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Resumo - Doenças Periodontais Necrosantes

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Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) 
 
INTRODUÇÃO 
Grupo de enfermidades que atingem os tecidos 
periodontais. 
Reação rápida e agressiva ao biofilme. 
Sua etiologia é multifatorial e complexa. 
São elas: 
1. Gengivite Necrosante; 
2. Periodontite Necrosante; 
3. Estomatite Necrosante. 
FATORES PREDISPONENTES 
Microrganismos: papel determinante no desen-
volvimento da doença; 
O comprometimento da resposta imune depende 
da patogenicidade das bactérias envolvidas no 
biofilme; 
Fatores sistêmicos: 
1. HIV: 
• Infecção ataca linfócitos T auxilia-res 
(CD4+); 
• Severa redução da resistência do 
hospedeiro à infecção; 
• Redução dos linfócitos T → apare-
cimento de gengivite necrosante. 
2. Estresse: 
• Redução das medidas de higiene oral; 
• Aumento no nível de corticosteroides e 
catecolaminas; 
• Redução da microcirculação e fluxo 
salivar; 
• Redução da quimiotaxia e fagocitose de 
neutrófilos e da resposta linfocítica, 
facilitando a invasão bacteriana e 
promovendo destruição tecidual. 
3. Desnutrição: 
• Redução da resistência do hospedeiro à 
infecção, pela diminuição da resposta 
das proteínas de fase aguda no processo 
infeccioso; 
• Esgotamento dos principais nutrientes 
que participam das integridades das 
mucosas. 
 
4. Tabagismo: 
• Influencia na resposta imune do hospe-
deiro e das reações teciduais; 
• Redução do número de linfócitos T 
auxiliares; 
• Alterações na quimiotaxia e atividade fa-
gocítica dos polimorfonucleares: PMNs. 
5. Álcool: 
• Diversos efeitos psicológicos; 
• Somado a outros fatores, se trona fonte 
geral de debilitação. 
6. Pacientes jovens: 
• Geralmente entre 22-24 anos; 
• Associação a outros fatores citados 
anteriormente, como fumo, álcool, 
estresse... 
Fatores locais: 
1. Restaurações com excesso marginal; 
 
2. Impacção alimentar; 
 
3. Dentes mal posicionados na arcada; 
 
4. Presença de cálculo. 
 
Doenças periodontais necrosantes 
Periodontia 
 
 
Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) 
• O controle dos fatores predisponentes 
locais e sistêmicos é muito importante 
→ Uma boa anamnese ajuda a definir o 
melhor plano de tratamento; 
• Agir rapidamente para evitar progressão 
e exacerbação. 
PATOGÊNESE 
Na situação de equilíbrio, o periodonto 
apresenta comunidades microbianas com baixa 
diversidade e riqueza, abrigando patógenos-
chave, microrganismos simbiontes e patobiontes 
em baixa frequência e em proporções compatíveis 
com o periodonto saudável. 
 
Na situação de desequilíbrio, os patógenos-
chave induzem inflamação, o que leva a uma 
expansão dos microrganismos patobiontes, 
promovendo inflamação dos tecidos periodontais 
e destruição dos tecidos conjuntivo e ósseo. 
Bactérias mais encontradas: 
1. Fusobactérias e espiroquetas: inva-
são do tecido epitelial e conjuntivo a 
partir da liberação de endotoxinas, cujo 
efeito pode ser direto ou indireto: 
Efeito direto 
 
 
 
 
Efeito indireto 
 
2. Bactérias anaeróbias estritas dos comple-
xos laranja e vermelho: 
 
• Treponema spp.; 
• Prevotella intermedia; 
• Porphyromonas gingivalis; 
• Fusobacterium nucleatum; 
• A. actinomycetencomitans. 
ASPECTOS MICROSCÓPICOS 
Infiltrado inflamatório superficial: neutrófilos e 
PMNs (características de processo agudo); 
Infiltrado inflamatório profundo: linfócitos e 
plasmócitos (características de processo crônico). 
 
Lesões ulceradas com formação de pseudomem-
brana (fibrina, tecido necrótico, células inflama-
tórias, bactérias mortas e vivas); 
Exposição do tecido conjuntivo e sangramento. 
Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) 
SINAIS E SINTOMAS 
Sangramento espontâneo ou provocado por leves 
estímulos; 
Necrose da papila (papila invertida); 
 
Salivação excessiva; 
Gosto metálico; 
Odor fétido; 
Mal-estar e dor gengival intensa; 
Episódios de febre e linfadenopatia frequente nos 
gânglios linfáticos submandibulares. 
CLASSIFICAÇÃO 
GENGIVITE NECROSANTE 
Infecção localizada restrita ao periodonto de 
proteção; 
Necrose e ulceração (crateras) das pontas das 
papilas e margem gengival (gengiva livre); 
Gengivite crônica pré-existente: região anterior 
da mandíbula; 
 
Sítios vestibular e lingual; 
Pode progredir para outros sítios na boca, 
evoluindo de uma doença localizada a 
generalizada; 
 
