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Forragicultura - Apostila
Bromatologia veterinária (Universidade Tuiuti do Paraná)
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ÍNDICE
ÍNDICE 1
FORRAGICULTURA 4
1. CONCEITO 4
2. TRINÔMIO SOLO-FORRAGEM-GADO 4
2.1. Influência do gado sobre o solo. 5
2.2. Influência do gado sobre a vegetação 5
2.3. Inter-relação vegetação-gado 6
3. PLANTAS FORRAGEIRAS 8
3.1. Forrageiras nativas em diversas regiões do Brasil 8
3.2. Escolha da forrageira 9
3.3. Tolerância de gramíneas forrageiras tropicais ao alumínio e exigência de Cálcio e Fósforo 10
3.4. A pastagem plantada 11
 3.4.1. Gramíneas 12
 3.4.2. Leguminosas 24
 3.4.3 Cactáceas 34
 3.4.4. Outras culturas 35
 3.4.1.1. Mandioca 35
 3.4.4.2. Cana de açúcar 36
 3.4.4..3. Feijão Guandu 36
 3.4. 4.4. Sorgo 36
4. MANEJO DE PASTAGENS 37
 4.1. Técnicas de plantio de pastagens 37
 4.1.1. Implantação de forrageiras em solos corrigidos e adubados 38
 4.1.2. A implantação em pastagens existentes 38
 4.1.3. Plantio direto após a limpeza do terreno 38
 4.2. Manejo tradicional do campo 39
 4.3. Manejo Ecológico das pastagens 39
 4.4. Manejo das pastagens nos trópicos úmidos 40
 4.5. Problemas das pastagens plantadas 41
 4.5. 1. Invasoras persistentes 42
 4.6. Limpeza das pastagens 43
 4.6.1. O Fogo 43
 4.6.2. O Fogo controlado 44
 4.7. Compactação do solo 44
 4.8. Recursos pastoris na estação da seca nos trópicos 44
 4.9. Problemas das pastagens plantadas 45
 4.10. Calagem do solo 46
 4.11. Adubação da pastagem 46
 4.11.1. Adubação fosfatada 47
 4.11.2. Adubação nitrogenada 47
 4.12. Avaliação da produtividade de uma pastagem 48
 4.13. Decadência das pastagens e suas razões 49
 4.13.1. Como evitar a decadência das pastagens 49
 4.14. Nutrição mineral e adubação de pastagens e capineiras 50
 4.15. Acidez do solo 50
 4.15.1. Amostragem do solo para análise química 50
 4.15.1.1. Coleta da amostra 51
 4.15.1.2. Profundidade de retirada da amostra simples de solo 51
 4.16. Determinação da necessidade da calagem 51
 4.16.1. Aplicação de calcáreo 51
 4.16.2. Época e profundidade da calagem 51
 4.17. Necessidades e aplicação de macronutrientes em solo destinado ao plantio de forrageiras 51
 4.17.1. Adubação nitrogenada 51
 4.17.1.1. Época de aplicação do nitrogênio 51
 4.18. Adubação fosfatada 52
 4.18.1. Método de aplicação do P 52
 4.19. Adubação Potássica 52
 4.19.1. Aplicação de potássio 52
 4.20. Adubação com enxofre 52
 4.21. Deficiências de macronutrientes 52
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 4.21.1. Nitrogênio 52
 4.21.2. Fósforo 52
 4.21.3. Potássio 53
 4.21.4. Enxofre 53
 4.21.5. Cálcio 53
 4.21.6. Magnésio 53
 4.22. Necessidades e aplicação de micronutirnetes em solos destinados ao cultivo e exploração de
forrageiras
53
 4.22.1. Molibideno 53
 4.22.2. Boro 53
 4.22.3. Cobre 53
 4.22.4. Zinco 53
 4.22.5. Ferro 53
 4.22.6. Manganês 53
 4.22.7. Cloro 54
 4.23. Correção e adubação de solos destinados a exploração de forrageiras 54
5. USO DE LEGUMINOSAS NA RECUPERAÇÃO DAS PASTAGENS 54
6. CONSERVAÇÃO DE FORRAGEM 55
 6.1. Fenação 55
 6.1.1. Conceito 55
 6.1.2. Produção de feno por hectare 56
 6.1.3. Época de fenar 56
 6.1.4. Processo da fenação 56
 6.1.5. Corte da forragem para fenar 56
 6.1.6. Desidratação da forragem 56
 6.1.7. Armazenamento do feno 57
 6.1.7.1. Armazenamento solto 57
 6.1. 7.1.1. Vantagens do sistema 57
 6.1. 7.1.2. Desvantagens 57
 6.1. 7.1.3. Perdas por lavagem e fermentação. 57
7. SILAGEM 57
 7.1. Conceito 57
 7.2. Uso da silagem 58
 7.3. Enchimento do silo trincheira 58
8. SAFRA E ENTRESAFRA 59
9. ASPECTOS DE MANEJO EM RELAÇÃO ÀS ESTAÇÕES DE PRODUÇÃO DE FORRAGENS 60
10. SISTEMAS DE PASTEJO 61
 10.1. Pastejo contínuo 61
 10.2. Pastejo protelado 61
 10. 3. Pastejo estacional ou deferido 61
 10.4. Pastejo rotacionado em faixas 61
 10.5. Pastejo rotacionado ou rotativo 61
11. DIRETRIZES UTILIZADAS NO SISTEMA DE PASTEJO ROTACIONADO OU ROTATIVO 61
12. DIVISÃO DE ESTÂNCIAS GRANDES EM RETIROS 62
 12.1. Subdivisão dos piquetes 62
 12.2. Cochos para sal mineralizado 62
 12.3. Tamanhos dos piquetes ou potreiros 65
 12.4. Forma dos Piquetes 66
 12.5. Época adequada de pastejo 68
 12.6. Distribuição adequada do gado sobre as pastagens 69
 12.7. Escolha da pastagem para a atividade pecuária 69
 12.8. Seleção do gado para a pastagem 70
 12.9. Relação entre o número de animais na área e a forragem disponível 70
 12.9.1. Taxa de lotação 70
 12.9.2. Pressão ou Intensidade de pastejo 70
 12.9.3. Super-Pastejo 70
 12.9.4. Pastejo Ótimo 71
 12.9.5. Sub-Pastejo 71
 12.10. Capacidade de suporte 71
13. DISTÚRBIOS DE FERTILIDADE NO GADO BOVINO 71
14. PARASITAS ANIMAIS 71
15. MANEJO DOS ANIMAIS 72
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15.1 Suplementação alimentar durante o período seco 72
16. BIBLIOGRAFIA 72
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Forragicultura
1. Conceito
Forragicultura é a ciência que cuida ou trata do plantio de forrageiras para serem levadas ao cocho ou
para serem ensiladas e/ou fenadas.
Geralmente usam-se forrageiras de porte alto como sorgo, milheto, capim napier e outras, consorciadas
com leguminosas volumosas de crescimento rápido. Essas forrageiras destinam-se à alimentação do gado leiteiro ou à
ensilagem e podem ser chamadas de forragens. 
Forragem é tudo o que serve para o gado pastar, se nutrir,se desenvolver e produzir.
Quando na época da seca as plantas forrageiras secam, o gado se alimenta com as plantas nativas. No
manejo ecológico do rebanho e das pastagens valem todas as medidas capazes de proporcionar alimentação para o gado,
nutrindo-o, mantendo a produtividade dos recursos forrageiros e conservando a fertilidade do solo. Não podemos
sacrificar o pasto ao gado, nem o gado ao pasto. 
A avaliação deve tomar por base os seguintes itens:
Animal
Peso ganho por hectare ou Kg/ha. ou leite produzido (ou
de lã)
% de parições
% de desmamados
Estado e vigor dos animais
Cuidados especiais necessários
Solo-planta
Produtividade das plantas
Variação na composição vegetal
Variação no solo (físico e químico)
Quantidade de matéria orgânica no solo e de massa verde
produzida
Erosão
O Brasil é um país com uma vasta extensão territorial e um clima privilegiado para o crescimento de
plantas herbáceas, cujas condições são excelentes para um bom desenvolvimento da pecuária. Assim, a formação de
boas pastagens assume real importância, tornando-se a melhor opção para a alimentação do rebanho nacional, já que
além de constituir-se no alimento mais barato disponível, oferece todos os nutrientes necessários para um bom
desempenho dos animais. Sabe-se também que os animais criados a pasto são mais saudáveis e resistentes.
A mentalidade de destinar os piores terrenos, na maioria das vezes com declive, pedregosos e pobres para
a formação de pastagens, está sendo substituída por outra, muito mais atual e tecnificada, onde a escolha das glebas
(terras aptas para culturas) e forrageiras, adubações, combatem a pragas e plantas invasoras e, principalmente, um bom
manejo, são práticas que vêm recebendo a atenção dos pecuaristas. Não podemos aceitar a pecuária em campos nativos,
pouco produtivos, como nossos antepassados o fizeram. Há necessidade de melhorar esses campos, de implantar
pastagens artificiais ou cultivadas e de elevada produtividade. Isto se prende ao fato de que o animal é apenas uma
máquina de transformação e a forragem a matéria prima. Da qualidade da matéria prima, teremos um bom ou mau
produto final, precocidade, produtividade, etc.
2. TRINÔMIO SOLO-FORRAGEM-GADO
Em cada área pastada, podendo ser: pampa, campo limpo, campo sujo, cerrado, caatinga ou pastagem
plantada, há uma relação estreita entre o solo, o gado e a vegetação destinada à alimentação dos animais. Todos os solos
não são capazes de nutrir os animais novos ou vacas leiteiras. 
Há pastagens em que as novilhas não ficam de maneira alguma. Elas arrebentam as cercas para poder sair.
Quando são forçadas a ficar aí, tornam-se irritadas e não conseguem um bom desenvolvimento, no entanto, para a
engorda dão resultados excelentes.
Existem regiões, por exemplo, que o indivíduo de raça pura (Nelore) dificilmente se mantém nas
pastagens nativas, o que obriga os criadores a exploração de terras mais ricas para a manutenção das matrizes e para os
cruzamentos. Temos um exemplo na Serra da Lua (Roraima). Também há regiões que apresentam solos tão pobres e
ácidos que impedem a sua utilização para a cria. Encontramos também forragens ótimas para a engorda, mas fracas para
a cria.
É claro e evidente que nem todo solo serve para qualquer idade e tipo de gado e se o clima é um fator de
restrição, o solo o é também. Segundo VOISIN: “o gado é o vivo retrato do solo” e há um adágio brasileiro que diz:
“pela boca se faz à raça”.
