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Internacionalização de Empresas com Foco em M&A W B A 0 5 4 1_ v1 _ 0 2/216 Internacionalização de Empresas com Foco em M&A Autoria: Cristiano dos Santos Machado Como citar este documento: MACHADO, Cristiano dos Santos. Internacionalização de Empresas com Foco em M&A. Valinhos: 2017. Sumário Apresentação da Disciplina 04 Unidade 1: Internacionalização: Conceitos e Estratégias 06 Assista a suas aulas 26 Unidade 2: Modelos de Internacionalização 33 Assista a suas aulas 53 Unidade 3: Subsidiárias 60 Assista a suas aulas 81 Unidade 4: Avaliação e Estratégias de IDE 88 Assista a suas aulas 108 2/216 3/2163 Unidade 5: Internacionalização e M&A: Fases e Instrumentos 115 Assista a suas aulas 135 Unidade 6: Internacionalização e M&A: Financiamento 142 Assista a suas aulas 159 Unidade 7: Internacionalização e M&A: Sinergia e Desafios 166 Assista a suas aulas 184 Unidade 8: Internacionalização e M&A: Riscos 191 Assista a suas aulas 209 Sumário Internacionalização de Empresas com Foco em M&A Autoria: Cristiano dos Santos Machado Como citar este documento: MACHADO, Cristiano dos Santos. Internacionalização de Empresas com Foco em M&A. Valinhos: 2017. 4/216 Apresentação da Disciplina O mercado e a economia brasileira estão inseridos no contexto global. Desta forma, as empresas brasileiras enfrentam concor- rência de produto importados, de novas empresas que vêm se instalar no país ou de tecnologias que permitem que, mesmo fora de nosso território, empresas internacionais atendam à demanda interna por produtos e serviços, da mesma forma as empresas bra- sileiras também contam com a oportuni- dade de explorar mercados globalmente. Neste contexto, ao longo das últimas dé- cadas o mercado brasileiro como um todo amadureceu na sua inserção internacional e, hoje, conta com empresas que buscam o mercado exterior, além das tradicionais empresas produtoras agrícolas e minerais. A decisão de expansão internacional está alinhada à estratégia de atuação e cresci- mento de cada empresa e o sucesso des- ta estratégia demanda o suporte de com- petências específicas nas empresas. Nesta disciplina você compreenderá os me- canismos que as empresas utilizam para a expansão internacional e como eles devem estar alinhados à estratégia corporativa. Esta expansão pode ocorrer por três me- canismos principais: contratos, parcerias ou investimentos direto, cada uma com vanta- gens e desvantagens que serão analisadas ao longo desta disciplina. O investimento direto será discutido com maior profundidade, para possibilitar en- tender como esta modalidade se alinha à estratégia de expansão das empresas, quais competências são necessárias para o suces- 5/216 so de sua implementação e, em especial, serão abordadas com maior profundidade as estratégias de aquisição de ativos op- eracionais, via operações de fusões e aqui- sições (Merger and Aquisition – M&A). Você estudará as etapas e a modelagem deste tipo de operação, bem como as prin- cipais formas de financiamento utilizadas pelas empresas para sua expansão interna- cional. Concluindo o ciclo de uma operação de M&A, você estudará mecanismos para acompanhamento e controle dos riscos identificados ao longo de uma operação de M&A, com a meta de atingir os objetivos es- tratégicos que originaram a operação. Desta forma, nesta disciplina você terá a oportunidade de entender o ciclo comple- to de uma operação de M&A para viabilizar a expansão internacional de uma empresa, desde a elaboração da estratégia de entra- da até a integração da empresa adquirida. 6/216 Unidade 1 Internacionalização: Conceitos e Estratégias Objetivos 1. Discutir a importância da internacio- nalização de empresas no Brasil e no Mundo. 2. Apresentar as características dos principais modelos de internacionali- zação. 3. Entender como selecionar estratégias de internacionalização. Unidade 1 • Internacionalização: Conceitos e Estratégias7/216 Introdução A internacionalização de empresas, como uma ciência e prática recorrente, não é um fenômeno recente e muitos são os motivos que levam as empresa a expandir seus ne- gócios, como: necessidade de novos merca- dos para vender produção excedente, busca de fontes de matérias-primas, acesso a no- vas tecnologias, entre outros. As empresas brasileiras estão inseridas neste contexto e o tema possui posição destacada na estra- tégia corporativa. Devido a sua importância, a expansão inter- nacional é um tema relevante de estudos e vários modelos foram elaborados para en- tender quais elementos influenciam a deci- são de uma empresa e quais estratégias po- dem otimizar seus objetivos. É fundamental o entendimento destes modelos, para pos- sibilitar a seleção das estratégias mais ade- quadas. É importante destacar que as estratégias de expansão devem ser selecionadas para sustentar a estratégia corporativa da em- presa e não devem ser encaradas de forma isolada, mas no contexto do negócio. Des- ta forma, entender os métodos de seleção e integração de estratégias é de fundamental importância. Estes conhecimentos possibilitarão conec- tar a necessidade estratégica da empresa, o modelo adequado para expansão interna- cional e a seleção de estratégias de expan- são em um resultado integrado e coerente. Unidade 1 • Internacionalização: Conceitos e Estratégias8/216 1. Internacionalização de em- presas no Brasil e no Mundo Tradicionalmente o Brasil foi um exporta- dor de matérias-primas. Se voltarmos ao início do processo de colonização veremos que, por muitos anos, o Brasil não passou de um produtor de pau-brasil, para atender às necessidades de Portugal. Este modelo econômico permaneceu por muitos sécu- los, mas a partir do século XIX começaram a surgir pequenos produtores que expor- tavam, de forma insipiente, artigos produ- zidos no país. A intensificação do processo de internacionalização das empresas bra- sileiras deu-se somente no século XX, após a Segunda Guerra Mundial, com empresas como Petrobrás, Embraer, Vale do Rio Doce, entre outras (ROCHA; ALMEIDA, 2006). Apesar do crescimento das transações co- merciais internacionais e do surgimento de empresas multinacionais brasileiras, nos- sa balança comercial permaneceu con- centrada na exportação de matéria-prima com baixo valor agregado e importação de produtos manufaturados com maior con- teúdo tecnológico. Para saber mais Balança comercial pode ser definida como um in- dicador do relacionamento comercial de um país com o exterior. Será positiva sempre que o país exportar mais dp que importa e negativa quando as importações forem superiores à exportação. Unidade 1 • Internacionalização: Conceitos e Estratégias9/216 Possuir uma balança comercial equilibrada e diversificada é fundamental para a sus- tentação de um país, por isto o governo bra- sileiro incentiva a internacionalização das empresas. Um exemplo deste esforço pode ser acompanhado na iniciativa dos Minis- térios da Agricultura, Pecuária e Abasteci- mento, Relações Exteriores e Indústria, Co- mércio Exterior e Serviços, que se uniram para estabelecer um portal para ampliar a balança comercial brasileira e apoiar a in- ternacionalização de empresas. Além do incremento das exportações, ao final do século XX e início deste século, in- tensificou-se o investimento de empresas brasileiras no exterior, buscando adquirir ativos operacionais. Este movimento ocorre por motivos como: ampliar marcados con- sumidores para seus produtos, acessar ma- Link Na seção, é possível encontrar guias para apoiar os empresários que buscam iniciar ou ampliar o processo de investimentos no exterior. INVESTEXPORTBRASIL. Guia de apoio aos inves- timentos no Exterior. Disponível em: <http:// www.investexportbrasil.gov.br/guias-de- -apoio-aos-investimentos-no-exterior>. Acesso em: 5 ago. 2017. http://www.investexportbrasil.gov.br/guias-de-apoio-aos-investimentos-no-exterior http://www.investexportbrasil.gov.br/guias-de-apoio-aos-investimentos-no-exteriorhttp://www.investexportbrasil.gov.br/guias-de-apoio-aos-investimentos-no-exterior Unidade 1 • Internacionalização: Conceitos e Estratégias10/216 térias-primas para reduzir custos logísticos, defender seu posicionamento estratégico, desenvolver novas tecnologias e produtos. Por outro lado, com a maior abertura do mercado brasileiro mais empresas começa- ram a disputar o mercado interno por meio de Investimento Estrangeiro Direto (IED), gerando maior oferta de produtos e servi- ços e aumentando a competição interna. Isto forçou as empresas brasileiras a melho- rarem sua eficiência e competitividade para se manterem no negócio. Esta dinâmica de mercado e o uso intensi- vo de tecnologias de comunicação e gestão permitiram a globalização das empresas, que buscam os fornecedores mais adequa- dos em suas cadeias de suprimentos, produ- zem nas regiões com menores custos e, por serem mais especializadas, são suportadas por sistemas logísticos integrados para co- locar seus produtos em qualquer parte do mundo. 1.1 Cadeias globais de forneci- mento As empresas que possuem demanda sufi- cientemente grande conseguem globalizar sua produção e desenvolver as chamadas cadeias globais de fornecimento (Global su- pply chain). Neste modelo, as empresas seg- mentam seu processo produtivo e alocam a produção em países com diferenciais com- petitivos para cada etapa. Um exemplo deste modelo de cadeia global de fornecimento foi desenvolvido pela in- Unidade 1 • Internacionalização: Conceitos e Estratégias11/216 dústria calçadista e de materiais esportivos. Países do sul da Ásia especializaram-se na fabricação e manufatura de solados, palmi- lhas e tecidos para atender a demanda das maiores empresas de artigos esportivos, formando um polo capaz de atender a de- manda mundial com custos competitivos. As cadeias globais de fornecimento vão muito além da indústria de calçados, aten- dendo desde itens de baixo valor agregado, como roupas, utensílios domésticos, mate- rial de construção, até itens com forte com- posição tecnológica, como celulares, apare- lhos médicos, componentes automobilísti- cos, remédios, entre outros. 