Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ESPORTES COMPLEMENTARES PROFESSORES Patric Paludett Flores et al. Quando identificar o ícone QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online. O download do aplicativo está disponível nas plataformas: Acesse o seu livro também disponível na versão digital. Google Play App Store ESPORTES COMPLEMENTARES 2 NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação Cep 87050-900 - Maringá - Paraná - Brasil www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; FLORES, Patric Paludett. Esportes Complementares. Patric Paludett Flores et al. Maringá - PR.:Unicesumar, 2019. 220 p. “Graduação em Design - EaD”. 1.Esportes . 2. Complementares. 3. EaD. I. Título. ISBN: 978-85-459-1765-6 CDD - 22ª Ed. 796 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha Catalográfica Elaborada pelo Bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Impresso por: DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi. NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Executiva Chrystiano Minco�, James Prestes, Tiago Stachon, Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho, Diretoria de Permanência Leonardo Spaine, Diretoria de Design Educacional Débora Leite, Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho, Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima, Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia, Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey, Gerência de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira, Gerência de Curadoria Carolina Abdalla Normann de Freitas, Supervisão de Produção de Conteúdo Nádila Toledo. Coordenador(a) de Conteúdo Mara Cecília Rafael Lopes, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração Thayla Guimarães, Designer Educacional Nayara Valenciano e Kaio Vinicius, Revisão Textual Cíntia Prezoto, Ilustração Bruno Pardinho, Fotos Shutterstock. Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos com princípios éticos e profissionalismo, não somente para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo- nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educadores soluções inteligentes para as necessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! Wilson Matos da Silva Reitor da Unicesumar boas-vindas Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Comunidade do Conhecimento. Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, atemporal, global, democratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais. De fato, as tecnologias de informação e comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da educação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em diferentes lugares e da mobilidade dos celulares. As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram a informação e a produção do conhecimento, que não reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em segundos. A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das desigualdades, propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está disponível. Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância (EAD), significa possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos em informações e interatividade. É um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. Willian V. K. de Matos Silva Pró-Reitor da Unicesumar EaD Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, contribuindo no processo educacional, complementando sua formação profissional, desenvolvendo competências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica. boas-vindas Débora do Nascimento Leite Diretoria de Design Educacional Janes Fidélis Tomelin Pró-Reitor de Ensino de EAD Kátia Solange Coelho Diretoria de Graduação e Pós-graduação Leonardo Spaine Diretoria de Permanência autores Professora Ana Luiza Barbosa Anversa Doutora em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado da Universidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina - UEM/ UEL (2017); Mestre em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Asso- ciadoda Universidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina - UEM/UEL (2011); Especialista em Prescrição Personalizada de Exercícios Físicos pela Universidade Estadual de Maringá - UEM (2010), Especialista em Educação a Distância e tecnologias educacionais pelo Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR (2014); Graduada em Educação Física - Licenciatura Plena pela Universidade Estadual de Maringá - UEM (2007). Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/7812424308966855>. Professora Bruna Solera Mestre em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado da Uni- versidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina - UEM/UEL (2018); Especialista em Educação Especial pelo Instituto Paranaense de Educação - IPE (2016); Especialista em Psicomotricidade no Contexto Escolar pelo Instituto Paranaense de Educação - IPE (2015); Graduada em Educação Física - Bacharelado (2014) e Licenciatura (2013) pela Universidade Estadual de Maringá - UEM. Espe- cializanda em Arte, Educação e Terapia no Instituto Paranaense de Educação – IPE. Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/4778060448341914> Professor Jiusom Tokumi Akiyama Graduado em Educação Física - Licenciatura pelo Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR (2016); Professor de Beisebol da Associação Cultural e Esportiva de Maringá - ACEMA. Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/9400476870964008>. Professora Joicy Ligia de Andrade Especializanda em Personal Training e Metodologia da Preparação Física no Centro Universitário Ingá - UNINGÁ; Especialista em Teoria Histórico Cultural pela Universidade Estadual de Maringá - UEM (2016); Graduada em Educação Física - Bacharelado (2014) e Licenciatura (2013) pela Universidade Estadual de Maringá - UEM. Mestranda em Educação Física pelo Programa Pós-Graduação Associado da Universidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina - UEM/UEL. Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/9093685922231430>. Professora Mariana Amendoa Puppin Akiyama Graduada em Educação Física - Licenciatura pelo Centro Universitário de Marin- gá - UNICESUMAR (2016). Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/9591796087777262>. autores Professora Naline Cristina Favatto Mestre em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado da Universidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina - UEM/UEL (2016); Especialista em Educação Especial com ênfase em deficiência visual pelo Instituto Eficaz (2014); Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Faculdade do Centro do Paraná, UCP/ASSESPI (2011); Especialista em Educação Especial com ênfase em Libras pela Faculdade Estadual de Educação Ciências e Letras de Paranavaí - FAFIPA (2011); Graduada em Educação Física Licenciatura e Bacharelado pelo Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR (2011). Doutoranda em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado da Universi- dade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina - UEM/UEL. Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/5241937170211496>. Professor Patric Paludett Flores Doutor em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado da Universidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina - UEM/UEL (2018); Mestre em Educação pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM (2013); Especialista em Educa- ção Física Escolar pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM (2012); Graduado em Educação Física - Licenciatura pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM (2010). Professor da Rede Municipal de Florianópolis (2013); Professor do curso de Educação Física do Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR. Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/9742209806410309>. Professora Patricia Carolina Borsato Passos Doutora em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado da Universidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina - UEM/UEL (2018); Mestre em Educa- ção Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado da Universidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina - UEM/UEL (2014); Especialista em Morfofisiologia aplicada à Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá - UEM (2003); Graduada em Educação Física - Licenciatura Plena pela Universidade Estadual de Maringá - UEM (2000); Árbitra pela Fe- deração de Desportos Aquáticos do Paraná - FDPA; Professora de Educação Física da Prefeitura de Maringá (2004); Professora na Universidade Estadual de Maringá - UEM (2008); Professora na Universidade Paranaense - UNIPAR (2015-2016). Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/3088795225853584>. Professora Suelen Vicente Vieira Mestre em Educação Física pelo Programa Pós-Graduação Associado da Universidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina - UEM/UEL (2016); Especialista em Metodologia da Educação Física pela Faculdade Eficaz (2016); Graduada em Educação Física - Licenciatura e Bacharelado pela Universidade Estadual de Maringá - UEM (2013). Doutoranda em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado da Universidade Estadual de Maringá e Uni- versidade Estadual de Londrina - UEM/UEL. Professora de Educação Física da rede municipal de Maringá. Professora Mediadora do curso de Educação Física do Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR. Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/0695426170915616>. apresentação do material ESPORTES COMPLEMENTARES Professor Dr. Patric Paludett Flores Prezado(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! Este material foi construído para poten- cializar sua aprendizagem a respeito de algumas práticas corporais da família dos esportes, as quais, aqui, denominaremos de esportes complementares, já que a ideia é diversificar a aquisição de modalidades para além dos esportes tradicionais (voleibol, basquetebol, handebol e futebol/futsal). Neste livro, você perceberá que, ao longo de cada unidade, serão apresen- tados conhecimentos e saberes sobre diferentes modalidades esportivas que integram os esportes com marca, de aventura, com rede divisória, de invasão e campo e taco aumentando o repertório de conteúdos explorados e trabalhados na sua formação profissional, bem como possibilitando novos olhares para a sua atuação dentro do campo da Educação Física. Na primeira unidade, você conhecerá uma das modalidades dos esportes de marca: a Natação. Os esportes de marca são caracterizados pelo fato de o resultado surgir da comparação dos índices alcançados pelos praticantes durante a realização de uma prova, na qual os adversários medem forças para saber quem foi mais rápido, longe ou levantou mais peso. Um das características de maior visibilidade desses esportes é a quebra de recordes (superando marcas anteriormente registradas), que, por vezes, ganham mais destaque do que o resultado da própria competição. Posteriormente, na segunda unidade, trataremos de algumas modalidades relacionadas aos esportes de aventura: Skate, Parkour e Slackline. Os esportes de aventura têm se tornado uma característica do mundo atual, e a maioria dessas modalidades apresentam a busca de um retorno à essência humana, de reaproximação ao meio natural e o desejo do desafio e superação de limi- tes. Vale ressaltar que a criação de técnicas e equipamentos para a prática de esportes de aventura é essencial à dinâmica e execução desta. Na terceira unidade, apresentamos algumas das práticas corporais que fazem parte da categoria dos esportes com rede divisória: Peteca, Badminton, Tênis de Campo e Tênis de Mesa. Esportes com rede divisória são modalidades nas quais se arremessa, lança ou se bate na bola ou peteca em direção à quadra oposta, sobre uma rede que divide os lados adversários, na tentativa que o rival não consiga ou a devolva fora da quadra adversária ou minimamente tenha dificuldades para devolvê-la. É interessante que esses esportes seorientam por desafios táticos ofensivos e defensivos semelhantes. Contudo, faz-se importan- te diferenciar que, conforme a modalidade, algumas jogadas são passíveis de realização de passes entre os colegas de equipe e em outras tal ação é vetada, mesmo havendo a colaboração de um companheiro durante o jogo. A quarta unidade traz uma das modalidades dos esportes de invasão: o Rugby. Os esportes de invasão são caracterizados pelo fato de que as equipes precisam ocupar o setor da quadra/campo defendido pelo adversário para marcar pontos que podem ser definidos, tais como gols, cestas ou touchdown, e, ao mesmo tempo, precisam proteger a própria meta. Pode-se perceber, entre tantas semelhanças, que as equipes jogam em quadras ou campos retangulares, e em uma das linhas de fundo ou num dos setores ao fundo, encontra-se a meta a ser atacada e, na outra linha ou setor de fundo, a que deve ser defendida. Ter a posse de bola é outra necessidade fundamental para atacar a meta do adversário e criar condições para alcançar o objetivo final. Em nossa última unidade, você terá acesso a uma das manifestações dos esportes de campo e taco: o Beisebol. Os esportes de campo e taco reúnem as modalidades que se configuram por rebater uma bola lançada pelo adversário o mais longe possível, para tentar percorrer o maior número de vezes as bases, ou a maior distância possível entre as bases (aproveitando que os defensores ainda não recuperaram o controle da bola) e, então, somar pontos. Nessa categoria, encontramos diversas modalidades que são pouco conhecidas e praticadas no Brasil, mas que têm popularidade e visibilidade em outros países. Lembre-se, o esporte é uma das temáticas da cultura corporal de movimento e, atualmente, tem se configurado como uma das manifestações culturais mais propagadas em todo o mundo, seja para a prática cotidiana no seio das variadas comunidades e pessoas, ou para o âmbito do espetáculo. Tanto os praticantes de esporte como os profissionais que o ensinam encontram diferentes senti- dos e significados na sua prática. Por isso, faz-se necessário que conheçamos a história de cada esporte, seus elementos técnicos e táticos, como também as várias formas de aprendê-lo, jogá-lo e ensiná-lo. Sendo assim, diante da necessidade de estudarmos, problematizamos e viven- ciarmos as múltiplas manifestações do esporte, na perspectiva de transcender os esportes inculcados na nossa sociedade como tradicionais, convido você a mergulhar com atenção nas cinco unidades que engendram este material, buscando reflexões e apontamentos para sua formação e desenvolvimento profissional. Vamos à leitura? apresentação do material sumário UNIDADE I ESPORTES AQUÁTICOS: NATAÇÃO 18 Introdução aos Esportes Aquáticos: Adaptação ao Meio Líquido e Aspectos Históricos da Natação 22 Os Quatro Estilos da Natação 28 Regras Básicas da Natação 32 O Ensino da Natação 36 Considerações Finais 41 Referências UNIDADE II ESPORTES DE AVENTURA 49 Introdução aos Esportes Radicais 50 Aspectos Históricos, Aplicação Pedagógica, Características e Classificações do Skate 58 Aspectos Históricos, Aplicação Pedagógica, Características e Classificações do Parkour 64 Aspectos Históricos, Aplicação Pedagógica, Características e Classificações do Slackline 70 Esportes Radicais de Ação e Aventura 82 Considerações Finais 88 Referências UNIDADE III ESPORTES COM REDE DIVISÓRIA 96 Peteca 101 Badminton 109 Tênis de Campo 122 Tênis de Mesa 129 Esportes com Rede Divisória na Escola 132 Considerações Finais 138 Referências UNIDADE IV ESPORTES DE INVASÃO: RUGBY 144 Conhecendo a História do Rugby 147 O Que é o Rugby? 168 Variações do Rugby 172 Modelos de Exercícios de Iniciação no Ensino do Rugby 177 Considerações Finais 182 Referências UNIDADE V ESPORTES DE CAMPO-E-TACO: BEISEBOL 188 Das Raízes à Modernidade: Beisebol, um Esporte em Evolução 190 Equipamentos do Beisebol 196 Posição e Função dos Jogadores em Campo 202 Regras do Beisebol e Dinâmica de Jogo 206 O “Minibeisebol”: uma Estratégia Pedagógica 213 Considerações Finais 218 Referências Professora Dra. Patricia Carolina Borsato Passos Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Introdução aos esportes aquáticos: adaptação ao meio líquido e aspectos históricos da natação • Os quatro estilos da natação • Regras Básicas da Natação • O Ensino da Natação Objetivos de Aprendizagem • Reconhecer as características do ambiente aquático, atividades de adaptação ao meio líquido e os aspectos históricos da natação. • Analisar o movimento técnico dos quatro estilos da natação. • Reconhecer as regras básicas da natação. • Possibilitar ações pedagógicas para o ensino da natação. ESPORTES AQUÁTICOS: NATAÇÃO unidade I INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), nesta unidade, você poderá se apropriar de uma das modalidades esportivas mais prazerosas que existe, a nata-ção. Organizamos o conhecimento básico sobre ela em quatro tópicos para que o aprendizado seja facilitado e didático durante esta uni- dade. O conhecimento do ambiente aquático é imprescindível para que o professor e profissional de Educação Física possa elaborar atividades para a adaptação ao meio líquido. Ainda, abordaremos os aspectos históricos da natação, pois reconhecendo a construção histórica desta modalidade, o professor de natação vai compreender a atuação de outros profissionais que obtiveram sua formação baseada em outros fundamentos científicos e, assim, podem atuar em harmonia, mas buscando sempre a evolução baseada em conhecimento científico e democratização deste esporte. Para tanto, o segundo tópico é um o conhecimento necessário para que você possa analisar o movimento técnico dos quatros nados da na- tação – crawl, peito, costas e borboleta –, com base no desenvolvimen- to histórico destes em nossa sociedade. Será detalhado o movimento de braçada, pernada, respiração e coordenação de cada um dos nados. Na sequência, abordaremos algumas regras da natação competitiva, no que diz respeito à piscina e suas principais marcações, principais funções, po- sicionamento da equipe de arbitragem e as especificidades do estilo livre, sendo o estilo mais praticado e comum entre os praticantes e atletas de natação, fundamentada pela organização oficial da natação, a FINA. No último tópico, será abordado o conteúdo mais esperado por qual- quer professor de natação, a descrição das possibilidades de ações pe- dagógicas para o ensino da natação, com o objetivo de instrumentalizar você em sua futura profissão. Espero que, ao final desta unidade, você mergulhe fundo na busca do conhecimento a respeito da natação e proporcione aos seus alunos o prazer em nadar em qualquer etapa de sua vida. ESPORTES COMPLEMENTARES 18 ESPORTES COMPLEMENTARES 18 Introdução aos