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CASO CONCRETO 11 TRABALHO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DO TRABALHO DA 99o VARA DO TRABALHO DA CIDADE DE 
SALVADOR-BA 
 
 
RECURSO ORDINARIO 
 
Processo nº... 
 
AERODUTO, já qualificada nos autos em epígrafe, em que contende com PAULO, também 
qualificado, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado 
adiante assinado, com fulcro nos arts. 893, II e 895, I, ambos da CLT, interpor: 
 RECURSO ORDINÁRIO 
Com base no artigo 895, I da CLT, de acordo com a razões em anexo as quais requer que 
sejam recebidas e remetidas ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região. 
 
 
Segue comprovante do recolhimento de custas e depósito recursal em anexo. 
Nestes termos, 
pede deferimento. 
Local e data; 
ADVOGADO; 
OAB/UF. 
 
 
 
COLENDO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 5º REGIÃO. 
 RECURSO ORDINÁRIO 
 
Processo nº... 
 
RECORRENTE: AERODUTO 
RECORRIDO: PAULO 
 RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO 
A R. Sentença não merece ser mantida, razão pela qual o Recorrente postula pela sua reforma. 
I – DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 
1.1. – DA LEGITIMIDADE 
Tendo em vista a Recorrente ser a Reclamada, é parte legítima para recorrer. 
1.2. – DO INTERESSE PROCESSUAL 
Tem interesse processual, visto que objetiva atacar a decisão recorrida. 
1.3. – DA TEMPESTIVIDADE 
A R. Sentença foi devidamente publicada, iniciando o prazo para interpor Recurso Ordinário, 
apresentado este de forma tempestiva, conforme cópia do PJE em anexo. 
1.4. – DEPÓSITO RECURSAL 
Recolhido no valor de R$ ___, no prazo do recurso, por meio da guia GFIP em anexo, conforme 
Súmulas 245 do TST. 
1.5. – CUSTAS PROCESSUAIS 
Recolhidas no valor de R$___, correspondentes a 2% do valor da condenação, no prazo do 
recurso, por meio da guia GRU em anexo, conforme art. 789, I, Da CLT. 
 
II – PRELIMINARMENTE 
2.1. – DO CERCEAMENTO DE DEFESA POR PROVA TESTEMUNHAL E PERICIAL 
Conforme a r. sentença, anexada aos autos, houve o cerceamento da defesa, não assistido o 
direito concebido pela CF/88 ao contraditório e ampla defesa a recorrente, conforme preconiza 
o art. 5º, LVI, da Carta Magna, quando de fato e devidamente protestado o juízo a quo não 
permitiu a produção de prova testemunhal e não determinou a perícia que seria imprescindível 
pra a elucidação do caso. 
Requer assim, a recorrente, que a preliminar seja acolhida, extinguindo o processo sem 
resolução do mérito. 
III – BREVE RESUMO DOS FATOS E DA RESPEITÁVEL SENTENÇA 
3.1. A recorrente com vistas de fornecer um espaço limpo e no melhor intuito de zelar por seus 
“clientes” optou em contratar os serviços da empresa TUDO LIMPO LTDA, ora 1ª requerida, para 
fazer a limpeza do espaço do aeroporto de forma terceirizada, sendo assim, a recorrente é 
apenas tomadora de serviços. 
3.2. A 1ª requerida por sua vez, contratou o recorrido em 22/02/2015 a qual manteve contrato 
de trabalho com este até o dia 15/03/2016, o recorrido exercia a função de auxiliar de serviços 
gerais, no decorrer do contrato o recorrido apenas laborou na pista de um aeroporto de 
pequeno porte o qual a recorrente é de fato responsável pelo gerenciamento. 
3.3. Ocorre N. julgadores, que após o término do contrato de trabalho o recorrido ingressou 
com Reclamação Trabalhista em face da 1ª requerida e da recorrente, mesmo já tendo recebido 
toda a verba rescisória devida, alegou que não recebeu o adicional de insalubridade e também 
requereu a incidência de correção monetária sobre o valor dos salários, vez que recebia sempre 
até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido e como mudou o mês de competência, 
deveria haver a correção monetária. 
3.4. A recorrente na audiência de instrução de julgamento compareceu devidamente 
representada por seu preposto, funcionário da empresa, assim como de seu advogado, naquele 
mesmo ato apresentou todos os documentos pertinentes a comprovação da veracidade de suas 
alegações, conforme ata da audiência acostada nos autos do processo em epígrafe, porém, em 
detrimento da 1ª recorrida ter sido representada por um contador, o juízo a quo decretou a 
revelia desta e, consequentemente julgou totalmente procedente os pedidos do recorrido, 
condenando a recorrente de forma subsidiaria a 1ª reclamada. 
IV. DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA 
O douto juízo de primeira instância condenou a recorrente como responsável 
subsidiária em todos os pedidos do reclamante. Em que pese a indiscutível capacidade analítica 
e julgadora do MM. Juiz, se faz necessário afirmar que neste ponto também laborou em erro o 
ínclito magistrado, uma vez que a sua decisão fora proferida em total afastamento com o 
contexto fático da demanda, e da jurisprudência aplicável em casos análogos. Em sua sentença, 
o juízo de primeiro grau olvida que a empresa pública Aeroduto, aqui recorrente, demonstrara 
efetivamente em todo o caminho do feito, o seu zelo e cumprimento integral a todos os termos 
contratuais que carecem na execução de um contrato administrativo. 
A recorrente, de modo tempestivo, juntou toda a documentação relacionada à 
fiscalização do contrato, bem como exames médicos de rotina realizados nos empregados da 
primeira reclamada, sendo inclusive dentre eles o autor, os quais não demonstraram nenhuma 
alteração de saúde ao restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive 
perante o Registro de Imóveis. (Lei nº 8.966/93). 
 
