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AULA POSSE-ALUNOS

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DA POSSE
Origem da Posse:
Teoria de Niebuhr adotada por Savigny – terras romanas chamadas possessiones cedidas para fruir das terras;
Teoria adotada por Ihering – a posse surgiu por força dos atritos ocorridos no inicio das Ações Reivindicatórias.
			DA POSSE
Definição de possuidor – artigo 1.196.
POSSE:
Harmonia e paz social;
Situação de fato protegida pelo legislador
Exteriorização do direito de propriedade 
				DA POSSE
Diferença entre Posse e Propriedade:
Propriedade é a relação entre a pessoa e a coisa, que assenta na vontade objetiva da lei, criando uma relação de direito e a posse consiste em uma relação de pessoa e coisa, fundada na vontade do possuidor, criando mera relação de fato” (Silvio Rodrigues)
				DA POSSE
Ius possidendi (direito de possuir) – significa dizer que é o direito de posse fundado na propriedade, ou seja, o possuidor tem a posse e também é proprietário. 
Ius possessionis (direito a posse) - significa o direito fundado no fato da posse. (artigo 1.196)
				DA POSSE
TEORIA SUBJETIVA - Friedrich Carl von Savigny
CORPUS (detenção física da coisa)
ANIMUS DOMINI (ânimo de ser dono – baseada na reserva mental)
Detenção é o simples contato físico (corpus) sem animus.
TEORIA OBJETIVA – Rudolf von Ihering
 (poder de fato com a coisa)
Não considera o ânimus. 
Detenção deve ser prevista em lei
				DA POSSE
O nosso Código Civil é adotada a teoria Objetiva – artigo 1.196 do Código Civil.
DETENTOR: 
 Fâmulo da posse - ; Artigos 1.198 e 1208.
Exceção: Foi adotada a Teoria de Savigny no Código Civil – “animus”. 
Exceção: artigo 1.238 – Código Civil – Usucapião extraordinário – ânimo de ser dono.
				POSSE
Importância da distinção entre POSSUIDOR E DETENTOR:
O possuidor tem direito aos efeitos da posse (frutos, benfeitorias, usucapir, proteção possessória).
Para Ihering DETENÇÃO é a posse juridicamente desqualificada, pois o detentor não possui os direitos referente aos efeitos da posse.
				DA POSSE
1ª. VANTAGEM DA TEORIA DE IHERING
Desdobramento das posses – criação de posses paralelas;
Ambos são considerados possuidores, portanto, ambos terão direito aos efeitos da posse, como a proteção de posse, inclusive um poderá ingressar com ação contra o outro. Caso B não entregue o imóvel da data aprazada, A poderá ingressar com Ação de reintegração de posse.
				DA POSSE
Relação Jurídica de Direito Obrigacional ou real
Artigo 1.197 – Código Civil
A posse direta e indireta chamada de posse paralela ou desdobramento será:
Temporária
Decorre de uma relação jurídica
Terá conteúdo obrigacional ou real
 2ª. Vantagem da teoria de Ihering
Composse – é aquela exercida ao mesmo tempo, simultaneamente por duas ou mais pessoas. Ex. art. 1.199-CC (marido e mulher).
			DETENÇÃO
PRINCIPAIS ATOS DE DETENÇÃO:
1 - SERVIDOR DE POSSE ALHEIA– artigo 1.198-CC – não exerce a posse em seu próprio interesse, vontade alheia (detenção desinteressada)
Não precisa existir contrato formal de trabalho ou remuneração;
A doutrina exige apenas a subordinação.
Linha tênue entre detentor e possuidor
	PRINCIPAIS ATOS DE DETENÇÃO
2 - ATOS DE PERMISSÃO E TOLERÂNCIA – artigo 1.208 - CC
ato unilaterial do proprietário – autorização expressa
Mera tolerância – autorização tácita;
3 - ATOS VIOLENTOS E CLANDESTINOS
Atos violentos e clandestinos não induzem posse;
Enquanto o possuidor reagir para combater estes atos violentos ou clandestinos, haverá apenas DETENÇÃO.
			DETENÇÃO
Momento de cessação da clandestinidade:
Dois posicionamentos:
Cessa a clandestinidade quando a pessoa dá publicidade àquela posse, daí ela passa a ter posse injusta, pq foi adquirida de forma clandestina;
Um segundo posicionamento doutrinário (majoritário) diz que cessa a clandestinidade não apenas quando se dá publicidade ao ato, mas quando o antigo proprietário tiver ciência da posse pelo possuidor, tornando-se posse injusta.