Esportes Aquáticos: Adaptação ao Meio Líquido e Aspectos Históricos da Natação Olá, caro(a) aluno(a), este tópico foi elaborado em três subseções, para que compreendam as caracte- rísticas do ambiente aquático, o conteúdo de adap- tação ao meio líquido e, em seguida, apresentar os aspectos históricos da natação. EDUCAÇÃO FÍSICA 19 DESIGN 19 CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE AQUÁTICO Cabe, neste tópico, evidenciar as características do ambiente aquático, que influenciarão a prática de todos os esportes praticados neste meio. Tais carac- terísticas agem sobre as principais adaptações fisio- lógicas do corpo imerso na água. A imersão, que ocorre no simples fato de uma pessoa entrar na água de forma passiva ou em repouso, responde à pres- são hidrostática que representa a força compressi- va que age no corpo durante a imersão (LOBO DA COSTA, 2010). A pressão hidrostática é uma das características do ambiente aquático. O indivíduo, neste meio, sen- te, em todas as partes do seu corpo envoltas de água, que está sendo pressionado por algo. É importante lembrar que a ação de estar dentro da água ocor- re, maioriadas vezes, na água mais fria (24 a 32 ºC) comparada à temperatura corporal (36 ºC); essas duas características – pressão hidrostática e tempe- ratura – agem principalmente sobre vasos sanguíne- os periféricos. Devido à baixa temperatura da água, que esti- mula a contração muscular, aliada à força exercida pela pressão hidrostática, uma grande quantidade de sangue periférico é lançada ao coração, que re- cebe uma sobrecarga momentânea. Em seguida, devolve o sangue à periferia e, às vezes, com certa intensidade, certa sensação de calor que o indivíduo sente para dar conta do volume que foi aumentado. Figura 1 - Pressão hidrostática Fonte: DP Hidrotreinamento ([2018] on-line)1. ESPORTES COMPLEMENTARES 20 A profundidade é uma característica importante para ajustar intervenções no meio aquático. Con- siderando o mecanismo de controle da frequência cardíaca, a profundidade da imersão no nível do processo xifoide (localizado próximo à parte supe- rior do abdômen) ocasiona bradicardia (diminui- ção da frequência cardíaca). Entretanto, níveis su- periores de imersão provoca taquicardia (aumento da frequência cardíaca) (LOBO DA COSTA, 2010). A pressão da água sobre o tórax imerso faz com que aumente o trabalho respiratório em per- centuais elevados, provocando um excelente de- senvolvimento dos músculos respiratórios, resul- tando não só no fortalecimento total, bem como o aumento de sua capacidade. Tais características apresentadas provocam ajustes fisiológicos, mes- mo na imersão passiva. ADAPTAÇÃO AO MEIO LÍQUIDO A adaptação ao meio líquido é um pré-requisito para o ensino da natação e outros esportes pratica- dos no meio líquido, sendo o seu principal objetivo levar o aluno a ser capaz de resolver, em qualquer situação e circunstância, os desafios que se apre- sentam em um novo meio. Uma dica relevante para estimular a adaptação ao meio líquido são os jogos, principalmente para crianças (MACHADO, 2004), intercalando com movimentos corporais simples que são realizadas fora da água; devem ser praticados, neste ambiente, como: andar, correr, saltar, empurrar, chutar em diferentes direções, planos e formas, levando em consideração todas as características do ambiente aquático, que foram apresentadas na subseção anterior. ASPECTOS HISTÓRICOS DA NATAÇÃO Caro(a) aluno(a), nesta parte, trataremos o aspectos históricos da natação, no intuito de compreender- mos sua evolução e alguns campos de atuação do mercado de trabalho. Ao final do tópico, deve ser questionado qual é a relevância do conteúdo histó- rico da natação para os futuros professores e profis- sionais de Educação Física. Assim, recorremos a fatos históricos da Antigui- dade, Idade Média e Idade Moderna. Na Antiguida- de, 3.000 a.C., os gregos tinham grande apreço pela natação e corrida, pois essas atividades eram sinôni- mas de força e beleza física. Há apontamentos que os filósofos Platão, Aristóteles, Heráclito e outros eram exímios nadadores. Havia uma lei nº 689 que definia que um cidadão para ser educado era necessário sa- ber ler e nadar (NORONHA, 1985). A Idade Média foi marcada pela prática da nata- ção restrita à nobreza e aos militares, que utilizavam a prática de banhos públicos nas casas de banho, com o objetivo de higiene e prevenção de doenças. Mas, com a queda do Império Romano, a natação quase desapareceu; um dos motivos foi que a igreja condenava tudo o que era relacionado ao corpo e propagava que esta atividade era propulsora na dis- seminação de epidemias (CHAVES, 2014). Um salto na história, recorremos a 1798, na Ale- manha, Guths Muths foi o primeiro a sistematizar o ensino da natação, cujo método era dividido em três partes: a primeira era chamada de adaptação geral à água; o segundo era exercícios em seco no banco de natação; e o terceiro era o exercício dentro da água com uma cinta amarrada na cintura e suspenso em uma corda (FERNANDES; LOBO DA COSTA, 2006). EDUCAÇÃO FÍSICA 21 Em 1837, em Londres, surge, oficialmente, os esti- los da natação, mas somente em 1908 surge o ór- gão responsável pela organização dos cinco espor- tes aquáticos no mundo, a Federação Internacional de Natação (FINA), atualmente responsável pelas modalidades de natação, polo aquático, saltos or- namentais, maratona aquática e nado sincronizado (DUARTE, 2016). A natação competitiva, no Brasil, teve início em 1898, com a realização do primeiro campeonato no Rio de Ja- neiro, mas sua participação em olimpíadas só aconteceu em 1920, na Bélgica, quando cinco nadadores do sexo masculino estiveram presentes. Um data que represen- ta a evolução da natação no Brasil é 21 de outubro de 1977, ano em que foi fundada a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA, [2018], on-line)3. Figura 3 - Modalidades esportivas de responsabilidade da FINA Figura 2 - Banco seco de natação Fonte: Modern mechanix (2008, on-line)2. http://blog.modernmechanix.com/publication?pubname=ModernMechanix ESPORTES COMPLEMENTARES 22 Os Quatro Estilos da Natação EDUCAÇÃO FÍSICA 23 CRAWL RESPIRAR VIRADA OLÍMPICA COSTAS PEITO BORBOLETA Caro(a) aluno(a), após o estudo deste tópico, você poderá reconhecer os quatro nados da natação: crawl, costas, peito e borboleta, os quais foram apresentados em quatro subseções. Cada um dos nados contém uma breve história de como surgiu, o movimento técnico de braçada e pernada, além da coordenação do nado. Neste tópico, não serão evidenciadas as regras oficiais de cada estilo da natação competitiva. Além da descrição de cada um dos nados, é possível visu- alizar cada um dos movimentos na Figura 3. Figura 4 - Ilustração das fases dos quatro estilos da natação: crawl, costas, peito e borboleta ESPORTES COMPLEMENTARES 24 ESTILO PEITO O nado peito foi chamado de “Clássico” e era na- dado com a pernada de tesoura e braçada lateral e aérea, pois a história conta que esse estilo foi o primeiro a ser utilizado em competição (MA- GLISCHO, 2010). Em 1924, nas Olimpíadas em Paris, o alemão Erich Rademacher adotou a posi- ção baixa dos joelhos (MACHADO, 2004). O nado peito deve ser realizado em na posição cor- poral horizontal em decúbito ventral (MAGLISCHO, 2010); a braçada é dividida em três fases: apoio, tração e recuperação; a pernada também é dividida em três fases: sendo o início com as pernas estendidas, na se- quência a flexão dos joelhos e a extensão para finalizar o movimento. A coordenação do nado peito deve ser de uma braçada para cada pernada e realizar a respi- ração frontal em cada braçada (MACHADO, 2004). Veja um exemplo do nado peito, assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Figura 5 - Estilo Peito A explicação mais notável do porque as atividades no ambiente aquático são indicadas para pessoas que necessitam realizar exercícios com baixo impacto é devido a força do empuxo, que atua verticalmente sobre o corpo, no sentido contrário ao da força da gravidade, de baixo para cima. Fonte: Lobo da Costa (2010). SAIBA MAIS EDUCAÇÃO FÍSICA 25 Veja um exemplo do estilo borboleta, assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. ESTILO BORBOLETA ILUSTRAÇÃO DO NADO O nado borboleta surgiu devido à imperfeição da regra que, por não detalhar precisamente o movimento da braçada do nado peito, foi possível realizar a braçada com a elevação dos braços para fora d’água, sendo que a primeira tentativa se deu em 1927, pelo nadador ale- mão Redemacher, e só foi reconhecido como um estilo diferente do nado peito em 1953 (MACHADO, 2004). Entre os quatro estilos da natação, o nado bor- boleta é o mais novo a ser criado e é reconhecido, atualmente, como o estilo que mais exige habilidade e força do nadador. Durante a realização do nado borboleta, o mo- vimento da braçada inicia-se com a entrada das mãos na água na linha dos ombros; em seguida, realiza-se o afastamento lateral dos braços para o apoio e imersão das mãos; quando aproximarmos as mãos na frente do corpo inicia-sea elevação da cabeça para realizar a respiração frontal. A finali- zação da braçada acontece com o afastamento das mãos para a lateral do corpo e elevação dos cotove- los, sendo a fase de recuperação da braçada. É im- portante ressaltar que para sincronização do nado, entre a braçada e a respiração, a cabeça deve retor- nar para água após a respiração, antes