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Prévia do material em texto

1
 Linguagem
Audiovisual
2
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministro da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Este material foi produzido pela Direção de Educação a Distância do Instituto Federal de Brasília – IFB 
Reitora 
Luciana Miyoko Massukado
Pró-Reitora de Ensino
Yvonete Bazbuz da Silva Santos
Equipe DEaD
Diretora de Educação a Distância
Eliziane Rodrigues de Queiroz
Pedagoga
Carolina Novaes Xavier de L. Reynaldo
Apoio Administrativo
Cláudia Sabino Fernandes
Joscélia Moreira de Azevedo
Noeme César Gonçalves
3
Equipe de Produção
Coordenador Geral
Hênio Delfino Ferreira de Oliveira
Coordenadora-adjunta de Produção de Conteúdos Educacionais para EaD
Sylvana Karla da Silva de L. Santos
Autores Conteudistas
Leonardo Barbosa Rossato
Coordenadora de Curso e Revisora Técnica de Conteúdo
Camilla Vidal Shinoda
Produtor Audiovisual
Alexandre de Souza Garcia
Produtor Multimídia
Bruno Soares Maciel
Erika Ventura Gross
Fábio Lucas
Gestora de Ambiente Virtual de Aprendizagem
Daniele Cadête de Araújo Lima
Apoio
Douglas Fernandes Brito de Faria
Catalogação na fonte pela Biblioteca do instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - Brasília 
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 
NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. 
4
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................................ 5
UNIDADE 1 .................................................................................................. 6
1.1. Características da Imagem e do som - Som ................................................... 7
1.2. Tempo e Espaço no audiovisual ................................................................. 9
1.3. Profundidade de campo ........................................................................ 13
1.4. Tipologia dos Enquadramentos ................................................................ 14
1.5. AMovimentos de câmera ........................................................................ 29
1.6. Eixo de Gravação ................................................................................ 29
1.7. Decupagem técnica ............................................................................. 32
UNIDADE 2 ................................................................................................. 37
2.1. Iluminação e Cores .............................................................................. 37
2.2. Figurino ........................................................................................... 46
2.3. Maquiagem ....................................................................................... 57
2.4. Efeitos Especiais/ Visuais ...................................................................... 61
ATIVIDADES ................................................................................................ 64
UNIDADE 3 ................................................................................................. 65
3.1. Montagem, Trucagem e Jump Cut ............................................................. 66
3.2. Montagem em continuidade .................................................................... 67
3.3 Montagem Relacional ............................................................................ 73
ATIVIDADES ................................................................................................ 76
5
Bem-vindo à disciplina de Linguagem Au-
diovisual!
Neste espaço, você entrará em contato 
com o sentido da linguagem audiovisual, 
da forma como as imagens e os sons se ar-
ticulam para construir uma forma de nar-
rativa. As imagens captadas do mundo real 
ou produzidas artificialmente.
6
Olá estudantes, 
Nesta unidade, iremos tratar a respeito das características 
da imagem e do som, do tempo e do espaço no audiovisual. 
Sobre a profundidade de campo, a tipologia dos enquadramentos, 
os movimentos de câmera, o eixo de gravação e a aplicação de 
decupagem técnica.
Estes conhecimentos são fundamentais para o desenvolvimento de 
qualquer trabalho audiovisual e são constitutivos da linguagem que 
cria e constrói narrativas audiovisuais.
7
1.1. Características da Imagem e do som - Som
Nosso primeiro contato será para compreender os sentidos da imagem e do som, nossa matéria prima de trabalho 
na linguagem audiovisual. O conceito de imagem é amplo. Aqui, neste espaço, trataremos da imagem fílmica, a 
imagem que é captada por um determinado dispositivo técnico e cria a ilusão do movimento.
Conheceremos uma reflexão que analisará o sentido da imagem no audiovisual, do autor Marcel Martim: 
“A imagem constitui o elemento básico da linguagem cinematográfica. Ela é a matéria prima fílmica e desde 
logo, porém, uma realidade particularmente complexa. Sua gênese, com efeito, é marcada por uma ambivalência 
profunda: resulta de uma atividade automática de um aparelho técnico capaz de reproduzir exata e objetivamente 
a realidade que lhe é apresentada, mas ao mesmo tempo essa atividade se orienta no sentido preciso desejado 
pelo realizador.” (MARTIN, p. 21)
Vamos extrair dessa reflexão alguns pontos importantes.