A deficiência mineral é um dos problemas mais sérios no solo, o que se agrava com a monocultura de
forrageiras exóticas, pelo clima inadequado para as raças importadas e pelo uso predatório do solo, manejo do gado, em
4
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que temos como exemplo: por o gado novo em qualquer pastagem e reservar os melhores pastos para os bois de
engorda. Para os eqüinos não é diferente, as pastagens com predominância de sapé (Imperata exaltata) podem manter
éguas prenhes em bom estado, mas podem prejudicar seriamente as crias que aos três meses de idade apresentam sinais
de uma profunda deficiência de cálcio e fósforo. Nestes casos não adianta tratamento. Necessário se faz a colocação das
éguas prenhes em pastagens diferentes. Já os ovinos são sensíveis a solos úmidos e muito pobres em cobre.
2.1. Influência do gado sobre o solo. 
O pisoteio direto do gado influi diretamente sobre o solo, sendo altamente prejudicial nos dois extremos:
épocas úmidas e durante a estação da seca. Influi também indiretamente, através do pastejo seletivo, expondo manchas
de chão onde se instala a erosão, e pelo pastejo freqüente que diminui o tamanho das raízes contribuindo para o
adensamento do solo e finalmente age pelo modo de coleta das plantas. 
O pastejo bovino é menos prejudicial que o do ovino e eqüino, pois estes últimos pegam as plantas no
colo da raiz, descobrindo facilmente o solo. O pisoteio do ovino, por outro lado, é mais leve que o do bovino e eqüino.
PRESSÃO DO PASTOREIO
Espécie Animal/outros Pressão em Kg/cm2
Bovino de 400 Kg. 3,5
Ovino de 60 Kg. 2,1
Trator de esteira 0,21 a 0,56
Caminhão 5,97
Homem 0,35 a 1,12
A compactação do solo depende da umidade deste, da cobertura vegetal existente (plantas com raízes
profundas sofrem menos) e da vegetação viva ou morta. Em épocas de seca o pisoteio é tão prejudicial que, em épocas
muito chuvosas, ocorrendo a compactação. O solo compactado empobrece, e com ele a vegetação, o que dá margem a
uma decadência química e física do solo.
Perdas em nutrientes devido à extração animal, equivalente em Kg/ha de adubo
 CLASSES
Sulfato de
Amônia Superfosfato Carbonato de Cálcio 
Sais de Potássio
 (30%)
Leite - 5.500 Kg/ha/ano
179,0 67,0 33,0 23,0
Gado de cria 1,2UA/ ha 
61,9 40,0 2,9 21,1
Gado de engorda Sem importância
Ovinos (5/ha) criados e
engorda. 49,0 21,0 21,0 10,0
Lã - 27Kg./há/ano 39,0 - 20,8 -
No quadro podemos constatar que o gado de corte empobrece o solo muito menos que o de cria, de leite e
lã. Se compararmos a pastagem com a agricultura pode-se dizer que uma colheita de trigo não remove mais nutrientes
do que uma de capim.
O solo suporta a vegetação segundo as suas condições químicas, biológicas e físicas. Assim, a vegetação
forma e mantêm o gado segundo suas riquezas minerais, seu teor de proteína, carboidratos, fibra, vitaminas e outros
nutrientes, necessitando de boa digestibilidade.
2.2. Influência do gado sobre a vegetação
Ocorre modificação da vegetação pelo pisoteio, pelo pastejo preferencial ou a rejeição de plantas, pelo
modo de colher as plantas, pela freqüência com que as procura e por sus excreções. Observa-se assim, que geralmente
predominam as plantas que melhor suportam o pisoteio e aos cortes freqüentes, e desaparecem as que necessitam de
maior tempo para sua recuperação. Nos estados do sul do país aparecem gramas estoloníferas e desaparecem os capins
entouceirados quando submetidos a intenso pastoreio. Quando a grama forquilha (Paspalum notatum) cede lugar ao
capim colchão ou pasto-negro (Paspalum plicatulum) é sinal de lotação muito baixa ou ausência de pastejo.
Em estados de clima tropical, com predominância de grandes áreas de capim-gordura (Melinis
minutiflora) e capim Jaraguá (Hyparrhenia rufa), ou onde se planta capim colonião (Panicum maximum), as pastagens
com carga animal fraca tornam-se muito ralas e mais altas. É importante lembrar que a densidade da vegetação então
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dependerá do pastejo. O aparecimento de “gramão”, batatais ou grama mato grosso, variações da grama forquilha, ou de
grama seda ou grama-de-burro (Cynodium dactylum), não é sinal de um pastejo intenso, mas sim da decadência do solo
pastoril. O aparecimento de determinadas invasoras, normalmente destruídas pelo pisoteio dogado, também é sinal de
baixa carga animal. É bom que se saiba que pelo uso permanente, intenso ou fraco, a pastagem se deteriora. Então a
decadência da pastagem ocorre da seguinte forma:
1. O gado pasta sempre as mesmas plantas. Primeiramente por serem mais palatáveis e depois por estas
terem rebrota nova. Assim, enfraquecem as raízes profundas, permanecendo somente as superficiais.
2. Instalam-se plantas com raízes superficiais, que fazem concorrência às forrageiras e plantas com raízes
profundas, porém evitadas pelo gado, podendo proliferar livremente. Tais plantas são muitas vezes
apresentam porte robusto.
3. Desaparecem as forrageiras finas e palatáveis por exaustão. O campo torna-se grosseiro e “sujo”.
4. Quando se procede à limpeza do campo com fogo, aparece uma vegetação adaptada ao fogo, como capins
entoceirados, plantas lenhosas com casca suberosa ou plantas de ciclo vegetativo muito curto, que se
tornam duras e inaproveitáveis, tais como a barba-de-bode, capim-cabeludo, capim-flecha ou capim
caninha.
Assim, as plantas estoloníferas desaparecem quase que totalmente, e parte do solo fica descoberta
(desnudo), o que dá margem às ervas invasoras, como: assa-peixe (Vernonia spp.), mio-mio (Baccharis coridofilia),
jurubeba (Solanum spp), palmeiras como o buriti (Mauritia flexirosa), tucumã (Astrocaryum tucuma), etc. Nestas
condições o pasto torna-se sujo, grosseiro e pouco nutritivo devido ao manejo inadequado. As invasoras arbustivas e até
arbóreas instalam-se pelo pastejo fraco e, como o superpastoreio, desnuda partes do solo, igualmente dando lugar à
invasoras, levando a produção de pastagens deficientes em nutrientes minerais. Se o solo nunca permaneceu nu, sem
vegetação ou se a forrageira implantada é incapaz de cobri-lo, aparecem invasoras, ocupando o lugar vazio. Isto porque
as invasoras sempre são ecotipos, isto é, ecologicamente adaptadas.
O aparecimento de invasoras será tanto maior quanto mais inadequada for a forrageira cultivada para o
solo e para a região. Também a maneira como foi realizada a formação da pastagem, pode ser a razão do aparecimento
de invasoras. Antigamente o capim colonião era plantado por mudas, as quais cresciam, produziam sementes e
secavam. No início da época chuvosa queimava-se a vegetação seca, colonião e invasoras. As sementes nasciam e
formavam uma cobertura densa do solo. Atualmente o colonião é semeado. As plantas formam moitas que logo são
aproveitadas para o pastejo. Se o capim cresce em demasia, cobre todo o chão; porém quando pastado, o solo fica
descoberto em cerca de 80%, o que dá lugar ao aparecimento de invasoras, por ter crescimento mais rápido que o
capim. Cabe dizer que de nada vale plantar o capim e entregá-lo ao gado, o homem tem que dirigir o pastejo.
2.3. Inter-relação vegetação-gado
Há uma afirmação que diz: “O pasto faz o gado e o gado faz o pasto”. Isto significa que de nada adianta
escolher uma raça e colocá-la numa pastagem inadequada. Temos que selecionar o gado para a pastagem, ou seja para a
forragem que o solo produz. Da mesma forma, o gado deve ser dirigido para que não destrua a pastagem. O pasto deve
ser preparado para o gado, sempre procurar a forrageira adequada para a espécie animal.
Nossos solos muitas vezes são inadequados para a produção de forrageiras exóticas, desta forma eles têm
que ser preparados, ou seja, corrigidos por uma calagem e adubação.
As forrageiras são importadas principalmente da África. Isto porque além de possuir regiões de climas
tropicais e subtropicais, o gado africano é de grande porte (elefantes, girafas, rinocerontes, etc.). No nosso país o maior
animal nativo é a anta (Tapirus anta). 
O que está errado é o sistema empregado na pecuária: importamos a raça, criamos a pastagem com
forrageiras importadas, uma vez que o gado não se dá com nossas pastagens, com isso o solo deve receber calagem e
adubação. Se não houver a correção do solo, a pastagem não se torna vigorosa, permitindo a colonização de invasoras,
tendo-se que proteger a pastagem com herbicidas. Quando esta é atacada por insetos e fungos, a forragem vira
praticamente agricultura. Há, no entanto uma diferença: na agricultura o produto é vendido para o consumo humano e
na pecuária é necessária a conversão das substâncias vegetais (carboidratos e proteínas vegetais) em proteína animal. 
Os animais novos necessitam de 830 g de proteína para a produção de um Kg. de carne. Tendo em vista
que a digestibilidade é de apenas de 40 a 60%, o gasto será de 1,160 a 1,330 Kg. de proteína vegetal por cada quilo. Por
esta razão, vegetação e gado devem ser sincronizados, isto é, o gado deve ser adaptado à forragem existente e a
forragem existente ao gado.
Cada região possui as pastagens que seus solos são capazes de produzir e para cada tipo de pastagem cria-
se uma raça; para cada propriedade selecionam-se, desta raça, os animais que melhor se adaptam às condições
específicas. Ninguém tenta adaptar s solos às forrageiras, por ser um procedimento muito caro e sem retorno. Cabe
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lembrar que as pastagens nativas são adaptadas ao meio sendo necessário um bom manejo e cuidados essenciais
(adubação, consorciação com leguminosas, etc.).
Taxa de lotação e ganho de peso vivo por animal/há pelo melhoramento 
de pastagem nativa em Minas Gerais (SOUSA, D.E., 1977). 
