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Acumulação capitalista e questão social Aula 8: Serviço Social na contemporaneidade e desa�os do projeto ético-político Apresentação Nesta aula, você irá entender os objetivos do projeto ético-político do Serviço Social e como a área vem sendo fortalecida pelos seus pro�ssionais. Desta forma, o objetivo é trazer elementos para re�exão, que dão elementos para atuação pro�ssional crítica e fortalecida, em um cenário fortemente controlado pelo poder �nanceiro que se alimenta na concentração de riqueza para poucos e fomenta que direitos dos trabalhadores devem ser suprimidos. Objetivos Identi�car os desa�os do Serviço Social na proteção dos direitos do trabalhador; Examinar a conjuntura de seu projeto ético-político; Discutir sobre a atuação pro�ssional em um cenário fortemente controlado pelo poder �nanceiro. Projeto ético-político do Serviço Social Vimos que as formas de expressão e enfrentamento da questão social trouxeram à tona questionamentos sobre a prática pro�ssional e a base teórica do Serviço Social que fundamentam o exercício da pro�ssão no Brasil. O Movimento de Reconceituação do Serviço Social e Ruptura constituíram-se em momentos de grande questionamento sobre as formas de apreensão dos pro�ssionais da realidade social, como também, as formas de intervenção. A luta por emancipação e justiça social revelou o compromisso a favor da classe trabalhadora, fazendo-se na primazia e essência do papel social desta pro�ssão. Este compromisso é de�nido de forma clara no projeto ético-político da pro�ssão, demonstrando as diretrizes, o princípio da ética e o embasamento teórico em que está pautada. A busca por reposicionar a pro�ssão com fortes competências, que superem a mera instrumentalização das políticas sociais faz surgir o desa�o exposto à categoria através do fortalecimento das dimensões teórico-meto dológica e ético-política. Veja a seguir alguns detalhes sobre o projeto ético-político do Serviço Social. Clique nos botões para ver as informações. Mesmo com os avanços da pro�ssão de serviço social ao longo desse processo de maturação teórica e metodológica, os desa�os para a efetivação do projeto ético-político ainda estão presentes diante da constante mudança de realidade, para a qual a modernidade traz novos cenários à categoria, os quais precisam ser estudados (avanços e limites). O assistente social tem um grande desa�o, especialmente na América Latina, que é reconhecer as debilidades do atual cenário em que emergem novos desa�os para construção da identidade dos assistentes sociais. Ele deve debater do sentido da sua prática, no processo de conhecimento crítico e no redimensionamento de propostas em defesa de um projeto socialmente necessário, diante do contexto de sua sociedade. Desa�os para a efetivação do projeto Iniciamos tratando da estrutura básica do projeto ético-político do Serviço Social brasileiro contemporâneo, que ocorre na passagem dos anos 1980/1990. Um exemplo que atesta a abertura do projeto, com a manutenção dos seus eixos fundamentais, pode ser encontrado nas discussões mais recentes sobre a formação pro�ssional, de�agradas com as modi�cações impostas pela vigência da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB - Lei nº 9.394, de 20/12/96). Nota-se a dimensão política do projeto ético-político através do seu posicionamento a favor da equidade e da justiça social, na perspectiva da universalização do acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais. Para os pro�ssionais, tal projeto implica no compromisso com a competência, aprimoramento intelectual, alicerçado em concepções teórico-metodológicas críticas e sólidas, voltadas para a libertação e transformação dos sujeitos. Abertura do projeto O projeto ético-político do Serviço Social propõe nortear as atividades desempenhadas pelos pro�ssionais para priorizar o compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população. Isto inclui desde a divulgação dos recursos institucionais até a abertura das decisões à participação dos usuários. Objetivo do projeto Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Atenção O Serviço Social, através da neces sidade de conhecimento das diversas tendências teórico-metodológicas, busca a superação do ecletismo existente na formação acadêmica. Assim, a importância dos assistentes sociais no reconhecimento da atuação em políticas sociais, na luta por uma maior de mocratização e pela garantia dos direitos sociais, se tornam