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Teoria da Contabilidade e Ética Profissional Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Rodrigo De Souza Marin Revisão Textual: Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira Ética Profissional e Código de Ética Contábil • Conceitos de Ética; • Ética Profissional; • Perfil Ético-Profissional Contábil. • Enfatizar a ética e o profi ssionalismo zelando os princípios e práticas contábeis; • Abordar o perfi l ético do contabilista. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Ética Profi ssional e Código de Ética Contábil Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembrese de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembrese de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Ética Profissional e Código de Ética Contábil Contextualização Conforme o CFC (2010), o IFRS, a harmonização internacional de normas e a convergência contábil entre os mercados têm provocado uma enorme transfor mação em toda a contabilidade, e, consequentemente, no contabilista de forma geral. A busca incessante pela transparência, controle e governança tem sido uma luta para todos os profissionais contábeis. Sendo assim, os contabilistas tornamse uma peça chave em todo esse que bracabeça estrutural/corporativo, desenvolvendo nova postura perante os novos desafios institucionais. O foco nos princípios éticos fazse fundamental, pois mudanças profundas estão acontecendo no mundo e requerem uma resposta adequada para o novo profissional contábil que se formará daqui em diante. Cada vez mais, a academia ( Universidade) deve adotar o ensino da ética como sendo algo que está além de uma disciplina isolada, devendo ser ministrada de forma que a ética permeie as outras disciplinas durante a concepção dos contadores no decorrer de todo o curso. Atualmente, os contadores trabalham basicamente com informações. A infor mação é um dos bens mais preciosos nas mãos dos contabilistas para produção de dados contábeis úteis para tomada de decisão. O contabilista é responsável por le vantar, estudar e analisar as informações, tendo a responsabilidade de uma conduta irrepreensível, transparente e ética perante toda a sociedade. A consciência profissional deve ser o lastro a guiar os trabalhos do contabilista, bem como auxiliar nas diversas opções que o mercado apresenta para, assim, me lhor gerir seu cliente e apoiálo rumo à perpetuidade em seus negócios. Viver em um país marcado comumente por fraudes, erros e corrupções torna fundamental aos futuros contabilistas ter foco na ética, na moral e nos bons costu mes, qualidades essenciais para o trabalho do contador ser bem realizado. Nunca é demais estudar ética profissional. Com todo este cenário traçado ante riormente, fazse necessário que os profissionais de contabilidade busquem aprimo ramento técnico constante, pois, desta forma, gerase conhecimento, sendo uma das maneiras mais assertivas para exercer a ética perante um mercado de trabalho cada vez mais complexo e desleal. 8 9 Conceitos de Ética A origem histórica da palavra ética remonta à Grécia antiga e no idioma original, éthos, significa modo de ser ou caráter; caráter este adquirido e conquistado pelo homem. O homem em todo este contexto sempre aparece como ponto focal da política, da ciência, da arte e da moral. No dicionário Aurélio (2004, p.842), ética é “o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto.” Pensando por este viés, não existe uma definição absoluta do certo ou errado, ou mesmo do bem e do mal. Estes conceitos podem ter conotações diferentes quando analisados em relação às culturas, ideologias e tradições de uma sociedade. Ética: é o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal [...].Ex pl or Fonte: FERREIRA, 2004, p.842 Ao definir em uma sociedade o que é certo ou errado, bom e mau, isso de alguma forma cria um padrão de conduta para aqueles que se acharem, ou se sentirem desnorteados perante o grupo para o qual aquele padrão foi estabelecido. Não podemos obrigar alguém a ser ético, mas através dos valores morais que cada pessoa adquire no decorrer de sua vida e através de suas experiências, o que se pode fazer é deixar explícito aquilo que é certo e o que não é, de acordo com deter minada sociedade. Assim, caberá a cada indivíduo a escolha do caminho a trilhar. Para Costa (2017), Ética é um conjunto de conhecimentos objetivos, extraídos da investigação do comportamento humano; a família contribuiu para a formação do indivíduo. Já a Moral é o conjunto