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PROCESSOS DECISÓRIOS E NEGOCIAÇÃO AULA 2 Prof. Eric Gil Dantas 2 CONVERSA INICIAL O problema da decisão Nesta aula, teremos como objetivo principal entendermos o problema da decisão, como ele pode ser estruturado, o que é uma matriz de decisão, qual o problema que surge do fato de sempre termos múltiplas escolhas possíveis para uma decisão e quais são os tipos de métodos para resolver o problema de escolha. Os dois primeiros temas tratarão da estrutura do problema de decisão. Primeiramente, veremos como lidar com as alternativas que determinado decisor tem à disposição ou com o conjunto de possibilidades, expressas por meio de variáveis contínuas ou discretas, sobre as quais explicaremos as diferenças. Além disso, também veremos quais são as problemáticas possíveis de serem derivadas desse conjunto de possibilidades. Também abordaremos, nessa parte da aula, como dois diferentes trabalhos classificam essas problemáticas (Almeida, 2013; Cruz; Barreto; Fontanillas, 2014). No âmbito de um conjunto de possibilidades, podemos pensar em ordená-las, em qual alternativa é melhor do que a outra; mas, também, podemos apenas classificá-las como aceitáveis ou não e isso é pensar as diversas problemáticas possíveis. Posteriormente, veremos o que é uma matriz de decisão, algo fundamental para os estudos de processos decisórios. Mostraremos como essa matriz é decorrente das primeiras formas de pensar um problema, com base em vários critérios. Para que você consiga visualizar melhor a matriz, daremos um exemplo prático, a de um problema de fornecedores. Mostraremos como, diante da escolha de qual fornecedor deve-se comprar um produto, quais tipos (e com que variáveis) de critérios um decisor pode ter à mão para determinar se comprará do fornecedor 1 ou do 4. Por fim, veremos qual é a questão de múltiplos objetivos nas organizações, desafio sempre presente. Além disso, também veremos como são classificados os diferentes métodos de apoio à decisão. Esse tema vem por último por um motivo. Primeiramente, é importante pensarmos sobre como se estrutura um problema, o que fazer com as alternativas e, depois, como desenhá-lo de forma a entendermos su as possibilidades e as consequências de cada escolha. Justamente, ao final de tudo isso, precisaremos começar a pensar em um método para juntar todas as variáveis em um único indicador. Apesar de 3 não mostrarmos ainda o método em si – estudaremos isso em aulas posteriores –, já discutiremos quais as formas com que os autores classificam a gama de métodos já existentes. Boa aula! TEMA 1 – ESTRUTURA DO PROBLEMA DE DECISÃO (PARTE 1) Para um problema de decisão existir, é necessária a presença de pelo menos duas alternativas possíveis para que um dado executivo escolha entre elas – na verdade, geralmente existem muito mais do que duas opções de escolha. O conjunto de possibilidades de escolha de que trataremos pode ser formado tanto pelo tipo de variável chamada de contínua quanto pelo tipo de variável denominada de variável discreta. Variáveis contínuas são aquelas que possuem um número infinito de valores entre dois intervalos específicos. Um exemplo desse tipo de variável são a data e a hora, pois, entre a hora que você começou a estudar este material e a que você terminará o estudo, há infinitas possibilidades, podemos especificar o momento exato com horas, minutos, segundos, milésimos de segundos etc. Além disso, podemos pensar em um valor de pagamento de um serviço, no peso da massa corpórea de um funcionário ou na memória de um computador. Já as variáveis discretas são aquelas que possuem uma quantidade limitada de valores, em um intervalo. Por exemplo, número de reclamações de clientes. Nós temos uma ou duas ou três reclamações e não uma reclamação e meia ou uma reclamação e um décimo de reclamação. Outros exemplos são os de número de funcionários de uma repartição, quantidade de carros à disposição de um departamento ou quantidade de viagens realizadas a trabalho. Quando chegarmos aos métodos de apoio à decisão, iremos lidar especificamente com problemas que envolvam variáveis discretas. Assim sendo, teremos sempre um conjunto de possibilidades descrito