Buscar

A Invenção da Psicanálise

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A INVENÇÃO DA PSICANÁLISE
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA
A NVENÇÃO DA LOUCURA E A PSIQUIATRIA
Segundo Foucault a loucura, até o século XVII, não existia. O que existia era a diferença e o lugar social que essas pessoas diferentes ocupavam. Só a partir do pensamento cartesiano é que a psiquiatria moderna passou a classificar algumas dessas pessoas diferentes como sendo loucos, ou seja, desprovidas de razão e por isso doentes. Os loucos passaram a ter socialmente o mesmo lugar dos alcoólatras, delinquentes, ladrões, leprosos e etc. Mais ainda, o louco passou a ser identificado muitas vezes com um animal, já que ambos eram desprovidos de racionalidade. Se o louco e o animal se equivaliam; semelhante também eram as formas de domesticação e dominação exercida sobre ambos. O louco era tratado como um animal. 
O COGITO FREUDIANO
A invenção do método psicanalítico proposto por Freud produz uma ruptura no paradigma cartesiano. Segundo o próprio Freud a psicanálise impôs a humanidade uma terceira ferida narcísica. A primeira se dera quando Copérnico retira a terra do centro do universo. A segunda quando Darwin retira o homem do lugar de maior importância em meio as outras espécies. E a última, realizada pela psicanálise quando Freud retira o homem do centro de si mesmo. A revolução freudiana se exprime magistralmente na seguinte frase:
“O homem não é senhor em sua própria casa.”
O COGITO FREUDIANO
Nesse contexto da crença no progresso científico e da centralização da razão humana como fundamento do ser, é que Freud vem propor a existência de conteúdos psíquicos que escapam a razão. O que Freud pretendia demonstrar era que nem todo pensamento poderia ser acessado pela razão, alguns pensamentos são inconscientes, inacessíveis a consciência, e não apenas isso, tais pensamentos são mais determinantes a vida cotidiana do que pensamentos racionais. Para Freud o que governa o homem não é sua capacidade de esclarecimento racional e de domínio próprio, mas desejos ocultos a consciência. Mas como Freud chega a esta conclusão?
Desidero ergo sum
A frase acima pode ser traduzida por desejo, logo sou. Freud, mesmo permanecendo convicto de sua vocação científica e tentando provar o método psicanalítico como um método científico, ao propor a importância da existência de desejos inconscientes provocou uma poderosa ruptura epistemológica com o pensamento de seu tempo, além do impacto cultural que aos poucos foi ganhando espaço nas artes.
Freud, um neurologista, estudioso da anatomia cerebral, se depara com uma epidemia que assola a Europa na segunda metade do século XIX. A histeria acometia mulheres adultas e as levava a manifestação de um conjunto de sintomas, como: cegueira, paralisação de membros, contrações, convulsões, desmaios, falta de apetite, insensibilidade, alterações bruscas de humor. Eram mulheres com capacidade de encenar e reproduzir o sofrimento alheio, mulheres que expressavam a loucura e a miséria de uma sociedade repressora. Em 1885, Freud chega a Paris afim de conhecer o trabalho de Charcot com as histéricas. Charcot acreditava que a histeria não era causada por alguma complicação no útero, ele pretendia provar sua etiologia neurológica. Para Charcot a causa da histeria se encontrava no sistema nervoso. 
Jean Martin Charcot
Extraído do filme Augustine. Direção Allice Winocour. 2012. DVD.
A HIPNOSE
Charcot, com o intuito de reproduzir as crises histéricas de suas pacientes, as hipnotizava. O transe permitia demonstrar a maleabilidade dos sintomas histéricos. Ele os suprimia e os deslocava para outros pacientes, tudo isso em frente a uma plateia de republicanos liberais parisienses. As alterações fisiológicas presentes na hipnose comprovavam que a histeria desafiava completamente as leis da anatomia neurológica e refutavam a ideia de que a histeria não passava de uma simulação. 
