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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI JOÃO VICTOR GIGOSKI LEVAY WANDERSON DE PAULA CUNHA INCOTERMS 2020 A nova versão para o comércio global Itajaí 2020 3 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 2.1-1 – A História dos Incoterms® .................................................................................. 5 Figura 2.4-1 – Tabela Incoterms® 2020 ................................................................................... 10 4 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 5 2. INCOTERMS® ................................................................................................................. 5 2.1. ORIGEM ...................................................................................................................... 5 2.2. O QUE SÃO? ................................................................................................................ 6 2.3. OS INCOTERMS® - TERMOS EM VIGÊNCIA ...................................................... 6 2.3.1. GRUPO E – PARTIDA (MÍNIMA OBRIGAÇÃO PARA O EXPORTADOR) .......................... 6 2.3.2. GRUPO F – TRANSPORTE INTERNACIONAL NÃO PAGO PELO EXPORTADOR............... 6 2.3.3. GRUPO C – TRANSPORTE INTERNACIONAL PAGO PELO EXPORTADOR ...................... 7 2.3.4. GRUPO D – CHEGADA (MÁXIMA OBRIGAÇÃO PARA O EXPORTADOR) ...................... 8 2.4. INCOTERMS 2020 – A NOVA VERSÃO ................................................................. 9 3. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 10 4. REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 11 5 1. INTRODUÇÃO Durante toda a história o homem sempre teve o comércio no cotidiano de sua vida e com o passar dos séculos a evolução e o desenvolvimento foi aprimorando as maneiras de fazer negócios entres as pessoas, onde trazia a necessidade de criação de regras que sempre pudesse amparar ambos os lados. A evolução e a expansão da humanidade pelos continentes trouxeram novas formas de comércio. No mundo industrializado e em pleno após a 1ª Guerra Mundial, e crise econômica viu-se a necessidade de uma padronização de regras para a comercialização internacional. Durante anos de pesquisas e análises veio o resultado nasceu o termo internacional de comércio 2. INCOTERMS® 2.1. Origem Os Incoterms® sugiram em 1936 quando a ICC, após diversos estudos e análises, consolidou as diversas formas de contrato praticadas, com a finalidade de estabelecer as responsabilidades do vendedor e comprador durante todo o trajeto da carga, desde a origem até seu destino final. E através dos anos ocorreram, através de revisões, aconteceram diversas inclusões, remoções e adaptações nas regras, necessárias para melhorar o processo. Figura 2.1-1– A HISTÓRIA DOS INCOTERMS® Fonte: https://iccwbo.org/resources-for-business/incoterms- rules/incoterms-rules-history Acesse a fonte 6 Cada mudança era necessária devido as novas práticas que estavam sendo feitas dentro do processo comercial internacional, desde métodos até os meios de transporte da mercadoria para o devido local definido pelo comprador para entrega. 2.2. O que são? Os Incoterms® são utilizados dentro da operação de Comércio Exterior para estabelecer as suas responsabilidades durante o processo de compra e venda e têm como finalidade a padronização das relações de negócio entre exportadores e importadores. Os INCOTERMS - International Commercial Terms - Termos Internacionais de Comércio foram criados há mais de meio século para definir, com precisão, os direitos e obrigações tanto do comprador quanto do vendedor nos contratos comerciais internacionais e facilitar as negociações entre países. (RODRIGUES 1997, p. 73). Enfim, os Incoterms® propõem dentro do contrato de compra e venda internacional que ambas as partes tenham um entendimento em comum referente as questões necessárias para deslocamento da mercadoria, o transporte e seguro internacional, desde a origem até o destino. Os termos só possuem valor jurídico após agregados aos contratos de compra e vendas, somente assim os Incoterms® passam a ter valor legal. É de grande importância que na documentação de Comercio Exterior seja discriminado bem claro que termo está sendo usado naquele processo e qual é precisamente o Incoterm. Ex.: FOB local designado Incoterms® 2010. 2.3. Os Incoterms® - Termos em vigência Os termos são separados por grupos, sendo um total de quatro grupos. 