da seguinte forma: A = {𝑎1, 𝑎2, 𝑎3, ..., 𝑎𝑛}. “Isso significa que cada alternativa representa um curso de ação disponível no conjunto de n possíveis alternativas disponíveis para implementação pelo decisor” (Almeida, 2013, p. 10). Opta-se por utilizar apenas variáveis discretas, em detrimento das variáveis contínuas, por elas serem casos mais comuns para os decisores e mais 4 didáticas para os alunos. Mas, ainda nesta aula, teremos um exemplo que envolverá variáveis contínuas. TEMA 2 – ESTRUTURA DO PROBLEMA DE DECISÃO (PARTE 2) Ao falarmos que um executivo tem por objetivo tomar posição em relação a uma alternativa presente no conjunto A, queremos dizer que esse decisor quer se posicionar pensando em uma problemática. “Uma problemática consiste numa forma de classificar o tipo de problema de decisão a partir da forma como o decisor deseja ter uma posição comparativa sobre o conjunto de alternativas A” (Almeida, 2013, p. 10). Sendo assim, existem, segundo Almeida (2013), quatro tipos de problemáticas possíveis de serem resolvidas: 1. problemática da escolha; 2. problemática da classificação; 3. problemática da ordenação; 4. problemática da descrição. Em relação à problemática 1, temos como “[...] objetivo esclarecer a decisão pela escolha de um subconjunto do espaço de ações” (Almeida, 2013, p. 10); já a 2 “[...] tem como objetivo a alocação de cada ação a uma classe”; a problemática 3, “[...] ordenar as ações”; e a 4 “[...] tem como objetivo apoiar a decisão através de uma descrição das ações e de suas consequências” (Almeida, 2013, p. 11). Já Cruz, Barreto e Fontanillas (2014, p. 202-203) classificam as problemáticas da decisão de uma forma distinta, apesar de maneira semelhante à de Almeida (2013). São classificadas também em quatro tipos: 1. descrição e cognição da questão; 2. problemática da seleção; 3. problemática da ordenação; 4. problemática de alocação em classes. A primeira tem “[...] por objetivo esclarecer a decisão por meio de uma descrição em linguagem adequada” (Cruz; Barreto; Fontanillas, 2014, p. 202). Os autores dão como exemplo uma reunião de brainstorming (expressão utilizada, no meio empresarial, para denominar uma reunião em que as pessoas têm liberdade para fazer uma “tempestade” de ideias), que serviria para analisar 5 as decisões dos concorrentes, levantando estratégias possíveis para a própria empresa. Nesse caso, não haverá uma decisão específica tomada. A segunda “[...] objetiva recomendar a escolha de uma alternativa” (Cruz; Barreto; Fontanillas, 2014, p. 202), como qual carro comprar ou qual remédio utilizar. Nesse caso, há a opção de uma escolha específica (dispensando qualquer classificação de todas as alternativas – já que só haverá uma opção escolhida), o que equivale à problemática 1 de Almeida (2013). A terceira “[...] objetiva recomendar a ordenação das alternativas” (Cruz; Barreto; Fontanillas, 2014, p. 203), tal como a problemática 3 de Almeida (2013), necessitando-se criar critérios objetivos e universais para aplicar às diversas alternativas, de forma equivalente. Essa é uma problemática muito utilizada no processo decisório, pois é importante que o decisor saiba como as outras opções estão diante da primeira opção. A quarta e última problemática “[...] objetiva recomendar a triagem das alternativas em categorias preestabelecidas, que podem ser ordenadas ou não” (Cruz; Barreto; Fontanillas, 2014, p. 203). Esta equivale à problemática 2 de Almeida (2013) e pode ter como exemplo a classificação de um candidato a uma vaga de trabalho como aprovado ou não aprovado. Cruz,Barreto e Fontanillas (2014) chamam a atenção para algo importante. Quando falamos em problemáticas, independentemente do autor que esteja abordando o assunto, o importante é compreender que podemos ter vários objetivos quando buscamos ferramentas de apoio à decisão e o analista de decisão deve estar atento a isso, pois, para cada problema, existe o método mais adequado para abordá-lo. TEMA 3 – MATRIZ DE CONSEQUÊNCIAS PARA PROBLEMA DE SELEÇÃO DE FORNECEDORES (PARTE 1) Como já vimos, tratamos de problemas com várias possibilidades de escolha. Caso contrário, se tivéssemos apenas uma escolha, não necessitaríamos refletir sobre