do início do novo ciclo de braçada (LIMA, 2007). O movimento da pernada do nado borboleta se dá no sentido vertical, contínuo e simultâneo, sendo que o movimento na fase ascendente deve ser esten- dida ao subir, mas não deve sair da água; e na fase descendente, a perna flexiona-se ligeiramente e es- tende para o fundo da piscina com força (MACHA- DO, 2004). A coordenação geral do nado borboleta acredita-se que o ideal é o movimento de duas per- nadas para cada ciclo de braçada (LIMA, 2007). Figura 6 - Estilo Borboleta ESPORTES COMPLEMENTARES 26 ESTILO COSTAS O nado costas apareceu em 1900, sendo realizado em decúbito dorsal, com a movimentação dos braços e pernas de forma simultânea, semelhante ao nado peito clássico. Em 1912, o americano Henry Hebner nadou nos Jogos Olímpicos de Estocolmo o nado de costas com movimentos alternados de braço e perna (MA- CHADO, 2004). Desde então, o nado costas vem se aperfeiçoando em cada ciclo olímpico. Para o presen- te momento, iremos descrever os movimento técnicos que este vem sendo executado e descrito na literatura mais atual, permanecendo sua característica peculiar: o posicionamento corporal em decúbito dorsal. O movimento da braçada do nado costas é realiza- do de forma alternada, sendo dividido em fase área e fase aquática. A fase área é o momento de recuperação da braçada, que deve estar o mais relaxado possível, sair da água na lateral com o rolamento de ombro e estendido; antes de entrar na água, deixar a palma da mão voltada para fora. Na fase aquática ou submersa, o movimento inicia-se após a entrada da mão na água na linha do ombro, em direção ao fundo da piscina; em seguida, realiza-se a varredura para a cima e na lateral, finalizando com o movimento de varredura para baixo e saída da mão (LIMA, 2007; MAGLISCHO, 2010). O movimento da pernada do nado costas se dá no sentido vertical e alternado, muito semelhante ao nado crawl, mas a diferença está no momento em que é dado ênfase na força da pernada; no costas, o mo- mento é na direção de baixo para cima. A respiração durante o nado costas é facilitada, porém é semelhan- te aos outros nados, sendo que a inspiração deve ser realizada pela boca. A coordenação do nado sugere- -se, a cada ciclo de braçada, a realização de seis per- nadas, na fase de aprendizagem (MACHADO, 2004). Veja um exemplo do estilo costas, assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Figura 7 - Estilo Costas EDUCAÇÃO FÍSICA 27 ESTILO CRAWL A realização de um nado semelhante ao crawl foi execu- tado pelos egípcios, gregos, romanos e outros povos, que deixaram gravados suas artes do homem dentro d’água. Contudo, o nado com batimentos de pernas alternados, que era praticado por nativos da ilha Rubiana, no Pací- fico, foi introduzido na Austrália por Harry Wilkham, em 1893. Fato relevante, foi o que, neste mesmo ano, Alik Wickham, ao nadar de forma muito rápida, arran- cou a exclamação de um técnico: “Veja que forte ras- tejar”. Sendo o estilo batizado por crawl, que, quando traduzida da língua inglesa para o português, significa rastejar (MACHADO, 2004). Ao utilizar o nado crawl, o nadador consegue realizar percursos com os menores tempos, quando comparado aos outros estilos. Durante a realização do nado crawl, o movimen- to da braçada deve ser alternado, apresentando uma fase aérea e uma aquática. Na fase aquática, uma das mãos realiza o apoio após a entrada na água na li- nha dos ombros; em seguida, realiza o movimento de tração, que necessita da flexão do cotovelo levando a mão em direção a linha mediana sob o tronco, na qual a velocidade do movimento deve ser progressi- va; e na finalização desta fase, o movimento de em- purre ou varredura consiste na extensão do braço ao lado do tronco. Enquanto a outra mão está saindo d’água para a fase aérea, inicia-se com a elevação do cotovelo para fora d’água e mantendo-se sempre mais alto que o antebraço deve ser flexionado próximo ao tronco e antebraço e mão em um movimento de ro- tação de ombro realizar a entrada da mão na água. A respiração lateral, coordenada com o movi- mento da braçada, acontece no momento da varre- dura com o giro do tronco e da cabeça, para que a inspiração pela boca seja realizada; a face deve retor- nar para água após a respiração, antes do início do novo ciclo de braçada (LIMA, 2007). O movimento da pernada é alternado no sentido vertical, sendo que o movimento na fase ascenden- te deve ser estendida ao subir, mas não deve sair da água; e na fase descendente, a perna flexiona-se ligei- ramente e estende para o fundo da piscina com força (MACHADO, 2004). Veja um exemplo do estilo costas, assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Figura 8 - Nado Crawl ESPORTES COMPLEMENTARES 28 Regras Básicas da Natação EDUCAÇÃO FÍSICA 29 A respeito das regras básicas da natação, veremos três subtópicos: piscina, arbitragem e estilo livre baseando-se nas regras oficiais de 2017 a 2021 ela- boradas pela Federação Internacional de Natação (FINA). Não é nossa pretensão abordar todas as particularidades que fazem parte deste conteúdo, mas fornecer informações para que o professor re- conheça e possa se instrumentalizar para o ensino da natação. Vamos buscar explanar aspectos que fazem parte e se mantém após vários ciclos olím- picos, já que é de conhecimento geral dos profis- sionais vinculados às federações e confederações que a cada ciclo olímpico, as regras da modalidade esportiva passam por revisões. PISCINA A piscina para a realização de competições oficiais de- vem ser de 50 metros (piscina olímpica) ou 25 metros (piscina semiolímpica), com profundidade de 1 me- tros, salvo no caso de piscinas com blocos de partida, neste caso, é exigido a profundidade de 1,35 metros numa extensão de 1 a 6 metros da cabeceira de partida. As raias devem ter, pelos menos, 2,5 metros de largura, com dois espaços de pelos menos 0,2 metros, na primeira e última raia, entre essas raias e as bordas laterais. É importante que as raias fiquem à superfície da água; as cores das divisórias de raia devem ser dis- postas conforme o número de raia, 8 ou 10. PISCINA OLÍMPICA - 50,0 m 5,0 m 15,0 m 15,0 m CA BE CE IR A D E PA RT ID A 25 ,0 m 2, 5 m 50,0 m 5,0 m Plataforma de Partida Raia A Raia 01 Raia 02 Raia 03 Raia 04 Raia 05 Raia 06 Raia 07 Raia 08 Raia B Figura 9 - Piscina Olímpica Fonte: os autores. ESPORTES COMPLEMENTARES 30 ARBITRAGEM A equipe de arbitragem em competições de natação é constituída conforme as regras da Fina; especifi- camente para simplificar as principais funções, al- gumas informações foram suprimidas. Conforme apresentado na Figura 10, a primeira e mais impor- tante função é a do árbitro geral, que é o responsável por toda a competição e deve garantir o bom anda- mento do evento, seja campeonato ou festival. 1. Árbitro Geral 2. Juiz de Partida 3. Banco de Controle 4. Juízes de Virada 5. Juízes de Chegadas 6. Juíz de Nado 7. Chefes de Cronometristas 8. Cronometristas 9. Locutor Figura 10 - Equipe de arbitragem Fonte: os autores. O juiz de partida fará a saída de cada uma das provas durante todo o evento, com equipamento eletrônico ou apito. O banco de controle será ocupado por uma pessoa ou um casal, para entregar o cartão de prova e conferência da vestimenta e documento oficial. Os juízes de virada serão responsáveis por verificar se a virada de cada nadador foi realizada respeitando a regra de cada uma das provas; nesta função, não é necessário um juiz por raia em caso de festivais. Na função de juiz dechegada, ele deverá anotar a sequência do número das raias conforme os na- dadores chegaram ao final da prova, para o caso de o equipamento (cronômetro ou eletrônico) falhar, sendo possível classificar os atletas conforme suas anotações. O juiz de nado deverá acompanhar todo o percurso dos nadadores para garantir que nenhu- ma infração ocorra que pode justificar a desclassifi- cação de um atleta, por executar um movimento que não é previsto na regra do estilo escolhido. O chefe de cronometristas será responsável por recolher a anotação de todos os cronometristas, em cada uma das raias. Os cronometristas deverão se posicionar cada um em uma das raias que serão uti- lizadas na competição. A função de locutor fará a chamada das provas e dos nadadores no decorrer da competição, bem como anunciará qualquer desclas- sificação, resultados e avisos. A equipe de arbitragem deve se posicionar con- forme a Figura 11 sugere, para um bom andamento da competição e exercício de sua função. EDUCAÇÃO FÍSICA 31 ESTILO LIVRE A prática da natação também envolve a participação de nadadores em campeonatos e festivais, sendo a prova de estilo livre a mais escolhida pelos pratican- tes de natação em diferentes níveis de aprendizagem. Semelhantemente aos estilos peito, borbole- ta e medley, a partida nas provas de estilo livre inicia-se com o apito longo do árbitro geral, os nadadores se posicionam no bloco de partida. Em seguida, o juiz de partida diz “às suas marcas”, o nadador deve colocar pelo menos um pé na par- te dianteira do bloco e permanecer imóvel até o sinal de partida (CBDA, 2018). Importante: qual- quer nadador que parta antes do sinal de partida ser dado, será desclassificado. O nado livre é uma prova oficial da natação, não significa nado crawl, porém a maioria dos nadado- res utilizam o nado crawl em provas do nado livre. Vejamos o que diz o livro de regras oficiais