Une leçon clinique à la Salpêtrière (1887) Pierre-André Brouillet
A HIPNOSE
De volta a Viena, Freud trazia de Paris uma ideia inegável: a relação de uma paciente histérica com seu médico se assemelhava bastante com uma relação amorosa. Esta é a centelha que mais tarde culminaria na hipótese de que a histeria era causada por um trauma sexual da infância. Mas antes Freud encontra Joseph Breuer, médico, também interessado na histeria, que utilizava a hipnose como ferramenta terapêutica. Breuer acreditava que a histeria era causada por um evento traumático marcante da história do sujeito, mas negava avidamente qualquer relação deste evento traumático com a sexualidade. A função da hipnose para Breuer era a de trazer a tona a memória desse acontecimento traumático e, consequentemente, eliminar o núcleo gerador dos sintomas histéricos.
O MÉTODO CATÁRTICO
A esta técnica Breuer dá o nome de método catártico. A hipnose abria para o médico o acesso as memórias reprimidas, uma vez a tona o paciente podia, então, provocar o desaparecimento de seu sintoma. Anna O. foi a única paciente que Breuer tratou pelo método catártico. Com essa paciente Breuer obteve grande sucesso em extirpar vários de seus sintomas. No entanto, o tratamento teve de ser interrompido já que Anna O. estava decididamente apaixonada por seu médico, o qual enfrentava no âmbito conjugal o ciúmes de sua esposa. Freud então assume o caso Anna O. e logo percebe mais uma vez essa estranha tendência histérica: o estabelecimento da relação amorosa entre médico e paciente. 
 O MÉTODO PSICANALÍTICO
Anna O.
O MÉTODO PSICANALÍTICO
Freud usará o método catártico e perceberá a presença de uma resistência ao tratamento. Mesmo que o paciente fosse facilmente hipnotizável nem sempre era evidente que ele conseguia trazer a tona a memória do evento traumático. Torna-se, então, primordial para Freud a noção de defesa. O conteúdo que insistia em permanecer oculto, assim o fazia devido a uma necessidade de defesa. 
Afim de investigar com mais propriedade o fenômeno da defesa Freud será obrigado a abandonar a hipnose que segundo ele ocultava o fenômeno da resistência. “A história da psicanálise só começa com a nova técnica que dispensa a hipnose.” (Freud, 1914/1996, p. 26)
O MÉTODO PSICANALÍTICO
A essa nova técnica Freud dará o nome de método psicanalítico, a qual lhe permitirá entrever, no discurso que o paciente profere, sua defesa contra o núcleo traumático gerador da patologia. Para Freud o evento traumático seria responsável por criar um núcleo patogênico do qual emanaria toda energia responsável pela existência dos sintomas. O mecanismo que ligaria o núcleo patogênico a formação do sintoma poderia ser chamado conversão. A memoria do evento traumático seria evitada e até mesmo encoberta pelos mecanismos de defesa do aparelho psíquico. O tratamento psicanalítico consistiria então em tornar consciente as ideias ligadas ao trauma, afim de que essas pudessem ser elaboradas e, consequentemente, desinvestidas da formação sintomática. Assim, Freud abandona o método catártico e inaugura o que ele chamou de método psicanalítico. 
1. Evento traumático
 2. Núcleo Patogênico
1. Memória do evento
2. Defesa
3. Ficção
Psicanálise
O MÉTODO PSICANALÍTICO
Em suas observações sobre a histeria salta aos olhos de Freud o aspecto sexual sempre presente nesta patologia. Tanto na relação com o médico, quanto nas características dos sintomas a sexualidade dessas mulheres se apresentava tacitamente. Freud, então, a contra gosto de Breuer levanta a hipótese de que o trauma causador da histeria seria a de um abuso sexual. Grosso modo o que Freud estava firmando é que toda histérica teria sido abusada sexualmente na infância. Mais tarde Freud faz uma importante correção na teoria; a sedução sofrida na infância não necessariamente precisava ser real para que houvesse o trauma. Uma fantasia sexual infantil já era o suficiente para que o núcleo traumático patogênico fosse instalado. 
