Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE BRASIL RAÇAS DOS EQUINOS: LUSITANO, SHIRE E CRIOULO NATHALIA DE OLIVEIRA RIBEIRO SÃO PAULO, 2020 2 RAÇAS DOS EQUINOS 1) Diferenças: sangue frio, sangue quente e meio sangue..............................................3 2) Sangue quente- Puro Sangue Lusitano.......................................................................3 a) Origem e história..................................................................................................3 b) Padrão Racial........................................................................................................4 3) Sangue Frio- Shire......................................................................................................4 a) Origem e história..................................................................................................5 b) Padrão Racial........................................................................................................6 4) Meio Sangue- Crioulo.................................................................................................7 a) Origem e história...................................................................................................7 b) Padrão Racial........................................................................................................8 5) Bibliografia.................................................................................................................9 3 RAÇAS DOS EQUINOS ✓ Sangue quente: de sela, grande energia e vivacidade; ✓ Sangue frio: tração, maior força muscular e estatura, temperamento calmo; ✓ Meio sangue: maioria das raças atuais, seleção por aptidões; Sangue Frio: Puro Sangue Lusitano Origem e História O Puro Sangue Lusitano é considerado o cavalo de sela mais antigo do mundo Ocidental, se originou dos cavalos autóctones da Península Ibérica do período Paleolítico. Domesticados a partir do II milênio a.C., estes animais passaram a ser cruzados com os cavalos berberes que chegaram à região do Norte da África, quando ainda existia terra no estreito de Gibraltar, ligando os dois continentes. O Puro Sangue Lusitano começou a conquistar em definitivo seu espaço aproximadamente a partir do quarto século d.C. com o advento da cavalaria pesada, introduzida no final do Império Romano. A batalha de Poitiers em 732, promoveu o início da decadência da Cavalaria Ligeira no Velho Continente, e deu lugar aos cavalos pesados, de tração. Desta fase até o século XVIII o “cavalo guerreiro da Lusitânia” começou a sofrer uma nova transformação que contribuiria, em definitivo, para a formação do Lusitano mais robusto que conhecemos nos dias de hoje. No século XVI os espanhóis dominaram Portugal, proibindo exportação de equinos, a prática do toureio e, ainda, transferindo para a Espanha todos os animais de guerra que puderam confiscar em Portugal. Deixaram, no entanto, os cavalos de toureio, inadequados para a cavalaria pesada. O fato acabou salvando o cavalo Lusitano. Com a guerra da restauração (1640-1668) houve um novo massacre da tropa, e quando o conflito terminou a Corte Portuguesa começou a reconstruir a criação local, mas, tendo que utilizar os animais da Espanha, únicos cavalos ibéricos sobreviventes. Houve apenas uma exceção em Portugal: os cavalos selecionados pela família Veiga. Foi neste período que Portugal adotou a palavra “Coudelaria” para designar as propriedades que se dedicam à seleção de cavalos. A criação se intensificou a partir de 1756, quando D. João V submeteu todas as coudelarias à autoridade real. Vieram as guerras Napoleônicas, e a partir do século XIX a seleção de cavalos como arma de guerra virou prioridade em Portugal e na Espanha, onde os militares estavam no comando da criação. A partir da segunda metade do século XIX a artilharia se aperfeiçoou, surgiram as armas de fogo e os veículos motorizados, provocando o fim da cavalaria para fins bélicos. Este momento histórico da trajetória do cavalo possibilitou que a criação do Puro Sangue Lusitano voltasse a passar por mais um processo rigoroso de melhoramento genético, desta vez com a intenção de produzir um cavalo para tempos de paz. O Puro Sangue Lusitano voltou a utilizar os antigos processos de seleção, recuperando a pureza racial do cavalo Ibérico. Diferentes coudelarias investiram no aprimoramento de suas tropas, num processo que levou gerações, surgindo, a partir daí, as linhagens básicas do moderno Lusitano. 