Tipo de pastagem Período
UA/há
Ganho de peso
animal(Kg)
Ganho
Kg/ha
Ganho total
Kg/ha
Melhorada
Nativa
Seca
Chuvas
Seca
Chuvas
0,60
1,31
0,50
0,90
16,80
133,47
-7,16
99,99
25,52
299,53
-9,83
186,45
325,05
176,62
Se a forragem for alta, não significa que o gado estará sempre bem nutrido. Isto depende em termos
absolutos da espécie forrageira e de sua capacidade de regeneração, o que se expressa geralmente pela “idade
fisiológica” da planta. A idade fisiológica indica o estágio de desenvolvimento do capim, ou seja, sua fase vegetativa ou
reprodutiva. As plantas mal nutridas podem florescer muito mais cedo que as bem nutridas, permanecer na área menor
tempo e fornecem menos massa verde e de qualidade inferior.
Uma planta bem nutrida fornece uma forragem farta, tenra e nutritiva. Há variação entre as plantas, no
que se refere ao maior valor nutritivo. Algumas delas no período da formação de botões as plantas possuem menos água
e mais energia (carboidratos), com um bom nível de proteína. Verifica-se que quanto mais velha a planta, menos
proteína contém, gerando menor ganho no gado de corte. Para o gado de leite, o ponto de pastejo é o início da floração,
quando o teor de carboidratos é maior.
O valor nutritivo de uma forrageira depende:
1. Da riqueza mineral do solo e da adaptação da planta ao solo.
2. Da idade fisiológica da planta.
3. Da espécie, do cultivar e de seu potencial genético.
4. Da capacidade do animal de digeri-la e metabolizar as substâncias existentes.
5. Do clima e da temperatura conforto para o animal.
Relaciona-se em primeiro lugar o solo, que deve possibilitar o desenvolvimento total do potencial
genético das plantas. A nutrição da planta não depende somente da riqueza do solo, depende da capacidade da planta
mobilizar seus nutrientes. Nestas condições seu valor biológico é elevado, ou seja, ela consegue formar todas as
substâncias até seu estágio final as quais são condicionadas geneticamente. Se o solo não é adequado à formação dessas
substâncias pode ficar a meio caminho. Por exemplo, não forma proteínas, mas somente aminoácidos não essenciais.
Em segundo lugar podemos considerar a idade em que a planta é pastada. Quanto mais velha a planta,
menos nutritiva, por tornar-se mais fibrosa. Já a planta nova possui maior teor em proteínas sendo mais favorável para
alimentação do gado de corte. A planta em floração possui mais amido, sendo mais favorável ao gado leiteiro.
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Relação de proteínas na forragem segundo a idade(%)
Forrageira Planta nova Início da formação de
botão
Plena floração
Trevo branco
Capim bermuda
Capim-cola-de-zorro
Cevadinha
Capim cornichão
Grama-comprida
Capim-branco
Capim-dátilo
Capim-sudão
4,8
2,0
2,1
3,9
2,7
2,2
3,8
3,2
2,4
3,3
-
1,3
2,8
-
1,8
-
2,3
1,4
2,7
1,9
1,1
1,2
1,5
1,3
1,8
1,5
1,0
Existem forrageiras das quais os ruminantes digerem melhor a fibra que o extrato não nitrogenado, como
os amidos. O capim seco em pé perdeu quase todo seu valor nutritivo, não somente em relação às proteínas, mas
igualmente às enzimas, vitaminas, carboidratos (ausentes nas fibras) e parte dos minerais. Pode ser utilizado para
engorda ou como alimento de “emergência” nos períodos da seca junto com a uréia ou misturado com melaço. Só, não
se constitui em um alimento suficiente para os animais. O feno é o capim cortado na floração e secado o mais rápido
possível para interromper todos os processos enzimáticos e impedir a decomposição da proteína e amido.
O valor real da forrageira passou-se a indicar com siglas da seguinte forma: nutrientes digeríveis totais
(NDT), proteína digerível (PD), energia digerível (ED), energia metabolizável (EM), e mesmo assim a concordância
com a produção não é ainda como deveria ser, pois há forrageiras onde a fibra tem boa digestibilidade, havendo outras
ricas em proteína bruta, porém de péssimo aproveitamento pelo gado (Bello, 1970).
A capacidade de digerir e metabolizar a forragem consumida é, talvez, o ponto mais importante, o que é
traduzido pela capacidade do gado de usar a forragem da melhor maneira possível.
 Isto depende: 
1. Da adaptação do gado à forrageira.
2. Do efeito do clima local sobre o gado.
O gado acostumado a pastar determinada forragem, pode desenvolver a capacidade de digerir bem a celulose e formar 
dela, aminoácidos. Para isso, possui uma flora bacteriana no rúmen.
3. PLANTAS FORRAGEIRAS
3.1. Forrageiras nativas em diversas regiões do Brasil
No Brasil existem muitas forrageiras nativas ou espontâneas, anuais ou perenes, as quais são encontradas
desde o extremo norte ao sul. Temos entre elas: capim-seda (Cynodon dactylon), o milhão ou capim-colchão (Digitaria
sanguinalis), o capim-papuã ou marmelada (Brachiaria plantaginea), o pega-pega (Desmodium incanus), etc. A
maioria está sendo confinada a determinadas condições ambientais e regiões restritas.
Exemplos de algumas forrageiras nativas por estado ou região:
Rio Grande do Sul: grama-forquilha (Paspalum notatum), capim-Ramirez (Paspalum guenoarum), grama-comprida
(Paspalum dilatatum), grama-missioneira (Axonopus compressus), treme-treme (Briza minor), cevadilha (Bromus spp.),
capim-flechinha (Stipa hyallina), pega-pega (Desmodium incanus), trevo-carretilha (Medicago hispida), ervilhacas
(Vicia spp.), etc.
Santa Catarina: com seus solos em parte muito ácidos, encontramos diversas espécies de Axonopus, como a grama
missioneira, gramão ou folha larga (Axonopus obstusifolius).
Paraná: explora grande quantidade de forrageiras do Rio Grande do Sul, e também o capim-gordura (Melinis
minutiflora), que a partir daí encontra-se em todos os estados, até o Roraima. Há também diversos estilosantes
(Stylosanthe spp), capim-mimoso (Andropogon tener) e desmódios (Desmodium intortum).
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São Paulo: predominam o capim-gordura ou catingueiro (Melinis minutiflora) e o Jaraguá (Hyparrhenia rufa), rabo-de-
raposa (Setaria spp), diversos toucerinhos (Sporobulos spp), grama-batais (Paspalum notatum), grande quantidade de
desmódios (Desmodium adscendens), (Desmodium barbatum) e maior variedade de estilosantes (Rhynchelytrum
roseum), etc.
Minas Gerais: como São Paulo, possui grande número de desmódios e estilosantes e uma diversificação grande de
leguminosas, como: Centrosema spp., Colopogonium spp. Encontram-se outros capina, como capim-murumbu
(Panicum maximunm), etc.
Mato Grosso: conta com uma vegetação especial e famosa no pantanal, como o capim-pantaneira (Paratheria
prostata), capim-mimosinho (Reimarochloa inflexa), grama-mato-grosso (Paspalum notatum cv), amendoim-de-campo-
limpo (Arachis diogo), e outros que fizeram do estado um excelente criador de gado.
Região Nordeste: a região litorânea baixa é rica em gramíneas e leguminosas. No agreste predomina: Chloris
orthonotum e o capim-mimoso (Gymnopogon mollis e Gymnopogon rupestris). Na caatinga encontra-se o capim-
panasco (Aristida setifolia), portulacas e especialmente árvores forrageiras como canafístula-de-boi (Pithecellobium
multiflorum), juazeiro (Zyziphus joazeiro), mandarucu (Cereus jamacuru), faveiro (Parkia platycephala), e também
leguminosas como feijão-batata ou jacutupé (Pachyrrhyzus bulbosus), orô (Phaseolus panduratus), etc.
Região Norte: merecem destaque as canaranas, os capins de solos alagados ou temporariamente inundados
(Echinochloa polystachia e Echinochloa pyramidalis) e o quicuio-da-Amazônia (Brachiaria humidicola), trazido das
Guianas, que vegeta ao lado do pasto-preto (Paspalum guenoarum).
A enorme diversificação de plantas nativas é um indicativo de uma grande variedade de ecossistemas
existentes no Brasil. Talvez esta possa ser uma explicação para a invasão de capineiras e pastagens plantadas por
plantas nativas. As plantas “invasoras” são plantas que melhor se adaptam às condições locais e que se identificam com
o lugar.
As plantas “invasoras” se instalam quando:
1. A forragem plantada torna-se rala devido ao pastejo.
2. O solo desnudo em manchas desprovidas de capim, aparece pelo pastejo excessivo.
3. Há trilhas de gado.
4. Há sulcos, produto da erosão.
As forrageiras de porte alto, como o Colonião, Guatemala, Napier, Camerum Tardio, etc., impedem ou
dificultam o aparecimento de “invasoras” quando está com boa altura, isto devido a que na sombra total são raras as
plantas que conseguem crescer. Quando estas baixam pelo pastejo, as “invasoras” surgem novamente. O problema das
“invasoras” é que o solo geralmente tem sido esgotado e compactado pelo plantio, pisoteio do gado e pela ação da
chuva, daí que as plantas que se instalam são robustas, mas de pouco crescimento e de baixo valor nutritivo. Há
necessidade de incrementar as pesquisas na vegetação nativa para melhor conhecimento dos seus hábitos e assim gerar
tecnologias adequadas para seu uso.
3.2. Escolha da forrageira
Deve-se escolher espéices bem adaptadas à região e que atendam ao obletivo de sua seleção. Isto é: para
pastoreio direto, para produção de feno, para capineiras de corte ou para ensilagem. É importante que sejam
considerados os níveis de tolerância das forrageiras atendendo-se sempre às condições do meio ambiente. O quadro a
seguir permite orientar a seleção de determinada forrageira considerando-se os npiveis de tolerância de leguminosas
tropicais.
