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Fake news

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UNIVERSIDADE TUITI DO PARANÁ
ANTROPOLOGIA E SOCIOLOGIA JURÍDICA
PROFESSOR: VALDOMIRO L. NACHORNIK
CURITIBA 2020
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
MIRELA DE ALMEIDA DOS SANTOS ALUNA 1° PERÍODO (NOTURNO)
ANTROPOLOGIA E SOCIOLOGIA JURÍDICA
Avaliação do 2° Bimestre
Liberdade de Expressão
Causas e Consequências da possível regulamentação das chamadas Notícias Falsas (Fake News) 
 CURITIBA 
 2020
Fake News
A divulgação de notícias falsas, conhecidas como fake news, pode interferir negativamente em vários setores da sociedade, como política, saúde e segurança.
Apesar de parecer recente, o termo fake news, ou notícia falsa, em português, é mais antigo do que aparenta. Segundo o dicionário Merriam-Webster, essa expressão é usada desde o final do século XIX. Fake news é um termo em inglês e é usado para referir-se a falsas informações divulgadas, principalmente, em redes sociais, mas se tornou popular em todo o mundo para denominar informações falsas que são publicadas, principalmente, em redes sociais.
Não é de hoje que mentiras são divulgadas como verdades, mas foi com o advento das redes sociais que esse tipo de publicação se popularizou. A imprensa internacional começou a usar com mais frequência o termo fake news durante a eleição de 2016 nos Estados Unidos, na qual Donald Trump tornou-se presidente. Na época em que Trump foi eleito, algumas empresas especializadas identificaram uma série de sites com conteúdo duvidoso. A maioria das notícias divulgadas por esses sites explorava conteúdos sensacionalistas, envolvendo, em alguns casos, personalidades importantes, como a adversária de Trump, Hillary Clinton.
Os motivos para que sejam criadas notícias falsas são diversos. Em alguns casos, os autores criam manchetes absurdas com o claro intuito de atrair acessos aos sites e, assim, faturar com a publicidade digital. No entanto, além da finalidade puramente comercial, as fake news podem ser usadas apenas para criar boatos e reforçar um pensamento, por meio de mentiras e da disseminação de ódio. Dessa maneira, prejudicam-se pessoas comuns, celebridades, políticos e empresas.
É isso o que acontece, por exemplo, durante períodos eleitorais, nos quais empresas especializadas criam boatos, que são disseminados em grande escala na rede, alcançando milhões de usuários. O Departamento de Justiça Americano denunciou três agências russas, afirmando que elas teriam espalhado informações falsas na internet e influenciarem as eleições norte-americanas de 2016. 
Existem grupos específicos que trabalham espalhando boatos. No entanto, não é fácil encontrar as empresas que atuam nesse segmento, pois elas operam na chamada deep web, isto é, uma parte da rede que não é indexada pelos mecanismos de buscas, ficando oculta ao grande público, não é fácil identificá-los e, consequentemente, puni-los. Além disso, essas pessoas usam servidores de fora do país, em lan houses que não exigem identificação.
Para disseminar informações falsas, é criada uma página na internet. Um robô criado pelos programadores desses grupos é o responsável por disseminar o link nas redes. Quanto mais o assunto é mencionado nas redes, mais o robô atua, chegando a disparar informações a cada dois segundos, o que é humanamente impossível.
Com tamanho volume de disseminação de conteúdos, pessoas reais ficam vulneráveis às fake news e acabam compartilhando essas informações. Dessa forma, está criada uma rede de mentiras com pessoas reais.
Exemplos e consequências de fake news
Qualquer tipo de informação falsa, da mais simples a mais descabida, induz as pessoas ao erro. Em vários casos, a notícia contém uma informação falsa cercada de outras verdadeiras. É principalmente nessas situações que estão escondidos os perigos das fake news, e suas consequências podem ser desastrosas.