de regras aplicadas no dia a dia, e usadas continuamente por cada pessoa. Forma a construção do indivíduo durante sua vida. Pensando nes ta visão, a ética voltase para a racionalidade humana, em que o ser humano tenta descobrir os limites de seus direitos e deveres, verdadeiramente a sua essência, que, como indivíduo, quer profissionalmente. Para Barsano (2014, p.49), “A é tica é definida, de uma forma ampla, como a explicitaç ã o teó rica dos comportamentos morais do agir humano, na busca do bem comum e da realizaç ã o individual.” Quando falamos de ética, não há como escapar à uma dúvida permanente: de que ética falamos? Da ética verdadeira, ou da ética do engano e dissimulação? Toda distorção ética criada por nós, seres humanos, nada mais é do que relativa a interesses egoístas sobre nossas preferências individuais. Sendo assim, a ética é a ciência da verdade, não existe ética da mentira, ou meia ética. 9 UNIDADE Ética Profissional e Código de Ética Contábil Ela é a verdade em sua essência e, por habitar dentro de nós, tem estreita rela ção com o ser! Ninguém fica indiferente à ética. Embora muitas vezes travestida, a ética da dissimulação e a meiaética são mentiras por inteiro que não resistem à verdade do tempo (MATOS, 2017). A ética é o fundamento da sociedade, não existe a possibilidade de vida social sem a observância de princípios éticos, e, com isso, a sociedade deve preconizar três pilares éticos para manter o bem comum e uma predisposição em fazer o bem. Quadro 1 – Três Pilares éticos Justa É essencial que a sociedade seja JUSTA. Livre É necessário que a sociedade seja LIVRE. SolidáriaÉ vital que a sociedade seja SOLIDÁRIA. Fonte: Adaptado de Matos, 2017 Se tivermos o foco nesses três pilares, construiremos uma sociedade compro metida com o respeito e a dignidade humana. E, para que esta sociedade venha a ser vivenciada para além dos pilares, como estrutura basilar, temos também três capacidades éticas a serem desenvolvidas em todas as sociedades, sendo elas: • Liderança integrada; • Organização flexível e • Visão e ação estratégica. A seguir, um breve relato de cada uma das capacidades: • Liderança integrada: Não basta existirem líderes, eles precisam estar ali nhados por verdades absolutas; • Organização flexível: A sociedade estimula a participação de todos, e que todos possam exercitar a criatividade, a descentralização e a autoridade; • Visão e ação estratégicas: Desenvolver a análise crítica e pensamento estra tégico com foco em tomada de decisão. A ética é construída como um conjunto de regras adquiridas e confirmada pela prática cotidiana. Este conjunto de regras está estabelecido sobre valores, normal mente, valores do bem. Lopes Sá (2000, p.33) descreve com maestria o sentido de ética: A ética é um estado de espírito quase hereditário e vem da formação e do meio social no qual a criança teve sua personalidade moldada, burilada para ingressar no convívio da sociedade, que é o que popularmente se denomina berço; e moral é adquirida por meio da educação formal e da experiência de vida. A ética é um assunto vital e cotidiano, pois a sociedade enfrenta graves desafios. Neste início do século XXI, existem desafios gritantes na transformação de comporta mentos sociais e na relação com o próximo, como uma simples regra de respeitar seu semelhante. Uma simples regra preconizada por Jesus Cristo há mais de dois mil anos: 10 11 O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes. (BÍBLIA, Marcos, 12:31) Sócrates baseava sua ética numa convicção pessoal, adquirida por meio da tentativa de compreender a justiça das leis. Através do pensamento defendido por Descartes, ele propõe uma adoção de uma moral provisória, que cuidasse, inicial mente, das questões teóricas, resolvendo as práticas do jeito que desse. Talvez, ainda, simplesmente ignorar a ética, cuidando apenas de assuntos técnicos: conse guir dinheiro, progredir profissionalmente etc. Chauí (1995, p. 24), ao abordar sobre os valores como padrões de conduta comenta: A existência de um agente consciente, reconhecendo a diferença entre os pares de opostos, é condição sine qua non da conduta ética. E a consciên cia moral não só reconhece essas diferenças, como julga o valor dos atos e das condutas à luz de seus valores, assumindo as responsabilidades deles. A Ética, em muitos contextos, está correlata com virtudes, ou costumeira mente denominada de qualidades. Lopes Sá (1996, p.65) relata que “Na conduta ética, a virtude é condição basilar, ou seja, não se pode conceber