		BENS INSUSCETÍVEIS DE POSSE
 OCUPAÇÃO DE BENS INSUSCETÍVEIS DE POSSE – MERO DETENTOR
Bens de uso comum do povo. Ex. praças, ruas, etc
Bens especiais – serviços públicos. Ex. Escolas, Hospitais públicos.
No caso de bens dominiais/dominicais (patrimônio publico da União, Estados ou Municípios), bens adquiridos nos moldes dos particulares, poderá ocorrer posse “ad interdicta”, porém, não gera usucapião (posse ad usucapionem).
	ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA POSSE
Ihering:
Sujeito capaz – pessoa física ou jurídica;
Objeto – coisa corpórea ou incorpórea;
Relação de dominação entre o sujeito e o objeto
		OBJETO DA POSSE
Bens móveis e imóveis 
Bens Corpóreos e Incorpóreos.
Para a prof. Maria Helena Diniz: Bens acessórios não podem ser objeto de posse; a posse é um DIREITO REAL, posto que é a visibilidade ou desmembramento da propriedade
Posse de bens incorpóreos
Internet – posse do usuário de e-mails, de seus arquivos e correspondências eletrônicas.
			EFEITOS DA POSSE
Quanto aos seus EFEITOS a posse pode ser:
POSSE “AD INTERDICTA”
Defendida pelas ações possessórias e interditos.
POSSE “AD USUCAPIONEM”
Prolonga-se pelo tempo
Ânimo de dono;
Exercício contínuo de forma mansa e pacífica
Justo título e boa-fé
		MODALIDADES DE POSSE
Classificação DA POSSE EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS:
Posse Direita ou imediata – art. 1.197-CC – coisa está em poder do possuidor.
Indireta ou mediata– o proprietário.
Desdobramento da posse – relação jurídica entre os sujeitos.
Finalidade do desdobramento da posse
		MODALIDADES DE POSSE
COMPOSSE – artigo 1.199 do Código Civil;
Pro diviso – ocorre quando já existe uma divisão de fato da posse, embora não haja a de direito. Utilização pacífica do direito de posse.
Pro Indiviso – posse em conjunto sobre toda a coisa. Ex. Herdeiros de uma universalidade de bens, marido e mulher.
		CLASSIFICAÇÃO DA POSSE
Posse pode ser classificada quanto aos seus vícios objetivos e quanto aos seus vícios subjetivos.
Vício objetivo – é a forma como a posse fora adquirida: FORMA JUSTA OU INJUSTA – artigo 1.200
Justa – não é violenta, clandestina ou precária
Injusta – violenta, clandestina ou precária 
	
		CLASSIFICAÇÃO DA POSSE
Só poderá ser réu na AÇÃO POSSESSÓRIA, via de regra, O POSSUIDOR INJUSTO.
A ação Possessória tem a finalidade imediata de uma pacificação social, a análise da possessória é fática.
Sobre a violência ou a ameaça, esta só poderá ocorrer contra a pessoa e não contra a coisa. 
		CLASSIFICAÇÃO DA POSSE
Posse Clandestina – tomar posse às escondidas, de forma oculta.
Ocupação de coisa abandonada (posse de res derelicta) –POSSE NATURAL. 
Posse Precária - deriva do inadimplemento de restituir a coisa, deriva do abuso de confiança do possuidor direto.
É precedida de uma posse justa (não existe a detenção), apropriação da coisa, não cessa nunca.
			DOS VÍCIOS DA POSSE
JURISPRUDÊNCIA
“Reintegração de Posse – Bem móvel – Posse e propriedade de motocicleta decorrente de contrato de trabalho – Empregado que não restitui o bem findo o vínculo empregatício, sob o fundamento de que o tinha adquirido – Ausência de prova a respeito – artigo 497 do Código Civil –Posse Precária configurada – esbulho demonstrado – Reintegratória Procedente” ( 1º. TACSP, Ap.481.394/93, 1ª. Câmara, rel. Elliot Akel)
		DOS VÍCIOS DA POSSE
EQUIPARAÇÃO COM AS FIGURAS DE DIREITO PENAL:
Violência – roubo
Clandestinidade – furto
Precariedade – apropriação indébita
			VÍCIOS DA POSSE
Vício Subjetivo – está ligada à ciência, ou não, por parte do possuidor, quanto a presença de outros vícios que lhe impeçam a aquisição da coisa: POSSE DE BOA-FÉ e POSSE DE MÁ-FÉ.
