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DIABETES MELLITUS – TRATADO DE MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE – Cap. 162, pág. 1435 Conceitos: · Hiperglicemia crônica. · Tipos: · DM tipo 1: · Mecanismo: destruição das células beta pancreáticas, maioria autoimune. · 5-10%. · Maioria em crianças. · Sintomatologia clássica presença. · Risco para cetoacidose. · DM tipo 2: · Mecanismo: defeitos na secreção e ação da insulina. · 90-95%. · Maioria assintomática. · Outros tipos específicos (ex.: Cushing, fibrose cística, feocromocitoma, induzida por medicamentos, etc) e gestacional. Quando suspeitar: · Sintomas, quando presentes: · “Polis”: poliúria, polidpsia, polifagia (Hiperglicemia glicosúria tríade clássica). · Geralmente DM I. · Emagrecimento, cansaço, alteração visual, candidíase genital. · Cetoacidose diabética (DM I) e coma hiperosmolar cetótico (DM II). · Quando pesquisar em pacientes assintomáticos (maioria): · IMC > 25 kg/m² e: · Sedentarismo. · História familiar (1º grau) para DM. · HAS. · Dislipidemia (triglicerídeos ≥ 250; HDL ≤ 35); · DM gestacional ou recém-nascido com mais de 4kg; · SOP; · Hx de alteração do nível glicêmico; · Acantose nigricante; · História de doença cardiovascular. · Ou a partir dos 45 anos, em todos os pacientes. Diagnóstico: · Glicemia de jejum e TOTG. · Hemoglobina glicada exame específico, porém não sensível. · Paciente sintomático uma glicemia casual acima de 200 mg/dL confirma o diagnóstico. · Indivíduos assintomáticos ou com sintomas leves precisam de duas GJ acima de 126 mg/dL. · Para indivíduos com forte suspeita clínica (presença de dois ou mais fatores de risco) e GJ alterada, entre 100 e 126 mg/dL, o TOTG está indicado para complementar a investigação. · Em alguns casos pode ser preciso pedir anticorpos para diferenciar DM1 e DM2 verificar realidade de cada região (se disponíveis etc). Abordagem inicial: · Anamnese: · História completa para classificação, identificar comorbidades, complicações crônicas, controle glicêmico anterior. · Abordar planos terapêuticos, participação de grupos educativos. · Exame físico (*achei um pouco incompleto no tratado – pesquisar melhor): · Verificar presença de outros fatores de RCV e complicações micro e macrovasculares. · Ausculta cardíaca, pulsos... · Fundoscopia. · Peso, IMC, CA. · PA. · Exames dos pés, no mínimo anualmente: · Sensibilidade superficial (monofilamentos de 10g) e sensibilidade profunda (diapasão). · Palpação de pulsos. · Feridas, infecções, deformidades, alterações de trofismo. · Exames complementares: · Utilizar GJ para monitoramento do tratamento. · Quando a GJ atingir valores desejados, solicitar a HbA1C. · Estima-se que, para a HbAlC de 6%, a média das glicemias no período compreendido entre 2 e 3 meses (vida média das hemácias) seja de 126 mg/dL e que, para cada um ponto percentual a mais de HbAlC, haja uma elevação de 30 mg/dL na média das glicemias. · Nos indivíduos estáveis, a GJ deve ser solicitada a cada 3 meses e a HbA1C duas vezes por ano (meta por volta de 7%). · Perfil lipídico: pelo menos anualmente. · Função renal (qualitativo de urina, creatinina, clearence, microalbuminúria): anualmente. Tratamento: · Não farmacológico: · Plano alimentar. · Obesidade e inatividade física afetam a sensibilidade insulínica. · Atividade física: reduz a hemoglobina glicada independentemente da redução de peso! Além disso, diminui RCV e aumenta autoestima. · Farmacológico: · DM tipo I: · Insulinização plena, com múltiplas doses ao dia, associada a basal a bolus de insulina ultrarrápida ou rápida. · Esquema complexo! · DM tipo II – feito em estágios: · Metformina: · Fármaco de escolha para pessoas com sobrepeso. · Reduz peso, LDL e triglicerídeos. · Dose inicial de 500mg ou 850mg, após a refeição, preferencialmente no jantar. · *Creatinina de 1,5 contraindica seu uso. · Sulfonilureiais: · Fármaco de escolha para pacientes emagrecidos. · Aumenta secreção pancreática de insulina e provoca ganho de peso. · Cuidar com idosos risco de hipoglicemia. · Insulinoterapia: · Hx natural da doença: declínio progressivo da função das células beta. Logo, a insulina acaba se tornando necessário na maioria dos pacientes. · Utilizar ao diagnóstico quando o paciente for sintomático; quando o tratamento oral não estiver mais funcionando; e na gestação ou em intercorrências clínicas; · Iniciar com insulina em dose única (de ação intermediária ou longa) bed time (antes de deitar). · A dose inicial é de 10 U de insulina NPH humana ou 0,2 U/kg para os mais obesos, que deve ser reajustada, em 2 ou 4 U, conforme a média de três glicemias capilares de jejum consecutivas, até atingir a meta. · Caso não controle com a dose bed time reavaliar adesão ao tratamento e necessidade de mais insulina. *Orientar sobre hipoglicemia devido aos remédios ou omissão de refeições. Quando encaminhar: · Sempre que houver dúvidas. · Anualmente para o oftalmo para realizar fundo de olho sob midríase. · Nutricionista, sempre que possível. · Sinais e sintomas no pé. · Claudicação limitante e dor em repouso nos pés urgência; precisam ser avaliadas em até 48hrs pelo cirurgião vascular. **Microalbuminúria ou macroalbuminúria nefropatia diabética usar IECAs ou ARAs II, mesmo na ausência de HAS. *dúvidas.