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Livro Eletrônico Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital Renan Araujo 1 37 PPROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS. PROCEDIMENTO RELATIVO AOS CRIMES CONTRA A HONRA. PROCEDIMENTO DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL. PROCEDIMENTO DE RESTAURAÇÃO DE AUTOS. 1 PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS .......................................................................................................................... 3 1.1 Introdução ................................................................................................................................ 3 1.2 Procedimento para os crimes inafiançáveis ............................................................................. 4 1.3 Procedimento para os crimes afiançáveis ................................................................................ 4 1.4 Tópicos especiais ...................................................................................................................... 9 1.5 Quadro esquemático .............................................................................................................. 10 2 PROCEDIMENTO DOS CRIMES CONTRA A HONRA .................................................. 10 3 PROCESSO DE RESTAURAÇÃO DE AUTOS DESVIADOS OU DESTRUÍDOS .................. 12 4 PROCEDIMENTO DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL ..................... 13 5 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ..................................................................... 16 6 SÚMULAS PERTINENTES ........................................................................................ 19 6.1 Súmulas do STJ ....................................................................................................................... 19 7 JURISPRUDÊNCIA CORRELATA ............................................................................... 19 8 LISTA DE EXERCÍCIOS ............................................................................................. 20 9 EXERCÍCIOS COMENTADOS .................................................................................... 26 10 GABARITO ............................................................................................................. 37 Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 2 37 Olá, pessoal! Hoje vamos estudar um procedimento específico de apuração de infrações penais: o processo e julgamento dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, previsto nos arts. 513 a 518 do CPP. Veremos, ainda, o procedimento relativo aos crimes contra a honra, o procedimento dos crimes contra a propriedade imaterial e o procedimento de restauração de autos. Bons estudos! Prof. Renan Araujo Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 3 37 1 PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS 1.1 INTRODUÇÃO Este procedimento é o previsto pelo CPP para a apuração dos crimes praticados por funcionário público contra a administração pública. Tratam-se dos crimes funcionais. Os crimes funcionais podem ser: • Próprios – Quando a conduta somente é ilícita penalmente quando praticada pelo funcionário público contra a administração pública. Exemplo: Prevaricação, abandono de função, etc.. • Impróprios – Quando a conduta também é punida quando praticada por um particular, modificando-se, apenas, a tipificação legal. Exemplo: O crime de peculato-furto é um crime funcional. No entanto, se um particular praticar a mesma conduta, embora não se tenha o mesmo crime, a conduta permanece penalmente ilícita, sendo considerada furto simples. ⇒ Qual dos crimes funcionais é apurado por este procedimento? Ambos, a distinção é meramente acadêmica, não tendo reflexos na definição do rito a ser adotado. Ressalto a vocês que se o crime for praticado por funcionário público contra particular, ou praticado por particular contra a administração pública, ou ainda, se se tratar de crime contra a administração da Justiça, não deverá ser seguido este rito especial. CUIDADO! Não confundam crimes funcionais próprios e impróprios (ambos exigem a condição de funcionário público) com crimes funcionais típicos e atípicos. Qual é a diferença? Os crimes funcionais típicos são aqueles nos quais o tipo penal EXIGE que a conduta seja praticada por funcionário público. Os crimes funcionais atípicos são aqueles em que o tipo penal não exige qualquer qualidade do sujeito ativo, podendo ser praticado por qualquer pessoa, inclusive por funcionários públicos no exercício de suas funções. Ex.: Crime funcional TÍPICO: Art. 319 do CP, crime de prevaricação. O tipo penal EXIGE a condição de funcionário público. Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 4 37 Ex. II: Crime funcional ATÍPICO: É o crime praticado por funcionário público em razão de suas funções, mas que poderia ter sido praticado por um particular. Ex: Art. 90 da Lei de Licitações. Vejamos: Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação: Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Essa conduta pode ser praticada por qualquer pessoa, INCLUSIVE, mas não necessariamente, por um funcionário público no exercício das funções. Neste caso, teríamos um crime funcional ATÍPICO. O STF possui entendimento no sentido de que somente os crimes funcionais TÍPICOS (sejam eles próprios ou impróprios) devem seguir este rito especial previsto no art. 514 e seguintes do CPP. Em resumo, este rito será aplicável aos crimes previstos nos arts. 312 a 326 do CP e nos crimes previstos no art. 3° da Lei 8.137/90 (Lei de Crimes contra a Ordem Tributária). O rito irá variar conforme a natureza do crime. Se estivermos diante de um crime funcional inafiançável, teremos um rito. Porém, se estivermos diante de um crime afiançável, teremos outro rito. 1.2 PROCEDIMENTO PARA OS CRIMES INAFIANÇÁVEIS Em se tratando de crimes funcionais inafiançáveis, o rito previsto é praticamente idêntico ao rito comum ordinário, com a única diferença de que a queixa ou a denúncia com documento ou justificação que faça presumir a existência do crime ou “declaração fundamentada da impossibilidade de apresentação destas provas”. Nos termos do art. 513 do CPP: Art. 513. Os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo processo e julgamento competirão aos juízes de direito, a queixa ou a denúncia será instruída com documentos ou justificação que façam presumir a existência do delito ou com declaração fundamentada da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas. Após isto, segue-se o mesmo rito do procedimento comum ordinário, sem diferenças. 1.3 PROCEDIMENTO PARA OS CRIMES AFIANÇÁVEIS Aqui sim há diferenças substanciais. Devemos, primeiro, conciliar as disposições dos arts. 514 a 516 com as disposições dos arts. 395 a 398 do CPP. O art. 394, § 4° do CPP diz: Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 5 37 Art. 394. O procedimento será comumou especial. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). (...) § 4o As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). Mas em que consistem as disposições dos arts. 395 a 398 do CPP? Estas disposições cuidam dos primeiros passos do rito comum ordinário, referentes ao recebimento da denúncia ou queixa, prazo para resposta, etc. Vejamos: Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). I - for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). Parágrafo único. (Revogado). (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). § 1o A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). § 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). IV - extinta a punibilidade do agente. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). O art. 398 foi revogado, ficando prejudicada a redação do § 4° do art. 394. Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 6 37 Perceba, caro aluno, que o § 4° determinou a aplicação destas regras a todo e qualquer procedimento especial previsto no CPP. No entanto, os arts. 514 a 516 estabelecem um regramento APARENTEMENTE conflitante. Observe: Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias. Parágrafo único. Se não for conhecida a residência do acusado, ou este se achar fora da jurisdição do juiz, ser- lhe-á nomeado defensor, a quem caberá apresentar a resposta preliminar. Art. 515. No caso previsto no artigo anterior, durante o prazo concedido para a resposta, os autos permanecerão em cartório, onde poderão ser examinados pelo acusado ou por seu defensor. Parágrafo único. A resposta poderá ser instruída com documentos e justificações. Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado, se convencido, pela resposta do acusado ou do seu defensor, da inexistência do crime ou da improcedência da ação. Há, portanto, um conflito de leis? Não, não há, meu caro aluno. A Doutrina tratou de conciliar estes dois regramentos, nos termos que passarei a seguir. Como o art. 396 estabelece um momento para a defesa (após o recebimento da denúncia), e o art. 514 estabelece outro momento para a defesa, anterior ao recebimento da denúncia, a solução lógica e óbvia encontrada foi entender que, nestes procedimentos, o acusado terá dois momentos distintos para exercer sua defesa. O primeiro momento é antes do recebimento da denúncia, nos termos do art. 514 do CPP. Após a apresentação desta resposta, o Juiz decide se recebe ou não a ação penal. Recebendo a ação penal, deverá citar o réu para que apresente sua Resposta à acusação, nos termos do art. 396 do CPP. Assim, podemos estabelecer o seguinte rito: 1) O acusador oferece a denúncia ou queixa – A ação penal oferecida deve estar de acordo com os preceitos do art. 41 do CPP, e deve, ainda (à semelhança do que ocorre nos crimes inafiançáveis), trazer documento ou justificação que faça presumir a existência do crime, ou prova da impossibilidade de fazer prova disso (art. 513 do CPP). A acusação poderá arrolar até oito testemunhas, por simetria ao rito comum ordinário, nos termos do art. 394, § 5° do CPP: 2) A ação penal é autuada e o acusado notificado para apresentar resposta preliminar, NO PRAZO DE 15 DIAS (art. 514 do CPP) – Caso não estejamos diante de hipótese de rejeição liminar da ação penal por inépcia (art. 395 do CPP), o Juiz mandará autuar a ação penal e notificar o réu (funcionário público), para que ofereça sua defesa preliminar, no prazo de 15 dias. O CPP prevê que se o nomeado não tiver residência conhecida ou residir em comarca diversa da de atuação do Juiz, deverá ser-lhe nomeado curador. Nos termos do § único do art. 514 do CPP: Parágrafo único. Se não for conhecida a residência do acusado, ou este se achar fora da jurisdição do juiz, ser- lhe-á nomeado defensor, a quem caberá apresentar a resposta preliminar. Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 7 37 Boa parte da Doutrina critica isto, ao argumento de que esse dispositivo viola o princípio da ampla defesa, pois não há nenhum obstáculo para que seja notificado o acusado mediante carta precatória. Durante o prazo para a apresentação da resposta, os autos permanecem em cartório, podendo ser examinados pelo acusado e por seu defensor (art. 515 do CPP). 3) O funcionário público apresenta a resposta preliminar (ou não) – Apresentada a resposta (que pode ser instruída com documentos e justificações, nos termos do § único do art. 515 do CPP) o Juiz, agora, deve deliberar acerca do recebimento ou não da denúncia. Se o Juiz verificar que: a) está presente uma das hipóteses do art. 395 do CPP não percebidas antes de mandar notificar o acusado ou b) em razão das alegações do acusado, entender que não houve crime ou que a ação é improcedente, deverá REJEITAR A DENÚNCIA OU QUEIXA, nos termos do art. 516 c/c art. 395 do CPP; Porém, se o Juiz entender que a ação penal não é inepta, e entender que as razões do acusado (apresentadas na defesa preliminar) não o convencem da inexistência do crime ou da improcedência da ação, DEVERÁ RECEBER A DENÚNCIA OU QUEIXA, mandando citar o réu, para que em 10 dias apresente RESPOSTA À ACUSAÇÃO, nos termos do art. 396 do CPP: Art. 517. Recebida a denúncia ou a queixa, será o acusado citado, na forma estabelecida no Capítulo I do Título X do Livro I. (...) Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder àacusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). CUIDADO! Vejam que há uma diferença crucial entre uma defesa e outra: O prazo para a defesa preliminar (antes do recebimento da denúncia) é de 15 dias. O prazo para apresentação da resposta à acusação é de 10 dias! 4) A partir daqui, o procedimento segue nos termos do procedimento comum pelo rito ordinário – Recebida a denúncia ou queixa e determinada a citação do réu, este deverá apresentar resposta à acusação no prazo de 10 dias, alegando toda a matéria que interesse à sua defesa (art. 396-A do CPP). Apresentada a resposta, o Magistrado deve analisar se não se trata de hipótese de absolvição sumária, prevista no art. 397 do CPP: Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 8 37 I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). IV - extinta a punibilidade do agente. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). ATENÇÃO! Os fundamentos do art. 397 do CPP, embora se refiram a hipóteses de absolvição sumária (pois conduzem à improcedência da ação), no que tange aos crimes funcionais podem ser tanto as causas de absolvição sumária quanto as causas que levam à rejeição da ação penal, pois, nos termos do art. 516 do CPP, o Juiz rejeitará a denúncia ou queixa quando se convencer da inexistência de crime ou da improcedência da ação (fundamentos do art. 397 do CPP). CUIDADO! J Caso não seja hipótese de absolvição sumária, o Juiz designará audiência de instrução e julgamento para, no máximo, 60 dias (art. 400 do CPP). Na audiência, a prova oral será produzida segundo a ordem estabelecida pelo CPP (primeiro as testemunhas de acusação, depois as de defesa, e, ao final, o interrogatório do réu). Finda a instrução na audiência, o Juiz questionará às partes acerca da necessidade de requerer alguma diligência (art. 402). Não sendo requerida a diligência, ou sendo estas indeferidas pelo Magistrado, as partes apresentarão alegações finais orais, ao final das quais o Juiz proferirá a sentença. O CPP permite, contudo, que diante da complexidade da causa ou o número de acusado, o Juiz substitua as alegações orais por alegações finais escritas (memoriais), devendo proferir sentença, no prazo de 10 dias, após a apresentação dos memoriais (art. 403, § 3° do CPP). Esta breve passada pelo rito comum ordinário serve apenas para complementar o estudo do processo e julgamento dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, pois o que interessa mesmo nessa matéria é a parte diferenciada, própria do procedimento especial, consistente na existência de um momento processual anterior ao recebimento da denúncia para que o acusado (funcionário público) apresente defesa (defesa preliminar). ⇒ Mas e se o crime é praticado pelo funcionário público durante o exercício da função, mas este perde a condição de funcionário público posteriormente? A Doutrina se divide. Uns entendem que permanece o procedimento especial, pois a lei não fez distinção. Outros, no Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 9 37 entanto, entendem que o rito só é aplicável no caso de o funcionário público ainda ostentar esta condição, pois este rito específico (com um momento defensivo prévio) se justifica somente para evitar que o funcionário público seja temerariamente processado. PREVALECE ESTA ÚLTIMA CORRENTE. 1.4 TÓPICOS ESPECIAIS Algumas questões importantes surgiram acerca deste rito especial: ⇒ Ausência de notificação para apresentação de defesa preliminar – O STF entende que a notificação para apresentação desta defesa é obrigatória, sendo a sua ausência causa de nulidade relativa. O STJ, por sua vez, entende que se a ação penal foi ajuizada após um procedimento administrativo prévio no qual o acusado teve oportunidade de se defender (um Processo Administrativo Disciplinar, por exemplo), não há nulidade, mas mera irregularidade, que não contamina o processo penal. O STF não compartilha deste entendimento, entendendo ser necessária a notificação para apresentação de defesa preliminar, em qualquer caso. ⇒ Funcionário público que possua foro especial por prerrogativa de função – Se o acusado possui foro por prerrogativa de função, devendo ser julgado perante o STF, o STJ ou algum dos TRFs ou TJs, não se aplica o rito previsto no CPP, aplicando-se o rito previsto na Lei 8.038/90 (Processo nos Tribunais). ⇒ Ação penal instruída com inquérito policial – O STJ possui entendimento sumulado (súmula 330)1 no sentido de que, caso a ação penal seja instruída inquérito policial (ou seja, caso tenha havido um inquérito policial prévio, que fundamentou o ajuizamento da denúncia) é desnecessária a notificação para a apresentação de resposta preliminar. Contudo, o STF possui algumas decisões em sentido contrário, ou seja, no sentido de que mesmo nesta hipótese a notificação para apresentação de resposta preliminar é necessária2. 