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Informações sobre aspectos de adaptação de Gramíneas e Leguminosas Tropicais ao meio ambiente
Tolerância Precipitação mínima
Espécies Seca Geadas Inundação (mm)
Andropogon gayanus B R F 400
Brachiaria decumbens R F R 1.000
Brahiaria humidícola B R R 1.000
Brachiaria mutica R F MB 1.200
Brahiaria ruzizinsis F F F 1.200
Calopogonium mucunoides F F R 1.200
Chenchrus ciliares MB R F 350
Centrosema pubescens R F R 1.200
Clhoris gayana B R R 650
Cynodon nlemfluensis R - MB -
Desmodium intortum R R B 1.200
Desmodium uncinatum R R F900
Galactia striata B B R 800
Leucaena leucocephala B R F 750
Leucaena bainesii R B MB 900
Macrotirium atropurpureum B F R 600
Melinis minutiflora R F F 1.000
Neonatonia wightii R R R 750
Panicum maximum - Colonião R F F 1.000
Panicum maximum -Makueni B F F 1.000
Panicum maximum – Green Panic B B F 600
Paaspalum plicatulum B R RB 750
Pennisetum clandestinum R B R 850
Pennisetum purpureumm F F F 1.000
Pueraria phaseoloides R F B 1.250
Stylosanthes guianensis B F R 850
Stylosanthes humilis B F F 600
Stylosanthes hamata B F F 600
Setaria sphacelata B B B 750
F= fraca; R= razoável; B= boa; MB= muito boa; RB= regular/boa.
FONTE: Bogdan (1977), Whitteman (1980), Brotel (comunicação pessoal) e experiências pessoais dos autores.
3.3. Tolerância de gramíneas forrageiras tropicais ao alumínio e exigência de Cácio e Fósforo
Para garantirmos o sucesso na formação e manejo das pastagens, recomenda-se sempre que possível uma análise
de solo antes da implantação da pastagem. Análises posteriores do solo orientam os procedimentos a serem adotados
para prevenir a decadência dos pastos. A tabela a seguir nos oferece uma orientação sobre o assunto.
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Comparação entre nove gramíneas forrageiras tropicais quanto à tolerância ao alumínio e exigências de cálcio e fósforo
na fase de estabelecimento das capineiras.
Tolerância ao Al a Exigência de Pb Exigência de Cab
Espécies Alta Média Baixa Baixa Média Alta Baixa Média Alta
Brahiaria humidícola x x x
Andropogon gayanus x x x
Melinis minutiflora x x x
Brachiaria decumbens x x x
Brachiaria brizanta x x
Panicum maximum x x
Hyparrhenia rufa x x
Pennisetum purpureumm x x
Chenchrus ciliares x
a – Tolerância a Al: atendendo os dados de Salinas (1970); Spain & Andrew (1975 e 1976)
b – Exigência em P e Ca: baseados em dados do CIAT (1977 e 1982) e Siqueira (1982) 
3.4. A pastagem plantada
Pastos nativos decaídos pelo mau uso, ou os campos agrícolas deficientemente gramados, cerrados e
matas roçadas são plantados com forrageiras produtivas para aumentar a produção de carne por hectare. Evidenciamos
que existem muitos ambientes e microambientes com vegetação específica, de modo que não se pode generalizar
escolhendo uma ou duas forrageiras para todo o território nacional. Já foram feitas várias tentativas para indicar as
forrageiras mais adequadas a determinadas condições de clima e solo. Alguns exemplos:
Alcântara e Bufarah (1979) tentaram um zoneamento no Estado de São Paulo atendendo:
1. Altitude.
2. Temperatura média.
3. Precipitações anuais.
4. Chuva excedente.
5. Clima (úmido, semi-úmido, sub-úmido e seco).
6. Solo (segundo a taxonomia e capacidade de utilização).
Desta forma dividem o Estado de São Paulo em Região de Campos do Jordão, Vale do Paraíba, Cerrado
Central, Noroeste e Contorno Leste.
Em Pernambuco dividem a região em: litorânea, agreste e caatinga.
No Rio Grande do Sul (ARAÚJO, 1971) tentou um agrupamento: 
1. Segundo a estação do ano (outono-inverno e primavera-verão).
2. Segundo os solos (arenosos, médios, argilosos, úmidos drenados e alagadiços).
3. Pelo uso: fenação ou pastejo.
SOUZA (1997) indica para cada forrageira suas características de clima, solo e manejo, bem como sus
resistência ao frio e à seca.
GOMES (1973) indica forrageiras herbáceas, arbustivas e arbóreas para a região da caatinga. Praticamente não
há autor que não indique as limitações e preferências de cada forrageira, para que o pecuarista não sofra amargas
experiências e perdas de dinheiro. As firmas idôneas que vendem sementes de forrageiras, embora tendo estoque de
sementes, indicam as regiões do Brasil onde se planta com maior sucesso uma ou outra forrageira, dando ênfase ao
regime pluviométrico e a riqueza dos solos exigidos. Não falta conscientização, e enquanto uns procuram a forrageira
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com o melhor resultado bromatológico, outros procuram a melhor adaptação a determinadas condições locais. Não é
somente a carga animal que as pastagens plantadas suportam quando recém instaladas e bem adubadas. O fator
econômico entra também em jogo e todos sabem hoje que uma produção elevada, com grandes investimentos, é às
vezes menos econômica que uma produção um pouco menor, mas com investimentos muito menores. 
Uma forrageira que se identifica com o solo e o meio ambiente permanece na pastagem por muito mais
tempo e, de certa forma, é mais indicada que outra que exige a renovação a cada 4 a 5 anos.
O número adequado de animais no pastejo dependerá da planta forrageira escolhida para a área.
De modo geral, os animais sempre pastarão as plantas que mais lhes apetecerem, desta forma as espécies
mais importantes para a nutrição são perseguidas pelo gado, e desaparecem. Assim, instala-se um processo de “sucessão
regressiva”, ou seja, desequilíbrios vegetais cada vez mais inferiores até que a pastagem se torna incapaz de nutrir o
gado. 
Os ensaios de lotação por um a dois anos não conseguem dar informações válidas para a lotação da
pastagem. Essa lotação será tanto mais oscilante, quanto menos se cuidar da conservação das espécies. Assim, na
estação das águas a lotação pode ser 4 a 5 vezes maior que na estação de seca. Quando existem leguminosas elas podem
servir de suplemento na estação da seca, contribuindo para a manutenção de uma lotação estável. 
A lotação, ou seja, o número de animais no pasto durante a estação seca, não somente pode ser uma
informação valiosa para o sucesso do manejo no decorrer dos anos, mas igualmente sobre a provável fertilidade do
gado. Se o animal passa fome de 5 a 6 meses do ano, geralmente tem sua fertilidade seriamente comprometida. Se a
carga animal na estação das águas era de 1 animal para cada 3 hectares e se a lotação durante a seca é de 1 animal por
10 hectares, normalmente haverá superlotação e fome, uma vez que não existe a migração dos rebanhos para pastagens
mais abundantes.
Os animais selvagens da África migravam sempre para regiões de pastagens verdes e abundantes,
poupando os pastos secos, e garantindo assim sua rebrota vigorosa com o início das chuvas. O instinto do animal
selvagem mantinha a produtividade dos pastos.
Nos períodos secos ou muito úmidos a lotação da pastagem deve ser moderada, por causa do estrago do
pisoteio animal sobre a relva (erva rala e rasteira). Isso implica num pastejo deficiente na estação das águas. A forma de
controlar este problema é manter piquetes reservados para a seca, onde o volume de capim seco e a suplementação por
leguminosas conseguem manter o gado. Por outro lado, um pastejo moderado, evitando que o gado “raspe” o pasto,
permite a rebrota do capim nativo mesmo durante a seca. Nas regiões onde o capim fica muito ralo por causa das
condições secas, a manutenção da flora herbácea é mais importante, não somente como sustento do gado, mas também
para proteção do solo. 
3.4.1. Gramíneas
As gramíneas são do reino vegetal, divisão Angiospermae, Classe Monocotiledoneae e Ordem
Gramininales. São predominantes nas pastagens e vulgarmente chamadas de capins e gramas. São utilizadas na forma
de pastagens, fenos ou para ensilar.
A - Andropogon gayanus Kunth
1. Nome comum: Capim Andropogon, capim gambá.
2. Origem: África Ocidental (Shika-Nigéria)
3. Exigências: Pouco exigente em fertilidade do solo, preferindo os bem drenados e vegetando bem menos pobres e
ácidos (solos de cerrado). Adapta-se bem em regiões com 400 a 1.500 mm de chuvas anuais e altitudes de até 1.000
m.
4. Utilização: Pastejo e fenação.
5. Porte e hábito de crescimento: perene, cespitoso, com 2,0 m. ou mais de altura. Apresenta folhas abundantes com
pilosidade aveludada, coloração verde azulada estreitamento típico na base, assemelhando-se a um pecíolo.
6.Manejo: Em pastejo deve ser utilizado na altura compreendida entre 0,30 a 0,70 m. Para produção de sementes deve
ser cortado ou pastado 90 a 120 dias antes da floração para não acamar, o que dificulta grandemente a colheita.
7. Capacidade de suporte: 1,5 a 2,0 UA/ha./ano.
8. Rendimento: 40 a 80 ton./ha/ano de massa verde e 100 a150 kg/ha de sementes.
9. Resistência: Boa à seca, pois apresenta sistema radicar profundo (0,80 m de profundidade e 1,0 m em torno da
planta), e também ao corte e ao fogo.
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10. Multiplicação: Através de sementes, gastando-se cerca 5 kg/ha de sementes.
11. Composição química: É considerado um capim de valor nutritivo médio, apresentando de 4,8 a 12,9% de P.B. na
M.S.
12. Consorciação: Siratro, Calopogônio, Estilosantes.
13. Cultivares: a EMBRAPA lançou a cultivar Planaltina no 1 semestre de 1980 (Andropogum gayanus var.
Bisquamulatus cv. Planaltina), sendo a que se encontra em cultivo atualmente.
B - Hyparrhenia rufa (Ness) Stapf
1. Nome comum: capim-provisório, capim-vermelho, sapê-gigante, capim-lageado e capim-Jaraguá.
2. Origem: Brasil Central (segundo alguns autores). Segundo outros autores, do Continente Africano ou a Índia.
3. Exigências: Medianamente exigente em fertilidade do solo e exige pluviosidade acima de 800 mm anuais.
Desenvolve-se bem em solos sílico-argilosos ou argilosos.
4. Utilização: Aceitabilidade boa, utilizado para pastejo, fenação e raramente para silagem. Quando o porte ultrapassa
0,50 a 0,60 m decresce sua aceitabilidade.
5. Porte e hábito de crescimento: É uma gramínea perene, que atinge até 3 m. de altura, formando grandes e densas
touceiras. Quando pastado repetidamente pode formar gramado que cobre o terreno.
6. Manejo: Quando se emprega o pastejo controlado os animais entram na pastagem quando esta tem 0,40 m e saem
quando o porte estiver de 0,20 m. No pastejo contínuo procurar manter a pastagem com cerca de 0,20 m.
