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aula 01 - Filosofar

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Aula 01
Filosofia p/ ENEM 2017
Professor: Raphael de Oliveira Reis
33320407821 - gabriele ostapiuk miudo dias
 
 
FILOSOFIA 
Prof. Raphael Reis – Aula 01 
 
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AULA 01: Módulo II: Filosofar 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Felicidade 2 
2. Dúvida 9 
3. Diálogo 13 
4. Consciência 18 
5. Argumento 24 
6. Exercícios Comentados 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FILOSOFIA 
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1 A Felicidade 
 
Olá, você! 
Como vimos na aula 00, a reflexão filosófica tem suas particularidades, 
contudo é acessível a todos nós. Os temas filosóficos fazem parte do nosso dia 
a dia. 
Vamos conversar um pouco sobre felicidade. 
Embora possa parecer um tema mais ligado à religião ou ao gênero de 
autoajuda, posso lhe garantir que é um tema filosófico. Então, vamos lá! 
Contemple a imagem abaixo: 
 
Disponível em: http://valiteratura.blogspot.com.br/2011/02/ficcoes-jorge-luis-borges.html. Acesso: 15/11/16. 
 
A experiência filosófica tem 3 passos, os quais provavelmente você 
percorreu após contemplar a imagem acima. 1º) você vivenciou uma 
circunstância de deslocamento ou estranhamento , pois houve uma 
interrupção no fluir normal de sua vida. 2º) Você fez questionamentos sobre a 
imagem. “O que ela quer dizer?”, “Para onde essas escadas levam?”, “O que ela 
representa?”, “Quais são os seus possíveis significados?”. 3º) Certamente tentou 
dar alguma resposta para essas indagações. Para isso, você precisou montar 
um discurso, através de um encadeamento de raciocínios. E se for querer 
33320407821
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FILOSOFIA 
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apresentar o resultado de sua análise através de um diálogo (linguagem) ou da 
escrita, terá que ter um caráter universal, aplicada a outras pessoas e lugares. 
Portanto, podemos concluir que filosofar não é pensar de qualquer maneira. 
 Cuidado, na filosofia não existem respostas definitivas, é um fazer 
contínuo através da conversação. 
Há mais de 25 séculos era preocupação da filosofia a felicidade , pois esta 
era o objetivo supremo da vida humana. Felicidade, em sua origem quer dizer 
um estado de fecundidade que gera vida e vitaliza nossa existência. 
Eram questões dos gregos da Antiguidade: 
 
- Se o que nos move é, em última instância, o desejo de ser feliz, mas 
nem todo ato traz felicidade, como alcançar nosso objetivo? 
- Como devemos agir para levar uma vida feliz ou menos infeliz? 
- Quais são as fontes da felicidade? 
 
Note que essas questões de muito tempo atrás continuam atualizadas nos 
tempos atuais, afinal, quem não quer ser feliz?! 
Vários sistemas filosóficos , isto é, o conjunto de elementos em que um 
depende do outro, compondo um todo orgânico, coerente e organizado, surgiram 
para abordar o tema felicidade – iremos analisar alguns adiante. 
De maneira geral, os textos da Antiguidade apontavam que os elementos 
mais desejados pelas pessoas em geral – muito semelhante aos de hoje -, são: 
 Bens materiais e riqueza; 
 Status social, poder e glória; 
 Prazeres da mesa e da cama; 
 Saúde; 
 Amor e amizade. 
Os filósofos gregos propuseram caminhos comportamentais e intelectuais 
para obtenção da felicidade verdadeira que, para a maioria deles, passava por 
uma concepção do coletivo, o bem da comunidade. 
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1.1 Platão 
Até então a felicidade estava a mercê das divindades, isto é, um caminho 
para a felicidade era não se indispor com os deuses e agradá-los. Neste sentido, 
era algo instável. Contra esta instabilidade, Platão junto com Sócrates foi um dos 
primeiros a pensar numa busca da felicidade estável. 
Sabemos que Platão entendia o mundo material (percebido pelos cinco 
sentidos) como enganoso, ou seja, por meio dele não se obteria a felicidade. A 
forma de se conquistar a felicidade é abandonar a ilusão dos sentidos e ir 
em direção ao mundo das ideias, até alcançar o conhecimento supremo da 
realidade, correspondente à ideia de bem . 
Essa ideia de bem está associada a sua doutrina sobre a alma 
humana , que dizia que o ser humano é essencialmente alma, sendo imortal e 
que ela existe previamente ao corpo, e o seu lugar não era o mundo visível, mas 
o mundo inteligível (apreendido somente pelo intelecto ). Para ele a alma se 
dividia em 3 partes: 
 alma concupiscente: situada no ventre e ligada aos desejos carnais; 
 alma irascível: situada no peito e vinculada às paixões; 
 alma racional: situada na cabeça e relacionada ao conhecimento. 
A harmonização dos 3 tipos de alma levaria a felicidade, sendo que a alma 
racional subordinaria as demais. Para apoiar esta tarefa, Platão propunha 2 
práticas: 
 
Ginástica: exercícios físicos para cuidar do corpo, com o objetivo de 
proporcionar disciplina e domínio das inclinações negativas. 
Dialética: método praticado por Sócrates como caminho para ascender 
do visível ao inteligível. 
 
 
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Estas duas formas, ginástica e dialética, levariam a contemplação 
das ideias perfeitas, a ideia do bem . O bem seria a causa de todas as coisas 
justas e belas que existem. Assim, seu pensamento sobre a felicidade poderia 
ser sintetizado num processo de busca contínua e progressiva: conhecimento 
= bondade = felicidade. Aquele que alcança o conhecimento verdadeiro, que 
culmina na ideia de bem, torna-se um ser melhor em sua essência. 
Este bem precisa ser entendido dentro do contexto da pólis, da política, 
que era a atividade mais nobre, mais importante, porque através dela se buscava 
o bem de todos, da construção de uma sociedade justa. Esta sociedade teria 3 
pilares: produção de alimentos e de bens materiais, defesa da cidade e 
administração da pólis . Cada cidadão teria uma função social (produtor, 
guerreiro ou sábio) dependendo de sua aptidão natural. Dessa forma, é mais 
um caminho para a felicidade, porque cada um cumprindo sua função 
social já seria feliz. 
 
1.2 Aristóteles 
Embora tenha sido discípulo de Platão, refutou a doutrina do mundo 
das ideias. Valorizava também a atividade intelectual e contemplativa, mas 
resgatava o papel dos bens humanos (materiais), para alcançar uma vida 
boa . 
Defendia que um ser humano só alcança o seu fim quando cumpre a 
função que lhe é própria e distingue dos demais seres, isto é, sua virtude lhe traz 
prazer. Essa virtude que a distingue de outros seres é pensar de forma 
racional, ou seja, só terá felicidade atuando com a razão. Isto se traduz numa 
contemplação intelectual da observação da beleza e da ordem do cosmo, 
mantendo essa prática a vida inteira. Além disso, propunha também que não se 
pode abandonar a companhia da família e dos amigos, da busca da riqueza e do 
poder. Estes resultam em prazer seja ele material ou social, indispensáveis à 
vida contemplativa, porém, antes de se passar à vida contemplativa, é 
preciso estar alimentado e acidade em paz . 
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Somado a atividade intelectual e a outros prazeres, dizia que era preciso 
cultivar outras virtudes, tais como: coragem, generosidade e justiça. Isso tudo 
contribuiria com a felicidade humana. 
 