Um caso que ficou conhecido e chegou ao extremo foi o da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, que morreu após ter sido espancada por dezenas de moradores de Guarujá, no litoral de São Paulo, em 2014. A revolta dos moradores foi em virtude de informações publicadas em uma rede social, com um retrato falado de uma possível sequestradora de crianças para rituais de magia negra. A dona de casa foi confundida com a criminosa e acabou linchada por moradores.
Outro boato que tomou conta das redes e influenciou diretamente o calendário de vacinação infantil foi o de que algumas vacinas seriam mortais e teriam matado milhares de crianças. O impacto foi tão grande que doenças como o sarampo, do qual o Brasil era considerado livre, voltaram a acometer crianças.
Depois da greve dos caminhoneiros em 2018, que durou 11 dias, fechou rodovias de norte a sul do país e provocou desabastecimento de diversos produtos, alguns boatos de uma nova greve geraram tumulto nas grandes cidades. Em alguns municípios, filas de carros formaram-se em postos de combustíveis, pois as pessoas temiam o aumento do preço e até mesmo a falta do produto.
Em época de eleições, é comum candidatos ou eleitores usarem mentiras para levar vantagem. Com a presença de tantos eleitores nas redes sociais, uma mentira bem plantada pode alterar os rumos de uma eleição, como no caso das eleições de 2016 nos Estados Unidos.
Como combater as fake news?
Para as autoridades, identificar e punir os autores de boatos na rede é uma tarefa muito difícil. No caso do Brasil, a legislação que prevê punição para esse tipo de crime não fala sobre internet, cita apenas rádio e televisão.
Alguns sites de fake news usam endereços e layouts parecidos com os de grandes portais de notícias, induzindo o internauta a pensar que são páginas de credibilidade. Por isso, todo cuidado é pouco na internet.
A maneira mais efetiva de diminuir os impactos das fake news é cada cidadão fazer sua parte, compartilhando apenas aquilo que tem certeza de que é verdade. O ideal é duvidar sempre e procurar informações em outros veículos, especialmente nos conhecidos como grande mídia.
No Brasil, existem agências especializadas em checar a veracidade de notícias suspeitas e de boatos, as chamadas fact-checking. Alguns grandes portais de notícias também criaram setores para checagem de informações.
A ideia de uma sociedade vulnerável a informações fabricadas pode parecer incompatível com uma realidade em que boa parte das pessoas tem acesso à informação na palma da mão, literalmente; porém, é isso que tem acontecido no Brasil e no mundo.
A Internet se tornou uma ferramenta perigosa para quem publica ou consome conteúdo sem o devido cuidado com a veracidade das informações - ou, o que é pior, um poderoso instrumento para quem intencionalmente divulga notícias falsas, as chamadas "fake news".
Quem movimenta o mercado das fake news?
Desde boatos locais em comunidades, até o mundo das celebridades, passando por assuntos como saúde, política e finanças pessoais, indústrias inteiras são movimentadas pelas fake news. A influência que a veiculação de notícias falsas pode exercer em situações como essas, somada à facilidade de criação e automatização da publicação de conteúdo na Internet, fez nascer um verdadeiro "mercado de fake news", que se beneficia do tráfego gerado aos sites e blogs, ou das consequências que surgem quando indivíduos acreditam nas informações.
Mais recentemente, o advento dos smartphones estreitou ainda mais a relação dos indivíduos com a Internet. Mas, se por um lado, essa acessibilidade trouxe novas facilidades e opções, por outro, tornou os indivíduos ainda mais vulneráveis, diante da quantidade de conteúdo disponível por meio de sites, apps e redes sociais.
Pesquisas solicitadas pela startup de segurança Psafe mostraram que, no Brasil, cerca de 96% das informações falsas são disseminadas por meio do aplicativo de compartilhamento de mensagens WhatsApp. Segundo o Relatório de Segurança Digital de 2018, elaborado pelo laboratório "dfndr lab", da Psafe, os três principais assuntos que são alvos de notícias falsas são:política, saúde e dinheiro fácil.
