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CIVIL - LFG

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DIREITO CIVIL
Professor: ANDRÉ BARROS
AULAS:
Aula 1 – 30/01/09 – LICC
Aula 2 – 05/02/09 – PESSOAS NATURAIS
Aula 3 – 16/03/09 – PESSOAS
Aula 4 – 17/03/09 – PESSOAS/BENS 
Aula 5 – 13/04/09 – BENS/NEGÓCIOS JURÍDICOS 
Aula 6 – 21/04/09 – PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Aula 7 – 24/04/09 – OBRIGAÇÕES I: Classificações
Aula 8 – 18/05/09 – Simulação, Fraude Contra Credores, Prescrição e Decadência
Aula 9 – 28/05/09 – OBRIGAÇÕES
Aula 10 – 18/06/09 – Consequências do Inadimplemento
Aula 11 – 21/06/09 – Obrigações – Término / Responsabilidade Civil 
Aula 12 – 26/06/09 – Responsabilidade Civil 
Aula 13 – 29/06/09 – CONTRATOS
Aula 14 – 02/07/09 – DIREITOS REAIS
AULA 01 (LICC) 30/01/09
LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL 
(Decreto-lei nº. 4.657/42)
1. CONCEITO ( é uma norma jurídica que tem por objetivo regular outras normas jurídicas. Ela é denominada como uma lex legis ou como uma norma de sobredireito ou superdireito. 
QUESTÃO:
É aplicável somente ao direito privado?
R: Não. Ela se aplica a toda e qualquer lei, seja de direito privado, seja de direito público.
QUESTÃO: 
Aplica-se a LICC à CF/88?
R: Sim. Pois há diversas lacunas na CF por exemplo, dai a aplicação da LICC à CF.
2. INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS (HERMENÊUTICA) ( é a ciência que estuda os meios de interpretação.
QUESTÃO: 
Toda norma jurídica precisa ser interpretada?
R: Sim. Toda norma jurídica precisa ser interpretada. Para identificar seu sentido e o alcance.
2.1. CLASSIFICAÇÃO DA INTERPRETAÇÃO DE ACORDO COM OS ELEMENTOS
a) INTERPRETAÇÃO GRAMATICAL ou LITERAL: é aquela que se baseia em regras da linguística, examinando cada termo da norma, a origem etimológica, pontuação, colocação dos vocábulos etc. Para alguns autores seria a primeira fase do processo interpretativo.
b) INTERPRETAÇÃO LÓGICA: procura desvendar o sentido e o alcance da norma, mediante raciocínios lógicos, analisando os períodos da lei e combinando-os entre si, com o escopo de atingir perfeita compatibilidade. É pautada na coerência e na correlação com outras normas.
c) INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA: verifica o sistema jurídico, isto é, o contexto legal em que se insere a norma, relacionando-a com outras concernentes ao mesmo objeto. Para tanto, leva em consideração o livro, título, capítulo, seção, parágrafo etc. Analisando as demais normas que compõem um sistema pode-se desvendar o sentido de uma norma específica dele integrante. Por se pautar num raciocínio lógico, há quem prefira denominá-la de interpretação lógicosistemática.
d) INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA: se baseia no estudo dos fatos que antecederam a norma (occasio legis), verificando o histórico do processo legislativo, sua exposição de motivos e emendas bem como as circunstâncias sociais, políticas e econômicas que orientaram a sua elaboração.
e) INTERPRETAÇÃO SOCIOLÓGICA OU TELEOLÓGICA: busca o sentido e aplicação da norma a partir da finalidade social a que ela se dirige. Leva em consideração valores como a exigência do bem comum, justiça, liberdade, igualdade, paz etc.
(Questão n. 61 – PFN/2007 – Prova II) Assinale a opção falsa.
a) Uma das regras norteadoras do emprego do processo interpretativo teleológico seria: deve-se conferir ao texto normativo um sentido que resulte haver a norma regulado a espécie a favor e não em prejuízo de quem ela visa proteger.
Gabarito oficial: Verdadeira
f) INTERPRETAÇÃO ONTOLÓGICA: busca a razão de ser da lei. A ratio legis. Acaba muitas vezes sendo uma continuação da interpretação teleológica.
QUESTÃO:
Existe uma meio considerado o mais correto de interpretação?
R: Não. Porque os meios de interpretação não se excluem, mas sim se completam. O aplicador do direito deve-se valer do maior número possível dos meios de interpretação para obter um melhor resultado.
3. APLICAÇÃO DA NORMA JURÍDICA
 
Toda lei é genérica e abstrata, devendo o juiz, diante de um caso concreto, encontrar a norma adequada através da SUBSUNÇÃO, que é o enquadramento do fato individual ao conceito abstrato contido na norma. No passado essa análise se restringia ao FATO e a NORMA, mas, atualmente, seguindo a teoria tridimensional do direito de Miguel Reale, o operador do direito deve verificar três elementos: FATO, NORMA e VALOR. A Teoria Tridimensional é parte de uma teoria maior: a ontognoseologia jurídica. Vejamos:
3.1. ONTOGNOSEOLOGIA JURÍDICA (MIGUEL REALE)
· CULTURALISMO JURÍDICO ( é o aspecto SUBJETIVO. Culturalismo jurídico é em apertada síntese, a utilização das experiências, história e cultura do aplicador do direito. Ou seja, somente a pessoa pode aplicar o direito corretamente quando ela utiliza sua própria “história de vida”. Dessa teoria decorre a necessidade de 3 anos de experiência jurídica para determinados concursos públicos.
· TRIDIMENSIONAL DO DIREITO ( é o aspecto OBJETIVO. Consiste na análise de três subsistemas isomórficos. Esses subsistemas são: FATO, NORMA e VALOR.
QUESTÃO: 
Qual a diferença entrea Teoria Tridimensional do Direito e a Teoria Pura do Direito?
R: Uma é exatamente o oposto da outra. Na Teoria Pura do Direito, a análise do legislador sobre o objeto não seria contaminada por nenhum outro elemento. Na Teoria Pura do Direito o principal era eliminar a ideia de valores. Já a Teoria Tridimensional do Direito utiliza/considera os valores.
Por exemplo: no Holocausto. Do ponto de vista da teoria kelseniana não havia nada de errado com a prática do governo alemão, não importava se o ser humano estava sendo tratado de forma crudelíssima, coisificado, ou seja não poderia ser empregado o princípio da dignidade da pessoa humana, pois princípio é VALOR, e valor não tem cabimento para a Teoria Pura do Direito.
QUESTÃO:
Que problemas podem surgir quando se realiza uma subsunção?
R: São dois problemas que o operador pode deparar: lacuna e antinomía.
4. LACUNA (LACUNA DE OMISSÃO)
4.1. CONCEITO: é a ausência de norma expressa regulando determinado fato concreto.
4.2. ESPÉCIES DE LACUNA
· LACUNA LEGAL: Também conhecida como lacuna propriamente dita, ocorre quando a ordem normativa não regula determina fato concreto.
· LACUNA AXIOLÓGICA: Ocorre quando a ordem normativa não regula de forma justa determinado fato concreto.
· LACUNA ONTOLÓGICA: Ocorre quando a ordem normativa não apresenta norma com eficácia social regulando determinado fato (a norma não está adequada a realidade, ao “ser” (Sein)).
QUESTÃO:
O juiz pode deixar de julgar alegando lacuna?
R: Não. Por conta do Instituto da Vedação ao Non Liquet no Brasil. Presente nos seguintes dispositivos legais abaixo:
OBS: VEDAÇÃO AO NON LIQUET: Art. 126 do CPC; Art. 8 do CLT; Art. 7 do CDC; Art. 107 do CTN.
Art. 126 do CPC: “O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito”.
4.3. MEIOS DE SUPRIR A LACUNA: são os meios de colmatar, suprir, integrar determinada lacuna.
(Questão n. 61 – PFN/2007 – Prova II) Assinale a opção falsa.
d) Os meios de preenchimento de lacuna são indicados pela própria lei. (Art. 4° da LICC)
Gabarito oficial: Verdadeira.
1º) ANALOGIA
CONCEITO ( consiste na aplicação de uma norma jurídica prevista para uma hipótese distinta, porém semelhante. O fundamento na analogia: onde existe a mesma razão, deve existir o mesmo direito. Por exemplo: antes da entrada em vigor do CC/02 só havia uma lei que regulava os danos causados no contrato de transporte coletivo de pessoas (decreto-lei n° 2681 de 1912 para transporte ferroviário), foi utilizada para todo e qualquer tipo de contrato de transporte coletivo de pessoas (acidente de trem, bonde, ônibus, escada rolante e elevador!).
ESPÉCIES DE ANALOGIA:
· ANALOGIA LEGAL (analogia legis): É aquela em que o operador do direito procura obter a solução em outro dispositivo legal previsto para hipótese semelhante;
· ANALOGIA JURÍDICA (analogia juris): É aquela em que se utiliza todo um ordenamentojurídico, isto é, um conjunto de normas para extrair elementos que possibilitem a solução do caso concreto (por meio de indução chega-se a um princípio aplicável à hipótese).
QUESTÃO:
Admite-se a analogia no Direito Penal?
R: Depende. A analogia no Direito Penal não pode ser utilizada para criar crime ou instituir pena (Princípio da Legalidade). Mas pode ser utilizada a favor do réu (analogia in bonam partem).
QUESTÃO:
A analogia pode ser utilizada para instituir impostos?
R: Não. Não pode ser utilizada no direito tributário para criar ou cobrar tributos.
QUESTÃO:
Qual a diferença entre analogia e interpreteção extensiva?
R: Na interpretação extensiva estende-se a aplicação da norma à hipótese não prevista na sua fórmula, mas compreendida no seu espírito. Enquanto que na analogia, a norma é utilizada em hipótese NÃO compreendida em seu espírito. Por exemplo: Na analogia (contrato de transporte do decreto 2681/12. Na interpretação extensiva a ideia de boa-fé estar compreendida na celebração de um contrato.
2º) COSTUME
CONCEITO: é a prática uniforme, constante, pública e geral de determinado ato com a convicção de sua necessidade jurídica.
ELEMENTOS DO COSTUME:
· OBJETIVO: é a conduta reiterada.
· SUBJETIVO ou PSICOLÓGICO: é a convicção de sua necessidade jurídica, ou seja as pessoas agem naquela forma acreditando ser determinado pela lei.
CLASSIFICAÇÃO DOS COSTUMES EM RELAÇÃO À LEI:
· SECUNDUM LEGEM: é aquele que está de acordo com a lei.
· PRAETER LEGEM: é aquele que vai além da lei. Ex: cheque pós-datado.