1.3 Epicuro 
 Deu uma resposta diferente da de Platão e da de Aristóteles para a 
questão da felicidade. 
Epicuro (341 a.C a 271 a.C) recomendava o caminho do prazer, 
valorizando menos o papel do intelecto. Felicidade, para ele, é satisfação dos 
desejos. Em seu entendimento, tudo no mundo é matéria e refutava a 
doutrina do mundo das ideias. Portanto, se tudo é matéria, o ser humano é 
sensação e para ser feliz precisa do prazer e evitar a dor . 
Uma das principais causas da angústia e infelicidade são as 
preocupações religiosas e superstições , pois impõe crenças que, na época, 
incutiam o temor às divindades e o medo da morte. 
Afirmava que quem espera muito de alguém ou de alguma coisa corre-se 
o risco de se decepcionar. Portanto, é preciso eliminar os desejo s 
desnecessários e se permitir somente ao que é necessário, com 
moderação . Ele fez a seguinte classificação dos desejos: 
 
 Naturais e necessários : comer, beber e dormir; 
 Não naturais e desnecessários : riqueza, fama e poder; 
 Contentar-se com o pouco: seria o principal elemento para a 
felicidade. Com a expectativa reduzida não haveria decepção, e um 
grande prazer pode vir de coisas simples. 
 
Nem todos os prazeres geram felicidade e há alguns que são superiores 
a outros, por isso, o filósofo Epicuro recomenda agir com prudência racional. 
Desse modo teríamos condições de governar a própria vida, sem depender de 
elementos externos, conquistando o estado de imperturbabilidade da alma ou 
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ataraxia - esse é o objetivo principal para se chegar à felicidade conforme os 
epicuristas. 
 
 
1.4 Estoicos 
Zenão de Cício (335 a.C a 264 a.C) é considerado o primeiro filósofo desta 
corrente. Para os estoicos são felizes aqueles que vivem de acordo com a ordem 
cósmica, aceitando o seu próprio destino nele inscrito. 
Esta corrente concebe o universo como um cosmos, ordenado e 
harmonioso, composto de um princípio passivo (a matéria) e de um princípio 
ativo (logos), que permeia, anima e conecta todas as suas partes. 
Tudo que existe e que acontece tem um objetivo de ser, pois faz parte 
da inteligência divina. Os acontecimentos estariam pré-determinados e são 
necessários, nos cabendo simplesmente aceitar o destino definido . Tudo 
que acontece deve ser bom, pois é animado pelo bem contido nos princípios 
racionais que governam o universo. O importante é a ordem do todo, da 
totalidade do universo, isto quer dizer, o bem do todo é melhor do que o bem 
individual. 
Em resumo, se acharmos que felicidade é tudo aquilo que desejamos 
inevitavelmente vamos topar com a infelicidade, já que basta fracassar em 
alcançar um desejo e nos tornaremos infelizes. Se não depende de nós, e sim 
de uma ordem cósmica, o que para o estoicismo poderia ser feito para o ser 
humano, dentro dessa pouca liberdade, contribuir com sua felicidade? 
A vontade. Ela nos permite querer ou não querer as coisas. Usando-a 
posso optar em querer apenas aquilo sobre o que tenho poder de escolher que 
me faz verdadeiramente feliz. Neste sentido, a vontade vai em direção a 
dominar as paixões e controlar os pensamentos, pois estes geram as 
condições do afloramento das paixões. 
Enfim, a pessoa deve não apenas aceitar o seu destino, mas também 
querê-lo, ou seja, amar o que é, o que tem e o que vive . 
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Observe a pintura abaixo de Antônio Zachi, intitulada “O Bom 
Samaritano”. Siga os 3 passos da reflexão filosófica (estranhamento, 
questionamento e resposta) e tente responder filosoficamente essa 
representação. 
 
 
Finalizamos aqui mais um capítulo de nossa aula. Qual dos pensamentos 
filosóficos sobre felicidade mais lhe agradou e por quê? Como você faz para 
buscar a felicidade? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 A Dúvida 
Uma das atitudes considerada como “ferramenta” do filosofar, é a dúvida. 
Ela nos abre a possibilidade de desenvolver uma percepção mais profunda, clara 
e abrangente sobre nossa existência. 
Uma das maneiras de aprender é quando levantamos indagações sobre 
as coisas. Isso se dá através de perguntas. Porém, não são quaisquer perguntas. 
Tanto a filosofia como as ciências elaboram problemáticas para a partir disso 
procurarem respostas. 
Se observamos ao nosso redor vamos ver que as crianças são “mestres” 
na arte de perguntar, pois estão abertas à curiosidade e à novas descobertas. A 
dúvida é um caminho para a construção do conhecimento. 
No caso da filosofia nem todas perguntas são essencialmente filosóficas, 
assim como nem todas as dúvidas são filosóficas. Querer saber se o seu time 
irá ganhar o campeonato brasileiro ou quando vai se casar, são meramente 
questões especulativas. A dúvida filosófica propriamente dita surge de uma 
necessidade de explicação racional para algo de nossa existência ou para 
alguma explicação que já não satisfaz mais. Exemplo: visto tantas coisas 
ruins acontecendo no mundo, podemos indagar: “o homem é mal?”, “o que difere 
os homens bons dos maus?”, “O que é maldade e bondade”, “Se Deus existe e 
ele é bom, porque permite o mal?”. 
Para começar a pensar filosoficamente e procurar respostas é importante 
ter consciência de seus pré-conceitos, isto é, suspender possíveis julgamentos 
de concepções que você traz consigo. A partir disso podemos estruturar nossa 
reflexão através do raciocínio ou argumento. Os argumentos (justificativas 
racionais) devem estar articulados de maneira coerente, não contraditório , 
para demonstrar aquilo que se pretende afirmar. Veja, essa é uma das 
exigências do texto dissertativo-argumentativo da redação para o ENEM. 
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O filósofo francês René Descartes (1596-1650) 
criou um método conhecido como “dúvida metódica”. Este era conduzido de 
duas maneiras: 
 
 Metódica: ampliação da dúvida em passo a passo, de modo ordenado 
e lógico. 
 Radical: chega a um ponto extremo que se duvida da própria 
existência (dúvida hiperbólica). 
 