Um estudo realizado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) mostrou ainda que as fake news se espalham com uma rapidez 70% maior que as notícias verdadeiras, e atingem um público até 100 vezes maior.
Conforme esses estudos, os robôs virtuais desempenham papel importante na disseminação dessas notícias - porém, não é tão relevante quanto o papel dos humanos. Quem mais movimenta a indústria das fake news são usuários que as compartilham com seus perfis pessoais nas redes sociais, ou por meio da criação de perfis falsos.
E, apesar do senso comum de que a ingenuidade é característica das pessoas mais jovens, o que se tem constatado é que as pessoas que mais disseminam fake news estão na faixa dos 65 anos de idade, segundo estudos da Universidade de New York e de Princeton, nos Estados Unidos.
Fake news causam prejuízos reais
No início de 2018, o site YourNewsWire publicou um artigo sobre mortes relacionadas a uma vacina para gripe nos Estados Unidos, que depois se provou falsa - mas não sem antes gerar mais de 500.000 engajamentos virtuais no Facebook.
Acontecimentos como esse podem causar prejuízos financeiros e danos de várias espécies.
No Brasil, o próprio Ministério da Saúde admite que o combate às fake news é uma questão de saúde pública.
No comércio, a disseminação de notícias falsas é estratégia comumente usada para conseguir dados pessoais de consumidores e aplicar golpes, afetando não somente os consumidores, mas também empresas. Não é à toa que 85% das empresas no Brasil estão preocupadas com o assunto, como afirma a Associação Brasileira de Comunicação Empresarial. De acordo com as pesquisas feitas por esta Associação, 91% dos empresários entrevistados temem os potenciais danos que as notícias falsas podem causar à reputação da sua marca; e 40% temem perdas financeiras e o dano à credibilidade da empresa.
Consequências civis e criminais para quem compartilha fake news
Os contornos jurídicos das fake news se dividem entre as consequências criminais e as cíveis.
O mero compartilhamento de fake news não é tipificado como crime no Brasil, embora já existam projetos de lei em trâmite. Entre estes projetos, podemos citar o Projeto de Lei n.º 6.812/2017, que cria o crime de divulgação ou compartilhamento de informação falsa ou incompleta na Internet; e o Projeto de Lei n.º 9.533/2018, que cria o crime de participar nas tarefas de produção e divulgação de notícias falsas que sejam capazes de provocar atos de hostilidade e violência contra o governo.
Mas, mesmo sem haver a criminalização específica dos comportamentos relacionados às fake news, a pessoa que as publica ou compartilha pode incorrer nos crimes de difamação, injúria ou calúnia, respectivamente, se as informações falsas ofenderem reputação ou a dignidade de alguém, ou se veicularem falsa acusação de crime.
Além disso, o Código Eleitoral Brasileiro define como crime a conduta de imputar fato ofensivo à reputação de alguém, na propaganda eleitoral, ou em atos que visam a fins de propaganda. Se a propaganda feita com elementos falsos afetar o resultado da votação, é possível até mesmo pleitear a anulação.
A disseminação de fake news também pode gerar ao indivíduo a obrigação de indenizar por danos morais, se for demonstrada a lesão à moral ou imagem de alguém, ou até mesmo de indenizar por danos materiais, caso seja provado que as notícias falsas acarretaram prejuízos financeiros.
A conduta do funcionário que dissemina notícias falsas sobre a empresa empregadora na Internet também pode ensejar dispensa por justa causa.
Quanto aos provedores de Internet, o Marco Civil da Internet (Lei n.º 12.965/2014) determina que só poderão ser responsabilizados civilmente pelos danos gerados pela publicação de terceiros.
