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PLANEJAMENTO E ACAO DO PEDAGOGO

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OSEOE – PLANEJAMENTO
Planejamento educacional na escola e a ação do pedagogo
Ao planejar suas ações, o pedagogo deve ter em mente o que é planejamento. A prática dos profissionais da educação, por meio de projetos, pesquisas, e planos de ação poderá oferecer ao aluno a possibilidade de desvelar sua própria história cultural/social, propiciando, assim, a formação da cidadania, bem como contribuir na prática docente para que os almejos sejam atingidos, de tal sorte que somente com uma ação contextualizada, planejada e organizada
seja possível detectar a importância da parceria para o desenvolvimento das ações.
Lembrete
Ações sem direcionamento claro e objetivo de nada adiantam, senão para estabelecer um vazio pedagógico.
Assim, por meio de uma prática planejada, o pedagogo poderá:
1. construir e estabelecer a relevância do seu trabalho;
2. garantir a natureza peculiar da prática do pedagogo;
3. estabelecer uma imagem positiva;
4. dar à prática profissional um caráter sistemático e contínuo;
5. demonstrar a importância e relevância do pedagogo para o
desenvolvimento da prática pedagógica da escola como um todo (LUCK,
1991, p.25).
Planejar significa estar com a mente aberta ao processo educativo, estar atento à sua amplitude, dinamicidade e continuidade. Segundo Luck (1991), planejar é pensar analítica e objetivamente sobre a realidade e sobre a sua transformação.
A escola, organização social, que corrobora para o desenvolvimento cognitivo é o lugar central do processo educativo, local em que se dá a formação da cidadania (entendida como exercício
pleno pautado na democracia, por parte da sociedade, de seus direitos e deveres) e a mudança na unidade escolar, ou seja, lugar onde se concretiza o esforço de ensino aprendizagem.
Organizar e planejar as atividades no âmbito escolar e educacional significa compreender as relações institucionais, interpessoais e profissionais que ocorrem na escola, ampliando e avaliando a participação dos diferentes segmentos em sua administração e gestão. Daí falar-se em planejamento na escola cidadã, essa questão associa-se diretamente à questão da Gestão
Democrática do Ensino Público, de acordo com o exposto por Romão (apud Padilha, 2002). De sorte que planejar é um processo que visa a responder uma questão, estabelecendo fins e meios que apontem para sua solução e superação, ou seja, atingir objetivos propostos anteriormente que levem em conta a historicidade e a prospecção futura.
Tomando as palavras de Padilha (2002, p. 30) é possível afirmar que:
O ato de planejar é sempre processo de reflexão, de tomada de decisão sobre a ação, processo de previsão de necessidades e racionalização de emprego de meios (materiais) e recursos (humanos) disponíveis, visando à concretização de objetivos, em prazos determinados e etapas definidas, a partir do resultado das avaliações.
Assim, realizar os diversos planos e planejamentos educacionais e escolares significa exercer uma atividade engajada, comprometida e intencional.
O planejamento é uma ação inerente ao ser humano em suas atividades cotidianas. No que diz respeito à atividade escolar, o ato de planejar é de extrema importância para o dia a dia. O planejamento escolar é importante momento de elaboração teórica do processo de organização pedagógica em ambientes escolares e não escolares, nos quais a reflexão sobre o acompanhamento e avaliação do processo ensino e aprendizagem podem sugerir uma possível intervenção na realidade escolar dos alunos de uma comunidade, seja ela no âmbito escolar ou não.
“O planejamento organiza, sistematiza, disciplina a liberdade: em nível individual e coletivo. Ele dá os paradigmas para o exercício da prática pedagógica” (FREIRE, 1997, p. 56).
De sorte que o planejamento escolar constitui uma forma de ação que busca organizar coletivamente os espaços educativos em organizações escolares e não escolares. Entretanto, a ideia de planejar a organização pedagógica ainda encontra-se arraigada pela “experiência de elaboração de planos burocráticos, formais e controladores” (VASCONCELLOS, 1995, p. 25).