isso e muito menos criar modelos matemáticos complexos para tratá-los, apenas escolheríamos a única possibilidade disponível. Assim sendo, é importante pensarmos em como pode ser estruturada uma análise das consequências de cada escolha feita por nós. 6 Reproduzimos, aqui, com base em uma tradução livre nossa, uma carta de Benjamin Franklin em que o político americano apresenta uma sugestão de análise de um dado problema. No caso de tanta importância para você, em que você pede meu conselho, não posso, por falta de instalações suficientes, aconselhá-lo sobre o que determinar, mas, se quiser, vou lhe dizer como. [...] meu caminho é dividir meia folha de papel por uma linha em duas colunas; escrevendo sobre uma um pró e sobre o outro um contra. […] Quando, assim, reúno todos eles em um ponto de vista, procuro estimar seus respectivos pesos; e onde encontro duas razões, uma de cada lado, que parecem iguais, bato nas duas. Se eu encontrar uma razão por igual a duas razões contras, eu aponto as três. Se julgar duas razões contrárias, iguais a três razões pró, apago as cinco; e, assim procedendo, encontro longamente onde está a balança; e se, depois de um ou dois dias de consideração adicional, nada de novo importante for de ambos os lados, chego a uma conclusão em conformidade. [...] Encontrei grande vantagem com esse tipo de equação e o que poderia ser chamado de algebre moral ou prudencial. (Franklin, 1772, citado por Almeida, 2013, p. 9-10, tradução nossa) Vejamos que Benjamin Franklin (1772, citado por Almeida, 2013, p. 9-10), apesar de não ter acesso aos últimos artigos acadêmicos publicados nas grandes revistas da área de processo decisório, já percebe que a primeira coisa a se fazer quando se está diante de um problema de decisão é criar uma tabela em que se vai dizer o que é positivo e o que é negativo em cada uma das alternativas possíveis. Dois séculos e meio depois, é mais ou menos o que nós ainda fazemos, mas com um pouco mais de sofisticação matemática e computacional. É importante que você entenda que ora nos propomos a “sofistar” esse mesmo método, que, de forma rudimentar, sempre foi utilizado pelos tomadores de decisão, ao longo da história. Começamos pela matriz de consequências, mas, futuramente, iniciaremos o estudo de uma série de métodos de apoio à decisão com um maior nível de sofisticação. TEMA 4 – MATRIZ DE CONSEQUÊNCIAS PARA PROBLEMA DE SELEÇÃO DE FORNECEDORES (PARTE 2) Quando decidimos alguma coisa, na verdade estamos decidindo de sua consequência, daquilo que esperamos que ocorra após tomarmos uma decisão. Ao dizermos que preferimos comprar um carro A ou um carro B não queremos dizer que temos uma fixação pelo modelo eleito para compra, mas que ele nos dará mais conforto, melhor desempenho ou que economizaremos comprando 7 aquele ao invés de outro. Não o fazemos pelo carro em si, mas por todas as consequências de sua aquisição. Com base nisso, podemos pensar em um exemplo de seleção de fornecedores criando o que chamamos de matriz de consequências: uma matriz em que estabelecemos as diversas alternativas e todos os critérios, ou consequência dos critérios (como vimos anteriormente) envolvidos para podermos avaliar – tal como o fez Franklin (1772, citado por Almeida, 2013, p. 9-10) –, de forma mais objetiva, que opção escolher. Tabela 1 – Matriz de consequências para problema de seleção de fornecedores alternativas/critérios preço ($) nível técnico (grau) defeitos (taxa) confiabilidade (taxa) entrega em tempo (taxa) capacidade de suprimento (itens) tempo de reparo (semana) período de garantia (meses) fornecedor 1 55 2 0,04 80 85 400 2 4 fornecedor 2 40 1 0,01 95 0,95 700 1 3 fornecedor 3 45 1 0,02 90 0,98 600 1 3 fornecedor 4 50 3 0,06 70 0,9 500 3 4 Fonte: Xia; Wu, 2007, citados por Almeida, 2013, p. 12. Como nos explica Almeida (2013, p. 12), Esse problema refere-se a um problema típico de seleção de fornecedores (XIA; WU, 2007). O decisor está interessado em selecionar um fornecedor, avaliando o conjunto disponível, conforme as consequências que este traz em relação a oito dimensões, que são os critérios. A Matriz de Consequências informa que consequência se poderá obter para cada alternativa, considerando um