· CONTRA LEGEM: é aquele que vai contra a lei. Em regra não são aceitos. Todavia, excepcionalmente o costume contra legem pode ser admitido. Por exemplo: caso de compra e venda de gado na cidade Barretos/SP. Nessa cidade as pessoas tinham a prática de realizar o contrato de compra e venda de gado de forma verbal. A parte credora foi a juízo alegando o artigo 227 do CC/02. Qualquer contrato que passar o valor de 10 salários mínimos, não havendo nada por escrito, a prova testemunhal não poderia suprir. Nesse caso concreto, o STJ decidiu que entre o CC/02 e o costume contra legem local, prevaleceu os costumes.
3º) PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO
CONCEITO: são normas orientadoras do ordenamento jurídico. São a base do sistema composta por regras que muitas vezes não estão escritos em lei.
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO ROMANO
· SUUM CUIQUE TRIBUERE: (dar a cada um o que é seu).
· HONESTE VIVERE: (viver honestamente). 
· NEMINEM LAEDERE: (não causar dano a outrem). Art. 186 do CC/02.
4.3. EQUIDADE
 
A equidade não é meio de suprir lacuna. Mas sim meio auxiliar desta tarefa. 
CONCEITO: a equidade consiste na busca do ideal de justiça.
QUESTÃO:
Qual a diferença entre julgar COM ou POR Equidade?
R: Todo juiz julga COM equidade. Por julgar com equidade é buscar uma decisão justa. Enquanto que julgar por equidade é a hipótese em que o juiz pode decidir sem limitações técnicas. O juiz só deve julgar por equidade quando a lei assim o determina.
· Artigo 20, § 4º do CPC: “Nas causas de pequeno valor, nas de valor inestimável, naquelas em que não houver condenação ou for vencida a Fazenda Pública, e nas execuções, embargadas ou não, os honorários serão fixados consoante apreciação eqüitativa do juiz, atendidas as normas das alíneas a, b e c do parágrafo anterior”.
· Artigo 2º da Lei 9.307/96: “A arbitragem poderá ser de direito ou de eqüidade, a critério das partes” (Revogou o artigo 1.075 do CPC).
· Artigo 15 da Lei 5.478/68 (Lei de Alimentos) – fixação do quantum.
· Artigos 7º e 51, IV, do CDC.
· Artigo 1.109 do CPC que a respeito dos procedimentos de jurisdição voluntária dispõe que “o juiz decidirá o pedido no prazo de 10 (dez) dias; não é. porém, obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que reputar mais conveniente ou oportuna.".
5. ANTINOMIA
5.1. CONCEITO: também conhecida como lacuna de conflito ou ainda como lacuna de colisão, é o conflito existente entre duas normas, dois princípios ou entre uma norma e um princípio. A antinomía é o oposto da lacuna propriamente dita (lacuna de omissão). Porque na antinomia há duas leis conflitando sobre o mesmo fato
REQUISITOS:
· Ambas as normas devem ser válidas e vigentes; Ex: disputa envolvendo clásula contratual em que o CC/16 dispõe X e o CC/02 dispõe Y.
· As normas devem apresentar soluções divergentes. Ex: a Lei A veda enquanto que a Lei B permite.
OBS: Se as soluções forem convergentes, não que se falar em antinomia, mas sim em tese de diálogo das fontes. Nessa tese, o operador do direito aplica ambas as normas. Por exemplo: o complemento do CC/02 com a CF/88.
5.2. CLASSIFICAÇÃO DA ANTINOMIA QUANTO AO CRITÉRIO DE SOLUÇÃO:
· ANTINOMIA REAL: é aquela que não tem solução. A nossa lei não prevê a forma de solucionar, nem o critério nem o metacritério. Não haverá ponto pacífico. São situações complexas.
 
A primeira forma de superar uma antinomia real seria a edição de uma nova norma jurídica pondo fim ao conflito. 
Por exemplo: conflito entre o direito à vida e o direito de liberdade e crença religiosa (transfusão de sangue Testemunhas de Jeová). O médico deve respeitar a recusa do paciente em não aceitar a transfusão porque há tratamento substitutivo. Agora, se não houvesse um tratamento alternativo seria caso de uma antinomia real. Nesse caso, acaba sendo tão complexo que nem a edição de uma norma ajudaria a resolver.
 
A segunda forma seria a aplicação do critério do justo. O juiz deve buscar a justiça no caso concreto. Ou seja, o juiz busca no caso concreto qual valor deve prevalecer. É exemplo típico de julgamento por equidade.
· ANTINOMIA APARENTE: é aquela que tem solução prevista no ordenamento. 
5.3. CLASSIFICAÇÃO DA ANTINOMIA DE ACORDO COM O GRAU:
ANTINOMIA DE 1º GRAU: é aquela solucionada através da aplicação de um único critério.
· HIERÁRQUICO - lex superiori derogat legi inferiori.
· CRONOLÓGICO - lex posteriori derogat legi priori.
· ESPECIALIDADE - lex speciali derogat legi generali.
ANTINOMIA DE 2º GRAU: é aquele que apresenta conflito entre os critérios. É resolvida com a aplicação de um METACRITÉRIO.
· CRONOLÓGICO x HIERÁRQUICO – Lex posteriori inferiori non derogat priori superiori. 
Por exemplo: CF/88 VS CC/02. Pelo hierárquico prevalece a CF/88 e pelo cronológico prevalece o CC/02, nesse caso prevalecerá a CF/88.
· CRONOLÓGICO x ESPECIALIDADE – Lex posterior generalis non derogat priori speciali.
Por exemplo: CC/02 VS CDC/90. O CC/02 prevalece sobre o CDC pelo critério geral. Porém, o CDC prevalece sobre o CC/02 no critério da especialidade. Vai prevalecer em regra prevalece o critério da especialidade, logo nesse caso apresentado o CDC. 
· ESPECIALIDADE x HIERÁRQUICO – Lex speciali inferiori non derogat generalis superiori.
Por exemplo: o CC/02 VS CF/88. Pelo critério da especialidade ele prevalece sobre a CF/88. Mas a CF/88 prevalece sobre o CC/02 pelo critério hierárquico. Em regra, prevalece o critério hierárquico, porque o princípio da hierarquia da lei é a base do nosso ordenamento jurídico. MUITO EXCEPCIONALMENTE, pode ser admitida a prevalência do critério da especialidade. Ex: art. 2035 do CC/02
6. VIGÊNCIA DA LEI NO TEMPO
 
As normas jurídicas têm vida própria, pois nascem, existem e morrem. As normas nascem com a
promulgação (ato pelo qual o Chefe do Poder Executivo autentica a lei, atestando sua existência, ordenando sua execução e cumprimento), mas só começam a vigorar com sua publicação no Diário Oficial (que prova sua obrigatoriedade). O início da vigência da lei pode ser o próprio dia de sua publicação, mas é comum que o legislador estabeleça um prazo para que as pessoas possam tomar conhecimento de seu conteúdo antes de se tornar obrigatória.
6.1. VACATIO LEGIS
CONCEITO: é o intervalo de tempo existente entre a publicação de uma lei e a sua vigência.
QUESTÃO:
É obrigatório que toda lei tenha a vacatio legis?
R: Não é obrigatória que toda lei tenha uma vacatio legis. O legislador pode determinar a ausência de vacatio legis. Como o legislador pode determinar um prazoespecífico. Fica a puro arbítrio do legislador, a depender do grau de complexidade da lei (o CC/02 teve um ano de vacatio). Em caso de omissão deve-se aplicar o artigo 1° da LICC (a lei entrará em vigor 45 dias após sua publicação em todo o país). E 3 meses fora do país.
QUESTÃO:
Aplica-se o prazo de vacatio previsto na LICC aos atos administrativos normativos?
R: Não. A estes aplica-se o decreto 572/90 que determina a vigência imediatas destes.
AULA 02 (PESSOAS NATURAIS) 05/02/09
6.1.1. ESPÉCIES DE VACATIO LEGIS:
· VACATIO LEGIS DIRETA:
· VACATIO LEGIS INDIRETA:
6.1.2. ESPÉCIES DE PRAZOS DE VACATIO LEGIS:
· PRAZO PROGRESSIVO:
· PRAZO ÚNICO ou SIMULTÂNEO:
6.1.3. CONTAGEM DO PRAZO DE VACATIO LEGIS:
Art. 8º da LC 95/98: “A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula ‘entra em vigor na data de sua publicação’ para as leis de pequena repercussão.
§ 1º. A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subseqüente à sua consumação integral.
§ 2º. As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial”
QUESTÃO:
Quando o CC/02 entrou em vigor?
R:
6.1.4. CORREÇÃO DA LEI JÁ PUBLICADA:
6.2. PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DA LEI:
6.2.1. ERROR IURIS:
Art. 139/CC. O erro é substancial quando:
III – sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.
6.2.2. IURA NOVIT CURIA
Art. 337/CPC. A parte, que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o determinar o juiz.
QUESTÃO:
Qual a diferença entre as expressões: IURA NOVIT CURIA e NAHA MIHI FACTUM DABO TIBI IUS?
R:
Art. 282/CPC. A petição inicial indicará:
III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido.
6.3. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA LEI
Art. 2º/LICC. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
CLASSIFICAÇÃO DA LEI DE ACORDO COM A SUA VIGÊNCIA
· LEI TEMPORÁRIA:
· LEI POR TEMPO INDETERMINADO:
6.3.1. REVOGAÇÃO DA LEI
QUESTÃO:
A CF/88 ab-rogou ou derrogou a anterior?
R: A CF/88 ab-rogou a anterior por ser impossível a coexistência de constituições simultaneamente em
um país.
QUESTÃO:
O Código Civil de 2002 ab-rogou ou derrogou o anterior?
R:
 (QUESTÃO 83 – DEL. FEDERAL REGIONAL - 2004) De acordo com a Lei de Introdução ao Código
Civil, uma lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior; desse modo, o advento do novo Código Civil brasileiro não derrogou nem ab-rogou as disposições da Lei n.º 8.866/1994.
Gabarito oficial: Certa (Art. 2º, § 2º , LICC).
6.3.2. CONFLITOS DE LEI NO TEMPO
6.3.3. REPRISTINAÇÃO
QUESTÃO:
Qual é o efeito da Repristinação?
R:
QUESTÃO:
Qual a diferença entre a Repristinação e o efeito repristinatório da declaração de inconstitucionalidade de uma norma pleo STF (Controle de Constitucionalidade Concentrado)?
R:
7. VIGÊNCIA DA LEI NO ESPAÇO
QUESTÃO: 
Qual foi o princípio adotado pelo Brasil quanto à vigência da lei no espaço?
R:
PESSOA NATURAL
1. CONCEITO
2. PERSONALIDADE
QUESTÃO:
Os animais têm personalidade?