É necessário lembrar que, como descrito por Vasconcellos: os autores mais progressistas, ao abordarem a problemática do planejamento, lembram que ele, antes de ser uma questão meramente técnica, é uma questão política, já que envolve posicionamento, opções, jogo de poder, compromisso com a reprodução ou com a transformação etc. Isto é um avanço, mas ainda não dá conta de uma questão mais elementar hoje colocada, que é a valorização do planejamento, o estar mobilizado para fazê-lo, entendê-lo realmente como uma necessidade. [...] O planejamento é político, é hora de tomada de decisões, de resgate dos princípios que embasam a prática pedagógica. Mas para chegar a isso, é preciso atribuir-lhe valor, acreditar nele, sentir que planejar faz sentido, que é preciso.
[...] O desafio fundamental, portanto, está em resgatar a confiança nas possibilidades de êxito do sujeito, num sentido de invenção e criação, portanto de libertação. Planejar implica, pois, acreditar na possibilidade de mudança e na necessidade da mediação teórico metodológica.
O planejamento escolar, entendido como processo político para a possível intervenção das condições cotidianas de nossas organizações escolares, exige que haja a participação, compromisso e comprometimento dos diversos segmentos que compõem a comunidade escolar. Assim, o plano construído não deve ser encarado apenas como instrumento que a unidade escolar faz para cumprimento de exigências do sistema ao qual está integrada, deixando-o de lado após concluí-lo.
O planejamento escolar visto como parte integrante do processo organizacional: consiste numa atividade de previsão da ação a ser realizada, implicando definição de necessidades a atender, objetivos a atingir dentro das possibilidades, procedimentos e recursos a serem empregados, tempo de execução e formas de avaliação. O processo e o exercício de planejar referem-se a uma antecipação da prática, de modo a prever e programar as ações e os resultados desejados, constituindo-se numa atividade necessária à tomada de decisões. [...] Sem planejamento, a gestão corre ao sabor das circunstâncias, as ações são improvisadas, os resultados não são avaliados (LIBÂNEO, 2004, p. 149).
No momento de planejamento em ambientes escolares e não escolares, o que se pretende planejar são atividades de ensino e de aprendizagem determinadas por uma intenção educativa e que envolvem objetivos, valores, atitudes, conteúdos. Diante disso, vê-se que o planejamento não é de um indivíduo, mas, sim, uma prática de elaboração conjunta e coletiva realizada por meio de discussões e reflexões interpessoais. O planejamento constitui, então, uma forma de ação que busca organizar coletivamente as comunidades, tendo neste processo a participação do supervisor escolar/coordenador pedagógico e do orientador educacional como grandes articuladores do processo de reflexão, participação e organização de meios para que se possa cumprir a tarefa de propiciar aprendizagem, seja em ambiente escolar ou não.
Para tanto, cabe ao pedagogo na função de supervisão/coordenação e orientação educacional “a sistematização e integração do trabalho no conjunto, caminhando na linha da interdisciplinaridade” (VASCONCELLOS, 2007, p. 87).
O supervisor escolar, em função do espaço em que atua, “tem tanto a interface com o “chão da sala de aula” (por meio do contato com os professores e alunos), quanto com a administração, podendo ajudar uns e outros a se aproximarem criticamente” (ibidem, p.89).
Desse modo, é possível ampliar o conceito da supervisão: “líder de comunidades formativas”
(ALARCÃO). Assim, toda atividade e relação educativa, seja em espaço escolar ou não escolar, implica um vínculo com o conhecimento, ou seja, epistemológico, o qual será objeto da ação supervisora. É como afirma Paulo Freire:
“A educação, não importando o grau em que se dá, é sempre uma teoria do conhecimento que se põe em prática. [...] O supervisor é um educador e, se ele é um educador, ela não escapana sua prática a esta natureza epistemológica da educação. Tem a ver com o conhecimento, com a teoria do conhecimento. O que se pode perguntar é: qual o objeto de conhecimento que interessa diretamente ao supervisor? Aí talvez a gente pudesse dizer: é o próprio ato de conhecimento que está se dando na relação educador/educando”.