Que estranho, não?! Descartes estava descontente com tudo que 
aprendeu, principalmente com a tradição (pensadores medievais principalmente) 
e resolveu construir um caminho (método) que garantisse o conhecimento 
verdadeiro. Para isso, precisou descontruir suas antigas ideias que fossem 
duvidosas. Utilizou o critério da evidência, a qual requer clareza e distinção 
ao intelecto . 
Sua primeira indagação é sobre os sentidos, pois para ele o 
conhecimento originadopelas percepções sensoriais não é confiável , 
porque não poderiam ser universalizados, aplicável a tudo que existe. Mas não 
poderia ignorá-los. 
Veja, você poderia duvidar que está lendo esta aula no computador ou 
outro meio? O que poderia abalar essa impressão? Simplesmente se você 
considerar que está sonhando, porém com este argumento volta-se à estaca 
zero, porque tudo que você percebe, na verdade, faria parte de uma ilusão. 
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Assim, Descartes deixa de lado sua investigação que nasce através do 
sentido e passa para aquelas que advém da razão. 
Encontra um tipo de ideia que incialmente parece não lhe despertar 
dúvidas: a matemática. Ela não dependeria de coisas externas, apenas da razão. 
Sua evidência de maneira clara e distinta mostra que não é possível contestar o 
resultado correto de uma operação. Todavia, se o Deus que tudo criou e que 
tudo pode, quiser enganar, fazendo com que se pense que 2 + 2 = 4, enquanto 
isso poderia ser uma ilusão. Trata-se do argumento do Deus enganador. E ele 
vai mais longe: se houvesse um gênio maligno, ardiloso e poderoso, que 
quisesse iludir e enganar as pessoas? Isso não quer dizer que Descartes 
acreditasse na existência de algum ser assim, mas como artifício psicológico 
e metodológico de alerta. 
Você pode estar se perguntando: “mas que cara doido?”. Pois bem, eu 
também já pensei isso. No entanto, olha que interessante: essas dúvidas eram 
para não sucumbir à tentação de aceitar qualquer ideia como verdadeira, buscar 
conhecimento através da evidência e que este fosse indubitável (irrefutável). Ele 
conseguiu? 
Olha que sacada de René Descartes: ele percebeu que se poderia existir 
um ser que o enganava, ele tinha quer ser algo enquanto era enganado. E se 
duvidava deveria ser algo que existia enquanto duvidava, mesmo que 
porventura não tivesse corpo. Essa reflexão é resumida na frase célebre: 
“eu penso, logo existo”. Se você duvida é porque está pensando, logo se 
você pensa deve haver algo que é você, que produz esse pensamento. 
Se você ficou curioso e quer saber mais sobre os desdobramentos das 
reflexões de Descartes pode acessar a obra “Meditações”. 
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 A obra “Discurso sobre o Método” é uma das 
principais do filósofo René Descartes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 O Diálogo 
Creio que você já se convenceu que filosofar, isto é, produzir uma reflexão 
filosófica é uma maneira diferente de pensar sobre o nosso cotidiano e as coisas 
que nos cercam. Mas quem produz reflexões filosóficas quer conversar com 
outras pessoas, aprender coisas novas. Colocar seus pensamentos em 
“confronto” com os de outras pessoas. Para isso, temos o diálogo filosófico. 
O diálogo está estruturado na linguagem, que é um dos principais 
instrumentos junto à razão para o exercício filosófico. Vamos pensar em nosso 
cotidiano: provavelmente você já observou ou vivenciou aquela famosa “DR”, 
discussão de relacionamento, que nos irrita bastante na maioria das vezes. Por 
que isso acontece? Ao invés de utilizarmos nossa capacidade de buscar a 
entender e ouvir o outro, queremos impor que aquilo que estamos falando é o 
correto e que o outro precisa ter o mesmo entendimento que você. Além disso, 
há variações na tonalidade da voz. Resultado: aquilo que era para se chegar a 
um acordo pode produzir mais desavenças. Usamos muitas palavras 
acreditando conhecer plenamente o que elas querem dizer e acreditamos que 
todos têm o mesmo entendimento. 
Embora existam várias reflexões filosóficas possíveis na letra da música 
“Sonho de uma Flauta”, do grupo “O Teatro Mágico”, quero chamar a atenção 
especificamente para a questão da linguagem apontada na letra: 
“Nem toda palavra é... 
Aquilo que o dicionário diz 
Nem todo pedaço de pedra 
Se parece com tijolo ou com pedra de giz 
Avião parece passarinho 
Que não sabe bater asa 
Passarinho voando longe 
Parece borboleta que fugiu de casa 
Borboleta parece flor 
Que o vento tirou pra dançar 
Flor parece a gente 
Pois somos semente do que ainda virá 
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A gente parece formiga 
Lá de cima do avião 
O céu parece um chão de areia 
Parece descanso pra minha oração 
A nuvem parece fumaça 
Tem gente que acha que ela é algodão 
Algodão às vezes é doce 
Mas às vezes é doce não 
Sonho parece verdade 
Quando a gente esquece de acordar 
O dia parece metade 
Quando a gente acorda e esquece de levantar 
Hum... E o mundo é perfeito 
E o mundo é perfeito 
E o mundo é perfeito 
Eu não pareço meu pai 
Nem pareço com meu irmão 
Sei que toda mãe é santa 
Sei que incerteza traz inspiração 
Tem beijo que parece mordida 
Tem mordida que parece carinho 
Tem carinho que parece briga 
Tem briga que aparece pra trazer sorriso 
Tem riso que parece choro 
Tem choro que é pura alegria 
Tem dia que parece noite 
E a tristeza parece poesia 
Tem motivo pra viver de novo 
Tem o novo que quer ter motivo 
Tem a sede que morre no seio 
Nota que fermata quando desafino 
Descobrir o verdadeiro sentido das coisas 
É querer saber demais 
Querer saber demais 
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Sonho parece verdade 
Quando a gente esquece de acordar 
O dia parece metade 
Quando a gente acorda e esquece de levantar 
Mas sonho parece verdade 
Quando a gente esquece de acordar 
E o dia parece metade 
Quando a gente acorda e esquece de levantar 
E o mundo é perfeito 
Mas o mundo é perfeito 
O mundo é perfeito” 
 
Conclusão: será que quando dialogamos com alguém estamos pensando 
exatamente na mesma coisa ao dizer “amor”, “ciência”, “justiça”, “política”, etc.? 
Será que sabemos o que é bom para nós e para os outros? 
Estamos todos os instantes afirmando por meio de palavras e ações 
nossas crenças, compartilhando-as com mais pessoas. Temos consciência 
delas? Elas são válidas só para mim ou para mais pessoas? Vamos ver como 
alguns filósofos pensaram sobre isso. 
 
3.1 Método Dialógico: Sócrates e Platão 
Será que podemos, verdadeiramente, acreditar no que acreditamos 
conhecer? Sócrates e Platão foram os primeiros a se debruçarem sobre isso. A 
arte de perguntar empregada por Sócrates em seus diálogos mostra que ele 
acreditava no poder da conversação. Para isso, estabeleceu seu método 
dialógico ou maiêutica composto pelos seguintes aspectos: 
 
 Diálogo amigável: os inícios dos diálogos de Sócrates são sempre 
aproximativos; ele mostra curiosidade em saber o que e como o seu 
interlocutor pensa sobre algo; 
 Perguntas penetrantes: sabia formular perguntas adequadas para 
ajudar as pessoas a conceber, por elas mesmas, a verdade sobre 
diversos temas; 
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 Conhecimento progressivo: essas verdades só eram, digamos 
conhecidas, após o avanço paulatino e pormenorizado das questões 
levantadas; 
 Prática constante: criticava aqueles que mesmo sendo discípulo 
dele, acreditava que conseguiram atingir o conhecimento verdadeiro 
de forma rápida. Para ele, a prática é constante e requer avanços. 
 Dor das descobertas: a atividade filosófica está vinculada a certa dor, 
a certo grau de incerteza, inquietude. É a dor da dúvida. Isso pode ser 
gerado porque é difícil admitir um erro e assumir consequências. 
 Dificuldades do percurso: sabia que suas perguntas geravam 
incômodos e que muitos não compreenderiam. 
 
O método dialógico ficou conhecido como dialética, isto é, a arte da 
discussão. Esta apresenta dois momentos importantes: a refutação ou ironia e 
a maiêutica propriamente dita. 
A ironia, que tem significado e uso bem diferente em nossos dias atuais, 
era o primeiro momento de Sócrates, aquele de aproximação. Começava a fazer 
perguntas “fingindo” ignorância, curiosidade. Após evidenciar as contradições 
argumentativas, apresentava perguntas a cada resposta de seu interlocutor, 
fazendo-o a pensar em suas definições e argumentações. Passava à refutaçã o 
que o outro tinha sobre determinado assunto. Em seguida, ele passa a 
maiêutica, isto é, novas questões que iniciava o caminho da reconstrução das 
ideias do seu interlocutor, ajudando-o a trazer luz aos seus pensamentos e 
posições. 
Vamos conhecer um dos diálogos de Sócrates – há vários no livro já 
mencionado “A República”, de Platão. O diálogo é com Eutífron - o texto na 
íntegra pode ser acessado clicando no link. Por ser um diálogo bem extenso, fica 
aqui a possibilidade de acessar um fragmento da adaptação do diálogo para as 
telas do cinema: 
 