R:
2.1. INÍCIO DA PERSONALIDADE
Art. 2º/CC. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
PARA AQUISIÇÃO DA PERSONALIDADE NÃO IMPORTA:
· Se a pessoa é fruto de concepção natural (relação sexual) ou artificial (fertilização assistida);
· Se a criança chegou, ou não, a ser separada totalmente do ventre materno;
· Se chegou a ser cortado, ou não, o cordão umbilical;
· Se a criança tem, ou não, aspecto humano perfeito;
· Se tem condição, ou não, de sobreviver por determinado período;
· Se foi feito, ou não, o registro do nascimento.
2.1.1. TEORIA NATALISTA
DEFENSORES DA TEORIA NATALISTA: Caio Mário da Silva Pereira, Windscheid, Serpa Lopes,
Silvio Rodrigues, Vicente Ráo, Eduardo Espínola, Silvio Venosa.
2.1.2. TEORIA DA PERSONALIDADE CONDICIONAL
DEFENSORES DA TEORIA DA PERSONALIDADE CONDICIONAL: Arnaldo Rizzardo, Arnoldo Wald; Serpa Lopes
2.2.3. TEORIA CONCEPCIONISTA
VISÃO RADICAL:
VISÃO MODERADA:
DEFENSORES DA TEORIA CONCEPCIONISTA: Teixeira de Freitas, Clóvis Beviláqua, Nabuco de Araujo, Felício dos Santos, Mazeaud, Rossel e Mentha, Maria Helena Diniz, Flávio Tartuce, Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona Filho, Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald, Silmara Chinelato e Maria Berenice Dias.
QUESTÃO:
O que acontece com o bem doado ao nascituro caso ele nasça morto?
R:
QUESTÃO:
O natimorto tem direitos?
R:
ENUNCIADO 1/CJF: “A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direitos da personalidade, tais como nome, imagem e sepultura”.
3. CAPACIDADE
3.1. CAPACIDADE DE DIREITO
QUESTÃO:
Existe incapaz de direitos?
R:
3.2. CAPACIDADE DE FATO
QUESTÃO:
Em que momento a pessoa completa a maioridade?
R:
4. INCAPACIDADES
4.1. INCAPACIDADE ABSOLUTA
4.1.1. ROL DOS ABSOLUTAMENTE INCAPAZES (Art. 3º/CC):
A) OS MENORES DE 16 (DEZESSEIS) ANOS:
B) OS QUE, POR ENFERMIDADE OU DEFICIÊNCIA MENTAL, NÃO TIVEREM O NECESSÁRIO DISCERNIMENTO PARA A PRÁTICA DESSES ATOS:
C) OS QUE, MESMO POR CAUSA TRANSITÓRIA, NÃO PUDEREM EXPRIMIR SUA VONTADE:
QUESTÃO:
Os surdos-mudos continuam sendo tratados como absolutamente incapazes?
R:
4.2. INCAPACIDADE RELATIVA
4.2.1. ROL DOS RELATIVAMENTE INCAPAZES (ART. 4º/CC):
A) OS MAIORES DE 16 (DEZESSEIS) ANOS E MENORES DE 18 (DEZOITO) ANOS:
B) OS ÉBRIOS, E OS QUE, POR DEFICIÊNCIA MENTAL, TENHAM O DISCERNIMENTO REDUZIDO:
C) OS EXCEPCIONAIS, SEM DESENVOLVIMENTO COMPLETO:
D) OS PRÓDIGOS:
QUESTÃO:
Os índios (silvícolas) continuam sendo tratados como incapazes?
R:
5. INTERDIÇÃO
5.1. CONCEITO
5.2. NATUREZA JURÍDICA DA SENTENÇA
QUESTÃO:
A sentença precisa ser publicada na imprensa?
R:
QUESTÃO:
A sentença precisa ser registrada?
R:
QUESTÃO:
Quais são os efeitos da sentença?
R:
QUESTÃO:
E se o interditao praticou o ato em um intervalo de lucidez?
R:
5.3. INCAPACIDADE NATURAL:
6. CESSAÇÃO DA INCAPACIDADE
6.1. CESSAÇÃO DA CAUSA
QUESTÃO:
A redução da maioridade civil para os 18 anos reflete no direito à pensão previdenciária?
R:
6.2. EMANCIPAÇÃO
QUESTÃO:
A emancipação do menor gera responsabilidade criminal?
R:
6.2.1. EMANCIPAÇÃO VOLUNTÁRIA
QUESTÃO:
Os pais têm responsabilidade civil pelo ato do menor emancipado?
R:
6.2.2. EMANCIPAÇÃO JUDICIAL
6.2.3. EMANCIPAÇÃO LEGAL
A) CASAMENTO (VÁLIDO):
B) EXERCÍCIO DE EMPREGO PÚBLICO EFETIVO
C) COLAÇÃO DE GRAU EM CURSO DE ENSINO SUPERIOR
D) ESTABELECIMENTO CIVIL OU COMERCIAL OU PELA EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE EMPREGO, DESDE QUE, EM FUNÇÃO DELES, O MENOR COM 16 ANOS COMPLETOS TENHA ECONOMIA PRÓPRIA.
7. MORTE (FIM DA PESSOA NATURAL)
Alguns efeitos da morte:
· Transmissão da herança.
· Extinção da personalidade
· Término das relações de parentesco
· Dissolução do vínculo matrimonial ou da união estável
7.1. MORTE CIVIL
7.2. MORTE REAL
7.3. MORTE PRESUMIDA
7.3.1. SEM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA
A morte pode ser declarada, por presunção, sem decretação de ausência: 
I – se for extremamente provável a de quem estava em perigo de vida;
II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o termino da guerra.
7.3.2. COM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA
 
É a que ocorre nos casos de desaparecimento da pessoa de seu domicílio sem dela haver notícia. A requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público é aberto o procedimento de ausência, que culminará com a declaração de morte presumida, quando da abertura da sucessão definitiva (art. 6º/CC). O procedimento de ausência é reguladonos artigos 22 a 39 do Código Civil e no artigo 1.159 e seguintes do Código de Processo Civil.
QUESTÃO:
O ausente é incapaz?
R:
FASES DA AUSÊNCIA:
1ª FASE: CURADORIA DOS BENS DO AUSENTE:
2ª FASE: SUCESSÃO PROVISÓRIA: Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou três anos, havendo ele deixado representante ou procurador, podem os interessados requerer a abertura da sucessão provisória.
(Questão n. 59 – MPF/2008 – 24º Concurso) Considerando as seguintes assertivas:
III – Poderá ser requerida pelos interessados a abertura da sucessão provisória do ausente, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos da arrecadação de seus bens.
Gabarito oficial: Correta
3ª FASE: SUCESSÃO DEFINITIVA: Decorridos dez anos do trânsito em julgado da sentença concessiva da abertura da sucessão provisória, ou cinco anos sem notícia do ausente octogenário, pode ser requerida a abertura da sucessão definitiva e o levantamento das cauções anteriormente prestadas.
QUESTÃO:
Existe um 4ª FASE ?
R:
QUESTÃO:
Quando é que o ausente é considerado morto?
R:
ART. 6º/CC. A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
7.4. MORTE SIMULTÂNEA. COMORIÊNCIA.
Quando duas ou mais pessoas, que forem herdeiras entre si, falecerem na mesma ocasião, deve ser promovida a devida investigação para que se possa determinar qual faleceu primeiro (utilizando-se de perícia médica, testemunhas etc.). Não sendo possível determinar o momento exato da morte de cada um, o Código Civil (art. 8º) determina a presunção de morte simultânea, isto é, a comoriência.
(Questão n. 59 – MPF/2008 – 24º Concurso) Considerando as seguintes assertivas:
I – Na comoriência existe presunção legal do momento da morte, que admite prova contrária de premoriência sendo o onus probandi do interessado que pretende provar que a morte não foi simultânea.
Gabarito oficial: correta
DA EMANCIPAÇÃO
A emancipação põe fim ao direito à pensão previdenciária.
Art. 65 do CP traz a atenuante da menoridade da pessoa que tem entre 18 a 21 anos. Com a diminuição no âmbito, continua essa atenuante a ser aplicada? R: Sim, continua aplicável no direito penal, em que pese a redução da maioridade no direito civil (posição STF). A atenuante leva em consideração não a identidade civil mas a biológica.
Emancipação ( é a antecipação da capacidade civil para um menor de idade.
Emancipação do menor gera responsabilidade criminal?
R: Não gera responsabilidade criminal.
Mas e se o menor é um devedor de alimentos? Ele pode ser preso?
R: Sim, ele pode ser preso por dívida de alimentos, pois no caso a prisão é civil.
Quais são as hipóteses de emancipação?
R: voluntária, legal e judicial.
Voluntária ( é aquela concedida pelos pais aos filhos menores que tenham pelo menos 16 anos. Ambos devem emancipá-lo, e não um ou outro. Salvo se um deles faleceu ou foi destituído do poder familiar. É voluntária, por que é uma simples manifestação de vontade. Essa escritura pública é extrajudicial, não precisa ser homologada judicialmente, mas precisa ser registrada.
OBS: Para o STJ, se o menor foi emancipado voluntariamente os pais continuam responsáveis. Esse posicionamento parte de uma presunção de má-fé dos pais.
Nas demais formas de emancipação (legal, judicial) os tribunais entendem que os pais não tem responsabilidade.
Judicial ( é aquela realizada por um juiz. De acordo com civil 2002 só há uma hipótese em que o juiz emancipa. É aquela em que há um menor tutelado, com pelo menos 16 anos. Por que o tutoro não pode emancipar o menor tutelado necessitando assim da via judicial. Pois o poder do tutor não é tão grande como o dos pais. Podendo requerer só o tutor, o tutor e o tutelado ou só o tutelado. O menor tutelado pode ir pessoalmente ao ministério público que irá auxiliá-lo nesse processo de emancipação. 
Assim como a escritura pública a sentença de emancipação também deve ser registrada. Esse registro se dá no cartório de registro civil das pessoas naturais.
Porém a doutrina e a jurisprudência apontam uma segunda hipótese de emancipação judicial, no caso de não haver concordância entre os pais para a emancipação, o juiz então resolverá esse conflito. O juiz atuaria como um “bonner pater familias” – bom pai de família.