Posse de boa ou má-fé – está ligada a características internas
Boa-fé – desconhecimento dos vícios – art.1.201-CC
Má-fé – conhecimento dos vícios
			VÍCIOS DA POSSE
Artigo 1.201 – parágrafo único – CC – presunção “Juris tantum”.
JUSTO TÍTULO – É aquele título que formalmente está correto, mas materialmente possui um vício que impede a aquisição da propriedade, e, no caso de justo título a boa fé é presumida. Ex. contrato de compra e venda de lotes irregulares.
	SOBRE A CLASSIFICAÇÃO DA POSSE
IMPORTÂNCIADA CLASSIFICAÇÃO DA POSSE
A classificação de posse justa ou injusta serve para modular a proteção possessória, ou seja, apenas será réu na possessória aquele possuidor injusto.
EXEMPLOS SOBRE OS VÍCIOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS:
Exemplo 01 – posse injusta e de má-fé: aquele que invade terreno alheio às ocultas, sabendo que o terreno não lhe pertence, é possuidor injusto pela clandestinidade e de má-fé.
EXEMPLOS SOBRE A CLASSIFICAÇÃO DA POSSE
EXEMPLO 02 – POSSE JUSTA E DE BOA-FÉ: o comodatário que acredita ter recebido o bem daquele que é o seu proprietário, quando o comodante é estelionatário que se faz passar por dono do bem, sua posse é justa e de boa-fé.
EXEMPLO 03 – POSSE JUSTA E DE MÁ-FÉ: indivíduo celebra contrato de compra e venda com pessoa que sabia não ser legitimada para o ato, neste caso, a posse é justa, mas de má-fé.
EXEMPLOS SOBRE A CLASSIFICAÇÃO DA POSSE
EXEMPLO 04 – POSSE INJUSTA E DE BOA-FÉ: seria o caso de exercício arbitrário das próprias razões, quando um proprietário invade terreno do vizinho para adequar a situação fática a registral (seu lote vai além da cerca imposta pelo vizinho. Neste caso a posse seria injusta pela clandestinidade, pois ele poderia ingressar com ação demarcatória e de boa-fé porque ele é o proprietário, não tem ciência de vícios anteriores.
	SOBRE A CLASSIFICAÇÃO DA POSSE
Artigo 1.202 – CC – A posse de boa-fé cessa quando houver a presença de circunstâncias que façam presumir que o possuidor não ignora mais os vícios. Ex. citação
A classificação da posse em boa e má-fé serve para modular o direito aos frutos, benfeitorias e direito de retenção, conforme dispõe o artigo 1.214 – CC
Na usucapião, é indiferente a classificação da posse como justa e injusta, contudo, em se tratando de usucapião ordinária a posse de boa-fé gera redução do prazo (dez anos)
		MODALIDADES DE POSSE
Quanto a IDADE a posse pode ser:
POSSE NOVA OU DE FORÇA NOVA – posse com menos e ano e dia, sendo admissível pedido liminar – Procedimento especial;
POSSE VELHA OU DE FORÇA VELHA – posse com mais de ano e dia, sem a possibilidade de pedido liminar para recuperar a posse. Deve se adotado procedimento comum - ordinário
		MODALIDADES DE POSSE
Quanto ao DESEMPENHO DE ATIVIDADE LABORATIVA (Maria Helena Diniz):
POSSE-TRABALHO (PRO LABORE) OU PRODUTIVA – obtida com a prática de atos que possibilitem o exercício da FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE, como a construção de moradia ou investimentos econômicos;
POSSE IMPRODUTIVA – imóvel inútil por não ser explorado, quando o possuidor nada investir.
			CARÁTER DA POSSE
PRINCÍPIO GERAL SOBRE A CONTINUIDADE DO CARÁTER DA POSSE
Presunção juris tantum – a posse guarda o caráter de sua aquisição, ou seja, via de regra o vício não é convalidado.
Artigo 1.203 – Código Civil
“Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse com o mesmo caráter que foi adquirida”
CONVALESCIMENTO DOS VÍCIOS DA POSSE
INTERVERSÃO DA POSSE
Possibilidade de mudança do caráter da posse
Artigo 1.203 – Código Civil
“Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse com o mesmo caráter que foi adquirida”
Interversão bilateral - Ex. MST invade fazenda, adquire posse injusta, e o verdadeiro possuidor ou proprietário propõe arrendamento e celebram um contrato.