2. Modelos de Internacionaliza- ção O processo de internacionalização de uma empresa deve estar alinhado ao seu pla- nejamento estratégico, não deve ser uma decisão isolada na busca de resultados de curto prazo, pois o processo pode ser longo e exigir competências e recursos que a em- presa pode não possuir no momento inicial. Link Detalhes sobre a indústria calçadista no Sul da Ásia. COUROMODA. Indústria calçadista do Viet- nã aumenta produção. Disponível em: <http:// www.assintecal.org.br/noticia/industria- -calcadista-do-vietna-aumenta-producao>. Acesso em: 5 ago. 2017. http://www.assintecal.org.br/noticia/industria-calcadista-do-vietna-aumenta-producao http://www.assintecal.org.br/noticia/industria-calcadista-do-vietna-aumenta-producao http://www.assintecal.org.br/noticia/industria-calcadista-do-vietna-aumenta-producao Unidade 1 • Internacionalização: Conceitos e Estratégias12/216 2.1 Por que internacionali- zar? Conforme discutimos nos tópicos anterio- res, existem diversos motivos que levam as empresas a buscar a expansão internacio- nal. Cyrino e Barcellos (2010, p.227) res- pondem a esta questão da seguinte forma: “Se analisarmos as razões últimas, podemos considerar o crescimento no sentido da ex- pansão para novos mercados”. Desta forma, a expansão para novos mer- cados é um dos vetores principais para ex- pansão e atenderá as necessidades como conquista de novos clientes, acesso a novas tecnologias, melhorias na logística de dis- tribuição de produtos, conforme descrito nos casos a seguir: A WEG Motores, empresa brasileira produ- tora de motores elétricos, seguiu um longo caminho em seu processo de internaciona- lização. Iniciou com a exportação de equi- pamentos e, hoje, possui fabricação própria em diversos países. Segundo os fundado- res, a internacionalização sempre fez parte do DNA da empresa. Necessidades: Expan- são de mercado consumidor, acesso a novas tecnologias e know-how. A Natura é uma marca associada à biodi- versidade brasileira com forte apelo à sus- tentabilidade. Seu processo de internacio- nalização iniciou com a exportação de pro- dutos, mas posteriormente realizou aquisi- ção de marcas específicas nos países onde está presente. Em 2017, controlava as mar- cas Natura, Aesop, The Body Shop. Neces- Unidade 1 • Internacionalização: Conceitos e Estratégias13/216 sidades: Acesso a novos mercados, adquirir marcas conhecidas em cada região. 2.2 Modelos de internacionali- zação A internacionalização de empresas é um tema amplamente estudado e diversos pes- quisadores desenvolveram teorias para en- tender como se dá este movimento. Para entender como alinhar os elementos das estratégias corporativa e de expansão in- ternacional, a seguir serão analisadas as seguintes estratégias: Teoria do Paradigma Eclético (OLI), Teoria de Uppsala, Vantagem Competitiva Global, Modelo RVB e Modelo Born Globals. 2.2.1 Teoria do Paradigma Eclé- tico (OLI) O Paradigma Eclético foi proposto por John Dunning e está baseado nos custos de tran- sação da empresa. Segundo este modelo, as empresas avaliarão os custos e vantagens de possuir filiais no exterior para produzir e realizar suas transações comerciais versos o custo e vantagens da exportação das mer- cadorias ou licenciamentos para atender o mercado externo . Unidade 1 • Internacionalização: Conceitos e Estratégias14/216 Domingues e Bueno (2011, p. 3) descrevem a composição do Paradigma Eclético da se- guinte forma: “O Paradigma Eclético é com- posto pela análise de três tipos de vanta- gens para a escolha na atuação no exterior: as vantagens da propriedade (Ownership), de localização (Location) e de internaliza- ção (Internalization)”. A propriedade traz a vantagem da posse dos ativos produtivos e não produtivos da empresa no exterior, isto é, a empresa terá posse dos bens de fabricação, da marca e do processo. Isto permite um maior controle. A localização traz a vantagem de poder esco- lher o melhor país ou região para realizar de- terminada atividade, em termos de salários, legislação, infraestrutura etc. A internaliza- ção traz a vantagem de executar interna- mente as atividades que seriam executadas pelo mercado (DOMINGUES; BUENO, 2011). A Teoria do Paradigma Eclético permite que as empresas analisem os custos e vantagens associados à expansão internacional e que determinem o melhor mix de investimentos. Para saber mais John Harry Dunning foi um economista inglês, re- conhecido como um dos fundadores do ramo de pesquisas em negócios internacionais. Estudou a economia de mercados internacionais desde 1950 até sua morte, em 2009. Unidade 1 • Internacionalização: Conceitos e Estratégias15/216 2.2.2 Teoria de Uppsala Diversos estudos realizados na Universida- de de Uppsala, na Suécia, no início da déca- da de 70, marcaram um momento em que os elementos organizacionais das empresas foram integrados aos estudos que, até en- tão, focavam apenas nos aspectos econô- micos (OLIVEIRA; MORAES; KOVACS, 2010). Esta teoria reconhece que as empresas são constituídas por processos e que a apren- dizagem acontece ao longo do tempo, de forma cumulativa e gradual. Desta forma, a internacionalização está inserida em um ambiente de aprendizado e comprometi- mento por etapas. Por este motivo, esta te- oria também é conhecida como Internacio- nalização por Aprendizagem. Ao atingir a saturação do mercado local a empresa direciona suas atenções para o mercado externo e inicia um processo de desenvolvimento gradual para expandir sua atuação. A empresa vai, a cada etapa, am- pliando sua compreensão e desenvolvendo suas competências para a nova atuação. Neste modelo de internacionalização o su- cesso depende não apenas da aquisição de um ativo, mas do envolvimento da empresa em compreender o novo cenário e desen- volver as redesde relacionamento neces- sárias para a realização dos negócios neste novo ambiente. Unidade 1 • Internacionalização: Conceitos e Estratégias16/216 2.2.3 Vantagem Competitiva Global Um país possui uma vantagem competiti- va global em um determinado setor ou ati- vidade quando possui um diferencial que dificilmente será replicado. Este diferencial está baseado nos seguintes fatores: mão de obra, território, recursos naturais, capital e infraestrutura. Os setores que competirão neste cenário desfrutaram da vantagem competitiva (OLIVEIRA; MORAES; KOVACS, 2010). Um exemplo de vantagem competitiva glo- bal é o minério de ferro brasileiro. Devido à composição geográfica do solo brasileiro, nosso minério de ferro possui alto teor de ferro e baixo custo de extração. Desta for- ma, é muito difícil algum outro país produ- zir minério de ferro nas mesmas condições, sendo que as empresas instaladas no país desfrutam desta vantagem. Este modelo de especialização é apoiado pela teoria da Vantagem Competitiva de Porter (1989) . Esta abordagem pode trazer benefícios financeiros para o país ou em- Link Detalhamento das exportações de minério brasi- leiro. IBRAM. Informações e análises da economia mine- ral brasileira. 7. ed. Disponível em: <http://www. ibram.org.br/sites/1300/1382/00004035. pdf>. Acesso em: 5 ago. 2017. http://www.ibram.org.br/sites/1300/1382/00004035.pdf http://www.ibram.org.br/sites/1300/1382/00004035.pdf http://www.ibram.org.br/sites/1300/1382/00004035.pdf Unidade 1 • Internacionalização: Conceitos e Estratégias17/216 presa no curto prazo, mas deve-se levar em conta também um planejamento de longo prazo, para conquistar a diversificação e evitar a dependência de poucos negócios. 2.2.4 Modelo RBV O modelo RBV ou resource-based view (vi- são baseada em recursos) é um contraponto à visão determinística de Vantagem Compe- titiva Global proposto por Porter (1989). No modelo RBV as empresas buscam otimizar a utilização de seus recurso internos para apoiar a internacionalização, enquanto no modelo de Porter os recursos externos são determinantes no sucesso do negócio. Estes recursos podem ser conhecimentos, paten- tes, processos industriais, marcas, equipe qualificada, entre outros. Conforme Oliveira, Moraes e Kovacs (2010) os autores apresentaram que os recursos internos podem ser divididos em quatro grupos: valiosos, insubstituíveis, raros e di- Para saber mais A teoria de Vantagem Competitiva foi criada por Michael Porter e postula que os países e empre- sas devem se especializar em suas competências centrais (core competencies) para maximizar seus resultados. Internacionalmente, tal especializa- ção já era defendida pelo economista David Ri- cardo (1772 e 1823) com a teoria das vantagens comparativas. Unidade 1 • Internacionalização: Conceitos e Estratégias18/216 fíceis de imitar. Entender a composição des- tes recursos é fundamental, pois eles serão a base para o desenvolvimento da estraté- gia de internacionalização das empresas. 2.2.5 Modelo Born Globals A tradução literal de Born Globals é “nascida global”; neste modelo de internacionaliza- ção, a palavra define uma empresa que já nasce com um posicionamento global. Segundo Domingues e Bueno (2011), este tipo de empresa caracteriza-se por não ter uma evolução em fases com diferentes ní- veis de aprendizado no seu processo de in- ternacionalização, mas já nascer com uma estratégia internacional. Os autores ressal- tam que, no início de suas operações, em muitos casos, a empresa já estabelece sub- sidiárias no exterior. 