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4 A Consciência 
Já podemos dizer que a filosofia nos auxilia a desfazer as “amarras que 
nos prende”. Faz pensar sobre nós mesmos, sobre a vida e sobre as coisas. 
Enfim, nos ajuda a viver com mais consciência. Mas, o que é consciência? 
A consciência é estudada por várias áreas do saber. De forma geral está 
associada aos processos psíquicos (pensamento, imaginação, emoção, 
memória, aprendizado, etc.). Para os pesquisadores, a consciência é uma das 
principais características dos seres humanos, pois ela possibilita estar e sentir o 
mundo com algum saber. 
Os animais sabem, mas certamente não sabem que sabem. Só sabendo 
que sabe é possível criar invenções e desenvolver um sistema de construções 
internas. Devido a essas diferenças entre os seres humanos e os animais, além 
do uso da linguagem, é que os primeiros foram classificados como homo sapiens 
sapiens (o ser que sabe que sabe). 
Para o neurocientista, António Damásio, “estar consciente envolve não 
apenas um ato de conhecer o que acontece, mas, sobretudo, implica 
basicamente como primeiro estágio, um sentir ”. Essa sensação (self) relaciona-
se com aqui e agora, no presente. Por exemplo, neste exato momento ao ler 
esse texto na tela de seu aparelho você tem a sensação de que é você quem vê 
e lê, e não outra pessoa. 
Indo mais adiante, a nossa capacidade de estabelecer conexões entre 
passado, presente e futuro faz gerar uma sensação mais elaborada , o que 
se chama de consciência do eu, isto é, da própria identidade, por oposição a 
existência de outro ser. Outro aspecto relacionado à consciência são as 
condutas , cujas observações são exteriores e outros seres podem nos observar. 
Isto quer dizer que pelo que diz e faz podemos inferir que as outras pessoas, 
assim como nós, têm ideias, pensamentos, sensações e sentimentos. 
 
 
 
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4.1 Consciente e Inconsciente 
Até o momento falamos mais sobre a consciência do ponto de vista 
neurofisiológico. Vamos conhecer agora um pouco outras ideias advindas da 
psicanálise, que é uma disciplina da mente vinculada a uma técnica 
terapêutica, baseada na interpretação pelo psicanalista dos conteúdos 
considerados inconscientes encontrados nas palavras, sonhos e fantasias 
do paciente . 
Você já observou que em algumas situações parece que uma parte de 
seu ser esconde algo da outra parte de seu ser? Que de repente você se lembra 
de coisas do passado que estavam adormecidas? Diz ou faz alguma coisa sem 
querer ou não sabe justificar? Foi a partir dessas e muitas outras questões que 
surgiram a observação sistematizada para compreender a mente humana e os 
comportamentos. 
 Sigmund Freud (1856-1939) concebeu uma teoria da 
mente, a psicanálise, que revolucionou a história do pensamento e influencia 
até hoje diversas áreas do saber. 
Em sua teoria está o pressuposto de que a maior parte de nossa vida é 
dominada pelo inconsciente. A outra parte, consciente, teria atuação reduzida. 
O inconsciente é parte integrante de nossa personalidade, na qual acontecem 
“coisas” sem que percebemos. Ainda, para ele, a sexualidade (libido) 
constituiria o elemento principal do inconsciente, bem como toda a dinâmica da 
vida psíquica. Essa teoria escandalizou a sociedade de seu tempo por enfatizar 
a questão da sexualidade e dizer inclusive que as crianças possuíam atividade 
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sexual, bem como dar importância a traumas sexuais infantis uma determinação 
do comportamento das pessoas durante sua vida adulta. 
Uma de suas associações é de que esses traumas estariam vinculados a 
uma etapa do desenvolvimento infantil em que as crianças se sentiriam atraídas 
pelo progenitor de sexo oposto, conceito que ficou denominado como 
Complexo de Édipo , em referência a uma das mitologias gregas. 
De acordo com a teoria freudiana o aparelho psíquico humano se 
estrutura em 3 instâncias ou esferas: id, superego e ego. 
 
Id: está presente deste o nascimento. Nele dominam as pulsões, isto é, 
impulsos corporais e instintivos associados à libido. Empurra o indivíduo àquilo 
que lhe traz prazer e nega as insatisfações. Atua de maneira ilógica e 
contraditória e tem nos sonhos seu principal meio de expressão. É o principal 
motor oculto das condutas humanas. 
Superego: se forma através do processo de socialização, 
especificamente familiar, a partir das negações de seus genitores. Esse conjunto 
de regras absorvidos na infância freiam as pulsões do id, geram regras de 
conduta e estabelece uma consciência moral . 
Ego: é uma instância consciente e pré-consciente. Ele interage com o 
mundo externo recebendo influência das outras duas esferas. Precisa lidar com 
as exigências da realidade, isto é, resolver os seus conflitos entre seus desejos 
internos (id) e o seu senso moral (superego). 
 
Freud afirmou que quando o ego não consegue lidar com esses conflitos 
elecria mecanismos de defesa , pelos quais os conteúdos censurados pelo 
superego são reprimidos (recalque), expressando-se de forma indireta na vida 
da pessoa através de atos falhos (ação de dizer ou fazer alguma coisa sem 
intenção), sonhos e projeções (algo projetado em outra pessoa que ele não 
aceita ou reprime em si mesmo). Portanto, para a psicanálise, trazer à 
consciência esses conteúdos reprimidos e ajudar o paciente a enfrenta-los e a 
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lidar com seus medos e inibições ajudaria adaptá-lo melhor a sua realidade 
concreta no presente. 
Outro pensador que se dedicou ao 
inconsciente é Carl Gustav Jung (18775-1961). Podemos dizer que foi discípulo 
de Freud, no entanto, discordava em diversos aspectos, especificamente sobre 
as determinações dos traumas ligados à repressão na infância e a importância 
que seu colega dava ao impulso sexual, o que fez criar uma teoria diferente a de 
Freud, a psicologia analítica. 
Para Jung a vida psíquica envolveria muitos outros elementos e seria uma 
forma de reducionismo interpretar a maioria de seus acontecimentos como 
manifestação do caráter sexual. Para ele, a libido é importante, mas como 
energia vital mais ampla e associada à outras coisas, não somente ao sexo. 
Ao estudar os sonhos percebeu que nestes apareciam imagens estranhas 
que não estavam relacionadas as experiências de seus pacientes. Conclui que 
se tratava de imagens primordiais, isto é, as origens da criação mais antiga. 
Formulou a tese de que existe uma linguagem comum a todos os seres humanos 
de todos os tempos e lugares da Terra. Ela está formada por essas imagens ou 
conteúdos simbólicos primitivos denominados arquétipos. Estes são vividos de 
maneira não consciente por todas as pessoas, é o chamado inconsciente 
coletivo. 
Os arquétipos estabeleceriam um conjunto de predisposições para o 
indivíduo pensar, sentir e agir no mundo sobre determinada maneira, 
constituindo também a base sobre a qual se criam grandes pensamentos e obras 
da humanidade. 
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Para Jung os principais arquétipos seriam: o nascimento, a morte, a 
criança, a mãe, o velho sábio, o herói e Deus. Como você pode perceber estes 
estão associados a todas as culturas e sociedades. O principal arquétipo para 
ele, é o self (si mesmo). Este corresponde a imagem da totalidade do ser, a 
conexão com uma dimensão maior (família, coletividade, cosmos, etc .). 
 
4.2 Consciência e Cultura 
Freud disse que muito dos conteúdos da consciência são absorvidos na 
mais tenra infância (constituição do superego), moldando nossa consciência 
moral. Trata-se de valores e visões de mundo geradas através da socialização 
que, inicialmente acontece na família. Em seu conjunto esses valores sociais 
constituiria a consciência coletiva, para aquele que é considerado o “pai da 
sociologia”, Émile Durkheim (vamos ver muito de suas ideias no Curso de 
Sociologia). 
A Consciência Coletiva para Durkheim é uma realidade distinta do 
indivíduo e que existe anterior ao indivíduo, ou seja, não está vinculada ao 
pertencimento de uma pessoa, e sim à coletividade . No entanto, como ela 
é absorvida por todos nós, ela passa a ser nossa consciência também . De 
acordo com ele, a coesão social (ordem, a estabilidade) depende da 
conformidade entre a consciência individual e coletiva, expressando-se através 
de normas morais e jurídicas. Exemplificando: se um indivíduo comete um ato 
contrário ao que está estabelecido nas normas, sofrerá uma pressão moral 
advinda do grupo social no qual ele pertence. Em resumo, a consciência 
individual tem estreita relação com a consciência coletiva. 
 