1. A imagem constitui o elemento básico da linguagem cinematográfica. Neste curso, trabalharemos como 
construir imagens e sons para obras audiovisuais, a imagem é a nossa matéria prima – o que não significa que 
seja destacado a ela um grau de importância maior – ou seja, precisamos entender e decodificar as imagens 
para construir narrativas audiovisuais com elas.
2. Sua gênese, com efeito, é marcada por uma ambivalência profunda: resulta de uma atividade automática 
de um aparelho técnico capaz de reproduzir exata e objetivamente a realidade que lhe é apresentada, mas 
ao mesmo tempo essa atividade se orienta no sentido preciso desejado pelo realizador. Referências ¿
8
Quando captamos uma imagem do mundo real o que obtemos? A realidade ou uma 
representação da realidade? A câmera é operada por alguém que define o que 
será registrado ou não. As imagens e os sons passam por vários tratamentos até 
chegarem aos espectadores como “produto final” ,ou seja, desde a captação, 
a imagem é a escolha de alguém sobre determinado tempo e espaço e poderá 
ainda, passar por vários tipos de cortes e processamentos até adquirir o seu 
formato final. 
Uma imagem, neste sentido, não é a realidade objetiva e sim a representação 
de algo que foi captado.
Fique ligado!
Quando tratamos das imagem em movimento consideramos que:
A imagem em movimento é o elemento básico da linguagem audiovisual;
A imagem em movimento resulta da atividade de um aparelho técnico;
A imagem em movimento é o resultado desejado pelo realizador.
Em relação ao som no audiovisual, vamos destacar algumas características 
importantes:
O som sempre acompanhou o audiovisual, no começo, as salas de cinema contavam 
com o acompanhamento de um instrumentista, geralmente, ao piano, ou a figura 
do explicador, que é registrada no início do cinema como alguém que explicava a 
narrativa dos filmes.
9
Com o desenvolvimento tecnológico, o som passou a ocupar um espaço fundamental nas construções fílmicas, 
por isso, o autor Marcel Martim destaca que os sons apresentam características importantes aos audiovisuais: 
na construção da impressão de realidade, realizam, também a continuidade sonora. Os diálogos e entrevistas 
acrescentaram aos filmes, a utilização normal da palavra, e inclusão do som levou o explicador para dentro 
das obras com a voz em off. Com o sons, a inclusão de silêncios dentro das obras são feitas de forma a criar 
um impacto e os sons também são responsáveis pela inclusão de possíveis elipses, além da música, com trilhas 
compostas especificamente para as obras ou não desempenham funções rítmicas, dramáticas ou líricas nas obras.
Nossos elementos básicos de trabalho são a reunião entre o áudio e o vídeo, que juntos, constituem as estruturas 
básicas da linguagem audiovisual.1.2. Tempo e Espaço no audiovisual
Tratamos sobre o sentido da imagem e do som na construção da linguagem audiovisual. Agora vamos à construção 
do tempo e do espaço fílmicos como elementos constitutivos da linguagem.
1.2.1. O Tempo no audiovisual 
Vamos refletir agora sobre a noção de tempo no audiovisual.
Você já notou que um filme pode contar uma história de cem anos em uma hora? 
E que, em determinados momentos, “perdemos a noção de tempo” quando estamos assistindo a um filme ou uma 
obra audiovisual?
10
O tempo no audiovisual, segundo Marcel Martim (p.214), pode ser dividido em três aspectos diferentes:
O tempo de projeção – duração objetiva de uma obra audiovisual.
O tempo da ação – a diegese.
O tempo da percepção - como o espectador se relaciona com a obra. Em algumas, ¿ iremos mergulhar e em outras 
as cenas parecerão se arrastar (tédio). De forma mais contemporânea, nossa relação de tempo no audiovisual se 
alterou com as possibilidades de acesso via internet e com as plataformas de vídeo sob demanda (VOD).
Fique ligado!