3. Seleção de estratégias de in- ternacionalização Conforme discutimos nos tópicos anterio- res a decisão de internacionalização deve estar suportada no planejamento estraté- gico corporativo. A partir dai, a empresa de- verá desdobrar as decisões estratégicas no nível operacional e tático para realizar seu planejamento. Dada a complexidade de uma expansão internacional e prudente que a empresa desenvolva um plano estratégico para esta atividade, Oliveira (2014) apresenta técni- cas estratégicas que são agrupadas em: Unidade 1 • Internacionalização: Conceitos e Estratégias19/216 a) Técnicas para análise dos negócios atuais: recomendadas para avaliação do portfólio de negócios atual, iden- tificar seu potencial e determinar sua aderência a uma estratégia de inter- nacionalização . Em especial, a Matriz de Portfólio de Negócios Produtos ou Serviços (Matriz BCG) é muito utiliza- da no mercado. b) Técnicas para análise de novos negócios: recomendadas para entra- da em novos negócios, identificando riscos, retornos e alocação de recursos. c) Técnicas para estabelecimento de vantagens competitivas: recomen- dadas em cenários em que a empre- sa busca desenvolver diferenciais de mercado. Em especial, o Modelo de Porter e a Matriz do Posicionamento Competitivo são as mais aplicadas. Unidade 1 • Internacionalização: Conceitos e Estratégias20/216 Glossário Investimento Estrangeiro Direto (IED): Termo utilizado para definir o investimento na aquisição de ativos produtivos por uma empresa fora de seu país de origem. Know-how: Termo que significa “saber como”; refere-se ao “saber fazer”. Na indústria é utiliza- do para definir um conjunto de conhecimentos técnicos e práticos. Podem ser exclusivos ou de domínio público. Matriz BCG: A técnica de análise estratégica Matriz BCG foi criada pelo grupo de consultoria Boston Consulting Group (BCG), em 1970, para avaliar portfólios de negócios. Devido à facilida- de para sua aplicação foi amplamente divulgada e utilizada. Questão reflexão ? para 21/216 Imagine que você seja o Gerente de Planejamento de uma indústria que produz calçados femininos de couro e tenha identificado uma potencial redução de vendas no mercado interno nos próximos 5 anos. Quais elementos você deveria avaliar para sugerir uma expansão para no- vos mercados fora do Brasil? Qual estratégia é mais ade- quada neste cenário? Quais competências sua empresa deveria possuir/adquirir para realizar esta expansão? 22/216 Considerações Finais (1/2) • As empresas brasileiras estão inseridas no contexto global, o que possibilita o desenvolvimento de estratégias de expansão internacional, para atingir seus objetivos e, ao mesmo tempo, possibilita a concorrência de competi- dores externos. • Existem diversos modelos para a internacionalização, entre estes se desta- cam: Teoria do Paradigma Eclético, Teoria de Uppsala, Vantagem Competi- tiva Global e Modelo RBV. As empresas devem entender onde se encontram e selecionar aquelas mais adequadas à sua realidade e seu mercado de atu- ação. • A seleção da estratégia de internacionalização será fundamental para o sucesso do processo. Existem diversas técnicas estabelecidas e devem ser aplicadas segundo o direcionamento estratégico corporativo. Podem bus- car: maximizar o portfólio atual, desenvolver novos negócios ou criar um diferencial competitivo. 23/216 Considerações Finais (2/2) • O processo pode ser longo e exigir desenvolvimento de novas competên- cias. A empresa deve avaliar o nível de comprometimento necessário e se está preparada para realizar esta jornada. Unidade 1 • Internacionalização: Conceitos e Estratégias24/216 Referências DOMINGUES, Carlos Roberto; BUENO, Janaína Maria. Estratégias de Internacionalização de Empresas Emergentes: Um Estudo Comparativo de Casos Brasileiros. In: XXXV ENCONTRO DA ANPAD, 35., 2011, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: Anpad, 2011. p. 1-16. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Técnicas auxiliares para o estabelecimento e imple- mentação das estratégias nas empresas. In: OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Estraté- gia Empresarial & Vantagem Competitiva. Como Estabelecer, Implementar e Avaliar. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2014. Cap. 5. p. 250-406. OLIVEIRA, Brigitte; MORAES, Walter; KOVACS, Erica. A formação de estratégias internacionais de empresas. In: OLIVEIRA JUNIOR, Moacir de Miranda (Org.).Multinacionais Brasileiras. Interna- cionalização, Inovação e Estratégia Global. Porto Alegre: Bookman, 2010. Cap. 3. p. 59-74. PORTER, Michael E. Estratégia Competitiva. Criando e sustentando um desempenho superior. 43. ed. São Paulo: Elsevier, 1989. ROCHA, Angela; ALMEIDA, Victor. Estratégias de entrada e de operação em mercados interna- cionais. In: TANURE, Betania; DUARTE, Roberto Gonzalez (Org.). Gestão Internacional. São Paulo: Saraiva, 2006. Cap. 1. p. 7-38. Unidade 1 • Internacionalização: Conceitos e Estratégias25/216 CYRINO, Álvaro; BARCELLOS, Erika Penido. Estratégias de Internacionalização: evidências e re- flexões sobre as empresas brasileiras. In: TANURE, Betania; DUARTE, Roberto Gonzalez (Org.). Gestão Internacional. São Paulo: Saraiva, 2006. Cap. 9. p. 221-246. 26/216 Assista a suas aulas Aula 1 - Tema: Internacionalização: Conceitos e Estratégias. Bloco I Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ debe0ba44b177a7abc60a6984eef6bd9>. Aula 1 - Tema: Internacionalização: Conceitos e Estratégias. Bloco II Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/878b4bf27a5108f6206fa4757a838753>. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/debe0ba44b177a7abc60a6984eef6bd9 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/debe0ba44b177a7abc60a6984eef6bd9 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/debe0ba44b177a7abc60a6984eef6bd9 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/878b4bf27a5108f6206fa4757a838753 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/878b4bf27a5108f6206fa4757a838753 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/878b4bf27a5108f6206fa4757a838753 27/216 1. A internacionalização das empresas atendem a diversas necessidades, EX- CETO: a) Ampliar mercados consumidores. b) Acessar matérias-primas. c) Defender posicionamento estratégico. d) Desenvolver novas tecnologias. e) Iniciar um novo negócio fora de suas competências estratégicas. Questão 1 28/216 2. Quais vantagens são analisadas na Teoria do Paradigma Eclético (OLI)? a) Origem, local e identidade. b) Propriedade, limpeza e informação. c) Propriedade, localização e lnternalização. d) Organização, limpeza e informação. e) Propriedade, localização e internacionalização. Questão 2 29/216 3. O que é uma Vantagem Competitiva Global? a) Um diferencial que dificilmente será replicado. b) O menor custo para produzir um produto. c) Possuir fábricas em diversos estados brasileiros. d) Exportar para os EUA e países da Ásia e Europa. e) Acesso ao Mercosul. Questão 3 30/216 4. A Teoria de Uppsala sustenta que o processo de internacionalização é: a) baseado nas vantagens competitivas da empresa e de seu país. b) gradual e aprendido ao longo do tempo. c) dependente da realização de aquisições. d) sustentado pelos recursos econômicos da empresa. e) deve ser aprovado pelos diretores da empresa. Questão 4 31/216 5. Quando é recomendada a utilização da Matriz BCG? a) Para análise dos competidores. b) Para a análise das Forças de Porter. c) Quando queremos identificar novos produtos. d) Em cenários de competição interna. e) Para analisar um portfólio de negócios existentes. Questão 5 32/216 Gabarito 1. Resposta: E. As empresas que buscam a internacionali- zação para expandir seus negócios atuais e as áreas onde ela possui competências es- tabelecidas. 2. Resposta: C. A sigla OLI significa Ownership (Proprieda- de), Location (Localização) e Internalization (Internalização). 3. Resposta: A. Uma Vantagem Competitiva permite que a empresa se destaque e não possa ser facil- mente replicada. Os demais itens podem ser facilmente replicados por diversas empre- sas. 4. Resposta: B. A Teoria de Uppsala sustenta que o proces- so de internacionalização deve ser gradual e o ciclo de aprendizagem sustentará o seu sucesso no longo prazo. 5. Resposta: E. A Matriz BCG ou Matriz de Portfólio de Ne- gócios Produtos ou Serviços é utilizada para avaliar os negócios existentes de uma em- presa. 33/216 Unidade 2 Modelos de Internacionalização Objetivos 1. Analisar os diversos modelos de en- trada em mercados internacionais. 2. Estudar as vantagens e limitações de cada um dos modelos. 3. Entender quais demandas as empre- sas buscam atender com investimen- tos diretos no exterior. 4. Conhecer modelos emergentes de in- ternacionalização de empresas. Unidade 2 • Modelos de Internacionalização34/216 Introdução As empresas enfrentam desafios como a busca por novos mercados, aumento de concorrência ou riscos em seu portfólio. A decisão de expandir internacionalmente pode ser a resposta a estes desafios. Para re- alizar este objetivo as empresas devem ex- plorar as alternativas de entrada em novos mercados e determinar as que mais se ade- quam à sua realidade. Neste capítulo você explorará os diversos modelos de entrada e entenderá suas vantagens e limitações. O modelo de implantação mais direto, a ex- portação, pode ser um passo inicial em uma jornada de internacionalização da empresa. A entrada utilizando modelos contratuais pode ser feita com maior ou menor envol- vimento da empresa. Os diversos modelos, como licenciamento, franquias, contratos de administração, produção por terceiros, entre outros, podem atender às distintas necessidades da empresa. As empresas mais maduras em seu proces- so podem optar por realizar investimentos no exterior, que exigem maior envolvimen- to e comprometimento com os objetivos de internacionalização. Enfim, qualquer que seja o modelo esco- lhido, o conhecimento de suas vantagens e limitações permitirá que a empresa tenha ferramentas para determinar os mais indi- cados em seus diferentes cenários. 