2.3.1. Grupo E – Partida (mínima obrigação para o exportador) (EXW) Ex Works – Na Origem (Local de entrega nomeado): É o termo em que o vendedor tem o mínimo de responsabilidade e a maior parte cabe ao comprador. O vendedor (exportador) tem como obrigação deixar a mercadoria a disposição do comprador em local de sua escolha e não tem obrigação de embarcar a mercadoria no veículo de transporte, se fizer será por conta e risco do comprador. Cabe ao comprador (importador) arcar com todos custos e riscos de transportes, aduana e seguros partir do local de entrega determinado em acordo com o vendedor. Arcar com os trâmites alfandegários, tanto no país de origem da mercadoria quanto no de destino. Pode ser usado em todos os modais. 2.3.2. Grupo F – Transporte Internacional não pago pelo exportador (FCA) Free Carrier – Livre no Transportador (Local de entrega nomeado): O vendedor entrega a mercadoria ao transportador ou a quem o comprador indicar no local determinado, faz o carregamento do veículo. Se o local for do vendedor, a mercadoria só passa a ser responsabilidade do comprador quando estiver no transporte que fará a coleta, é considerado como concluído a entrega ou caso o local não seja do vendedor será considerado no momento em que a mercadoria a disposição do comprador o do enviado para o transporte, dentro do veículo do vendedor. A 7 responsabilidade de risco e custo fica com o vendedor até a Pode ser usado em qualquer entrega da mercadoria, após e do comprador. Seguro e transporte é do comprador. Aduana, o vendedor providência e custeia a exportação e o comprador providência e custeia os a importação. Pode ser usado em qualquer modal de transporte, incluindo quando tiver mais de um modal. (FAS) Free Alongside Ship – Livre ao Lado do Navio (Porto de embarque nomeado): O vendedor só tem sua obrigação de entrega da carga cumprida quando a carga estiver no porto de embarque indicado e ao lado da embarcação que fará o transporte. Os riscos passam para o comprador assim que a mercadoria é entregue, colocada ao lado da embarcação. Todo o transporte e seu custo é a cargo do comprador, no caso do seguro cabe ao comprador contratar julgar necessário. Os processos de aduana para exportação são a cargo do vendedor, quando necessário, já os de importação não cabe ao vendedor e sim ao comprador, mesmo que precise passar em países terceiros. É usado apenas no modal marítimo. (FOB) Free On Board – Livre a Bordo (Porto de embarque nomeado): Esse termo determina que entrega a mercadoria é quando a mercadoria está a bordo do navio indicado pelo comprador, sendo o custo do vendedor. Os riscos de extravio e danos passam para o comprador a partir da entrega, fica a cargo do comprador a partir do porto de embarque. O seguro deve ser contratado pelo comprador, caso deseje,sendo do comprador a partir do momento que a carga passa a amurada do navio. Aduana, o vendedor providência e custeia a exportação e o comprador providência e custeia os a importação. O comprador presta assistência na exportação e na importação providência e custeia. Este só pode ser usado em modal marítimo. 2.3.3. Grupo C – Transporte Internacional pago pelo exportador (CPT) Carriage Paid To – Transporte E Seguro Pagos Até (local de destino nomeado): Esse termo diz que o vendedor deve entregar a mercadoria ao transportador em um local acordado em seu país, o transporte é contratado e pago por ele para levar a mercadoria até o local de destino nomeado no exterior. O risco da carga é do vendedor até o momento que ele entrega a carga ao transportador. O risco e custo são transferidos em momentos diferentes, sendo assim, têm dois pontos críticos diferentes. O seguro é contratado pelo vendedor e os tramites aduaneiros de exportação ficam a cargo do vendedor, já os de importação ou passagem por terceiros países não são de obrigação do vendedor. Pode ser usado em qualquer modal de transporte, incluindo quando tiver mais de um modal. (CIP) Carriage And Insurance Paid To – Transporte E Seguro Pagos Até (local de destino nomeado): Esse termo diz que o vendedor deve entregar a mercadoria ao transportador em um local acordado em seu país, ou a adquiri assim entregue, e o transporte é contratado e pago por ele para levar a mercadoria até o local de destino nomeado no exterior. O risco da carga é do vendedor até o momento que ele entrega a carga ao transportador. No CIP o risco e custo são transferidos em momentos diferentes, sendo assim, têm dois pontos críticos diferentes. O seguro é contratado pelo vendedor e os tramites aduaneiros de exportação ficam a cargo do vendedor, já os de importação ou passagem por terceiros países não são de obrigação do vendedor. Pode ser usado em qualquer modal de transporte, incluindo quando tiver mais de um modal. 