Portanto, é possível afirmar que a ação supervisora, de coordenação pedagógica, bem como de orientação educacional são delineadas pelos processos de ensino e aprendizagem, onde quer que ocorram.
Pode-se dizer então que o planejamento educacional tem como objetivos gerais:
• estabelecer condições necessárias à eficiência do sistema educacional;
• conciliar e aperfeiçoar a eficiência interna e externa do sistema educacional;
• alcançar maior coerência nos objetivos específicos e nos meios mais adequados para atingi-los.
Lembre-se de que o pedagogo ao pensar em planejamento deverá centrar sua atenção em:
Questões centrais no processo de planejamento:
Meus educandos já sabem o quê? (zona real)
Ainda não conhecem o quê?
Devo ensinar o quê?
Como ensinar?
Quando ensinar?
Onde ensinar?
(FREIRE, 1997, p. 56).
Planejamento: tipos e níveis e suas relações
Tomando o significado dos verbetes planejamento e planejar, conforme o Dicionário Aurélio, vê-se que:
• planejamento é o ato ou efeito de planejar. Trabalho de preparação para qualquer empreendimento, segundo roteiro e métodos determinados;
• planejar designa fazer o plano de; projetar; traçar; fazer o planejamento de [...].
Logo, planejar, em sentido amplo, é um processo que visa a dar respostas a um problema, estabelecendo fins e meios que apontem para sua superação, de modo a atingir objetivos antes previstos, pensando e prevendo necessariamente o futuro, mas sem desconsiderar as condições do presente e as experiências do passado, levando em conta os contextos e os pressupostos filosófico, cultural, econômico e político de quem planeja e de com quem se planeja (PADILHA, 2002, p. 63).
Planejamento é um processo contínuo e sistematizado de previsão de necessidades, de reflexão e análise crítica para tomada de decisão. Desse modo, planejamento como processo é permanente, já o produto desse planejamento, o plano, é provisório.
A didática, por meio de estudos de diferentes autores faz distinção entre os tipos e/ou níveis de abrangência de planejamento, ressaltando-se, como bem afirma Gandin (2001, p. 83), que “[...] é impossível enumerar todos os tipos e níveis de planejamento necessários à atividade humana”.
Planejamento educacional: significa a elaboração de um projeto contínuo que engloba uma série de operações interdependentes, [...] com determinação de objetivos e de recursos disponíveis, a análise das consequências que advirão das diversas atuações, a determinação de metas a atingir em prazos bem definidos e o desenvolvimento dos meios mais eficazes para
implantação da política escolhida ou Planejamento de Sistema de Educação: aquele que se refere às políticas educacionais em nível nacional, estadual e municipal (VASCONCELLOS, 1995).
Planejamento escolar ou projeto educativo: aquele que pode ser concebido como processo que envolve a prática docente no cotidiano escolar, fruto do exercício contínuo da ação reflexão-ação (FUSARI).
O planejamento geral da escola é o processo de tomada de decisão quanto aos objetivos a serem atingidos e a previsão das ações pedagógicas e administrativas, o resultado desse tipo de planejamento é o plano escolar (HAYDT, 2008, p. 95).
O planejamento escolar atende, em geral, às seguintes funções:
• diagnóstico e análise da realidade da escola: busca de informações reais e atualizadas que permitam identificar as dificuldades existentes, causas que as originam, em relação aos resultados obtidos até então;
• definição de objetivos e metas compatibilizando a política e as diretrizes do sistema escolar com as intenções, expectativas e decisões da equipe da escola;
• determinação de atividades e tarefas a serem desenvolvidas em função de prioridades postas pelas condições concretas e compatibilização com os recursos disponíveis (elementos humanos e recursos materiais e financeiros).