Legal ( é aquela que ocorre de forma automática quando presente uma das hipóteses do artigo 5° inciso II a V do código civil. Ela é automática porque independe de escritura, sentença ou registro. Importa apenas que esteja apenas de uma das hipóteses elencadas pela lei, a saber: (não importa idade mínima para emancipação – existe idade mínima para casar (16 anos) mas não há para emancipar pelo casamento).
a) casamento (válido); se o menor se separar ou divorciar não voltará a ser incapaz. Pois a capacidade civil uma vez adquirida jamais é perdida. Se o casamento for anulado ou declarado nulo? R: A anulação e a declaração da nulidade do casamento, os efeitos são ex tunc. Isso significa que os efeitos irão atingir a emancipação (emancipação é em regra desfeita). ATENÇÃO: se o menor emancipado casou de boa-fé (casamento putativo) serão preservados os efeitos dele, dentre os quais a emancipação. Ex: casamento entre dois irmãos é nulo, mas ambos desconheciam esse fato.
b) exercício em emprego público efetivo; não importa idade mínima. Ex: a carreira militar. O que emancipa é o EXERCÍCIO, não basta a aprovação nem a nomeação. OBS: cargo em confiança/comissão também não emancipa.
c) colação de grau em curso de ensino superior; também não se exige idade mínima. A simples aprovação no vestibular ou o fato de estar cursando faculdade não importa em emancipação. OBS: curso técnico ou profissionalizante não emancipa.
 d) ESTABELECIMENTO CIVIL OU COMERCIAL OU PELA EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE EMPREGO, DESDE QUE, EM FUNÇÃO DELES, O MENOR COM 16 ANOS COMPLETOS TENHA ECONOMIA PRÓPRIA. 
Há três hipóteses nesse inciso. Para saber o que é estabelecimento civil ou comercial deve-se fazer uma analogia com as sociedades simples e as empresárias.
A existência de relação de emprego não exige a carteira assinada.
Para as três hipóteses exige-se dois requisitos que estão na lei, a saber:
- idade mínima de 16 anos;
- economia própria (conseguir se manter);
7. MORTE (fim da pessoa natural)
Mors omnia solvit (a morte tudo resolve)
Efeitos:
- transmissão da herança;
- fim da personalidade da pessoa;
- término da relação de parentesco;
- dissolução do vínculo matrimonial ou da união estável.
Morte civil: não existe no nosso ordenamento. É a extinção da personalidade jurídica de um ser humano vivo.
Embora não exista a morte civil, existe um resquício da morte civil no nosso ordenamento: a deserdação e a exclusão por indignidade (pessoa é considerada pré-morta, mas só para aquele caso – caso suzane richtofen ela só seria excluída da herança do seu caso)
No direito romano a pessoa que não pagava suas dívidas seria transformada em res.
Morte real ( é aquela comprovada através do atestado médico de óbito, assinado em regra por apenas 1 médico. Caso não haja médico na localidade, esse atestado pode ser substituído por uma declaração de duas testemunhas. Tanto o atestado como a declaração deve ser registrado. É aquela que se faz sobre o próprio corpo da vítima.
Se for feita a doação de órgãos dessa pessoa, é necessária a assinatura de dois médicos que não façam parte da equipe de remoção.
Morte presumida ( pode ser de dois tipos: Com ou sem decretação de ausência. Em ambas há a falta do corpo.
Realiza-se o que os autores chamam de prova indireta da morte.
1ª. hipótese de morte presumida ( nessa hipótese não há procedimento de ausência, mas sim procedimento de justificação. É muito mais célere.
SEM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA
A morte pode ser declarada, por presunção, sem decretação de ausência:
I – se for extremamente provável a de quem estava em perigo de vida; 
(é conhecida como CATÁSTROFE; explosão, incêndio, queda de edifício, de aeronave, tsunami)
II – se alguém, desaparecidoem campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra;
(guerra, mesmo que não seja militar – ex: civil que tira férias no Iraque)
2ª. hitpótese de morte presumida
COM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA
É aquela em que exige-se o procedimento de ausência. Desaparecimento é a palavra chave dessa hipótese.
OBS: em ambas deve-se fazer uma prova indireta da morte. Ex: pessoa que desaparece de seu domicílio:
- sem deixar um mandatário; (caso Priscila Belforte)
- deixa um mandatário; problema (
* o mandatário se torna incapaz ou morre;
* mandatário recebeu poderes insuficientes;
* mandatário renuncia aos poderes.
Pergunta-se: o ausente é incapaz? R: O AUSENTE NÃO É INCAPAZ.
FASES DA AUSÊNCIA:
1ª FASE: CURADORIA DOS BENS DO AUSENTE: algum interessado comunica ao juiz o desaparecimento, nomeando um curador para administrar os bens do ausente. Em regra são os poderes de administração da herança.
- 1 ano quando o ausente não deixou mandatário
- 3 anos quando deixa mandatário
A ideia é a de que: sem alguém desaparece sem deixar mandatário há uma probalidade maior de essa pessoa estar morta. 
2ª FASE: SUCESSÃO PROVISÓRIA: Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou três anos, havendo ele deixado representante ou procurador, podem os interessados requerer a abertura da sucessão provisória.
Aberta a sucessão “provisória” significa ( sai o curador e a posse dos bens passa aos herdeiros. Em regra a prestação de caução. Exceção: se o herdeiro for cônjuge, descendente ou ascendente será dispensada a necessidade da caução. E o companheiro? R: posição majoritária da doutrina é que os companheiros devem ser dispensados da caução.
3ª. FASE: SUCESSÃO DEFINITIVA: a hipotese excepcional com prazo de 5 anos independe das fases. O agente deve ter completado a idade de 80 anos quando do requerimento da abertura da sucessão definitiva. A sentença que determina a abertura da sucessão definitiva vai declarar a morte presumida da pessoa, dai os bens são transferidos em definitivo para os herdeiros.
Existe uma 4ª. fase? R: A princípio não.
COMORIÊNCIA ( ela tem importância lá no direito das sucessões. Se não tem como provar quem faleceu primeiro presume-se que houve a morte simultânea (comoriência).
AULA 03 (PESSOAS) 16/03/09
DIREITOS DA PERSONALIDADE
São os direitos subjetivos da pessoa de proteger tudo que lhe é próprio: a sua integridade. Essa integridade abrange: fisica, moral e intelectual.
Só surgiu a preocupação com os direitos da personalidade com o holocausto. Passou-se a se preocupar mais com o ser do que com o ter.
As pessoas tem personalidade jurídica sendo elas naturais ou jurídicas. A pessoa jurídica pode contratar, ter bens. Seria atribuído apenas direitos patrimoniais ou também direitos da personalidade? R: Sim, ela tem também direitos da personalidade. É posição de corrente doutrinária majoritária.
Contudo há uma corrente minoritária que diz que as pessoas jurídicas não teriam direito a personalidade uma vez que esses direitos seriam inerentes do ser humano.
Pessoa jurídica sofre dano moral?
R: Lembrando que dano moral é toda ofensa a direito da personalidade. Corrente majoritária entende que pessoa jurídica pode sofrer dano moral. Para o STF a PJ só pode sofrer dano moral por ofensa a honra objetiva.
Para uma segunda corrente as PJ podem sofrer danos extrapatrimonial.
Dano extrapatrimonial
- Dano moral: diante de pessoa natural.
- Dano institucional: diante de pessoa jurídica.
CARACTERÍSTICAS DO DIREITO DA PERSONALIDADE
1) Inatos ( por que surgem com o ser humano. Para os jusnaturalistas os direitos da personalidade independem do ordenamento jurídico. Ou seja independem da lei sendo naturais. Já os positivistas defendem que os direitos da personalidade somente existem diante de previsão legal. 
2) Vitalícios
3) Absolutos ( pode decorrer dos direitos fundamentais da própria pessoa.
Pode haver abuso de direito direito da personalidade. Abuso de direito gera ato ilícito com a obrigação de reparar o dano.
4) Ilimitados ( embora o cc/02 tenha previsto apenas alguns direitos da personalidade (art. 11 a 21), entende-se que o rol é meramente exemplificativo (numerus apertus).
5) Extrapatrimoniais ( porque não são suscetíveis de valoração econômica. Essa característica não impede a quantificação patrimonial. Também não afeta o autor a expressão de uso do direito da personalidade. Ex: contrato relativo a direito de imagem de jogador de futebol.
6) Imprescritíveis ( porque o seu exercício não é limitado a qualquer prazo. Não existe prescrição de direito da personalidade. O que é considerado imprescritível é o direito da personalidade em si (vida, imagem, etc); bem como as medidas de proteção a esses direitos. Já as medidas de reparação aos direitos da personalidade (por exemplo dano moral). Há várias posições. MAS PREVALECE QUE PRESCREVEM EM 3 ANOS (art. 206 §3° do c/c caindo na regra geral). A posição minoritária diz que é imprescritível.
Atenção: Em ações versando sobre reparação de danos causados em razão de crime de tortura, os Tribunais têm decidido pela imprescritibilidade da pretensão.
7) Intransmissível ( é inadmissível a possibilidade de um direito da personalidade se destacar, se separar do seu titular. O que pode ser cedido é a expressão de uso do direito da personalidade. Ex: o uso da imagem.
8) Indisponíveis ( são direitos que impõe a todos um dever geral de abstenção. Assim não seria imposto só para terceiros mas inclusive para com o próprio TITULAR.
9) Irrenunciáveis ( por que o seu titular não pode renunciar a esses direitos.
10) Inexpropriáveis ( eles não podem ser retirados dos seres humanos. Os direitos da personalidade não podem ser penhorados, mas a quantia a ser recebida pela cessão do uso do direito da personalidade pode.
DIREITO À VIDA
Princípio do primado do direito à vida: para a corrente doutrinária o direito à vida seria o mais forte dos direitos da personalidade, porém essa opinião não é majoritária. Por que se prevalecesse muitas coisas deveriam ser cassadas (bungee jump).
7. Direito à reprodução ( a doutrina entende que tanto o homem como a mulher tem esse direito.
7.1 Clonagem ( o artigo 6° da lei 11.105/05 proibe a clonagem humana. O que é proibida é a clonagem reprodutiva. A clonagem reprodutiva é a reprodução de um ser humano em sua integralidade (produz-se um novo ser humano). 
OBS: a clonagem não-reprodutiva não é proibida. A clonagem não-reprodutiva é aquela que tem por objetivo a reprodução de apenas alguns órgãos dos seres humanos.
7.2 Eugenia ( é a ciência que estuda a melhoria da reprodução humana. É a modificação dos genes de um embrião. Classifica-se em:
- positiva: visa a melhoria das qualidades de um ser humano. Por causar repulsa aos seres humanos. Esse era o objetivo do nazismo. Essa é proibida.
- negativa: é aquela que tem por objetivo prevenir e curar doenças e má-formações de origem genética. Ela tem sido vista como permitida, porque não busca um ser humano mas atenuar as mazelas do ser humano.
8. Direito a não-reprodução ( diz respeito a esfera privada do ser humano. O estado não pode obrigar nem a reprodução, nem a não-reprodução.
Esterilização voluntária para fins de planejamento familiar no Brasil, nos termos da Lei 9.263/96 e baseado no princípio da paternidade responsável é permitida a esterilização voluntária com a finalidade de planejamento familiar, desde que preenchidos alguns requisitos, quais sejam:
* contar com mais de 25 anos, ter no mínimo dois filhos vivos e o prazo de 60 dias entre a manifestação de vontade e o ato cirúrgico (nesse período o paciente deverá ter orientação acerca de outros métodos de controle de natalidade e a cirurgia deverá ser desencorajada).