7. Capacidade de suporte: 2,5 UA/ha/ano
8. Rendimento: 40 a 60 ton. de massa verde por ha/ano em quatro cortes, rendimento variável, de acordo com o
manejo, pode produzir de 150 a 200 kg de semente por ha e 20 ton/ha de feno/ano.
9. Resistência: É um capim rústico, vigoroso, mas que apresenta baixa resistência ao encharcamento, seca e
temperaturas baixas. Tem boa resistência ao pisoteio, corte mecânico e fogo e, é bastante atacado pela saúva
(formigas) .
10. Multiplicação: Por sementes, gastando de 8 a 10 kg/ha em sulco e 15 a 20 kg/ha a lanço. Podem empregar-se
mudas, que deverão ser espaçadas de 0,80 x 0,80 m, sendo as mudas constituídas de fração de touceiras com raízes.
11. Composição química: 5,3 a 12,8% de P.B. na M.S.
12. Consorciação: Kudzu tropical, Jitiranas, Siratro, Soja perene, etc.
C - Melinis minutiflora Pal de Beauv
1. Nome comum: Capim-melado, Meloso, Catingueiro, Gordura.
2. Origem: Nativo de África e provavelmente da América do Sul.
3. Exigências: Pouco exigente em fertilidade de solo, desenvolve-se bem em regiões de precipitação em torno de 800 a
1.400 mm por ano.
4. Utilização: fenação e pastejo, sendo que algumas touceiras podem morrer após o corte, visto que esta gramínea tem
dificuldade de brotação de gemas basilares.
5. Porte e hábito de crescimento: É uma gramínea perene que forma touceiras, com colmos geniculados, podendo a
vegetação atingir até 1,20 m de altura.
6. Manejo: No pastejo contínuo e/ou rotativo, recomenda-se pastejo alto ( 0,40 a 0,50 m de altura) com a finalidade de
que os meristemas apicais, que são precoces, não sejam eliminados. Para corte (fenação), deve ser feito juntando
qualidade e rendimento por área.
7. Capacidade de suporte: 1 a 2 UA/ha/ano.
8. Rendimento: há informação de 13 a 20 ton/ha/ano de feno, 40 a 50 ton/ha/ano de massa verde, sendo estas produções
conseguidas com até 4 cortes. Pode produzir de 150 a 250 kg/ha de sementes.
9. Resistência: não resiste à geada, fogo, pastejo baixo e solos encharcados. Susceptível à cigarrinha. Resiste
relativamente à seca.
10. Multiplicação: Através de sementes, sendo comum no Brasil a utilização de 20 a 30 kg/ha para plantio a lanço.
Basta 10 a 15 kg/ha para plantio em linhas espaçadas de 0,20 a 0,60 m. A multiplicação pode ser feita por fração de
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touceiras, porém é antieconômico. A mistura da semente com pó seco facilita o plantio, visto que elas têm
tendências de aglutinarem-se.
11. Variedades: Estas possuem certa pilosidade, com excreção pegajosa, que contém um óleo volátil dando ao pasto
uma fragrância forte e distinta, que não afeta o sabor do leite ou carne. Cabelo de negro: têm inflorescência
arroxeada, folha verde escura, porte menor, internódio curtos, é mais resistente ao pisoteio que os demais, pois
perfila facilmente, dando boa cobertura ao solo. Branco: inflorescência clara, com composição química inferior às
demais, sendo também sensível ao frio. Roxo: inflorescência roxa, folhas claras, porte menor, internódio longos e é
mais cultivada no Brasil. Possui sementes mais férteis, sendo também mais apreciado pelo gado. Francano: esta
variedade é mais indicada para fenação, por ter bom rendimento e vigor vegetativo.
12. Composição química: Pode apresentar de 6 a 9,2% de P.B. na M.S.
13. Consórcio: Soja perene, Siratro e Centrosema.
D - Panicum maximum Jacq
1. Nome comum: Capim-colonião, capim-touceira.
2. Origem: África tropical e Subtropical.
3. Exigências: É exigente quanto a solos férteis, vegetando melhor em solos arenosos. Para desenvolver bem necessita
de precipitação anual de 800 mm/ano.
4. Utilização: É empregado para pastejo e fenação.
5. Porte e hábito de crescimento: Atinge 3 m de altura. É planta perene e suas touceiras apresentam-se com ramos
tombados quando mais desenvolvidos.
6. Manejo: para esta gramínea emprega-se o manejo alto. A entrada dos animais no pastejo controlado é feita quando
as plantas atingem cerca de 60 a 80 cm, e a saída, quando estão reduzidas de 30 a 40 cm. Quando pastejado
constantemente, o perfilhamento é estimulado. O emprego de roçadeira deve ser feito uma vez por ano e no início da
estação chuvosa, isto quando ficam muitos tocos (colmos) secos após o pastejo.
7. Capacidade de suporte: 3,0 UA/ha./ano.
8. Rendimento: Encontra-se referência de rendimentos de 40 a 100 ton de massa verde por ha, sendo mais comum o
rendimento de 40 a 50 ton de massa verde por ha em 2 a 3 cortes. Quando bem conduzidos, pode ser realizado 1
corte a cada 5 semanas. Produz de 150 a 200 kg/ha de sementes
9. Resistência: É uma gramínea bastante rústica adaptando-se a condições de sombreamento; rebrota após o fogo, mas
não suporta solos com excesso de umidade e não resiste a geadas.
10. Multiplicação: Por sementes, utilizando-se de 15 a 20 kg para plantio em linhas, 40 kg/ha para plantio a lanço,
quantidades estas que devem ser modificadas em função do valor cultural da semente. A multiplicação por mudas
pode ser empregada, sendo o gasto de 4 ton./ha com espaçamento de 0,5 x 0,5 m, colocando-se 3 a 5 mudas por
cova (este processo não é econômico).
11. Cultivares: As cultivares mais comuns são: Colonião, Sempre-verde, Guiné, Greenpanic, Gattonpanic, Hamil,
Makuani, Riversdale, Tobiatã, Centenário, Vencedor, Aruarana-IZ 5, Tanzânia 1, Mombaça.
12. Composição: 4 a 10% de P.B. na M.S.
13. Consorciação: com Centrosema, Siratro, Kudzu tropical e soja perene.
E - Penisetum purpureum Schum
1. Nome comum: Elefante, Napier ou Capim-cana. O nome Napier é dado de maneira errada a quase todas as
variedades, sendo que Napier é uma variedade desta gramínea.
2. Orígem: África (Rodésia)
3. Exigências: Ésta é uma gramínea das mais exigentes em fertilidade, não se adapta a baixadasúmidas.
4. Utilização: Apresenta boa aceitabilidade e pode ser empregada para pastejo, forragem para corte e ensilar. Para
ensilar este material é conveniente que se adicione juntamente um material seco e/ou rico em carboidratos como a
cana de açúcar, melaço, sorgo, milho, etc. É necessária a adição destas fontes de energia em função do alto grau de
umidade e do baixo teor de carboidrato que apresenta o capim-elefante.
5. Porte e hábito de crescimento: Ésta gramínea perene pode atingir 6 m de altura, sendo mais comum de 3 a 4 m; a
maioria de suas variedades deve ser cortada com 1,3 a 1,80 m, altura em que são mais tenras.
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6. Manejo: Para pastejo controlado recomenda-se a entrada dos animais com 60 a 80 cm. E a saída com 30 a 40 cm, o
que pode ser conseguido com períodos de ocupação de 1 a 7 dias e descanso de 35 a 45 dias. No pastejo contínuo,
procura-se manter a gramínea com cerca de 60 cm. O manejo alto, 1,20 cm vem sendo adotado em esquema de
pastejo rotacionado e impede o desenvolvimento de invasoras, favorecendo a rebrota.
7. Capacidade de suporte: 3 a 8 UA/ha no período das águas. Esta capacidade é reduzida no período de escassez de
chuvas, quando o crescimento é paralisado, caindo também seu teor protéico. As melhores capacidades de suporte
têm sido conseguidas em esquema de pastejo rotacionado.
8. Rendimento: É comum conseguir 20 a 40 ton/ha de massa verde em 1 corte, o qual deve ser feito a mais ou menos
20 cm do solo, quando a forrageira apresentar 1,30 a 1,50 m de altura. O rendimento anual pode ultrapassar 180 ton/
ha de massa verde em 3 a 5 cortes. Para fins de planejamento, toma-se por base a produção de 20 ton/ha/corte, o que
seria suficiente para manter 10 vacas por 100 dias, ministrando-se 20 Kg/vaca/dia.
9. Resistência: É uma gramínea bastante rústica, suportando bem o pisoteio, com relativa resistência ao frio e fogo,
sendo que fica crestado com geadas.
10. Multiplicação: Em função da baixa produção de sementes, a multiplicação por frações de colmo ou colmos
inteiros é mais empregada. Se o colmo for segmentado, cada parte deve conter de 3 a 5 gemas (olhos). As mudas
devem ser retiradas de culturas com mais de 100 dias, e plantadas em sulcos de 15 a 20 cm de profundidade,
espaçados de 0,5 a 1,0 m com pouca cobertura de terra. O gasto de mudas está em torno de 2 a 4 ton/ha, sendo
empregada a proporção de 1:10, ou seja, 1 ha da cultura fornece mudas para 10 ha. As mudas, uma vez colhidas, se
forem mantidas à sombra, suportam até 20 dias de transporte.
11. Variedades: As mais usadas e recomendadas são as que apresentam florescimento baixo ou tardio, com colmos
macios e tenros, sendo portanto, mais empregadas: Mineiro; Cameroon; Porto Rico; Vrukwona; Napier; Taiwans A-
148 e A-144; Elefante roxo. Outras existentes são: Mercker; Gold Coast; Niagara; Taiwans A-143 e A-241; Elefante
anão (P. purpureum cv. Dwarf). As variedades são bastante semelhantes; a diferença é feita pelo diâmetro, dureza e
porte do colmo, comprimento, número de folhas e época de florescimento. Estas características são possíveis de
modificações em função de manejo e com isto quase todas as variedades deste grupo são chamadas de Napier.
12. Composição química: É pouco diferente entre as variedades, sendo que a variação maior ocorre com a idade da
planta, apresentando dos 45 a 55 dias cerca de 9% de P.B. na M.S. e em estágios mais avançados, 3 a 4% de P.B. na
M.S.