A CONSOLIDAÇÃO DA PSICANÁLISE
Em 1900 Freud publica sua obra prima, A Interpretação dos Sonhos. Apesar do fracasso de vendas da primeira edição, aos poucos, a teoria freudiana vai ganhando espaço atéalcançar no inicio do século XIX sua difusão em mais de 42 países. Neste trabalho Freud abandona parcialmente a teoria do trauma e da sedução e atribui a causa da histeria a existência de um conflito psíquico inconsciente. A noção de inconsciente torna-se central na teoria freudiana, fazendo com que os sintomas histéricos, assim como os sonhos, sejam considerados expressões de desejos inconscientes. Os sintomas histéricos podem então ser interpretados, o que contribuirá para o continuo desenvolvimento da técnica psicanalítica. 
Conceitos fundamentais da psicanálise
O inconsciente freudiano
O uso do termo inconsciente não era novidade na época de Freud. A novidade do inconsciente freudiano que abriu-lhe caminho para a consolidação do método psicanalítico se encontra no fato de Freud concebê-lo como algo dinâmico, com um funcionamento estruturado, passível de ser compreendido. Para Freud o inconsciente não é o lugar dos mistérios mais profundos da alma, tornando o analista responsável por fazer essa sondagem do mundo interior. O inconsciente, ao contrário está na superfície e se manifesta constantemente na vida cotidiana através daquilo que um sujeito fala, sonha, ou mesmo através de seus sintomas. O inconsciente freudiano é ação, não traz tranquilidade, não fica quieto, é perturbador e sempre detêm a ultima palavra. 
“A percepção predominante do inconsciente é a de que ele é o domínio das pulsões irracionais, algo oposto ao eu consciente e racional. O inconsciente freudiano causou tamanho escândalo não por afirmar que o eu racional está subordinado ao domínio muito mais vasto dos instintos irracionais cegos, mas porque demonstrou como o próprio inconsciente obedece a sua própria gramática e lógica: o inconsciente fala e pensa. O inconsciente não é terreno exclusivo de pulsões violentas que devem ser domadas pelo eu, mas o lugar onde uma verdade traumática fala abertamente.” (Zizek, 2010, p. 9)
O inconsciente para Freud:
Não é um lugar de armazenamento de conteúdo mental.
É um dos sistemas do aparelho psíquico. 
É um sistema que se comunica com um outro sistema denominado por ele sistema Pré-consciente/Consciente.
Não opera com a negação, esta só aparece na fronteira entre os dois sistemas.
Tem seu modo de funcionamento denominado processos primários
Não opera cronologicamente (atemporalidade linear)
“[...] a essência da repressão consiste simplesmente em afastar determinada coisa do consciente, mantendo-a à distância.” (Freud, 1915, p. 170)
O recalque originário
“[...] a repressão não é um mecanismo defensivo que esteja presente desde o início; ela só pode surgir quando tiver ocorrido uma cisão marcante entre a atividade mental consciente e a inconsciente;” (Freud, 1915, p. 170)
A criança antes de ser inserida no campo simbólico registra a realidade por suas percepções aleatórias e desorganizadas, permanecendo envolvida por sua capacidade infinita de associações de imagens. Não há, da parte da criança, qualquer mecanismo de defesa contra os excessos provenientes do mundo externo, até que o mecanismo do recalque seja instalado essa tarefa necessita do amparo dos pais. Assim, toda vez que uma experiência excessivamente excitatória acomete seu aparelho psíquico, cria-se uma inscrição, como um sulco gravado madeira, que irá determinar mais adiante qual conteúdo deverá ser recalcado. 