O tempo do cinema é diferente do tempo cronológico. O tempo específico da linguagem cinematográfica permite 
ao filme a construção de uma estrutura temporal única que diz respeito somente àquela história. Em uma hora 
de projeção, é possível contar uma história que envolve séculos do tempo cronológico. Podemos retroceder no 
tempo e avançar no futuro. O tempo no cinema é objeto de criação. Existe também, o tempo do espectador, que 
traz para o seu tempo presente o filme sempre que o assiste. (Barcelos, 2010)
Mas o que é diegese no audiovisual?
Segundo o autor Chris Rodrigues:
“Ação temporal do filme, ou seja, existe sempre que houver mudança de tempo, longa ou curta, na estrutura do 
filme. Exemplo de diegese curta: sempre que há um corte de um plano para outro, subentende-se um determinado 
espaço de tempo. Exemplo de diegese longa: quando, de um plano para outro, a ação se passa em dias, semanas, 
meses ou mesmo anos.” (p.26)
11
E para Costa: “O processo pelo qual o trabalho de narração constrói um enredo que deslancha de forma 
aparentemente automática, como se fosse real, mas numa dimensão espaço-temporal que não inclui o espectador” 
Costa, Flávia Cesarino. O primeiro cinema: espetáculo, narração e domesticação. São Paulo: Scritta, 1995.
1.2.2. O Espaço no audiovisual 
O espaço é um importante elemento de análise da linguagem audiovisual. Vejamos:
Espaço: onde se dá a ação do filme, como criação fílmica; pode existir de fato, como um espaço referente no 
mundo real, ou pode ser criado por animação clássica ou tecnologias digitais. O espaço pode representar um 
sonho, outro planeta, uma caixa. Por meio da montagem, é possível alterar o espaço 
do campo de visão do espectador rapidamente, de um continente a outro, por um 
simples corte. Existem também os espaços de exibição como a sala de cinema, a sala 
de casa etc.
Segundo Martim, (p.197) no cinema, percebemos dois tratamentos de 
espaço: 
Reprodução do espaço: reprodução de um espaço real por meio dos 
movimentos de câmera e;
Produção: produção de espaços por meio da justaposição de cenas.
Para entender melhor o efeito da produção de espaços o autor cita o “Efeito 
Kulechov”.
12
No Efeito Kuleshov, percebemos uma montagem de imagens em que um rosto de um ator, sem expressão definida, 
é associado a outras imagens. Ao associar o rosto do ator a estas imagens (que também pode ser entendida como 
uma associação de tempos e espaços diferentes) criamos o efeito Kuleshov.
Vejamos:
Homem + caixão de criança = tristeza 
Homem + Prato de sopa = fome
Homem + Mulher = desejo
Esta experiência demonstra que imagens de tempos e espaços diferentes, em associação, podem causar sensações 
e interpretações diferentes no espectador.
Figure : Efeito Kuleschov. 
Imagem disponível em: 
https://bit.ly/2xkUDFx
13
Imagem disponível em: https://bit.ly/2xkUDFx
1.3. Profundidade de campo
A profundidade de campo é o que determina a nitidez dos elementos de cena. O que está em foco e o que 
propositalmente desfocamos é obtido através das regulagens específicas das câmeras. A profundidade de campo 
é utilizada para destacar a imagem específica que buscamos na composição da cena. (Barcelos, p.139, 2010)
O conceito de profundidade de campo é importante na análise da linguagem audiovisual para identificar o que 
está em foco e os aspectos da imagem que não estão. O momento da focalização e as opções da direção em 
focalizar determinados elementos na cena. 
14
1.4. Tipologia dos Enquadramentos
Agora que percorremos por alguns conceitos importantes da linguagem audiovisual, vamos abordar a organização dos 
enquadramentos.
A ação de “enquadrar” uma imagem ou escolher o que entra em quadro é uma das tarefas mais importantes para contar 
uma história por imagens. É nesse momento que decidimos como gravar os planos que farão parte das sequências da nossa 
obra audiovisual.
Mas o que são planos, cenas e sequências?
O plano é a menor unidade do enquadramento. O plano está situado entre dois cortes da imagem em movimento.
PLANO: Enquadramento específico que mostra o fragmento de uma determinada imagem. É a unidade mínima de captação 
com sentido próprio e ocorre entre o ligar e o desligar da câmera. Através dele conhecemos o contexto da história - por 
meio de planos abertos - ou observamos detalhes e expressões faciais - com os planos fechados, movimento de câmera, 
ângulos específicos etc.