sobre o nado livre, disponibilizado pela FINA. A sigla SW 5 é sinônimo das regras do nado livre, no qual o nadador pode realizar qualquer nado, exceto nas provas de medley individual ou revezamento medley, nado livre significa qualquer nado diferente do nado de costas, peito ou borboleta (CBDA, 2018). Para comple- tar uma prova do nado livre, o nadador deve tocar a pa- rede em cada volta e no final com alguma parte do cor- po. Não é permitido que o nadador pegue impulso no fundo da piscina ou ande durante o percurso da prova. Juiz de Nado Juiz de Nado PISCINA OLÍMPICA - 50,0 m 5,0 m 15,0 m 15,0 m CA BE CE IR A D E PA RT ID A CA BE CE IR A O PO ST A (V IR A D A S) 25 ,0 m 50,0 m Bandeira Indicadora Bandeira Indicadora Corda Falsa Corda Falsa 5,0 m Plataforma de Partida Chegada Partida Geral J u i z V o l t a C r o n o m e t r i s t a Chegada Raia A Raia 01 Raia 02 Raia 03 Raia 04 Raia 05 Raia 06 Raia 07 Raia 08 Raia B Figura 11 - Piscina olímpica com a localização da equipe de arbitragem Fonte: os autores. ESPORTES COMPLEMENTARES 32 O Ensino da Natação EDUCAÇÃO FÍSICA 33 O ensino da natação permeia algumas particulari- dades que devem ser levadas em consideração para que a aprendizagem se concretize e supere o ensino da natação pautado na visão da década de 80, que enfatizava, exclusivamente, a repetição mecânica da técnica (TANI; BENTO; PETERSEN, 2006). Diante desse anseio, no conteúdo deste tópico, apresentare- mos a descrição das possibilidades de ações pedagó- gicas para o ensino da natação, subdividido em três subseções que responderão a três perguntas: 1. Quais são os principais componentes neces- sários para o ensino da natação? 2. O que devo ensinar primeiro em uma aula de natação para um desenvolvimento harmonioso? 3. Como ensinar a natação com base no conhe- cimento construído ao longo dos anos? Para responder a primeira pergunta, iremos abordar uma das mais importantes atividades de um profes- sor, o planejamento. Para a realização de um bom planejamento, você precisa conhecer os componen- tes de uma aula, um plano de aula de natação e as técnicas de ensino. Responderemos a segunda per- gunta apresentando o método básico de adaptação ao meio líquido e os três principais elementos da adaptação no ensino da natação. Ao final deste tópi- co, responderemos a terceira pergunta apresentando as correntes pautadas na pedagogia da natação e os movimentos necessários para o ensino da natação. OS PRINCIPAIS COMPONENTES PARA O ENSINO DA NATAÇÃO O ensino da natação deve iniciar com o planeja- mento que deve responder às perguntas que seguem (MACHADO, 2004), para, então, organizar o cro- nograma semestral ou anual, elaborando um plane- jamento adequado à sua realidade. 1. Qual o grupo de alunos (idade, nível e quan- tidade)? 2. Qual é o local disponível (instalações, piscina e materiais)? 3. Quanto tempo tenho para organizar o conte- údo e as turmas? 4. Quais são os objetivos (adaptação, aprendi- zagem, aperfeiçoamento, treinamento, ma- nutenção da saúde e terapêutico)? 5. Quais são os dias disponíveis para as aulas conforme o calendário do município? 6. Quais são os movimentos técnicos de cada nado e as regras oficiais da prática da natação? Após você responder às perguntas, terá as in- formações necessárias dos componentes de uma aula: aluno, professor, local e materiais (MA- CHADO, 2004). A respeito do aluno, você preci- sa conhecer suas características; o professor deve possuir o conhecimento dos movimentos técni- cos e as regras da natação, o local deve ser seguro, limpo e com instalações adequadas para a prática da natação e os materiais disponíveis específicos da modalidade, como o pullbóias, flutuadores, palmares, nadadeiras e pranchas, bem como ou- tros que podem fazer parte da aula, sendo todos em condições apropriadas para o uso. Outros componentes importantes são o pla- no de aula, que deve contemplar um objetivo; os materiais; a parte inicial, como o aquecimento ou outra atividade que desperte o interesse pela aula; a parte de desenvolvimento, que deve apresentar as atividades principais para atingir o objetivo pro- posto; e a parte final, com uma atividade de alon- gamento, jogo recreativo ou relaxamento. O último componente deve ser as sete técnicas de ensino adaptado de Kerbej (2002) e Lobo da Costa (2010), que visa: ESPORTES COMPLEMENTARES 34 1. Organizar o contexto (local e materiais). 2. Variar a situação de estímulo (visual, cinesté- sico, imaginário ou sonoro). 3. Formular perguntas para acompanhar a aprendizagem, bem como monitorar a respi- ração e satisfação do seu aluno. 4. Ilustrar com exemplos do cotidiano do aluno, facilitando a comunicação ou por meio de re- cursos audiovisuais. 5. Empregar reforços positivos, por meio de um feedback sincero sobre o desempenho do seu aluno. 6. Conduzir a aula conforme o objetivo, dei- xando claro para seu aluno o que espera dele ao final de cada atividade, bem como no final da aula. 7. Favorecer experiências integradas de apren- dizagem, para que o aluno, ao dominar um movimento, possa avançar no ensino da na- tação, agregando conhecimento por meio de associações e repetições. PRIMEIRO CONTEÚDO DO ENSINO DA NATAÇÃO Todos perguntam a mesma coisa ao iniciar a atuação como professor de natação: o que eu devo ensinar primeiro? Na verdade, não temos a “receita de bolo”, mas já temos o conhecimento do que precede o en- sino da técnica dos estilos culturalmente determina- dos (estilo peito, borboleta, costas e crawl). O aluno, antes de aprender os estilos da nata- ção, deve dominar os três elementos da adaptação ao meio líquido: respiração, equilíbrio e propul- são (TANI; BENTO; PETERSEN, 2006). A respi- ração na água perde seu caráter automático e passa a ser voluntário. Ela deve ser ativa, enquanto a ins- piração torna-se quase que um movimento reflexo. O equilíbrio está em constante mudança, devido à ação da força da flutuação que produz instabilida- de do corpo submerso e a propulsão que consiste em sedeslocar na água com economia de esforço. Importante para o sucesso da adaptação ao meio líquido, sugerimos considerar os seis itens que fa- zem parte do método básico de adaptação, basean- do-se em Lobo da Costa (2010): 1. Propiciar segurança e, se necessário, estar dentro d’água com o aluno no momento da adaptação. 2. Evitar utilizar materiais flutuadores na adap- tação para que o aluno não se prenda a um ou outro material. 3. Dar o tempo suficiente para a experimen- tação de novos exercícios e a frequência de repetições necessárias para a aprendizagem. 4. Iniciar sempre com tarefas fáceis e desafiadoras. 5. Proporcionar prazer na água, sempre que possível. 6. Promover jogos recreativos que facilitam a adaptação ao meio líquido. ENSINANDO COM A PEDAGOGIA DA NATAÇÃO O ensino da natação inicialmente era feito pelo mé- todo global, no qual consistia em ausência do pro- fessor, acreditava na capacidade de adaptação pelo instinto animal. As atividades eram desenvolvidas na tentativa e erro, considerava-se a estrutura bio- lógica, e o aluno era atuante no processo de ensino (CHAVES, 2014). Um aspecto positivo é que todo o ensino era baseado em três unidades básicas – equi- líbrio – respiração – propulsão. Outras duas corren- tes foram apontadas por Machado (1978): corrente analítica e corrente moderna ou sintética. EDUCAÇÃO FÍSICA 35 A corrente analítica enfatiza a reprodução de movimentos técnicos, utiliza educativos como o processo principal do ensino, tem como pontos po- sitivos uma tentativa de organizar o ensino de forma metodológica, trabalhando as dificuldades de forma sucessiva, e o professor aparece como fator neces- sário para o ensino de forma coletiva. Na corrente moderna, o professor deve contribuir com as téc- nicas e dados científicos das diferentes áreas do co- nhecimento (psicologia, pedagogia, biologia), orien- tando, experimentando e proporcionando situações diversas de aprendizagem. O ensino está baseado em três unidades básicas – equilíbrio – respiração – propulsão (NISTA-PICCOLO; TOLEDO, 2014). As correntes, que também podem ser chama- dos de métodos, possuem vantagens e desvanta- gens que são válidas. O que você, enquanto pro- fessor, deve conhecer são os métodos e quando aplicá-los, buscando não utilizar um único mé- todo. A pedagogia do desporto ressalta que inde- pendentemente do método, o ensino deve almejar a competência aquática, respeitando o desenvolvi- mento motor em suas diferentes fases, e que antes do ensino do nado, o ideal é que o aluno consiga realizar os movimentos fundamentais proposto por Freudenheim e Madureira (2006): posturas estáticas e dinâmicas, flexão e extensão, rotação e circundução e a adaptação respiratória. Em segui- da, combinar os movimentos fundamentais para realizar: o flutuar, propulsionar, imergir e respirar. Por fim, iniciar o ensino de um dos nados, que pode ser o crawl, por ser considerado o menos com- plexo devido à característica do movimento alterna- do ser semelhante ao andar. Entretanto, a pedagogia do desporto sugere que, para alcançar a competên- cia aquática, o ensino deva extrapolar os quatros estilos, ir além, estimulando a aprendizagem dos desportos do meio líquido, como o polo aquático, nado sincronizado e outras modalidades olímpicas (FREUDENHEIM; MADUREIRA, 2006). Neste sentido, outras práticas poderia ser incentivadas, como o biribol e a hidroginástica. Prezado(a) aluno(a), esperamos