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AULA 6

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ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA 
PORTUÁRIA E 
AEROPORTUÁRIA 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Leonardo Mercher Coutinho Olimpio de Melo 
 
 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, ainda que de forma breve, traremos de algumas inovações e 
experimentos positivos na gestão tecnológica de portos e aeroportos. Falaremos 
sobre as principais vantagens competitivas nas organizações portuárias e 
aeroportuárias, os processos de inovação e tecnologia nos portos e aeroportos, 
algumas das principais características da inovação e a gestão da informação em 
tempos modernos. Desejamos uma ótima leitura! 
CONTEXTUALIZANDO 
Vimos que um dos principais temas envolvendo superação de desafios na 
gestão e operações de portos e aeroportos está relacionado à capacidade de se 
modernizarem e se tornarem mais competitivos no mercado mundial. Mas como 
e onde buscar novas tecnologias? E como ter certeza de que as tecnologias com 
que entramos em contato realmente trazem maior eficiência competitiva das 
operações em portos e aeroportos? Essas dúvidas serão esclarecidas ao longo 
das seções a seguir. 
Antes de tratarmos diretamente sobre as tecnologias, vamos lembrar as 
vantagens competitivas nas organizações portuárias e aeroportuárias. Gestão e 
estrutura são as bases para identificarmos os desafios em que as tecnologias 
poderão auxiliar. A identificação de desafios pode ser local (em casos 
específicos de operações em um porto/aeroporto), mas também coletiva, como 
na realidade de portos e aeroportos de toda uma região de um país. Por isso, a 
seção seguinte trará esse tema de forma mais objetiva, para que não fique 
repetitivo após tantas aulas sobre o assunto. Posteriormente, seguiremos com 
as tecnologias separadas em portos e aeroportos. 
TEMA 1 – VANTAGENS COMPETITIVAS NAS ORGANIZAÇÕES PORTUÁRIAS 
E AEROPORTUÁRIAS 
As principais vantagens competitivas em portos e aeroportos passam por 
dois grupos de variáveis: as físicas e estruturais; e as de gestão estratégica junto 
aos mercados. No caso das físicas e estruturais, podemos entender variáveis 
como: capacidade de carga e descarga; equipamentos modernos e eficazes; 
diminuição de custos/recursos com aumento da eficiência; automação em 
 
 
3 
práticas de gestão de dados; e localização estratégica em rotas de logística. Já 
as variáveis de gestão estratégica junto aos mercados seriam: gestão dos 
recursos (incluindo captação de recursos); mão de obra qualificada e em 
treinamento constante; orientação conjunta com o planejamento da 
infraestrutura para a logística de produção à exportação e de demanda regional 
à importação; parcerias produtivas; e consciência dos desafios e pontos a serem 
melhorados. 
As capacidades de carga e descarga são de fácil percepção. Um porto ou 
aeroporto com pouca capacidade de operações de carga e descarga pode gerar 
custos para importadores/exportadores. Com isso, outros portos e aeroportos na 
região podem ser escolhidos. Ganhar competitividade com a capacidade física 
também explica a necessidade de sempre se atualizar os equipamentos, como 
guindastes, loaders, empilhadeiras, esteiras e estruturas de segurança e 
armazenamento. Por exemplo, ter um portêiner que consiga elevar dois 
contêineres ao mesmo tempo ganha tempo e diminui a espera para 
carga/descarga de embarcações. 
A diminuição de custos ou do uso de recursos, aumentando a eficiência e 
bons resultados, pode ser visto como positivo por permitir que o excedente de 
recursos seja utilizado em outras áreas. Por exemplo, no uso de recursos 
renováveis e novos modais tecnológicos mais baratos e eficientes, sobrarão 
mais recursos financeiros para financiar outras atividades, como a compra de 
equipamentos e treinamento de funcionários. A automação em práticas de 
gestão de dados, como compras de computadores mais potentes, e programas 
de informação que facilitem o dia a dia das operações também aumenta a 
eficiência do porto/aeroporto e diminui os impactos dos gargalos da 
infraestrutura. 
Com a localização estratégica em rotas de logística, retornamos ao 
primeiro ponto de nossa disciplina. Em parte enquanto variável física e estrutural, 
pois precisa gerir a logística local de acessibilidade e, em parte enquanto gestão 
competitiva no mercado global, assimilando rotas comerciais com potencial de 
crescimento. 
No caso das variáveis de gestão estratégica junto aos mercados, 
podemos iniciar com a gestão dos recursos (incluindo captação de recursos). 
Também se aproxima da gestão dos recursos materiais e dos financeiros de 
forma estratégica: onde investir; como investir; como se divulgar no mercado; e 
 