Definição:
Notícias falsas têm o poder de caminhar com os próprios pés, apelando para o emocional humano. Quando uma notícia falsa com um título sensacionalista ou com um corpo de texto que careça de fontes concorda com determinadas opiniões pré-estabelecidas, ela tem mais chances de ser compartilhada porque, num momento de intensa polarização ideológica, as pessoas estão em busca de cada vez mais argumentos que justifiquem seus posicionamentos. Em resumo, os produtores de notícias falsas se aproveitam da ingenuidade e da falta de autocrítica e de checagem de informações.
À custa dessa ingenuidade, produtores de notícias falsas têm lucrado grandes cifras em apenas alguns meses. De uma maneira muito simples, eles só precisam incorporar plug-ins de propaganda à programação do seu site. Conforme a audiência no site aumenta, maior será sua arrecadação. A disseminação dessas notícias é feita pelas redes sociais, por anúncios pagos, pessoas, bots e perfis falsos. Hoje, considera-se que o Whatsapp deve ser a mais problemática das redes sociais quando se fala em desinformação. Quando as mensagens circulam diretamente entre pessoas, e não num ciberespaço público, não existe um regulador dessas mensagens que possa classificar o que é verdadeiro ou não
Como identificá-las
É por isso que o melhor caminho para combater as notícias falsas é a educação, transparência e o exercício de checagem de fatos.
Nesse caso, o público – e sobretudo a imprensa – têm um papel importante de controle, impedindo que essas declarações falsas se espalhem.
Para tal, ele sugere que reportagens não deem manchete para declarações falsas, mas sim "digam primeiro qual é o fato correto para só depois citar a declaração do político".
Evitar ser alvo de informações falsas é ainda mais fundamental em períodos de tomadas de decisão, como em disputas eleitorais. Para descobrir se o conteúdo que você recebe por Facebook, Twitter ou WhatsApp é verdadeiro e não ser enganado por fake news.
1). Não leia só o título
Uma estratégia muito utilizada pelos criadores de conteúdo falso na internet é apelar para títulos bombásticos. Ler o texto completo é um passo básico para evitar compartilhar fake news. “Às vezes, um título é provocativo, mas ele não necessariamente está sendo honesto com a própria reportagem”, indica Cristina. “Os títulos são feitos para chamar a atenção. Então, você precisa ler o que está escrito para ver se o título se confirma no texto.”
2). Verifique o autor
Ver quem escreveu determinado texto é importante para dar credibilidade ao que está sendo veiculado. “Na checagem de fatos, ver o autor é interessante. A notícia foi assinada por alguém que você nunca viu na vida?”, questione se a matéria é assinada por um repórter, o site demonstra responsabilidade pela qualidade da informação.
3). Veja se conhece o site
Não deixe de olhar a página onde está a notícia. Navegar mais no site ajuda a analisar sua credibilidade. “Investigar que página é essa, ir lá no ‘Quem somos’ e saber se dá para ligar para essa redação e falar com um responsável é fundamental”, afirma Cristina. Na mesma linha de pensamento, procurar pelo expediente do site e tentar achar o básico sobre a hierarquia da empresa são dicas valiosas. “É preciso saber quem é o responsável legal pelas publicações.” Também vale checar o endereço do site. Algumas páginas tentam simular o endereço de um veículo importante, alterando apenas uma letra, um número ou um símbolo gráfico.
4). Observe se o texto contém erros ortográficos
As reportagens jornalísticas prezam pelo bom vocabulário e pelo uso correto das normas gramaticais. Por outro lado, os sites com notícias falsas ou mensagens divulgadas pelo WhatsApp tendem a apresentar uma escrita fora do padrão, com erros de português ou quantidade exagerada de adjetivos. “Os manuais sérios dos grandes jornais orientam o jornalista a não adjetivar quando fizer uma reportagem”. “Se você está diante de um site de notícias falsas, já tem adjetivo no título. Existe uma linguagem que é muito particular do jornalista que não é utilizada em um site de notícia falsa.”
5). Olhe a data de publicação
Identifique quando a notícia foi publicada. Muitas vezes, o texto está simplesmente fora de contexto. As vezes a notícia falsa que na verdade nãoé falsa, só é velha.