13. Consorciação: É difícil devido ao porte, porém podem ser empregadas: Soja perene, Siratro, Centrocema,
Pueraria e Galactia striata.
F - Digitaria decumbens Stent
1. Nome comum: Capim-pangola.
2. Origem,: África do Sul.
3. Exigências: É uma gramínea exigente em fertilidade do solo e precipitação acima de 700 mm ao ano.
4. Utilização: Pode ser empregada para pastejo e fenação, apresentando boa aceitabilidade. A fenação é forma de sua
utilização para eqüinos de corrida e para altas produtoras de leite.
5. Porte e hábito de crescimento: Crescimento estolonífero que atinge de 60 a 90 cm, é gramínea perene.
6. Manejo: Para pastejo controlado, colocar os animais na pastagem quando esta apresentar cerca de 30 cm. e retira-los
quando baixar para 15 cm. O período de descanso não deve ser inferior a 30 dias. No pastejo contínuo manter a
pastagem com mais ou menos de 20 cm.
7. Capacidade de suporte: 2,5 UA/ha/ano.
8. Rendimento: Podem produzir 30 a 40 ton/ha/ano de massa verde, sendo realizados 3 a 4 cortes. O rendimento para
feno pode alcançar de 8 a 10 ton/ha/ano.
9. Resistência: Pouca resistência a geadas e seca; podem apresentar ataques de pragas, como cochinilhas e cigarrinha,
bem como doenças viróticas. O vírus do enfezamento do pangola (PSV) acabou com esta gramínea em algumas
regiões brasileiras. Toleram baixadas úmidas.
10. Multiplicação: É realizada através de mudas ou estolões empregando espaçamento variável de acordo com a
disponibilidade de mudas. É recomendado o espaçamento de 0,5 a 1,0 m entre sulcos e 0,3 a 0,5 cm entre mudas.
Para fins de cálculos considera-se que 1 ha de pangola fornece muda para 10 ha. O plantio por muda pode ser
também a lanço, isto é, distribuição das mudas no solo e posteriormente fazendo uma gradagem leve, sendo que, por
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este processo, o gasto de mudas é maior. A multiplicação por sementes é inviável; apresenta grande número de
sementes estéreis e com isto baixo valor cultural.
11. Composição química: 4 a 8% de P.B. na M.S.
12. Consorciação: É mais fácil com leguminosas de maior porte devido a agressividade desta gramínea, mas podem
ser empregadas: Stylosanthes, Soja perene, Siratro, Centrosema, Puerária.
G - Axononopus scoparius (Flugge) Hitche
1. Nome comum: Capim-Venezuela, pasto imperial, capim-de-teso, capim colombiano.
2. Origem: América tropical e subtropical.
3. Exigências: Não muito exigente em solo. Desenvolve-se melhor em solos férteis, argilo-sílico-humífero, de aluviões
das baixadas com boa umidade. Em terrenos muito argilosos ou muito arenosos a planta não prospera. Vegeta em
zonas tórridas e temperadas. Pluviosidade para seu bom desenvolvimento, de: 1.000 a 2.000 mm.
4. Utilização: Não é resistente ao pisoteio.
5. Resistência: Resistente a geadas e secas, não é resistente ao fogo. É atacado por um fungo do gênero
Helmintosporium, que impede sua frutificação normal, causando aspecto encaracolado das inflorescências. É
comum o seu ataque pelo vírus da gomose, no entanto, as variedades: 60 e 72, são resistentes à gomose.
6. Rendimento: Quando cortado produz aproximadamente 12-14 ton/MS/ha/ano ou 60-70 ton/MV/ha/ano, em três a
quatro cortes.
H - Brachiarias
A maioria das espécies são originárias da África Tropical, apresentado plantas anuais ou perenes, eretas,
rizomatosas, estoloníferas, etc. Quinze espécies são encontradas comumente no Brasil: cinco são nativas (B. adspersa;
B. fasciculata; B. molis; B. reptans; B. venezuelae), três foram introduzidas provavelmente há décadas (B. extensa, B.
purpurascens e B. plantaginea); sete foram as últimas a serem introduzidas (B. brizanta, B. decumbens cv Basilisk, B.
decumbens, B. humidicola, B. radicans, B. ruziziensis, B. vittata).
H.1 - Brachiaria decumbens Stapf:
1. Nome comum: Brachiaria, Brachiarinha, Capim Brachiaria, Decumbens, “Signal grass”.
2. Origem: África. Primeira introdução no Brasil feita através do antigo IPEAN, hoje CPATU/EMBRAPA, em 1952.
A partir de 1965 disseminaram-se rapidamente nos “cerrados” brasileiros.
3. Exigências: Não muito exigente em fertilidade de solo. Para bom desenvolvimento necessita de precipitação anual
de mais de 800 mm.
4. Utilização: Pode ser empregado para pastejo e fenação, é bem palatável em comparação com as demais, sendo que
os eqüinos rejeitamesta gramínea.
5. Porte e hábito de crescimento: Pode atingir de 50 a 70 cm, é perene, herbácea, pode emitir raízes adventícias
(estolonífera), é bastante agressiva. Muito empregada com a finalidade de impedir a erosão. Panícola com até de 1 a
5 racemos, mais freqüentemente três racemos. Floresce várias vezes ao ano.
6. Manejo: para pastejo controlado, a entrada dos animais deve ser a gramínea em torno de 30 a 40 cm e a saída
quando o porte for reduzido a 10 ou 15 cm, com período de descanso de 30 a 35 dias. Para pastejo contínuo procurar
manter a vegetação com porte de cerca de 20 cm.
7. Capacidade de suporte: 2 a 3 UA/ha/ano.
8. Rendimento: 50-70 ton/ha/ano de massa verde.
9. Resistência: Não tolera solos argilosos, secas prolongadas e sofre ataque de cigarrinhas e percevejos. Rebrota após o
fogo, tem regular resistência ao frio e ao pisoteio. A fotosensibilização hepatógena sempre esteve associada com
esta gramínea. O problema de ataque de cigarrinha (Zulia entreriana) nestas pastagens preocupa os pecuaristas.
Existe o combate biológico com o inimigo natural desta cigarrinha, que é o fungo: Metarrhizum anizopliae. O
controle químico é perigoso e, em caso de usá-lo, evitar o uso de “clorados” porque dos problemas da sua
degradação, são encontrados resíduos na carne e no leite. Os fosforados podem ser aplicados, desde com critérios,
observando de sete a dez dias de intervalo entre a aplicação e o uso.
10. Multiplicação: Pode ser feita por sementes ou por mudas. Por sementes se gasta em torno de 5 a 10 kg/ha para
plantio a lanço, semente de valor cultural razoável. As sementes têm dormência de 6 meses e para o plantio
anterior a este período pode-se empregar a quebra de dormência com ácido sulfúrico comercial por 15 minutos e
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posterior lavagem, prática que aumenta a porcentagem de germinação. Pode ser também empregado água a 37 C
por 30 min. O emprego de mudas pode ser realizado no plantio em covas, sulcos ou distribuição sobre o solo e
gradagem superficial. O espaçamento pode ser de 0,50 x 1,0 m variável de acordo com a disponibilidade de mudas
e qualidades destas.
11. Composição química: Variação de 4,1 a 7% de P.B. na M.S.
12. Consórcio: Difícil em função do vigor vegetativo desta gramínea. Por ocasião da colocação da leguminosa na
pastagem formada, é conveniente rebaixar a pastagem com roçadeira ou super pastejo, o que vai facilitar o
estabelecimento da leguminosa que deve ser introduzida em cova ou sulcos, com fertilização específica, podendo
ser empregado: Soja perene, Centrosema, Siratro, Leucaena, etc.
13. Cultivares: Brachiaria decumbens cv IPEAN, introduzida diretamente da África, por isso também dita de B.
decumbens cv Africana. Brachiaria decumbens cv Basilisk ou B. decumbens cv Australiana.
H.2 - Brachiaria radicans Napper
1. Nome comum: “Tanner grass”, Brachiaria de brejo.
2. Origem: África.
3. Exigências: Pouca quanto à fertilidade do solo. Adaptação excelente em solos úmidos, ou seja mal drenados.
4. Rendimento: 9 ton/ha/ano de matéria seca.
5. Porte e hábito de crescimento: Rizomatosa, estolonífera, hastes finas e flexíveis. Folhas lisas e verdes brilhantes.
Panículas com 6 a 12 racimos.
6. Composição química: 4 a 7% de P.B. na M.S.
7. Multiplicação: Via vegetativa, ou seja, através de mudas.
 Problemas: 
a- Observou-se intoxicação de animais mantidos em regime de pastejo exclusivo nesta espécie de gramínea.
Os sintomas apresentados pelos animais são: perda de peso, hematuria (sangue na urina) e morte de
animais. A intoxicação observada foi causada por “nitratos e nitritos”. Animais pastejando nesta forrageira,
alternando com outras não apresentam o problema.
b- Esta gramínea constitui-se no hospedeiro predileto do Bilssus leucopterus (“chich-bug”), percevejo que
causa sérios danos em gramíneas, cuja ocorrência não vem sendo registrada nos últimos anos.
 Em função destes problemas foram tomadas medidas governamentais para impedir o uso de áreas com esta
brachiaria, trânsito e multiplicação. Os infratores estavam sujeitos a penas determinadas pelo Regulamento da Defesa
Sanitária Vegetal (Portaria N 822, de 11/10/76). Após estes comentários, considera-se que não é necessário a
erradicação de áreas, mas não é recomendado o seu plantio.
H.3 - Brachiaria mutica (FOSK) Stapf, Brachiaria purpurascens (Laddi) Henr.
1. Nome comum: Capim angola, Capim fino, Bengo, Capim de muda, Capim de boi, “Para grass”.
2. Origem: África e América Tropical (Colômbia).
3. Exigências: Adapta-se a regiões tropicais e subtropicais úmidas.
4. Resistência: Baixa resistência a geadas e secas prolongadas, porém resiste a inundações e solos encharcados.
5. Manejo: Deve ser utilizado em pastejo controlado, apresentando capacidade de suporte de 1 a 2 UA/ha/ano.
6. Hábito de pastejo: Planta estolonífera, com estolões compridos, perene, panícola com 10 a 20 rácemos.
7. Multiplicação: Por mudas, visto que a produção de sementes é baixa, produz poucas cariopses (frutos que
apresentam o pericarpo preso à semente, confundindo-se com ela). Seu plantio é feito em sulcos espaçados de 50 a
70 cm, podendo ser realizado também a lanço sobre o solo e posterior gradagem. Recentemente têm-se notícias de
sua multiplicação por sementes, na Bahia, com gasto de 6 a 8 kg/ha.