 
4 
como ter retorno positivo dos recursos excedentes. Já a qualificação da mão de 
obra deve ser contínua, tanto por questões de segurança como por qualificação 
para uso dos equipamentos e das novidades tecnológicas. Ouvir de forma não 
hierarquizada as experiências de todos os setores e funcionários, incluindo os 
terceirizados, também pode melhorar a capacidade de identificar dificuldades e, 
com isso, buscar soluções. 
Esse planejamento conjunto da administradora com o dia a dia dos 
funcionários e clientes pode organizar posições junto ao planejamento da 
infraestrutura para a logística de produção à exportação e, de demanda regional, 
à importação. Isso significa que os governos e o próprio mercado, para criarem 
agendas conjuntas de desenvolvimento, precisam escutar as bases de operação 
e funcionários que são a linha de frente do funcionamento dos portos e 
aeroportos. Parcerias com outros portos e aeroportos no mundo também podem 
facilitar a gestão da informação e fortalecer rotas comerciais, atraindo mais 
clientes e mercados. 
Agora que já vimos algumas variáveis que podem ampliar a 
competitividade de portos e aeroportos, vamos para as próximas seções, em que 
alguns exemplos no mundo serão apresentados enquanto boas práticas. 
Entenda boas práticas como medidas que surtiram eficiência e que podem ser 
copiadas por outros de realidade semelhante. 
TEMA 2 – PROCESSO DE INOVAÇÃO E TECNOLOGIA NOS PORTOS 
Vamos começar pelo famoso exemplo de inovação tecnológica: a 
automação das operações no terminal portuário de Roterdã, na Holanda. Parte 
da gestão portuária de contêiner em Roterdã tornou quase que industrial os 
processos internos de translado das cargas com pouca e às vezes nenhuma 
presença humana, muito diferente dos portos cheios de funcionários em muitas 
partes do mundo. Os investimentos em automação após os anos 2000 trouxeram 
equipamentos com inteligência artificial e interconectados por sistemas digitais 
de dados, em que uma vez definida a operação, as máquinas seguiam seu 
trabalho sem hora de almoço, descanso e podendo funcionar 24 horas por dia, 
sete dias por semana. A circulação de contêineres em pranchas automáticas 
levam a carga dos píeres e cais até sua disposição nos armazéns, faça chuva 
ou faça sol. Esses portos que usam a tecnologia da informação com automação 
 
 
5 
e agilizam sua eficiência são conhecidos como smart ports – ou portos 
inteligentes. 
Figura 1 – Conceito de Smart Port: sistemas integrados de informação 
 
Crédito: Travel mania/Shutterstock. 
Mas essa automação não coloca em risco o emprego dos trabalhadores? 
Evidentemente, sim. Contudo, pensando nisso, muito se planejou para que os 
funcionários e futuros funcionários pudessem se adequar a outras atividades, 
incluindo a gestão de dados e manutenção de tais equipamentos. A automação 
tira frentes de empregos e por isso sua aplicação deve ser planejada levando 
em consideração os trabalhadores e suas famílias, para que possam ser 
realocados. Mas então quais ganhos existem? Os de eficiência e de maior 
funcionamento de organização dos contêineres, que diminuem a espera e as 
filas de desembaraços. Se, antes, para se trabalhar em portos era exigido força 
física, hoje se exige domínio de idiomas e de ferramentas digitais.Outra mudança possível de identificar atualmente no mercado de 
embarcações é a construção em estaleiros de navios muito grandes, com alta 
capacidade de carga – para atender ao aumento do consumo do comércio 
internacional, mas também de embarcações menores e bem mais rápidas, para 
que, de certa forma, sejam concorrentes do modal aéreo em velocidade. Claro 
que um avião cruzará um oceano mais rápido que uma embarcação, mas entre 
escolher um modal caro de quatro dias (aeroespacial) ou um modal lento e 
barato de 20 dias (modal marítimo tradicional), um modal intermediário de oito a 
dez dias pode ser um grande diferencial de empresas de transportes comerciais. 
Caberia aos portos pensar e criar estruturas para melhor atender a esses novos 
 