O processo de planejamento inclui, também, a avaliação dos processos e resultados previstos no projeto, tendo em vista a análise crítica e profunda do trabalho realizado e a reordenação de rumos (LIBÂNEO, 2004, pp. 150-151).
Planejamento curricular: aquele que define e expressa a filosofia de ação da escola, seus objetivos e toda a dinâmica escolar, os quais estão fundamentados na filosofia da educação nacional, sendo a partir dele planejada e elaborada toda a ação escolar de modo sistemático e globa (PADILHA), ou de acordo com Gimeno Sacristán (1998), tem a função de ir formando, progressivamente ou por meio das instâncias que o decidem e moldam, o currículo em diferentes etapas, fases. “O Planejamento Curricular envolve os fundamentos das áreas
que serão estudadas, a proposta metodológica escolhida e a forma como se dará a avaliação” (MEC, 2006, p. 30).
Planejamento de ensino-aprendizagem: que é o processo que envolve a atuação concreta da prática do professor no cotidiano de seu trabalho pedagógico, envolvendo todas as suas ações e situações (PADILHA) ou segundo Vasconcellos, aquele que diz respeito ao aspecto didático e é subdividido em Plano de Curso, Plano de Ensino e Plano de Aula.
Orientação em supervisão escolar e orientação educacional
Plano de curso: “é a organização do conjunto de matérias que vão ser ensinadas e desenvolvidas durante o período de duração de um curso/ano/ série” (MEC, 2006, p. 31). Este plano serve para sistematizar a proposta de trabalho do professor.
Plano de Ensino: “é o plano de disciplinas, de unidades e experiências propostas pela escola, professores, alunos ou pela comunidade, é específico e concreto”.
Plano de Aula: é o plano mais próximo da prática do professor e da sala de aula. Refere-se totalmente ao aspecto didático” (ibidem). De acordo com Libâneo (apud PADILHA, 2002, p. 37), “o plano de aula é a previsão do desenvolvimento do conteúdo para uma aula ou conjunto de aulas e tem um caráter bastante específico”.
Projeto político-pedagógico e/ou proposta pedagógica e plano de desenvolvimento da escola
O planejamento escolar, principalmente nas escolas da rede pública, deve ser pautado na legislação que rege a educação nacional vigente, destacando-se a garantia da função social da escola, a gestão democrática, e a construção participativa da proposta pedagógica. 
De sorte que a equipe gestora da unidade escolar, como articuladora, coordenadora e implementadora dos princípios democráticos referendados pela Constituição Federal de 1988 e pela LDBEN nº 9394/96, deve organizar o planejamento escolar em um processo de ação participativa dos diferentes segmentos da comunidade escolar e seu entorno na construção documental da proposta pedagógica e do projeto político-pedagógico.
Projeto Político-Pedagógico/Proposta Pedagógica
Assim, a proposta pedagógica é o documento-guia para a elaboração de todos os outros documentos escolares como: Regimento Escolar, Projeto Político-Pedagógico, Plano de Gestão, Plano de Curso, Plano de Ensino e Plano de Aula entre outros.
Para tanto, no processo de gestão democrática dos sistemas e da unidade escolar, há necessidade de se desenvolver possibilidades para propiciar a participação de todos os segmentos da comunidade escolar no processo decisório que cada um desses níveis (sistema ou escola) precisa deliberar.
De acordo com Mendes (2007) a dimensão pedagógica do processo educacional é função específica da organização social escolar, mas não se restringe a ela. Fato é que cabe aos órgãos gestores em todas as instâncias administrativas de governo explicitar diretrizes orientadoras e de acompanhamento do ensino. Contudo, ao mesmo tempo em que as escolas, em caráter autônomo, envidam esforços para a construção do projeto pedagógico identidário da organização, este também permite e aponta formas de controle e acompanhamento do trabalho educacional pelo órgão central.Condição sine qua non para que o projeto seja reconhecido é que sua elaboração seja reflexo de um amplo processo de participação dos atores sociais envolvidos.
