ma n a es c rit a; c o n ju n t o d e ob ras 
es p ecialmen t e l it erár ia s ; c o n ju n t o (e es t e s en tido , c reio , n o s v e lo da A le ma n h a ) 
d as o b ras so b re u m d ad o ass unt o , ao q u e ch a ma mo s ma is v e rn a cu la me n t e 
b ib lio g ra fia d e u m a s s u n to o u ma t éria ; b o as let ras ; e, a lém d e o u t ro s de riv a d os 
s ec un d á rio s u m ra mo e s p e cial d aq u ela p ro d u ção , u ma v a ried a d e d e A rte , a a rt e 
literá r ia ”. (ap u d PO RTA L SÃ O F RA NC IS C O, 20 19). 
 
 
 
8 
 
 
 
Jean- Pa ul Sa rtre, filóso fo fra ncês, a fir mo u q ue “O Poeta se nte a s pa la vras o u frases co mo 
co isas e não co mo s ina is, e a s ua obra co mo um fim e não co mo um me io; co mo uma ar ma de 
co mbate. ” (S A RT R E, 1994, p.67). Pode mos e nt ão a fir mar q ue a lgumas prod uções liter ár ia s 
expr essa m a pos ição q ue se us a utores as s ume m d ia nte de deter minado s prob le mas, e xpre ssa m s ua s 
pos ições e m me ns a ge ns ét icas, po lít ica s, re ligio sas o u soc ia is. 
Ass im te mos a confir mação da huma nização do ho me m, e da importâ nc ia da L ite ratura para 
a ed ucação no decorr er da his tór ia da huma nid ade. O s fe nô me nos liter ár io s ocor re m se mp re e m 
s it uaçõe s his tór ico- espaço- te mpora l be m de finido s, os te xtos influe nc ia m a so c iedade a tra vé s da 
fo r mação das co ns c iê nc ias huma nas. A lite rat ura ass ume um pape l his tórico - soc ia l co mo e le me nto 
ind ispe ns á ve l na c ultura dos po vos, e xp lic a ndo a a lia nça e ntre a e sco la e a litera t ura, esta a lia nça 
aj uda o le ito r a co nhecer o mundo ao es t imula r o d iá lo go e nt re a rea lidad e e a fa ntas ia, e nt re 
pa la vras e ima ge ns, e nt re as vo ze s do te xto e as q ue o le itor despe rta e m s i. 
N esse sent ido, co ns idera mos pert ine nte c ita r as pa la vra s de A nto nio C â nd ido ; sobre a 
Litera t ura co mo fa tor ind ispe nsá ve l de huma nizaç ão : 
 
En t en d o a qu i p o r h u man iza çã o [.. .] o p ro ce ss o q u e c o n fir ma n o ho me m aq u ele s 
t ra ço s q u e rep u t amo s ess en cia is , co mo o exe rc íc io d a re fle xã o , a aq u is iç ão do 
s ab er, a bo a d isp os iç ão pa ra co m o p ró xi mo , o af in a me n t o das emo çõ e s , a 
ca p ac id a d e d e p en et rar n o s p rob lema s d a v id a , o s en s o d a b eleza, a p e rc ep ç ão 
d a co mp le xid a d e d o mu n d o e d os s eres , o cu lt iv o d o hu mo r. A l it e ratu ra 
d es en v o lv e em n ós a quo ta d e h u man id a d e n a me d id a em qu e n o s t o rna mais 
co mp reen s iv o s e ab e rt os p a ra a n at u reza , a s o cie d a d e, o s emelh a n t e 
(CÂ NDID O, 1 9 95 , p . 2 49 ). 
 
 O s PCN s insere m- se e m uma aborda ge m func io na lis ta, p r ivile gia ndo a língua e m uso. Estão 
vo ltados para a a mp liaç ão do do mínio da lingua ge m e da língua par a o e xe rc íc io da c idada nia. O 
domínio da Lingua ge m, co mo o s is te ma s imbó lico ut ilizado por uma co munidade linguís t ica, são 
cond ições de pos s ib ilidad e s de p le na part ic ipação soc ia l. 
[... ] a f ruição d e u m te xt o lit erár io d iz res p eito à a p rop ria çã o q u e d ele fa z o 
le it o r, co n co mit an te à p art ic ip a çã o d o me s mo le it o r n a c o n s t ruç ão dos 
s ig n ifica d o s d e ss e mes mo t e xt o . Qu a n t o ma is p rofu n d a me n t e o rece p t o r s e 
ap ro p riar d o t e xt o e a ele s e en t reg a r, ma is r ic a s e rá a e xp e r iê n cia es t é tica, is t o 
é, q u anto , mais let rad o lit e ra r ia me n t e o le it o r , ma is c rít ic o , a u t ô n o mo e 
h u man i zad o s e rá. ( B RA SI L, 2 006, p.5 8) .

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