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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS E EXATAS 
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
PEDRO CARDOZO DE ALMEIDA LARA 
 
 
 
 
PREVISÃO DE PERDA DE SOLO NO MUNICÍPIO DE JATAÍ/GO COM 
A UTILIZANDO DA FÓRMULA USLE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UBERABA 
2016 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS E EXATAS 
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
PEDRO CARDOZO DE ALMEIDA LARA 
 
 
 
 
PREVISÃO DE PERDA DE SOLO NO MUNICÍPIO DE JATAÍ/GO COM 
A UTILIZANDO DA FÓRMULA USLE 
 
 
 
Trabalho apresentado como parte integrante da disciplina 
de Manejo e Conservação do Solo e da Água, sob 
orientação da Prof.º MSc. Elcides Rodrigues da Silva. 
 
 
 
 
 
UBERABA 
2016 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3 
2 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ...................................................... 4 
3 METODOLOGIA ................................................................................................... 5 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................. 8 
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 9 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 10 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
A erosão do solo é um processo natural provocado pela desagregação e 
transporte das partículas do solo. É um fenômeno natural causado pela ação de agentes 
exógenos, tais como as chuvas e os ventos. A erosão tem se intensificado em virtude de 
ações antrópicas, causadas por práticas inadequadas de uso no solo. 
Dessa forma, a avaliação do processo erosivo é imprescindível para adoção de 
medidas de manejo e conservação de solo e água. A modelagem da erosão de solo é uma 
forma de descrever matematicamente o processo de desprendimento, transporte e 
deposição de partículas, constituindo-se uma ferramenta eficaz para avaliar a eficiência 
das estratégias de ação a serem adotadas visando o controle de degradação de solos, uma 
vez que a adoção de experimentação em campo é custosa e morosa (WALKER et al., 
2000). 
A Equação Universal de Perda de Solo (USLE) é um dos modelos de predição 
mais conhecido e utilizado. Esta equação estima a perda de solo anual usando valores 
que representam os cinco fatores que mais influenciam no processo erosivo: 
erosividade, erodibilidade, topografia, uso e manejo do solo, e práticas 
conservacionistas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO 
O município escolhido para a realização do estudo foi o de Jataí, localizado no 
estado de Goiás situado na Serra do Caiapó, que faz divisa entre as bacias do Araguaia e 
do Parnaíba. Sua rede hidrográfica pertence à bacia do Paraná, sendo constituída de 
afluentes da margem direita do Parnaíba, tendo destaque o Rio Claro e o Rio Doce. O 
clima é o tropical mesotérmico, com duas estações bem definidas pelo regime sazonal de 
chuvas. A área selecionada para o estudo apresenta declividade de 15% (1 m vertical : 15 
m horizontais) e uma rampa de 150 m de comprimento. 
 
 
Localização de Jataí em Goiás 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
3 METODOLOGIA 
Para o cálculo das perdas de solo utilizou-se da equação USLE desenvolvida por 
Wischmeier e Smith (1978): 
𝐴 = 𝑅 ∙ 𝐾 ∙ 𝐿 ∙ 𝑆 ∙ 𝐶 ∙ 𝑃 
Equação 1 - USLE 
Onde: 
A = perda de solo média anual: t (ha ∙ ano)-1; 
R = fator de erosibilidade da chuva: MJ ∙ mm (ha ∙ h ∙ ano) -1; 
K = fator de erodibilidade do solo, t ∙ ha ∙ h (MJ ∙ ha ∙ mm) -1; 
L = fator de comprimento de rampa; 
S = fator de declividade de rampa; 
C = fator de uso e manejo do solo; e 
P = fator de práticas conservacionistas. 
 
Fator R: 
O cálculo do fator de erosividade R ocorreu a partir do método baseado no coeficiente de 
chuva, segundo modelo proposto por Lombardi Neto & Moldehauer, 1992, conforme 
demonstrado na equação 2 abaixo: 
𝐸𝑖30 𝑀𝐸𝑁𝑆𝐴𝐿 = 68,7 ∙ (
𝑟2
𝑝
)
0,85
 
Equação 2 
 
Onde: 
r = precipitação média mensal (mm) 
p = precipitação média anual (mm) 
 
Para uma série de 12 meses (Jan-Dez) 
𝑅 = ∑ 𝐸𝑖30 𝑀𝐸𝑁𝑆𝐴𝐿
12
1
 
 
Para o cálculo do fator R, foi utilizado o histórico climático fornecido pela Agência 
Nacional de Meteorologia – INMET. 
6 
 
Fator K: 
O fator K possui uma variação de 0,1 à 0,5. De acordo com a erodibilidade do solo. Solos 
arenosos possuem menor potencial erosivo devido a sua boa infiltração da água, solos argilosos 
pela sua estrutura coesa possuem maior resistência à erosão. O presente estudo utilizou os 
seguintes valores para o fator K: 
 
FATOR K 
Latossolo Vermelho 0,1 
Argisolo Vermelho 0,25 
Neossolo Quartzarênico 0,5 
Nitossolo Vermelho 0,2 
Cambissolo 0,15 
Gleissolo 0,1 
Tabela 1 – Valores de Referência Fator K 
 
 
Fator LS: 
Está relacionado ao comprimento de rampa e à declividade da bacia e, portanto, são as 
condições naturais presentes na própria bacia. O fator topográfico é composto dos seguintes 
fatores: 
 
L – fator de comprimento de rampa 
S – fator de declividade 
L.S – produto > fator topográfico 
 Pode ser calculado através da equação abaixo: 
 
𝐿𝑆 = 0,00984 ∙ 𝐶0,63 ∙ 𝐷1,18 
Equação 3 
 
Onde: 
C = comprimento de rampa (m) 
D = declividade (%) 
7 
 
Fator C: 
A vegetação é um importante elemento natural de proteção do solo contra erosão 
hídrica sob três perspectivas: 
 
– Acima do solo: Atenuação da energia cinética das gotas de chuva pela vegetação, 
promovendo uma redução na erosividade. 
 