a transição da bagagem teórica acumulada ao enraizamento da pro�ssão na realidade. Atividade 1. Leia as alternativas a seguir e indique qual delas está correta. a) A questão social e o enfrentamento da riqueza trazem o entendimento sobre a prática profissional do assistente social. b) A realidade brasileira quanto à exploração da mão de obra é uma realidade que não condiz com a estrutura do sistema capitalista no entendimento do Serviço Social. c) As questões sociais são bases para atuação profissional do assistente social. d) As minorias não utilizam o Serviço Social, pois a profissão não está preparada para atender a essa demanda. e) As formas de expressão e enfrentamento da questão social levantaram questões acerca dos fundamentos teóricos e da prática do Serviço Social. Serviço Social como pro�ssão Com a consolidação do sistema capitalista, o Serviço Social surgiu como uma pro�ssão para dar respostas às questões sociais, como apresenta Iamamoto (2001, p. 16, 17): “[...] conjunto das desigualdades sociais engendradas na sociedade capitalista madura, impensáveis sem a intermediação do Estado. Tem sua gênese no caráter coletivo da produção contraposto à apropriação privada da própria atividade humana - o trabalho -, das condições necessárias à sua realização, assim como de seus frutos. É indissociável da emergência do “trabalhador livre”, que depende da venda de sua força de trabalho com meio de satisfação de suas necessidades vitais. A questão social expressa, portanto, disparidades econômicas, políticas e culturais das classes sociais, mediatizadas por relações de gênero, características étnico-raciais e formações regionais, colocando em pauta as relações entre amplos segmentos da sociedade cível e o poder estatal.” Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online A questão social, enquanto objeto do Serviço Social, está presente desde a origem da pro�ssão. Todavia, não se coloca de imediato nesta relação, pois: “[...] as conexões genéticas do Serviço Social pro�ssional não se entretecem com a ‘questão social’, mas com suas peculiaridades no âmbito da sociedade burguesa, fundada na organização monopólica.” Fonte: Netto, 1996, p. 18. Pastorinni (2004) apresenta manifestações sobre os diferentes estágios pelos quais passou o sistema capitalista, com diversas formas de enfrentamento pela sociedade e, posteriormente, pelo Estado, contudo a gênese marcada pela contradição de classes manteve-se a mesma no decorrer da história. Neste contexto, percebe-se que o Serviço Social se constitui como pro�ssão num determinado momento histórico, atribuindo valor e signi�cado social que se dá, segundo Iamamoto (1992), à vinculação concreta que esta pro�ssão vai ter na sociedade capitalista, ou seja, na contradição entre quem paga e quem demanda seus serviços. Para evidenciar um espaço concreto para a institucionalização do Serviço Social, o sistema capitalista faz um reordenamento interno. Fonte: Por KenshiDesign / Shutterstock. Fonte: Por Zaur Rahimov / Shutterstock. Desta forma, entende-se que esse processo se constitui em um processo de ruptura, conforme análise de Netto (1992), devido à condição de assalariamento que este pro�ssional assume, tornando-se este momento fundamental para que, posteriormente, este sujeito se compreenda enquanto membro da classe trabalhadora. Isto provoca um avanço na construção da categoria pro�ssional, ou seja, na sua trajetória histórica e no entendimento sobre o sistema capitalista e a questão social. Ao compreender esse movimentoe reconhecer que a pro�ssão surge a partir de um determinante histórico, que é a questão social, observamos que houve um rompimento com as antigas concepções, construídas numa visão endógena sobre o que é Serviço Social. A questão social passa a ter uma enorme importância para o Serviço social, sendo seu objeto de estudo. Saiba mais Leia o texto A construção do projeto ético-político do Serviço Social. Identidade pro�ssional e desa�os nessa construção A identidade pro�ssional é marcada pela contradição, que: javascript:void(0); “[...] não se revela de imediato, não se revela no próprio relato do fazer pro�ssional, das di�culdades que vivenciamos cotidianamente.” Fonte: Iamamoto, 1992, p. 120. Ela é compreendida e adquire sentido no espaço das relações sociais concretas da sociedade da qual é parte (IAMAMOTO, 1992). Ao compreender esse movimento e reconhecer que a pro�ssão surge a partir de um determinante histórico, que é a questão social, identi�camos um