8 (CFR) Cost And Freight – Custo E Frete (porto de destino nomeado): Este termo estabelece que o vendedor entrega a mercadoria a bordo do navio. Também deve contratar e arcar com os custos e frete até o porto de destino nomeado. O risco de extravio fica com o vendedor até a carga passar amurada do navio, a partir desse ponto é do comprador o risco. Até chegar no local de destino o transporte é por conta do vendedor, tudo dentro dos termos e rotas normais para o tipo de carga. Os riscos e custos não são transferidos juntos, cada um tem seu momento exato, tendo assim dois pontos críticos diferentes. Seguro passa a ser do comprador a partir do momento que a carga estiver a bordo. Aduana, o vendedor providência e custeia a exportação e o comprador providência e custeia os a importação. É usado somente no modal marítimo. (CIF) Cost Insurance And Freight – Custo, Seguro E Frete (porto de destino nomeado): Este termo diz que a carga é entregue ao comprador a bordo do navio indicado e que cabe ao vendedor arcar com os custos e frete necessários, do ponto até o devido destino. Os riscos são do vendedor até o momento da entrega da mercadoria ao transportador, quando a carga estiver passando amurada do navio passa a ser do comprador. O transporte deve ser contratado e custeado pelo comprador a partir do porto de origem. Sobre o seguro o cabe ao comprador contratar, caso desejar, lembrando que é dele a partir do momento que a carga passar amurada do navio. Aduana, o vendedor providência e custeia a exportação e o comprador providência e custeia os a importação. É usado somente no modal marítimo. 2.3.4. Grupo D – Chegada (máxima obrigação para o exportador) (DAP) Delivered At Place – Entregue No Local (local de destino nomeado): Este termo determina que o vendedor entrega a mercadoria quando a coloca à disposição do comprador em local de destino designado, no meio de transporte e pronta para ser desembarcada. Os riscos e custo para essa entrega ficam a cargo do vendedor. Os riscos de avaria e extravio são do vendedor até o momento de entregar a carga. O transporte é contratado e custeado pelo vendedor desde a origem até o local de destino. O vendedor não tem obrigação de fazer seguro e os tramites aduaneiros de exportação ficam a cargo do vendedor, já os de importação ou passagem por terceiros países não são de obrigação do vendedor. Pode ser usado em qualquer modal de transporte, incluindo quando tiver mais de um modal. (DPU) Delivered Duty Paid – Entregue No Local Desembarcado (Local de destino nomeado): Este Incoterm substituiu o DAT (Delivery at Terminal). O vendedor entrega a mercadoria quando a coloca à disposição do comprador em local de destino designado, descarregada no meio de transporte. Todos os riscos e custos para isso são do vendedor. O risco é do vendedor até o local e momento da disponibilização da mercadoria para o comprador, descarregada no local de destino, os custos e riscos da operação de descarga são do vendedor. O transporte é contratado e custeado pelo vendedor desde a origem até o local de destino. O vendedor não tem obrigação de fazer seguro e os tramites aduaneiros de exportação ficam a cargo do vendedor, já os de importação ou passagem por terceiros países não são de obrigação do vendedor. Pode ser usado em qualquer modal de transporte, incluindo quando tiver mais de um modal. "Este é o único termo dos Incoterms® em que o vendedor tem a obrigação de desembarcar a mercadoria na entrega". (KEEDI, 2019). 9 (DDP) Delivered At Place Unloaded – Entregue No Local (local de destino nomeado): Este termo determina que o vendedor entrega a mercadoria quando a coloca à disposição do comprador em local de destino designado, no meio de transporte e pronta para ser desembarcada. Os riscos e custo para essa entrega ficam a cargo do vendedor. Os riscos de avaria e extravio são do vendedor até o momento de entregar a carga. O transporte é contratado e custeado pelo vendedor desde a origem até o local de destino. O vendedor não tem obrigação de fazer seguro e os tramites aduaneiros de exportação, importação e de trânsito ficam a cargo do vendedor, assim como quaisquer outros tributos ou despesas. Pode ser usado em qualquer modal de transporte, incluindo quando tiver mais de um modal. 2.4. Incoterms 2020 – A nova versão Recentemente ocorreu a publicação da nova revisão dos Incoterms®. Incoterms...