1. Formas de Entrada Ao decidir expandir internacionalmente as empresas terão o desafio de determinar Unidade 2 • Modelos de Internacionalização35/216 qual a melhor forma de executar este plano. Muitas vezes, a decisão de internacionali- zação já vem acompanhada do modelo para sua execução, no entanto é necessário uma avaliação detalhada, pois o sucesso deste plano dependerá da escolha correta para cada empresa e acompanhamento dos ce- nários elaborados. São comuns os casos de necessidade de re- visão do modelo de entrada, uma vez que os cenários assumidos podem não acontecer. A montadora de automóveis chinesa JAC Motors definiu sua estratégia de produção para o mercado brasileiro como um projeto Greenfield, de instalação de uma fábrica lo- cal. Devido a mudanças no cenário nacional, a empresa cancelou a abertura da planta e continuou a atender a demanda brasileira via importação de automóveis. Para saber mais Em planejamento estratégico, “cenários” são definidos como o conjunto de características ou ações que podem ocorrer no futuro. Diferentes cenários e suas probabilidades de ocorrência são estabelecidos para análise de alternativas. Esta análise permite determinar quais ações serão priorizadas. Unidade 2 • Modelos de Internacionalização36/216 Os modelos de entrada em novos merca- dos podem ser agrupados em: exportação, contratual ou entrada por investimento (ROCHA; ALMEIDA, 2006). Cada um destes modelos possui vantagens e limitações que serão analisadas a seguir. 1.1 Exportação A exportação é caracterizada como a pro- dução voltada para o mercado externo, sem a necessidade de se estabelecerem fi- liais ou empresa subsidiária para a produ- ção no exterior (SOUZA, 2010). A exporta- ção exige menor envolvimento da empresa e pode ser implantada com relativa veloci- dade, para atender uma demanda externa ou para buscar novos mercados (ROCHA; ALMEIDA, 2006). Em 2016, houve uma expansão de empre- sas brasileiras que exportarampela primei- ra vez, justamente para buscar clientes adi- Link O Correio Brasiliense destaca a alteração dos pla- nos da JAC Motors para atender o mercado brasi- leiro. HESSEL, Rosana. JAC Motors do Brasil fecha de- vido à retração do mercado nacional. Correio Braziliense. Internet, 06 maio 2017. Disponível em: <http://www.correiobraziliense.com.br/ app/noticia/economia/2017/05/06/inter- nas_economia,593359/jac-motors-do-bra- sil-fecha-devido-a-retracao-do-mercado- -nacional.shtml>. Acesso em: 12 ago. 2017. http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2017/05/06/internas_economia,593359/jac-motors-do-brasil-fecha-devido-a-retracao-do-mercado-nacional.shtml http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2017/05/06/internas_economia,593359/jac-motors-do-brasil-fecha-devido-a-retracao-do-mercado-nacional.shtml http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2017/05/06/internas_economia,593359/jac-motors-do-brasil-fecha-devido-a-retracao-do-mercado-nacional.shtml http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2017/05/06/internas_economia,593359/jac-motors-do-brasil-fecha-devido-a-retracao-do-mercado-nacional.shtml http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2017/05/06/internas_economia,593359/jac-motors-do-brasil-fecha-devido-a-retracao-do-mercado-nacional.shtml Unidade 2 • Modelos de Internacionalização37/216 cionais e conseguir manter os resultados, impactados por uma crise no mercado in- terno brasileiro. A exportação se dá em três modelos distin- tos: a indireta, que utiliza agentes interme- diários para a comercialização e distribui- ção; a direta, na qual a própria empresa se responsabiliza por todas as etapas do ci- clo de exportação; e a cooperativa, na qual empresas com expertise distintos unem- -se para realizar a exportação. A seguir, são analisados cada um dos modelos. 1.1.1 Exportação indireta A exportação indireta é caracterizada pela existência de um intermediário entre a em- presa exportadora e seu mercado consumi- dor. Este intermediário pode ser uma em- presa comercial exportadora, uma trading company ou um agente de exportação. A Link Estudo do Investe São Paulo revela que no ano de 2016 um número recorde de empresas que expor- taram pela primeira vez. TREVIZAN, Karina. Nú- mero de empresas do Brasil exportando pela 1ª vez mais que dobra em 2016. G1. Internet, 15 mar. 2017. Disponível em: <http://g1.globo.com/ economia/pme/noticia/numero-de-empre- sas-do-brasil-exportando-pela-1-vez-mais- -que-dobra-em-2016.ghtml>. Acesso em: 12 ago. 2017. http://g1.globo.com/economia/pme/noticia/numero-de-empresas-do-brasil-exportando-pela-1-vez-mais-que-dobra-em-2016.ghtml http://g1.globo.com/economia/pme/noticia/numero-de-empresas-do-brasil-exportando-pela-1-vez-mais-que-dobra-em-2016.ghtml http://g1.globo.com/economia/pme/noticia/numero-de-empresas-do-brasil-exportando-pela-1-vez-mais-que-dobra-em-2016.ghtml http://g1.globo.com/economia/pme/noticia/numero-de-empresas-do-brasil-exportando-pela-1-vez-mais-que-dobra-em-2016.ghtml Unidade 2 • Modelos de Internacionalização38/216 modalidade é comum em indústrias têxteis, calçadistas, minerais, alimentícias, entre outras. A exportação indireta tem como vantagens a sua fácil implementação, custos adminis- trativos menores, se comparados a outras modalidades, menor necessidade de inves- timentos e rápido aprendizado sobre o mer- cado exterior. Por outro lado, nesta modalidade a empresa perde o controle sobre o pontos estratégi- cos de posicionamento, comercialização e marketing de seus produtos. Rocha e Almei- da (2010) argumentam que, muitas vezes nesta modalidade, as empresas exportado- ras não conhecem os canais de distribuição de seus produtos ou seu posicionamento no mercado externo. Somado a isto, Rocha e Almeida (2010) ar- gumentam que as empresas que utilizam esta modalidade, muitas vezes, ficam pre- sas a um agente intermediário, que pode ter um poder de barganha determinante no de- senvolvimento da estratégia de internacio- nalização da empresa. 1.1.2 Exportação Cooperativa Esta modalidade permite um maior contro- le da empresa sobre seus produtos exporta- dos, em comparação à modalidade indireta. Somado a isto, os custos, apesar de maiores comparativamente, ainda são menores que a exportação direta. Na exportação cooperativa diversas em- presas não concorrentes unem-se para re- Unidade 2 • Modelos de Internacionalização39/216 alizar a exportação. Uma modalidade co- mum é chamada de “exportação casada” ou piggyback, na qual uma empresa produtora une-se a uma empresa distribuidora para explorar um determinado mercado . As vantagens comparativas desta modali- dade são o baixo custo de implementação, melhor controle sobre o produto e seu po- sicionamento e maior aprendizado sobre o mercado exterior. Por outro lado, a maior limitação encontra-se na dificuldade de identificar parceiros não concorrentes para execução deste modelo. 1.1.3 Exportação Direta Nesta modalidade a empresa assume a res- ponsabilidade pelas atividades necessárias para efetivar a exportação. A empresa es- tabelece escritórios no exterior que serão responsáveis por desenvolver a estratégia comercial e de marketing. Adicionalmente, a empresa deverá desenvolver os canais de distribuição e acesso a clientes. Desta forma, a empresa conta com a vanta- gem de estabelecer maior controle e domí- nio sobre todo o processo, permitindo que Para saber mais O cooperativismo é um movimento que teve sua origem na Inglaterra no século XIX e se caracteri- za pela união de pessoas ou empresas em torno de um objetivo comum para realizar uma ativi- dade econômica e os resultados financeiros são compartilhados entre os cooperados. Unidade 2 • Modelos de Internacionalização40/216 seu posicionamento atenda às necessida- des estratégicas estabelecidas. Porém, os riscos são maiores e a empresa necessitará de um investimento maior para a sua reali- zação. Um dos maiores exportadores brasileiros, a empresa de aviação Embraer, possui um modelo de presença global de escritórios comerciais, que são responsáveis por exe- cutar sua estratégia comercial. 1.2 Contratual Segundo Rocha e Almeida (2010), a entra- da em um novo mercado por via contratual caracteriza-se pelo estabelecimento de um relacionamento que visa a transferência de tecnologia, conhecimento ou capacitação da empresa em expansão para o mercado no exterior. As principais modalidades de expansão contratual são: licenciamento, franquia e contratos de gestão . 