Esterilização terapêutica: visa salvar a vida da gestante, é uma considerada como uma esterilização profilática, devendo ser recorrida quando a vida da gestante se encontrar em perigo diante da gestação. É uma opção da gestante.Esterilização eugênica: opera-se para impedir a transmissão de doenças hereditárias e para prevenir a reincidência de delinqüentes portadores de desvio sexual.
9. DIREITO AO CORPO ( 
9.1 Doação inter vivos: é limitada pela indisponibilidade do direito à saúde do doador. Exemplo: doação em vida; em regra podem ser doadas partes destacáveis do corpo humano como as renováveis ou regeneráveis (leite, sangue, medula óssea, pele, óvulo, esperma, fígado) e de órgãos duplos (rim).
OBS: a remuneração por órgãos internos e sangue não podem ser remunerados de jeito nenhum. E o cabelo? R: o cabelo é admitido.
Não se admite a doação de órgãos por seres humanos em situação de vulnerabilidade (por exemplo: crianças, idosos, doentes e presos).
Na doação da vida pode indicar o beneficiário da doação, não sendo obrigado a cair na lista de doadores do governo.
9.2 Doação post mortem: há aquela com finalidade altruística que é aquela que tem por objetivo o transplante de órgãos.
Presumed consent ( presumia-se que todos seriam doadores salvo disposição em contrário.
Princípio do Consenso afirmativo ( manifestação de vontade do doador. É o que prevalece em nosso ordenamento jurídico
OBS: em regra prevalece a vontade do falecido: autorizando ou proibindo a doação na doação post mortem altruística. Somente no silêncio do falecido é que deve ser observada a manifestação de vontades dos parentes de acordo com o artigo 4° da lei 9434/97.
Doação post mortem com finalidade científica é aquela em que pessoa destina o seu corpo inteiro ou partes a pesquisas de caráter científico e a escolas de medicina.
10. DIREITO AO SEXO
Transexual ( é quem rejeita sua identidade genética (rejeitar o que a natureza lhe deu). Está na própria formação genética, não é algo tratável. A cirurgia de alteração do sexo é admitida pela resolução n° 1652/02 do CFM. Em decorrência da cirurgia o transexual pode alterar o seu prenome e também o sexo no registro de nascimento e documentos.
Hermafrodita ( é a pessoa que possue órgãos internos femininos e externos masculinos ou vice e versa. Também tem direito a alteração do nome e do sexo no registro de nascimento e demais documentos.
Transfusão de sangue ( a princípio a recusa a transfusão de sangue deve ser respeitada pelo médico. Por que em regra existe tratamento alternativo. Quando não existe tratamento alternativo, o posicionamento majoritário dos tribunais é no sentido de que prevalece o direito à vida em face do direito de liberdade de crença.
Se a transfusão foi feita sem o seu consentimento, os tribunais tem entendido pela impossibilidade de serem pleiteados danos morais em face do médico ou da entidade hospitalar.
12. DIREITO AO NOME ( artigos 16 a 19 do cc/02. Surge até mesmo antes do nascimento com vida. Até mesmo ao natimorto deve ser preservado o direito ao nome.
13. DIREITO À IMAGEM ( é a representação física de um corpo de uma pessoa ou de partes de seu corpo através de fotos, desenhos, caricaturas, esculturas, pinturas, etc.
- imagem atributo ( é o que a pessoa representa, isto é quais as características, qualidades e atributos reconhecidos a uma determinada pessoa pela coletividade. (ex: caráter, honestidade, habilidade esportiva, inteligência, etc.)
- imagem direito autorial ( é o direito que a pessoa tem de proteger a sua obra intelectual de exposição ou publicação não autorizada.
13.2 Direito à imagem vs liberdade de imprensa ( trata-se de antinomia real. Deve-se haver uma ponderação de valores.
14. DIREITO À PRIVACIDADE E INTIMIDADE: em regra são tratados como termos sinônimos.
 
A Privacidade protege aspectos externos da existência humana: seus hábitos, emails, telefones, cartas, etc.
 
A intimidade protege os aspectos internos da existência humana.
AULA 04 (PESSOAS/BENS) 17/03/09
PESSOA JURÍDICA
É todo ente formado pela coletividade de pessoas ou de bens que adquire personalidade jurídica própria por força de disposição legal.
Pessoa jurídica de direito público: são aquelas reguladas pelo direito público.
Pessoa jurídica de direito privado: são aquelas reguladas pelo direito privado.
PJ de dto público externo: França, ONU, OIT, União Européia, Alca, Mercosul, etc.
PJ de dto público interno: art. 41 do cc/02.
OBS: sociedades de economia mistas e empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, embora componham a administração indireta.
Pessoa jurídica de direito privado ( são aquelas reguladas pelo direito privado.
Associações ( P.J. Intersubjetivas sem finalidade lucrativa, pois não podem ter intuito lucrativo. A associação pode ter qualquer finalidade lícita que não seja lucrativa. Ex: recreativas, filantrópicas, educacionais, religiosas, política, etc. OBS: ela pode sim desenvolver uma atividade que gere lucro (mas é atividade meio), o lucro nunca pode ser distribuído.
OBS 2: para o CJF, partidos políticos e entidades religiosas têm natureza associativa.
Sociedades ( são PJ intersubjetivas com finalidade lucrativa.
Fundações ( são PJ patrimoniais sem finalidade lucrativa. 
Instituição inter vivos ( feita por escritura pública.
Instituição mortis causa ( através de testamento. O testamento não precisa ser público.
Requisitos:
1) Indicação da finalidade ( a falta desta, a instituição será nula.
2) Dotação de bens ( a indicação de quais bens irão compor essa fundação. Os bens têm que ser suficientes para constituir a fundação.
OBS: A presença do MP é constante para fiscalizar as fundações. O MP pode requerer a intervenção e a dissolução das fundações.
ATENÇÃO: a forma pela qual a Fundação será administrada não é um requisito indispensável no ato de sua instituição. Podendo ser determinada em momento posterior.
Embora o art. 62 §único do c.c. (finalidade da fundação), traga a palavra “somente”, esse rol é EXEMPLIFICATIVO.
- Fundação também não pode distribuir lucros, assim como as associações – 
CONDOMÍNIO EDILÍCIOS ( em que pese haver divergência doutrinária, eles são consideradas PESSOAS JURÍDICAS (90/CJF). Eles podem obter CNPJ. Admite-se até mesmo adjudicação de bem.
ENTES DESPERSONALIZADOS ( são entidades que não são pessoas jurídicas. Elas são: família, espólio, herança, massa falida, sociedade de fato, sociedade irregular.
Há diferença entre sociedade de fato e sociedade irregular? R: São ambas entes despersonalizados. Na sociedade de fato, nem ato constitutivo tem (não tem papel), exemplo de sociedade de fato é o concubinato. Já na sociedade irregular, ela tem ato constitutivo, mas este não foi levado a registro.
PERSONALIDADE DAS P.J. ( hoje em dia é praticamente unânime que elas possuem personalidade. Há várias teorias afirmativistas da personalidade da PJ.
1) Teoria da Equiparação ( defende que as PJ´s adquirem personalidade em razão da lei equiparar bens a pessoas. É a menos aceita na atualidade.
2) Teoria da Ficção Legal ( defende que a PJ é uma mera abstração, ou seja, ela nega a existência no plano dos fatos (REAL), tendo existência somente IDEAL.
3) Teoria da Realidade Objetiva ( ela é também conhecida como teoria da realidade orgânica ou ainda como teoria organicionista. Ela defende que a personalidade das PJ´s é fruto de sua existência real ou material. É exatamente o oposto da Teoria da Ficção Legal. Ela utiliza a expressão: “organismo sociais vivos”. Toda PJ tem sua entidade organizacional própria.
4) Teoria da Realidade Técnica ou da Realidade das Instituições Jurídicas ( ADOTADA PARA CONCURSO. É a soma da Ficção Legal + Realidade Objetiva. Pois essa teoria defende a existência real das PJ´s e que a personalidade dela é fruto de reconhecimento da lei. A lei tem força confirmativa da personalidade das PJ. ESSA FOI A TEORIA ADOTADA PELO CÓDIGO.
ATRIBUTOS DA PERSONALIDADE
- quantos aos atos patrimoniais existe quase que uma semelhança absoluta com a PF.
- Mas as PJ não podem realizar ATOS EXISTENCIAIS. (Ex: casamento, adoção)
INÍCIO DA PERSONALIDADE JURÍDICA DAS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO( em regra, no momento da vigência da lei quea instituiu. Outras hipóteses: guerras, promulgação de uma nova constituição, decretos ( no caso do decreto, a lei apenas autoriza a criação, e o decreto vai complementar).
INÍCIO DA PERSONALIDADE JURÍDICA DAS PESSOAS DE DIREITO PRIVADO ( ocorre a partir da inscrição dos seus atos constitutivos (foi a opção do Código Civil de 2002 em seu artigo 45). Ex: um contrato social, no caso de uma sociedade, um estatuto na hipótese de uma associação. A inscrição é apenas um registro inaugural.
REQUISITOS DO ATO CONSTITUTIVO ( ler artigo 46 do cc/02.
QUESTÃO: É NECESSÁRIA PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO PODER EXECUTIVO?
R: Em regra é dispensada. Pelo princípio da livre iniciativa. Exceções: entidades financeiras, operadoras de seguro, para planos de saúde; é casuística.
QUESTÃO: QUAL É A NATUREZA JURÍDICA DO REGISTRO DAS PESSOAS JURÍDICAS?
R: A natureza é constitutiva. A eficácia é ex nunc.
OBS: o registro da PJ não convalida atos pretéritos, pois a natureza é constitutiva.
OBS: o registro do ser humano é declaratório, ou seja, os efeitos são ex tunc.
QUESTÃO: E SE NÃO FOR FEITO O REGISTRO OU NÃO EXISTIR O ATO CONSTITUTIVO?
R: Haverá sociedade de fato ou sociedade irregular.
QUESTÃO: QUAIS SÃO OS PROBLEMAS ENFRENTADOS POR UMA SOCIEDADE DESPERSONIFICADA?
R: Não se consegue obter CNPJ, e sem CNPJ não emite nota fiscal; OS SÓCIOS TEM RESPONSABILIDADE ILIMITADA, PESSOAL E SOLIDÁRIA; NÃO CONSEGUE PARTICIPAR DE LICITAÇÕES; NÃO CONSEGUE OBTER EMPRÉSTIMOS/FINANCIAMENTOS.
Adequação das PJ ao CC/02:
- O prazo para adequação é de 4 anos (11 de janeiro de 2007) – artigo 2031 do cc/02.