problema determinístico. Na Tabela 1, temos quatro tipos de fornecedores que entregam o mesmo produto, mas com características distintas entre si. Nesse caso, a matriz abarcou oito diferentes variáveis (ou critérios): preço do produto, nível técnico, defeitos, confiabilidade, entrega em tempo, capacidade de suprimento, tempo de reparo e tempo de garantia. Obviamente, o produto não se resume apenas àquelas dimensões, mas, para montar a matriz, temos que pensar em critérios e formas de mensurá-los. 8 A escolha de determinados critérios sempre deixará outros de fora. Por exemplo, na Tabela 1, poderíamos abarcar variáveis como o tempo de reparo ou a avaliação do produto por outros clientes; no entanto, como já dissemos em aulas anteriores, um modelo deve ser enxuto, pois cada variável nova vem com um novo custo (seja financeiro, seja de tempo) e, se tentarmos apreender 20 ou 30 variáveis, o modelo pode atrapalhar mais do que ajudar na tomada de decisão. Um outro exercício também é importante: o de transformar um critério em algo que possa ser contabilizado. O caso mais simples é o do dinheiro, aqui colocado como unidade monetária. Mas, em outras situações, ele também pode ser classificado como uma escala (preço barato, médio ou caro, por exemplo). Nem todo critério é obviamente calculado, tal como o chamado grau técnico. Aqui, poderíamos chegar a níveis técnicos perguntando a opinião, por exemplo, de especialistas no produto fornecido. Aplicando um questionário a 200 especialistas em um setor, poderíamos pedir para que eles classificassem de 0 a 10 o grau técnico de cada produto. Quando definimos oito critérios para quatro fornecedores, podemos pensar que há inúmeras formas de decidir qual será o melhor; mas, se o método não for bem pensado, poderemos chegar a conclusões erradas. Como comparar preço e nível técnico? Ou confiabilidade e tempo de entrega? Além disso, o decisor pode ter preferências mais fortes, tal como desejar o produto mais barato possível ou, caso tenha pressa, o produto com menor tempo de entrega. Tudo isso deve ser considerado. Por isso, veremos métodos de apoio à decisão que se basearão em matrizes como essa, apenas um pontapé inicial. TEMA 5 – A QUESTÃO DE MÚLTIPLOS OBJETIVOS NAS ORGANIZAÇÕES E A CLASSIFICAÇÃO DE MÉTODOS Para finalizar, é importante que discutamos duas coisas: 1. quais problemas são postos por termos sempre múltiplas escolhas diante de nós nas organizações; 2. quais são os tipos de métodos (ou como podemos classificá-los) para resolver esses problemas. 9 5.1 A questão de múltiplos objetivos, nas organizações Como vimos no tema anterior, a escolha com base em múltiplos objetivos está sempre posta, para os decisores. Como Almeida (2013, p. 13) nos diz, Para a vasta maioria dos problemas analisados, quando se paga por algo, tem-se uma contrapartida; ou vice-versa: quando recebe algo, tem-se um custo associado. Na realidadequando um problema é analisado como mono-objetivo, geralmente os outros objetivos são considerados como restrições. O autor ainda nos conta que os métodos que estudamos servem, justamente, porque “[...] não se podem representar todos os objetivos de um problema através de uma única métrica, tal qual unidades monetárias” (Almeida, 2013, p. 13). No exemplo da Tabela 1, com oito critérios tínhamos cinco métricas diferentes (unidades monetárias, graus, taxas, quantidade de unidades e tempo – medidos tanto em meses quanto em dias). Parte da importância dos métodos é lidar com essas diferenças, sintetizando um problema com que teríamos dificuldades por utilizarmos métricas diferentes. Para além disso, esses métodos multicritérios são importantes para mitigar a subjetividade da escolha, inerente a nós e intensificada ao tratarmos de tantas variáveis diferentes. 