 
6 
tipos de embarcações – tanto as gigantes e lentas, como as menores e mais 
rápidas. 
Sobre dados de novas tecnologias aplicadas em nossos portos 
brasileiros, existe o caso do Porto de Santos. Nos últimos anos, é possível ver o 
crescimento da inteligência artificial nas operações, bem como sistemas 
baseados em algoritmos de atracação, VTS e sensores. Tudo isso vai ao 
encontro da ideia de smart port, em que a automação passa a ganhar espaço. A 
própria Codesp (2020) defende essa estratégia de melhoria tecnológica ao Porto 
de Santos. 
Terminais em Santos já contam com câmeras de alta resolução, inspeção 
a distância, leitura de lacres digitalmente e diversos aplicativos e meios de 
comunicação e troca de dados de informação. Mas isso, como já mencionado, 
altera o perfil dos profissionais que passam a atuar nessas áreas, exigindo-se 
cada vez mais aperfeiçoamento profissional, formação acadêmica e técnica em 
novas tecnologias do que apenas a força física. 
TEMA 3 – PROCESSO DE INOVAÇÃO E TECNOLOGIA NOS AEROPORTOS 
A automação e a ideia de smart airpot (aeroporto inteligente) também se 
encontram como carro-chefe de como as tecnologias se colocam para otimizar 
as operações de carga nesse setor. Por exemplo, a GOLLOG foi uma das 
primeiras (senão a primeira) a disponibilizar no Brasil aplicativo de rastreamento 
e cotação de encomendas e outros serviços em tempo real. Já no atendimento, 
assim como fizeram muitas empresas atualmente, foi criado um mecanismo de 
atendimento virtual por inteligência artificial, conhecido como robô Gil. O Gil tira 
dúvidas de trâmites, regras, tempos e outras informações sobre os serviços de 
transporte aéreo da empresa, descarregando os funcionários do atendimento. 
 
 
 
 
 
 
 
7 
Figura 2 – Robô Gil, atendente virtual de cargas 
 
Fonte: Gollog. 
Figura 3 – GOLLOG 
 
Fonte: Gollog. 
Além dessas inovações, existem as aquisições de aeronaves cargueiras 
(que carregam cargas sem passageiros) e reformas de terminais de carga e sua 
otimização, como as reformas e os investimentos da Latam em 2018 e 2019. 
Mas investimentos secundários, como no monitoramento das cargas ainda nas 
rodovias e dentro dos terminais, também exigem câmeras, GPS e outros 
mecanismos de localização e monitoramento essenciais para a eficiência dos 
serviços nesse modal aéreo. 
A separação de aeronaves de passageiros das aeronaves cargueiras 
parece até óbvia para ampliar a eficiência de carga, visto que quando a aeronave 
 
 
8 
é compartilhada perde espaços com passageiros e suas bagagens e resta pouco 
espaço para a carga. Entretanto, esbarramos, mais uma vez, no desafio da 
infraestrutura: poucos terminais para a alta demanda. Para que empresas aéreas 
invistam em aviões cargueiros é preciso ter terminais preparados para carga e 
descarga e, atualmente, o gargalo da logística e da infraestrutura no Brasil é um 
dos empecilhos para o crescimento e inovação do setor. 
Equipamentos de leitura e transferência de dados são comuns em 
aeroportos, como todos os passageiros já estão acostumados na hora de 
entregarem suas malas para despacho. Mas um grande desafio hoje, e em que 
a tecnologia tem um papel fundamental enquanto possibilidade de solução, é 
interconectar os sistemas da Receita Federal, das transportadoras e do 
manuseio da carga. Não basta apenas que os sistemas conheçam as etapas em 
que a carga está ou em que local se encontra (rastreamento), mas é preciso 
fazer com que todos os atores envolvidos com a carga se comuniquem 
virtualmente. Facilidades como assinaturas digitais e processos financeiros 
(como pagamentos e reembolsos) virtuais, significaria diminuição de tempo 
gasto no desembaraço e no embarque da mercadoria. 
As tecnologias de dados virtuais podem diminuir a burocracia das partes 
envolvidas não apenas em nosso país, mas também no diálogo com outros 
atores e aeroportos ao redor do mundo por simples aplicativos de celulares. Isso 
ocorre entre as nações da União Europeia, já que lá vigora um livre mercado e 
uma união aduaneira, porém, não é o caso dos países membros do MERCOSUL. 
Talvez a inovação do pensamento estratégico posto em uma região pudesse 
favorecer ainda mais rotas comerciais da América do Sul com o resto do mundo, 
redistribuindo cargas e terminais para toda a região e evitando sobrecarga no 
eixo brasileiro Guarulhos-Manaus. 
TEMA 4 – CARACTERÍSTICAS DAS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS DOS 
PORTOS E AEROPORTOS BRASILEIROS 
Pensar as características de inovação no Brasil não fica distante do que 
ocorre no mundo e do que já mencionamos aqui como exemplos. Investimentos 
em tecnologia da informação, gestão de cargas por automação, ampliação física 
de terminais e sistemas de segurança são as áreas em que mais podemos ver 
preocupação com esse destino. De modo geral, hoje vivenciamos um momento 
 