Eritema linear marginal indica hiperemia dos 
vasos do sulco, dividindo a gengiva afetada da 
gengiva saudável; 
Sinais e sintomas: 
1. Sangramento espontâneo ou ao mínimo 
contato; 
2. Dor → alimentação prejudicada e 
diminuição da higiene bucal. 
Diagnóstico Diferencial: 
Gengivoestomatite Herpética 
Primária X Gengivite Necrosante: 
 
As úlceras da Gengivoestomatite herpética 
primária não afetam as papilas; 
Pode evoluir apicalmente, levando a uma 
Periodontite Necrosante; 
 
PERIODONTITE NECROSANTE 
Aspectos clínicos da Gengivite Necrosante + 
separação da papila com depressão necrótica, 
formação; de crateras e perda de inserção clínica 
estabelecida; 
 
Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) 
Quanto mais profunda a cratera interproximal, 
maior a exposição da crista óssea; 
 
O acúmulo de microrganismos (biofilme) 
favorece a progressão da doença; 
Áreas de necrose interproximal podem migrar 
lateralmente e fundir-se com áreas vizinhas, 
formando uma zona extensa de destruição; 
Em casos severos, como em pacientes 
imunocomprometidos, pode haver sequestro 
ósseo na região interdental; 
Início relativamente rápido. 
ESTOMATITE NECROSANTE 
Estágio tardio da Doença Periodontal Necrosan-
te; 
Importante fator de agravamento da saúde sistê-
mica do indivíduo; 
O tecido necrótico ultrapassa a junção muco-
gengival; 
Extensão da necrose à mucosa alveolar; 
 
Amplos sequestros ósseos, osteíte e formação de 
fístula oroantral (comunicação patológica entre a 
cavidade bucal e o seio maxilar); 
Pacientes com severo comprometimento sistêmi-
co (AIDS, desnutrição...) 
Características gerais: 
a) Crianças: pobre higiene bucal, desnutri-
ção crônica e carência de saneamento 
básico; 
b) Relação direta com o comprometimen-
to severo do sistema imunológico; 
c) Pacientes não sobrevivem muito tempo, 
devido às condições sistêmicas e imuno-
lógicas. 
 
CONSEQUÊNCIAS 
Presença de crateras profundas (sequela); 
Dificultam a higienização; 
Ocorrência de uma periodontite convencional; 
Controle da doença: efetiva higiene oral e 
tratamento periodontal → combate à 
microbiota infecciosa; 
TRATAMENTO 
O prognóstico de cada doença varia de acordo 
com o grau de debilidade imunológica do 
paciente. 
GENGIVITE E PERIODONTITE 
NECROSANTE 
Organizado em estágios sucessivos: 
1. Fase aguda: controle do desconforto 
do paciente (DOR): 
• Controle da microbiota local para 
reduzir a destruição de tecido; 
 
• Debridamento dos tecidos necróticos; 
• Associação de antimicrobianos tópicos, 
como a clorexidina 0,12%, e 
anitibióticos: Metronidazol 250 mg (8/8 
horas) 
- Ativo contra bactérias anaeróbias estri-
tas. 
- HIV: associar entre antimicrobianos 
locais e sistêmicos. 
Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) 
• Com a melhora dos sinais e sintomas, 
deve-se reforçar as medidas de higiene 
oral e aprofundamento do debridamento 
das lesões. 
• Reavaliação do paciente. 
2. Tratamento de condições pré-
existentes: 
• Gengivite e periodontite pré-existentes; 
• Tratamento: raspagem e alisamento 
radicular (RAR) e profilaxia; 
 
• Reforço de instrução de higiene oral e 
motivação do paciente; 
• Tratamento dos fatores locais e 
sistêmicos predisponentes. 
3. Tratamento corretivo da sequela: 
• Correção da topografia gengival 
alterada; 
• Gengivectomia (recorte de gengiva 
em excesso decorrentede doenças 
periodontais) e Gengivoplastia (re-
corte de gengiva em excesso por moti-
vos estéticos); 
• Cirurgia à retalho ou cirurgia regene-
rativa. 
 
4. Fase de suporte ou manutenção: 
• Colaboração do paciente com a higiene; 
• Controle dos fatores predisponentes. 
ESTOMATITE NECROSANTE 
Incisões ósseas, para promover sangramento e 
proteção do tecido exposto com cimento 
cirúrgico; 
Antibioticoterapia; 
 
Fases do tratamento: 
1. Fase aguda: 
• Debridamento mecânico do tecido 
necrótico + irrigação (clorexidina 
0,12%, peróxido de hidrogênio 3%) + 
antibioticoterapia (Metronidazol 250 
mg: 4 vezes ao dia por 4-5 dias). 
2. Segunda fase: 
• Bochechos com antimicrobiano local: 
clorexidina 0,12% ou 0,2%, pois apre-
senta amplo espectro antimicrobiano e 
substantividade (permanece na película 
adquirida por 12 horas). 
3. Terceira fase: 
• Acompanhamento do paciente; 
• Retorno do paciente 24 horas após o 
tratamento imediato, para reavaliação da 
higiene bucal e nova necessidade de 
debridamento tecidual; 
• Realizar raspagem e aplainamento 
radicular (RAR), para remoção de 
biofilme e cálculos. 
REFERÊNCIAS 
Lindhe, J.: Tratado de Periodontia Clínica e 
Implantodontia Oral – 5ª edição, Parte 6, 
Capítulo 20.

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