OBS: partidos políticos e entidades religiosas não precisaram se adequar ao cc/02.
Qual a consequência se a PJ nãos e adequar?
R: a lei não dá resposta. Mas a posição majoritária é a de que ela deve ser tratada como uma sociedade irregular.
REPRESENTAÇÃO DA PJ ( por seus administradores. Os administradores exercem os poderes definidos no próprio contrato ou estatuto.
RESPONSABILIDADE DA PJ ( em regra a PJ deveria responder pelos atos somente estabelecidos em estatuto. A teoria dos atos ultra vires societatis, as PJ´s não responderiam pelos atos de seus administradores que extrapolassem os poderes definidos em seu estatuto/contrato, ou seja, essa uma teoria que prega a irresponsabilidade da PJ. Por esta teoria, o credor deve ir atrás do administrador que praticou o ato. No Brasil, a Teoria da Aparência afasta a ultra vires societatis, o credor vai responder se estiver de boa-fé.
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE DA PJ ( prega o oposto do princípio da separação dos bens. A desconsideração é sempre tratada como uma medidade de exceção. É o ato pelo qual os sócios ou administradores da PJ são chamados a responder pelas obrigações assumidas pela empresa. É simples medida processual, uma vez que a PJ não deixa de existir.
Teoria maior da desconsideração ( é aquela em que não basta a inexistência ou insuficiência de patrimônio da PJ. Sendo, necessária a demonstração de um motivo previsto em lei.
Teoria maior objetiva ( é aquela em que para que ocorra a desconsideração, basta o desvio de função (disfunção) caracterizado quando ocorre confusão patrimonial entre controlador e o controlado (PJ). Fabio Conder Comparato. O cc/02 seguiu essa teoria.
Venire contra factum proprium non potest ( é a proibição do comportamento contraditório. Esta baseado na boa-fé objetiva.
OBS: Na prática ambas as teorias tem sido adotadas no direito civil pelos nossos tribunais.
O CC/02 no artigo 50, traz a hipótese de desconsideração da personalidade jurídica, qual seja o abuso da personalidade jurídica. O abuso ocorre quando há desvio de finalidade e a confusão patrimonial.
Teoria Menor da desconsideração ( dispensa motivo, basta a inexistência ou insuficiência patrimonial da PJ. Foi adotada no CDC.
Pergunta-se: o juiz pode desconsiderar de ofício a personalidade jurídica?
R: No CDC o juiz pode. Já no CC/02 não, tem que haver requerimento da parte interessada ou do MP.
AULA 05 (BENS/NEGÓCIOS JURÍDICOS) 13/04/09
BENS
BEM DE FAMÍLIA LEGAL OU INVOLUNTÁRIO ( é aquele em que a proteção incide de forma automática. Pois não é necessária uma escritura nem nada deve ser levado a registro. A lei que protege o bem de família é uma norma de ordem pública. Assim, sua aplicabilidade é imediata.
TITULAR DA PROTEÇÃO ( antes o titular da proteção era a família (família matrimonial, informal e monoparental. Aos poucos, foi sendo ampliado os conceitos de família, abrangendo os viúvos, divorciados, anaparental (é aquela formada por parentes que não estão na linha reta – 2 irmãs que moram juntas). Atualmente, ocorreu uma mudança na CF/88, trazida pela EC 26/2000 que acrescentou o direito à moradia. Hoje em dia se protege mais é o ser humano. Não interessa mais ficar discutindo o direito de família.
Como deve ser feita a prova do domicílio?
R: em regra, basta um comprovante de residência.
Objeto da Proteção ( abrange o bem imóvel utilizado pela família/pessoa para sua moradia e os bens móveis que guarnecem a residência e são indispensáveis à vida digna do morador. Devendo verificar a casuística. A proteção não alcança veículos automotores nem obras de arte ou adornos suntuosos.
OBS: A proteção também incide se o imóvel estive em construção.
Se o casal tiver mais de um imóvel onde tenha domicílio, a proteção incidirá sobre o de menor valor. Salvo se, outro tiver sido registrado para esse fim no CRI. (Art. 5° §5° da lei 8.009/90).
Bem de família indireto ( é aquele em que a família/pessoa, não utiliza para sua moradia. É a hipótese em que o único imóvel da família é objeto de contrato de locação e a renda obtida é utilizada para garantir a moradia da família. (Ex: sobrado onde o comércio é embaixo e a moradia é na parte de cima).
AULA 06 (PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA) 21/04/09
OBS: com relação aos eletrodomésticos, a proteção, em regra, incidirá somente sob uma unidade de cada objeto. O ideal é que seja analisado a casuística. Se houver mais de uma unidade a princípio será possível a penhora do excedente, mas o ideal é analisar o caso concreto. Ex: 2 geladeiras numa casa onde moram 10 crianças, nesse caso será impenhorável ambas as geladeiras.
E se o imóvel for rural?
R: Também haverá proteção e em regra a proteção se restringirá a sede da moradia da família.
OBS: excepcionalmente a proteção abrangerá todo o imóvel rural se a propriedade for pequena. Previsão está no artigo 5° inciso XXVI da CF. Uma pequena propriedade rural (posição majoritária do STJ é que a definição do que seja uma pequena propriedade rural é aquela que equivale a 1 módulo rural, o módulo varia de região para região, que é feito pelo Incra).
Módulo fiscal: variável também.
Pergunta-se: Existe proteção ao bem de família se a pessoa não tem a casa própria, por exemplo família que mora em casa alugada?
R: Sim e neste caso a proteção se restringirá aos móveis que guarnecem a residência.
EXCEÇÕES À IMPENHORABILIDADE (Lei 8.009/90)
(lista da hipótese de créditos em que o devedor não poderá alegar a penhorabilidade)
- ver material
Pergunta-se: o imóvel do fiador pode ser penhorado?
R: De acordo com a lei 8245/91, o fiador não tem direito à proteção. Essa hipótese não constava na lei 8009/90. A par da existência do dispositivo legal, a doutrina é muita divergente acerca do assunto, entretanto a doutrina majoritária tem o posicionamento a favor da impenhorabilidade. Os fundamentos dessa doutrina majoritária são: - há uma ofensa ao princípio da isonomia substancial; a previsão da penhorabilidade não foi recepcionada pela CF após a emenda constitucional 26/2000 (emenda que introduziu a proteção ao direito à moradia). 
Ocorre que, a jurisprudência tanto no STF quanto no STJ é que o bem de família do fiador é penhorável.
BEM DE FAMÍLIA DO FIADOR (PENHORABILIDADE):
DOUTRINA MAJORITÁRIA ( CONTRA
JURISPRUDÊNCIA STF/STJ ( A FAVOR
Questão:
É possível a renúncia ao bem de família?
R: 1ª correnteentende que a proteção do bem de família é feita através de norma de ordem privada. Portanto, o direito seria renunciável. Para essa primeira corrente, se o devedor oferecer o bem à penhora, depois não poderá arrepender-se. Há dois fundamentos de 1ª corrente: 1° argumento é de que ninguém pode valer-se da própria torpeza. 2° argumento consiste no fato de que o arrependimento seria uma hipótese de venire, o que é inaceitável diante do princípio da boa-fé objetiva. Lembrando que o venire contra factum proprium non potest é a vedação ao comportamento contraditório, ou seja por esta regra se uma pessoa se posicionou de determinada forma no passado quanto a um negócio ou ato jurídico, essa pessoa não poderá no futuro mudar o seu posicionamento/comportamento procurando obter um ganho. 
A 2ª corrente (POSIÇÃO PARA EFEITOS DE CONCURSO). Ela defende que a proteção do bem de família tem por base norma de ordem pública. Portanto, é irrenunciável. Para essa segunda corrente, mesmo que a pessoa ofereça voluntariamente o bem à penhora, poderá posteriormente arrepender-se. Há dois argumentos dessa segunda corrente: 1° argumento ( a renúncia é vista como uma forma de exercício inadmissível da autonomia privada. 2° argumento ( o princípio que protege o direito à moradia prevalece sobre o princípio da boa-fé objetiva.
Bem de família voluntário ( é aquele previsto no código civil. É aquele em que a proteção precisa ser instituída através de escritura pública ou testamento (testamento público ou privado, porém em ambos os casos devem ser levados a registro). Devendo ser levado a registro. A escritura é sempre exigida independentemente do valor do bem, não seguindo a regra do artigo 108 do CC/2002.
Questão: o CC/02 revogou a lei 8.009/90?
R: Não. O CC/02 não revogou a proteção conferida à lei 8.009/90. Persistindo as duas formas de proteção ao bem de família (voluntária, legal). Atenção: a pessoa não pode ter ambos. Na prática ou aplica-se um ou aplica-se outro.
OBJETO DE PROTEÇÃO ( a proteção recai sobre o imóvel residencial urbano ou rural com todos os seus acessórios (pertenças). Pode abranger ainda valores mobiliários cuja renda seja utilizada no sustento da família. Ex: poupança, aplicações financeiras, ações, etc.
ATENÇÃO: a instituição do bem de família não pode ultrapassar 1/3 do patrimônio líquido existente no momento em que é feita a instituição. Observe que patrimônio global abrange tanto os créditos quanto os débitos de uma pessoa. Já o patrimônio líquido é o resultado dos créditos menos os débitos.
EXCEÇÕES:
- Obrigações anteriores à instituição;
- Obrigações propter rem ou ambulatoriais;
OBS: não se aplica ao bem de família voluntário às exceções previstas na lei 8.009/90.
ADMINISTRAÇÃO DO BEM DE FAMÍLIA
É feita pelo casal. Havendo qualquer divergência entre os cônjuges, esta será solucionada pelo juiz.
EXTINÇÃO DO BEM DE FAMÍLIA VOLUNTÁRIO
3 hipótese:
a) requerimento dos interessados ao juiz; (dissolução judicial)
b) morte de ambos os cônjuges sem filhos menores;
c) morte de apenas um dos cônjuges aliado ao requerimento feito pelo viúvo.
Obs: separação e divórcio não extingue o bem de família voluntário.
TEORIA GERAL DO NEGÓCIO JURÍDICO
1. Ato jurídico lato sensu ( é a manifestação de vontade que está de acordo com o ordenamento jurídico e é capaz de produzir efeitos jurídicos. Ex: testamento.
1.1. Ato jurídico stricto sensu ( é a manifestação de vontade que produz efeitos impostos por lei. Tanto o conteúdo quanto os efeitos, as consequências do ato, estão definidos em lei. É aquele que tem uma eficácia ex lege. Ex: reconhecimento de filho; fixação de domicílio.