Interversão unilateral – não é admitida pela maioria da doutrina, porém, ela pode ocorrer no caso em uma posse justa (locatário), o proprietário falece, ocorre a precariedade, os herdeiros ficam inertes e o possuidor continue no bem com ânimo de usucapir o imóvel. STJ já autorizou esta possibilidade no caso de desídia do proprietário.
				DA POSSE
Posse natural
Exercício do poder de fato com a coisa, sem relação jurídica. Ex. ocupação de um lote
Posse Civil
Se dá por força de lei, sem necessidade de ato físico, possui uma relação jurídica. Ex. posse do locatário, posse do usufrutuário.
			EFEITOS DA POSSE
DIREITOS DO POSSUIDOR:
Direito às Ações de Proteção Possessória;
Direito aos frutos ou indenização;
Direito a indenização de benfeitorias;
Possibilidade de aquisição através do modo de aquisição originária da propriedade: Usucapião
	EFEITOS DA POSSE SOBRE OS FRUTOS
Frutos – são frutos civis que se renovam automaticamente. Ex.aluguel;
Posse de boa-fé percebe os frutos (até a citação)- artigo 1.214 CC;
Posse de má-fé deverá ressarcir/indenizar os frutos, poderá apenas ser ressarcido pelos gastos que teve com a colheita dos frutos
			EFEITOS DA POSSE 
RESPONSABILIDADE : PERDA OU DETERIORAÇÃO DA COISA
Posse de boa-fé – art.1.217 – CC – não se responsabiliza pela perda ou deterioração da coisa, que não deu causa.
Posse de má-fé – art.1.217 – CC – responde pela perda ou deterioração da coisa, mesmo ocorrendo caso fortuito ou força maior. Ex. aquisição de um carro roubado, que foi destruído em uma enchente, o possuidor de má-fé deverá ser responsabilizado.
O possuidor de má-fé não responde apenas no caso em que o possuidor provar que mesmo se o bem estivesse com o possuidor de direito o bem pereceria do mesmo jeito.
Efeitos da posse em relação a benfeitorias realizadas na coisa.
Benfeitorias: obras ou melhoramentos em coisas existentes.
Necessárias
Úteis 
voluptuárias
Posse de boa-fé
 indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis. (art.1.219-CC)
Posse de má-fé
indenização pelas benfeitoriais necessárias (vedação ao enriquecimento sem causa)
Direito de retenção: possuidor de boa-fé, configura-se como autotutela.
		BENFEITORIAS E RETENÇÃO
Momento oportuno para alegar a retenção/preclusivo:
Deve ser oposta pelo possuidor de boa-fé na ação possessória, reinvindicatória ou despejo, no momento da CONTESTAÇÃO.
Se ele não opor no momento da contestação, ele devolverá o bem e poderá ingressar com ação autônoma para cobrar o valor das benfeitorias.
	BENFEITORIAS E PERTENÇAS
BENFEITORIAS E PERTENÇAS
Pertenças não aderem ao bem principal, não são parte integrante de outro, mas são utilizados de modo duradouro.
Artigo 93 do Código Civil.
Ex. quadro, ar condicionado, trator da fazenda.
Não são indenizáveis e não haverá direito de RETENÇÃO.
		DIREITO DE RETENÇÃO
ACESSÕES ARTIFICIAIS
Construções que criam coisa nova, deve ser averbada na matrícula do imóvel porque cria coisa nova.
Não se trata de benfeitoria, se o possuidor estava de boa fé ao construir coisa nova, ele deverá ter o direito de RETENÇÃO, é posicionamento doutrinário, não está na Lei.
Enunciado 81 do Conselho Justiça Federal.
	MODOS AQUISITIVOS DA POSSE
Artigo 1.204 – Código Civil:
Originários – não há relação de causalidade entre a posse atual e a anterior, desconhecimento do antigo possuidor, efetiva-se pela única vontade do adquirente, vontade unilateral;
1- APREENSÃO – é ato pelo qual o possuidor passa a dispor livremente do bem, estabelecendo-se entre ele e o objeto da posse uma relação segundo sua destinação econômico-social.