" Súmula nº 331 do TST CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE (nova redação 
do item IV e inseridos os itens V e VI à redação) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 
31.05.2011 " 
I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo 
diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 
03.01.1974). 
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de 
emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da 
CF/1988). 
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 
7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados 
ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação 
direta. 
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a 
responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que 
haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial. 
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem 
subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no 
cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do 
cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. 
A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas 
assumidas pela empresa regularmente contratada. 
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentesda condenação referentes ao período da prestação laboral. 
 Pelo exposto, Excelências, nota-se que a modificação da sentença ora vergastada é medida que 
se faz extremamente necessária. 
Por ocasião da força probante de todos os documentos que demonstram a efetiva vigilância e 
cuidado em que sempre esteve o ente público perante aos empregados da prestadora de 
serviços contratada, todos devidamente juntado aos presentes autos, mas que foram, ao que 
parece, notadamente esquecidos pelo juízo de primeiro grau ao proferir sua decisão. 
Assim, desde logo, passa -se a requerer a exclusão da responsabilidade subsidiária da segunda 
reclamada, nos termos da fundamentação supra. 
VI. DA REVELIA DA 1ª RECLAMADA 
Em razão da aplicabilidade escorreita da lei, mesmo que o fundamento do tópico 
favoreça a primeira reclamada, faz-se necessário citar que o juízo de primeira instância, ao 
decretar a revelia da mesma, não se ateve ao mandamento expresso na súmula 377 do TST, 
quando aduz sobre a não obrigatoriedade de o preposto ser empregado da empresa reclamada, 
quando se trata de microempresa. O que se mostra, então, necessário a reforma quanto a este 
tópico na sentença atacada. Nesses termos: Súmula nº 377 do TST 
VII. DA IMPOSSIBILIDADE DE FIXAÇÃO DE INSALUBRIDADE PELO JUÍZO SEM PERÍCIA 
PRÉVIA, mais uma vez resta-se patente a necessidade de modificação na sentença que se 
mostra completamente desordenada dos preceitos da lei especial aplicável, levando agora em 
consideração que o MM. Juiz fixou o grau máximo de periculosidade no caso em tela, quando o 
mandamento expresso da consolidação das leis do trabalho, exige o laudo técnico elaborado por 
perito oficial previamente habilitado. 
 Assim, não poderia o magistrado arbitrar ex officio qualquer grau de periculosidade em total 
arrepio da lei pertinente. Assim é expressão do artigo 195, parágrafo 2º, da CLT: Art. . 195 - A 
caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as insalubridade e 
da periculosidade. 
Segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do 
Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho. § 2º - Argüida em 
juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por Sindicato em favor de grupo 
de associado, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver, 
requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho. (Redação dada pela Lei nº 
6.514, de 22.12.1977) (CLT) 
VIII. DA NÃO SUJEIÇÃO À CORREÇÃO MONETÁRIA DO SALÁRIO DO OBREIRO. 
O Douto juiz do trabalho fixou na condenação a correção monetária no salário do 
Reclamante, sob o argumento de que haveria corrosão inflacionária nos vencimentos do autor 