A inauguração do inconsciente
A inauguração do inconsciente se dá no momento em que a criança é inserida no campo simbólico. É devido a uma necessidade de defesa que a criança lança mão do mecanismo do recalque que irá lhe proporcionar se ver livre daquilo que momentaneamente escapa sua capacidade de ordenação simbólica da realidade. Questões relativas a sexualidade e a morte, permanecem, sem possibilidade de elaboração simbólica e tem, portanto, seus representantes psíquicos levados para o inconsciente, de modo que o sujeito possa protelar o enfrentamento de tais questões. As experiências passíveis de elaboração irão compor o conteúdo não cesurado, autorizado e permanecer na consciência. Elas serão reconhecidas como parte constituinte do sujeito e poderão ser compartilhadas socialmente. 
O retorno do recalcado
Uma vez estabelecida a cisão, por parte do sistema Pré-consciente uma força que irá a todo custo tentar manter certos representantes ideativos fora da consciência. A representação então mantida no inconsciente ligar-se-á a outros representantes ideativos, criando-se uma cadeia, de modo que quanto mais distante do representante originalmente recalcado mais modificado ele se torna. Assim, um representante ideativo após passar por condensações e deslocamentos pode, ludibriando a barreira do recalque retornar a consciência de maneira disfarçada, aparentemente sem qualquer ligação com o representante ideativo recalcado. Aquilo que retorna a consciência são, portanto, formações do inconsciente. As formações do inconsciente se manifestam de 5 formas diferentes.
Inconsciente
RECALQUE
Censura
Consciência
Retorno do 
recalcado
 1. Deslocamento
 2. Condensação
Sintomas
Esquecimentos
Sonhos
Atos falhos
Chistes
Os sonhos
Freud teve como intuito demonstrar a influência das forças inconscientes não apenas na vida dos neuróticos, mas também na vida cotidiana de uma pessoa dita normal. Afinal, apenas os neuróticos tem o inconsciente? A resposta negativa a esta pergunta nos leva a hipótese de que o inconsciente se manifesta também na vida das pessoas normais, através sobretudo de sonhos. Freud então propõe um método de interpretação dos sonhos. A partir da hipótese do inconsciente irá afirmar que os desejos recalcados no inconsciente irão retornar de maneira encoberta nos sonhos. Os sonhos interpretam o inconsciente com o intuito de satisfazer seu desejo de uma maneira encoberta. Não se trata de uma chave de interpretação com símbolos pré-estabelecido do tipo: sonhar com uma serpente = conquista de fama e dinheiro. 
“O conteúdo dos sonhos é uma satisfação de desejo.”
O sonho do Sr. S. 
S. conta que em seu sonho passava de carro em frente a um restaurante no região do bairro Anchieta em Belo Horizonte. Ao passar ali percebeu que um amigo estava sendo encurralado e ameaçado por um grupo de pessoas muito suspeitas. S. se sente culpado por não parar para tentar defender o amigo, mesmo assim segue seu caminho. Na volta, passa pelo mesmo local e percebe que o amigo havia sofrido o ataque. Ele estava estirado no chão em condições deploráveis, completamente espancado. Após o relato do sonho, S. conta que esse amigo, certa vez, em uma partida de futebol, disputara brutalmente a bola com ele, o que provocou em S. a fratura de um dos dedos do pé. S. nega avidamente que o sonho tenha sido um espécie de vingança contra esse amigo e logo se lembra de um outro detalhe: O amigo namora com uma garota por quem S. tinha se interessado e não lhe tinha correspondido o amor. O sonho assim, de maneira encoberta satisfaz o desejo inconsciente de S. de eliminar o seu rival, que não apenas lhe quebrara um dedo, mas também detinha a mulher que desejava.
Esquecimentos
São fenômenos geralmente taxados como sem importância, sem sentido, resultado da desatenção. Normalmente não damos a menor importância para esses fenômenos e é exatamente neles que Freud passa a procurar o inconsciente. Esse fenômenos, aparentemente inofensivos, denunciam um desejo inconsciente que demanda realizar-se. 