o ético sem o virtuoso como princípio, nem deixar de apreciar tal capacidade em relação a terceiros”. A virtude do homem está relacionada com a prudência, justiça, fortaleza e temperança. Quadro 2 – Virtudes básicas Prudência A reta noção daquilo que se deve fazer ou evitar, exigindo o conhecimento dos princípios gerais da moralidade e das contingências particulares da ação. Justiça É o ato de respeitar os direitos e os deveres; é a disposição de dar a cada um o que é seu de acordo com a natureza, a igualdade ou a necessidade; é a base da vida em sociedade e da participação na existência comum; a Justiça implica a combinação de diversas atividades, com a imparcialidade, a piedade, a veracidade, a fidelidade, a gratidão, a liberdade e a equidade. Fortaleza Firmeza interior contra tudo o que molesta a pessoa neste mundo, fazendo vencer as dificuldades e os perigos que exercem a medida comum. Temperança Regra, medida e a condição de toda virtude; é o meio justo entre o excesso e a falta; exige sensatez baseada num pensamento flexível e firme; encontra-se atrelada à contingência, à sobriedade, à humildade, à mansidão e à modéstia. Fonte: Adaptado de Camargo (2001, pg. 35) Em contraponto às virtudes, existem os vícios, que na verdade representam sen timentos inversos às virtudes, dentre os quais o orgulho, a avareza, a gula, a inveja, a preguiça e a ira influenciarão negativamente o caráter do homem. O foco da ética é o homem (ser humano), forjado com virtudes e influenciado negativamente por vícios, o qual é capaz de agir de acordo com as suas necessi dades individuais e coletivas. Esta ação do homem deve ser avaliada sempre através de um contexto histórico, cultural e comportamental. Assim, os conceitos éticos podem ser explicitados utilizandose de várias teorias pregadas por vários estu diosos no decorrer da história. 11 UNIDADE Ética Profissional e Código de Ética Contábil Ética Profissional Em qualquer área, o trabalhador, exercendo plenamente sua função, necessita de um compromisso moral com a sociedade, cliente, empregador e governo. Tendo ele deveres e responsabilidades irrefutáveis, deve cumprir as obrigações impostas pelo patrão, a fim de exercer bem sua função. A ética é definida, de uma forma ampla, como a explicitação teórica dos comportamentos morais do agir humano, na busca do bem comum e da realização individual. A ética profissional, sem sombra de dúvidas, é uma das áreas desse conhecimento mais importante para o ambiente organizacional, pois estuda os comportamentos morais praticados tanto pelo empregador quanto pelo empregado nas relações trabalhistas. (BARSANO, 2014, p.49) Para inspirar a nossa conduta ilibada, precisamos ter valores respeitáveis, uma boa relação entre empregador e empregado, dentro de um ambiente organizacional estável e agradável. Esta deve ser a base das nossas relações interpessoais, o res peito mútuo deve prevalecer em todas as relações envolvidas com a empresa, com a sociedade e com todos que as cercam. Liderança e ética profissional Há atualmente nas organizações um grande foco em liderança. A liderança é capaz de influenciar o clima organizacional, de motivar os colaboradores e líderes. Líder não é aquele que coaduna com o poder, e sim aquele que, através da lide rança, extrai o melhor de seus colaboradores, transformando o ambiente em um espaço mais produtivo e agradável, em busca por resultados mais positivos para sua equipe. A ética sempre anda de mãos dadas com a liderança. Acima de tudo, o líder deve ser honesto, além de leal à causa, ou seja, a ética também deve estar presente na figura da liderança, tendo em vista a finalidade do cargo. Um líder deve ser justo, honesto e imparcial, ou seja, jamais criar acepção de pessoas, por qualquer motivo que seja. Além disso, sempre que possível, pensar no bemestar de todos ao seu redor, tanto na empresa, como colaboradores, fornecedores e clientes. Conforme as teorias dominantes sobre liderança, elas se classificam em três cate gorias: estilo autocrático, estilo democrático e estilo liberal. Veja a seguir as suas principais características: Estilo Autocrático No estilo autocrático, as decisões do líder não são fundamentadas pelas opiniões de seus liderados ou subordinados, e muito menos discutidas com os demais. Nesse estilo de liderança, a autoridade está concentrada no líder. 