 
9 
em que os portos brasileiros não querem ser reconhecidos apenas enquanto 
entrepostos burocráticos de cargas e descargas para o mundo. 
Mudanças na gestão de cargas, operações, segurança e de planejamento 
já ocorrem em nosso país. O Porto de Santos encabeça a lista de boas práticas 
na inovação, como mencionado. Já nos aeroportos ainda nos deparamos com o 
desafio de investimentos em PPP por concessões e com as iniciativas pontuais 
das empresas transportadoras, como a GOLLOG, Azul e LATAM para cargas. 
 As inovações tecnológicas podem tornar mais eficientes os sistemas de 
gestão e operações, mas não superam gargalos da infraestrutura de 
responsabilidades pública ou de empresas privadas, tampouco conseguem 
substituir modais rodoviários por fluviais e ferroviários – sendo um planejamento 
muito maior, que caberia aos governos federal e estadual. O Porto de Suape 
(Pernambuco) cria parcerias com startups para trabalhar com sistemas de dados 
e aplicativos e o complexo de Pecém (Ceará) investe fortemente em renovar as 
fontes energéticas para a solar, mas os desafios de alimentação e escoamento 
da produção brasileira até esses portos ainda é difícil. A inovação precisaria 
chegar a processos intermodais conforme as características de nosso país, 
como grande espacialidade quase que continental. 
Para que isso ocorra são necessários investimentos. Como também já 
discutimos, os investimentos públicos não se mostram suficientes para a 
modernização e garantir a competitividade, por isso as parcerias público-
privadas (PPP) ganham espaço. Entretanto, essas parcerias devem ser 
pensadas e planejadas, e não apenas leiloadas, com metas a serem alcançadas 
de forma quase que utópica às novas administradoras. Exemplos de inovação 
de gestão não se limitam à tecnologia. Como vimos, inovação é buscar a solução 
para algo de outra forma, de um jeito diferente. Isso pode passar pela absorção 
de tecnologias, mas não pode se resumir apenas à automação ou a novos 
equipamentos. Para superar desafios maiores, precisamos de uma ação 
conjunta. 
TEMA 5 – GESTÃO DAS INFORMAÇÕES EM TEMPO REAL 
Gestão da informação é a administração de dados, como pagamentos, 
declarações, códigos de rastreamento, procedimentos sobre a carga e 
operações de funcionários e empresas. No caso de ser em tempo real, significaque as partes com acesso a esses sistemas irão acompanhar/receber as 
 