6). Saia da bolha da rede social
Para estar bem informado, o eleitor deve ler e acompanhar o noticiário não somente nas redes sociais. “Ele deve fazer um esforço para estar mais informado, encontrando uma nova fonte na qual ele confia e que tenha um bom histórico”. “Não espere apenas que as notícias cheguem até você porque você pode ter uma imagem muito distorcida do que está acontecendo.”
7). Tome cuidado com o sensacionalismo
As fake news tendem a conter palavras ou frases que despertam emoções ou mexem com as crenças das pessoas, atingindo um maior potencial de divulgação e compartilhamento nas redes sociais. “Se tiver uma manchete, uma foto, um meme ou um vídeo que comova você, ou que fale diretamente com aquilo que acredita, duvide, porque pode ter sido feito para isso”.
Combate à falsificação de notícias
Após polêmicas provocadas pela disseminação de boatos, o WhatsApp anunciou 20 bolsas de estudo de US$ 50 mil (cerca de R$ 195 mil em conversão direta) para que pesquisadores promovam soluções sem prejudicar a privacidade dos usuários. A medida chega como o primeiro passo do mensageiro para enfrentar o problema. Entre os principais focos estão as falsificações que envolvem saúde e eleições.
Também com intuito de prevenir golpes, o mensageiro passou a indicar quando uma mensagem é encaminhada de um chat a outro – o que pode ser evitado com uma dica simples. Outra iniciativa é o limite de repasse de textos e imagens para até 20 chats após casos de violência na Índia. Nos últimos meses, mais de 20 pessoas foram mortas após boatos espalhados pelo WhatsApp.
Outra novidade é a função que deve avisar quando um link é suspeito. Ainda em testes, a ferramenta analisa o endereço de links compartilhados e aplica uma tarja vermelha caso o conteúdo seja possivelmente malicioso.
Liberdade de Expressão:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
Liberdade de Imprensa:
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.
§ 3º Compete à lei federal:
I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada;
II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.
§ 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso.
§ 5º Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio.
§ 6º A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença de autoridade.
JOHN STUART MILL
O PRINCÍPIO DO DANO E A LIBERDADE
Nas palavras do próprio Mill, o princípio do dano:
“É o princípio de que o único fim para o qual as pessoas têm justificação, individual ou coletivamente, para interferir na liberdade de ação de outro, é a autoproteção. É o princípio de que o único fim em função do qual o poder pode ser corretamente exercido sobre qualquer membro de uma comunidade civilizada, contra a sua vontade, é o de prevenir dano a outros”. (MILL, 2011, p.35)
Observa-se que o referido princípio coroa a liberdade do indivíduo em realizar condutas que não impactem negativamente a sociedade, que só digam respeito a si. Sendo assim, um indivíduo pode moldar seu plano de vida como bem entender e, desde que não cause danos a outrem, suas atitudes podem ser perversas, tolas ou incorretas. Seria a proclamação do que bem afirma a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão de 1789:
“A liberdade consiste em poder fazer tudo aquilo que não prejudique outrem: assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão os que asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites apenas podem ser determinados pela Lei”. (Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, 1789, art. 4º)
 Mas haverá quem questione: estando este indivíduo inserido em minha comunidade, serei obrigado a conviver com atitudes que discordo serem corretas? Não, absolutamente. Ninguém é obrigado a procurar sua companhia, pois temos o direito de conviver com quem consideramos agradável. Do mesmo modo, temos o direito de alertar essa pessoa de que suas atitudes não estão coniventes com os padrões de costume da comunidade na qual está inserida, ou das consequências de seus atos. Se um indivíduo resolve por sair seminu todos os dias às ruas, há de se alerta-lo das consequências para sua reputação em seu bairro, em seu emprego e com sua família, mas o juiz final de suas atitudes é ele próprio.