que, ao final desta unidade, os conteúdos abordados possam contribuir na atuação profissional, enquanto professores de nata- ção e, mais que isso, que você desperte o interesse pelos desportos aquáticos e busque cada vez mais atualizar o conhecimento na área em que pretende trabalhar. Você sabe me dizer entre os estilos da natação competitiva, livre, costas, borboleta e peito, qual seria o mais lento e por que? O estilo peito é o mais lento, por causa das grandes flutuações que ocorrem durante o ciclo de pernada e braçada. (Ernest Maglischo) REFLITA 36 considerações finais Ao final deste mergulho no conhecimento a respeito da natação, esperamos que você tenha se encantado com essa modalidade esportiva, por meio dos conteúdos abordados em quatro tópicos. Buscamos evidenciar as características do ambiente aquático, por acreditar que o profissional em posse desse conhecimento tem condições básicas para ela- boração de atividades de adaptação ao meio líquido, mas também foram sugeri- dos movimentos e jogos que podem ser uma ferramenta eficiente para alcançar esse objetivo. Abordamos os aspectos históricos da natação, pois entendemos que a história do esporte é parte da humanidade desde a criação à sua evolução. Esses aspectos devem nortear os futuros profissionais, na compreensão da realidade, para que superem os desafios atuais, evitando os equívocos do passado, para que a natação possa ser praticada por mais pessoas e, forma pretensiosa, esperamos que novos conhecimentos sejam produzidos a respeito dessa modalidade. Achamos importante abordar, no segundo tópico, o movimento técnico dos quatros nados da natação: crawl, peito, costas e borboleta, que forneceu infor- mações básicas a respeito de cada um dos estilos para que você possa ensinar a seu aluno. Contudo, atualmente, a evolução do conhecimento é disseminada em periódicos científicos, a partir dos quais é possível perceber o aprimoramento de métodos e o alcance de excelentes resultados em economia de energia e ganho de desempenho. No Tópico 3, apresentamos algumas regras da natação competitiva, na ten- tativa de fornecer ferramentas para a promoção de campeonatos e festivais que tanto despertam o interesse e entusiasmo dos que participam de atividades como estas, na prática da natação. A intenção é que você proponha adaptações no es- paço que possui para a prática da natação e incentive seus alunos por meio da participação em festivais de natação. Encerramos essa unidade com a descrição das possibilidades de ações peda- gógicas para o ensino da natação na escola, para que você sinta-se motivado para ensinar a natação independentemente das instalações e materiais que terá dispo- nível para atuação profissional, e, ainda, ao dominar esse conteúdo, possa cons- truir novas formas de ensinar a natação ou outra modalidade do meio líquido. considerações finais 37 atividades de estudo 1. As características do ambiente aquático influen- ciam a prática de todos os esportes praticados nesse meio. Tais características agem sobre as principais adaptações fisiológicas do corpo imerso na água. Essas características são: a. Pressão da gravidade, temperatura do corpo e profundidade. b. Pressão hidrostática, temperatura da água e do corpo. c. Pressão hidrostática, temperatura e profundi- dade. d. Profundidade, pressão da gravidade e tem- peratura. e. Nenhuma das anteriores. 2. Sobre as afirmações a seguir: I. A adaptação ao meio líquido é um pré-requisi- to para o ensino da natação e outros esportes praticados no meio líquido, sendo o seu princi- pal objetivo levar o aluno a ser capaz de resol- ver, em qualquer situação e circunstância, os desafios que se apresentam em um novo meio. II. Para a adaptação ao meio líquido, não se deve intercalar jogos com movimentos corporais simples que são realizadas fora da água e devem ser praticados neste ambiente, como: andar, correr, saltar, empurrar, chutar em di- ferentes direções, planos e formas. III. A pressão da água sobre o tórax imerso faz com que aumente o trabalho respiratório em percentuais elevados, provocando um excelen- te desenvolvimento dos músculos respirató- rios, resultando não só no fortalecimento total, bem como o aumento de sua capacidade. IV. A imersão que ocorre no simples fato de uma pessoa entrar na água de forma passiva ou em repouso responde à pressão hidrostática, que representa a força compressiva que age no corpo durante a imersão. Assinale a alternativa correta: a. Apenas I e II estão corretas. b. Apenas IIe III estão corretas. c. Apenas I está correta. d. Apenas I, III e IV estão corretas. e. Nenhuma das alternativas está correta. 3. Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F): )( O nado peito foi chamado de “Clássico” e este era nadado com a pernada de tesoura e braça- da lateral e aérea, e segundo a história, este es- tilo foi o último a ser utilizado em competição. )( Entre os quatro estilos da natação, o nado borboleta é o mais novo a ser criado, o qual é reconhecido atualmente como o estilo que mais exige habilidade e força do nadador. )( Durante a realização do nado crawl, o movi- mento da braçada deve ser alternado, apre- sentando uma fase aérea e uma aquática. Assinale a alternativa correta: a. V, V, F. b. F, V, V. c. V, F, V. d. F, F, F. e. V, V, V. 4. Como em todo esporte, a natação tem suas re- gras. Sobre as regras da natação: I. A piscina, para a realização de competições oficiais, deve ser de 50 metros (piscina olímpi- ca) ou 25 metros (piscina semiolímpica), com profundidade de 1 metro, salvo no caso de piscinas com blocos de partida, neste caso, é exigido a profundidade de 1,35 metros numa extensão de 1 a 6 metros da cabeceira de partida. 38 atividades de estudo II. Na função de juiz de chegada, deverá anotar a sequência do número das raias conforme os nadadores chegaram ao final da prova, para caso equipamento (cronometro ou eletrônico ) falhe, seja possível classificar os atletas con- forme suas anotações. III. Diferente dos estilos peito, borboleta e me- dley, a partida nas provas de estilo livre não se inicia com o apito longo do árbitro geral. IV. O nado livre é uma prova oficial da natação, significa nado crawl, por isso a maioria dos na- dadores utilizam o nado crawl em provas do nado livre. Assinale a alternativa correta: a. Apenas I e II estão corretas. b. Apenas II e III estão corretas. c. Apenas I está correta. d. Apenas I, III e IV estão corretas. e. 5. Nenhuma das alternativas está correta. 5. O ensino da natação permeia algumas parti- cularidades que devem ser levadas em consi- deração para que a aprendizagem se concre- tize e supere o ensino da natação pautado na visão da década de 80, que enfatiza exclusiva- mente a repetição mecânica da técnica (TANI; BENTO; PETERSEN, 2006). Descreva o que a pedagogia do desporto ressalta sobre o mé- todo para o ensino da natação. 39 LEITURA COMPLEMENTAR Caro(a) aluno(a), quero compartilhar com você uma pesquisa que demonstrou a importância do professor de natação; achei pertinente para este conteúdo, além do fato de o material ter uma linguagem prazerosa. Es- peramos que você goste e desperte o interesse em ler outras pesquisas sobre a natação. O artigo foi publica- do em uma revista de boa qualidade com o título “O papel do professor no desenvolvimento da sensoper- cepção em nadadores”. Os autores Onodera, Campana e Tavares (2015) esclarecem que sensopercepção é a percepção das sensações internas que são geradas por meio da experiência corporal. Neste momento, não descreveremos os métodos do es- tudo de forma detalhada, porém sugiro que você leia o artigo na íntegra, pois terá acesso a um planejamento de uma intervenção prática e sua avaliação, podendo ser uma ferramenta para sua atuação profissional. Após todas as etapas necessárias para um bom planeja- mento, foi estruturado um programa de intervenção de 12 semanas, com a duração de três meses e a frequência de 3 aulas por semana; a importância do professor foi verificada por meio da impressão dos alunos que regis- traram, em um diário de sensações, suas percepções a respeito das atividades propostas, bem como na forma com que elas foram conduzidas, juntamente com a pos- tura da pesquisadora nos momentos de propor as ativi- dades e corrigi-las. Os resultados evidenciaram que todos os participan- tes demonstraram, nos relatos, grande satisfação e gratidão por terem participado do projeto, por terem evoluído tecnicamente, melhorado o condicionamento físico, por terem tido tempo, espaço de aprendizado e descobertas sobre eles mesmos. Os autores concluíram que o programa proposto para o desenvolvimento da sensopercepção foi capaz de identificar estratégias que tornassem os alunos mais atentos às próprias sensações por meio de estímulos, como a fala e as anotações realizadas nos diários de sensações. Constatou-se que a intervenção realizada juntamente com o exercício da escrita no diário fo- ram eficientes no processo de tomada de consciência das sensações corporais dos voluntários, criando um espaço para que estas fossem validadas. Por fim, percebeu-se a importância do professor no fato de estar atento às necessidades de cada um, reconhe- cendo-os como únicos, respeitando o espaço, o tempo, os limites dos indivíduos e, principalmente, validando suas sensações, além de destacarem que o ambiente era confortável e seguro, aspecto relevante para o pro- cesso de desenvolvimento individual. Fonte: adaptada de Onodera, Campana e Tavares (2015, p. 600-613). 