1.2.1 Licenciamento São acordos entre uma empresa licenciado- ra e uma empresa licenciada no exterior, no qual se estabelece o direito ao uso de mar- cas, tecnologia, know-how ou outros ativos Link Detalhes da presença global da Embraer. EMBRAER. Presença. Disponível em: <http:// embraer.com.br/br/presenca>. Acesso em: 12 ago. 2017. http://embraer.com.br/br/presenca http://embraer.com.br/br/presenca Unidade 2 • Modelos de Internacionalização41/216 tangíveis ou intangíveis para a empresa li- cenciada. O licenciamento tem como vantagem a fácil implementação, o baixo custo de implanta- ção, o controle sobre o ativo transferido e a redução dos riscos de entrada em um novo mercado. Porém, como ressaltam Rocha e Almei- da (2010), o licenciamento permite que a empresa licenciada conheça o know-how da empresa licenciadora e, futuramente, quanto não estiver mais submetido ao con- trato de licenciamento, torne-se um con- corrente. Para saber mais Os ativos de uma empresa podem ser: tangíveis - aqueles com existência física, como máquinas, produtos, e outros; ou intangíveis – aqueles que não possuem existência física, como conheci- mento, marca e outros. Unidade 2 • Modelos de Internacionalização42/216 1.2.2 Franquias (Franchising) Rocha e Almeida (2010, p.13) definem franquia como: É um sistema por meio do qual a empresa possuidora de know-how de pro- dução ou distribuição de determinadoproduto ou serviço, normalmente possuidora de marca conceituada, cede a terceiros, detentores de capital, o direito de distribuir seus produtos ou serviços em determinado local ou região, por período fixado, seguindo seus padrões de operação. Desta forma, uma empresa que domina o modelo de franquia em seu país de origem pode ex- pandir, sem necessidade de investir na abertura de novas lojas. Existe uma crescente procura de empresas brasileiras para expansão de suas franquias internacionalmente. Link Redes de franquias brasileiras apostam em expansão internacional para conquista de mais clientes. HAYDÉE, Ligia. As 13 franquias brasileiras com mais presença no exterior. Guia Franquias de Sucesso. Internet, 04 maio 2017. Disponível em: <https://guiafranquiasdesucesso.com/as-franquias-brasi- leiras-com-mais-presenca-no-exterior/>. Acesso em: 12 ago. 2017. https://guiafranquiasdesucesso.com/as-franquias-brasileiras-com-mais-presenca-no-exterior/ https://guiafranquiasdesucesso.com/as-franquias-brasileiras-com-mais-presenca-no-exterior/ Unidade 2 • Modelos de Internacionalização43/216 O modelo de franquia tem como vantagem o baixo custo para expansão e possibilida- de de contar com franqueados com alto ní- vel de comprometimento com o sucesso da operação. Assim como no modelo de licenciamento, as franquias enfrentam a possibilidade de um franqueado tornar-se um concorrente futuramente, caso abandone o contrato de franquia. 1.2.3 Contratos de gestão Os contratos de gestão são estabelecidos entre a empresa e um parceiro no exterior para executar alguma atividade necessá- ria à sua internacionalização. As principais modalidades são: Contrato de produção: uma empresa no ex- terior é contratada para produzir sob a mar- ca da contratante. Contrato de serviço: uma empresa no exte- rior é contratada para executar um serviço necessário à internacionalização da empre- sa, por exemplo, um contrato para prestar assistência técnica aos clientes da exporta- dora. Contrato de administração: uma empresa no exterior é contratada para administrar os serviços ou produção da empresa original. Os contratos de gestão permitem a inter- nacionalização com custos reduzidos, no entanto abrem a possibilidade para que os contratados tornem-se futuros concor- rentes. Unidade 2 • Modelos de Internacionalização44/216 1.3 Entrada por investimento A entrada no mercado internacional por investimento envolve a posse de ativos no país estrangeiro, garantindo o controle to- tal das operações por meio de subsidiárias. Esta modalidade também é denominada Investimento Direto no Exterior (IDE). Este investimento pode ser feito em negócios já existentes, por meio de uma operação de aquisição ou desenvolvendo de um projeto totalmente novo, normalmente designado de projeto Greenfield. Dado o risco existente neste modelo de atu- ação, muitas vezes as empresas se unem a parceiros locais e estabelecem uma moda- lidade de execução da iniciativa chamada join venture, em contrapartida ao modelo em que as empresas se estabelecem de for- ma individual (sole venture). A entrada por investimento exige que a em- presa conheça bem o mercado alvo e que Para saber mais O termo tem origem na engenharia: projetos Gre- enfield são aqueles executados em áreas livres e sem restrições. Por outro lado, projetos Brown- field são aqueles executados em áreas que já con- tém uma estrutura prévia, que deve ser levada em consideração. Unidade 2 • Modelos de Internacionalização45/216 tenha redes de relacionamento já estabele- cidas para suportar as operações, sejam elas de projetos greenfield ou aquisição. Estes projetos são de maturação longa e as tran- sações podem envolver tanto transferência de capital como pagamento em ações, as- sunção de dívidas, entre outras modalida- des que serão estudadas em capítulos pos- teriores. A seguir, detalhamos os modelos de im- plantação e desenvolvimento do negócio (greenfield ou aquisição) e o tipo de parce- ria estabelecida para a atuação da empresa (sole venture ou join venture). 1.3.1 Projetos Greenfield e Aqui- sição Um investimento em um projeto Greenfield caracteriza-se pelo desenvolvimento de um negócio totalmente novo no país estran- geiro. Por outro lado, o investimento para adquirir uma marca ou ativos já operando, bem como com equipe capacitada, é deno- minado Aquisição. Segundo Rocha e Almeida (2010), o modo de entrada escolhido em cada empresa está relacionado à estratégia de posicionamento utilizada. Empresas que possuem estraté- gia multidoméstica, ou aquelas que deter- minam um posicionamento específico por país, tendem a utilizar mais aquisições. Já aquelas que possuem estratégia global, ou aquelas que possuem um posicionamento Unidade 2 • Modelos de Internacionalização46/216 único globalmente, tendem a optar por pro- jetos greenfield. Ao adquirir ou desenvolver um projeto gre- enfield as empresas buscam obter vanta- gens, como propriedade sobre os ativos produtivos, internalização das atividades e localização em regiões com maior potencial competitivo. Já o IDE, exige maior atenção em relação à integração entre as subsidiárias e a matriz, pois elementos culturais podem dificultar a conquista dos objetivos estabelecidos. 1.3.2 Sole Venture ou Join Ven- ture Ao realizar o investimento no exterior, a empresa tem a alternativa de posse integral dos ativos por meio de uma subsidiária em uma sole venture ou posse e controle com- partilhados em uma join venture. A sole venture tem a vantagem de permitir maior controle sobre a estratégia do negó- cio, maior integração com a empresa matriz e resguardar competências e conhecimen- tos específicos. Por outro lado, uma sole venture concentra os riscos de entrar em um novo mercado na empresa em expansão. O estabelecimento de uma join venture ocorre normalmente quando duas empre- sas possuem competências complemen- tares e necessárias ao desenvolvimento do negócio. Tem como vantagem a diluição do risco de entrada no novo mercado e poten- cialmente acelerar a curva de crescimento. Porém, a grande limitação ocorre devido a Unidade 2 • Modelos de Internacionalização47/216 incompatibilidades entre os parceiros, se- jam elas devido a modelos de gestão, acei- tação dos riscos do negócio ou em relação às estratégias a serem perseguidas. 2. Modelos de internacionaliza- ção online Com as tecnologias de comunicação dis- poníveis hoje, muitas pequenas empresas e até empreendedores individuais contam com ferramentas simples que permitem uma atuação global. Além disto, empresas de desenvolvimento de software e servi- ços de Tecnologia da Informação (TI) estão desenvolvendo novos modelos de relacio- namento que permitem ampliar seu posi- cionamento e mercados atendidos, sem a necessidade de estabelecer presença física nos locais onde estão seus clientes. Entre os novos modelos destacam-se: 2.1 Venda de Software as a Ser- vice (SaaS): Empresas desenvolvedoras de software vêm utilizando o modelo comercial denominado software as a service (SaaS). Neste modelo todo o sistema está disponibilizado em ser- vidores na nuvem, que permitem o acesso de clientes em qualquer país. Deste modo estas empresas conseguem servir seus clientes sem a necessidade de presença física. As atividades necessárias à continuidade do negócio como: comercial, atendimento a clientes, desenvolvimento Unidade 2 • Modelos de Internacionalização48/216 e manutenção dos sistemas, normalmente são desenvolvidas no país de origem da em- presa. 2.2 Vendas de produtos por in- ternet: Os portais de comércio eletrônico possi- bilitam que pequenos vendedores realizem a exportação direta, com a possibilidade do exportador estabelecer contato com seus potenciais compradores, mesmo estando a distância. Link O portal de comércio eletrônico Alibaba permite que empresas chinesas estabeleçam relaciona- mento comercial globalmente. ALIBABA. Global trade starts here. Disponívelem: <http://portu- guese.alibaba.com/>. Acesso em: 12 ago. 2017. http://portuguese.alibaba.com/ http://portuguese.alibaba.com/ Unidade 2 • Modelos de Internacionalização49/216 Glossário Empresa subsidiária: É uma empresa com independência jurídica, criada para exercer uma ativi- dade específica. Suas decisões e controle acionário são exercidos por uma empresa matriz. Trading Company: O termo em inglês pode ser entendido como companhia intermediária. No processo de exportação indireta a Trading Company tem acesso a compradores no exterior e se responsabiliza pelo processo de exportação e comercialização das mercadorias. Piggyback: Termo em inglês que tem o significado literal de passear sentado em volta dos om- bros de outra pessoa. Em estratégia, significa uma colaboração entre empresas ou negócios em que um deles pode obter vantagem da competência estabelecida de seu parceiro, resultando em benefício mútuo. Join Venture: Termo em inglês que significa negócio realizado em parceria. É a designação para a parceria na qual uma empresa estrangeira une-se a uma empresa local para desenvolver uma atividade ou projeto. Sole Venture: Termo em inglês que significa negócio realizado sozinho. São negócios que não contam com sócios estratégicos que aportam algum tipo de competência necessária ao desen- volvimento das atividades. Questão reflexão ? para 50/216 Uma empresa já realiza exportação de seus produtos. Para isto, es- tabeleceu uma estrutura comercial no exterior que realiza contatos com clientes e desenvolve canais de distribuição. No entanto, os custos logísticos estão crescendo muito e o país des- tino vem estabelecendo barreiras para a entrada de seus produtos. Quais seriam as alternativas que esta empresa teria para manter e aumentar suas atividades no exterior? Quais as vantagens e difi- culdades para a empresa implantar cada uma destas alternativas? Quais trariam melhores resultados no curto prazo? 