rompimento com as antigas concepções, construídas numa visão endógena sobre a pro�ssão. As políticas sociais constituem o espaço em que o Serviço Social desenvolverá sua prática. Con�itos advindos do confronto das exigências da ordem monopólica do capital e do protagonismo do proletariado, tencionando, assim, a atividade pro�ssional ao dar respostas às contradições e antagonismo que atravessam esse cenário. Ao optar pela defesa dos interesses da classe trabalhadora, o assistente social busca fundamentação teórica para compreender as contradições que a realidade apresenta, passando a produzir novos conhecimentos e, consequentemente, novas respostas no sentido de atender às demandas postas pela questão social (IAMAMOTO, 2001). Fonte: Por Bolkins / Shutterstock. “[...] no seu enfrentamento, a prevalência das necessidades da coletividade dos trabalhadores, o chamamento à responsabilidade do estado e a a�rmação de políticas sociais de caráter universal, voltadas aos interesses das grandes maiorias, condensando um processo histórico de lutas pela democratização da economia, da política, da cultura na construção de uma esfera pública.” Desta forma, é importante considerar que o capital busca manter sua hegemonia. Quando o pro�ssional dá novas respostas às demandas, acaba por gerar a necessidade de outras novas respostas, ou seja, de forma cíclica, a cada reorganização do capital, surgem novas questões sociais para a intervenção pro�ssional. Neste jogo tensionado pela relação contraditória entre capital e trabalho, o assistente social é convocado a atender as novas demandas, dando respostas e buscando outras que se �zerem necessárias. Neste momento histórico, compreender o que venha a ser questão social é, como expõe Iamamoto, (1998, p.114): “[...] decifrar as desigualdades sociais de classes em seus recortes de gênero, raça, etnia, religião, nacionalidade, meio- ambiente etc. Mas decifrar, também, as formas de resistência e rebeldia com que são vivenciadas pelos sujeitos sociais.” Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Para responder às novas expressões da questão social, há a necessidade de reorganizar os serviços para que o atendimento seja e�ciente via ações públicas ou privadas. Parar responder a essas demandas, é necessário um pro�ssional que, segundo a autora (1998, p. 49), seja: “[...] a�nado com a análise dos processos sociais, tanto em suas dimensões macroscópicas quanto em suas manifestações quotidianas; um pro�ssional criativo e inventivo, capaz de entender o tempo presente, os homens presentes, a vida presente e nela atuar, contribuindo, também para moldar os rumos de sua história.” Atividade 2. O que é correto a�rmar sobre a contradição na atuação do Serviço Social, que a�rma o compromisso da pro�ssão com a classe trabalhadora? a) Está na contradição entre quem paga e quem demanda seus serviços. b) Está na contradição de quem recebe e alimenta a atuação profissional da profissão. c) Está contradição entre sujeito e necessidade. d) Está na contradição entre usuário e demanda. e) Está na contradição entre o profissional e sua ética. Projeto ético-político do Serviço Social e suas contradições A categoria pro�ssional inicia a história de compromisso e luta com a classe trabalhadora com uma minoria de pro�ssionais que �zeram a opção pela participação política e ampliação da consciência social. Para isso, aproximam-se dos movimentos sociais democráticos, na busca da compreensão do signi�cado social da pro�ssão, seus valores e para descoberta de teorias que orientassem a prática na perspectiva crítica. Assim, o Serviço Social inicia o rompimento com o tradicionalismo por meio do amadurecimento político, ético e teórico e que, hoje, se materializa no projeto ético-político. Fonte: Por roompoetliar / Shutterstock. Segundo Barroco (2008, p. 168): “[...] o amadurecimento intelectual se objetiva através da superação dos equívocos do marxismo vulgar, evidenciados nas leituras mecanicistas que marcaram a negação inicial da prática tradicional.” Esse fato ocorre na década de 1980, período importante para a pro�ssão, quando se pensa na questão qualitativa que ocorrerá na próxima década. Para isso, os pro�ssionais promovem vários encontros, debates, o�cinas que resultaram nas novas Diretrizes Curriculares para os cursos de Serviço Social no Brasil. Esse avanço também contempla a construção do Código de Ética e também a lei que regulamenta a pro�ssão, marcando a materialização do compromisso ético-político da pro�ssão