40 material complementar Pride – O orgulho de uma nação Ano: 2007 Sinopse: baseado em eventos reais, Pride conta a inspiradora história de Jim Ellis, um carismático professor dos anos 70 que mudou algumas vidas para sempre quando criou uma equipe de natação formada por negros americanos em um dos bairros mais problemáticos da Filadélfia. Indicação para Assistir Conheça todas as regras oficiais da natação que são muito mais específicas e podem ser encontradas na CBDA. Em: <http://www.cbda.org.br/regraFinaNatacao.pdf>. Em: <http://www.abc.com.br>. Indicação para Acessar http://www.cbda.org.br/regraFinaNatacao.pdf 41 referências CBDA. Regras Oficiais: Natação 2017-2021. Con- federação Brasileira de Desportos Aquáticos, 2018. Disponível em: <http://www.cbda.org.br/regraFina- Natacao.pdf>. Acesso em: 06 set. 2018. CHAVES, A. D. Mergulhando na aprendizagem da natação. In: NISTA-PICCOLO, V.; TOLEDO, E. Abordagens pedagógicas do esporte. Campinas: Editora Papirus, 2014. DUARTE, O. História dos Esportes. São Paulo: Edi- tora Senac, 2016. FERNANDES, J. R. P.; LOBO DA COSTA, P. H. Pe- dagogia da natação: um mergulho para além dos quatro estilos. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 20, n. 1, p. 5-14, mar. 2006. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/rbefe/ article/view/16609>. Acesso em: 10 set. 2018. FREUDENHEIM, A. M.; MADUREIRA, F. Natação: análise e ensino do nado crawl. In: TANI, G.; BEN- TO, J. O.; PETERSEN, R. D. S. Pedagogia do Des- porto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. KERBEJ, F. C. Natação: algo mais que 4 nados. Ba- rueri: Manole, 2002. LIMA, W. U. Ensinando Natação. São Paulo: Editora Phorte, 2007. LOBO DA COSTA, P. H. Natação e atividades aquá- tica: subsídios para o ensino. Barueri: Editora Ma- nole, 2010. MACHADO, D. C. Metodologia da Natação. São Paulo: EPU, 2004. MACHADO, D. C. Metodologia da natação. São Paulo: E.P.U., 1978. MAGLISCHO, E. W. Nadando o mais rápido possí- vel. Barueri: Editora Manole, 2010. NISTA-PICCOLO, V.; TOLEDO, E. Abordagens pe- dagógicas do esporte. Campinas: Editora Papirus, 2014. NORONHA, R. Nadar é preciso. Rio de Janeiro: Edi- tora Marco Zero, 1985. ONODERA, C. M. K.; CAMPANA, A. N. N. B.; TAVARES, M. C. G. C. F. O papel do professor no desenvolvimento da sensopercepção em nadadores. Revista Pensar a Prática, Goiânia, v. 18, n. 3, jul./set., p. 600-613, 2015. TANI, G.; BENTO, J.O.; PETERSEN, R.D.S. Pedago- gia do Desporto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. REFERÊNCIAS ON-LINE 1Em: <https://www.cdof.com.br/dp/dp1.htm>. Aces- so em: 06 set. 2018. 2Em: <http://blog.modernmechanix.com/new-ma- chine-teaches-swimming/>. Acesso em: 06 set. 2018. 3Em: <www.cbda.org.br>. Acesso em: 06 set. 2018. referências http://www.revistas.usp.br/rbefe/article/view/16609 http://www.revistas.usp.br/rbefe/article/view/16609 http://www.cbda.org.br 42 gabarito 1. C. 2. D. 3. B. 4. A. 5. A pedagogiado desporto ressalta que, indepen- dentemente do método, o ensino deve almejar a competência aquática, respeitando o desenvolvi- mento motor em suas diferentes fases e que an- tes do ensino do nado o ideal é que o aluno consi- ga realizar os movimentos fundamentais. UNIDADE II Professora Me. Bruna Solera Professora Me. Naline Cristina Favatto Professora Me. Suelen Vicente Vieira Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Introdução aos Esportes Radicais • Aspectos históricos, aplicação pedagógica, características e classificações do Skate • Aspectos históricos, aplicação pedagógica, características e classificações do Parkour • Aspectos históricos, aplicação pedagógica, características e classificações do Slackline • Esportes radicais de ação e aventura Objetivos de Aprendizagem • Introdução aos Esportes Radicais • Aspectos históricos, aplicação pedagógica, características e classificações do Skate • Aspectos históricos, aplicação pedagógica, características e classificações do Parkour • Aspectos históricos, aplicação pedagógica, características e classificações do Slackline • Esportes radicais de ação e aventura ESPORTES DE AVENTURA unidade II INTRODUÇÃO Olá aluno(a), seja bem-vindo(a)! Esta unidade tem como tema central trabalhar os Esportes de Aventura no contexto esco-lar e não escolar (clubes, hotéis, acampamentos, entre ou-tros). Quando falamos em Esportes de Aventura, o que vem em sua mente? As práticas super radicais que vemos pela televisão? Pessoas equilibrando-se e escalando o alto de um penhasco? Realmente, você não está errado em sua relação! Mas já parou para pensar qual a melhor forma de trabalhar esse esporte no ambiente escolar em suas aulas de Educação Física? Essa questão poderá ser respondida ao final desta unidade. O Esporte de Aventura é uma prática relativamente nova, mas que vem ganhando visibilidade por apresentar modalidades que instigam tanto as habilidades motoras quanto as nossas emoções, pois apresenta uma íntima relação com diversos sentimentos, como o medo e o prazer. O material orienta de forma didática como deve ser a abordagem desse conteúdo, para aprendizagem e disseminação do Esporte de Aventura de forma atraente e acessível na escola. O ato de ensinar deve ir além das técnicas aprendidas no dia a dia. É importante destacar que, nesse momento de aprendizagem, é primor- dial que o aluno aprenda ludicamente as características e suas formas de aplicação e não necessariamente sua técnica. Isto é, o aluno aprenderá de forma prazerosa os esportes de aventura. No primeiro tópico, vamos conhecer o Skate; no segundo, o Parkour; e no terceiro, o Slackline. Em cada tópico serão abordados os aspectos históricos, principais características e orientações básicas para aplicação desses esportes da aventura no ambiente escolar. No quarto e último tó- pico, iremos conhecer outros esportes de aventura aquáticos, aéreos, ter- restres, mistos e urbanos. Os assuntos abordados nesta unidade permitirão uma aproximação e compreensão das principais características do Esporte de Aventura, a fim de aplicar em nossas aulas de Educação Física e demais ambientes. Bons estudos! ESPORTES COMPLEMENTARES 48 EDUCAÇÃO FÍSICA 49 A palavra Aventura se origina do latim “adventura” e significa “o que está por vir”, com o significado de misterioso, inexplorável (FERREIRA, 1989). Diversos autores discutem o esporte de aventu- ra, mas, de maneira geral, podemos observar inicial- mente sua forte característica por apresentar “riscos”. Para explanar essa temática, Uvinha (2001) menciona que esses esportes apresentam em co- mum o gosto pelo risco e pela aventura. Essa compreensão também pode ser percebida por Spink (2001), ao enfatizar que “Risco é também parte do pacote dos esportes de aventura que vem tornando-se cada vez mais populares”. Introdução aos Esportes Radicais Segundo Alves e Corsino (2013, p. 250), os es- portes de aventura são considerados como “[...] ati- vidades relativamente recentes na cultura esportiva” e passaram a ganhar destaque e força, principalmen- te na mídia, a partir da década de 90. Atualmente, os esportes de aventura mostram-se como um esporte cada vez mais abrangente e adotado no mundo todo. Dessa forma, ao longo desta unidade, você po- derá ver que os elementos que compõem a prática esportiva de aventura estão intimamente ligados às nossas emoções, ao prazer, medo e superação, assim como diversos outros sentimentos que motivam sua prática, cada vez mais crescente em nosso país. ESPORTES COMPLEMENTARES 50 ASPECTOS HISTÓRICOS, Skate APLICAÇÃO PEDAGÓGICA, CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÕES DO EDUCAÇÃO FÍSICA 51 O skate, parkour e slackline são esportes radicais que tiveram como base para sua criação outros es- portes. O skate teve influência do surfe, o parkour da ginástica e o slackline da escalada. Apesar desta semelhança, eles possuem características distintas, com relação a sua prática quanto a sua aplicabilida- de no ambiente escolar, no entanto todos são pas- síveis de adaptação e adequação para seu ensino. ASPECTOS HISTÓRICOS DO SKATE O Skate é uma das modalidades de aventura mais praticadas no Brasil, com objetivo de lazer ou alto rendimento, e vem crescendo e destacando-se entre os demais esportes de aventura. Assim, você já deve ter ouvido falar ou visto algo sobre o Skate, certo? O surgimento do Skate é incerto, pois falta regis- tros precisos e sistematizados sobre isto, o que dificul- ta identificar com exatidão sua história. Contudo, de acordo com os estudos encontrados, foi em meados de 1950, na Califórnia – EUA, que criou-se o Skate. Os surfistas estavam insatisfeitos com a calmaria das ondas que, por verões, não ofereciam condições ideais para surfar, então, pegaram as rodinhas de seus patins e as colocaram sob uma tábua de madeira do tamanho de uma prancha de surfe pequena (DUARTE, 2000; UVINHA, 2001) e, assim, passaram a deslizar pelas calçadas, buscando realizar manobras como se esti- vessem no mar. Além disso, o esporte era praticado descalço de forma a buscar maior aproximação com surfe (UVINHA, 2001). O esporte ficou conhecido como “sidewalk surfing”, traduzido como “surfe na calçada” (PEREIRA; ARMBRUST, 2010). Também existem teorias sobre o surgimento do Skate a partir do carrinho de rolimã e patinetes dos anos 60 (DUARTE, 2000). Uvinha (2001), ao entre- vistar dois