51/216 Considerações Finais • Ao decidir expandir internacionalmente, uma empresa conta com diversos mo- delos de entrada no país estrangeiro. É possível determinar qual destes mode- los trará melhores resultados, de acordo com o objetivo estratégico estabele- cido pela empresa e uma análise de recursos disponíveis para a expansão. • A internacionalização é um processo que exige que a empresa monitore os ce- nários desenhados em sua estratégia e ajuste as alternativas selecionadas, de acordo com as mudanças ocorridas. O processo não é estático e a empresa pode optar por mais de um modelo, ao longo de sua jornada. • Os modelos de entrada podem ser agrupados em exportação, via contratual e investimento direto. As modalidades e subdivisões de cada um destes mode- los foram analisadas, bem como suas vantagens e limitações. • Existem modelos emergentes que se viabilizaram graças ao desenvolvimento de novas formas de comunicação (internet), novos modelos de relacionamen- to comercial (software as a service) e novos modelos de TI (sistemas na nuvem). Unidade 2 • Modelos de Internacionalização52/216 Referências ROCHA, Angela; ALMEIDA, Victor. Modos de entrada e de operação. In: TANURE, Betania; DUAR- TE, Roberto Gonzalez (Org.). Gestão Internacional. São Paulo: Saraiva, 2006. Cap. 1.1. p. 8-17. SOUZA, José Manuel de. A exportação. In: SOUZA, José Manuel de. Gestão do Comércio Exterior. Exportação / Importação. São Paulo: Saraiva, 2006. Cap. 12 p. 157-186. 53/216 Assista a suas aulas Aula 2 - Tema: Modelos de Internacionalização. Bloco I Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ 80cf9e03f8defb25f60b49a442db49f5>. Aula 2 - Tema: Modelos de Internacionalização. Bloco II Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/60329bf6ad0752bc9d59514cdc07bd97>. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/80cf9e03f8defb25f60b49a442db49f5 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/80cf9e03f8defb25f60b49a442db49f5 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/80cf9e03f8defb25f60b49a442db49f5 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/60329bf6ad0752bc9d59514cdc07bd97 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/60329bf6ad0752bc9d59514cdc07bd97 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/60329bf6ad0752bc9d59514cdc07bd97 54/216 1. Quais são os modelos de entrada em um novo mercado? a) Direto e Indireto. b) Exportação indireta, cooperativa ou direta. c) Greenfield e Aquisição. d) Exportação, Contratual, Entrada por investimento. e) Sole venture ou join venture. Questão 1 55/216 2. Qual termo descreve uma empresa com independência jurídica, mas de- pendência do controle acionário e administrativo de uma matriz? Questão 2 a) Subsidiária. b) Filial. c) Join venture. d) Coligada. e) Consórcio. 56/216 3. Uma empresa optará por exportação cooperativa pela seguinte vantagem: Questão 3 a) adquirir ativos estratégicos. b) estabelecer presença física no exterior. c) licenciar sua tecnologia para novos clientes. d) produzir mais próximo aos consumidores. e) reduzir custos de exportação. 57/216 4. Uma das vantagens de Projetos Greenfield pode ser: Questão 4 a) a contratação de um intermediário para comercialização. b) adquirir um ativo já funcionando. c) desenvolver um projeto novo de acordo com as necessidades da empresa. d) desenvolver relacionamento comercial, sem necessidade de presença no exterior. e) utilizar tecnologia na nuvem para venda de serviços. 58/216 5. Qual modelo as empresas de software utilizam para posicionar global- mente seus produtos? Questão 5 a) SaaS. b) Exportação direta. c) Call back. d) Piggyback. e) Venda de serviços. 59/216 Gabarito 1. Resposta: D. Esta é a única resposta em que constam as 3 opções corretas (exportação, contratual e entrada por investimento). 2. Resposta: A. Subsidiária é um modelo jurídico em que a matriz possui o controle societário, admi- nistrativo e operacional sobre a subsidiária. 3. Resposta: E. A redução de custos é a única opção que se aplica à exportação cooperativa. 4. Resposta: C. Projetos greenfield caracterizam-se pelo desenvolvimento de um projeto novo. 5. Resposta: A. O modelo é o de software as a service (SaaS). 60/216 Unidade 3 Subsidiárias Objetivos 1. Conhecer o ciclo de evolução das mul- tinacionais e o estabelecimento de suas subsidiárias 2. Analisar as estratégias utilizadas pela empresas na estruturação de suas subsidiárias 3. Analisar os modelos de subsidiária 4. Entender o papel estratégico exercido pelos modelos de subsidiárias Unidade 3 • Subsidiárias61/216 Introdução A criação de uma subsidiária está alinhada ao modelo de posicionamento estratégico global utilizado pela empresa matriz. Nesta unidade analisaremos a evolução das sub- sidiárias e os modelos existentes hoje, bem como, suas estruturas organizacionais e papéis exercidos por elas. Multinacionais com posicionamento global, ou seja, aquelas que buscam um posicio- namento único para todos os países, cen- tralizam o controle da estratégia na matriz e usam as subsidiárias apenas para a exe- cução, sem muita autonomia. Isto signifi- ca que a subsidiária não terá influência nas decisões estratégicas para implantação do projeto em seu país. Por outro lado, empresas com posiciona- mento multidoméstico, desenvolvem mar- cas e estratégias para cada país onde estão presentes. Desta forma estas empresas ne- cessitam de subsidiárias com maior auto- nomia para definirem as estratégias mais adequadas a cada região. É importante analisar e compreender os mecanismos e dinâmicas em que estão in- seridas as subsidiárias, pois o projeto de internacionalização de uma empresa, seja ele via aquisição deativos ou via projetos greenfield, dependerá da implementação de subsidiárias e o sucesso da iniciativa como um todo estará atrelado ao sucesso de suas subsidiárias. Unidade 3 • Subsidiárias62/216 1. Definição e histórico das sub- sidiárias Empresas multinacionais podem ser defi- nidas como aquelas que estão estabeleci- das em mais de um país e controlam ativos necessários à produção de bens ou venda de serviços. Oliveira Junior, Baroni e Boehe (2009, p. 9) definem empresa multinacional como aquela que: “(1) possui substancial investimento direto em países estrangeiros e (2) que está engajada em uma administra- ção ativa de suas operações internacionais.” Neste contexto, uma condição necessária para ser uma multinacional é a realização de um processo de internacionalização por investimento direto no exterior. Este inves- timento pode ser tanto para projetos gre- enfield, como para aquisição. O modelo de subsidiária será a estrutura utilizada para a administração de suas operações no ex- terior. Conforme descrito e analisado por Fleury e Fleury (2004), o processo de internacionali- zação de empresas no contexto brasileiro e a dinâmica de suas subsidiárias pode ser di- vidido em três ciclos. Os autores descrevem estes ciclos como: O primeiro ciclo: abrange as atividades rea- lizadas até o início da Segunda Guerra Mun- dial. Este ciclo pode ser caracterizado pela existência de barreias estabelecidas pelos países à movimentação de mercadorias e à livre concorrência entre empresas. Unidade 3 • Subsidiárias63/216 No mercado brasileiro, estas barreiras re- sultaram no estabelecimento de multina- cionais que pretendiam atender o mercado local. Como exemplo, datam deste período a instalação das primeiras fábricas auto- motivas. Neste cenário as subsidiárias reproduziam as estratégias, produtos e gestão da matriz. O segundo ciclo: vai do fim da Segunda Guerra Mundial até a década de 80. Neste período os avanços tecnológicos sobretudo em países desenvolvidos, permitiam a cria- ção de produtos com forte conteúdo de ino- vação. Após explorar os mercados das ma- trizes, as inovações acabavam sendo copia- das em outros países menos desenvolvidos, como no caso do Brasil. Para evitar a perda de mercado, as empre- sas estabeleciam subsidiárias nestes países para explorar o mercado local, replicando os produtos desenvolvidos da matriz. Estas subsidiárias contavam com um grau relativo de autonomia para desenvolver es- tratégias de crescimento em seu mercado. Link Um breve histórico da GM, que se estabeleceu em São Paulo, em 1925. CHEVROLET. Chevrolet 90 anos no Brasil. Internet. Disponível em: <http://www.chevrolet.com.br/ sobre-a-gm/momentos-historicos-chevro- let-brasil.html>. Acesso em: 19 ago. 2017. http://www.chevrolet.com.br/sobre-a-gm/momentos-historicos-chevrolet-brasil.html http://www.chevrolet.com.br/sobre-a-gm/momentos-historicos-chevrolet-brasil.html http://www.chevrolet.com.br/sobre-a-gm/momentos-historicos-chevrolet-brasil.html Unidade 3 • Subsidiárias64/216 O terceiro ciclo: tem início na década de 80 e vai até o momento atual. Este ciclo é ca- racterizado pela globalização produtiva. Sua principal característica é a busca por otimizar a utilização das competências e diferenciais competitivos de cada uma das subsidiárias. Desta forma, uma empresa global bus- ca posicionar a produção em regiões mais competitivas, padronizar projetos, acessar recursos privilegiados em certas localida- des, entre outras estratégias. As multinacionais estabelecidas no Brasil passam a desenvolver estratégias comple- xas de acordo com seus produtos e compe- tências, levando em consideração as van- tagens competitivas que a subsidiária bra- sileira pode propiciar à estratégia global da empresa matriz. Para saber mais A Globalização Produtiva surgiu devido ao au- mento do investimento direto no exterior, acir- ramento da concorrência internacional e maior integração