4 Imagem 1- Lusitano Padrão Racial ✓ Tipo: Eumétrico (pesa cerca de 500 kg); mediolíneo; subconvexílineo (de formas arredondadas), de silhueta sempre inscritível num quadrado. ✓ Altura: média na cernelha, aos 6 anos: Fêmeas 1,55m e Machos 1,60m ✓ Pelagem: As mais apreciadas são a tordilha e a castanha, em todos os seus matizes. ✓ Temperamento: Nobre, generoso e ardente, mas sempre dócil e sofredor. ✓ Andamentos: Ágeis e elevados, projetando-se para frente, suaves e de grande comodidade para o cavaleiro. ✓ Aptidão: Exercícios de Alta Escola, muita coragem e entusiasmo nos exercícios da gineta ― Combate, Caça, Toureio, Manejo de Gado etc. ✓ Cabeça: Bem proporcionada, de comprimento médio, delgada e seca, de ramo mandibular pouco desenvolvido e faces relativamente compridas, de perfil levemente subconvexo, fronte levemente abaulada (sobressaindo entre as arcadas supraciliares); olhos sobre o elíptico, grandes e vivos, expressivos e confiantes. As orelhas são de comprimento médio, finas, delgadas e expressivas. ✓ Pescoço: De comprimento médio, rodado, de crineira delgada, de ligação estreita à cabeça, largo na base, e bem inserido nas espáduas, saindo da cernelha sem depressão acentuada. 5 ✓ Cernelha: Bem destacada e extensa, numa transição suave entre o dorso e o pescoço, sempre mais levemente elevado que a garupa. Nos machos inteiros fica afogada em gordura, mas destaca-se sempre bem das espáduas. ✓ Peitoral: De amplidão média, profundo e musculoso. ✓ Costado: Bem desenvolvido, extenso e profundo; costelas levemente arqueadas, inseridas obliquamente na coluna vertebral, proporcionando um flanco curto e cheio. ✓ Espáduas: Compridas, oblíquas e bem musculadas. ✓ Dorso: Bem dirigido, com tendência horizontal, servindo de traço de união suave entre a cernelha e o rim. ✓ Rim: Curto, largo, levemente convexo, bem ligado ao dorso e à garupa com a qual forma uma linha contínua e perfeitamente harmônica. ✓ Garupa: Forte e arredondada, bem proporcionada, ligeiramente oblíqua, com comprimento e largura de dimensões idênticas, de perfil convexo, harmônico, e ponta das ancas pouco evidentes, conferindo à garupa uma secção transversal elíptica. A Cauda deve sair no segmento da curvatura da garupa, de crinas sedosas, longas e abundantes. ✓ Membros: Braço bem musculado, harmoniosamente inclinado. Antebraço bem aprumado e musculado. Joelho seco e largo. Canelas sobre o comprido, secas e com os tendões bem destacados. Boletos secos, relativamente volumosos, e quase sem machinhos. Quartelas relativamente compridas e oblíquas. Cascos de boa constituição, bem conformados e proporcionados, de talões não muito abertos e coroa pouco evidente. Nádega curta e convexa. Coxa musculosa, sobre o curto, dirigida de modo que a rótula fique na vertical da ponta da anca. Perna sobre o comprido, colocando a ponta do curvilhão na vertical da ponta da nádega. Curvilhão largo, forte e seco. Os membros posteriores apresentam ângulos relativamente fechados. Sangue Frio: Shire Origem e História Os primeiros registros dessa raça datam do século XI, o que a faz ser uma das mais antigas e bem definidas raça de cavalos de sangue frio do mundo. O nome Shire é derivado da palavra Saxônica Schyran e significa condado. Foi aplicado à raça de cavalos pela primeiravez pelo Rei Henrique VIII no início do século XVI. Antes disso, a raça era mais conhecida como War Horse (Cavalo de Guerra). A partir de 1760, com o início da Revolução Industrial, o crescimento das cidades estimulou a demanda por bens alimentícios produzidos na zona rural. A chegada das ferrovias é normalmente vista como o sinal do começo do declínio do transporte urbano por cavalos. No entanto, eles acessoriamente se mantiveram úteis. Em razão da docilidade e calma dos cavalos shire, mesmo a raça sendo desenvolvida para ser utilizada em guerras. Os Cavalos ingleses nativos eram pequenos e leves, tais como os pôneis selvagens existentes hoje em regiões da Inglaterra como New Forest,Dartmoor e Exmoor. Quando cavaleiros medievais começaram a usar armaduras pesadas, que, somadas ao peso do cavaleiro, alcançavam facilmente os 200 kg, esses cavalos mostraram-se incapazes de carregá-los. De fato, documentos mostram que, em 1893, as empresas ferroviárias possuíam uma manada de mais de 6.000 cavalos para auxiliá-las a distribuir as mercadorias encaminhadas por trens. Além disso, somente as empresas de transporte londrinas empregavam ao menos outros 19.000 6 cavalos. Desses cavalos, a grande maioria eram Shires. No entanto, com o surgimento dos veículos à combustão, o uso dos cavalos declinou. Com isso, o número de cavalos Shire na Inglaterra diminuiu de acima de um milhão para alguns poucos milhares, pela década de 1960, e a raça passou a correr sério risco de extinção. Raças mais pesadas da Europa continental (especialmente da Holanda, Alemanha e Bélgica) foram introduzidas na Inglaterra e, por meio de cruzamentos selecionados, o Cavalo de Guerra surgiu. Ainda hoje, a raça é considerada sob risco pelo grupo conservacionista inglês UK Rare Breeds Survival Trust, o que significa que a população de Shires na Inglaterra é estimada em menos de 1500 exemplares. No entanto, a raça vem recentemente ganhando grande popularidade, tanto como animal de trabalho como de sela. Cavalos Shire têm se destacado em diversas atividades equestres, tais como adestramento, atrelagem, cavalgadas a lazer e cross country, entre outras. Imagem 2- Shire