1.2. Negócio jurídico (arts. 104 a 184 do cc/02) ( é a manifestação de vontade que produz efeitos desejados pelas partes e permitidos por lei. No negócio jurídico tanto o conteúdo do negócio quanto as suas consequências podem ser definidos pela pessoa que realizou, ou seja pelas partes. No negócio jurídico é onde nós podemos MANIFESTAR NOSSA AUTONOMIA PRIVADA. Ex: promessa de recompensa, testamento (são negócios jurídicos unilaterais), todo e qualquer tipo de contrato (negócios jurídicos bilaterais).
Hoje em dia somos extremamente livre para realizar negócios jurídicos?
R: Não. Em que pese haver uma maior liberdade, o estado exerce o dirigismo contratual. Mas como o Estado exerce esse dirigismo nas convenções particulares? R: Através de LEIS. Como por exemplo, o CDC, a CLT.
1.3 Ato-fato jurídico ( é um ato fato jurídico qualificado pela atuação humana. É o fato jurídico em que a manifestação de vontade humana é examinada no aspecto secundário, preocupando-se o direito apenas com as consequências/efeitos do ato. Ex: não importa se a pessoa era capaz ou não. (menor que compra uma coca, caça, pesca, comistão móvel, especificação).
TEORIA GERAL DO NEGÓCIO JURÍDICO
( Teoria Ponteana. O negócio jurídico deve ser analisado como uma “escada”.
 _____________
_____________ Plano de eficácia
________________
Plano validade
Plano de existência 
- O plano de existência e de validade SÃO ESSENCIAIS.
- Já no plano de eficácia há o elemento ACIDENTAL.
Um é a continuidade lógica do outro
Plano de Existência ------------------------------------Plano de Validade
Elementos para o negócio jurídico:
- Partes capazes + legitimadas (se incapazes absolutos (sob pena de nulidade) ou anulabilidade se a parte for relativamente incapaz)
Legitimado ( forma de capacidade específica que leva em consideração o objeto do negócio. Em regra, quando a legitimada é descumprida estar-se-á diante de uma anulabilidade. Ex: venda de imóvel por pessoa casada, onde se exige a venia conjugal. Atenção: compra e venda de ascendente para descendente há necessário da autorização, agora quando se tratar de doação não é necessário.
- Objeto: 
Lícito ( O objeto lícito é aquele que está de acordo com o ordenamento jurídico. Abrange lei, moral, ordem pública e bons costumes.
Possível ( tanto jurídica (está contido no conceito de objeto lícito) quanto física. A possibilidade física é somente analisada à luz do objeto, e não quanto à pessoa que irá realizar o objeto/atividade. Ex: de objetos impossíveis fisicamente – colocar toda água do oceano dentro de um copo, construir uma ponte até a lua, fazer parar de chover.
Determinado/Determinável ( o objeto determinado é aquele que está individualizado. O objeto determinável é aquele que ao menos tenha a indicação de gênero e quantidade (ele será individualizado no futuro).
OBS: Se o objeto for ilícito, impossível, indeterminado ou indeterminável o negócio será nulo.
- Vontade: a vontade deve ser livre. Vontade livre é aquela que não está sobre coação, pressão ou ameaça. Também deve ser consciente e de boa-fé.
- Forma: prescrita ou não defesa em lei. Em regra, artigo 107 do CC, a forma é LIVRE.
· Solenidade ( falta da observância, o negócio jurídico será nulo.
OBS: Ad solemnitatem ( é aquela exigida como requisito de validade. Havendo desrespeito, o negócio jurídico será nulo. Ex: artigo 108 do CC.
Ad probationem ( é um requisito de prova do negócio em juízo. Está relacionada mais com o direito processual civil do que com o civil. Ex: art. 227 do CC.
ELEMENTOS ACIDENTAIS ( plano de eficácia.
Em regra, o negócio jurídico que existe e é válido tem eficácia imediata. Excepcionalmente pode ser inserida uma cláusula pelas partes que irá alterar essa eficácia natural do negócio. Essas cláusulas são:
a) Condição;
b) Termo;
c) Modo/Encargo.
Questão: todo negócio jurídico pode conter elemento acidental?
R: Em regra, somente os negócios que envolvam interesse patrimonial (conteúdo econômico) podem conter elemento acidental. Ex: uma compra e venda, doação, etc. Mas nem todos os negócios patrimoniais admitem elemento acidental (aceitação/renúncia de herança).
( Atos existenciais também não podem ter elementos acidentais. Ex: reconhecimento de filho, adoção, casamento.
CONDIÇÃO
É a cláusula que subordina a eficácia do negócio a um evento futuro e incerto. Para que seja condição a clásula deve ter sido inserida pela vontade das partes.Se o evento pretérito ocorreu, o negócio será reputado concluído e eficaz. Se o evento não ocorreu, o negócio não será considerado perfeito, isto é, não produzirá efeitos.
O que é condição legal ou imprópria (conditio iuris)?
R: Não é condição. É um requisito imposto pela lei.
CLASSIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES
a) quanto à certeza:
Condição incerta ( é aquela que não se sabe se ocorrerá e nem quando poderá ocorrer. Ex: dou uma caneta se a pessoa ganhar na loteria.
· incertus an
· incertus quando
Condição certa ( é aquela em que não se sabe se o evento ocorrerá, mas se ocorrer deverá ser num determinado momento/lapso temporal.
· incertus an
· incertus quando
b) quanto aos efeitos: (a classificação mais importante)
· Suspensiva ( é aquela que quando verificada dá inicio aos efeitos do negócio. É aquela que suspende o exercício e a aquisição do direito até o momento em que a condição for verificada. Ex: se chover ao final da aula, dou uma caneta. ATENÇÃO: gera tão somente expectativa de direito (spes debitum iri). NÃO GERA DIREITO ADQUIRIDO.
· Resolutiva ( é aquela que quando verificada põe fim aos efeitos do negócio. Na condição resolutiva, a aquisição do direito ocorre desde logo, e o negócio produz todos os efeitos enquanto a condição não se verificar.
Questão:
A venda a contento é condição suspensiva ou resolutiva?
R: Trata-se de condição suspensiva.
AULA 07 (OBRIGAÇÕES I: Classificações) 24/04/09
C) QUANTO À POSSIBILIDADE:
POSSÍVEIS
IMPOSSÍVEIS ( A condição será considerada não escrita, não existente
D) QUANTO À ORIGEM:
CAUSAL ( é aquela que subordina a eficácia do negócio a um evento da natureza.
POTESTATIVA ( é aquela que subordina a vontade intercalada dos contratantes. 
Condição puramente potestativa ( é aquela que sujeita a eficácia do negócio à vontade arbitrária de um dos contratantes. Ex: se amanhã estiver chovendo e a pessoa aparece com um guarda-chuva azul.
OBS: a condição causal meramente potestativa.
Condição causal quanto à licitude ( pode ser lícita ou ilícita.
- Condição lícita ( é aquela que está de acordo com o ordenamento jurídico.
- Condiçao ilícita ( é aquela contrária ao ordenamento jurídico. (art. 122 do cc/02)
3.2. TERMO
 
É a cláusula que subordina a eficácia do negócio a um evento futuro e certo. Enquanto a condição sujeitava o negócio jurídico a um evento futuro e incerto, o termo sujeita a eficácia do negócio jurídico a um evento futuro e certo (ex: data futura; dou uma caneta azul amanhã).
CLASSIFICAÇÕES DO TERMO:
A) Quanto aos efeitos:
· suspensivo/inicial/dies a quo ( é aquele que quando verificado dá início aos efeitos do negócio. O termo suspensivo suspende o exercício, mas não a aquisição do direito. Gera direito adquirido.
· resolutivo/final/dies ad quem ( é aquele que quando verificado põe fim aos efeitos do negócio jurídico. 
PRAZO ( lapso temporal entre dois termos (por exemplo, entre o suspensivo e o resolutivo)
Qual a diferença entre condição suspensiva e termo suspensivo?
R: Ambos estão retendo os efeitos do negócio jurídico. A condição suspensiva gera mera expectativa de direito enquanto que o termo suspensivo gera direito adquirido.
B) Quanto à origem:
· Termo legal (momento em que começa a se contar o prazo)
· Termo convencional (é aquele previsto em contrato entre as partes)
C) Quanto à certeza/precisão:
· Termo certo ( (certus an certus quando) é aquele que é certo que ocorrerá e se sabe quando ocorrerrá. Ex: data futura.
· Termo incerto ( (certus an incertus quando) é aquele certo que ocorrerá mas não se sabe quando ocorrerá. Ex: a morte.
Questão: chuva é exemplo de condição ou de termo?
R: Depende. Deve ser analisada a condição fática. Se a chuva aparecer sem limitação temporal (no dia que chover dou-lhe um guarda chuva) é exemplo de termo incerto. Agora se aparecer chuva com limitação temporal (se chover amanhã) será condição certa.
MODO OU ENCARGO ( consiste na prática de uma liberalidade subordinada a um ônus.
Doação onerosa ( é a mesma coisa que doação modal ou sob encargo. Por exemplo: pessoa fazendo loteamento, doa um terreno para que a prefeitura construa uma escola.
Questão:
1) A parte que realizou a liberalidasde pode exigir o cumprimento do encargo?
R: Por se tratar de um ônus caso a parte favorecida não cumpra o modo ou encargo, a parte que realizou a liberalidade poderá pedir a revogação desta, mas nunca poderá exigir o cumprimento do encargo em juízo.
2) O que acontece com o negócio jurídico se o encargo for ilícito ou impossível?
R: Ele será, em regra, considerado não escrito. Todavia, caso o encargo seja o motivo determinante da liberalidade todo o negócio será considerado nulo.
ATENÇÃO: o motivo que normalmente é irrelevante para o direito quando é aposto como razão determinante, ser transfigura penetrando no conteúdo da própria declaração negocial. E tornando ilícito o objeto.
VÍCIOS OU DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
Quais as diferenças existentes entre os vícios da vontada e os sociais?
R: Nos vícios da vontade o defeito está na formação da vontade (vício do consentimento). Nos vícios sociais o defeito está na manifestação da vontade. 
No vício da vontade ou do consentimento o prejudicado é sempre uma das partes contratantes. Já nos vícios sociais o prejudicado é um terceiro, ou seja alguém que não participou do negócio jurídico (fraude contra credores).
ERRO ( falsa percepção da realidade.
IGNORÂNCIA ( é o completo desconhecimento da realidade.
Em que medida o erro vicio o consentimento? Como se contamina?
R: Na formação da vontade. O problema era no que se acreditava.
Consequências do erro:
- torna o negócio jurídico anulável (ação anulatória, com prazo decadencial de 4 anos, tendo termo inicial a partir da celebração do negócio jurídico).
- Legitimidade ( da parte prejudicada.
Questão:
A escusabilidade é um requisito para a anulação do negócio jurídico por erro?
