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Sujeição Criminal na Sociedade Brasileira

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
AVALIAÇÃO PRESENCIAL 2- 2020.1
Consórcio CEDERJ
Curso: Tecnólogo em Segurança Pública e Social
Disciplina: Criminalidades, Moralidades, Direitos e Mercados no Brasil
Data: 10/06/2020 Polo: Resende RJ
Nome do aluno: Marco Antônio Silva Montenegro
AVALIAÇÃO PRESENCIAL 2 – 2020/1
Escolha duas das três questões a seguir e responda:
1) A partir das duas matérias de jornal estudadas na aula 8, disserte sobre o alcance da sujeição criminal na sociedade brasileira. As duas matérias encontram-se logo a seguir: (5pontos)
"Traficante morre em confronto com policiais no Andaraí: RIO - Um homem foi morto e outro ficou ferido durante confronto com policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Andaraí na noite desta quarta-feira. Segundo informações passadas pela assessoria de comunicação das UPPs, a dupla estava com drogas num beco da Rua Leopoldo, na localidade conhecida como Escadão, no Morro do Andaraí. Com a aproximação de dois policiais, os traficantes sacaram armas. Um soldado atirou e, com um único disparo, acertou os dois. Os traficantes foram levados para o Hospital do Andaraí, onde um deles morreu. Com a dupla de criminosos foram apreendidos maconha e cocaína, um revólver calibre 32 e a réplica de uma pistola. O caso está sendo registrado na 19ª DP (Tijuca)". Fonte: Jornal “O Globo”, 25/07/2012. Matéria: Traficante morre em confronto com policiais no Andaraí. Disponível em: http://oglobo.globo.com/rio/traficante-morre-em-confronto-com-policiais-no-andarai-5590789.
"Após nove anos, Gil Rugai ouve hoje se é culpado ou inocente pela morte do pai e da madrasta: São Paulo - Depois de cinco dias, chega ao fim nesta sexta-feira (22) o júri popular que decidirá se o estudante Gil Rugai, 29, é culpado ou inocente pelos assassinatos do pai, Luiz Carlos Rugai, e da madrasta, Alessandra de Fátima Troitino, ocorridos há quase nove anos, em São Paulo. A leitura da sentença judicial teve a divulgação autorizada pelo juiz do caso, Adilson Simoni, e será transmitida em tempo real pelos meios de comunicação. A previsão é que a decisão saia por volta das 19h. Gil é acusado de duplo homicídio". Fonte: Jornal “O Globo”, 22/02/2013. Matéria: Após nove anos, Gil Rugai ouve hoje se é culpado ou inocente pela morte do pai e da madrasta. Disponível em: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/02/sentenca-do-julgamentode-gil-rugai-deve-sair-nesta-sexta-feira-22.html.
Resposta: A partir das 2 matérias, vimos que a sujeição cri minal é desenvolvida a partir do estudo do continuum referencial de ações representadas como normais, proposto por Wilkins (1964); a partir dessa proposta, Michel Misse seleciona três designações abrangentes, persistentes evinculadas entre si e a outros tipos sociais para saturar o si gnificado que a sujeição criminal adquiriu nos tipos sociais historicamente datados da cidade do Rio de Janeiro: o malandro, o marginal e o vagabundo.Observa a meta morfose construída e m períodos históricos em que cada um desses tipos sociais se sucedem no tempo, um significado correspondente à sujeição criminal imposta em sua época:O vagabundo, com o significado de vadio, é tão ou mais antigo que o malandro do início do século e o marginal só aparecemuito depois, porem o e mprego atual do designativo vagabundo, no mundo do crime, é praticamente equivalente ao significado que o emprego do atributo malandro conseguiu a partir da década de setent a, acrescido, no entanto, das qualidades do marginal, enquanto o significado de malandro hoje ganhou uma idealização que não existia no início do século, produzida por contraposição ao marginal e ao bandido. (MISSE, 1999, pp.205-206).
Misse avalia que ao longo do tempo esses tipos vão sofrendo uma atenuação, ou seja, a construção social das condições de definir a sujeição criminal é a mesma que permite definir a normalização dos cursos de ação a figura do malandro vai sendo atenuada com o tempo e sendo idealizada como uma tradição positiva, assim como a própria sociedade como um todo vai absorvendo gírias e palavrões e m seu cotidiano que vão em algum grau banalizando a sujeição criminal, enquanto construção rígida de diferenciação entre vagabundos e trabalhadores, se fizermos uma leitura; a acumulação da sujeição criminal seria um dos fatores que contribuiria para a acumulação social da violência, uma vez que introduziria a emergência de uma sociabilidade violenta, a sujeição criminal é definida como: um processo social que incide sobre a identidade pública e muitas vezes íntima de um indivíduo, para que haja sujeição criminal, é preciso que certos tipos de curso de ação, representados não apenas como desviantes, divergentes, problemáticos ou ilegais, mas interpretados principalmente como criminais, inclusive pelo agente, se reiterem na expectativa social a propósito desse agente; que esses tipos de curso de ação condensem significações de ruptura com representações de normas sociais de validez abrangente e, principalmente, rompam ou ameacem romper com um núcleo forte, emocional dos agentes sociais, sobre o qual se c oncentram as representações sociais da normalidade, do crime e da violência. 