Padrão Racial ✓ Pelagem: Cores preta, marrom, baia ou tordilha. ✓ Altura: mínima de 173 cm de cernelha, quando adulto. Média de 180 cm. ✓ Peso: entre 900 kg e 1100 kg. ✓ Cabeça: longa e esguia, nem muito grande nem muito pequena. Mandíbula larga deve ser evitada. ✓ Olhos: largos, bem colocados e com expressão dócil. ✓ Nariz: levemente romano, com narinas largas. ✓ Pescoço: longo, levemente arqueado. ✓ Garupa: curta, forte e muscular. ✓ Costelas: arredondadas e profundas. ✓ Pelos: abundantes nas patas, finos, lisos e sedosos 7 Meio Sangue: Crioulo Origem e História Originários dos equinos das raças espanholas Andaluz e Jacas, os Cavalos Crioulos foram trazidos da península ibérica no século XVI pelos colonizadores. Estabelecidos na América do Sul, principalmente na Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, Peru e sul do Brasil, muitos desses animais passaram a viver livres. Durante quatro séculos, as manadas selvagens que foram formadas enfrentaram temperaturas extremas e condições adversas de alimentação. Tais adversidades imprimiram nestes animais algumas de suas características mais marcantes, como a rusticidade e a resistência. Foi em meados do século XIX que fazendeiros do sul do continente sul-americano começaram a tomar consciência da importância e da qualidade dos cavalos que vagavam por suas terras. A nova raça, bem definida e com características próprias, passou a ser preservada, vindo a ganhar notoriedade mundial a partir do século XX, quando a seleção técnica exaltou o valor e comprovou as virtudes do Cavalo Crioulo. Em Bagé/RS, no ano de 1932, foi então fundada a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), com a missão de preservar e difundir a raça no país. Mais de meio século depois da fundação da ABCCC, a prova do Freio de Ouro transformou-se em uma importante ferramenta de seleção, motivando a otimização morfológica e funcional da raça, que possui mais de 400 mil animais distribuídos em território brasileiro. Em 2017 a comercialização da raça Crioula movimentou mais de R$ 130 milhões. Imagem 3- Crioulo 8 Padrão Racial ✓ Pelagem: praticamente todos os tipos de pelagens, exceto pintada e albina total; ✓ Peso: varia entre 400 e 450 quilos; ✓ Altura: mínima admitida para as fêmeas é de 1,38 metro e nos machos de 1,40 metro, já a máxima para fêmeas é 1,48 metro e para machos é de 1,50 metro. ✓ Temperamento: apesar da beleza e do temperamento dócil, sua rusticidade, facilidade de adaptação e resistência são algumas das características mais marcantes. ✓ Aptidão: o cavalo Crioulo é um animal de coragem, ativo, bondoso, inteligente, longevo, e hoje comprovadamente versátil, pois se destaca em todas as exigências que lhe são impostas. ✓ Ângulos articulares a correção dos mesmos além de proporcionar equilíbrio é fundamental na progressão dos andares. ✓ Cabeça: Exteriorizando tipicidade racial, proporcionalidade e perfeita união ao pescoço. ✓ Características gerais: silhueta ligeiramente retangular, equilibrada e de alto enquadramento no padrão racial. ✓ Cascos: preferencialmente pretos, proporcionais à estrutura morfológica, com correta angulação de suas paredes. ✓ Cernelha e dorso: razoavelmente delineados, com bom revestimento muscular, permitindo harmonia na continuidade da linha superior através de sua união com o lombo. ✓ Cola: deve estar inserida, representando continuidade na linha superior. O posicionamento da cola é extremamente importante pois é um detalhe de caracterização racial, assim como o seu volume. ✓ Encontros e paletas: amplos, fortes e musculosos com paletas inclinadas proporcionando amplitude nos movimentos. ✓ Estrutura óssea: forte e consistente, com correção de aprumos, proporcionando longevidade de utilização. ✓ Flancos: cheios, mostrando a sua capacidade de conversão, o que está diretamente ligado a sua resistência e poder de recuperação. ✓ Garupa (anca): forte e musculosa de mediana inclinação, proporcionando boa descida muscular aos posteriores. ✓ Lombo: firme com correta união a garupa, proporcionando firmeza e resistência à linha superior. ✓ Pescoço: leve com correta distribuição muscular, convexo no bordo superior, retilíneo no bordo inferior, apoiado sobre o peito, caracterizando uma frente leve. ✓ Tórax: com bom perímetro, razoável arqueamento de costelas, possibilitando bom rendimento à atividade cardíaca e respiratória, fundamentais à resistência. 9 Bibliografia SHIRE-HISTÓRIA. Disponível em: <http://www.shirehorses.com.br/history.html> , acessado em: 20 de maio de 2020 História do Lusitano, Disponível em: <http://www.associacaolusitano.com.br/site/n/nlus_conteudo.asp?op=8>. Acessado em: 20 de maio de 2020 História, CRIOULO, Disponível em: <https://www.cavalocrioulo.org.br/studbook/cavalo_crioulo>. Acessado em: 20 de maio de 2020 http://www.shirehorses.com.br/history.html http://www.associacaolusitano.com.br/site/n/nlus_conteudo.asp?op=8 https://www.cavalocrioulo.org.br/studbook/cavalo_crioulo
Compartilhar