entre as estruturas produtivas (BAU- MANN; CANUTO; GONÇALVES, 2004). Unidade 3 • Subsidiárias65/216 2. As subsidiárias na estratégia de empresas multinacionais Conforme apresentado anteriormente, as empresas multinacionais podem adotar di- ferentes modelos de relacionamento com suas subsidiárias. Estes modelos refletem a estratégia corporativa adotada pela empre- sa para desenvolvimento de seu processo de internacionalização e pode evoluir com o tempo. Um caso claro desta evolução é o Grupo AB Inbev. A empresa que teve sua origem no Brasil, com o ganho de escala e operações de M&A, transferiu a sua matriz para a Bél- gica, em meados da década de 2010. A seguir, serão analisados os possíveis mo- delos estratégicos utilizados pelas multina- cionais no relacionamento com suas subsi- diárias, bem como a estrutura organizacio- nal que resulta do modelo utilizado. Por fim, será analisada a estrutura organizacional em rede e de fluxos de conhecimento, que é característica de Modelos Transnacionais. Link Descrição da história da Ambev, parte do grupo AB Inbev. AMBEV. A construção de um sonho grande. In- ternet. Disponível em: <https://www.ambev. com.br/sobre>. Acesso em: 19 ago. 2017. https://www.ambev.com.br/sobre https://www.ambev.com.br/sobre Unidade 3 • Subsidiárias66/216 2.1 Estratégias de empresas multinacionais Segundo Oliveira Junior, Baroni e Boehe (2009, Cap. 1), com o acirramento da con- corrência internacional e o aumento dos investimentos diretos no exterior, que ca- racterizaram o terceiro ciclo de internacio- nalização, as empresas multinacionais fo- ram forçadas a ajustar seu posicionamento estratégico. Os tradicionais modelos clássi- cos de organização Global e Multidomésti- cos não eram suficientes para responder às novas demandas. Desta forma, surgiram os modelos Internacional e Transnacional. 2.1.1 Modelo Global e o Modelo Multidoméstico O Modelo Global caracteriza-se pela cen- tralização estratégica, enquanto o Modelo Multidoméstico apoia-se em subsidiárias com autonomia local. Oliveira Junior, Baroni e Boehe (2009, p. 14) definem os objetivos dos modelos como: “O objetivo da estraté- gia multidoméstica é maximizar o desem- penho mundial por meio da maximização de receitas e lucros. O objetivo da estraté- gia global é maximizar o desempenho mun- dial por meio do compartilhamento e da in- tegração, consequentemente do ganho de escala”. Os autores comparam os modelos em qua- tro dimensões: Unidade 3 • Subsidiárias67/216 Participação de Mercado: no Modelo Multi- doméstico a seleção dos mercados de atu- ação buscará maximizar o fluxo de capitais, ou seja, serão selecionados os mercados com maior “autonomia de receitas e lucros” (OLIVEIRA JUNIOR; BARONI; BOEHE, 2009, p. 14). Por outro lado, no Modelo Global a multinacional selecionará regiões com di- ferenciais competitivos para sua cadeia de produção e distribuição. Oferta de Produtos: no Modelo Multidomés- tico os produtos são específicos para cada país. Já no Modelo Global, busca-se desen- volver um produto único com o ganho de escala de produção global. Localização de Atividades da Cadeia de Va- lor: no Modelo Multidoméstico procuram- -se estabelecer todas as atividades dentro da mesma subsidiária, enquanto o Modelo Link A indústria de celulares busca ganhos globais ao desenvolver um único produto para atender todos os mercados. MÜLLER, Leonardo. Analista: iPhone 8 não deve atrasar, mas terá pouco estoque no lançamen- to. Tecmundo. Internet. Disponível em: <https:// www.tecmundo.com.br/dispositivos-mo- veis/119469-analista-iphone-8-nao-deve- -atrasar-tera-estoque-lancamento.htm>. Acesso em: 19 ago. 2017. https://www.tecmundo.com.br/dispositivos-moveis/119469-analista-iphone-8-nao-deve-atrasar-tera-estoque-lancamento.htm https://www.tecmundo.com.br/dispositivos-moveis/119469-analista-iphone-8-nao-deve-atrasar-tera-estoque-lancamento.htm https://www.tecmundo.com.br/dispositivos-moveis/119469-analista-iphone-8-nao-deve-atrasar-tera-estoque-lancamento.htmhttps://www.tecmundo.com.br/dispositivos-moveis/119469-analista-iphone-8-nao-deve-atrasar-tera-estoque-lancamento.htm Unidade 3 • Subsidiárias68/216 Global utiliza uma cadeia global de supri- mentos. Abordagem de Marketing: no Modelo Multi- doméstico a estratégia de marketing é local e atende as características de cada país, ao passo que, no Modelo Global as estratégias são únicas e desenvolvidas de forma cen- tralizada na matriz. 2.1.2 Modelo Internacional e Modelo Transnacional No Modelo Internacional a Matriz mantém controle sobre a subsidiária, mas em me- nor grau que no Modelo Global. Empresas que adotam este tipo de estratégia desen- volvem um conjunto de produtos e serviços que atendem especificamente as necessi- dades locais, mas ao mesmo tempo contam com produtos e marcas globais. Neste modelo pode existir a centralização de serviços, como, por exemplo, a implan- tação de shared services centers globais ou centralização de atividades administrati- vas, visando capturar ganhos de escala. O Modelo Transnacional é caracterizado por um modelo integrado, no qual cada subsidi- ária tem competências que são interligadas e complementares. Desta forma, cada uni- dade é capaz de atender seu mercado, mas ao mesmo tempo todas são alinhadas em torno de uma estratégia comum. Unidade 3 • Subsidiárias69/216 2.2 Estrutura organizacional em empresas multinacionais A estrutura organizacional de uma mul- tinacional depende da estratégia de inter- nacionalização que esta adota. Os diferen- tes modelos apresentados demandam que as estruturas sejam organizadas de formas distintas para atingir os objetivos desenha- dos para suas subsidiárias. Historicamente, segundo Oliveira Junior, Baroni e Boehe (2009), nos momentos ini- ciais de estabelecimento das estratégias de internacionalização, as subsidiárias são vis- tas como uma divisão internacional ou um posto avançado da Matriz, e a estrutura or- ganizacional da subsidiária espelha a estru- tura da Matriz. No entanto, com as demandas para atender as necessidades locais e as pressões gover- namentais ou regulatórias, as subsidiárias podem evoluir para Divisões Mundiais por produto ou área. Nesta estrutura organi- zacional as subsidiárias possuem maior autonomia na sua administração e gestão, incluindo o desenvolvimento de produtos alinhados às demandas locais. A Matriz tem um papel de controlar o planejamento es- Para saber mais “a estrutura de uma organização pode ser sim- plesmente definida como a soma total das ma- neiras pelas quais o trabalho é dividido em tare- fas distintas e como é feita a coordenação entre as tarefas” (MINSTZBERG, 2011 p. 12) Unidade 3 • Subsidiárias70/216 tratégico e as políticas organizacionais de suas subsidiárias. Neste caso, as estruturas organizacionais são estabelecidas de forma independente para atender aos processos e tarefas locais. A Divisão Mundial por produtos ou área tem restrições principalmente em relação à co- municação e fluxo dos conhecimentos ad- quiridos, uma vez que as subsidiárias não são conectadas e todas se reportam para uma Matriz. Para superar estes obstáculos surgiram novas abordagens, como veremos a seguir. 2.3 Abordagem de rede e fluxos de conhecimento A abordagem em rede é típica de multina- cionais que utilizam a estratégia Transna- cional, em contrapartida à estrutura cen- tralizada da estratégia Global ou a indepen- dência e autonomia da estratégia multido- méstica. Segundo Oliveira Junior, Baroni e Boehe (2009), a abordagem em rede possui as se- guintes características: Distribuição de recursos: O papel que cada subsidiária representa na rede é determina- do de acordo com os recursos e capacidades de cada uma delas. Isto determina também a estrutura organizacional de cada subsidi- ária, que pode variar bastante. Unidade 3 • Subsidiárias71/216 Natureza da interdependência: Cada subsidiária pode possuir um grau diferente de interdepen- dência com a Matriz. Isto refletirá no grau de autonomia e na hierarquia da subsidiária. Mecanismos de socialização: É necessário estabelecer mecanismos de socialização entre as sub- sidiárias para conseguir conquistar uma visão compartilhada e uma integração estratégica do ne- gócio como um todo. Fluxo de comunicação: O fluxo de comunicação permitirá o surgimento de uma cultura de per- formance. “A densidade, a frequência, o conteúdo e a estrutura desse fluxo são todos vistos como vitais para a performance progressiva da corporação multinacional” (OLIVEIRA JUNIOR; BARONI; BOEHE, 2009 P. 25). 2.4 Visão Geral dos Modelos de Internacionalização Na tabela a seguir apresentamos uma visão geral dos modelos de internacionalização. Tabela Comparativa dos Modelos de Internacionalização Modelo Centralização Produtos Objetivo Global Sim Globais Maximizar cadeia produtiva Multidoméstico Não Locais Maximizar resultados locais Unidade 3 • Subsidiárias72/216 Modelo Centralização Produtos Objetivo Internacional Parcial Globais + Locais Maximizar resultados e cadeia produtiva Transnacional Não Globais + Locais Maximizar resultados locais Fonte: Autor (2017) 3. A relevância estratégica das subsidiárias As subsidiárias podem exercer diversos papéis com maior ou menor relevância estratégica. Oli- veira Junior, Baroni e Boehe (2009, p. 65-66) destacam que mesmo quando as subsidiárias pos- suem papel estratégico de menor relevância, elas são importantes na estratégia global: a) para a aplicação da tecnologia e das competências maduras, recriando e estendendo o ciclo de vida dos produtos e dos lucros corporativos; b) para proporcionar os ganhos de escala provenientes das produções em série e aqueles oriundos de países onde as condições são mais vantajosas; e c) para atender às necessidades específicas de um mercado, explorando o volume de vendas potencial. Unidade 3 • Subsidiárias73/216 A seguir, são analisados os papéis exercidos pelas subsidiárias, conforme apresentado por Oliveira Junior, Baroni e Boehe (2009): 3.1 Subsidiárias tradicionais Possuem menor grau de independência es- tratégica e são responsáveis por implantar as estratégias, políticas e direcionamentos estabelecidos pela Matriz. Podem ser implementadoras, quando con- trolam seus recursos locais com pouco aces- so a informações críticas. Neste modelo as decisões são tomadas todas na matriz, com mínimo envolvimento da subsidiária. Quando as subsidiárias conseguem atingir a liderança local e estabelecer um contro- le sobre a cadeia de produção na fronteira onde ela está inserida, pode ser denomi- nada criadora local. Este tipo de subsidiá- ria consegue estabelecer estratégias locais para produtos específicos. Por serem muito específicas, estas estratégias não podem ser reproduzidas em outras subsidiárias. 