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Aula 12 - Consumação e Tentativa

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15/05/2020 – César Romão
Consumação e tentativa 
Crime consumado
É o tipo penal integralmente realizado, ou seja, quando o tipo concreto se amolda perfeitamente ao tipo abstrato; Art. 14, I, do Código Penal – “Diz-se o crime: consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal”.
Iter criminis (caminho do crime):
Cogitação – nesta fase, o autor apenas mentaliza, planeja em sua mente como vai ele praticar o delito.
Não existe a punição do agente, pois o fato dele pensar em fazer o crime não configura ainda um fato típico e antijurídico pela lei, sendo irrelevante para o direito penal.
Preparação – é o planejamento da ação delituosa que constitui os chamados atos preparatórios, os quais são externos ao agente, que passa da cogitação à ação objetiva.
Nesta fase ainda não se iniciou a agressão ao bem jurídico, o agente não começou a realizar o verbo constante da definição legal (núcleo do tipo), logo o crime ainda não pode ser punido.
Os agentes armam-se dos instrumentos necessários à pratica da infração penal, procuram o local mais adequado ou a hora mais favorável para a realização do crime e etc.
Em casos excepcionais, é possível a punição de atos preparatórios nas hipóteses em que a lei optou por incriminá-los de forma autônoma, são os chamados crimes-obstáculo:
É o que se dá com os crimes de fornecimento, aquisição, posse ou transporte de explosivos ou gás toxico, ou asfixiante (CP, art. 253), incitação ao crime (CP, art.286), associação criminosa (CP, art. 288) e petrechos para a falsificação de moeda (CP, art. 291), entre outros.
Execução – são aqueles que se dirigem diretamente à prática do crime, isto é, a realização concreta dos elementos constitutivos do tipo penal.
O agente começa a realizar o verbo (núcleo do tipo) constante da definição legal, tornando o fato punível.
Se inicia a ofensa ao bem jurídico penalmente protegido pelo direito penal, nesta etapa, o agente age com o dolo de agressão ao bem da vítima, realizando a conduta do núcleo do verbo, ou seja, praticando o fato típico e antijurídico do crime, momento este que a sua conduta passa a ser reprovado pela lei e com isto, tendo a sua punição.
Consumação – é o momento de conclusão do delito, reunindo todos os elementos do tipo penal; (Art. 14, I, CP).
Em outras palavras, a consumação dá-se quando o crime se completa, quando o gente realizou e alcançou tudo que o legislador considerou proibido e para o qual se estabeleceu a sanção.
A consumação não se confunde com o exaurimento. 
Diz-se o crime como exaurido, também chamado de crime esgotado plenamente, quando ocorre a produção de resultado lesivo ao bem jurídico após o delito já estar consumado.
Crimes permanentes:
São os crimes cuja consumação se protrai no tempo, até que se cesse o comportamento do agente
A prescrição, na seara penal, é perda do direito estatal de punir o transgressor da norma penal, dado o decurso do tempo, uma vez que o direito de punir deve ser exercido dentro do prazo legalmente estabelecido.
Somente começa a correr (valer) depois de cessada a permanência da conduta ilícita.
Crime tentado
Art. 14, II, do Código Penal – “Diz-se o crime: tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente”.
Elementos essenciais da tentativa:
Início da execução;
O agente deve ingressar na prática de atos executórios do delito.
Conduta dolosa;
Não cabe tentativa para crimes culposos.
O resultado não foi alcançado por circunstâncias alheias ao agente.
Os motivos da não consumação do crime devem ser externos à vontade do agente, ou seja, devem ser forças estranhas ao seu propósito.
Espécies de tentativa:
Quanto a fase de extensão executória:
Tentativa perfeita (acabada) – ocorre quando o agente esgota todos os meios de execução disponíveis e, ainda sim, a consumação do crime não ocorre por circunstâncias alheias a sua vontade.
Tentativa imperfeita (inacabada) – o processo executório é interrompido e o agente não consegue esgotar os meios de execução que estão ao seu alcance. 
O agente é impedido de prosseguir na execução criminosa por circunstâncias alheias a sua vontade.
Quanto ao atingimento do objeto material:
Tentativa branca – é aquela em o agente não fere o bem jurídico; aquela em que a vítima não é atingida pela conduta do agente.
Tentativa vermelha – é aquela em que a vítima é atingida, efetivamente, pela conduta do agente.
Consequências (pena):
Disposto no Art. 14, II, parágrafo único, CP – “Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços”.
A pena da tentativa se dará a mesma pena do crime consumado normal, diminuída de 1 a 2 terços. 
Quanto mais próxima da consumação, menor deve ser a redução (1/3). 
De outro lado, quanto mais longe a conduta do autor ficou da consumação delitiva, maior deve ser a redução da pena (2/3).
Desistência voluntaria e arrependimento eficaz:
Disposto no Art. 15, CP – “O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados”.
Desistência voluntaria:
Se configura na interrupção dos atos executórios pelo agente de forma voluntária. Assim, o agente inicia os atos executórios, mas antes que se esgotem todos os meios disponíveis para a consumação do delito, este por vontade própria desiste de prosseguir na ação.
O agente somente irá responder pelos atos já praticados.
Arrependimento eficaz: 
Configura-se quando o agente, após ter se utilizado de todos os meios disponíveis para a execução do delito, por vontade própria toma uma ação que impede que o resultado se produza.
O agente também irá responder pelos atos já praticados.
Segundo Cleber Masson – “... depois de já praticados todos os atos executórios suficientes à consumação do crime, o agente adota providências aptas a impedir a produção do resultado.”
Arrependimento posterior
Disposto no Art. 16, CP – “Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços”.
Ocorre quando o responsável pelo crime praticado sem violência à pessoa ou grave ameaça, voluntariamente e até (antes) o recebimento da denúncia ou queixa, restitui a coisa ou repara o dano provocado por sua conduta.
A pena será reduzida de um a dois terços.
Denúncia ou queixa – é o nome dado a petição inicial do processo penal.
Crime impossível
Disposto no Art. 17, CP – “Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime”.
Consiste na tentativa não punível, tendo em vista que o sujeito se vale de meios absolutamente ineficazes ou objetos absolutamente impróprios que tornam impossível a consumação do crime.
Neste caso, o fato será atípico, não podendo o agente ser responsabilizado nem mesmo pela tentativa.
Exemplos: ato destinado a matar um cadáver; falsificação grosseira de documentos e/ou notas de real.
Súmula 145 do STF – “Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação”.
Ou seja, não há crime quando o fato é preparado mediante provocação ou induzimento, direto ou por concurso, de autoridade, que o faz para fim de aprontar ou arranjar o flagrante.
A preparação (induzimento), torna o crime impossível.
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