1 Segue julgado recente do STJ: “(...) Esta Corte Superior firmou jurisprudência no sentido da desnecessidade da resposta preliminar prevista no art. 514 do Código de Processo Penal, na hipótese de a ação penal ser instruída por inquérito policial, o que ocorreu na espécie (Súmula 330 do STJ). (HC 173.864/SP, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, QUINTA TURMA, julgado em 03/03/2015, DJe 12/03/2015)” 2 Vejam, a título de exemplo: “Muito embora o Supremo Tribunal Federal tenha fixado o entendimento de que a existência de inquérito policial não é causa para a dispensa da defesa referida no art. 514 do Código de Processo Penal, a Corte tem reiterados julgados reafirmando a necessidade de demonstração do prejuízo suportado pelo acusado para o acolhimento da alegação de nulidade da ação penal. Precedentes. (...) (RHC 121094 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 19/08/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-178 DIVULG 12-09-2014 PUBLIC 15-09-2014)” Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 10 37 1.5 QUADRO ESQUEMÁTICO Vamos fixar melhor a matéria através do nosso quadro esquemático: 2 PROCEDIMENTO DOS CRIMES CONTRA A HONRA O Procedimento estabelecido para o processo e julgamento dos crimes contra a honra está disciplinado nos arts. 519 a 523 do CPP. Vejamos: Art. 519. No processo por crime de calúnia ou injúria, para o qual não haja outra forma estabelecida em lei especial, observar-se-á o disposto nos Capítulos I e III, Titulo I, deste Livro, com as modificações constantes dos artigos seguintes. Art. 520. Antes de receber a queixa, o juiz oferecerá às partes oportunidade para se reconciliarem, fazendo-as comparecer em juízo e ouvindo-as, separadamente, sem a presença dos seus advogados, não se lavrando termo. Art. 521. Se depois de ouvir o querelante e o querelado, o juiz achar provável a reconciliação, promoverá entendimento entre eles, na sua presença. Art. 522. No caso de reconciliação,depois de assinado pelo querelante o termo da desistência, a queixa será arquivada. PROCEDIMENTO DOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS (AFIANÇÁVEIS) Oferecida a denúncia Juiz rejeita liminarmente (hipóteses do art. 395 do CPP) Juiz não rejeita liminarmente Manda autuar e notificar o acusado para oferecer defesa escrita, no prazo de 15 dias Juiz se convence da inexistência de crime ou improcedência da ação Rejeita a denúncia Juiz não se convence da inexistência de crime ou improcedência da ação Manda citar o réu Processo segue de acordo com o rito ordinário Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 11 37 Art. 523. Quando for oferecida a exceção da verdade ou da notoriedade do fato imputado, o querelante poderá contestar a exceção no prazo de dois dias, podendo ser inquiridas as testemunhas arroladas na queixa, ou outras indicadas naquele prazo, em substituição às primeiras, ou para completar o máximo legal. Embora o art. 519 se refira somente aos crimes de calúnia e injúria, é claro que se aplica também ao crime de DIFAMAÇÃO, que não foi mencionado porque não existia à época da publicação o CPP. O procedimento difere pouco do procedimento comum pelo rito ordinário. Aliás, tal qual ocorre no procedimento de julgamento dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, a diferença só existe antes da fase instrutória. Vejamos as etapas próprias deste rito: • Audiência de reconciliação – Oferecida a queixa, deverá o Juiz, antes de recebê-la, ordenar a notificação do querelante e do querelado para comparecerem à AUDIÊNCIA DE TENTATIVA DE RECONCILIAÇÃO, que será realizada SEM A PRESENÇA DE ADVOGADOS. O não comparecimento do querelado não acarreta prejuízos processuais a ele. Já a ausência do querelante é vista pela maioria esmagadora da Doutrina como hipótese de perempção (art. 60, III do CPP); • Recebimento da queixa-crime, citação e resposta à acusação – Não havendo a reconciliação, o Juiz verificará se a ação penal preenche todos os requisitos e, em caso positivo, a receberá, mandando citar o querelado, abrindo-lhe prazo para a resposta. Aqui, em nada difere do procedimento comum; • Exceção da Verdade – Simultaneamente ao oferecimento da resposta à acusação, o querelado poderá apresentar, em petição distinta, a chamada EXCEÇÃO DA VERDADE, que é a prova de que o fato imputado é verdade (somente se admite no crime de calúnia), ou EXCEÇÃO DE NOTORIEDADE DO FATO (que é referente ao crime de difamação praticado contra funcionário público no exercício da função). Oferecida a exceção, o Juiz SUSPENDE O PROCESSO e intima o querelante para contestar a exceção no prazo de DOIS DIAS, nos termos do art. 23 do CPP. • Processo segue pelo rito ordinário CUIDADO! Com o surgimento da Lei 9.099/95, que criou os Juizados Especiais Criminais, boa parte dos crimes contra a honra, agora, será de competência dos Juizados (adotando-se, portanto, o rito sumaríssimo), já que possuem, em regra, pena máxima não superior a dois anos. A exceção fica por conta do crime de injúria qualificada, já que, por ter pena máxima superior a este patamar, deverá ser adotado o procedimento especial que acabamos de estudar. Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 12 37 3 PROCESSO DE RESTAURAÇÃO DE AUTOS DESVIADOS OU DESTRUÍDOS Este é um tipo de procedimento que praticamente nunca é cobrado em provas de concursos públicos. Para ser sincero, eu nunca ministrei nenhum curso em que a Banca tivesse cobrado este procedimento. Ele tem vez quando, por algum infortúnio, os autos originais do processo judicial forem destruídos ou extraviados. Para se proceder à restauração dos autos, o Juiz determinará que o Escrivão certifique tudo quanto se lembre a respeito do processo (hoje em dia é complicado), sejam requisitadas cópias de documentos que tenham sido expedidos pelo IML (laudos cadavéricos, por exemplo) e estabelecimentos congêneres, bem como determinará a CITAÇÃO das partes do processo (pessoalmente ou por edital, se não encontradas) para integrarem o processo de restauração dos autos. No dia e hora designados as partes serão ouvidas, de forma a tentar se restabelecer o que havia até então transcorrido no processo, bem como deverão apresentar as cópias de que disponham do processo. Algumas diligências serão necessárias para a perfeita (ou o mais próximo disto) restauração dos autos. Vejamos o que diz o art. 543 do CPP: Art. 543. O juiz determinará as diligências necessárias para a restauração, observando-se o seguinte: I - caso ainda não tenha sido proferida a sentença, reinquirir-se-ão as testemunhas podendo ser substituídas as que tiverem falecido ou se encontrarem em lugar não sabido; II - os exames periciais, quando possível, serão repetidos, e de preferência pelos mesmos peritos; III - a prova documental será reproduzida por meio de cópia autêntica ou, quando impossível, por meio de testemunhas; IV - poderão também ser inquiridas sobre os atos do processo, que deverá ser restaurado, as autoridades, os serventuários, os peritos e mais pessoas que tenham nele funcionado; V - o Ministério Público e as partes poderão oferecer testemunhas e produzir documentos, para provar o teor do processo extraviado ou destruído. Estas diligências devem ser concluídas, em regra, no prazo máximo de 20 dias, e após disso os autos serão conclusos ao Juiz. Uma vez julgado o processo de restauração dos autos, estes novos autos valerão pelos originais extraviados ou destruídos. E se no curso da restauração aparecerem os autos extraviados? Nesse caso, o processo criminal retomará seu curso nos autos originais, e os autos do processo de restauração serão apensados a ele. Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 13 37 Mas e se, por acaso, o processo for desviado ou destruído e já tiver sido proferida sentença condenatória, estando o réu preso? O que acontece com a situação do réu? Nesse caso, a sentença condenatória permanece produzindo efeitos, DESDE QUE na guia de recolhimento (documento pelo qual se materializa a prisão do condenado na penitenciária) conste cópia da sentença ou certidão que deixe INEQUÍVOCA a sua existência (art. 548 do CPP). 4 PROCEDIMENTO DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL O procedimento dos crimes contra a propriedade imaterial está previsto nos arts. 520 a 530-I do CPP. Vejamos: Art. 524. No processo e julgamento dos crimes contra a propriedade imaterial, observar-se-á o disposto nos Capítulos I e III do Título I deste Livro, com as modificações constantes dos artigos seguintes. Art. 525. No caso de haver o crime deixado vestígio, a queixa ou a denúncia não será recebida se não for instruída com o exame pericial dos objetos que constituam o corpo de delito. Art. 526. Sem a prova de direito à ação, não será recebida a queixa, nem ordenada qualquer diligência preliminarmente requerida pelo ofendido. Art. 527. A diligência de busca ou de apreensão será realizada por dois peritos nomeados pelo juiz, que verificarão a existência de fundamento para a apreensão, e quer esta se realize, quer não, o laudo pericial será apresentado dentro de 3 (três) dias após o encerramento da diligência. Parágrafo único. O requerente da diligência poderá impugnar o laudo contrário à apreensão, e o juiz ordenará que estase efetue, se reconhecer a improcedência das razões aduzidas pelos peritos. Art. 528. Encerradas as diligências, os autos serão conclusos ao juiz para homologação do laudo. Art. 529. Nos crimes de ação privativa do ofendido, não será admitida queixa com fundamento em apreensão e em perícia, se decorrido o prazo de 30 dias, após a homologação do laudo. Parágrafo único. Será dada vista ao Ministério Público dos autos de busca e apreensão requeridas pelo ofendido, se o crime for de ação pública e não tiver sido oferecida queixa no prazo fixado neste artigo. Art. 530. Se ocorrer prisão em flagrante e o réu não for posto em liberdade, o prazo a que se refere o artigo anterior será de 8 (oito) dias. Art. 530-A. O disposto nos arts. 524 a 530 será aplicável aos crimes em que se proceda mediante queixa. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Art. 530-B. Nos casos das infrações previstas nos §§ 1o, 2o e 3o do art. 184 do Código Penal, a autoridade policial procederá à apreensão dos bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos, em sua totalidade, juntamente com os equipamentos, suportes e materiais que possibilitaram a sua existência, desde que estes se destinem precipuamente à prática do ilícito. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Art. 530-C. Na ocasião da apreensão será lavrado termo, assinado por 2 (duas) ou mais testemunhas, com a descrição de todos os bens apreendidos e informações sobre suas origens, o qual deverá integrar o inquérito policial ou o processo. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 14 37 Art. 530-D. Subseqüente à apreensão, será realizada, por perito oficial, ou, na falta deste, por pessoa tecnicamente habilitada, perícia sobre todos os bens apreendidos e elaborado o laudo que deverá integrar o inquérito policial ou o processo. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Art. 530-E. Os titulares de direito de autor e os que lhe são conexos serão os fiéis depositários de todos os bens apreendidos, devendo colocá-los à disposição do juiz quando do ajuizamento da ação. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Art. 530-F. Ressalvada a possibilidade de se preservar o corpo de delito, o juiz poderá determinar, a requerimento da vítima, a destruição da produção ou reprodução apreendida quando não houver impugnação quanto à sua ilicitude ou quando a ação penal não puder ser iniciada por falta de determinação de quem seja o autor do ilícito. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Art. 530-G. O juiz, ao prolatar a sentença condenatória, poderá determinar a destruição dos bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos e o perdimento dos equipamentos apreendidos, desde que precipuamente destinados à produção e reprodução dos bens, em favor da Fazenda Nacional, que deverá destruí-los ou doá-los aos Estados, Municípios e Distrito Federal, a instituições públicas de ensino e pesquisa ou de assistência social, bem como incorporá-los, por economia ou interesse público, ao patrimônio da União, que não poderão retorná- los aos canais de comércio. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Art. 530-H. As associações de titulares de direitos de autor e os que lhes são conexos poderão, em seu próprio nome, funcionar como assistente da acusação nos crimes previstos no art. 184 do Código Penal, quando praticado em detrimento de qualquer de seus associados. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Art. 530-I. Nos crimes em que caiba ação penal pública incondicionada ou condicionada, observar-se-ão as normas constantes dos arts. 530-B, 530-C, 530-D, 530-E, 530-F, 530-G e 530-H. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) O procedimento se divide em DOIS: a) Crimes de ação penal PRIVADA b) Crimes de ação penal PÚBLICA O procedimento no caso de crimes de ação penal PRIVADA está previsto nos arts. 524 a 530 do CPP. Vamos sintetizá-lo da seguinte forma: • RITO – Adota-se o rito ordinário do procedimento comum. • PROVAS – Em se tratando de crime que deixa vestígios, a denúncia (ou queixa) deve ser instruída com o exame pericial dos objetos que constituam o corpo de delito. • BUSCA E APREENSÃO – O Juiz determinará que seja realizada por dois PERITOS, que verificaram se é o caso de realizar, ou não, a apreensão (pois pode não haver violação à propriedade imaterial). De toda forma, o laudo dos peritos deve ser entregue em até 03 dias após o encerramento da diligência. O requerente (da Busca e apreensão) pode impugnar o laudo dos peritos. Se o Juiz entender que este (o requerente) tem razão, mandará que se realize a apreensão. Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 15 37 • AÇÃO PENAL PRIVADA – Se baseada no laudo da apreensão e da perícia, deverá ser ajuizada em até 30 dias a contar da homologação do laudo. O prazo, entretanto, será de 08 dias em caso de réu preso. O procedimento no caso de crimes de ação penal PÚBLICA está previsto nos arts. 524 a 530 do CPP. Vamos sintetizá-lo da seguinte forma: • RITO – Adota-se o rito ordinário do procedimento comum. • APREENSÃO – No caso dos delitos do art. 184, §1º, 2º e 3º do CP, a autoridade policial procederá à apreensão dos bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos, em sua totalidade, juntamente com os equipamentos, suportes e materiais que possibilitaram a sua existência, desde que estes se destinem precipuamente à prática do ilícito, lavrando-se termo assinado por 2 (duas) ou mais testemunhas, com a descrição de todos os bens apreendidos e informações sobre suas origens, o qual deverá integrar o inquérito policial ou o processo. • PROVA PERICIAL – Uma vez apreendidos os objetos, será realizada PERÍCIA, por perito oficial, ou, na falta deste, por pessoa tecnicamente habilitada. A perícia recairá sobre todos os bens apreendidos e o laudo deverá integrar o inquérito policial ou o processo. CUIDADO! Aqui há uma diferença em relação ao rito ordinário. Em regra o CPP exige 01 PERITO OFICIAL ou 02 PERITOS NÃO OFICIAIS. Neste caso, não havendo perito oficial, a perícia será realizada por 01 PERITO NÃO OFICIAL. • DEPÓSITO DOS BENS APREENDIDOS – Ficará a cargo dos titulares de direito de autor e os que lhe são conexos, que devem colocá-los à disposição do juiz quando do ajuizamento da ação. • DESTRUIÇÃO DOS BENS APREENDIDOS – Pode ser determinada pelo Juiz, a requerimento da vítima, quando3: a) Não houver impugnação quanto à ilicitude dos bens; b) Ou quando a ação penal não puder ser iniciada por ausência de indícios de autoria. • EFEITOS DA CONDENAÇÃO – Poderá o Juiz determinar: a) A destruição dos bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos; b) O PERDIMENTO, em favor da Fazenda Nacional, dos equipamentos apreendidos, desde que precipuamente destinados à produção e reprodução dos bens.4 • ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO – Poderão se habilitar como assistentes de acusação as associações de titulares de direitos de autor e os que lhes são conexos (nos crimes 3 Deve ser preservada a possibilidade de realização do exame de corpo de delito. 4 A Fazenda Nacional poderá destruí-los ou doá-los aos Estados, Municípios e Distrito Federal, a instituições públicas de ensino e pesquisa ou de assistência social, bem como incorporá-los, por economia ou interesse público, ao patrimônio da União. Não poderão, contudo, voltar ao mercado comercial. Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br16 37 previstos no art. 184 do Código Penal), quando os crimes forem praticados em detrimento de qualquer de seus associados. 5 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES CÓDIGO DE PROCESSO PENAL Ä Arts. 513 a 518 do CPP – Regulamentam o procedimento dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos: CAPÍTULO II DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS Art. 513. Os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo processo e julgamento competirão aos juízes de direito, a queixa ou a denúncia será instruída com documentos ou justificação que façam presumir a existência do delito ou com declaração fundamentada da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas. Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias. Parágrafo único. Se não for conhecida a residência do acusado, ou este se achar fora da jurisdição do juiz, ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá apresentar a resposta preliminar. Art. 515. No caso previsto no artigo anterior, durante o prazo concedido para a resposta, os autos permanecerão em cartório, onde poderão ser examinados pelo acusado ou por seu defensor. Parágrafo único. A resposta poderá ser instruída com documentos e justificações. Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado, se convencido, pela resposta do acusado ou do seu defensor, da inexistência do crime ou da improcedência da ação. Art. 517. Recebida a denúncia ou a queixa, será o acusado citado, na forma estabelecida no Capítulo I do Título X do Livro I. Art. 518. Na instrução criminal e nos demais termos do processo, observar-se-á o disposto nos Capítulos I e III, Título I, deste Livro. Ä Arts. 519 a 523 do CPP – Regulamentam o procedimento dos crimes contra a honra: CAPÍTULO III DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES DE CALÚNIA E INJÚRIA, DE COMPETÊNCIA DO JUIZ SINGULAR Art. 519. No processo por crime de calúnia ou injúria, para o qual não haja outra forma estabelecida em lei especial, observar-se-á o disposto nos Capítulos I e III, Titulo I, deste Livro, com as modificações constantes dos artigos seguintes. Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 17 37 Art. 520. Antes de receber a queixa, o juiz oferecerá às partes oportunidade para se reconciliarem, fazendo-as comparecer em juízo e ouvindo-as, separadamente, sem a presença dos seus advogados, não se lavrando termo. Art. 521. Se depois de ouvir o querelante e o querelado, o juiz achar provável a reconciliação, promoverá entendimento entre eles, na sua presença. Art. 522. No caso de reconciliação, depois de assinado pelo querelante o termo da desistência, a queixa será arquivada. Art. 523. Quando for oferecida a exceção da verdade ou da notoriedade do fato imputado, o querelante poderá contestar a exceção no prazo de dois dias, podendo ser inquiridas as testemunhas arroladas na queixa, ou outras indicadas naquele prazo, em substituição às primeiras, ou para completar o máximo legal. Ä Arts. 524 a 530-I do CPP – Regulamentam o procedimento dos crimes contra a propriedade imaterial: CAPÍTULO IV DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL Art. 524. No processo e julgamento dos crimes contra a propriedade imaterial, observar-se-á o disposto nos Capítulos I e III do Título I deste Livro, com as modificações constantes dos artigos seguintes. Art. 525. No caso de haver o crime deixado vestígio, a queixa ou a denúncia não será recebida se não for instruída com o exame pericial dos objetos que constituam o corpo de delito. Art. 526. Sem a prova de direito à ação, não será recebida a queixa, nem ordenada qualquer diligência preliminarmente requerida pelo ofendido. Art. 527. A diligência de busca ou de apreensão será realizada por dois peritos nomeados pelo juiz, que verificarão a existência de fundamento para a apreensão, e quer esta se realize, quer não, o laudo pericial será apresentado dentro de 3 (três) dias após o encerramento da diligência. Parágrafo único. O requerente da diligência poderá impugnar o laudo contrário à apreensão, e o juiz ordenará que esta se efetue, se reconhecer a improcedência das razões aduzidas pelos peritos. Art. 528. Encerradas as diligências, os autos serão conclusos ao juiz para homologação do laudo. Art. 529. Nos crimes de ação privativa do ofendido, não será admitida queixa com fundamento em apreensão e em perícia, se decorrido o prazo de 30 dias, após a homologação do laudo. Parágrafo único. Será dada vista ao Ministério Público dos autos de busca e apreensão requeridas pelo ofendido, se o crime for de ação pública e não tiver sido oferecida queixa no prazo fixado neste artigo. Art. 530. Se ocorrer prisão em flagrante e o réu não for posto em liberdade, o prazo a que se refere o artigo anterior será de 8 (oito) dias. Art. 530-A. O disposto nos arts. 524 a 530 será aplicável aos crimes em que se proceda mediante queixa. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Art. 530-B. Nos casos das infrações previstas nos §§ 1o, 2o e 3o do art. 184 do Código Penal, a autoridade policial procederá à apreensão dos bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos, em sua totalidade, juntamente com os equipamentos, suportes e materiais que possibilitaram a sua existência, desde que estes se destinem precipuamente à prática do ilícito. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Art. 530-C. Na ocasião da apreensão será lavrado termo, assinado por 2 (duas) ou mais testemunhas, com a descrição de todos os bens apreendidos e informações sobre suas origens, o qual deverá integrar o inquérito policial ou o processo. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Art. 530-D. Subseqüente à apreensão, será realizada, por perito oficial, ou, na falta deste, por pessoa tecnicamente habilitada, perícia sobre todos os bens apreendidos e elaborado o laudo que deverá integrar o inquérito policial ou o processo. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 18 37 Art. 530-E. Os titulares de direito de autor e os que lhe são conexos serão os fiéis depositários de todos os bens apreendidos, devendo colocá-los à disposição do juiz quando do ajuizamento da ação. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Art. 530-F. Ressalvada a possibilidade de se preservar o corpo de delito, o juiz poderá determinar, a requerimento da vítima, a destruição da produção ou reprodução apreendida quando não houver impugnação quanto à sua ilicitude ou quando a ação penal não puder ser iniciada por falta de determinação de quem seja o autor do ilícito. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Art. 530-G. O juiz, ao prolatar a sentença condenatória, poderá determinar a destruição dos bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos e o perdimento dos equipamentos apreendidos, desde que precipuamente destinados à produção e reprodução dos bens, em favor da Fazenda Nacional, que deverá destruí-los ou doá-los aos Estados, Municípios e Distrito Federal, a instituições públicas de ensino e pesquisa ou de assistência social, bem como incorporá-los, por economia ou interesse público, ao patrimônio da União, que não poderão retorná-los aos canais de comércio.(Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Art. 530-H. As associações de titulares de direitos de autor e os que lhes são conexos poderão, em seu próprio nome, funcionar como assistente da acusação nos crimes previstos no art. 184 do Código Penal, quando praticado em detrimento de qualquer de seus associados. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Art. 530-I. Nos crimes em que caiba ação penal pública incondicionada ou condicionada, observar-se-ão as normas constantes dos arts. 530-B, 530-C, 530-D, 530-E, 530-F, 530-G e 530-H. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Ä Arts. 541 a 548 do CPP – Regulamentam o procedimento de restauração de autos extraviados ou destruídos: Art. 541. Os autos originais de processo penal extraviados ou destruídos, em primeira ou segunda instância, serão restaurados. § 1o Se existir e for exibida cópia autêntica ou certidão do processo, será uma ou outra considerada como original. § 2o Na falta de cópia autêntica ou certidão do processo, o juiz mandará, de ofício, ou a requerimento de qualquer das partes, que: a) o escrivão certifique o estado do processo, segundo a sua lembrança, e reproduza o que houver a respeito em seus protocolos e registros; b) sejam requisitadas cópias do que constar a respeito no Instituto Médico-Legal, no Instituto de Identificação e Estatística ou em estabelecimentos congêneres, repartições públicas, penitenciárias ou cadeias; c) as partes sejam citadas pessoalmente, ou, se não forem encontradas, por edital, com o prazo de dez dias, para o processo de restauração dos autos. § 3o Proceder-se-á à restauração na primeira instância, ainda que os autos se tenham extraviado na segunda. Art. 542. No dia designado, as partes serão ouvidas, mencionando-se em termo circunstanciado os pontos em que estiverem acordes e a exibição e a conferência das certidões e mais reproduções do processo apresentadas e conferidas. Art. 543. O juiz determinará as diligências necessárias para a restauração, observando-se o seguinte: I - caso ainda não tenha sido proferida a sentença, reinquirir-se-ão as testemunhas podendo ser substituídas as que tiverem falecido ou se encontrarem em lugar não sabido; II - os exames periciais, quando possível, serão repetidos, e de preferência pelos mesmos peritos; III - a prova documental será reproduzida por meio de cópia autêntica ou, quando impossível, por meio de testemunhas; IV - poderão também ser inquiridas sobre os atos do processo, que deverá ser restaurado, as autoridades, os serventuários, os peritos e mais pessoas que tenham nele funcionado; V - o Ministério Público e as partes poderão oferecer testemunhas e produzir documentos, para provar o teor do processo extraviado ou destruído. Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 19 37 Art. 544. Realizadas as diligências que, salvo motivo de força maior, deverão concluir-se dentro de vinte dias, serão os autos conclusos para julgamento. Parágrafo único. No curso do processo, e depois de subirem os autos conclusos para sentença, o juiz poderá, dentro em cinco dias, requisitar de autoridades ou de repartições todos os esclarecimentos para a restauração. Art. 545. Os selos e as taxas judiciárias, já pagos nos autos originais, não serão novamente cobrados. Art. 546. Os causadores de extravio de autos responderão pelas custas, em dobro, sem prejuízo da responsabilidade criminal. Art. 547. Julgada a restauração, os autos respectivos valerão pelos originais. Parágrafo único. Se no curso da restauração aparecerem os autos originais, nestes continuará o processo, apensos a eles os autos da restauração. Art. 548. Até à decisão que julgue restaurados os autos, a sentença condenatória em execução continuará a produzir efeito, desde que conste da respectiva guia arquivada na cadeia ou na penitenciária, onde o réu estiver cumprindo a pena, ou de registro que torne a sua existência inequívoca. 6 SÚMULAS PERTINENTES 6.1 SÚMULAS DO STJ Ä Súmula 330 do STJ – O STJ sumulou entendimento no sentido de que não é necessária intimação do réu para apresentar a resposta preliminar prevista no art. 514 do CPP quando a ação penal está instruída com inquérito policial: SÚMULA 330 DO STJ É desnecessária a resposta preliminar de que trata o artigo 514 do Código de Processo Penal, na ação penal instruída por inquérito policial. 7 JURISPRUDÊNCIA CORRELATA Ä STJ - AgRg no REsp 1459388/DF - O STJ entendeu que a inobservância do procedimento específico dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos (basicamente, intimação para resposta preliminar) gera nulidade apenas relativa: 8. Este Tribunal sufragou o entendimento de que a inobservância do procedimento previsto no artigo 514 do Código de Processo Penal gera, tão-somente, nulidade relativa, desde que arguida no momento oportuno e com a demonstração de efetivo prejuízo daí decorrente. 9. "É desnecessária a resposta preliminar de que trata o artigo 514 do Código de Processo Penal, na ação penal instruída com inquérito policial". Enunciado 330 da Súmula deste STJ. (...) (AgRg no REsp 1459388/DF, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 17/12/2015, DJe 02/02/2016) Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 20 37 Ä STF - RHC 117209 - O STF consolidou entendimento no sentido de que somente os crimes funcionais TÍPICOS (sejam eles próprios ou impróprios) devem seguir este rito especial previsto no art. 514 e seguintes do CPP: (...) Não há falar em nulidade do processo em face da não observância do disposto no art. 514 do CPP, pois é da jurisprudência desta Corte que o referido dispositivo processual se reserva às hipóteses em que se imputa a prática de crimes funcionais típicos, o que não é o caso do art. 90 da Lei de Licitações. Precedentes. 6. Recurso ordinário improvido. (RHC 117209, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 25/02/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-047 DIVULG 10-03-2014 PUBLIC 11-03-2014) 8 LISTA DE EXERCÍCIOS 01. (CESPE – 2018 – STJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Se a denúncia contra servidor público a respeito da prática de crime contra a administração pública em geral vier acompanhada do respectivo inquérito policial, será desnecessária a resposta preliminar prevista no procedimento especial para crimes dessa natureza. 02. (CESPE – 2016 – TRE-PI – AJAJ – ADAPTADA) De acordo com o CPP, o procedimento dos crimes funcionais aplica-se a todos os crimes funcionais afiançáveis e inafiançáveis. 03. (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO DE POLÍCIA) Nos casos de crimes afiançáveis de responsabilidade do funcionário público, a legislação processual antecipa o contraditório antes de inaugurada a ação penal, com a apresentação da defesa preliminar. 04. (CESPE – 2013 – MPU – ANALISTA) Considerando que um servidor público tenha sido preso em flagrante pela prática de peculato cometido em desfavor da Caixa Econômica Federal, tendo sido o crime facilitado em razão da função exercida pelo referido servidor. Julgue os itens a seguir, com base na legislação processual penal. Por se tratar de crime afiançável, ao servidor é garantido o direito de apresentar resposta preliminar no prazo de quinze dias, logo após a notificação pelo juízo processante, quando, então, o juiz decidirá pelo recebimento ou rejeição da denúncia. Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br21 37 05. (FUNIVERSA – 2015 – SEADP /DF – AGENTE PENITENCIÁRIO) Segundo o entendimento do STF, nos crimes afiançáveis de responsabilidade dos funcionários públicos, sejam eles funcionais típicos ou não, estando a denúncia em devida forma, o juiz deve mandar autuá-la e ordenar a notificação do acusado para responder ‘a acusação por escrito. 06. (FCC – 2008 – TCE/AL – PROCURADOR) O Código de Processo Penal prevê rito especial para o processo e o julgamento dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos. Esse rito especial A) impede que o acusado possa ser preso antes de recebida a denúncia, ainda que o crime seja inafiançável. B) permite ao acusado se defender antes de ser recebida a denúncia, se o crime for afiançável. C) permite ao acusado se defender antes de ser recebida a denúncia, se o crime for inafiançável. D) permite ao acusado a efetivação de acordo para evitar o recebimento da denúncia, se o crime for afiançável. E) permite ao acusado a efetivação de acordo para evitar o recebimento da denúncia, se o crime for inafiançável. 07. (FCC – 2011 – TRE/AP – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Nos crimes afiançáveis de responsabilidade dos funcionários públicos, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de A) cinco dias. B) dez dias. C) quinze dias. D) trinta dias. E) vinte dias. 08. (FCC – 2006 – PGE/RR – PROCURADOR DO ESTADO) No processo e julgamento dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, A) nos crimes afiançáveis e inafiançáveis, após a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para responder por escrito, dentro do prazo de 15 (quinze) dias. B) nos crimes inafiançáveis, após a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para responder por escrito, dentro do prazo de 15 (quinze) dias. C) nos crimes afiançáveis e inafiançáveis, o eventual recebimento da denúncia é feito depois da notificação do acusado e, caso existente, de sua resposta. Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 22 37 D) nos crimes afiançáveis, o eventual recebimento da denúncia é feito depois da notificação do acusado e, caso existente, de sua resposta. E) a falta de notificação do acusado para, se quiser, responder à acusação causa nulidade absoluta, conforme súmulas do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal. 09. (FCC – 2007 – TRE/SE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) O artigo 514, do Código de Processo Penal, determina que, nos processos por crime de responsabilidade de funcionário público, o juiz mandará autuar a denúncia e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, no prazo de 15 dias. Essa fase do procedimento é obrigatória apenas nos crimes A) inafiançáveis. B) afiançáveis. C) apenados com prisão simples e multa. D) apenados com detenção. E) apenados com reclusão. 10. (VUNESP – 2017 – CÂMARA DE COTIA-SP – PROCURADOR) A, funcionário público do Município, foi flagrado por um repórter investigativo, no estacionamento da Prefeitura, praticando ato libidinoso em uma adolescente de 13 anos. Após a divulgação da matéria, A foi denunciado, pelo Ministério Público, por estupro de vulnerável. A denúncia foi precedida de inquérito policial. Recebida a denúncia pelo Juiz, determinou-se a citação de A, para fins de apresentação da resposta à acusação, em 10 dias. A defesa de A impetrou habeas corpus no Tribunal, alegando afronta ao rito especial dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, dado que não houve oportunidade para se apresentar a resposta preliminar, prevista no artigo 514 do Código de Processo Penal. Diante do caso hipotético, assinale a alternativa correta. a) A defesa preliminar, prevista no artigo 514 do CPP, aplica-se ao caso hipotético, já que se trata de ação penal que apura crime praticado por funcionário público. b) A defesa preliminar, prevista no artigo 514 do CPP, não se aplica ao caso hipotético, pois, muito embora se trate de ação penal que apura crime praticado por funcionário público, a denúncia foi precedida de inquérito policial, na esteira do entendimento sumulado nos Tribunais Superiores. c) Acertou o Juiz ao não aplicar a regra do artigo 514 do CPP, já que o rito especial é previsto apenas para crimes próprios de funcionário público. Uma vez citado, o prazo para o acusado apresentar resposta à acusação é de 10 (dez) dias. d) Acertou o Juiz ao não aplicar a regra do artigo 514 do CPP, já que o rito especial é previsto apenas para crimes próprios de funcionário público. Uma vez citado, o prazo para apresentar resposta à acusação é de 15 (quinze) dias. Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 23 37 e) Na defesa preliminar, prevista no artigo 514 do CPP, o acusado poderá juntar documentos e arrolar até 03 (três) testemunhas, a fim de evidenciar a inexistência do crime ou improcedência da acusação. 11. (FAPEMS – 2017 – PC-MS – DELEGADO DE POLÍCIA) Leia o trecho a seguir. [...] não é propriamente a qualidade de funcionário público que caracteriza o crime funcional, mas o fato de que é praticado por quem se acha no exercício de função pública, seja esta permanente ou temporária, remunerada ou gratuita, exercida profissionalmente ou não, efetiva ou interinamente, ou per accidens [...]". HUNGRIA, Nelson. Comentários ao Código Penal. 12. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1991. Acerca do processo e julgamento dos crimes praticados por funcionário público, assinale a alternativa correta. a) Estando a denúncia ou a queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, no prazo de dez dias. b) O juiz deverá rejeitar a denúncia, em despacho genérico, se estiver convencido, após a resposta do acusado ou de seu defensor, da inexistência do crime ou da improcedência da ação. c) Caso o acusado esteja fora da jurisdição do juiz do processo, a resposta preliminar poderá ser apresentada por defensor nomeado, no prazo de dez dias. d) Se não for conhecida a residência do acusado ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá apresentar a resposta preliminar, no prazo de dez dias. e) A lei processual penal antecipa o contraditório, pois, antes de inaugurada ação penal, permite a apresentação da defesa preliminar. 12. (VUNESP – 2008 – TJ/MT – ANALISTA JUDICIÁRIO/ADMINISTRAÇÃO) Na hipótese do processo e do julgamento dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, o juiz rejeitará a denúncia quando I. estiver seguro da inexistência do crime; II. estiver certo da improcedência da ação penal; III. tiver dúvidas quanto a autoria do crime. Pode-se afirmar que (A) I e II estão corretos. (B) I e III estão corretos. (C) II e III estão corretos (D) I, II e III estão corretos. (E) I, II e III estão incorretos. Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 24 37 13. (VUNESP – 2011 – TJ-SP – TITULAR NOTARIAL) O funcionário público processado criminalmente por prática de crime funcional tem direito às regras do art. 514 do Código de Processo Penal, defesa preliminar, a) quando for maior de sessenta anos. b) somente se não for reincidente. c) quando, tendo praticado mais de um crime, a soma das penas não ultrapasse quatro anos de reclusão. d) sempre que o delito for afiançável. 14. (FCC – 2012 – PC-RJ – INSPETOR) De acordo com o Código de Processo Penal, nos crimes de responsabilidadede funcionários públicos, quando afiançáveis, o prazo de resposta do acusado, antes do recebimento da denúncia ou queixa, é de: a) trinta dias. b) cinco dias. c) dez dias. d) vinte dias. e) quinze dias. 15. (CESPE – 2009 – IBRAM-DF – ADVOGADO) Caso o acusado esteja fora da jurisdição do juiz, a apresentação da resposta preliminar poderá ser feita por defensor nomeado, no prazo de 15 dias. 16. (CESPE – 2009 – IBRAM-DF – ADVOGADO) O procedimento especial previsto no CPP não se aplica a todos os crimes funcionais. 17. (CESPE – 2009 – IBRAM-DF – ADVOGADO) O procedimento especial prevê que, após o recebimento da denúncia, o juiz determinará a notificação do réu para responder por escrito a acusação. 18. (CESPE – 2009 – IBRAM-DF – ADVOGADO) Caso o juiz, diante dos argumentos apresentados na resposta preliminar, se convença da inexistência do crime ou da improcedência da ação, deverá absolver sumariamente o acusado. 19. (CESPE – 2009 – SEJUS/ES – AGENTE PENITENCIÁRIO) Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 25 37 No processo dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, no caso de infração afiançável, o juiz deve mandar autuar a denúncia e ordenar a notificação do acusado para responder por escrito à acusação no prazo de 15 dias. 20. (CESPE – 2003 – AGU – PROCURADOR FEDERAL) À luz do direito processual penal, julgue o item. Considere a seguinte situação hipotética. Com base em inquérito policial, o Ministério Público ofertou denúncia em desfavor de um funcionário público pela prática do crime de peculato-furto. Nessa situação, o juiz, antes de receber a denúncia, deverá ordenar a notificação do acusado para, dentro do prazo de quinze dias, responder por escrito, sob pena de nulidade absoluta. 21. (CESPE – 2012 – TRE-RJ – ANALISTA JUDICIÁRIO) Em relação ao habeas corpus e ao processo e julgamento dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, julgue o próximo item. Ao julgar processos que discutam crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, o juiz deverá rejeitar a denúncia, em despacho fundamentado, se estiver convencido, pela resposta do acusado ou do seu defensor, da inexistência do crime ou da improcedência da ação. 22. (CESPE – 2010 – DPE-BA – DEFENSOR PÚBLICO) Roger, servidor público estadual, e Rafael, autônomo, praticaram, em concurso de agentes, crime afiançável contra a administração pública. A apuração dos fatos, feita em processo administrativo disciplinar, resultou na demissão do servidor, por grave falta administrativa. Encaminhada cópia autêntica do processo administrativo disciplinar ao MP, este, de pronto, ofertou denúncia contra os acusados. Nessa situação, tanto Roger quanto Rafael devem ser notificados para a apresentação de resposta à acusação, antes do recebimento da denúncia. 23. (CESPE – 2008 – TJDF – ANALISTA JUDICIÁRIO) Nos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo processo e julgamento competem aos juízes de direito, a denúncia deve ser instruída com documentos que façam presumir a existência do delito, não se admitindo, para suprir a falta de tais documentos, declaração fundamentada de impossibilidade de apresentação dos mesmos. 24. (CESPE – 2007 – CBM/DF – ADVOGADO) Segundo orientação jurisprudencial, causa nulidade absoluta, nos procedimentos dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, a falta de oportunidade de defesa antes do recebimento da representação. Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 26 37 25. (CESPE – 2004 – POLÍCIA FEDERAL – ESCRIVÃO) Nos processos referentes a crimes afiançáveis de responsabilidade dos servidores públicos, o juiz, antes de receber a denúncia ou queixa, deverá notificar o acusado para apresentação de defesa preliminar. 9 EXERCÍCIOS COMENTADOS 01. (CESPE – 2018 – STJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Se a denúncia contra servidor público a respeito da prática de crime contra a administração pública em geral vier acompanhada do respectivo inquérito policial, será desnecessária a resposta preliminar prevista no procedimento especial para crimes dessa natureza. COMENTÁRIOS: Item correto, pois este é o exato entendimento do STJ, por meio da súmula 330 do STJ: SÚMULA 330 DO STJ É desnecessária a resposta preliminar de que trata o artigo 514 do Código de Processo Penal, na ação penal instruída por inquérito policial. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 02. (CESPE – 2016 – TRE-PI – AJAJ – ADAPTADA) De acordo com o CPP, o procedimento dos crimes funcionais aplica-se a todos os crimes funcionais afiançáveis e inafiançáveis. COMENTÁRIOS: Item errado, pois o procedimento especial dos crimes funcionais só se aplica aos crimes AFIANÇÁVEIS, nos termos do art. 514 do CPP. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 03. (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO DE POLÍCIA) Nos casos de crimes afiançáveis de responsabilidade do funcionário público, a legislação processual antecipa o contraditório antes de inaugurada a ação penal, com a apresentação da defesa preliminar. COMENTÁRIOS: O item está correto, pois em tal procedimento existem dois momentos para a apresentação de defesa pelo acusado, um antes do recebimento da denúncia e outro depois, nos termos do art. 514 do CPP: Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias. Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 27 37 Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado, se convencido, pela resposta do acusado ou do seu defensor, da inexistência do crime ou da improcedência da ação. Art. 517. Recebida a denúncia ou a queixa, será o acusado citado, na forma estabelecida no Capítulo I do Título X do Livro I. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 04. (CESPE – 2013 – MPU – ANALISTA) Considerando que um servidor público tenha sido preso em flagrante pela prática de peculato cometido em desfavor da Caixa Econômica Federal, tendo sido o crime facilitado em razão da função exercida pelo referido servidor. Julgue os itens a seguir, com base na legislação processual penal. Por se tratar de crime afiançável, ao servidor é garantido o direito de apresentar resposta preliminar no prazo de quinze dias, logo após a notificação pelo juízo processante, quando, então, o juiz decidirá pelo recebimento ou rejeição da denúncia. COMENTÁRIOS: Item correto, pois retrata a exata previsão contida no art. 514 do CPP, e que é o grande diferencial deste procedimento especial. Vejamos: Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 05. (FUNIVERSA – 2015 – SEADP /DF – AGENTE PENITENCIÁRIO) Segundo o entendimento do STF, nos crimes afiançáveis de responsabilidade dos funcionários públicos, sejam eles funcionais típicos ou não, estando a denúncia em devida forma, o juiz deve mandar autuá-la e ordenar a notificação do acusado para responder à acusação por escrito. COMENTÁRIOS: Item errado. O STF firmou entendimento no sentido de que tal procedimento (notificação para apresentação de defesa preliminar) só se aplica se aplica aos crimes funcionais típicos, ou seja, aqueles que exigem a condição de funcionário público do agente. Vejamos: (...) Nãohá falar em nulidade do processo em face da não observância do disposto no art. 514 do CPP, pois é da jurisprudência desta Corte que o referido dispositivo processual se reserva às hipóteses em que se imputa a prática de crimes funcionais típicos, o que não é o caso do art. 90 da Lei de Licitações. Precedentes. 6. Recurso ordinário improvido. (RHC 117209, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 25/02/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-047 DIVULG 10-03-2014 PUBLIC 11-03-2014) Se o crime praticado pelo funcionário público não é um crime “próprio” de funcionário público, ou seja, pode ser praticado isoladamente por um particular, não teremos a aplicação do regramento do art. 514 do CPP. Lembrando que estes crimes (que podem ser praticado por funcionário público ou por particular), para boa parte da Doutrina, sequer são considerados como crimes “funcionais”, pois estes demandariam, sempre a condição de funcionário público como elementar do delito. Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 28 37 Outra parte da Doutrina distingue os funcionais em “típicos”, quando a condição de funcionário público é essencial e “atípicos”, quando se trata de mero crime comum praticado por funcionário público no exercício das funções. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 06. (FCC – 2008 – TCE/AL – PROCURADOR) O Código de Processo Penal prevê rito especial para o processo e o julgamento dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos. Esse rito especial A) impede que o acusado possa ser preso antes de recebida a denúncia, ainda que o crime seja inafiançável. B) permite ao acusado se defender antes de ser recebida a denúncia, se o crime for afiançável. C) permite ao acusado se defender antes de ser recebida a denúncia, se o crime for inafiançável. D) permite ao acusado a efetivação de acordo para evitar o recebimento da denúncia, se o crime for afiançável. E) permite ao acusado a efetivação de acordo para evitar o recebimento da denúncia, se o crime for inafiançável. COMENTÁRIOS: O rito especial previsto para os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos deve ser analisado sob dois prismas. Com relação aos crimes inafiançáveis, a diferença é praticamente nula, exigindo a Lei, tão-somente, a juntada de determinado documento quando da propositura da ação penal. No entanto, quando estivermos diante de crimes funcionais afiançáveis, a diferença é substancial. O CPP estabelece, em seu art. 514, que nesses casos, haverá um momento, anterior à análise do recebimento da denúncia ou queixa, no qual o acusado poderá se defender, apresentando, no prazo de 15 DIAS, defesa preliminar. Vejamos: Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias. Somente após a apresentação desta defesa preliminar, ou o transcurso do prazo sem o seu oferecimento, é que o Juiz decidirá se recebe ou rejeita a denúncia ou queixa. Isso não impede, entretanto, que o Juiz, antes mesmo de mandar notificar o réu, verificando a inépcia da peça inicial acusatória, a rejeite liminarmente, nos termos do art. 395 do CPP. ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 07. (FCC – 2011 – TRE/AP – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Nos crimes afiançáveis de responsabilidade dos funcionários públicos, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de A) cinco dias. B) dez dias. C) quinze dias. Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 29 37 D) trinta dias. E) vinte dias. COMENTÁRIOS: Conforme vimos, a diferença deste procedimento em relação ao rito comum ordinário reside, basicamente, na existência de um momento anterior ao recebimento da denúncia ou queixa, no qual se oportuniza a apresentação de defesa ao acusado. Este prazo para apresentação de defesa é, nos termos do art. 514 do CPP, de 15 dias. ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 08. (FCC – 2006 – PGE/RR – PROCURADOR DO ESTADO) No processo e julgamento dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, A) nos crimes afiançáveis e inafiançáveis, após a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para responder por escrito, dentro do prazo de 15 (quinze) dias. B) nos crimes inafiançáveis, após a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para responder por escrito, dentro do prazo de 15 (quinze) dias. C) nos crimes afiançáveis e inafiançáveis, o eventual recebimento da denúncia é feito depois da notificação do acusado e, caso existente, de sua resposta. D) nos crimes afiançáveis, o eventual recebimento da denúncia é feito depois da notificação do acusado e, caso existente, de sua resposta. E) a falta de notificação do acusado para, se quiser, responder à acusação causa nulidade absoluta, conforme súmulas do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal. COMENTÁRIOS: O rito especial previsto para os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos deve ser analisado sob dois prismas. Com relação aos crimes inafiançáveis, a diferença é praticamente nula, exigindo a Lei, tão-somente, a juntada de determinado documento quando da propositura da ação penal. No entanto, quando estivermos diante de crimes funcionais afiançáveis, a diferença é substancial. O CPP estabelece, em seu art. 514, que nesses casos, haverá um momento, anterior à análise do recebimento da denúncia ou queixa, no qual o acusado poderá se defender, apresentando, no prazo de 15 DIAS, defesa preliminar. Vejamos: Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias. Somente após a apresentação desta defesa preliminar, ou o transcurso do prazo sem o seu oferecimento, é que o Juiz decidirá se recebe ou rejeita a denúncia ou queixa. Nos termos do art. 516 do CPP: Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado, se convencido, pela resposta do acusado ou do seu defensor, da inexistência do crime ou da improcedência da ação. ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 09. (FCC – 2007 – TRE/SE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) O artigo 514, do Código de Processo Penal, determina que, nos processos por crime de responsabilidade de funcionário público, o juiz mandará autuar a denúncia e ordenará a Renan Araujo Aula 05 Direito Processual Penal p/ AGEPEN-GO (Agente de Segurança Prisional) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 30 37 notificação do acusado, para responder por escrito, no prazo de 15 dias. Essa fase do procedimento é obrigatória apenas nos crimes A) inafiançáveis. B) afiançáveis. C) apenados com prisão simples e multa. D) apenados com detenção. E) apenados com reclusão. COMENTÁRIOS: O rito especial previsto para os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos deve ser analisado sob dois prismas. Com relação aos crimes inafiançáveis, a diferença é praticamente nula, exigindo a Lei, tão-somente, a juntada de determinado documento quando da propositura da ação penal. No entanto, quando estivermos diante de crimes funcionais afiançáveis, a diferença é substancial. O CPP estabelece, em seu art. 514, que nesses casos, haverá um momento, anterior à análise do recebimento da denúncia ou queixa, no qual o acusado poderá
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