5.2 A classificação de métodos Para resolver problemas como o da subjetividade da escolha, dispomos de um conjunto de métodos de apoio à decisão, que podem ser classificados de diversas formas. Uma primeira diferenciação pode ser feita de acordo com a natureza do conjunto de alternativas, como vimos no Tema 1, se de conjuntos discretos ou se de conjunto de alternativas contínuas. [...] os métodos [podem ser] divididos entre esses dois grupos [...] problemas multicritério de conjunto discreto de alternativas e problemas multicritério de otimização. Deve-se observar que a maioria dos problemas de natureza gerencial se apresenta com um conjunto discreto de alternativas, dando certo destaque a esse conjunto de métodos MCDA [multiple-criteria decision-making] discretos (Almeida, 2013, p. 15) Novamente, retornamos aqui à questão de por que variáveis discretas serem mais comuns em nossos estudos do que as contínuas. Para essas últimas, teríamos que aplicar modelos de otimização, mais comuns em trabalhos 10 da economia que tratam de teoria do consumidor e teoria da firma. Para nós, bastarão métodos com variáveis discretas. Uma segunda forma de classificação considera três tipos principais de métodos: 1. métodos de critério único de síntese, que agregam n critérios em um único critério-síntese; 2. métodos de sobreclassificação, que podem ser feitos com ranqueamentos; 3. métodos interativos. Uma terceira forma de classificação de métodos pode ser feita do seguinte jeito, abrangendo igualmente três tipos: 1. métodos de agregação original, que “[...] desenvolvem a agregação dos critérios para os casos em que as avaliações intracritério são apresentadas através de informações ordinais” (Almeida, 2013, p. 16); 2. métodos de agregação baseados em informação parcial, que “[...] podem ser considerados quando não se dispõe de todas as informações para se desenvolver a avaliação” (Almeida, 2013, p. 16); 3. métodos com lógica fuzzy, que “[...] são utilizados para tratamento de problemas em que se considera imprecisão nas informações” (Almeida, 2013, p. 16). Esses últimos, apesar de não serem tratados por ora, estão presentes em grande parte da literatura mais moderna sobre métodos de apoio à decisão1. NA PRÁTICA Quando temos um problema com várias possibilidades de escolha e suas consequências, um primeiro passo que podemos dar é o de anotar cada detalhe em um papel (ou, mais fácil, em uma planilha de Excel), em forma de uma tabela ou mesmo fazendo uma tabela com duas colunas: de um lado, anotam-se os prós e, do outro, os contras de cada decisão e, ao final, soma-se cada coluna e vê-se o que compensa mais. No entanto, um gestor público não pode se dar ao luxo de fazer escolhas tão importantes com uma “ferramenta” tão rústica. Por 1 Almeida (2013) ainda trata de outros dois tipos de classificações de métodos, mas que não abordaremos nesta aula por entendermos que não há necessidade de nos aprofundarmos nesse assunto. 11 isso, cientistas da decisão desenvolveram métodos matemáticos para apoiar as decisões de gestores. Seria importante que você passasse a pesquisar se em agências, órgãos ou empresas estatais algum tipo de modelo/método de decisão é utilizado ou se, na prática, os gestores públicos ignoram o desenvolvimento de tais metodologias. FINALIZANDO Agora, você já sabe o que compõe a estrutura de um problema de decisão. Um conjunto de possibilidades aparece diante do decisor e este deve sistematizá-lo de alguma forma, para optar por uma única escolha, para fazer uma ordenação ou para saber quais são as alternativas que estão disponíveis para sua escolha. Com isso, chegamos ao núcleo dos estudos de processo decisório, a matriz de decisão, uma forma eficiente de listar as opções e os critérios para que o decisor possa escolher qual é a melhor saída para o que ele precisa. Para isso, demos um exemplo prático de uma matriz de decisão de seleção de fornecedores, um problema clássico na área de gestão. Por fim, vimos quais são as questões envolvidas com lidarmos com múltiplos objetivos nas organizações, com a necessidade de utilização de métodos multicritérios. Além disso, também vimos quais são os tipos de métodos de apoio à decisão que os analistas de decisão utilizam para subsidiar o executivo, classificando-os – métodos esses que veremos nas próximas aulas. 12 REFERÊNCIAS ALMEIDA, A. T. Processo de decisão nas organizações: construindo modelos de decisão multicritérios. São Paulo: Editora Atlas, 2013. CRUZ, E. P.; BARRETO, C. R.; FONTANILLAS, C. N. O processo decisório nas organizações. Curitiba: Editora InterSaberes, 2014.
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