 
 
 
 
 
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4.3 Modos de Consciência para Hegel 
O filósofo alemão Hegel (1770-1831) defendia que 
há 3 formas de compreender o mundo: 
 
a) Consciência religiosa: experiência baseada na fé, crença inabalável 
nas verdades reveladas. 
b) Consciência intuitiva: uma percepção mais imediata, que não 
perpassa por uma meditação racional, fundamentada em insights. 
Aqui estariam as artes (literatura, escultura, pintura, etc.) 
c) Consciência racional: modo de entender a realidade baseada em 
certos princípios estabelecidos pela razão, como o de causa e efeito. 
Pretende alcançar uma adequação entre pensamento e realidade. 
Esse objetivo requer abstração e análise para explicar o que quer ser 
explicado, portanto, é o modo próprio da filosofia. 
 
4.4 Consciência e Filosofia 
A Filosofia pretende romper o senso comum e chegar à sabedoria, 
através da consciência crítica (julgamento e avaliação de uma ideia através 
da reflexão filosófica). Esta consciência mais crítica nos afasta das 
armadilhas das opiniões e das aparências. 
O desenvolvimento da consciência crítica requer atenção com o 
mundo e reflexão sobre si mesmo. 
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Podemos analisar que embora a filosofia seja um saber separado das 
ciências (processo este que se iniciou no século XVIII), pois antes os saberes 
estavam praticamente integrados na filosofia sem ser uma disciplina 
específica, ela encontra um intercâmbio com as ciências, já que estas se 
ramificam a partir da filosofia. As questões científicas são sobretudo 
problemáticas filosóficas. Através de um ramo da filosofia conhecida como 
epistemologia , a filosofia faz reflexões sobre os conhecimentos alcançados 
pelas diversas áreas científicas, questionando a validade de seus métodos, 
critérios e resultados. 
Para finalizarmos nossa aula vamos abordar mais um aspecto do 
filosofar: o argumento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5 O Argumento 
Uma das práticas fundamentais da reflexão filosófica é saber raciocinar e 
argumentar de forma ordenada o desenvolvimento das ideias para se chegar a 
conclusões válidas e justificadas do ponto de vista da lógica. 
Pensa num problema de matemática que envolve o cálculo da área 
geométrica do quadrado ou numa questão de História que solicita uma análise 
das consequências da Revolução Industrial. 
Bem, para isso, você precisou desenvolver internamente um processo 
mental, que fez você selecionar determinados conhecimentos aprendidos para 
chegar a alguma conclusão, isto é, raciocínio ou inferência. 
Assim, para aqueles que estuda a lógica o que lhe interessa é saber se a 
conclusão do raciocínio constitui uma sequência das informações ou hipóteses 
levantadas, de tal maneira que possa ser justificada. 
O nosso dia a dia é repleto de atos que nos requer raciocínio e 
argumentação. Ao ir para a escola é necessário escolher a roupa. A partir disso 
começa a movimentação do processo de raciocínio: usar o uniforme, mas seele 
estiver sujo, qual outra roupa seria possível? Uma camiseta e chinelo? Não, 
porque provavelmente o regimento escolar não permite tal vestimenta. Talvez 
uma calça jeans e uma blusa de malha... Dessa forma, é possível argumentar 
que o uniforme sujou no café e como alternativa foi utilizada a opção da calça 
jeans e blusa de malha neutra. Pode ser que a diretora aceite e só dê uma 
advertência... 
Veja que nesta hipotética situação foi utilizada uma sentença : o uniforme 
sujou no café. A solução foi optar pela roupa temporária que não vai de encontro 
com o estabelecido pelo regimento da escola. Os argumentos são formados 
por sentenças, que é a parte visível do argumento (de quando expressamos 
através da fala ou da escrita ). 
Em resumo, o argumento é formado por suas sentenças (premissas) 
mais a conclusão . Veja o exemplo: 
 
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Todas as pessoas que fazem o Curso do ENEM no Estratégia Concursos 
são aprovadas -> premissa 1 ou P1 
João fez o Curso do ENEM no Estratégia Concursos -> premissa 2 ou P2 
Portanto, João foi aprovado no ENEM 
 
Mais uma vez vamos nos recordar do filósofo Aristóteles, pois ele foi o 
fundador da lógica, a qual até hoje é desenvolvida e faz parte de muitos exames 
de concursos. Ele acreditava que a lógica era uma ferramenta ou instrumento 
para a busca do conhecimento verdadeiro. 
Além do exemplo acima, outra forma de dispor as sentenças e as 
conclusões é o uso de diagramas. Vejamos: 
Todo palmeirense é campeão 
 
 
 
 
Azul: Campeão 
Verde: Palmeirenses 
 
Algum palmeirense é campeão ou algum palmeirense não é campeão 
 
 
 
 
Nenhum palmeirense é campeão 
 
 
 
 
 
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Existem dois tipos de argumentação, a dedutiva e a indutiva: 
Dedução : é a busca de a partir de proposições verdadeiras obter 
conclusões verdadeiras. Parte do maior para o menor, ou do geral para o 
particular. 
Exemplo: Aconteceu um assassinato no shopping entre às 14:00 e 16:00. 
P1: Todas as pessoas que estiveram no shopping entre às 14:00 e 16:00 
são suspeitas. 
P2: Maria saiu do shopping às 13:30. 
Logo, Maria não é assassina. 
 
Intuição: vai do menor para o maior , portanto, suas conclusões vão além 
das premissas. 
P1: Um dia meu joelho doeu e depois choveu. 
P2: Repetidas vezes meu joelho doeu e depois choveu. 
Logo, sempre que o meu joelho doer vai chover. 
 
A indução é utilizada de forma frequente nas ciências de maneira 
criteriosa e controlada. Um cientista que observa a ebulição da água sob 
determinas condições (100º C ao nível do mar) vai dizer que sempre, 
independente do lugar e sob determinadas condições, a água entrará em 
ebulição. Ou seja, isso foi produzido por observação, e não por dedução lógica. 
 
 Prepare a pipoca e o guaraná. Chame o (a) namorado (a). 
Convide algum amigo (a). Reúna a família. Assista ao filme Doze Homens e 
uma sentença. Este filme retrata bem os aspectos do filosofar (dúvida, diálogo, 
consciência e lógica) que abordamos nesta aula. Sinopse: Doze jurados se 
reúnem para decidir se consideram culpado um jovem porto-riquenho acusado 
de ter assassinado seu próprio pai. Todos têm certeza da culpa, menos um, mas 
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a decisão deve ser unânime. Há duas versões, uma de 1957 do diretor Sidney 
Lumet e outra de 1997, de William Friedkin. Boa sessão! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6 EXERCÍCIOS 
 
 
1 ENEM 2016: 
 
Nunca nos tornaremos matemáticos, por exemplo, embora nossa memória 
possua todas as demonstrações feitas por outros, se nosso espírito não for 
capaz de resolver toda espécie de problemas; não nos tornaríamos filósofos por 
ter lido todos os raciocínios de Platão e Aristóteles, sem poder formular um juízo 
sólido sobre o que nos é proposto. Assim, de fato, pareceríamos ter aprendido, 
não ciências, mas histórias. 
 
DESCARTES, R. Regras para a orientação do espírito . São Paulo: Martins 
Fontes, 1999. 
 