 
10 
informações das operações na mesma hora em que elas forem ocorrendo. Quem 
nunca ficou esperando uma compra pela internet e averiguava todo dia onde a 
encomenda se encontrava na transportadora? Isso também ocorre com 
importadores e exportadores e, mais ainda, consiste na atividade profissional de 
muitos que trabalham com comércio exterior e internacionalização de negócios. 
Mas as informações em tempo real não servem apenas para matar nossa 
curiosidade e ansiedade em receber um produto. Na verdade, no campo de 
gestão empresarial, elas significam otimizar as atividades da empresa. Extrair 
valor das iniciativas de big data analytics pode fomentar os bons resultados do 
porto e aeroporto. Mas o que seria isso? Seria investir em sistemas da 
informação, softwares, aplicativos, meios digitais de processar as informações 
que irão favorecer as tomadas de decisões. 
Lembra-se do caso do terminal de Roterdã na Holanda? Lá ocorreu a 
automação do gerenciamento de cargas em contêineres – do cais às prateleiras 
de armazenamento. O que essa automação trouxe de ganhos? A eficiência em 
fazer mais traslados de carga em menor tempo. Agora imagine que gestores, 
operadores e fiscais precisam terminar um serviço para iniciar outro (o que é 
muito natural do fazer humano). Mas entenda que o tempo em que cada 
profissional exerce suas atividades não depende apenas de seu fazer. Muitas 
vezes, para encerrar uma atividade e começar outra, ele precisa receber um 
código, uma informação, uma resposta do sistema ou de outro órgão 
governamental. 
O estivador só pode prosseguir para o cais se for informado, pelo rádio, 
que a carga que estava lá já foi retirada e agora há espaço para a que ele 
carrega, ou que o fiscal da Receita Federal só pode fazer o lançamento no 
sistema se a carga for autuada após averiguação de um perito do Ministério da 
Agricultura em documentos de algum arquivo do sistema. Tudo isso gira em 
torno de informações. Hoje entendemos que em processos sequenciais e em 
cadeia, como é a logística e o trabalho em portos e aeroportos, são necessárias 
também informações sequenciadas e em cadeia. Nesse sentido, quanto mais 
rápida for a informação, mais rápida será a conclusão de uma atividade e o início 
de outra. Assim, a otimização das operações em portos e aeroportos avança. 
Por isso, ter softwares e sistemas de dados que não criem 
incompatibilidade entre os sistemas, bem como capacitar a mão de obra para se 
interagir da forma mais proveitosa possível é um grande salto da inovação em 
 
 
11 
portos e aeroportos atualmente. A busca por tempo real e o grande número de 
empreendedores e startups podem causar a criação de muitos programas, e isso 
pode gerar ruído se a gestão portuária/aeroportuária não estabelecer uma 
organização de escolhas estratégicas: quais programa sutilizaremos? Por que 
escolher esses programas? Eles têm interconexão com outros programas dentro 
e fora do Brasil? Todas essas perguntas precisam ser feitas para uma melhora 
na otimização das operações em questão. 
O próprio governo dispõe das plataformas SISCOMEX e SISCOSERV, 
sendo a primeira mais recorrente em nosso uso de cargas e comércio exterior. 
Essa plataforma busca trazer informações em tempo real sobre os 
procedimentos, mas isso não significa que ela não possa melhorar, assim como 
qualquer outro sistema operacional e de transferência de dados. Um bom 
profissional da área deverá sempre se informar das novidades e de criações que 
possam solucionar ou inovar suas operações. Apresentar aos gestores e debater 
com os demais colegas profissionais será um bom início para se alcançar a 
otimização. 
TROCANDO IDEIAS 
Para leitura desta aula, sugerimos dois textos. 
O primeiro trata do incêndio que ocorreu em 2020 no Porto de Santos, 
noticiado como “Incêndio atinge terminal do Porto de Santos”, da Agência Brasil 
e disponibilizado em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2020-
01/incendio-atinge-terminal-do-porto-de-santos>. Nesse texto, o que se busca é 
observar as fragilidades de segurança e como ocorre a operacionalização de 
ações dessa magnitude. 
Já o segundo texto é sobre a implementação de centros de inteligência e 
inovação em cidades portuárias, do Projeto Portogente, disponível em: 
<https://portogente.com.br/noticias/portos-do-brasil/108034-implantacao-de-
centros-de-inovacao-nas-cidades-portuarias-brasileiras>. Nesse texto, é 
possível identificar as iniciativas para otimizar o espaço portuário no entorno do 
porto enquanto buscam inovação e aproximação da população local com as 
potencialidades de crescimento das atividades do porto. 
A leitura desses dois textos objetiva a compreensão da inovação 
enquanto parte de uma gestão para além das atividades de carga e descarga, 
mas pensando em outros temas, como na segurança e na integração com a 
 