CORTE: o corte em cinema é quando nos referimos a imagem durante o processo de captação e edição. Nessas duas fases, 
a imagem sofre o processo de corte. A montagem feita em película sofre um processo físico de corte, e a montagem, nessa 
perspectiva, é um processo de seleção, cortes e junção. Um termo utilizado no processo de edição é o corte seco, que 
significa a passagem entre as cenas sem efeitos.
Outro conceito importante é o de Cena:
CENA: conjunto de planos que se passam em um mesmo espaço e tempo na narrativa diegética.
O conjunto de cenas, que se organizam em uma determinada unidade dramática, é chamado de SEQUÊNCIAS.
Vamos observar como exemplo a cena inicial do filme O HOMEM QUE COPIAVA do diretor Jorge Furtado. Ao lado do roteiro 
literário estão destacadas imagens de diferentes planos que foram utilizados para compor a cena.
15
O HOMEM QUE COPIAVA
roteiro de Jorge Furtado 
versão junho/2001
produção: Casa de Cinema de Porto Alegre
*******************************************************************
CENA 1 - SUPERMERCADO - INTERIOR/DIA
ANDRÉ, 18 anos, magro, roupas simples, mochila nas costas, 
está na fila de um caixa de supermercado. Atrás dele, 
um HOMEM, 50 anos, com dois pacotes na mão. Atrás do 
homem, uma SENHORA, 40 anos, e uma CRIANÇA de 5 anos, 
com um carrinho cheio de compras. 
André tira do bolso sua a carteira de dinheiro enquanto 
a MOÇA do caixa, 18 anos, vai passando as compras de 
André: esponja para lavar pratos, detergente, leite, pão, 
margarina, fósforos. André confere o dinheiro na carteira.
ANDRÉ 
Quanto deu até agora?
MOÇA 
Oito e vinte e cinco.
ANDRÉ 
Tudo bem.
16
Ela passa a carne e registra.
ANDRÉ 
Quanto?
MOÇA 
Onze e trinta.
ANDRÉ 
(surpreso) Quanto é a carne?
MOÇA 
Três e cinco.
ANDRÉ 
Não vai dar. Eu só tenho onze e cinqüenta.
MOÇA 
Deu onze e trinta.
ANDRÉ 
É que eu preciso levar o álcool. Quanto é o álcool?
MOÇA 
Um e vinte.
ANDRÉ 
Pois é, não vai dar. Desculpe, mas é que eu preciso levar o 
álcool.
17
MOÇA 
Eu já registrei a carne.
Ao fundo, um CASAL entra na fila.
ANDRÉ 
Não dá para tirar o detergente? Quanto é o detergente?
MOÇA 
Eu já registrei o detergente.
ANDRÉ 
Eu sei, desculpe. Mas é que eu preciso levar o álcool.
A mulher e o homem na fila estão visivelmente irritados com 
a demora dele.
MOÇA 
O que eu faço?
ANDRÉ 
É que... eu preciso levar o álcool mesmo, desculpe.
A moça, mal contendo a irritação, toca uma campainha 
que acendeuma luz sobre o caixa. O homem na fila troca 
de caixa, resmungando, irritado. O SUB-GERENTE,30 anos, 
camisa branca, crachá e calça de tergal cinza, chega ao 
caixa.
MOÇA 
Tenho que abrir.
18
SUB-GERENTE 
O que foi?
Uma VELHINHA chega e entra na fila.
ANDRÉ 
Desculpe, mas eu preciso levar o álcool. Não vi que a carne 
era tão cara.
SUB-GERENTE 
Quanto é que você tem?
ANDRÉ 
Tenho onze e cinqüenta.
O sub-gerente examina a conta.
SUB-GERENTE 
A conta deu onze e trinta.
ANDRÉ 
É que eu preciso levar o álcool, que ainda não está na conta.
SUB-GERENTE 
Quanto é o álcool?
MOÇA 
Um e vinte.
O Sub-Gerente, visivelmente irritado, examina André 
enquanto tira uma chave do bolso mexe na registradora.
19
MOÇA 
Você vai tirar o quê?
ANDRÉ 
Quanto é o detergente?