R: Escusabilidade é desculpabilidade (perdoabilidade). 1ª corrente ( autores clássicos – defendem que a escusabilidade ainda é um requisito para anulação do negócio jurídico. 2ª corrente ( autores modernos – defendem que a escusabilidade não é mais um requisito para anulação do negócio jurídico (enunciado 12 do CJF).
OBS: art. 138 do cc/02. Autores modernos interpretam esse dispositivo pela RECOGNOSCIBILIDADE (oposto da escusabilidade) mudando a perspectiva de visão.
PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DO CONTRATO ( nada mais é do que fruto da função social do contrato. Quando isso se deseja conservar o contrato o maior tempo possível.
- Art. 144 do CC/02 ( O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante.
Classificação do erro de acordo com a determinação:
A) Erro Substancial ( é aquele que recai sob aspecto determinante do negócio. O negócio jurídico é anulável. Ex: um material que é feito uma jóia.
B) Erro Acidental ( é aquele que diz respeito a aspecto secundário do negócio. Ex: material que é feito a caixa do relógio. Não permite a anulação do negócio jurídico e também não permite que a parte prejudicada pleiteie indenização nem a reparação pelas perdas e danos. Quem erra, erra sozinho.
3. DOLO ( é o induzimento malicioso a erro. Dolo é o artifício ardiloso utilizado com o propósito de enganar uma pessoa para que ela celebre determinado negócio jurídico. No dolo, a pessoa é induzida a errar.
Efeitos:
- anulabilidade;
- ação anulatória;
- prazo decadencial de 4 anos; com termo inicial a partir da celebração do negócio jurídico.
- legitimidade: somente a parte prejudicada.
Classificação do dolo quanto à determinação:
A) Dolo Essencial (dolus causam) ( é aquele que contamina o negócio jurídico pelo fato de ter sido a sua causa, ou seja, vai recair sobre um aspecto determinante do negócio. Ele gera a anulabilidade do negócio jurídico.
B) Dolo Acidental (dolus incidens) ( é aquele que não influiu na celebração do negócio jurídico. Recai sobre umaspecto secundário do negócio (ex: caixinha do relógio). Não gera a anulabilidade do negócio. Permite que a parte prejudicada pleiteie indenização pelas perdas e danos. 
Classificação do dolo quanto à conduta:
A) Dolo positivo ou comissivo ( é aquele que consiste numa ação.
B) Dolo negativo ou omissivo ( é aquele que consiste numa omissão. A pessoa deve omitir informação de que tinha conhecimento, se não tinha conhecimento, não há dolo.
C) Dolo bilateral ou recíproco ( ambos os contratantes agiram com dolo. O dolo de um compensa o dolo do outro. Ou seja, os dolos se anulam reciprocamente, permanecendo válido o negócio jurídico.
4. COAÇÃO ( é a pressão ou ameaça exercida sobre uma pessoa para que esta realize determinado negócio.
Coação Moral/psicológica (vis compulsiva) ( Esta prevista no CC. É qualquer forma de pressão que cause fundado temor de dano iminente e considerável a pessoa do negociante, aos seus familiares ou aos seus bens. Nada mais do que aquela que deixa opção. 
Consequências:
Efeito ( torna o negócio jurídico anulável.
Ação ( anulatória.
Prazo ( decadencial de 4 anos. O termo inicial para contagem do prazo é o dia em que cessar a coação.
Coação física (vis absoluta) ( não está prevista no CC. É fruto de construção doutrinária. É aquela que não deixa opção ao coagido. Isso significa que há ausência de manifestação de vontade.
Consequências:
Efeito ( torna o negócio jurídico INEXISTENTE.
Ação ( ação declaratória de inexistência
Prazo ( não tem prazo. Imprescritível.
4.5. NÃO CARACTERIZAM COAÇÃO (
- Ameaça de exercício regular de direito.
- Temor reverencial ou receio de desgosto ( é uma mistura de medo e respeito. Na verdade o temor reverencial é muito mais uma ação de respeito do que de medo. Ex: pais e filhos, patrões e empregados.
5. ESTADO DE PERIGO ( é o negócio jurídico realizado por uma pessoa para salvar a si próprio, a um parente próximo ou a um amigo íntimo de uma grave situação de perigo. Para tanto, a pessoa realiza o negócio assumindo prestação excessivamente onerosa.
Quais são os requisitos para anulação do negócio jurídico por estado de perigo?
R: Elemento subjetivo (Por que a pessoa está realizando esse negócio jurídico) = pessoa que irá realizar um negócio jurídico para salvar a si próprio, para salvar um parente próximo, para salvar cônjuge ou companheiro. Em regra, cai em concurso situação de perigo de morte (pagar uma cirurgia/resgate).
Elemento objetivo (o que a pessoa faz) = a pessoa realiza o negócio assumindo prestação excessivamente onerosa.
ATENÇÃO ( para que o negócio seja anulado por estado de perigo, é necessário provar que a outra parte (parte favorecida) sabia da situação de perigo. Deve ser provado portanto o dolo de aproveitamento.
OBS: O estado de perigo permite a anulação do cheque caução entregue ao hospital, mas não exonera o devedor de arcar com as despesas de pagamento.
Consequências:
Efeito: anulável
Ação: anulatória
Prazo: decadencial de 4 anos. Termo inicial é o dia da celebração do negócio.
Legitimidade: parte prejudicada.
Princípio da conservação do contrato
5.3. PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DOS CONTRATOS
- Enunciado 148 do CJF
6. LESÃO ( consiste no vício que permite a anulação do negócio jurídico celebrado de forma excessivamente onerosa quando a pessoa se encontrava de preemente necessidade ou de inexperiência. 
Elemento subjetivo ( pessoa que se encontra em preemente necessidade ou se encontra numa situação de inexperiência. 
Elemento objetivo ( a pessoa irá realizar o negócio jurídico assumindo prestação excessivamente onerosa.
Para que o negócio seja anulado por lesão é necessário provar que a outra parte tinha conhecimento da situação do prejudicado?
R: A lesão não exige dolo de aproveitamento para que o negócio seja anulado.
Consequências:
Efeito ( anulável
Ação ( anulatória
Prazo ( 4 anos a partir do momento da celebração do negócio
Legitimidade ( parte prejudicada.
PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO CONTRATUAL
- Enunciado 149 do CJF
- Enunciado 291 do CJF
AULA 08 (Simulação, Fraude Contra Credores, Prescrição e Decadência) 18/05/09
SIMULAÇÃO ( é o desacordo entre a vontade interna (intenção) e a vontade externa (manifestação). Na simulação os contratantes agem em conluio com o objetivo de prejudicar terceiro.
NATUREZA JURÍDICA DA SIMULAÇÃO ( em que pese a mudança do tratamento da matéria no CC/02, simulação continua sendo espécie de vício social.
NULIDADE ( será ABSOLUTA. 
AÇÃO ( ação declaratória de nulidade absoluta. Com prazo imprescritível.
LEGITIMIDADE ( qualquer interessado, inclusive o MP.
CLASSIFICAÇÃO DA SIMULAÇÃO QUANTO AO SEU CONTEÚDO:
1) ABSOLUTA ( “tudo é mentira”(tudo é nulo). Pois é aquela em que existe a aparência de um negócio, mas na essência as partes não desejam realizar qualquer negócio. Na simulação absoluta somente existe o negócio simulado. Não há negócio dissimulado.
2) RELATIVA ( “nem tudo é mentira”(nem tudo é nulo). É aquela em que há um negócio jurídico falso (negócio simulado) encobrindo um negócio jurídico verdadeiro (negócio dissimulado). Ex: compra e venda de determinada casa, onde se declara que vendeu uma casa por 500 mil quando na verdade valia 1 milhão com objetivo de pagar menos impostos. A simulação relativa pode ser subdividida em:
a) objetiva – será falso o objeto. (por exemplo, no caso supra, o preço).
b) subjetiva – será falsa a pessoa. (por exemplo, pessoa interposta – doar bem para mãe da amante).
ATENÇÃO: no CC/02 não importa se a simulação é absoluta ou relativa, a consequência é uma só: o negócio é nulo.
CLASSIFICAÇÃO DA SIMULAÇÃO QUANTO AO PROPÓSITO:
1) SIMULAÇÃO MALICIOSA ( é aquela que tem por objetivo prejudicar terceiros ou violar disposição de lei. Ela torna o jurídico NULO.
2) SIMULAÇÃO INOCENTE ( é aquela que não tem o objetivo prejudicar terceiros nem violar a lei. Para uma primeira corrente, a simulação inocente não invalida o negócio jurídico (se não há prejuízo não há se falar em nulidade – defensores: Maria Helena e Caio Mário). Segunda corrente ( defende que na vigência do CC/02, toda simulação gera nulidade, inclusive a inocente (defensores: Silvio Rodrigues e Francisco Amaral).
8. FRAUDE CONTRA CREDORES ( é a atuação maliciosa do devedor insolvente ou na iminência de assim se tornar que se desfaz de seu patrimônio procurando não responder pelas obrigações anteriormente assumidas. Exemplo: Antônio é credor de Maria; Maria realiza um negócio jurídico fraudulenta com José prejudicando Antônio. O terceiro prejudicado deve ingressar ação pauliana.
REQUISITOS:
A) Evento danoso ( a insolvência do devedor foi provocada pelo negócio fraudulento.
B) Conluio fraudulento ( deve ser provado o conluio entre o devedor e o adquirente. Importa demonstrar a má-fé do adquirente. Se o adquirente estava de boa-fé (subjetiva), a venda do bem não será anulada.
C) Anterioridade do crédito ( a fonte obrigacional deve ser anterior a realização do negócio tido como fraudulento. Ex: o contrato, o ilícito.
CONSEQUÊNCIAS DA FRAUDE CONTRA CREDORES:
1) De acordo com o CC/02 torna o negócio jurídico anulável (plano de validade). “Cochilo do legislador”
2) Para os tribunais (posição pacífica no STJ), o negócio fraudulento é ineficaz perante terceiros (plano de eficácia).
AÇÃO ( será a Pauliana, com prazo de 4 anos contados a partir do dia que foi celebrado o negócio jurídico fraudulento. Prazo esse decadencial, pois trata-se de anulabilidade.
LEGITIMIADADE ( da parte prejudicada ou de seus sucessores.
OBS: o cônjuge precisa ser citado da ação pauliana. Não havendo a citação, o cônjuge poderá ofertar embargos terceiros. 
OBS2: A fraude contra credores não pode ser reconhecida em embargos de terceiros. Ela exige ação própria, ela exige ação pauliana.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
PRESCRIÇÃO ( é a perda da pretensão de reparação do direito violado em virtude da inércia de seu titular no prazo previsto em lei.
DECADÊNCIA ( é a perda efetiva de um direito potestativo em virtude da falta de seu exercício no prazo previsto em lei ou pelas partes. Direitos potestativos

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