Um modo de organização e de planejamento dos sistemas educacionais concretiza-se nos Planos de Educação (Nacional, Estadual e Municipal). No âmbito da unidade escolar, é o projeto político-pedagógico que viabiliza a concretização das ações do Plano Escolar (pedagógico, político e administrativo).
Mas afinal, o que é projeto político-pedagógico?
Como aponta Gracindo (2007, p. 55), projeto político-pedagógico:
É um documento teórico-prático que pressupõe relações de interdependência e reciprocidade entre os dois polos, elaborado coletivamente pelos sujeitos da escola e que aglutina os fundamentos políticos e filosóficos em que a comunidade acredita e os quais deseja praticar; que define os valores humanitários, princípios e comportamentos.
Assim, o projeto pedagógico tem por função organizar o trabalho da unidade escolar, ou seja,
perscrutar caminhos para que os objetivos sejam delineados e realizados num processo coletivo, como apontado na LDB 9.394/96 em seu artigo 2º que estabelece as finalidades da educação nacional que são: o desenvolvimento pleno do educando, sua preparação para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
O projeto político-pedagógico tem como fundamentos esses mesmos objetivos institucionais (GRACINDO, 2007, p. 55).
Sua construção requer uma análise minuciosa das questões a serem consideradas em todos os prismas da gestão: aspectos administrativos, pedagógicos e financeiros.
Diógenes e Carneiro (2005, p.146), argumentam que: o Projeto Pedagógico não pode ser encarado, apenas, como modismo ou exigência das instâncias centrais de decisão, mas, acima de tudo, como tomada de consciência por parte da escola, diante da sua missão e função
social no atual contexto histórico em que vivemos.
Sendo assim, o projeto pedagógico é componente estabelecido na forma da Lei como garantia
da gestão democrática nas escolas públicas. Para tanto, Gadotti (2001, p. 35) enfatiza que, para que realmente haja gestão democrática, é preciso “que a comunidade, os usuários da escola sejam os seus dirigentes e gestores e não apenas os seus fiscalizadores ou, menos ainda, os meros receptores dos serviços educacionais”.
De sorte que falar em do projeto pedagógico é falar de planejamento no contexto de um processo participativo, onde o passo inicial é a elaboração do marco referencial, sendo este a luz que deverá iluminar o fazer das demais etapas. Até porque projeto é também um produto documental do planejamento. Projeto Pedagógico, de acordo com Vasconcellos (1995, p. 143) “é um instrumento teórico metodológico que visa a ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica e, o que é essencial, participativa. É uma metodologia de trabalho que possibilita ressignificar a ação de todos os agentes da instituição”.
Tomando as palavras de Romão e Gadotti (apud PADILHA, 2002, p. 44) é preciso entender o projeto político pedagógico da escola como um situar‑se num horizonte de possibilidades na caminhada, no cotidiano, imprimindo uma direção que se deriva de respostas a um feixe de indagações tais como: que educação se quer e que tipo de cidadão se deseja, para que projeto
de sociedade? A direção se fará ao se entender e propor uma organização que se funda no entendimento compartilhado dos professores, dos alunos e demais interessados em educação.
Deste modo, pode-se dizer, como Mendes (2007), que a importância do projeto pedagógico para o processo de gestão educacional ocorre por ser ele um norteador das ações da organização e da educação.
Trata-se de uma ação intencional definida coletivamente que expressa as atividades pedagógicas e que leva ao alcance dos objetivos educacionais propostos e no dizer de Veiga (2004, p. 15):
O projeto busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente. E, por isso, todo projeto pedagógico da escola é também um projeto político, por estar intimamente articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos da população majoritária.