MOÇA 
Um e quinze. Se deixar a carne, dá.
ANDRÉ 
E a esponja?
MOÇA 
A esponja é quarenta.
André pensa um pouco, faz contas.
MOÇA 
E aí?
ANDRÉ 
Tudo bem, deixa a carne.
A Moça separa a carne, registra o álcool.
MOÇA 
Nove e quarenta e cinco.
André paga. A Moça dá o troco em moedas. André pega o 
troco e sai, sob o olhar irritado do gerente e dos outros 
clientes.
Reproduções do Filme: O HOMEM QUE COPIAVA
20
Perceberam a quantidade de planos utilizados para a criação visual desta cena?
Enquadramentos
Os planos podem ser de diferentes formatos. Escolher um plano é direcionar o olhar do nosso espectador para aquilo que 
desejamos enquadrar. Um plano poderá ser bem aberto e mostrar todo um ambiente, como poderá ser bem fechado e 
mostrar um pequeno detalhe como um anel. Cada formato de plano serve na linguagem audiovisual para um determinado fim 
e não existe uma nomenclatura única para os nomes dos enquadramentos, você poderá encontrar variações na literatura. 
O importante é conhecê-los bem para poder decidir que planos escolher durante as gravações.
Saiba mais!
Procure assistir à obras audiovisuais e preste atenção a quantidade de planos que são apresentados 
ao espectador. E lembre-se, a cada corte da imagem é um novo plano.
21
Vamos lá!
Agora, conheceremos os principais tipos de planos (reproduções do filme “O Homem que Copiava”).
PLANO GERAL: plano em que a lente apresenta uma grande abertura. Com esse enquadramento, o espectador conhece um 
determinado ambiente e o contexto de uma cena. 
PLANO DE CONJUNTO: plano aberto que mostra um grupo entre duas a quatro pessoas, com variações, enquadradas em 
cena. O plano de conjunto é mais fechado que um plano geral e mostra um olhar específico em uma determinada ação 
coletiva. 
PLANO AMERICANO: enquadramento do personagem do joelho para cima; criado nos filmes de western americanos para 
enquadrar o cowboy com a mão no coldre. 
22
PLANO INTEIRO: plano aberto que enquadra uma pessoa de corpo inteiro. 
PLANO MÉDIO: plano fechado que mostra o personagem da cintura para cima. 
23
PRIMEIRO PLANO ou PLANO PRÓXIMO: plano fechado que enquadra o personagem do busto para cima. 
CLOSE: enquadramento do rosto do personagem; plano que destaca a expressão do personagem, conferindo mais 
dramaticidade à cena. 
24
PLANO DE DETALHE: enquadramento de algo pequeno, um detalhe importante para dar destaque ou um sentido especial 
à cena; pode ser um objeto, uma parte do corpo etc. 
PLANO-SEQUÊNCIA: consiste em gravar uma ou até todas as sequências de um filme em um único plano. Exemplo: Os 
filmes Festim Diabólico e Ainda Orangotangos.
25
Além da escolha do plano, que será utilizado na cena, você decidirá, também, em qual ângulo será gravado.
Os ângulos básicos são:
Ângulo reto: na altura dos olhos do personagem.
26
Plongê (mergulho em francês) – câmera posicionada de cima para baixo (imagine que a câmera fará um mergulho).
Contra-plongê – câmera posicionada de baixo para cima (submergindo).
27
Depois de escolher o plano e o ângulo de filmagem, você decidirá sobre em qual lado do ângulo gravará.
Segundo o diretor Carlos Gerbase, no livro: Cinema: Primeiro Filme, você irá decidir entre quatro posições principais:
1. Frontal – A câmera está de frente com o objeto gravado.
2. ¾ - A câmera forma um ângulo de aproximadamente 45 graus com a pessoa que está sendo filmada.
28
3. Perfil – A câmera está em um ângulo de aproximadamente 90 graus com a pessoa gravada.
4. Nuca – a câmera grava a personagem de costas.
29
1.5. Movimentos de câmera
A câmera pode gravar as imagens em um único enquadramento de forma fixa – nesse caso, os personagens e as imagens 
passam por ela – ou em movimento, quando acompanha o deslocamento dos personagens durante a ação.
