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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE NITERÓI DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Processo N°. XXXXX-XX.XXXX.X.XX.XXXX RICARDO, já devidamente qualificado na presente AÇÃO PENAL que lhe move o MINISTÉRIO PÚBLICO, por intermédio de seu advogado e bastante procurador, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, manifestar expressamente a inconformidade com a sentença condenatória proferida pelo juízo “a quo”, momento oportuno também para interpor tempestivamente, fundamentando-se no Artigo 593, I do Código de Processo Penal o presente: RECURSO DE APELAÇÃO Requer-se, assim, que após recebida, com as devidas razões anexas, ouvida a parte contrária, sejam os autos remetidos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, onde deverá ser processado o presente recurso e, ao final, provido. Termos em que, Pede Deferimento. Niterói, RJ, XX de XXXXX de XXXX. ____________________ ADVOGADO OAB/UF n°. XXX.XXX RAZÕES DE APELAÇÃO Processo N°. XXXXX-XX.XXXX.X.XX.XXXX Apelante: RICARDO Apelado: MINISTÉRIO PÚBLICO Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Colenda Câmara Nobres Julgadores Em que pese o indiscutível saber jurídico do Meritíssimo Juízo “a quo”, impõe-se a reforma da respeitável sentença proferida ao apelante pelas razões de fatos e direitos a seguir expostas. DOS FATOS O Apelante foi condenado como incurso nas sanções do Artigo 157, § 2°, inciso I do Código Penal Brasileiro, sendo esse, roubo majorado pelo emprego de arma de fogo, cominando na pena de reclusão de oito anos e seis meses, a ser cumprida, inicialmente, no regime fechado. Conforme o descrito nos autos, o Apelante, durante o Inquérito Policial teria sido reconhecido pela vítima, através de um procedimento de reconhecimento consubstanciado pela visão, através de um pequeno orifício da porta da sala onde se encontrava o Apelante. Durante a instrução criminal, tanto a vítima quanto as testemunhas presentes não confirmaram terem escutado disparos de arma de fogo, muito embora todos afirmaram veemente que o autor do fato portava uma arma. Não houve apreensão de qualquer arma e, também por isso, não houve qualquer perícia. Os policiais ouvidos em juízo, afirmaram que após ouvirem gritos de “pega ladrão”, saíram ao encalço do acusado. Também disseram que durante a perseguição o acusado era apontado por pessoas que passavam próximas, e que perceberam quando este jogou algo no córrego que existe ali perto, imaginando que fosse uma arma. No interrogatório, o acusado, ora Apelante, exerceu o seu direito de ficar em silêncio, tendo o juízo “a quo” considerado, para a condenação e fixação da pena, os depoimentos das testemunhas e o reconhecimento feito pela vítima em sede policial. Ora, Nobres Desembargadores, a decisão condenatória, contudo, merece ser reformada, senão vejamos. PRELIMINARMENTE É valido destacar, inicialmente, a desobediência do disposto no Artigo 226, II, do Código de Processo Penal, que impõe condições para o procedimento de reconhecimento de pessoas e, por isso mesmo, impõe que se reconheça a nulidade processual, nos termos do Artigo 564, IV do Código de Processo Penal. DO MÉRITO Evidentemente, pelo que consta dos autos, merece o Apelante ser absolvido da imputação que lhe é feita através da denúncia. Não há qualquer prova de ter o acusado, ora Apelante, concorrido para a prática do crime de roubo, eis que não comprovada a autoria. Concretamente o que existe nos autos não serve para apontar autoria. A vítima reconheceu o acusado, ora Apelante, em procedimento totalmente impróprio e inadequado, já que “espiou” por um pequeno orifício de porta em direção a sala onde se encontrava o réu. Assim procedendo, não observou a autoridade as condições impostas pela Legislação Penal para o reconhecimento de pessoas, expressamente dispostas no Artigo 226, II do Código de Processo Penal. De tal modo, assim, procedendo, incorreu, inclusive, em prova ilícita, contrariando, também, o contido no Artigo 157 do Código de Processo Penal. Frise-se, também, que a coleta da prova, irregular e ilícita, foi feita em sede policial, não tendo sido judicializada e, por isso mesmo, imprestável para sustentar a condenação do acusado, ora Apelante. Além disso, há apontada nulidade, conforme explicitado em preliminar, já que o acusado deveria ter sido colocado em sala própria, ao lado de outras pessoas, a fim de que pudesse ser, verdadeiramente, identificado pela vítima. Sendo assim, não há como sustentar que esteja provada a autoria, impondo-se, não reconhecida a nulidade, a absolvição, por ausência de prova da autoria. Alternativamente, se faz necessário apontar para a ausência de comprovação da utilização de arma, se por hipótese, e por mera argumentação, aceitar- se que tenha o agente sido o autor do delito. A arma não foi apreendida, e, se ela existisse, deveria ter sido alcançada, visto que os policiais afirmam ter sido a mesma jogada em um córrego. Embora a veemente afirmação, não houve qualquer empenho na busca da suposta arma. Portanto, para fins de argumentação, se o agente tivesse sido autor de algum delito, esse não poderia ser de roubo majorado pelo emprego de arma. Não poderia, sequer, ser considerado crime de roubo, eis que não há prova, nos autos, do emprego de violência ou grave ameaça contra pessoa. Assim, se alguma condenação deva pesar sobre o ora Apelante, essa deverá se constituir pela prática de furto, mas não de roubo. DO PEDIDO “Ex positis”, requer-se a reforma da decisão proferida pelo Meritíssimo Juiz “a quo” para decretar a absolvição do Apelante, com fulcro no Artigo 386, V do Código de Processo Penal, uma vez que não está provada que o acusado tenha concorrido para eventual prática de infração penal. No caso de não ser decretada absolvição, seja declarada nula a decisão condenatória, eis que não observadas as condições impostas para o reconhecimento de pessoas, existindo omissão quanto as formalidades essenciais do ato, de acordo com o previsto no Artigo 226, II do Código de Processo Penal e Artigo 564, IV do mesmo diploma legal, visando também, resguardar direito do devido processo legal. Ainda, não havendo convencimento quanto à absolvição ou à nulidade, seja o acusado, ora Apelante, beneficiado pelo princípio do “in dúbio pro reo”, a fim de vê-lo, no máximo, condenado por crime de furto. Por ser medida de Justiça, Roga por Deferimento. Rio de Janeiro RJ, XX de XXXXXX de XXXX. ____________________ ADVOGADO OAB/UF n°. XXX.XXX
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