 
12 
capacidade de inovação das pessoas locais. Boa leitura e que os textos ajudem 
em sua formação profissional. 
NA PRÁTICA 
A prática é aquele momento em que sugerimos uma atividade para 
reforçar sua percepção e testar sua compreensão do conteúdo da disciplina aqui 
apresentado. Por isso, como prática dessa etapa, sugerimos que siga os pontos 
abaixo: 
I) Entre na plataforma virtual do SISCOMEX na Receita Federal; 
II) Avalie a apresentação do sistema e elenque dúvidas e desafios para a 
sua utilização; 
III) Acesse seu ambiente virtual e faça o mesmo procedimento de avaliar 
dúvidas e desafios (caso já esteja bem familiarizado com ele, busque se 
lembrar dos desafios que teve no início para se adaptar); 
IV) Com os dois relatórios, avalie se seus desafios são os mesmos e quais 
seriam as possíveis causas e soluções. 
Com essa atividade, você fomentará sua capacidade avaliativa e crítica 
em relação a um meio de comunicação da informação virtual. Se possível, leve 
essa experiência e replique-a em outros sistemas de informação de portos e 
aeroportos. Acreditamos que irá ajudar bastante caso um dia precise utilizar 
alguns desses meios. No mínimo, fará com que tenha contato pela primeira vez 
com sistemas da sua área profissional. 
Bom exercício! 
FINALIZANDO 
Vimos nesta aula como a inovação se diferencia de tecnologia, mas 
ambas andariam juntas nas práticas de portos e aeroportos em nosso país e no 
mundo. Vimos exemplos de automações, de sistemas da informação, da 
importância em infraestrutura, ampliação física, mas também da capacitação dos 
profissionais e do pensar a gestão. O Porto de Santos, assim como tantos outros 
no Brasil, olha para boas práticas e tenta encontrar inovações para os desafios 
locais. 
Todo esse movimento de inovação e de absorção de novas tecnologias e 
pensares estratégicos de gestão ocorre porque portos e aeroportos, como 
 
 
13 
vértices de modais e da logística internacional, precisam se tornar competitivos. 
A competitividade não é destruir o outro, mas sim oferecer serviços e se tornar 
melhor dentro de suas competências. A atração de clientes e o fortalecimento de 
rotas comerciais passa também pelas tomadas de decisão desses modais tão 
importantes em nosso tempo. 
Com a aula de hoje, esperamos a conclusão de mais um ciclo em seu 
aprendizado, para iniciar um novo sobre esse vasto campo de mobilidade. 
Logística, comércio exterior, modais, legislação e tantos outros temas que fazem 
parte de sua formação foram, de alguma forma, expostos aqui nas temáticas 
sobre o funcionamento de portos e aeroportos, no Brasil e no Mundo. 
Desejamos boa sorte em sua jornada profissional e até breve! 
 
 
 
 
14 
REFERÊNCIAS 
ABEAR – Associação Brasileira das Empresas Aéreas. Panorama 2017: o setor 
aéreo em dados e análises. Disponível em: <https://www.abear.com.br/wp-
content/uploads/2019/03/PanoramaABEAR_2017-atualizacao-29032019.pdf>. 
Acesso em: 15 jul. 2020. 
ANAC – Agência Nacional de AviaçãoCivil. [s.d.]. Disponível em: 
<https://www.anac.gov.br/>. Acesso em: 15 jul. 2020. 
_____. MGA – Manual Geral de Aeroportos. 2020. Disponível em: 
<https://www2.anac.gov.br/imprensa/SCD/2011/Manual_Geral_de_Aeroportos_
(MGA)_descaracterizado.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2020. 
ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários. [s.d.]. Disponível em: 
<http://portal.antaq.gov.br/>. Acesso em: 15 jul. 2020. 
BRASIL. Ministério da Infraestrutura. Dados de transportes, 2020. Disponível 
em: <https://www.infraestrutura.gov.br/grandes-numeros/88-dados-de-
transportes/5350-sint-aeroviario.html>. Acesso em: 15 jul. 2020. 
CATEGORIA Portopédia. Portogente, 01 jan. 2016. Disponível em: 
<www.portogente.com.br>. Acesso em: 15 jul. 2020. 
CODESP – Companhia de Docas do Estado de São Paulo. Descrição do 
Projeto. 2020. Disponível em: <http://www.codesp.com.br/>. Acesso em: 15 jul. 
2020. 
GOLLOG – Serviços de Transportes de Cargas da GOL. Área Inicial. Disponível 
em: <https://www.gollog.com.br/pt/paginas/default.aspx>. Acesso em: 15 jul. 
2020. 
SOPESP – Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo. Com 
projeto de inovação, Porto de Santos agilizará entrada e saída de cargas. 
15 jan. 2020. Disponível em: <https://sopesp.com.br/2020/01/15/com-projeto-de-
inovacao-porto-de-santos-agilizara-entrada-e-saida-de-cargas/>. Acesso em: 15 
jul. 2020.

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