Apreensão : apropriação de coisas abandonadas (res derelicta) ou por não serem de ninguém (res nullius)
	MODOS AQUISITIVOS DA POSSE
2 - EXERCÍCIO DO DIREITO: aquisição da posse através de um direito, como por exemplo, a servidão, a passagem constante de água por um terreno alheio, capaz de gerar servidão de águas. Passagem de um aqueduro em terreno alheio, adquire a posse, se o dono do prédio serviente permanecer inerte.
O artigo 1.379 – CC – proclama: “O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, pode preenchidos os demais requisitos legais, conduzir à usucapião”
	MODOS AQUISITIVOS DA POSSE
MODOS DERIVADOS DE AQUISIÇÃO DA POSSE:
Derivado – quando existe relação de causalidade entre a posse anterior e a atual. Anuência do antigo possuidor. Tradição, negócio jurídico.
Tradição – modo bilateral de aquisição, contrato de compra e venda, doação, sucessão.
	MODOS AQUISITIVOS DA POSSE
Efeitos da distinção entre posse originária e derivada:
Originária – despida de vícios, nova posse, ato unilateral.
Derivada – transmissão de um sujeito a outro, posse com todos os vícios, conservará o mesmo caráter de antes – artigo 1.203 CC. Ex. herdeiros.
Quem pode adquirir a posse– artigo 1.205 –CC
Pela própria pessoa ou seu representante
Por terceiro sem mandato, dependendo da ratificação (o beneficiário deverá confirmar o ato).
		TRANSMISSÃO DA POSSE
Artigo 1.207 do Código Civil
Título Universal – ocorre quando se transfere uma universalidade. Sucessão mortis causa, o herdeiro é sucessor universal. Mas, nada impede que ocorra a transmissão por ato entre vivos, quando se transfere um estabelecimento comercial, por exemplo.
Título Singular – transferência de um ou mais bens determinados e individualizados, normalmente o que ocorre em ato inter vivos. 
No caso do adquirente singular, poderá unir a sua posse a do antecessor, se lhe for conveniente. Ex. se recebe posse boa de 8 anos, basta a posse de mais 2 anos para pedir usucapião ordinário (art.1.242)
			PERDA DA POSSE
Artigo 1.223 – Código Civil
Abandono;
tradição (venda do objeto)
Destruição da coisa;
Colocação fora do comércio
Artigo 1.224 – Código Civil 
Perda temporária
	POSSE NOVA/FORÇA NOVA E 
	POSSE VELHA/FORÇA VELHA
O artigo 508 do Código Civil de 1916 dispunha:
“Se a posse for de mais de ano e dia, o possuidor será mantido sumariamente, até ser convencido pelos meios ordinários”
O novo Código Civil nada mencionou sobre este lapso temporal, porém, esta disposição de tempo foi mantida no Estatuto Processual no artigo 924 – CPC.
Posse Nova/ Força Nova: menos de ano e dia, rito especial;
Posse Velha/Força Velha: mais de ano e dia, rito ordinário
	POSSE NOVA E POSSE VELHA
Art. 928 – CPC – Pessoa Jurídica de Direito Público – concessão de liminar – subordinada a audiência prévia dos representantes judiciais.
Audiência de justificação/audiência prévia. – conciliação ou decisão sobre prova mais concreta.
Pressupostos : fumus boni iuris e periculum in mora. 
		AÇÕES POSSESSÓRIAS
DIREITO A PROTEÇÃO POSSESSÓRIA
A proteção possessória se dará com a Intervenção do Estado e sem a Intervenção do Estado.
AUTOTUTELA – Ocorre uma fuga ao monopólio estatal de jurisdição, em casos excepcionais, o Estado por saber que não poderá estar presente, ele permite a autotutela. Artigo 1.210 – parágrafo 1º.-CC.
		AÇÕES POSSESSÓRIAS
Artigo 1.210 – parágrafo 1º. – AUTOTUTELA - Reação proporcional, logo após a invasão, meios adequados.
Desforço imediato
Legítima Defesa
	AÇÕES POSSESSÓRIAS
Artigo 1.210 – caput – HETEROTUTELA
AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE – Esbulho - total ou parcial da posse, ocorre com a violação da propriedade, alguém entrou na posse de forma violenta, clandestina ou precária. Juiz expede ordem para retomada da posse. – (Art. 923 e seguintes do CC.)
Juiz vai emitir um mandado de Imissão na Posse. Não há necessidade de processo de Execução.