8. Rendimento: 30 a 40 ton/ha/ano de massa verde em 2 a 4 cortes.
9. Variedades: Angolinha: apresenta colmos finos, eretos e tenros. Angolão: colmos grossos, arroxeados com folhas
maiores e mais largas.
H.4 - Brachiaria humidicola (Rendie) Schw
1. Nome comum: Capim agulha, Quicuio da Amazônia, Brachiaria “espetudinha”.
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2. Origem: África, a partir de 1973 tornou-se muito importante na Amazônia brasileira.
3. Exigências: Pouco exigente em fertilidade do solo.
4. Resistência: Boa resistência a geada.
5. Porte e hábito de crescimento: Planta ereta, a vegetação atinge até 1,0 m, rizomatosa, perene, e perfilha
intensamente. Também é fortemente estolonífera. Panícola com 2 a 5 racemos.
6. Vantagens sobre a decumbens: Os eqüinos não rejeitam esta brachiaria. Apresenta maior resistência à cigarrinha do
que a decumbens.
7. Multiplicação: Através de sementes e por mudas. As sementes apresentam dormência até de 1 ano.
8. Composição química: Variação de 5 a 11,9% de P.B. na M.S.
H.5 Cynodon plecttostachyus
1. Nome comum: Estrela africana, capim estrela gigante, estrela, estrela branca.
2. Origem: África
3. Exigências: precipitação acima de 600 mm anuais, solos arenosos de boa fertilidade, em terra roxa não produz bem.
4. Resistência: Fogo (rebrota), à seca: boa resistência desde que não muito prolongada e às geradas, rebrota apesar da
morte da parte vegetativa.
5. Rendimento: Produz 13 a 15 ton de feno/ha em solos de boa fertilidade.
6. Propagação e plantio: Mudas, estolões e ramos. Plantar em solo úmido. Quando usada grade para o plantio,
esparramar as mudas no solo preparado e passar a grade por cima.
7. Utilização: Não tem sido reportados problemas, apesar de que na África tem sido reportados cxasos de intoxicação
dado a presença de ácido prússico. Para o pastoreio: entrada de animais com 0,30 a 0,40 m e retirar com 0,15m.
Produz feno de boa qualidade. Deve ser manejada com cuidado e atenção, porque em relação haste/folha, se não for
cortada ou submetida a pastejo no momento certo, leva a perda do valor nutritivo com consequentemente
interferência na produção animal. Quando lignifica, provoca úlceras na mucosa bucal dos animais, predispondo à
entrada de microrganismos patogênicos.
H.6 - Brachiaria ruziziensis Gemain et Everard
1. Nome comum: Ruziziensis, “Ruzi grass”,Capim congo.
2. Origem: Congo.
3. Exigências: Pouco exigente em fertilidade do solo.
4. Porte e hábito de crescimento: Ésta brachiaria é muito semelhante a decumbens, a vegetação atinge 1,0 a 1,5 m., é
perene, estolonífera e apresenta grande perfilhamento. Panícula com 3 a 6 racemos e forte pigmentação
avermelhada. As plantas são verde-amareladas.
5. Resistência: Baixa resistência a geadas e secas. Suporta bem o pastejo. Tem maior rendimento por área que a
decumbens. 
6. Multiplicação: Pode ser feita por mudas e por sementes. Por sementes deve observar o período de dormência, que
ocorre após colheita que é de até 12 meses (em condições ambientais). Floresce uma vez por ano (abril).
7. Composição química: 4 a 11% de P.B. na M.S.
8. Rendimento: Até 80 ton./ha/ano. de massa verde. É de 10 a 20% menos produtiva do que a Brachiaria decumbens.
H.6 - Brachiaria brizantha (Hochst) Stapf
1. Nome comum: Brizantha.
2. Origem: África.
3. Exigências: Não muito exigente em fertilidade, desenvolve-se bem em solos secos ou úmidos.
4. Porte e hábito de crescimento: É mais ereta que a decumbens e a vegetação pode atingir 1,0 a 1,2 m. (touceira), é
menos vigorosa para gramar que as anteriores, pois não é estolonífera, sendo rizomatosa e perene. Panícula com 2 a
12 racemos (4 a 6 racemos na cv Marandu).
5. Composição química: 4 a 11% de P.B. na M.S.
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6. Resistência: Até o momento tem mostrado boa resistência à cigarrinha (Zulia entreriana)
7. Multiplicação: Pode ser multiplicada por mudas ou por sementes que têm baixo poder germinativo.
8. Cultivares: Brachiaria brizantha cv Marandu. Nomes comuns freqüentemente empregados para esta cultivar são:
Brachiarão, Brizantão e Rodeslana. Esta cultivar é a brachiaria que vêm sendo mais difundida nos últimos anos para
bovino de corte e em escala menor para bovino de leite.
H.7 - Brachiaria dictyoneura (Fig & Mot) Stapf
1. Origem: África
2. Exigências: Não muito exigente em fertilidade do solo.
3. Rendimento: Semelhante à decumbens em terreno de boa fertilidade.
4. Porte e hábito de crescimento: Planta perene, que atinge de 1,0 a 1,2 m., é ereta, estolonífera e rizomatosa. Panícula
com 4 a 10 racemos.
I - Setareas
 Setaria sphacelata (Schum) Stapfet Hubbard
 Setaria anceps Stapf
A literatura reporta as denominações de Setaria phacelata e Setaria anceps como gramíneas perenes,
originarias da África, apresentam boa resistência ao frio e geadas. Estas plantas têm boa versatilidade quanto ao tipo de
solo, adaptando-se dos arenosos aos argilosos. Suportam bem as secas e toleram solos mal drenados e até sujeitos a
inundações. As cultivares mais importantes são: Nandi, Kazungula e Narok.
I.1 - Setaria anceps Stapf
1. Nome comum: Capim marangá e napiezinho (nome dado a todas as cultivares).
2. Origem: África, terras altas da província de Nandi, Quênia.
3. Exigências: A utilização exclusiva e por longo período pode trazer problemas metabólicos aos animais, devido a
exigência de ácido oxálico Pode ser empregada para pastejo e fenação. Das três cultivares de Setaria anceps, a Nandi
é a que apresenta menos ácido oxálico (cristais de oxalato de cálcio).
4. Porte e hábito de crescimento: atinge de 1,5 a 2,0 m no florescimento. Apresenta rizomas curtos, forma touceira, é
perene.
5. Manejo: No pastejo controlado colocar os animais quando a forrageira estive com 40 a 60 cm e retira-los quando
reduzir a vegetação a 15 a 20 cm. Se bem pastejada, esta gramínea pode dar boa cobertura ao solo. O florescimento
é intenso, o que pode diminuir se adotar pastejo intenso no período que antecede a floração.
6. Capacidade de suporte: 2 UA/ha.
7. Rendimento: 60 ton./ha/ano de massa verde e 150 kg/ha de sementes com razoável valor cultural
8. Resistência: Resiste bem ao frio, adaptando-se bem no Sul de São Paulo, Mato Grosso e Norte do Paraná.
9. Multiplicação: Sementes, gastando-se de 20 a 40 kg/ha no plantio a lanço, gasto que será menor se o plantio for em
linha. A germinação desta gramínea é, lenta e irregular, exigindo uma semeadura superficial.
10. Composição química: 4 a 11% de P.B. na M.S.
I.2 - Outras espécies de setárea
 Setaria sphacelata (Schum) Stapf: A primeira a ser cultivada em nosso meio, é conhecida vulgarmente como rabo-
de-rapousa ou rabo-de-cachorro.
 Setaria geniculata P. Beauv: Nativa do Pantanal Matogrossense, onde é conhecida pelo nome de capim mimoso
vermelho.
I - Penisetum clandestinum Hochest:
1. Nome comum: capim Quicuio ou Kikuio.
2. Origem: África (região com 1.500 a quase 3.000 m. de altitude, nos países de: Etiópia, Eritréia, Quênia, Uganda,
Ruanda, Zaire e Tanzânia).
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3. Exigência: Exige solos férteis, ricos em matéria orgânica e relativamente úmidos. Para bom desenvolvimento
necessita de mais de 750 mm de precipitação anual.
4. Utilização: Ésta gramínea, de excelente qualidade pode ser empregada no pastejo e fenação. No pastejo não são
encontradas grandes áreas com esta gramínea, sendo mais comumente usada em piquetes para touros, bezerros,
suínos e maternidades de vacas.
5. Porte e hábito de crescimento: No Brasil o pote desta gramínea é de 30 a 40 cm. É perene, estolonífera e rizomatosa.
6. Manejo: No pastejo controlado, colocar os animais na pastagem quando esta apresentar em torno de 30 cm. de altura
e retira-los quando tiver 10 cm de altura. No pastejo contínuo procurar manter a pastagem com 15 a 20 cm de altura.
7. Capacidade de suporte: 2 UA/ha/ano.
8. Rendimento: Pode produzir 60 ton./ha/ano de massa verde em 6 cortes ou 5 ton/ha/ano de feno.
9. Resistência: É bem resistente ao frio, fogo, corte, pisoteio e sombreamento. Resiste mal à seca e umidade excessiva.
Quando plantada em solos pobres, apresenta problemas de doenças (ferrugem).
10. Multiplicação: Feitas por mudas ou estolões de 30 cm, em espaçamento de 1,0 x 1,0 m ou 0,6 x 1,0 m. Existe
uma subespécie Australiana que produz sementes, com gasto de 2 a 4 kg/ha. As sementes, quando eliminadas nas
fezes dos animais, germinam.
J - Pennisetum clandestinum cv Whittet
Comparado com o Kikuio comum, apresentou maior teor de proteína bruta. Há indícios de que seja também
menos exigentes em fertilidade do solo que o comum.
J.1 - Pennisetum clandestinum cv Breakwell
Comparado com a cv Whittet tem: Crescimento mais prostrado, internódios mais curtos e maior capacidade para
gramar, maior resistência ao pastoreio e a plantas invasoras.
1. Composição química: Apresenta de 8,0 a 10,8% de P.B. na M.S.
2. Consórcio: pode ser consorciada com Desmodium, Trevo branco, Stylosanthes e outras.
K - Tripsacum fasciculatum Trin (Tripsacum laxum Nash)
1. Nome comum: Guatemalão, Capim-imperial, Campim-Guatemala.
2. Origem: México, citando-se também, Guatemala e Filipinas.
3. Exigência: É exigente em fertilidade do solo, desenvolvendo-se bem em solos ricos em matéria orgânica e que retêm
muita umidade.