com a classe trabalhadora, iniciado em 1970. Nos anos 1990, os pro�ssionais direcionam a prática pro�ssional com a visão do homem enquanto ser social, que constrói sua história, tendo a liberdade como eixo central de orientação deste projeto. Essa postura pro�ssional inicia sua história com o desa�o da superação do projeto de contrarreforma do Estado que, sob orientação do Consenso de Washington, instaura o neoliberalismo no Brasil. Fonte: Por nuvolanevicata / Shutterstock. Sob a égide do projeto neoliberal, as condições socioeconômicas e políticas atingem diretamente a classe trabalhadora e duplamente o Serviço Social, pois os assistentes sociais sofrem como cidadãos e trabalhadores assalariados e como pro�ssionais que viabilizam os direitos sociais. A vertente pro�ssional que, até então, obteve conquistas signi�cativas para a categoria pro�ssional, defronta-se com o desa�o de responder à essa conjuntura, sem perder o que já havia sido conquistado. O assistente social, com posicionamento crítico em relação às reformas, os ajustes e ofensivas do capital, se encontra numa situação em que as transformações no mundo do trabalho o atingem diretamente, enquanto classe trabalhadora, ao mesmo tempo em que se espera respostas pro�ssionais propositivas às necessidades de outros trabalhadores, cada vez mais empobrecidos e carentes de serviços sociais. Atenção É importante destacar que a prática pro�ssional não deve perder de vista seu projeto coletivo de pro�ssão na viabilização de direitos sociais cada vez mais escassos. Neste contexto, observa-se que o projeto ético-político do Serviço Social se defronta com o projeto de sociedade capitalista hegemônico, exigindo, cada vez mais, que o assistente social tenha uma formação continuada, crítica e direcionada pelo �m da exploração de classes. Isto não signi�ca que ainda nos deparamos com práticas tradicionais, revestidas de um discurso progressista. Esta análise tratada na totalidade deste sistema, como diz Netto (2004, p. 24): “[...] a questão [...] coloca-se exigindo um debate coletivo, um amplo confronto de ideias e posições, com reiteração dos mesmos procedimentos abertos e democráticos que nos levaram a constituição do projeto ético-político.” Assim, o Serviço Social tem alguns desa�os que são imprescindíveis para a efetivação do projeto ético-político. Dentre eles, podemos citar a construção coletiva de estratégias para o enfrentamento de projetos, que pressupõem a hegemonia do capital sob a classe trabalhadora, alémde garantir e manter a interlocução com os movimentos sociais. Ao reconhecer essas questões, percebe-se que a contradição pode representar possiblidade de construção de uma outra sociabilidade, orientada para emancipação política e humana, do conjunto da classe trabalhadora. Fonte: https://ufal.br/ufal/ A seguir, conheceremos um pouco mais sobre a atuação do pro�ssional de serviço social e o código de ética da pro�ssão. Vamos lá. Atuação pro�ssional e dimensão ética Clique no botão acima. javascript:void(0); O código de ética pro�ssional de 1993 é um marco na trajetória do Serviço Social. Sua importância, entre outros aspectos, pode ser avaliada em função da sua legitimação teórico-prática pela categoria pro�ssional. Assim, é importante resgatar Princípios Fundamentais do Código de Ética do Assistente Social – Resolução CFESS n. 273, de 13 de março de 1993, que traz: Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes – autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais; Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo; Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda a sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras; Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida; Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática. Para pensar no agir pro�ssional, o código de ética traz em seus princípios: Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças; Garantia do pluralismo através do respeito às correntes pro�ssionais democráticas existentes e suas expressões teóricas, além de compromisso com o constante aprimoramento intelectual; Opção por um projeto pro�ssional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação-exploração de classe, etnia e gênero; Articulação com os movimentos de outras categorias pro�ssionais que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos trabalhadores; Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população, com aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência pro�ssional; Exercício do Serviço Social sem ser discriminado, sem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, opção sexual, idade e condição física. A partir de sua aprovação, a ética passa a ser reconhecida explicitamente como componente fundamental do projeto pro�ssional, construindo uma hegemonia na pro�ssão (NETTO, 1996). Segundo Netto (1987), o cotidiano é o lugar onde a reprodução social se realiza, através da reprodução dos indivíduos em um espaço ineliminável e insuprimível. Os imediatismos do cotidiano só podem ser enfrentados pela apreensão e mediação dos valores éticos e morais que se colocam na realidade, no momento da intervenção pro�ssional. Ao intervir apenas no imediato, as respostas para as demandas são manipulatórias, fragmentadas, isoladas, individuais, tratadas apenas nas expressões do aparente, por estarem desconectadas de suas determinações estruturais, fundantes. O re�exo dessa intervenção limita-se à super�cialidade da realidade social, cujo parâmetro de competência é a e�cácia segundo a racionalidade burguesa, necessária à manutenção da ordem social, tendo no positivismo sua mais alta expressão. Neste contexto, as ações instrumentais também são imediatistas, imperando muitas vezes apenas a necessidade de responder o que está sendo demandado, sem re�exos mais profundos que envolvam um certo conteúdo valorativo, que não se restringe à e�cácia dos �ns, preocupada apenas com a correção dos meios (valores éticos, políticos e civilizatórios). Essas ações são insu�cientes para responder às complexas demandas que se colocam no exercício pro�ssional. Desta forma, transcender ao imediatismo signi�ca dar atenção às mediações subjetivas e universalizantes (referenciais teóricos, éticos, políticos, sociais, pro�ssionais, tais como os valores coletivos) que tendem a percepcionar as situações sociais não apenas como problemáticas individuais. Assim, é de extrema importância que se tenha clara a importância des ta dimensão ética e de todo seu constructo até o momento na trajetória do pro�ssional de Serviço social, para que se tenha visão crítica sobre a responsabilidade de um Estado democrático e de uma sociedade civil, buscando, conjuntamente, uma esfera pública cada vez mais fortalecida e ampliada. Como um exemplo claro, nota-se, portanto, que os direitos humanos só existem pautados em preceitos maiores como a democracia, a justiça social e a cidadania. Na década de 1960, os movimentos de luta e de defesa dos direitos humanos alcançaram várias conquistas no âmbito dos direitos civis e políticos: os chamados movimentos das minorias (mulheres, negros, homossexuais, estudantes) desencadearam uma série de lutas especí�cas, dando visibilidade a diferentes aspectos da violência e da exclusão social. Porém, na área social, ainda há muito a avançar para consolidar uma consciência humanista que não seja abalada e perdida com o tempo, mas consolidada e ampliada. Atividade 3. Sobre o projeto ético-político do Serviço Social, é correto a�rmar: a) Desafio da construção coletiva de leis para o enfretamento social junto aos usuários. b) Desafio da construção coletiva de estratégias para o enfrentamento de projetos do capital sob a classe trabalhadora. c) Desafio da construção coletiva de estratégias, que mostrem a importância da profissão. d) Desafio da construção coletiva de estratégias, que vinculem o capital à atuação profissional. e) Desafio da construção coletiva de estratégias, que estabeleçam a ética profissional junto aos usuários. Notas Referências BEHRING, E. R.; BOSCHETTI, I. Política social: fundamentos e história. São Paulo: Cortez, 2008. BARONE, R.E. Educação e políticas públicas: questões para o debate, 1999. 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Próxima aula Análise das propostas neoliberais; Atuação do pro�ssional de Serviço Social; Desemprego e atuação do Terceiro Setor no enfrentamento das expressões da questão social. Explore mais Para saber mais sobre os assuntos estudados nesta aula, sugerimos que assista ao �lme Laranjas e Sol (Oranges and Sunshine). O �lme conta a história de Margaret Humphreys, pro�ssional de Serviço Social, que descobriu um dos maiores esquemas de trá�co infantil da Europa, com a participação do governo da Grã-Bretanha, envolvendo a deportação de crianças pobres de maneira forçada para países como a Austrália e o Canadá. Veja o trailer. javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0);
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