3.2 Subsidiárias com relevância limitada Oliveira Junior, Baroni e Boehe (2009) divi- dem as subsidiárias com relevância limitada em: Plataformas Globais: são subsidiárias que implementam inovação tecnológica desen- volvida na matriz, porém possuem maior integração com os negócios globais. São exemplos as indústrias automobilísticas no Unidade 3 • Subsidiárias74/216 Brasil e as maquiladoras no México. As in- dústrias destes setores desenvolvem inova- ções locais, que são integradas aos negó- cios e produtos globais das empresas. Criadoras específicas: são subsidiárias que realizam um processo de inovação local e, posteriormente, os produtos desenvolvidos podem ser comercializados globalmente. 3.3 Subsidiárias com relevância estratégica Estas subsidiárias atuam em mercados com relevância comercial global. Elas possuem independência para gestão de seus recur- sos e para desenvolvimento das estratégias de atuação. Podem ser responsáveis pela produção e estratégia para atender uma re- gião geográfica ou uma linha de produtos. Podem ser: Integrada globalmente: assumem o papel de centro mundial para alguma atividade específica dentro da empresa, como, por exemplo, centro de P&D oucentro de ma- nufatura . Para saber mais O processo de inovação na indústria automobilís- tica é fortemente dependente de P&D realizado na Matriz, no entanto o Governo Brasileiro incen- tiva a inovação local, com programas de incentivo como o Inovar Auto e o Rota 2030. Unidade 3 • Subsidiárias75/216 Inovadora: quando desenvolve competên- cias estratégicas ao longo do tempo e con- segue se estabelecer como um polo de in- ovação e gestão da estratégia de um pro- duto ou serviço específico para toda a em- presa. Unidade 3 • Subsidiárias76/216 Glossário M&A: Termo em inglês (Merger and Acquisition) que significa operação de fusão e aquisição de empresas. Shared services centers: Termo do inglês que significa Centro de Serviços Compartilhados. São áreas centrais de serviços secundários, compartilhados por diversas empresas (Matriz e sub- sidiárias), como ,por exemplo, serviços de suporte técnico de computadores, contas a pagar, co- brança, entre outros. Maquiladoras: Termo do espanhol utilizado para designar empresas que importam produtos para beneficiamento intermediário e posterior exportação. P&D: Significa “Pesquisa e Desenvolvimento”. O centro de P&D é a estrutura na organização, pode desenvolver pesquisas direcionadas à aplicação em produtos ou serviços específicos da empresa. Questão reflexão ? para 77/216 Uma empresa multinacional iniciou seu processo de in- ternacionalização há alguns anos. Atualmente possui 5 subsidiárias em países diferentes e, com a maturidade das subsidiárias, pretende migrar de uma estratégia Multido- méstica para uma estratégia Transnacional. Como a Matriz deveria analisar o nível de autonomia e interdependência que será atribuído a cada subsidiária? Quais mecanismos de socialização e comunicação deveriam ser implantados? 78/216 Considerações Finais • O estabelecimento de subsidiárias por empresas multinacionais evoluiu e passou por três ciclos, chegando no momento atual de globalização produ- tiva. • As multinacionais estabelecem estratégias complexas para estabelecer a internacionalização de seus negócios. Os modelos tradicionais de organi- zação (Global ou Multidoméstico) buscam maximizar os resultados ou mi- nimizar os custos de produção em suas cadeias globais de fornecimento. Complementando estes modelos surgiram os modelos intermediários com menor grau de controle e maior grau de integração (Internacional e Trans- nacional). • Estes modelos demandam estruturas organizacionais distintas e adequa- das para atingir os resultados esperados em cada um deles. • As subsidiárias exercerão um papel de maior ou menor relevância, de acordo com o modelo estratégico e organizacional adotado pela matriz. Unidade 3 • Subsidiárias79/216 Referências OLIVEIRA JUNIOR, Moacir de Miranda; BARONI, Felipe Mendes; BOEHE, Dirk Michael. Estratégia das subsidiárias de corporações multinacionais no Brasil. In: OLIVEIRA JUNIOR, Moacir de Miran- da; BARONI, Felipe Mendes; BOEHE, Dirk Michael. Estratégia e inovação em corporações Mul- tinacionais. São Paulo: Saraiva, 2009. Cap. 2. p. 65-96. OLIVEIRA JUNIOR, Moacir de Miranda; BARONI, Felipe Mendes; BOEHE, Dirk Michael. Estratégia em corporações multinacionais. In: OLIVEIRA JUNIOR, Moacir de Miranda; BARONI, Felipe Mendes; BOEHE, Dirk Michael. Estratégia e inovação em corporações Multinacionais: A transformação das subsidiárias brasileiras. São Paulo: Saraiva, 2009. Cap. 1. p. 9-64. FLEURY, Afonso Carlos Correa; FLEURY, Maria Tereza Leme. Ondas de internacionalização das empresas. In: FLEURY, Afonso Carlos Correa; FLEURY, Maria Tereza Leme. Estratégias empresari- ais e formação de competências: Um quebra-cabeças caleidoscópico da indústria brasileira. 3. ed. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2004. Cap. 51. p. 108-110. BAUMANN, Renato; CANUTO, Otaviano; GONÇALVES, Reinaldo. Globalização financeira e glo- balização produtiva. In: BAUMANN, Renato; CANUTO, Otaviano; GONÇALVES, Reinaldo. Econo- mia Internacional: teoria e experiência brasileira. Rio de Janeiro: Elsevier e Campos, 2004. Cap. 11. p. 221-236. Unidade 3 • Subsidiárias80/216 MINSTZBERG, Henry. Fundamento do Design Organizacional. In: MINSTZBERG, Henry. Criando organizações eficazes. 2. ed. São Paulo: Atlas S.A., 2011. Cap. 1. p. 11-35. 81/216 Assista a suas aulas Aula 3 - Tema: Subsidiárias. Bloco I Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/142e520242f5a870cf3409b37699deb5>. Aula 3 - Tema: Subsidiárias. Bloco II Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/69aac235bb9e7b13d679a7521d8211c2>. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/142e520242f5a870cf3409b37699deb5 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/142e520242f5a870cf3409b37699deb5 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/142e520242f5a870cf3409b37699deb5 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/69aac235bb9e7b13d679a7521d8211c2 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/69aac235bb9e7b13d679a7521d8211c2 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/69aac235bb9e7b13d679a7521d8211c2 82/216 1. Foi uma das características do Primeiro Ciclo de internacionalização de empresas no Brasil: a) barreiras na circulação de mercadorias vindas do exterior. b) globalização da produção. c) autonomia das subsidiárias. d) utilização das vantagens competitivas das subsidiárias. e) entrada de produtos de alta tecnologia. Questão 1 83/216 2. O Modelo Multidoméstico otimizará _______. a) a produção nos diversos países. b) sua cadeia de suprimentos. c) a utilização dos recursos humanos da matriz. d) os gastos de marketing globalmente. e) os resultados em cada um dos países onde está presente. Questão 2 84/216 3. É uma atividade exercida por um shared services centers: a) produção de uma linha de produtos. b) desenho da estratégia empresarial. c) suporte técnico de computadores. d) operações de Fusões e Aquisições. e) direção geral da empresa. Questão 3 85/216 4. A abordagem de estrutura em redes é típica da estratégia: a) Global. b) Transnacional. c) Multinacional. d) Multidoméstica. e) Internacional. Questão 4 86/216 Uma subsidiária com relevância estratégica possui _______: a) recuros limitados que devem ser compartilhados com outras subsidiárias. b) competências diferenciadas que não podem ser reproduzidas por outras subsidiárias. c) recursos ilimitados para uso exclusivo. d) custo reduzido, pois aloca recurso da matriz para desenvolver suas atividades. e) independência para gestão de seus recursos e desenvolvimento de suas estratégias. Questão 5 87/216 Gabarito 1. Resposta: A. No Primeiro Ciclo as empresas buscavam superar as barreiras comerciais para aten- der mercados no exterior. 2. Resposta: E. O Modelo Multidoméstico busca otimizar o resultado de cada país, buscando maximizar as receitas locais. 3. Resposta: C. No shared services centers são realizadas apenas atividades secundárias como su- porte técnico de computadores. Não são re- alizadas atividades principais. 4. Resposta: B. O Modelo Transnacional utiliza estruturas em redes, nas quais as subsidiárias são co- nectadas por canais de comunicação e inte- gração estratégica. 5. Resposta: E. Uma subsidiária é dita com relevância estra- tégica quando possui independência para gestão de seus recursos e influencia algum aspecto da estratégia geral da Matriz. 88/216 Unidade 4 Avaliação e Estratégias de IDE Objetivos 1. Avaliar as estratégias utilizadas para internacionalização de empresas via investimento direto no exterior (IDE) 2. Entender as vantagens e limitações de IDE via aquisições 3. Analisar os fatores de sucesso nos processos de aquisição Unidade 4 • Avaliação
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