4. Utilização: Pode ser utilizado como verde picada e para ensilar.
5. Porte e hábito de crescimento: Pode atingir até 3,0 m., é perene, desenvolve-se de maneira lenta, (cerca de 7 g. de
M.S./dia/m2, isto é apresenta uma baixa taxa de crescimento.
6. Manejo: Cortar àaltura de 15 a 20 cm. do solo, o que facilita a brotação e deve ser feito quando a gramínea atinge
1,0 a 1,80 m., quando têm boa palatabilidade e digestibilidade. A partir deste porte os colmos tornam-se lignificados
e o valor nutritivo decresce.
7. Rendimento: 40 a 60 ton./ha/ano.
8. Resistência: Não resiste o encharcamento e geada, resistindo bem à seca. A broca da cana e a lagarta frugiperda
causam danos à cultura.
9. Multiplicação: Embora floresça, a frutificação é baixa, portanto a multiplicação é restrita a mudas que podem
constituir-se de colmos ou fraçõesde touceiras. O espaçamento empregado pode ser de 0,5 x 1,0 m. ou 1,0 x 1,0 m.,
com gasto de 4 a 5 ton. de mudas para formação de 1 ha.
10. Composição química: Pode apresentar de 4,0 a 13,4% de P.B. na M.S.
11. Consórcio: Consorcia bem com a Soja perene, Siratro, Centrosema, Galactia, etc.
L - Phalaris tuberosa L.
1. Nome comum: Falaris.
2. Origem: Não definida, cultivos registrados na Europa desde 1824.
3. Exigências: Desenvolve-se melhor em solos férteis, profundos e úmidos.
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4. Utilização: Pastejo, feno, podendo ser cortada e fornecida no cocho.
5. Porte e hábito de crescimento: Hábito de crescimento cespitoso, podendo atingir 1,0 m de altura.
6. Manejo: Não deixar ultrapassar 30 a 35 cm e não eliminar além de 8 a 10 cm em relação ao solo. Para feno cortar
antes do florescimento e para corte, cortar com 50 a 60 cm.
7. Rendimento: 4 a 8 ton de M.S. por hectare/ano, com 3 a 4 cortes, com maior produção no inverno e primavera.
8. Resistência: Gramínea de clima frio, de habitat natural em áreas úmidas. Apresenta tolerância à seca quando
cultivada em áreas de solos drenados.
9. Multiplicação: Por sementes, gastando de 8 a 9 kg/ha em linhas espaçadas de até 45 cm, na semeadura a lanço se
gasta 12 kg/ha. Colocar pouca terra sobre a semente.
10. Composição química: 6,3 a 15,0% de P.B. na M.S.
M - Festuca arundinaceae Schreb
1. Nome comum: Festuca, capim-suiter.
2. Origem: Europa.
3. Exigências: Gramínea de clima temperado que exige solos com boa umidade e matéria orgânica.
4. Utilização: Pastejo.
5. Porte e hábito decrescimento: Pode atingir 1,50 m, é perene de hábito de crescimento cespitoso.
6. Manejo: Pastejar quando estiver com 15 a 20 cm e retirar os animais com 5 cm de altura.
7. Rendimento: 6 a 7 ton de M.S./ha/ano.
8. Resistência: É tolerante à temperaturas baixas e sensível a deficiência de água.
9. Multiplicação: Por sementes, com gasto de 30 a 40 kg/ha.
10. Composição química: 15 a 20% de P.B. na M.S.
11. Consórcio: Trevo branco, não tolera concorrência com forrageiras de porte alto.
12. Variedades: Kentuck 31, Taqua B.
N - Hemarthria altissima (Poir) Staphf & Hubb
1. Nome comum: Hemartria.
2. Origem: África do Sul.
3. Exigências: Gramínea perene de estação quente.
4. Utilização: Pastejo, feno.
5. Porte e hábito de crescimento: Forma relvado de até 1,0 m, estolonífera, com estolões longos.
6. Manejo: Iiniciar pastejo com 20 a 25 cm de altura, retirando os animais quando tiver com uma altura de 5 cm.
Pastejo contínuo manter com 15 cm. Para feno cortar com 50 a 70 cm.
7. Rendimento: 12 ton. de M.S. por ha/ano, com 4 a 5 cortes.
8. Resistência: tolerante a temperaturas baixas, adapta-se bem a vários tipos de solos, inclusive a solos ácidos, com
baixa exigência por fertilidade.
9. Multiplicação: Por mudas com gasto de 2 a 3 ton/ha., em sulcos ou covas. O espaçamento entre sulcos pode ser de
até 1 m.
10. Composição química: 5,3 a 11,0% de P.B. na M.S.
11. Variedades/cultivares: Roxinha, Florida, Preferida, etc.
O - Secale cereale L.
1. Nome comum: Centeio.
2. Origem: Ásia Central.
3. Exigências: Bbaixa fertilidade do solo, não se adapta a solos muito úmidos.
4. Utilização: Pastejo, feno e para corte e silagem pré-secada.
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5. Porte e hábito de crescimento: Cespitoso, podendo atingir 1,30 m de altura, com ciclo curto em relação à aveia e
azevém.
6. Manejo: Iniciar pastejo com 30 cm e retirar os animais quando atingir 6 cm. Para corte faze-lo quando a planta tiver
30 cm.
7. Rendimento: 3,8 ton/ha. de M.S. em três cortes.
8. Resistência: Baixa ao pastejo contínuo.
9. Multiplicação: Semear de março a maio em sulcos com espaçamento de até 20 cm e densidade de 50
sementes/metro, com gasto de 70 a 80 kg/há. A lanço, aumentar a quantidade de sementes.
10. Composição química: 7,5 a 2,5% de P.B. na M.S.
11. Consórcio: Serradela.
12. Cultivares/variedades: Colonial, BR 1.
P - Pennisetum americanum (L) K. Schum
1. Nome comum: Milheto, pasto italiano, capim charuto.
2. Origem: África.
3. Exigências: Solos bem drenados e férteis, produzem com baixa precipitação.
4. Utilização: Pastejo, corte, fenação, silagem.
5. Porte e hábito de crescimento: Atinge até 1,2 m e, é planta cespitosa anual.
6. Manejo: cortar ou pastejar com plantas atingindo até 80 cm. No pastejo, retirar o gado com 30 cm.
7. Rendimento: 6 a 20 ton de M.S./ha. 
8. Resistência: Boa a períodos secos.
9. Multiplicação; semeadura de setembro a março, em linha com gasto de 15 kg de sementes/ha com espaçamento de
20 a 40 cm. A lanço com gasto de 20 Kg/ha.
10. Consórcio: Feijão miúdo.
11. Variedades/cultivares: Pérola, Tifidate, Millex 23
Q - Triticosecale Wiff
1. Nome comum: Triticale
2. Origem: Hibridação entre trigo e centeio (Canadá).
3. Exigências: Solos de média a alta fertilidade.
4. Utilização: Feno, corte, silagem pré-secada, pastejo.
5. Porte e hábito de crescimento: Cespitosa, anual.
6. Manejo: Cortar quando a forrageira atingir 40 cm. Cortando aos 60 dias, a rebrota pode ser utilizada para grãos.
7. Rendimento: 8 a 10 ton de M.S. por hectare.
8. Resistência: Alta a o frio.
9. Multiplicação: Por sementes com gasto de 150 a 100 kg/ha nos meses de abril a maio.
10. Composição química: 9 a 25% de P.B. na M.S.
11. Consórcio: Ervilhaca ou Ervilha forrageira. Mistura com Azevém tem dado bons resultados no Centro Sul do
Paraná.
R - Lolium multiflorum Lam
1. Nome comum: Azevém.
2. Origem: Mediterrâneo (Europa, Ásia, Norte da África).
3. Exigências: Solos férteis e boa umidade no período de estabelecimento.
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4. Utilização: Pastejo, feno.
5. Porte e hábito de crescimento: Planta anual de ciclo hibernal, cespitosa, podendo atingir 80 cm.
6. Manejo: Entrar com os animais quando as plantas tiverem 20 cm e retirar quando reduzir a 8-10 cm.
7. Rendimento: 7 a 12 ton./ha de M.S. por hectare/ano, em três a quatro cortes.
8. Resistência: Resistem bem a temperaturas baixas, umidade excessiva e acidez do solo.
9. Multiplicação: Semeadura de março a abril com 30 a 40 kg/ha.
10. Composição química: 5 a 22% de P.B. na M.S.
11. Consórcio: Ervilhaca, Serradela, Trevo vesiculoso, Alfafa, Centeio, Triticale.
S - Híbrido (Cynodon dactylon cv Coastal e Cynodon nlemfuensis var Robustus)
1. Nome comum: Coast cross.
2. Origem: África.
3. Exigências: Alta fertilidade do solo.
4. Utilização: Pastejo e fenação.
5. Porte e hábito de crescimento: São plantas perenes de crescimento estolonífero formando relevo de até 50 cm.
6. Manejo: Entrar com os animais quando o capim atingir 25 a 30 cm e retirar com 8 a 10 cm.
7. Rendimento: 7 ton. de M.S./ha/ano, em quatro cortes.
8. Resistência: Boa ao frio.
9. Multiplicação: Por estolões, onde 1 ha proporciona formação de 20 ha (1 ton/20 ha)
10. Composição química: 8 a 16% de P.B. na M.S.
11. Consórcio: Trevo Branco, Trevo Vesiculoso, Cornichão, Desmodium, Siratro.
12. Cultivares/variedades: Coast cross 1.
T - Avena sativa L.(branca); Avena byzantina Koch (amarela); Avena strigosa Schreb (preta)
1. Origem: Europa (velho mundo)
2. Exigências: As aveias vegetam numa grande variedade de solos, mas preferem os argilosos e limosos onde haja
estagnação de água. O solo deve ser preparado para melhor desenvolver da cultura. São menos sensíveis à acidez do
solo do que o trigo (desenvolve-se bem em solos com pH entre 4 a 7). Vegetam bem em regiões com temperatura
média de 19C até alguns graus abaixo de zero.
3. Utilização: Forragem oferecida aos animais no cocho, mesmo sem picar; silagem; feno; pastejo direto (com critério -
2 a 3 horas por dia, geralmente em faixas rotacionais). Apresenta ótima aceitação pelos animais.
4. Porte e hábito de crescimento:

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