12 13 Estilo Democrático Ao contrário do autocrático, o lí der democrá tico acredita no com partilhamento de ideias, sugestões, críticas etc. Tem como principal caracterí stica, ouvir com serenidade os seus liderados, envolvendoos nos processos de decisã o e controle. Sempre na esperanç a de alcançar o bemestar para todos. Estilo Liberal Como o pró prio nome indica, o lí der liberal tem por costume transferir seu poder de comando para os seus liderados ou subordinados, abdi cando de forma contí nua e natural suas atribuiç õ es de liderar ou coman dar equipes. (BARSANO, 2014, p.50) Perfil Ético-Profissional ContábilPara que o profissional contabilista exerça suas funções e atividades com eficá cia, muitas são as virtudes que ele necessita ter. Algumas dessas qualidades devem ser intrínsecas ao seu caráter, já outras podem ser conquistadas. O mercado exige atualmente muitas características específicas para ao profissional contábil, mas uma característica preponderante deve ser a ética, haja vista que nossa sociedade, cada dia mais, se torna enfraquecida e carente de modelos morais a serem seguidos. Código de Ética do Contabilista: https://goo.gl/DWS4nj. Ex pl or Lopes Sá (1996, p.161) considera algumas virtudes como básicas e que são co muns a quase todas as profissões, afirmando: “Virtudes básicas profissionais são aquelas indispensáveis, sem as quais não se consegue a realização de um exercício ético competente, seja qual for a natureza do serviço prestado”. São elas: • Ideia Chave; • Honestidade; • Zelo; • Sigilo; • Competência; • Prudência; • Humildade; • Imparcialidade. 13 UNIDADE Ética Profissional e Código de Ética Contábil Algumas virtudes destacamse no meio da profissão de contador, sendo elas con sideradas importantes e, de certa forma, preponderantes para a prática profissional: • Honestidade: tem relação estreita com a confiabilidade delegada ou outorga da por alguém. Honestidade também tem relação com a responsabilidade de saber que o profissional cuidará dos bens de terceiros da mesma forma, ou melhor, do que cuidaria dos seus próprios. A honestidade é uma conduta que obriga o respeito ao próximo e às regras gerais e de bons costumes, tanto para os próximos como para terceiros não relacionais. Ser honesto, integralmente, é um dever ético de qualquer profissio nal; não seria diferente com o profissional contábil. Um contabilista utiliza informações financeiras a seu favor, entregues pelo seu cliente, devendo ser totalmente honesto com relação a essas informações e com seus clientes, a fim de não ferir a ética profissional. • Zelo: parte de uma responsabilidade individual, baseada na relação entre o sujeito e o objeto de trabalho. Cada tipo de tarefa exige seu próprio zelo e sua própria forma de caracterizála. Por exemplo, um contabilista encarregado de cuidar de uma escrita contábil tem a seu cargo, geralmente, todas as tarefas fis cais, envolvendo declarações, pagamentos de tributos etc.; já outro profissional da contabilidade, que é incumbido de realizar uma análise para fins de avaliação de um ativo imaterial de uma empresa tem outro gênero de responsabilidades. De qualquer forma, a obrigatoriedade de zelar pela tarefa aceita não varia, mes mo que variem a qualidade do serviço e a formalização do contrato. O Profis sional não deve distinguir qualidade de tarefa ou qualidade de cliente, mas, sim, manter o objetivo de cumprir o trabalho de forma eficaz. Deixar de cumprir com afinco uma tarefa cuja responsabilidade se assumiu constitui de falta de zelo, sem falar numa transgressão ética. • Sigilo: bem afirma Lopes Sá (1996, p.165): “Eticamente, o sigilo assume o papel de algo que é confiado e cuja preservação de silêncio é obrigatória.” Embora nem sempre o segredo seja solicitado, por parecer óbvio a quem o confidenciou, poderá, ao ser divulgado, enfraquecer o valor do profissional e ser entendido como violação de confiança pelo prejudicado. Por isso, o ideal é que se guarde em sigilo tudo o que se conhece sobre o cliente na prática da profissão. Documentações, hábitos pessoais, registros contábeis e processos gerenciais, bem como quaisquer outros itens, em função de sua natureza, devem ser man tidos em sigilo, uma vez que a revelação deles pode trazer sérios problemas ao cliente do profissional. • Competência: sob o ponto de vista funcional, é o exercício do conhecimento de forma adequada e persistente a um trabalho ou profissão. O exercício de uma profissão exige a aquisição de pleno conhecimento, atualização constante , o domínio sobre a tarefa e sobre a forma de executála, além de um constante aperfeiçoamento. 