A psicopatologia da vida cotidiana
Porque razão, em tantas ocasiões, deixa de nos ocorrer um nome próprio que pensamos conhecer perfeitamente? E Por que os nomes próprios estão mais susceptíveis ao esquecimento?Freud passa então a examinar o esquecimento do nome Signorelli. O fato de ter esquecido um nome aparentemente banal indica a Freud que na verdade ele estava querendo esquecer alguma outra coisa. Aquele esquecimento sem importância passa a ser a pista de que havia algo mais importante que deveria ser esquecido. 
O ato falho
Todo ato falho é um ato bem sucedido do inconsciente. 
A cada vez que liga para sua namorada P. errana discagem a caba se conectando com sua mãe. Quando ela atende ele diz:
Alô, amor.
Ela responde:
Oi meu filho, tudo bem? Também te amo, viu.
Ele surpreso, responde:
- Ops, estava tentando ligar para Laura. 
O sintoma
O recalque age sobre a pulsão fazendo com que o representante ideativo seja levado ao inconsciente. A consciência cria, então, um substituto para o representante ideativo reprimido. Este substituto assegurará ao sujeito a não satisfação completa da pulsão, bem como a presença de uma quantidade necessária de desprazer. 
A interpretação dos sonhos, dos esquecimentos, lapsos e outros atos falhos atesta a existência do inconsciente. Ninguém pode fazer as pazes com o inconsciente – ele permanece sempre o Outro. Em 1933, Freud escreve: “Chamamos de inconsciente um processo psíquico cuja existência é preciso supor porque [...] nós o deduzimos de seus efeitos, mas dele não sabemos nada.”
O inconsciente estruturado como uma linguagem
“O inconsciente é estruturado como uma linguagem”. Da mesma forma que uma língua tem uma estrutura que ordena os elementos que a compõe, a linguagem de um modo geral também é composta por elementos estruturais. O inconsciente assim como a linguagem tem em sua estrutura componentes, como o deslocamento, que são processos linguísticos conhecidos como metáfora e metonímia. 
Metáfora e metonímia
Condensação e Deslocamento
A condensação, equivalente a metáfora, corresponde ao mecanismo que torna o conteúdo manifesto mais condensado do que o conteúdo latente. O conteúdo manifesto será portanto sempre menor do que o conteúdo latente. No sonho por exemplo, uma pessoa pode condensar características de outras quatro pessoas. No caso do deslocamento, que corresponde ao processo linguístico da metonímia, há deslizamento de um significante ao outro de modo que o primeiro significante da cadeia tenha quase nenhuma relação evidente com o significante latente. 
Referencias Bibliográficas
CASTANET, Hervé. Compreender Freud. Zahar, 2011.
FREUD, Sigmund. Repressão, 1915. In: ______. A história do movimento psicanalítico. Rio de Janeiro: Imago, 1996. p. 145-162. (Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, 14).
FREUD, Sigmund. Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, 1905. In: ______. Um caso de histeria e Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. Rio de Janeiro: Imago,1996. p. 163-195. (Edição standard brasileira das obras psicológicas completas deSigmund Freud, 7).
FREUD, Sigmund. Os instintos e suas vicissitudes, 1915. In: ______. A história do movimento psicanalítico. Rio de Janeiro: Imago, 1996. p. 115-144. (Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, 14).
FREUD, Sigmund. Além do princípio de prazer, 1920. In: ______. Além do princípio de prazer. Rio de Janeiro: Imago, 1996. p. 11-75. (Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, 18).
JORGE, Marco Antonio Coutinho. Fundamentos da psicanálise de Freud a Lacan. Zahar, 2000.
SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de linguística geral. 1978.
ŽIŽEK, Slavoj. Como ler Lacan. Zahar, 2010.

Outros materiais