Em sua busca pelo saber verdadeiro, o autor considera o conhecimento de modo 
crítico como resultado da 
 
A) investigação de natureza empírica. 
B) retomada da tradição intelectual. 
C) imposição de valores ortodoxos. 
D) autonomia do sujeito pensante. 
E) liberdade do agente moral. 
 
Análise: o filósofo René Descartes está inserido no século XVI. Como visto, ele 
tinha preocupação de duvidar para se chegar ao conhecimento verdadeiro 
utilizando a razão. Em sua obra “Meditações”, chegou à conclusão de que o 
sujeito é algo que pensa, logo, tem sua expressão famosa: “penso, logo existo”. 
 
Alternativa A: o pensamento de Descartes não trata de experimentos, mas a 
busca da verdade pela razão 
 
Alternativa B: o texto não faz referência a uma tomada da tradição intelectual, 
pelo contrário, Descartes tece críticas a tradição intelectual (medieval). 
 
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Alternativa C: usar a razão e a dúvida está longe de aceitar imposições de 
valores ortodoxos. 
 
Alternativa D: está é a alternativa correta, pois através do ato de pensar, duvidar 
e usar a razão haverá como resultado a autonomia do sujeito pensante. 
 
Alternativa E: o agente moral ele não pensaria por si próprio, portanto, não 
utilizaria a razão e o juízo próprio. 
 
2 ENEM 2015 
 
Suponha homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, cuja 
entrada, aberta à luz, se estende sobre todo o comprimento da fachada; eles 
estão lá desde a infância, as pernas e o pescoço presos por correntes, de tal 
sorte que não podem trocar de lugar e só podem olhar para frente, pois os 
grilhões os impedem de voltar a cabeça; a luz de uma fogueira acesa ao longe, 
numa elevada do terreno, brilha por detrás deles; entre a fogueira e os 
prisioneiros, há um caminho ascendente; ao longo do caminho, imagine um 
pequeno muro, semelhante aos tapumes que os manipuladores de marionetes 
armam entre eles e o público e sobre os quais exibem seus prestígios. 
 
PLATÃO. A República . Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2007. 
 
Essa narrativa de Platão é uma importante manifestação cultural do pensamento 
grego antigo, cuja ideia central, manifesta: 
 
A) caráter antropológico, descrevendo as origens do homem primitivo. 
B) sistema penal da época, criticando o sistema carcerário da sociedade 
ateniense. 
C) vida cultural e artística, expressa por dramaturgos trágicos e cômicos gregos. 
D) sistema político elitista, provindo do surgimento da pólis e da democracia 
ateniense. 
E) teoria do conhecimento, expondo a passagem do mundo ilusório para o 
mundo das ideias. 
 
Análise: se observamos atentamente o texto concluiremos que é uma passagem 
do “Mito da Caverna”, o qual está inserido na obra “A República”, de Platão. 
Como já estudamostanto na aula 00 como na aula 01, o mundo das ideias é 
defendido por Platão como o verdadeiro, sendo acessado pela razão. Assim, se 
sairia do visível (ilusório) para o conhecimento (inteligível). Dessa forma, a 
alternativa correta é a E. 
 
 
 
 
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3 ENEM 2015 
 
A utilidade do escravo é semelhante à do animal. Ambos prestam serviços 
corporais para atender às necessidades da vida. A natureza faz o corpo do 
escravo e do homem livre de forma diferente. O escravo tem corpo forte, 
adaptado naturalmente ao trabalho servil. Já o homem livre tem corpo ereto, 
inadequado ao trabalho braçal, porém apto à vida do cidadão. 
 
ARISTÓTELES. Política . Brasília: UnB, 1985. 
 
O trabalho braçal é considerado, na filosofia aristotélica, como 
 
A) indicador da imagem do homem no estado de natureza. 
B) condição necessária para a realização da virtude humana. 
C) atividade que exige força física e uso limitado da racionalidade. 
D) referencial que o homem deve seguir para viver uma vida ativa. 
E) mecanismo de aperfeiçoamento do trabalho por meio da experiência. 
 
Análise: é importante lembrar que na Grécia Antiga a mão de obra escrava era 
responsável pela produção e por permitir aos cidadãos a exercerem suas 
atividades intelectuais e políticas na pólis. Aristóteles defendia que o grupo 
responsável pela defesa e administração da pólis era superior, já que usavam a 
razão e buscavam o conhecimento verdadeiro. O grupo que exercia o trabalho 
braçal não tinha condição de pensar e nem participar dos rumos da pólis. 
 
Alternativa A: a concepção da natureza do homem é cumprir sua essência, isto 
é, o uso da razão, do intelecto, do exercício da política. A atividade braçal 
limitaria o potencial da racionalidade. 
 
Alternativa B: para a realização da virtude humana é preciso pensar de forma 
racional, o que não seria possível trabalhando. Além disso, apregoava que outras 
formas da realização da virtude (felicidade) é ter a companhia da família, dos 
amigos, a riqueza e o poder. 
 
Alternativa C: esta é a alternativa correta, porque associa a força física ao uso 
limitado da racionalidade. Para exercer o intelecto e a vida política é necessário 
se dedicar e ter tempo livre. 
 
Alternativa D: o trabalho braçal não era defendido por Aristóteles como caminho 
para a vida ativa. 
 
Alternativa E: também não condiz com o pensamento de Aristóteles. 
 
 
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4 ENEM 2014 
 
Alguns dos desejos são naturais e necessários; outros, naturais e não 
necessários; outros, nem naturais nem necessários, mas nascidos de vã opinião. 
Os desejos que não nos trazem dor se não satisfeitos não são necessários, mas 
o seu impulso pode ser facilmente desfeito, quando é difícil obter sua satisfação 
ou parecem geradores de dano. 
 
EPICURO DE SAMOS. Doutrinas principais. In: SANSON, V. F. Textos de 
Filosofia. Rio de Janeiro. Eduff, 1974. 
 
No Fragmento da obra filosófica de Epicuro, o Homem tem como fim 
 
A) alcançar o prazer moderado e a felicidade. 
B) valorizar os deveres e as obrigações sociais. 
C) aceitar o sofrimento e o rigorismo da vida com resignação. 
D) refletir sobre os valores e normas da divindade. 
E) defender a indiferença e a impossibilidade de se atingir o saber. 
 
Análise: Epicuro, diferente de Platão e Sócrates, defende que tudo é matéria, 
inclusive a alma. Defende a satisfação dos desejos em busca do prazer. No 
entanto, para ele, é preciso moderar os prazeres, agir com prudência racional, 
contentar-se com pouco, pois assim não haveria dor, decepção, fontes da 
infelicidade. Neste sentido, fica claro que a alternativa correta é a A. Aproveito 
para destacar que a alternativa C está associada aos Estoicos. 
 
5 ENEM 2014 
 
É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio 
processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza 
que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, 
e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas 
por essa mesma dúvida. 
 
SILVA, F. L. Descartes : a metafísica da modernidade. 
São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado). 
 
Apesar de questionar os conceitos da tradição, a dúvida radical da filosofia 
cartesiana tem caráter positivo por contribuir para o(a) 
 
A) dissolução do saber científico 
B) recuperação dos antigos juízos. 
C) exaltação do pensamento clássico. 
D) surgimento do conhecimento inabalável. 
E) fortalecimento dos preconceitos religiosos. 
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Análise: alerto os estudantes para o fato de que o ENEM 2014, 2015 E 2016 
trouxe questões sobre Descartes. Descartes procura construir um sistema 
científico de bases firmes e indubitáveis. Pretendia aplicar o modelo matemático 
ou da física, já que esse tipo de modelo só poderia ser levado ao erro por “um 
Deus enganador ou por um gênio enganador”. Para ele, o conhecimento 
tradicional estava baseado em estruturas frágeis, porque não tinha organização 
e sistematização, muito menos se colocava à prova. Descartes defendia que a 
ciência precisava de evidências (claras e distintas), da qual o pensamento não 
possa duvidar. A partir da explicação não restam dúvidas que a alternativa 
correta é a D. 
 