por decorrência do pagamento ter se dado sempre no quinto dia útil do mês. 
Ocorre que mais uma vez labora em erro o Excelentíssimo magistrado, visto entendimento 
consagrado na súmula 381 do TST, sobre a impossibilidade de se aplicar correção monetária 
quando o pagamento dá-se até o quinto dia útil de cada mês, o que sempre ocorrera no caso em 
análise. E mais, a súmula referida diz que só se torna exigível a correção quando ultrapassado o 
período temporal supra referido, tendo-se aqui a atualização do valor para o mês subsequente, 
o que ainda assim não fora aplicado na presente reclamação. 
Nesse sentido: Súmula nº 381 do TST CORREÇÃO MONETÁRIA. SALÁRIO. ART. 459 DA CLT 
(conversão da Orientação Jurisprudencial nº 124 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 
25.04.2005 O pagamento dos salários até o 5º dia útil do mês subseqüente ao vencido não está 
sujeito à correção monetária. Se essa data limite for ultrapassada, incidirá o índice da correção 
monetária do mês subseqüente ao da prestação dos serviços, a partir do dia 1º. (ex-OJ nº 124 da 
SBDI-1 - inserida em 20.04.1998. 
IX. DOS PEDIDOS 
Ante ao exposto, colenda câmara, pelo mais que dos autos consta, doutrina, jurisprudência 
e princípios gerais do direito, espera e requer o recorrente o provimento do presente recurso 
ordinário para: 
I. Que seja decretada a nulidade da sentença proferida pelo juízo “a quo”, vez que fora 
prolatada em avilto a preceitos fundamentais de defesa e liberdade processual, em afronta aos 
princípios da ampla defesa e do contraditório, previstos no artigo 5º, LV, da CF, com disposição 
também nos artigos 7º e 369 do CPC/15, e da pertinência da prova testemunhal e pericial 
requerida, com o caso em tela, as quais foram imotivadamente obstadas pelo juízo de primeira 
instância, em nítido cerceamento de defesa a parte requerente, o que resultara em grave 
prejuízo a esta, visto ter sido condenada subsidiariamente em todos os pedidos do autor; 
II. Sendo superado o pedido do item "I", que seja modificada a sentença vergastada afim de que 
se exclua a responsabilidade subsidiária da segunda reclamada, por ocasião da força probante 
de todos os documentos que demonstram a efetiva vigilância e cuidado em que sempre esteve 
o ente público perante aos empregados da prestadora de serviços contratada, todos 
devidamente juntados aos presentes autos, mas que foram, ao que parece, notadamente 
esquecidos pelo juízo de primeiro grau ao proferir sua decisão, em consonância ao artigo 71, 
parágrafo 1º da lei 8.666/93, e da súmula 331, V, do TST; 
III. Seja afastada a revelia da 1ª reclamada, visto que a sentença não se ateve ao mandamento 
expresso na súmula 377 do tst, quando aduz sobre a não obrigatoriedade de o preposto ser 
empregado da empresa reclamada, quando se trata de microempresa; 
IV. Seja reconhecida a impossibilidade de fixação de grau de insalubridade pelo juízo sem perícia 
prévia, vez que fora fixado o grau máximo de periculosidade no caso em tela, quando o 
mandamento expresso da consolidação das leis do trabalho, exige o laudo técnico elaborado por 
perito oficial previamente habilitado, nos termos do artigo 195, parágrafo 2º da CLT. 
V. Seja excluída a correção monetária do salário do obreiro, visto entendimento consagrado na 
súmula 381 do TST, sobre a impossibilidade de se aplicar correção monetária quando o 
pagamento dá-se até o quinto dia útil de cada mês, o que sempre ocorrera no caso em análise. E 
mais, a súmula referida diz que só se torna exigível a correção quando ultrapassado o período 
temporal supra referido, tendo-se aqui a atualização do valor para o mês subsequente, o que 
ainda assim não fora aplicado no julgamento da presente reclamação 
 
 Nestes termos, pede e espera deferimento; 
 
Cidade; Salvador 
Estado; Bahia 
 Data; 05 de Dezembro de 2017 
Nome do advogado.... 
OAB/UF.

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