É natural que o indivíduo que fuja por demasia dos padrões de comportamento da sociedade seja penalizado por suas atitudes, mas não de modo direto, ou seja, não com atos que visam puni-lo por seu modo de ser, mas por meios naturais e espontâneos. Por exemplo, um indivíduo solitário que opta por utilizar drogas todos os dias em sua casa sem causar transtornos aos demais será penalizado indiretamente pelo afastamento das pessoas que não desejam se associar a seu comportamento, pois elas têm o direito de preferir os que não usam drogas aos que usam, mas, de nenhum modo, alguém pode chegar em sua casa e prendê-lo por sua opção solitária de utilizar drogas. Caso diferente, entretanto, daquele indivíduo que perturba casas e ruas, rouba e mata familiares ou desconhecidos para manter seus hábitos.
Trata-se do que Stephen Law destaca como liberdade negativa. “É negativa porque a liberdade para se fazer o que se quer decorre do recuo do Estado, para deixar as pessoas decidirem como viver sua vida”. (LAW, 2009, p. 163) Este, porém, não é o objeto deste trabalho, mas apenas um exemplo para um breve esclarecimento sobre o princípio do dano.
Prosseguindo o raciocínio, o princípio do dano pode ser aplicado também a uma modalidade de liberdade diferente da tratada anteriormente, à liberdade de expressão.  Esta constitui uma parcela da liberdade individual tão importante quanto a liberdade de ir e vir, como já destacado anteriormente, pois expressar-se criticamente é uma propriedade intrinsecamente humana.
ONDE ENCONTRAR O LIMITE DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO
Desde que se foi o cerceamento da liberdade de imprensa no Ocidente emergiram opiniões controversas, ideias consideradas incorretas, e frases consideradas preconceituosas. De tais cenários surgiram também os questionamentos sobre até onde iria o limite da expressão de tais discursos. Refletir-se-á, em seguida, sobre alguns posicionamentos.
Há quem defenda que a zona limite para a expressão está no momento em que um discurso ofende um indivíduo. Mas realmente assim seria?
Se se observar atentamente, certamente este não seria o ponto, pois se assim o fosse, a experiência demonstra que toda vez que uma opinião fosse fortemente atacada, obstando o locutor de uma resposta à altura, este se sentiria ofendido graças ao domínio intelectual do outro. Ou, ainda, a manifestaçãoem público de convicções distintas poderia facilmente ofender aquele indivíduo mais apegado às suas crenças.
O limite seria, então, a verdade das ideias? Ou seja, se um indivíduo quer proferir uma opinião que vai de encontro às ideias da época ele deve ser coibido pelo Estado tal como Galileu foi coibido pela Igreja Católica?
É difícil crer que este possa ser o limite, pois dizer que tal ou qual opinião é correta ou incorreta é pressupor que somos infalíveis, é dizermos que estamos sempre certos em nossos estudos, enquanto se nota que a Humanidade está em constante movimento intelectual. Sendo assim, agindo neste sentido, correr-se-ia dois riscos: o de privar a expressão de uma opinião correta, o que corresponde a impedir que o homem troque o erro pela verdade, assim como o de impedir a expressão de uma opinião errada, que é negar ao indivíduo uma impressão mais clara e viva da verdade que ele trás consigo, pois tal como afirma Mill: “As nossas crenças mais justificadas não têm qualquer outra garantia sobre a qual assentar, senão um convite permanente ao mundo inteiro para provar que carecem de fundamento.” (MILL, 2011, p.48)
E, ainda, saindo de tal perspectiva dualista, segundo a qual uma opinião é inteiramente correta ou inteiramente errada, tem-se aquelas opiniões que trazem consigo parte da verdade. Desse modo, tudo se torna questão de combinar e conciliar opostos. Seria como um jogo de quebra-cabeças no qual há muitas peças a mais, que, unidas, formam diferentes imagens, sendo o grande desafio descobrir quais as peças corretas para formar a imagem da verdade.