Para Veiga (2001a, p. 11), o projeto pedagógico deve apresentar as seguintes características:
• ser processo participativo de decisões;
• preocupar-se em instaurar uma forma de organização de trabalho pedagógico que desvele os
conflitos e as contradições;
• explicitar princípios baseados na autonomia da escola, na solidariedade entre os agentes educativos e no estímulo à participação de todos no projeto comum e coletivo;
• conter opções explícitas na direção de superar problemas no decorrer do trabalho educativo voltado para uma realidade específica;
• explicitar o compromisso com a formação do cidadão;
• nascer da própria realidade , tendo como suporte a explicitação das causas dos problemas e das situações nas quais tais problemas aparecem;
• ser exequível e prever as condições necessárias ao desenvolvimento e à avaliação;
• ser uma ação articulada de todos os envolvidos com a realidade da escola;
• ser construído continuamente, pois como produto, é também processo.
De acordo com Padilha (2003), seguir-se-ão algumas indicações que orientam a elaboração do projeto político-pedagógico em suas etapas, lembrando que não se trata de um modelo acabado, admitindo-se outros tipos de percursos que expressem os saberes locais, que vão sendo construídos no cotidiano da escola sobre as melhores estratégias e metodologias de elaboração. Neste sentido, cabe lembrar que flexibilidade, objetividade e coerência são características a serem observadas no planejamento, uma vez que é necessário que considere, reflita e revele o contexto real para o qual é pensado, visando à sua transformação.
Assim, o planejamento do projeto político-pedagógico compreende três etapas que seguem alguns passos que facilitam a sua elaboração:
1ª Etapa marco referencial
• como entendemos o mundo?
1. Como compreendemos, vemos, sentimos o mundo atual?
2. Quais são os seus principais problemas e suas maiores necessidades?
3. Quais são as causas da situação atual em termos sociais, políticos e econômicos?
4. Quais são os efeitos da globalização sobre a qualidade de vida no mundo de hoje?
5. Quais são as utopias que nos movem neste mundo?
6. Qual a escola dos nossos sonhos?
Nesta etapa, o grupo poderá apresentar respostas a possíveis perguntas relacionadas a como resolveriam, em termos ideais, os problemas mais próximos, que atingem diretamente a escola, no que diz respeito às dimensões pedagógica, comunitária, administrativa e financeira (PADILHA, 2003)
2ª Etapa conhecimento da realidade
• qual o retrato da escola que temos?
3ª Etapa propostas de ação
• o que faremos na nossa escola?
Conforme Padilha (2003, pp. 87-88), nesta etapa tomam corpo as propostas de ação, formuladas a partir do levantamento preliminar sobre os dados da realidade escolar, sendo o momento de programar as atividades e documentá-las, atividades estas que possam ser assumidas como compromisso de todos, considerando critérios de viabilidade e exequibilidade. O autor sugere, que sejam classificados os diferentes
tipos de ações para que sirvam de orientação à apresentação de soluções que correspondam aos diferentes tipos a seguir relacionados:
Tipo1 – Ações concretas (proposta com caráter de terminalidade):
• o quê? para quê?
Tipo 2 – Linhas de ação (orientação geral, princípios);
Tipo 3 – Atividades permanentes (rotinas, propostas que se repetem, com determinada frequência);
Tipo 4 – Determinações (normas; ações de caráter obrigatório que atingem a todos).
A redação final do projeto político-pedagógico, de acordo com prescrições de Padilha (2003, pp. 90-93), a qual, reafirmamos, admite variações pelo caráter processual e contextual da construção do projeto:
1. Identificação do projeto.
2. Histórico e justificativa.
3. Objetivos Gerais e Específicos.
4. Metas.
5. Desenvolvimento metodológico.6. Recursos.
7. Cronograma.
8. Avaliação.
9. Conclusão.
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