14 15 Aceitar uma tarefa sem ter capacidade para exercêla é uma tarefa que não de veria acontecer em hipótese alguma, em razão dos potenciais danos que pode causar. Nem pense em ser detentor de “todo” conhecimento contábil, mas tenha humildade para focar em suas especialidades e delegar seus pontos fracos tecni camente. Um profissional precisa reconhecer suas limitações para não incorrer em erros. “O erro, na conduta, não está em não ter conhecimentos, mas em ter consciência de que dele não se dispõe e mesmo assim aceitar uma tarefa.” (Lopes de Sá, 1996, p. 167). O profissional deve preocuparse sempre com a educação continuada, prin cipalmente o contabilista, pois as informações da área mudam em velocida de crescente. É fundamental, portanto, do ponto de vista ético, que a tarefa seja executada dentro do que há de mais atual, e em favor do cliente, de modo a lhe oferecer menores custos e maior capacidade e aproveitamento do trabalho. • Prudência: ou seja, o bom julgamento da ação, cautela, zelo no momento de decidir. Não se pode basear apenas na prudência para determinar se uma ação é boa ou má, certa ou errada. Contudo, se no processo de discussão ou con testação, algumas atitudes se revelam boas, certas, melhores que outras, temos que acabar por adotálas, e é precisamente neste momento que se precisa fazer uso desta virtude. • Humildade: o profissional precisa possuir essa virtude para compreender que não é o dono da verdade e que o bom senso e a inteligência são propriedades de um grande número de pessoas. • Imparcialidade: é uma virtude tão importante, que assume as características do dever, pois se destina a se contrapor aos preconceitos, a reagir contra os mitos, a defender os verdadeiros valores sociais e éticos, assumindo, principal mente, uma posição justa nas situações que terá que enfrentar. Para ser justo, é preciso ser imparcial, logo, a justiça depende muito da imparcialidade. Poderíamos elencar outras virtudes que, por certo, agregariam às já citadas, no intuito de traçar um perfil necessário para o profissional contábil, porém, as virtudes apresentadas atendem, plenamente, aos anseios dos contabilistas para bem exercerem as suas atividades, sendo a ética condição essencial para o exercício de qualquer profissão. A profissão contábil desempenha papel vital em uma economia de mercado, pois esta necessita das informações geradas pela contabilidade para se desenvolver plenamente. Contudo, informações não são suficientes; têm que ser informações confiáveis. Já este padrão só é alcançado por meio de condutas profissionais éticas. O bom contabilista não se vende, não sonega, não engana; antes, deve incan savelmente combater toda possibilidade de fraude, de não transparência em suas operações, e não coaduna com o erro, procurando eliminálo; não avilta a profissão e nem os honorários a que faz jus, pelo contrário, coloca a primeira em alto padrão e decência e estipula o segundo de forma a viver com dignidade. 15 UNIDADE Ética Profissional e Código de Ética Contábil Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Leitura Artigo: A Honestidade Acadêmica de Professores e Alunos de Contabilidade https://goo.gl/xAYxu3 Código de ética CFC – 2019 https://goo.gl/DWS4nj Ética Geral e Profissional em Contabilidade: um estudo sobre a postura de discentes e profissionais em contabilidade https://goo.gl/tboFUm Atuação do contador público no combate a corrupção no Brasil: Operação Lava Jato https://goo.gl/Qjsckz A Contabilidade do Crime no Brasil https://goo.gl/inPQ8t 16 17 Referências BARSANO, Paulo Roberto. É tica profissional. 1. ed. Sã o Paulo: É rica, 2014. BÍBLIA, A. T. Provérbios. In: BÍBLIA. Português. Sagrada Bíblia Católica: Anti go e Novo Testamentos. Tradução de José Simão. São Paulo: Sociedade Bíblica de Aparecida, 2008. p. 202203. CAMARGO, Marculino. Fundamentos da Ética Geral e Profissional.Rio de Janeiro: Vozes, 1999. CASTILHO, Edison. Introduç ã o à ló gica contá bil. Sã o Paulo: Saraiva, 2010. CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1995. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC no 803, de 10 de outubro de 1996. In: Princípios Fundamentais de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade. Brasília, 1996. COSTA, João Carlos Dias da. Perícia contábil: aplicação prática. 1. ed. São Paulo : Atlas, 2017. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio da Lígua Portuguesa. 3.ed. Curitiba: Positivo, 2004 LOPES DE SÁ, Antonio. A Ética Necessária. Minas Gerais: Una, 2000. LOPES DE SÁ, Antonio. Ética Profissional. 2. ed. 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