 
6 ENEM 2013 
 
A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do 
mundo, e esses atributos não devem estar separados como na inscrição 
existente em Delfos “das coisas, a mais nobre é a mais justa, e a melhor é a 
saúde; porém a mais doce é ter o que amamos”. Todos estes atributos estão 
presentes nas mais excelentes atividades, e entre essas a melhor, nós a 
identificamos como felicidade. 
 
ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Cia. das Letras, 2010. 
 
Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais excelentes atributos, Aristóteles 
a identifica como 
 
A) busca por bens materiais e títulos de nobreza. 
B) plenitude espiritual e ascese pessoal. 
C) finalidade das ações e condutas humanas. 
D) conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas. 
E) expressão do sucesso individual e reconhecimento público 
 
Análise: diferente de Platão, a felicidade para Aristóteles não estaria no 
mundo ideal (inteligível), mas também no mundo concreto, no mundo 
sensível. Obviamente não descarta o intelecto, a razão como forma de 
acessar à felicidade. Embora, a felicidade estivesse como uma de suas fontes 
a riqueza e o poder, não identificava a felicidade como busca dos bens 
materiais e títulos de nobreza ou do sucesso individual, até mesmo porque a 
política (o bem da coletividade) era o mais importante. Assim descartamos as 
alternativas A, B e E. A alternativa D também não procede, porque não 
concebia o conhecimento como verdade imutável. A felicidade era a 
finalidade das ações e condutas humanas (alternativa C como correta), 
dedicada à vida contemplativa e a prática de outras virtudes sustentadas no 
bem-estar material e social. 
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7 ENEM 2014 
 
TEXTO I 
Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde meusprimeiros anos, recebera 
muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei 
em princípios tão mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto. 
Era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas 
as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente a fim de 
estabelecer um saber firme e inabalável. 
 
DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia. São Paulo: Abril 
Cultural, 1973 (adaptado). 
 
TEXTO II 
 
É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio 
processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza 
que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, 
e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas 
por essa mesma dúvida. 
 
SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 
(adaptado). 
 
A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam que, para viabilizar a 
reconstrução radical do conhecimento, deve-se 
 
A) retomar o método da tradição para edificar a ciência com legitimidade. 
B) questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e concepções. 
C) investigar os conteúdos da consciência dos homens menos esclarecidos. 
D) buscar uma via para eliminar da memória saberes antigos e ultrapassados. 
E) encontrar ideias e pensamentos evidentes que dispensam ser questionados. 
 
Análise: vamos lembrar que Descartes defende a regra da evidência (clara e 
distinta), para garantir a característica indubitável; guarde isso! A dúvida é o 
caminho para libertar a razão dos falsos princípios e ela é tão rigorosa que ganha 
o caráter hiperbólico. 
 
Alternativa A: ele critica a tradição (principalmente a Escolástica, que ainda 
vamos ver), porque essa não colocava em dúvida seus princípios e não buscava 
a evidência. Era confusa e desordenada. 
 
Alternativa B: esta é alternativa correta, pois ele questiona as antigas ideias e 
concepções, através de um método racional. 
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Alternativa C: esta não faz o menor sentido, porque ele não investiga a 
consciência, mas a validação do conhecimento racional. 
 
Alternativa D: não faz o menor sentido, porque em nenhum momento ele trata 
de memória e de apaga-la. 
 
Alternativa E: pretendia através da evidência chegar a uma conclusão racional, 
mas é importante lembrar que tudo pode e dever ser colocado em dúvida. 
 
8 ENEM 2014 
 
Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento 
tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, 
como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa 
expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como 
Descartes e Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de 
poder”, “de um mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o 
homem e de enriquecer sua vida, física e culturalmente. 
 
CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques. Scientiae 
Studia, São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado). 
 
Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto 
iluminista concebem a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o 
homem das intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação científica 
consiste em 
 
A) expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas 
ainda existentes. 
B) oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que 
outrora foi da filosofia. 
C) ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que 
almejam o progresso. 
D) explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os 
discursos éticos e religiosos. 
E) explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos 
debates acadêmicos. 
 
Análise: uma leitura atenta da questão faz com que possamos chegar 
rapidamente a alternativa correta. Tanto Descartes como Bacon (que ainda 
vamos ver) estão no período conhecido como iluminista, isto é, a era da razão, 
da luz do saber. A ciência é para compreender a natureza de forma racional e 
libertar o homem de suas intempéries. Não tinha como objetivo o que pressupõe 
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as alternativas A, B, D e E, porque são contraditórias aos objetivos da 
investigação científica. Portanto, a alternativa correta é a C. 
 
 
9 ENEM (2012) 
 
Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de 
conhecimento é um objeto de razão e não de sensação, e era preciso 
estabelecer uma relação entre objeto racional e objeto sensível ou material que 
privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, 
a Doutrina das Ideias formava-se em sua mente. 
 
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 
2012 (adaptado). 
 
O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um aspecto essencial 
da Doutrina das Ideias de Platão (427 a.C.-346 a.C.). De acordo com o texto, 
como Platão se situa diante dessa relação? 
 
A) Estabelecendo um abismo intransponível entre as duas. 
B) Privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento a eles. 
C) Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e sensação são 
inseparáveis. 
D) Afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a sensação não. 
E) Rejeitando a posição de Parmênides de que a sensação é superior à razão. 
 
Análise: Platão concorda com o filósofo cosmólogo Parmênides de que o 
conhecimento é objeto da razão e não da sensação. Podemos definir a teoria 
das Ideias dizendo que o mundo sensível é apenas uma cópia imperfeita do 
mundo ideal, e que o objeto da ciência é o mundo real das Ideias. O mundo 
inteligível (intelecto) é estudado na dialética, e o mundo sensível é o domínio da 
opinião (doxa). 
 
A: não havia para Platão um abismo intransponível entre razão e sensação, mas 
acreditava que o mundo ideal era o verdadeiro, e para se conhecer este não 
seria através do sensível. 
 
B: completamente errada, porque era exatamente isso que ele refutava. 
 
C: não era inseparável, mas que se devia privilegiar a razão do que o sensorial. 
 
D: é a alternativa correta, já que a razão gera o conhecimento para explicar o 
inteligível, e os sentidos não - estes ficam presos as aparências e não a essência 
das coisas. 
 
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E: Platão concordava com Parmênides de que o conhecimento é objeto da razão 
e não da sensação. 
 
10 PUC-Paraná 2010 
 
Partindo da afirmação metafísica de que todo ser caminha para a realização de 
sua natureza, Aristóteles defende que o fim do homem é a sua realização plena. 
De acordo com as ideias do autor sobre esse assunto, é CORRETO afirmar que: 
 
I. O fim do ser humano é a conquista do Bem, o qual está associado à ideia de 
felicidade. 
II. A felicidade seria alcançada pelo seguimento dos instintos e impulsos naturais, 
já que a razão seria incapaz de conduzir o homem para o Bem. 
III. O Bem humano seria alcançado pela prática da virtude, o que pressuporia o 
uso da racionalidade, já que só as ações conscientes em direção à virtude 
garantiriam a felicidade. 
IV. A virtude seria um justo meio, ou seja, uma medida de equilíbrio entrea falta 
e o excesso, e a conquista dessa medida poderia variar em cada situação moral, 
já que, para Aristóteles, a ética é uma ciência prática. 
 
A) Apenas as assertivas I e II estão corretas. 
B) Apenas a assertiva I está correta. 
C) Todas as assertivas estão corretas. 
D) Apenas a assertiva IV está correta. 
E) Apenas as assertivas I, III, IV estão corretas. 
 