Movimentos básicos de câmera:
PANORÂMICA: movimento da câmera a partir de um ponto fixo; consiste em um deslocamento da câmera em seu próprio 
eixo de forma horizontal ou vertical; quando feito de forma rápida, é chamado de chicote.
TRAVELLING: deslocamento total da câmera, que pode ser horizontal, vertical, em curvas, geralmente, com o auxílio de 
um carrinho ou um trilho.
ZOOM: aproximação da imagem do objeto por meio de lente 
específica. Sem que a câmera sofra um deslocamento físico, o 
zoom aproxima-se ou se afasta dos objetos por meio de um jogo 
específico de lentes.
1.6. Eixo de Gravação 
O eixo de gravação está relacionado com a posição que a 
câmera ocupa durante a filmagem, com o objetivo de seguir 
determinado eixo para dar continuidade à ação dos personagens. 
Quando estamos gravando os planos de uma cena, é necessário observar 
as posições em que as câmeras são colocadas no espaço de filmagem, os 
personagens e objetos devem permanecer na mesma direção para que não 
haja “quebra de eixo”.
30
Vejamos:
Uma bola vem rolando da esquerda para direita, a câmera está posicionada em um dos lados do eixo de 180 graus.
Se em um segundo plano colocarmos a câmera no outro lado do eixo a direção da imagem que segue o percurso da bola irá 
se inverter para o espectador, causando desorientação visual da sequência da cena.
Por isso, é fundamental escolher um dos eixos e manter as câmeras neste durante toda a gravação da cena. Para inverter 
o eixo de gravação, é importante mostrar esta ação ao espectador com um movimento de câmera e/ou movimento dos 
atores em determinado plano.
Fique ligado!
Muitos diretores quebram o eixo de gravação em seus filmes para causar um determinado 
efeito nos espectadores. As regras da linguagem audiovisual nos auxiliam na 
construção das narrativas, mas, como toda linguagem, ela está em 
constante transformação e você poderá quebrar a regra para 
causar algum efeito visual necessário ao filme.
31
Saiba mais!
Assista aos filmes Touro Indomável e O Iluminado, nestas obras os diretores quebraram o eixo de 
gravação em determinadas cenas para colocar o espectador em desorientação. Veja os filmes e tente encontrar as cenas 
de quebra de eixo!
TOURO INDOMÁVEL, 1980 (2h 09min)
Direção: Martin Scorsese
Elenco: Robert De Niro, Cathy Moriarty, Joe Pesci mais
Gêneros Drama, Biografia
Nacionalidade: EUA
O ILUMINADO, 1980 (2h 26min)
Direção: Stanley Kubrick
Elenco: Jack Nicholson, Shelley Duvall, Danny Lloyd mais
Gênero Terror
Nacionalidades Reino Unido, EUA
32
1.7. Decupagem técnica
A decupagem técnica é o processo de transformar um roteiro literário em planos, ângulos e movimentos de câmera. 
A decupagem técnica deve ser realizada antes das gravações é neste momento que você imaginará os planos e como eles 
combinam em uma sequência visual. Ao analisar a cena do roteiro literário, você decodificará em planos de captação.
Vejamos neste exemplo do filme O Homem que Copiava do diretor Jorge Furtado:
CENA 16 - PAPELARIA - INTERIOR/DIA
André lê um gibi. Detalhes do gibi.
ANDRÉ (VS)
Pelo menos sobra tempo para ler na loja.
André faz cópias.
ANDRÉ (VS)
A maior parte do tempo eu fico lendo as coisas que
as pessoas trazem para copiar. Enquanto eu estou
tirando as cópias, só consigo ler algumas linhas
de cada folha. Já é alguma coisa.
33
34
35
Tabela de decupagem:
36
Vamos praticar!
Você pode separar uma cena de um roteiro 
já gravado, analisar as propostas de cenas do 
diretor e elaborar uma decupagem técnica 
a partirdas cenas já gravadas ou fazer uma 
nova proposta de decupagem com a sua 
imaginação.
Esta, foi a primeira unidade da disciplina de 
linguagem audiovisual. Aqui, trabalhamos 
os conceitos iniciais de linguagem que são 
fundamentais para analisar obras audiovisuais 
e também para aqueles que irão produzir 
suas próprias obras.
Até a próxima unidade!

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