– Na superfície do solo: Atenuação da energia cinética das gotas de chuva pela serrapilheira, 
promovendo uma redução na erosividade; 
 
– Abaixo da superfície: Redução da lâmina de escoamento superficial como resultado da 
melhoria das condições de infiltração provocada pela vegetação. 
 
O Fator C tem uma variação de 0 à 1, de acordo com a cobertura do solo. Onde maior 
for sua cobertura do solo mais o valor se aproxima de 0. Para o presente estudo foram utilizados 
os seguintes valores de referência para o fator C: 
Fator C 
Mata Nativa 0,1 
Eucalipto 0,2 
Pastagem 0,2 
Cana 0,4 
Milho 0,3 
Terras urbanas 0,7 
Tabela 2 – Valores de Referência Fator C 
 
 
Fator P: 
O fator P, é a relação entre a perda de solo com determinadas práticas conservacionistas 
dentre elas, terraceamento, aração, gradeação cujo afetam diretamente no valor do fator P. O 
intervalo de variação do fator P é de 0 à 1. Para o presente estudo foram utilizados os seguintes 
valores de referência para o fator P: 
Fator P 
Sem Práticas Conservacionistas 1 
Com Práticas Conservacionistas 0,5 
Tabela 3 – Valores de Referência Fator P 
8 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
Após o cálculo de cada variável da Equação Universal da Perda de Solos (USLE), pode-se 
calcular perda de solo em função de diversos tipos de cobertura conforme demonstra a tabela 
abaixo: 
 
 Perda de solo (t/ha/ano) 
Cobertura Latossolo Vermelho Argissolo Vermelho Nitossolo Vermelho Cambissolo Gleissolo 
Mata Nativa 65,88 164,69 131,76 98,82 65,88 
Eucalipto 131,76 329,39 263,51 197,63 131,76 
Pastagem 131,76 329,39 263,51 197,63 131,76 
Cana 263,51 658,78 527,02 395,27 263,51 
Milho 197,63 494,08 395,27 296,45 197,63 
Terras urbanas 461,14 1152,86 922,29 691,71 461,14 
 Tabela 4 – Perda de Solo em diferente tipo de cobertura e de solos. 
 
 
A tabela abaixo representa a perda de solo, após a projeção de um terracemento cujo as 
rampas teriam 25 metros de comprimento. 
 
 Perda de solo (t/ha/ano) 
Cobertura Latossolo Vermelho Argissolo Vermelho Nitossolo Vermelho Cambissolo Gleissolo 
Mata Nativa 21,31 53,27 42,61 31,96 21,31 
Eucalipto 42,61 106,53 85,22 63,92 42,61 
Pastagem 42,61 106,53 85,22 63,92 42,61 
Cana 85,22 213,06 170,45 127,84 85,22Milho 63,92 159,80 127,84 95,88 63,92 
Terras urbanas 149,14 372,86 298,28 223,71 149,14 
 Tabela 5 – Perda de Solo em diferente tipo de cobertura e de solos com projeção de um terraceamento 
 
 
A tabela abaixo representa a perda de solo, após a projeção de um terracemento cujo as 
rampas teriam 25 metros de comprimento e com a utilização de práticas conservacionistas. 
 
9 
 
 Perda de solo (t/ha/ano) 
Cobertura Latossolo Vermelho Argissolo Vermelho Nitossolo Vermelho Cambissolo Gleissolo 
Mata Nativa 10,65 26,63 21,31 15,98 10,65 
Eucalipto 21,31 53,27 42,61 31,96 21,31 
Pastagem 21,31 53,27 42,61 31,96 21,31 
Cana 42,61 106,53 85,22 63,92 42,61 
Milho 31,96 79,90 63,92 47,94 31,96 
Terras urbanas 74,57 186,43 149,14 111,86 74,57 
 Tabela 5 – Perda de Solo em diferente tipo de cobertura e de solos com projeção de um terraceamento e utilização de práticas 
conservacionistas 
 
 
5 CONCLUSÃO 
 
Foi verificado através da Equação Universal da Perda de Solos (USLE), o quão importante 
é a cobertura do solo e o uso de práticas conservacionistas a fim da diminuição da perda do solo 
anualmente. A redução da perda do solo com apenas a prática de terraceamento superou 68% de um 
de um mesmo solo sem a realização do terraceamento. Já uma área com o terraceamento e o uso de 
práticas conservacionistas podem ter uma redução superior a 84% de perda de solo em uma mesma 
área sem terraceamento e práticas conservacionistas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
FRANCISCO, Wagner de Cerqueria e. "Erosão "; Brasil Escola. Disponível em 
<http://brasilescola.uol.com.br/geografia/erosao.htm>. Acesso em 21 de novembro de 2016. 
<http://www.inmet.gov.br>. Acesso em 15 de novembro de 2016. 
 
LOMBARDI NETO, F. & MOLDENHAUER, W.C. Erosividade da chuva: sua distribuição e 
relação com as perdas de solo em Campinas (SP). Bragantia, Campinas, 51(2):189-196, 1992. 
 
WALKER, S.E., MITCHELL, M.C., HIRSCHI, M.C., JOHNSEN, K.E. Sensitivity analysis of 
the root zone water quality model. Transactions of the ASAE. v.43, n.4, p.841-846, 2000

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