skatistas, traz outra versão do surgimento do Skate, ocorrida por volta de 1943, numa espécie de patinete sem guidão. Ainda sobre esta versão, o autor afirma que o skate pode ter sido inventado por um menino no interior dos EUA, ao tirar a “direção” de um patinete para facilitar as manobras. No Brasil, o Skate teve início na década de 60 por meio da influência de anúncios nas revistas americanas de Surfer (PEREIRA; ARMBRUST, 2010; RICHTER, 2013). Era uma forma de vivência no lazer e ficou conhe- cido como “surfinho” (PEREIRA; ARMBRUST, 2010; ARMBRUST; LAURO, 2010). Em 1965, o skate já tinha criado identidade e, assim, ganhou o seu nome definitivo skateboard, em português skate (CÁSSARO, 2011). Após sua criação, com o passar dos anos, sofreu mudanças com relação ao tamanho, formato, durabili- dade dos materiais e no desenvolvimento de manobras. Figura 1 - Skat e 52 ESPORTES COMPLEMENTARES Como se pratica? O Skate é um esporte acessível a todas as classes sociais e diferentes idades, mas, em sua maioria, é praticado por adolescentes em busca de uma iden- tidade e para fazer parte de um grupo (PEREIRA; ARMBRUST, 2010). Você conhece os componentes do skate? Ele é composto por: tábua de Shape (ou pran- cha), onde colocamos os pés para andar com o skate; dois Trucks, que dão sustentação ao skape, em que se encaixam os rolamentos e as rodas; uma lixa sobre a prancha; e parafusos para man- ter unidas as partes do skate. O tamanho da tábua do skate (shape) varia de acordo com a modalidadepraticada e com a altura do praticante (pessoas mais baixas podem optar por um shape menor e pessoas mais altas por um shape maior para facilitar as manobras). Observe algumas modalidades do skate a seguir de acordo com Confederação Brasileira de Skate (2017, on-line)1 e Pereira e Armbrust (2010): Figura 2 - Partes do skate EDUCAÇÃO FÍSICA 53 Street Freestyle Slalom Figura 3 - Modalidade Street Figura 4 - Modalidade Freestyle Figura 5 - Modalidade Slalom Fonte: Visuahunt (2014, on-line)2. É baseada em obstáculos encontrados nas ruas, como: bordas, pequenas descidas, escadas e corrimãos. É praticado no solo plano com no mínimo 300 m2, onde são realizadas manobras con- secutivas sem colocar o pé no chão, acom- panhada por música como uma coreografia. Consiste em deslizar em ziguezague entre cones, geralmente em descidas. É utiliza- do um skate mais estreito e menor que os tradicionais. 54 ESPORTES COMPLEMENTARES Vertical Down Hill High Jump Figura 6 - Modalidade Vertical Figura 7 - Modalidade Down Hill Figura 8 - Modalidade High Jump Fonte: Visuahunt ([2018], on-line)3. Praticada em pistas em formato de half- -pipes (meio tubo com formato parecendo um U) ou bowls (bacia) onde são realiza- das manobras aéreas. Descida de ladeiras e montanhas. São usa- dos skates maiores. Consiste em realizar saltos em rampas com obstáculos. EDUCAÇÃO FÍSICA 55 Banks Park EspaciaL Big Air Figura 9 - Modalidade Banks Figura 10 - Modalidade Park Figura 11 - Modalidade Espacial Big Air Fonte: Wikimedia ([2018], on-line)4. É praticada em pista mais ovalada, seme- lhante a piscinas antigas em forma de feijão e sem quinas. Praticada em pistas com grandes dimensões com obstáculos. A rampa pode ter mais de 30 m, o que pos- sibilita velocidade próxima a 100 km/h. As manobras são feitas a mais de 10 m. 56 ESPORTES COMPLEMENTARES Essas modalidades podem ser praticadas de forma competitiva ou não e em cada uma delas estão envol- vidas diferentes manobras. Veja algumas delas a seguir. Quadro 1 - Manobras que podem ser realizadas com o skate MANOBRAS DESCRIÇÃO Frontside Manobra executa de frente para o destino. Backside Manobra realizada de costas para o destino. Slide Deslizar com o shape, atritando as rodas de modo perpendicular à pista ou a rampo. Ollie Tirar o skate do chão sem perder o contato dos pés com o skate. Varial Giro do skate em rotação no eixo longi-tudinal, por baixo dos pés e pra frente. 180º Rotação de 180º no próprio eixo longitudinal de seu corpo, e o skate segue seus pés. 360º Semelhante ao 180º. A rotação é de 360º. Fonte: adaptado de Pereira e Armbrust (2010). Para execução dessas manobras, é preciso par- tir de uma aprendizagem básica, que conta des- locamentos sem fase área e sem movimentos isolados do skate; em seguida, parte-se para as intermediárias, em que se pode realizar desloca- mentos com fase área e de fakie (trocar a base ao andar depois de começar a andar na base nor- mal) com movimentos isolados e, por fim, che- ga-se à aprendizagem avançada, na qual os des- locamentos com fase área estão presentes assim como movimentos isolados do skate e base de troca também (PEREIRA; ARMBRUST, 2010). É importante lembrar que para a prática do skate são necessários alguns equipamentos de proteção, como: capacete, joelheiras, cotoveleiras, luvas e tênis. Pereira e Armbrust (2010) ressaltam que na iniciação não há necessidade de equipa- mentos de proteção, pois podem dificultar o equi- líbrio e a mobilidade. O equilíbrio é uma das mais importante habilidades da prática e, ao iniciar, a velocidade é moderada, podendo ocorrer às vi- vências em quadra. No entanto, os cuidados com a segurança são indispensáveis. Além disso, para a prática do skate se deve conhecer e optar pela base que irá te proporcio- nar maior segurança para impulsionar o skate. São elas: Regular: pé esquerdo a frente; Goofy: pé direito à frente; Switch: é usado as duas bases (Regular e Goofy). Veja os exemplos de Manobra, assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. EDUCAÇÃO FÍSICA 57 O ensino do Skate Caro(a) aluno(a), para o ensino do skate, podemos partir de acordo com a faixa etária, habilidade e contato dos alunos com a modalidade. Desta forma, aqui, iremos expor possibilidades para se trabalhar com skate no ambiente escolar, tendo como ponto de partida o aluno que nunca teve contato com o skate. 1º Antes de iniciar a prática do skate, faça um levantamento do conhecimento prévio dos alunos a respeito do skate, questione: o que é o skate? Como e quando ele surgiu? Alguém já andou de skate? Após obter as respostas, in- troduza o conteúdo relacionando às pergun- tas feitas. Esta parte inicial pode acontecer na sala de aula ou na quadra com os alunos sen- tados em roda. 2º Início da prática: reconhecer os componentes do skate explicadas na teoria. Permitir ao alu- no a exploração do skate, andar sentado com o impulso de um colega, deitado, de joelhos e, por fim, em pé. Na fase em pé, um colega pode acompanhar o aluno dando-lhe a mão. 3º Desenhar skates do chão da quadra com giz para auxiliar o aluno na identificação da base. Após isso, passe para o shape do skate. Ensine o aluno a frear. 4º Utilizar jogos para compreensão do que foi en- sinado, como uma estafeta. Ir em pé no skate, com auxílio do colega, até o cone e voltar, pas- sar para o próximo da fila, que deve realizar a mesma tarefa até que todos tenham participa- do. Atenção: não deixe a fila sem função! Dê tarefas que auxiliem os alunos no momento de contato com o skate na brincadeira. Uma opção é pedir que todos da fila esperem equi- librando em um pé só. 5º Podemos utilizar, também, brincadeiras para auxiliar na assimilação das bases do skate e na intimidade do aluno com o próprio ska- te. Espalhar os alunos pela quadra, cada um com um skate, e dar comandos de base regu- lar, goofy, switch, remada para frente, remada para trás, agachado, sentado, deitado no sha- pe. Em caso de poucos skates, é possível adap- tar esta prática. Peça para os alunos realiza- rem os movimentos em skate desenhados no chão, ou cumprirem outra tarefa, como correr acompanhado o colega e auxiliá-lo na prática. De forma geral, temos muitas formas de trabalhar com o skate. Aqui vimos o ponto de partida para sua prática que pode ser aperfeiçoada e ampliada para a profissionalização no esporte. Destacamos a importância do planejamento escolar, pois a sequência pedagógica bem estru- turada auxilia no sucesso das aulas, no alcance de seus objetivos e satisfação dos alunos. Planejar “[...] é como desenhar a planta de um edifício ou casa em construção” (OLIVEIRA; PERIM, 2009, p. 239) e você é o responsável por essa evolução. Estabeleça metas e comece a agir. ESPORTES COMPLEMENTARES 58 PARKOUR ASPECTOS HISTÓRICOS, APLICAÇÃO PEDAGÓGICA, CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÕES DO Figura 12 - Movimento do Le Parkour - Transposição EDUCAÇÃO FÍSICA 59 Você já deve ter visto na televisão, ou então em sua própria cidade, esse esporte de aventura que chama atenção por seus movimentos radicais. O objetivo principal é percorrer um percurso e com seu próprio corpo alcançá-lo, vencendo os desafios e transpon- do obstáculos que aparecerem durante o caminho (BELLE, 2006, on-line)5. Esse esporte é conhecido como um agrupamen- to de movimentos naturais do homem, por exemplo, saltar, escalar e correr somado às habilidades de rea- lizar movimentos mais rápidos, de maneira natural, eficiente e fluído (PARKOUR WORD ASSOCIA- TION, 2006, on-line6; ANGEL, 2011). É necessário, além de ter uma condição física, apropriar-se de recursos para transposição de obstá- culos, minimizar o gasto energético, perpassando de maneira eficiente pelo trajeto escolhido. Caro(a) aluno(a), essa prática corporal foi criada pelo francês David Belle, na França, ao final do século XX e início do século XXI, e foi influenciado por ou- tros esportes para
Compartilhar