Análise: a sentença II está equivocada, porque Aristóteles não defendia os 
instintos ou impulsos, e sim a razão. As demais sentenças I, III e IV estão 
corretas, porque a conquista do bem é associada a ideia de felicidade, uso da 
racionalidade e prática das virtudes, garantindo assim o equilíbrio. Portanto, a 
alternativa correta é E. 
 
11 UEL-2009 
 
Nos rituais indígenas, a ingestão do cauim evoca a busca de um estado de 
prazer e de felicidade. Na tradição filosófica, a idéia de felicidade foi abordada 
por Aristóteles, na obra “Ética a Nicômacos”. Considerando o pensamento ético 
de Aristóteles, assinale a alternativa correta. 
 
a) O interesse pessoal constitui o bem supremo a que visam todas as ações 
humanas, acima das escolhas racionais. 
b) A felicidade é o bem supremo a que aspira todo indivíduo pela experiência 
sensível do prazer que se busca por ele mesmo. 
c) Todos os seres humanos aspiram ao bem e à felicidade, que só podem ser 
alcançados pela conduta virtuosa, aliada à vontade e à escolha racional. 
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d) Fim último da existência humana, a felicidade refere-se à vida solitária do 
indivíduo, desvinculada da convivência social na polis. 
e) A felicidade do indivíduo não pode ser alcançada pelo discernimento racional, 
mas tão-somente pelo exercício da sensibilidade. 
 
Alternativa A: a alternativa está errada porque coloca o interesse pessoal e não 
o interesse coletivo como felicidade, além disso exclui a racionalidade. 
 
Alternativa B: embora defenda que a felicidade esteja também no mundo 
sensível, diferente da concepção de Platão, Aristóteles acredita também no 
intelecto, ou seja, a felicidade não estaria somente no que é sensível. 
 
Alternativa C: a alternativa C está correta porque reúne os vários aspectos da 
reflexão aristotélica sobre felicidade, como a escolha racional e a prática das 
virtudes. 
 
Alternativa D: está equivocada porque Aristóteles defendia que a felicidade 
estava, sobretudo, relacionada ao bem-estar coletivo, isto é, o bem-estar social 
da pólis, do exercício da política, que garantiria a paz social, além de estar na 
companhia dos familiares e amigos. 
 
Alternativa E: o uso da racionalidade é um dos pontos mais importantes para se 
chegar a felicidade, portanto, a alternativa está errada. 
 
 
12 UEL-2011 
 
O principal problema de Descartes pode ser formulado do seguinte modo: “Como 
poderemos garantir que o nosso conhecimento é absolutamente seguro?” Como 
o cético, ele parte da dúvida; mas, ao contrário do cético, não permanece nela. 
Na Meditação Terceira, Descartes afirma: “[...] engane-me quem puder, ainda 
assim jamais poderá fazer que eu nada seja enquanto eu pensar que sou algo; 
ou que algum dia seja verdade eu não tenha jamais existido, sendo verdade 
agora que eu existo [...]” 
 
 
Com base no enunciado e considerando o itinerário seguido por Descartes para 
fundamentar o conhecimento, é correto afirmar: 
 
a) Todas as coisas se equivalem, não podendo ser discerníveis pelos sentidos 
nem pela razão, já que ambos são falhos e limitados, portanto o conhecimento 
seguro detém-se nas opiniões que se apresentam certas e indubitáveis. 
b) O conhecimento seguro que resiste à dúvida apresenta-se como algo relativo, 
tanto ao sujeito como às próprias coisas que são percebidas de acordo com as 
circunstâncias em que ocorrem os fenômenos observados. 
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c) Pela dúvida metódica, reconhece-se a contingência do conhecimento, uma 
vez que somente as coisas percebidas por meio da experiência sensível 
possuem existência real. 
d) A dúvida manifesta a infinita confusão de opiniões que se pode observar no 
debate perpétuo e universal sobre o conhecimento das coisas, sendo a 
existência de Deus a única certeza que se pode alcançar. 
e) A condição necessária para alcançar o conhecimento seguro consiste em 
submetê-lo sistematicamente a todas as possibilidades de erro, de modo que ele 
resista à dúvida mais obstinada. 
 
Alternativa A: descarta o uso da razão, então podemos eliminá-la. 
 
Alternativa B: o conhecimento seguro, para Descartes, não pode ser algo 
relativo, então podemos descartar essa alternativa. 
 
Alternativa C: Descartes não defendia que somente pela experiência sensível as 
coisas poderia ser percebidas e ter existência real, pelo contrário, é necessário 
desconfiar dos sentidos. 
 
Alternativa D: a dúvida não manifesta confusão de ideias, já que visa a 
organização e a sistematização. Tampouco somente a existência de Deus seria 
a única certeza, já que ele chegou à conclusão de que se “alguém” nos engana 
é porque somos algo. Se somos capazes de duvidar e pensar, portanto, 
existimos enquanto algo. 
 
Alternativa E: nos restou somente está alternativa como a correta. De fato, o 
conhecimento seguro consiste em submetê-lo à dúvida mais obstinada, até 
resisti-la. 
 
 
13 Fundação Carlos Chagas 
 
O termo ataraxia designa o ideal da imperturbabilidade ou da serenidade da 
alma, em decorrência do domínio sobre as paixões ou da extirpação destas. 
(Abbagnano, N. Dicionário de filosofia) 
 
O termo ataraxia está fortemente ligado ao 
 
(A) epicurismo e estoicismo. 
(B) hermetismo e ao congruísmo. 
(C) jansenismo e ao laxismo. 
(D) idealismo transcendental. 
(E) materialismo. 
 
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Análise: o Epicurismo afirmava que para a imperturbabilidade era necessário 
moderar os prazeres e viver com o pouco. Já o estoicismo defendia a aceitação 
e a resignação da providência, do seu destino. Assim, ao evitar a decepção e 
aceitar as dores, se alcançaria a serenidade. Portanto, a alternativa correta é a 
A. 
 
 
14 Fundação Carlos Chargas 
 
É INCORRETO afirmar que um dos principais fatos que define a atividade 
filosófica na época de seu nascimento entre os gregos é 
 
(A) a tendência à racionalidade. 
(B) o orientalismo religioso. 
(C) a recusa de explicações pré-estabelecidas. 
(D) a tendência à argumentação. 
(E) a capacidade de generalização. 
 
Análise: como vimos em nossas aulas, a racionalidade, a recusa das explicações 
pré-estabelecidas, o uso da argumentação e a capacidade de universalização 
das explicações fazem parte da atividade filosófica em seu nascimento. Portanto, 
a única alternativa incorreta é o orientalismo religioso (alternativa B). 
 
 
15 CESAGRINO 
 
“[...]quem consideras que seja melhor do que aquele que tem uma veneranda 
opinião sobre os deuses; e passando por tudo se mantém destemido diante da 
morte; que refletiu sobre a meta da natureza e que, de um lado, o limite dos bens 
é simples de alcançar e fácil de obter, enquanto, dos males, ou é curto o tempo 
ou o sofrimento?” 
 
Epicuro, citado por Diógenes Laércio (Vidas e Doutrinas dos Filósofos ilustres, 
X, 133). 
 
Aponte, entre as frases abaixo, a que NÃO corresponde à filosofia de Epicuro. 
 
(A) A filosofia deve ter por objetivo a realização da felicidade. 
(B) Temera morte é um mal que resulta de um preconceito sobre o valor da 
mesma. 
(C) Visto que a felicidade é constituída pelos prazeres, todos eles devem ser 
buscados sempre. 
(D) Os deuses são indiferentes aos apelos e reclamações dos homens. 
(E) O conhecimento da natureza livra os homens de preconceitos e temores. 
 
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Análise: a única alternativa que não corresponde ao epicurismo é a D. Esta 
corrente acreditava que a religião e as superstições faziam os seres humanos 
sofrerem, por causa de suas crenças que levavam o temor à morte e as 
divindades, por exemplo. 
 
 
 
 
 
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