Logo, conclui-se que a verdade também não pode ser limite para a liberdade de expressão. Retomando ao que se defende no início do trabalho, é tempo de aplicar o princípio do dano à liberdade de expressão. Pergunta-se então: o limite da liberdade de expressão é o dano que causa aos demais? Busca-se defender que sim. Um indivíduo pode manifestar-se livremente sobre qualquer assunto, desde que não cause danos diretos e evidentes a outrem. Ptolomeu defendeu na Antiguidade, em sua obra “Almbagesto”, que a Terra era o centro do Universo. Sua ideia foi reverenciada, mas se fosse atualmente, não o seria, mas ainda assim ele teria direito de defender sua crença.
Nascem interessantes considerações sobre o tema. E se um indivíduo católico resolve, por exemplo, entrar em discussão com um protestante por conta de suas convicções religiosas? Ainda que um deles se sinta ofendido, eles têm o direito de discutir livremente tais ideias. Entretanto, e se o mesmo indivíduo católico resolve proclamar em frente a uma multidão violenta em frente à casa do protestante que este é o responsável pelos males que todos sofrem? Neste momento, a questão muda de perspectiva e passa de uma simples discussão intelectual para uma incitação à violência, sendo assim, o católico deve ser impedido pelo Estado de realizar tal conduta. Em outro exemplo, tem-se o caso de um indivíduo que resolve publicar em redes sociais falsas denúncias contra um desafeto seu nas quais o acusa de pedofilia. Apesar de, aparentemente, o indivíduo estar exercendo sua liberdade de se expressar, o crime de calúnia no qual incorre proporcionará terríveis consequências ao seu desafeto como a perda de emprego e relacionamentos, sendo assim, o Estado deve intervir e punir tal conduta.
CONCLUSÃO:
A liberdade de expressão é essencial para o bem-estar intelectual da sociedade, auxiliando no desenvolvimento das ciências e das artes, mas, como destacado neste trabalho, assim como a liberdade de ação, ela deve possuir limites. Destacadas as possibilidades da ofensa e da verdade das ideias constituírem-se como limites para a expressão das ideias, notou-se que nenhuma se tornou suficientemente sólida para ocupar tal lugar.
Sendo assim, desenvolve-se a ideia do princípio do dano dentro do âmbito da liberdade de expressão e conclui-se que a liberdade de se manifestar pode ser realizada até o momento em que não causará prejuízos diretos e evidentes a demais indivíduos, sendo dever do Estado coibir e/ou punir as ações que transgridam este limite. No caso, entretanto, da máquina estatal não mover esforços para coibir ou punir as ações danosas a outrem, por indiferença ou desconhecimento, é direito do cidadão denunciar a situação sem, entretanto, estar incorrendo em uma ofensa ao princípio do dano, pois, na realidade, o que o cidadão busca é proporcionar que ele seja respeitado através da punição da atitude denunciada.
FONTES DE CONSULTA: 
Website: https://comiadvogados.com.br/
https://www.terra.com.br/noticias/dino/noticias-falsas-prejuizos-reais-consequencias-legais-para-o-compartilhamento-de-fake-news,b3c2fd5db1068a84321b8b6c517160dexmc1la08.html
https://mundoeducacao.uol.com.br/curiosidades/fake-news.htm
https://thiisouza.jusbrasil.com.br/artigos/607679908/fake-news-a-influencia-midiatica-trazendo-consequencias-ao-mundo-real
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/8017/A-abordagem-constitucional-da-liberdade-de-expressao#:~:text=O%20direito%20de%20falar%20e,ningu%C3%A9m%2C%20muito%20menos%20ao%20Estado.&text=Assim%2C%20a%20Constitui%C3%A7%C3%A3o%20Federal%20%C3%A9,em%20%C3%BAltima%20an%C3%A1lise%2C%20uma%20lei.
https://www.jusbrasil.com.br/
https://estadodaarte.estadao.com.br/a-liberdade-limites-mill-berlin/

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