Com oposição ao, não fiz por mal, do negligente e do, fui levado a isso, do neutralizador, ele pode chegar, no limite, a assumir publicamente sua identidade como: mau (MISSE, 1999, p. 213); Misse não está preocupado, em seu trabalho, em co mpreender a entrada e nem mesmo a, adesão, ou a, opção, pelo crime, mas, na sua reiteração, pois esta torna-se passível de incorporação numa identidade social negativa e sua consequente acomodação a um tipo social, desta forma, a sujeição criminal se insere tanto no âmbito individual quanto coletivo, se fixando e disseminando também às áreas em que o, vagabundo, reside; favela, como problema social historicamente construído e combatido por boa parte dos governos ao longo do século XX, acaba por ser o reduto do malandro, do marginal e do vagabundo, sofrendo uma ampla incriminação preventiva; ao longo do tempo, que poderia explicar a forte sujeição criminal dos moradores que tentam se opor a essa construção através de signo do trabalho
2) O que diferencia o conceito de mercadorias políticas daquilo que se entende socialmente como corrupção? Explique. (5 pontos) 
Resposta: O conceito apresenta argumentos para a compreensão da corrupção e de outras formas de trocas ilegais, especialmente as que implicam uma relação de poder, com base no conceito de mercadoria política, proposto pelo autor em outros trabalhos, portanto isso recorre a classificações policiais de crimes e ilegalismos e às diferenças de volume registrado entre crimes considerados graves e crimes econômicos e políticos de variados tipos no Estado do Rio de Janeiro.
Referências Bibliográficas. Aula 9
__. As Ligações Perigosas: mercado informal ilegal,
narcotráfico e violência no Rio. Idem
TELLES, V. S.; HIRATA, D. Cidade e práticas urbanas: nas
fronteiras incertas entre o ilegal, o informal e o ilícito. Trabalho publicado
nos anais do 31o. Encontro Anual da ANPOCS: Caxambu, 2007.
3) A partir do estudo da aula 9, o que seria o “bazar metropolitano” que começou a ganhar forma em meados da década de 1980? (5 pontos)
Resposta: A partir do estudo da aula 9, averigamos que o bazar metropolitano,pretende-se abordar o tráfico de drogas a partir de suas capilaridades no mundo social e nas tramas urbanas, tomando como posto de observação; alguns de seus pontos de ancoramento na periferia da cidade; essa é uma perspectiva descritiva e analítica, que permite situar as práticas criminosas nas suas relações com o que poderíamos definir como a gestão das ilegalidades inscritas nos agenciamentos concretos da vida cotidiana, a rigor, esse é o foco da discussão a ser desenvolvida: as evidências de uma crescente e expansiva trama de ilegalidades, entrelaçadas nas práticas urbanas, seus circuitos e redes sociais, e nas relações hoje redefinidas entre o ilegal, o informal e o ilícito, com base em resultados de pesquisa recente, para tentar flagrar as mediações e conexões pelas quais esses deslocamentos das fronteiras do legal e do ilegal vêm se processando,são essas conexões e mediações que precisam ser bem compreendidas: é nelas que se tem uma chave para identificar e compreender a porosidade entre o legal e ilegal, e as fronteiras borradas entre o trabalho, expedientes de sobrevivência e práticas ilícitas; é nelas que se podem identificar e compreender as características do tráfico de drogas no mundo social,
Referências Bibliográficas: Aula 9
MISSE, Michel. Malandros, Marginais e Vagabundos & a
acumulação social da violência no Rio de Janeiro. Tese apresentada ao
Instituto Universitário de. Pesquisas do Estado do Rio de Janeiro. 1999.
______. Crime e Violência no Brasil Contemporâneo: estudos de
sociologia do crime e da violência urbana. In KANT DE LIMA, Roberto e
MISSE, Michel. (coord.) Coleção Conflitos, Direitos e Culturas. Lumen Juris:
RJ, 2011.
______. As Ligações Perigosas: mercado informal ilegal,
narcotráfico e violência no Rio. Idem.
POCHMANN, Márcio. O Emprego na Globalização – a nova
divisão internacional do trabalho e os caminhos que o Brasil escolheu.
Boitempo: SP, 2003

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