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Regra Matriz de Incidência

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Regra Matriz de Incidência
Entende-se como regra matriz de incidência o conjunto de características presentes na norma jurídica que, uma vez presentes no mundo real, dão ensejo ao surgimento da obrigação tributária. Seria então a expressão sinônima de norma jurídica tributária.
O desenvolvimento teórico do conceito foi feito pelo Prof. Paulo de Barros Carvalho.
Nas palavras de Mary Elbe Queiroz:
... a regra matriz de qualquer tributo é composto por uma hipótese (que descreve um fato – descritor) e uma consequência (que prescreve os efeitos jurídicos que o acontecimento irá difundir – o prescritor).
Regra Matriz de Incidência
A ligar o antecedente ao consequente, temos o conector ou functor, que, no caso da norma jurídico tributária, seria um “dever ser”. 
Aqui, temos que nos recordar que a ciência jurídica, como ciência humana, atua sobre os membros da sociedade, impondo comportamentos, que nem sempre serão realizados. Daí porque se afirmar que a norma jurídica implica um “dever ser”, expressando uma situação desejada pelo sistema, qual seja, que a norma seja obedecida pelos membros da sociedade. São expressas no forma: Se A, deve ser B. As normas jurídicas se sujeitam a um juízo de validade. 
Já as regras das ciências naturais implicam em um “ser”, estando sujeitas a um juízo de verdade. São expressas na forma: Se A, é B. 
Regra Matriz de Incidência
No caso da norma jurídico tributária, esta poderia ser decomposta em aspectos, ou dimensões, algumas se localizando na hipótese e outras no consequente. Esse conjunto espelharia todas as características do fato gerador.
Na hipótese, teríamos os aspectos material, espacial e temporal. O aspecto material sempre seria expresso por um verbo, seguido de complemento. Dessa forma, “adquirir disponibilidade econômica”, “ser proprietário de veículo automotor” e “prestar serviços” seriam exemplos de aspectos materiais. No caso, do imposto de renda, imposto sobre a propriedade de veículo automotor e imposto sobre serviços de qualquer natureza, respectivamente.
Regra Matrix de Incidência
O aspecto espacial diz com o espaço, referindo-se à territorialidade, remetendo ao ente competente para tributar naquele local em que “ocorreu” o aspecto material. Pode se referir ao território Nacional, de um Estado, Município ou mesmo a um local no estrangeiro, a depender do tributo em questão.
Por fim, o aspecto temporal se refere ao momento em que o “ocorreu” o aspecto material, ao fator tempo, ou ao período em que este ocorreu, nos casos em que o tributo é apurado não instantaneamente, mas em determinado período de tempo: mês, semana, decêndio, ou mesmo ano. 
Regra Matriz de Incidência
No consequente, encontramos os aspectos quantitativo e pessoal. Dizem respeito ao montante de tributo eventualmente devido, bem como a quem deve o tributo.
O aspecto quantitativo abarca tanto a possível base de cálculo do tributo, como a alíquota aplicável. Esta última pode se apresentar de dois tipos: “ad volorem”, quando é expressa em um percentual, a ser aplicado à base de cálculo, ou “específica”, quando esta se expressa em função de um certo valor por unidade do produto. As alíquotas específicas são muito pouco utilizadas na atualidade, sendo aplicáveis nos impostos de exportação e no IPI. Seriam exemplos de alíquotas específicas: “R$ 50,00 por tonelada de cacau” ou “R$ 8,00 o litro de whisky”. 
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Por fim, o aspecto pessoal define quem deve constar do polo passivo da relação jurídico tributária e, a depender da relação que este tenha com o fato gerador, poderá tomar a forma de contribuinte ou responsável. 
O contribuinte terá uma relação direta com o fato gerador e estará pagando tributo próprio. Já o responsável estará pagando tributo de terceiro e foi “colocado” pela lei no polo passivo por razões de política tributária, para facilitar a arrecadação tributária e simplificar a fiscalização. Imagine-se milhões de trabalhadores que ganham acima da tabela de imposto de renda recolhendo mensalmente o imposto devido. Bem mais simples exigir-se dos poucos milhares de empregadores que façam o recolhimento de seus trabalhadores.

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