(2020), o foco nas alterações é trazer mais segurança e clareza para as os envolvidos, exportadores e importadores. Essas mudanças focam no crescimento do comércio internacional, assim buscam acompanhar o crescimento econômico mundial e aumentar o acesso a novos mercados. Ele ainda solicita que os bancos tenham conhecimento de embarque a bordo em algumas vendas que são financiadas nos termos FCA (Free Carrier). Tem um ponto de grande importância na atualização, no caso é que foi aumentado a flexibilidade das coberturas de seguros, dentro das peculiaridades de cada tipo de mercadoria e meio de transporte. De acordo com Incoterms...(2019) é contemplado no contrato comercial diversos itens práticos, através de um conjunto de termos. Também é passado que as partes podem não precisam adotar todos os termos que estão previstos no Incoterms® 2020, podem optar por alguns itens específicos relevantes no acordo. Muitos pontos não foram inseridos visando garantir que sua definição seja feita conforme a situação especifica individual de cada documento. A seguir estão as alterações que mais relevantes em relação a versão anterior: Conhecimento de Embarque (BL) com emissão a bordo para transações FCA, que prevê que o local da entrega pode ser no próprio estabelecimento do vendedor/exportador ou em outro local nomeado no contrato Revisão do termo FCA para incluir uma opção onde o responsável pela contrataçãodo frete principal deve instruir o transportador a emitir o BL a bordo para o vendedor logo após o embarque e, em seguida, o vendedor enviar o conhecimento para o comprador, viabilizando o desembaraço da carga no destino Diferentes níveis de cobertura de seguro para os termos CIF e CIP, em que o termo CIF permanece com a obrigatoriedade de cobertura mínima, enquanto o termo CIP terá a necessidade de contratação de seguro com cobertura máxima. As partes ficam livres para negociar níveis diferentes de cobertura, desde que expressamente descritas em contrato Reconhecimento do transporte por meios próprios nas entregas de FCA, DAP, DPU e DDP Inclusão de requisitos bem claros relacionados às obrigações das partes no que tange à segurança no transporte, bem como os custos envolvidos 10 Inclusão do ‘Explanatory Notes for Users’, em que cada termo descrito conta com uma nota explicativa com detalhes sobre quando deve ser utilizado, o ponto de transferência do risco e como os custos devem ser alocados Reorganização da alocação dos custos, que lista todos os custos envolvidos na operação em uma só sessão do guia Substituição do termo DAT pelo DPU, para explicitar que a entrega pode ocorrer em qualquer local nomeado, e não apenas em um terminal. É importante ressaltar que a entrega e transferência do risco ocorrem após a descarga da mercadoria, à disposição do comprador/importador. Nesse caso, as formalidades aduaneiras são de responsabilidade comprador/importador. (INCOTERMS... 2019). Figura 2.4-1– TABELA INCOTERMS® 2020 Fonte: https://www.fazcomex.com.br/blog/incoterms-2020-todos-termos/ 3. CONCLUSÃO Podemos perceber que, os Incoterms® são bastante importantes em relação aos processos de exportação e importação. Nos orienta quais são as responsabilidades para o exportador e importador, padronizando uma negociação. Alguns termos nos orientam na questão dos custos e quais os transportes podemos utilizar com determinado termo. Nos mostram como utilizar para seguir as diretrizes estabelecidas e cumprir o que é determinado nos contratos, seguindo as normas e restrições de cada país. 11 4. REFERÊNCIAS INCOTERMS 2020: confira algumas mudanças e pontos importantes. 2019. Disponível em: https://dclogisticsbrasil.com/incoterms-2020-confira-algumas-mudancas-e-pontos- importantes/. Acesso em: 12 mar. 2020. INCOTERMS 2020 lançamento global. 2020. Disponível em: https://www.fazcomex.com.br/blog/incoterms-2020/. Acesso em: 10 mar. 2020. KEEDI, Samir. Incoterms. 2019. Disponível em: https://www.guiamaritimo.com.br/utilidades/incoterms. Acesso em: 10 mar. 2020. NEGOCIANDO com o Importador: INCOTERMS. INCOTERMS. Disponível em: <http://www.aprendendoaexportar.gov.br/index.php/negociando-com- importador/incoterms>. Acesso em: 12 mar. 2020. RODRIGUES, Paulo Narcizo. Importação & Exportação sem Complicação. 3. ed. São José do Rio Preto: Cosimex - Publicações & Cursos de Comércio Exterior Ltda., 1997. ROJAS, Pablo. Introdução à logística portuária e noções de comércio internacional. Porto Alegre: Bookman, 2014. Disponível em: <https://viewer.bibliotecaa.binpar.com/viewer/9788582601945>. Acesso em: 12 mar. 2020.
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