		AÇÕES POSSESSÓRIAS
AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE – turbação – o possuidor está sendo perturbado na sua posse, e a causa de pedir é a perturbação da posse por um terceiro. Neste caso o juiz poderá arbitrar multa cominatória ao possuidor turbado.
Juiz vai ordenar uma TUTELA MANDAMENTAL, ou seja, a paralização – da turbação e até mesmo uma multa cominatória.
PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS
		AÇÕES POSSESSÓRIAS
INTERDITO PROIBITÓRIO – tutela inibitória – caráter preventivo
Vai ocorrer quando houver ameaça séria de invasão da posse. Ameaça de turbação e de esbulho. Juiz expede ordem para que as pessoas se eximam de praticar turbação ou esbulho.
Pela sua natureza somente ocorre nas situações de força nova.
Cabe ao autor indicar o valor da pena pecuniária a ser imposta neste preceito, senão o juiz irá fixá-la.
		INTERDITO PROIBITÓRIO
INTERDITO PROIBITÓRIO DE BENS INCORPÓREOS
Receio de supressão de fornecimento de energia elétrica, transmissão de sinais televisivos ou informáticos, linha telefônica, etc
		AÇÕES POSSESSÓRIAS
EMBARGOS DE TERCEIRO
Após as ações típicas é o meio mais utilizado de defesa da posse
Proprietário ou Possuidor;
Proteção da turbação ou esbulho de atos constritivos judiciais, tais como penhora, busca e apreensão.
Artigo 1.046 – CPC
Embargos são sempre decorrentes de outro processo judicial
Distribuição por dependência perante o mesmo juiz que determinou o ato constritivo (artigo 1.049 – CPC)
Condição de terceiro
		AÇÕES POSSESSÓRIAS
NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA – artigo 934, inciso I – CPC
Ofensa à posse por obra vizinha, só pode ocorrer no curso da obra
Duas outras hipóteses: 
Condômino para proteger área comum;
Município, a fim de impedir que o particular construa em contravenção da lei
		AÇÕES POSSESSÓRIAS
NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA
Suspenção da obra em andamento ofensiva à posse;
Cominação de pena;
Poderá o Juiz conceder liminar de plano ou após justificação (artigo 937 – CPC);
Oficial de justiça lavrará auto circunstanciado;
Contestação 5 (cinco) dias – artigo 938 – CPC
Inicio do Procedimento Cautelar – artigo 939 – CPC
Réu – prosseguimento na obra por sua conta e risco com prestação de caução e justificativa do prejuízo da suspensão – artigo 940 – CPC;
A lei veda que se prossiga com a obra contra regulamentos administrativos – artigo 940, parágrafo 2º. CPC
		AÇÕES POSSESSÓRIAS
NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA
ESPÉCIE DE AUTOTUTELA - Defesa da Posse de mão própria Antecipação de Tutela
Artigo 935 – embargo extrajudicial –
Dentro de 3 dias requererá o denunciante a ratificação em juízo, sob pena de cessar o efeito do embargo.
	PROTEÇÃO POSSESSÓRIA
CUMULAÇÃO DE PEDIDOS – artigo 921 – CPC
Ação possessória cumulada com perdas e danos, indenização. Facultativa e pode ocorrer sem prejuizo do rito especial.
Inexistência de pedido indenizatório – julgamento ultrapetita, juiz poderá decretar de ofício, porém, deve existir a prova da existência do dano nos autos.
CARÁTER DÚPLICE DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS – artigo 922 – CPC
Pedido formulado junto com a contestação.
Não se admite reconveção em ação possessória.
	JUIZO POSSESSÓRIO E JUIZO PETITÓRIO
ARTIGO 1.210 – CC - Fornece instrumentos de proteção possessória.
Juizo Possessório – posse fática, posse natural, discussão acerca da posse efetivamente. O indivíduo já possui a posse e o direito de protegê-la.
Juizo Petitório – proteção à propriedade baseada no título de propriedade, pelo qual confere o direito à posse. Ação reivindicatória visa o reconhecimento do domínio.
	JUIZO POSSESSÓRIO E JUIZO PETITÓRIO
ENUNCIADO 79 DO CONSELHO JUSTIÇA FEDERAL
Artigo 1.210: “ A exceptio proprietatis, como defesa oponível às ações possessórias típicas, foi abolida pelo Código Civil de 2002, que estabeleceua absoluta separação entre os juízos possessórios e petitório”.

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